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O silêncio de São José (16/03/23 MV, 17/03/23 ce nax, 18/03/23 BT)

Os Evangelhos não registram nenhuma palavra de José.


José é famoso por seu silêncio. Silêncio: oração, humildade, caridade.

1. A oração
a) Pensar, ponder, refletir
José, seu esposo, que era justo, não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente (Mt
1,19).

Vamos nos ater à palavra “resolveu”, quis (voluit).


Ponderou e tomou uma decisão.
E o texto do Evangelho continua: Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe
apareceu em sonhos (Mt 1,20).
Texto latino: cogitante, José cogitava.
A precipitação é um pecado contra a virtude da prudência. Não se trata só de se dar mal.

A vida de José é silenciosa mas não é cômada. Todas as cenas do Evangelho em que aparece há
uma tensão, uma aflição. Não imaginemos José tranquilamente brincando com o Menino.

b) Ouvir a voz de Deus


“José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem
do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus” (Mt 1,20-21).
José entende a sua missão: 1) receber Maria, 2) pôr um nome no Menino, 3) não é qualquer
nome.
Uma qualidade: saber ouvir.

c) Prontidão
Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado (Mt 1,24).
Amar a Vontade de Deus.

Buscar o silêncio da oração. Sempre começamos e terminamos invocando “São José, meu Pai e
Senhor”.

2. A humildade
São José foi um santo obscuro até a Idade Moderna, quando Teresa de Jesus promoveu a sua
devoção; mal se falava dele nos séculos anteriores. Passou oculto durante a sua vida e quis
também passar oculto durante muito tempo, aos olhos dos fieis de toda a cristandade (Do nosso
Padre; Meditações, n. 440; v. 5, p. 127).
O hino Te Ioseph: muito recente.

A apresentação do Menino no templo. Simão profetisa.


Seu pai e sua mãe estavam admirados das coisas que se diziam dele (Lc 2,33).
Mas continua o relato: Após terem observado tudo segundo a lei do Senhor, voltaram para a
Galileia, à sua cidade de Nazaré (Lc 2,39).
Falam coisas admiráveis sobre o Menino, e José, com Maria, volta a uma vida normal.

Ser “como esses grandes brilhantes, que ficam onde os colocam – seja qual for o seu posto –
sem protestar, sem soberba” (Instrução, 31-V-1936, nota 9; Meditações, 354).

Se temos dificuldade para passar ocultos, podemos recorrer a São José.


A 17 de maio de 1946, Don Álvaro escreveu na primeira página do diário de Roma:
Começarei o diário com as palavras que o Padre costuma empregar: “Fiat, adimpleatur,
laudetur et in æternum superexaltetur iustissima atque amabilissima Voluntas Dei super
omnia. Amen. Amen” [Faça-se, cumpra-se, seja louvada e eternamente exaltada a justíssima e
amabilíssima Vontade de Deus sobre todas as coisas. Amém. Amém]. Se sempre devemos viver
impregnados desse pensamento, nestes dias e aqui, em Roma, temos de saborear de modo
especial cada uma dessas palavras com as quais o Padre encabeça os diários. Deus queira que
em breve possamos escrever nessas páginas coisas muito grandes, apesar de que, diante de
Deus, se quisermos, serão grandes até as mais insignificantes minúcias que registremos da
nossa vida de família.

A humildade leva à serenidade, mesmo no meio da aflição.


O Menino perdido no templo.
Maria: Meu filho, que nos fizeste? Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de
aflição (Lc 2,48).
José fica em silêncio.

A humildade de don Javier ao dar um aviso sobre algumas perseguições contra a Obra.
A serenidade, a pena por essas pessoas, e o desejo que rezássemos por elas.

3. A caridade
Há uma meditação muito bonita do nosso Padre sobre esta festa (19 de março de 1968):
para os que na Obra têm função de governo, São José parece-me excelente. Não intervém a
não ser quando é necessário, e então o faz com fortaleza e sem violência. Este é José (Josemaria
Escrivá, Em diálogo com o Senhor, 50; “São José, nosso pai e senhor”).

