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PEÇA PROFISSIONAL

MANDADO DE SEGURANÇA
(MODELO)

FORTALEZA
2023
AO JUÍZO CÍVEL DA COMARCA X

João, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do CPF XXXXXXXXX-XX e RG


XXXXXXXX, residente e domiciliado à rua, n.º, bairro, Porto Alegre-RS, endereço eletrônico,
por meio de sua advogada, estabelecida no endereço profissional rua, n.º, bairro, cidade, Estado,
vem, respeitosamente, nos termos do art. 5º, LXIX, da CF/88, e do art. 1º da Lei 12.016/09,
impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA

contra atos praticados pelo Secretário Municipal de Educação do Município Alfa,


nacionalidade, estado civil, portador do CPF XXXXXXXXX-XX e RG XXXXXXXX,
domicílio funcional à rua, n.º, bairro, Alfa-XX, pelas razões que se seguem.

I. DOS FATOS

João, cidadão com plena consciência política dos deveres da Administração Pública na
prestação de serviços à sociedade, decidiu fiscalizar a forma como são distribuídos os recursos
destinados à área da educação do Município de Alfa, vizinho ao município onde reside.

Estimulado pelas dificuldades enfrentadas pelos moradores de Alfa, João dirigiu-se à Secretaria
Municipal de Educação e solicitou ao secretário demonstrativo detalhado das despesas com
educação no exercício anterior, constando discriminação dos valores gastos com pessoal e
custeio em geral, além dos montantes direcionados a cada unidade escolar, em virtude de serem
descentralizadas as contratações. João não especificou, em sua solicitação, de que forma
pretendia utilizar as informações requeridas.

Por escrito, o secretário indeferiu a solicitação de João, alegando que João não residia em Alfa,
que os gastos com pessoal eram sigilosos por configurar intimidade dos servidores e que as
demais informações seriam disponibilizadas ao requerente e ao público em geral pela internet,
logo que fosse concluída a estruturação do portal da transparência, dentro de 2 (dois) anos.
II. DO DIREITO

O art. 5º, inciso XIV, da Constituição Federal, consagra a todos os cidadãos o acesso à
informação, enquanto o inciso XXXIII, do mesmo dispositivo legal, garante-lhes o direito a
receber dos órgãos públicos informações de interesse coletivo.

Além disso, o art. 37, § 2º, inciso II da CF/88 garante-lhes o acesso ao conteúdo dos atos de
governo, os quais devem ser disponibilizados no prazo determinado pelo art. 11 da Lei
12.527/11, que devem ser prestadas de forma imediata, conforme se lê no caput, sendo vedada,
no art. 10, § 3º da mesma lei, a exigência de justificativa para a solicitação das informações.

Ressalte-se que as informações sobre gastos com pessoal não se configuram como relativas à
intimidade dos servidores, mas, sim, à forma como são gastos os recursos públicos, portanto
não há que se falar em caráter sigiloso desses dados, que são de evidente interesse coletivo.
Igualmente ressalte-se que o fato de João não ser residente em Alfa não obstaculiza sua atuação
cidadã nesse município, pois o art. 19, inciso III, CF/88, esclarece que os entes federados não
podem criar distinções entre brasileiros.

Pelo exposto, fica configurado o fumus boni iuris, no direito líquido e certo de João,
comprovado pela negativa, por escrito, do requerimento feito pelo impetrante, o qual evidencia
ainda, em favor de João, o periculum in mora em se conceder o acesso ao conteúdo solicitado,
vez que, se a população de Alfa não tiver acesso imediato às informações requeridas, ficará
privada de instrumentos legítimos para a avaliação, em tempo hábil, do desempenho do prefeito
municipal, então candidato à reeleição.

III. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, o impetrante requer à Vossa Excelência:

a. a CONCESSÃO de medida liminar, nos termos do art. 300, § 2º do CPC, determinando que
o Secretário de Educação do Município de Alfa forneça os dados requeridos pelo impetrante;
b. a NOTIFICAÇÃO do impetrado, para que preste informações no prazo de dez dias, de
acordo com o art. 7º, inciso I, da Lei 12.016/09, bem como a oitiva do Ministério Público, de
acordo com os art, 12 da mesma Lei.

c. a PROCEDÊNCIA dos pedidos, com confirmação de concessão da ordem e do caráter


definitivo da tutela liminar.

Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais).

Nesses termos,

pede deferimento.

__________, 18 de agosto de 2019.

ADVOGADA

OAB/UF

XXX-XXX

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