A seção “Gente comum” do livro A história do Opus Dei: “A existência da maior parte das
pessoas do Opus Dei é tão normal como a do resto dos cidadãos do seu país” (p. 548). “Embora
não se tenham modificado suas circunstâncias humanas ou profissionais, transformou-se a sua
relação com Deus [...], com os outros e com as ocupações cotidianas” (p. 549).
Seguem-se belos relatos de irmãs e irmãos nossos em diversos países.
“Jean-Luc Navarro é um enfermeiro de radiologia aposentado. Casado, tem seis filhos e
mora em Paris. Para ele, rezar é o primeiro passo da missão apostólica do cristão, ao que se
segue o cuidado delicado de cada um, em especial dos doentes que ele atende como voluntário:
«A maneira de me aproximar da pessoa que sofre consiste em colocar-me fisicamente de
joelhos diante dela. Há doentes que chegam muito cansados, em cadeiras de rodas. Aproximo-
me deles e lhes pergunto se podem levantar os pés, e me ajoelho ali, a fim de erguer as placas
que apoiam os pés na cadeira. Então eu ajudo o paciente a colocar o pé no chão e lhe digo que
vou ajudá-lo a se levantar. Como ele não está acostumado a tanto cuidado, me olha... Já desde
o primeiro momento juntos, somos amigos. Essa pessoa me olha com carinho, eu o olho com
carinho, e já nos conhecemos. E quando volta para outra sessão de rádio, porque está
hospitalizado, e me pergunta: “Por que você é tão bom comigo?”, eu digo que é porque é uma
pessoa que sofre, que é algo que sai do meu coração e que minha fé também me leva a servi-lo.
A fé ajuda muito. Com o passar do tempo a amizade chega ao ponto de poder dizer-lhe: “Bem,
você também poderia rezar um pouco”. E me responde: “Eu não sei rezar”. E eu lhe explico
que rezar é falar com Jesus, com Alguém que o ama muito».” (J. L. G. Gullón, J. F. Coverdale,
A história do Opus Dei, Quadrante, 2022, pp. 548-549; cap. 27, “Gente comum”).
Nessa seção de “Gente comum”, poderia estar o nosso relato.

São José ainda vive a caridade:


Vi claramente que, tanto desta necessidade como de outras maiores (...), este meu Pai e
Senhor me tirou com maior bem do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo até agora de lhe
ter suplicado coisa que tenha deixado de fazer. É coisa de espantar as grandes graças que
Deus me tem feito por meio deste bem-aventurado Santo e dos perigos de que me tem livrado
tanto no corpo como na alma (Santa Teresa, Livro da vida, cap. 6, n. 6).

Em nome de Jesus e de Maria, este duplo tesouro que vos foi tão caro, vos suplico (Oração a
São José para depois da Comunhão).
São José (19/03/22: Butantã)

Jesus conta a parábola do senhor que volta no meio da noite: Felizes os servos a quem o senhor
encontrar vigiando, quando vier (Lc 12,37). Fala da atitude de vigilância: Quem é o
administrador fiel e prudente que o Senhor estabelecerá sobre as pessoas da sua casa, para
dar a cada um a seu tempo a medida de trigo? (Lc 12,42).
Começamos a Missa respondendo a essa pergunta: Ecce fidelis servus et prudens, quem
constitui Dominus super familiam suam (Antífona de entrada).

Ontem pedíamos a esse pai que cuidasse da nossa família e nos desse o que mais desejamos.
E pedimos à pessoa certa: De alguns anos para cá, no dia de sua festa, sempre lhe peço algum
favor especial. Nunca deixei de ser atendida. Se o pedido não é muito conforme à glória de
Deus, ele o endireita para meu maior bem (Santa Teresa, Livro da vida, cap. 6, n. 6).

São José, um apóstolo? Apóstolo: enviado. 3 atitudes de São José apropriadas para o apostolado.
O Te Ioseph foi composto por carmelitas. Novo: por volta de 1700. (Crux fidelis, antes de 600).

1. Tu natum Dominum stringis, (Tu abraças o Senhor nascido)


Evangelho: Ela dará à luz um filho, e tu lhe darás o nome de Jesus (Mt 1,21).
José teve o privilégio que cabia ao pai: dar o nome.
São José, varão feliz, que tivestes a alegria de ver e ouvir o próprio Deus, a quem muitos
reis quiseram ver e não viram, ouvir e não ouviram; e não só ver e ouvir, mas ainda trazê-lo
em vossos braços, beijá-lo, vesti-lo e guardá-lo! (Preces ad Sanctum Ioseph, Ante Missam).
Primeira atitude: abraçar Jesus.
O zelo é uma loucura divina de apóstolo, que te desejo, e que tem estes sintomas:
fome de intimidade com o Mestre [...] (Caminho, n. 934).

São José é um patriarca. Que caracteriza um patriarca?


A liturgia fala de dois patriarcas:
1ª leitura: Davi, a quem Deus promete: Tua casa e teu reino serão estáveis para sempre diante
de mim, e teu trono será firme para sempre (1Sam 7,16). Família eterna.
2ª leitura: Abraão: Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou pai de
muitas nações (Rom 4,18). Família numerosa.

Portanto, os patriarcas desejam duas coisas: uma família eterna e uma família numerosa.
Assim é a descendência de José, pois sua esposa é a mãe de todos os cristãos.

E é o que desejamos para a Obra.


Salmo: Eis que a sua descendência durará eternamente (Salmo 88).

A bênção patriarcal (depois de uma tertúlia na sala de estar da Comissão Regional):


Que os multipliquéis: como las arenas de vuestras playas, como los árboles de vuestras
montañas, como las flores de vuestros campos, como los granos aromáticos de vuestro café
(Catequesis en America, v. 1, p. 255).
El otro día di a mis hijos una bendición que parecía la de los profetas y los patriarcas (Tertúlia
no Anhembi).

Como fazer isso? Tu natum Dominum stringere.


Abraçar o Senhor. Como? Na Eucaristia: o mesmo corpo que José abraçava e tocava.
Mas a intimidade com Jesus na Comunhão é maior do que tocar o seu corpo.
Oração sobre as oferendas: como São José se consagrou ao serviço do vosso Filho, [...] fazei
que também nós sirvamos de coração puro aos mistérios do vosso altar.
2. ad exteras Aegypti profugum tu sequeris plagas;
(tu segues o [Senhor] fugitivo até as terras estrangeiras do Egito)
Segunda atitude: enfrentar dificuldades.
Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise,
porque Herodes vai procurar o Menino para O matar (Mt 2,13).
Ao ouvir isto, José não se escandalizou nem disse: isto parece um enigma. Ainda há pouco
me davas a conhecer que Ele salvaria o seu povo, e agora não só não é capaz de se salvar a si
mesmo, como somos nós que temos de fugir, de empreender uma viagem e sofrer uma longa
mudança: isso é contrário à tua promessa. José não raciocina desse modo, porque é um
homem fiel. Também não pergunta pela data de regresso, apesar de o Anjo a ter deixado
indeterminada, posto que lhe tinha dito: permanece lá – no Egito – até que eu te avise. Nem
por isso levanta dificuldades, mas obedece, e crê, suportando todas as provas com alegria (São
João Crisóstomo, In Matthaeum homiliae, 8, 3; cf. É Cristo que passa, n. 42).
“suportando todas as provas com alegria”? Como São João Crisóstomo sabia disso?
(πάντας μετὰ χαρᾶς τοὺς πειρασμοὺς ὑπομένων))
José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito (Mt 2,14).
Quem levanta à noite não está alegre.
José estava com Jesus e Maria, portanto estava com alegria.

As dificuldades fazem parte do trabalho apostólico.


Qual é a maior dificuldade? As almas não correspondem?
Faltam pessoas para cuidar das atividades? Faltam recursos financeiros?

As principais dificuldades estão dentro de nós. Destaquemos a falta de paz e serenidade.


Apoiar a nossa confiança em Deus.
Há uma meditação muito bonita do nosso Padre sobre esta festa (19 de março de 1968):
para os que na Obra têm função de governo, São José parece-me excelente. Não intervém a
não ser quando é necessário, e então o faz com fortaleza e sem violência. Este é José (Josemaria
Escrivá, Em diálogo com o Senhor, 50; “São José, nosso pai e senhor”).
Uma qualidade: saber ouvir (José, o silencioso).
Como encontrar as palavras certas?
a boca fala do que transborda do coração (Mt 12,34)
Buscar o silêncio da oração:

Oração: rezar pelos nomes da lista.


A nossa oração. A oração renova a nossa esperança.

3. amissum Solymis quaeris et invenis, miscens gaudia fletibus.


(procuras o [Senhor] perdido em Jerusalém e encontras, misturando alegrias com choros.)
Eis que teu pai e eu te procurávamos cheios de aflição (Lc 2,48).
Nossa Senhora chama José de pai de Jesus.
Terceira atitude: perseverar no esforço. O apostolado supõe trabalho.
Vamos sentir muitas alegrias e muitas tristezas.
Olhai: que faz José, com Maria e com Jesus [...]? Entrega-lhes o seu ser inteiro, põe ao
serviço deles a sua vida de trabalhador. José, que é uma criatura, alimenta o Criador; ele, que é
um pobre artesão, santifica o seu trabalho profissional, coisa de que os cristãos se esqueceram
durante séculos, e que o Opus Dei veio recordar. Dá a Jesus a sua vida, entrega-lhe o amor do
seu coração e a ternura dos seus cuidados, dá-lhe a fortaleza dos seus braços, dá-lhe tudo o que é
e pode: o trabalho profissional quotidiano, próprio da sua condição (Josemaria Escrivá, Em
diálogo com o Senhor, 52; “São José, nosso pai e senhor”
Antífona da Comunhão: Euge, serve bone et fidelis: intra in gaudium Domini tui (Mt 25,21).
Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor.
Recomeçar: Voy a dejar el Patronato [Vázquez de Prada, v. 1, cap. 6, nota 112]
Ide e ensinai todas as gentes (Mt 28,19).
Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos (Mt 28,20).

Vázquez de Prada, v. 1, cap. 6, § 4


Vengo considerando [101] (começo)
São José: protetor (19/03/21: Butantã, ce nax)

Evangelho da Missa: Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus (Mt 1,16).

Deus vem ao mundo indefeso. No entanto, nos Seus planos, Deus queria que houvesse alguém
para proteger Nossa Senhora e Jesus.
Podemos contemplar São José como protetor.

Liturgia: Antífona de entrada da Missa: custodia, custodire, protectio.


Ecce fidelis servus et prudens, quem constituit Dominus super familiam suam (cf. Lc 12,42).
Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua casa.

Título de protetor. Oração a São José (depois da Missa)


Ó glorioso São José, Pai e protetor das virgens, guarda fiel a quem Deus confiou Jesus, a
própria inocência, e Maria, Virgem das virgens!

Gaivota: protetor

Todos nós necessitamos de proteção.


Don Álvaro no momento do falecimento do nosso Padre.
Noite de Natal de 2016, tertúlia em Villa Tevere: a cadeira vazia.

Como se apresenta a proteção de São José?

1. Ajuda
19 de março de 1935: fidelidade dos primeiros membros
Instalação do primeiro Sacrário: dificuldades (autorizações e objetos)
Já tinham: Altar, retábulo, Sacrário, castiçais.
Faltava: bandeja da comunhão, galhetas, sino etc.
“O Padre Josemaría fez uma lista desses objetos e guardou-a, pedindo a São José que alguma
alma caritativa lhos oferecesse. Foi grande a sua surpresa quando, na própria véspera da festa, no
dia 18 de março, o porteiro subiu à Residência com um embrulho que lhe tinha sido entregue por
um senhor” (Vázquez de Prada, v. 1, pp. 498-499).
O porteiro só disse que era um homem de barba.

Correntinha: Ite ad Ioseph.


“Este fato foi comentado por ele algumas vezes em meditações ou práticas, para fomentar a
confiança em Deus” (Juan Jiménez Vargas).

Lista de São José.

2. Abnegação desinteressada (sacrifício da própria imagem)


3 sonhos (os sonhos de José do Egito)
José, seu esposo, que era justo, não querendo difamá-la, resolveu deixá-la secretamente (Mt
1,19).
1º sonho:
1) José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido
vem do Espírito Santo (Mt 1,20).
Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua
esposa (Mt 1,24).
A abnegação leva à alegria: encontrar Maria e Jesus.
3. Coragem
2º sonho:
Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque
Herodes vai procurar o menino para matar (Mt 2,13).
José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egito (Mt 2,14).
O Egito: desconhecido. Exige coragem (fortaleza). Fé.

Das narrações evangélicas depreende-se a grande personalidade humana de José: em


nenhum momento surge aos nossos olhos como um homem apoucado ou assustado perante a
vida; pelo contrário, sabe enfrentar os problemas, ultrapassar as situações difíceis, assumir com
responsabilidade e iniciativa as tarefas que lhe são confiadas (É Cristo que passa, n. 40; “Na
oficina de José”).

Temos medo. Sentimos como somos frágeis.


Santa Teresa: impulsionou a devoção a São José. É recente.
Te Ioseph: composto por um carmelita. Tem pouco mais de 300 anos.

Santa Teresa era jovem e ficou muito doente:


Vi claramente que, tanto desta necessidade como de outras maiores (...), este meu Pai e
Senhor me tirou com maior bem do que eu lhe sabia pedir. Não me recordo até agora de lhe
ter suplicado coisa que tenha deixado de fazer. É coisa de espantar as grandes graças que
Deus me tem feito por meio deste bem-aventurado Santo e dos perigos de que me tem livrado
tanto no corpo como na alma (Santa Teresa, Livro da vida, cap. 6, n. 6).

São José foi um santo obscuro até a Idade Moderna, quando Teresa de Jesus promoveu a sua
devoção; mal se falava dele nos séculos anteriores. Passou oculto durante a sua vida e quis
também passar oculto durante muito tempo, aos olhos dos fieis de toda a cristandade (Do nosso
Padre; Meditações, n. 440; v. 5, p. 127).
O hino Te Ioseph.

4. Perseverança
3º sonho:
Levanta-te, toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que
atentavam contra a vida do menino (Mt 2,20).
José levantou-se, tomou o menino e sua mãe e foi para a terra de Israel (Mt 2,21).
Não há revolta. Não há altos e baixos.
É mais fácil perseverar ao lado de São José.

Lewis fala da decepção que acompanha qualquer empreendimento humano

“Portanto, esforce-se para alcançar a decepção (...) que certamente o acometerá durante
suas primeiras semanas na igreja.
O Inimigo permite que essa decepção aconteça no limiar de todo empreendimento humano.
Ela acontece quando o menino que ficava encantado no maternal com as histórias da Odisseia
começa a estudar seriamente a língua grega. Acontece quando os recém-casados dão início à
missão de aprender a viver juntos. Em todos os momentos da vida, essa decepção marca a
transição da aspiração sonhadora para a ação laboriosa.
O Inimigo prefere assumir esse risco porque Ele tem essa fantasia absurda de transformar
todos esses repugnantes vermezinhos humanos naquilo que chama de Seus (...) “filhos” (C.S.
Lewis, Cartas de um diabo a seu aprendiz).

A perseverança vem do amor. Amou Nossa Senhora e Jesus.


José amou Jesus como um pai ama o seu filho (É Cristo que passa, n. 55; “Na oficina de José”)
Antífona da Comunhão:
Euge, serve bone et fidelis: intra in gaudium Domini tui (Mt 25,21).
Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor.
Festa de São José (19-3-2020)

Fidelidade ao plano de Deus

semelhança com José do Egito: grande personagem


Thomas Mann, José e seus irmãos, Nova Fronteira, 2007
Padroeiro da Igreja: o decreto de Pio IX destaca a semelhança entre os dois Josés
não só o nome: mas a capacidade de interpretar os sonhos.

3 sonhos: cada sonho, uma virtude

1) receber Maria (Mt 1,20)


Virtude: santa pureza
Outra semelhança com José do Egito.
Virginum Custos (protetor das virgens)
Representações de São José como um ancião.
A castidade nasce do amor e, para um amor limpo, nem a robustez nem a alegria da
juventude representam qualquer obstáculo. Jovem era o coração e o corpo de São José
quando contraiu matrimônio com Maria (...). Quem não for capaz de entender um amor
assim, é porque conhece muito mal o verdadeiro amor e desconhece por completo o sentido
cristão da castidade (É Cristo que passa, “Na oficina de José”, n. 40).
a) já vivia (como preparou Nossa Senhora para ser mãe de Jesus...)
b) viveu ainda mais

Católicos do Japão: «Essi saranno celibi, avranno una statua di Maria, obbediranno al Papa di
Roma» (Robert Sarah, Dal profondo del nostro cuore, p. 89).

2) fugir para o Egito (Mt 2,13)


Levanta-te, toma o Menino e Sua mãe, foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise (Mt
2,13).
Virtude: fortaleza
Fortaleza interior mais que exterior.
Tentação de reclamar.
Forjada numa vida de trabalho.
José era um artesão da Galileia, um homem como tantos outros. E o que pode esperar da
vida um habitante de uma aldeia perdida como Nazaré? Apenas trabalho, todos os dias,
sempre com o mesmo esforço (É Cristo que passa, “Na oficina de José”, n. 40).
Evangelho apócrifo: Feliz de mim, porque Deus me deu este Menino (É Cristo que p., n. 50)
Trabalho: escola de fortaleza (perseverança, paciência, magnanimidade)

3) voltar para Israel (Mt 2,20)


Virtude: prudência
Nas diversas circunstâncias de sua vida, o Patriarca não renuncia a pensar nem desiste da
sua responsabilidade. Pelo contrário, coloca toda a sua experiência humana a serviço da fé.
Quando volta do Egito, ouvindo que Arquelau reinava na Judeia em lugar de seu pai
Herodes, temeu ir para lá. Aprendeu a mover-se dentro do plano divino e, como
confirmação de que seus pensamentos vão ao encontro do que Deus quer, recebe a indicação
de se retirar para a Galileia (É Cristo que passa, “Na oficina de José”, n. 42).
Pensar, entender o plano de Deus
Maturidade humana: vem da oração.

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