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Oneminute
Diagramação
Katherine Salles
Livro Digital
1ª Edição
Aline Damasceno
Sinopse
Nota sobre a série
Prólogo
Capítulo Um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Capítulo quatorze
Capítulo quinze
Capítulo dezesseis
Capítulo dezessete
Capítulo dezoito
Capítulo dezenove
Capítulo vinte
Capítulo vinte e um
Capítulo vinte e dois
Capítulo vinte e três
Capítulo vinte e quatro
Capítulo vinte e cinco
Capítulo vinte e seis
Capítulo vinte e sete
Capítulo vinte e oito
Epílogo
Bônus
Agradecimentos
Sobre a autora
Sinopse:
Cowboy protetor e infértil + virgem + bebê fofo + segundas
chances
pisava.
milionário não esperava era que essa promessa iria ser cobrada,
nove anos depois, por uma garota que fugiu com uma bebê que não
era dela e que precisava da sua proteção, muito menos que ao
um grande desafio para mim, já que sou uma escritora lenta e não
meu primeiro cowboy, não foi o livro que eu pensei para iniciar a
série, mas, sim, de um personagem que provavelmente passou
terá livros independentes, com início, meio e fim, cujo tema central
será homens poderosos virando verdadeiros papais babões.
favorito. Tinha sido um acidente. Vovó Lídia era uma das melhores
Senti a raiva ficar ainda mais forte em meu interior. Era hora de
homem do campo.
— Não!
agarre do homem, porém ele era muito mais forte do que eu. Logo
queda. Não era a primeira vez que faziam isso, mas, dessa vez, o
pela sua paciência, mas pela sabedoria que ele tinha, que não vinha
dos estudos, mas, sim, da vida, já que ele frequentou a escola só até
a primeira série. Zé mal sabia ler e escrever, eu que o vinha
arrogante que pisava em cima dos outros só por ter dinheiro. Eu faria
de tudo para defendê-lo, assim como ele me protegeu de mim
mesmo e de tudo o que eu poderia ser nesses anos todos, por isso
não entendia o porquê do Zé não me deixar tirar satisfação com meu
vô.
mais grosso com ele, principalmente quando o rosto curtido pelo sol,
cheio de vincos e enrugado, parecia triste e cansado.
Os cavalos relincharam.
— Trabaio para ele tem treze ano, Jão, e toda época de “seca”
é a merma coisa.
que tinha escutado em uma conversa com seus amigos, ele ganharia
milhares de reais com a exportação da produção, aproveitando a alta
do dólar.
queria.
sedosa, cujo pelo brilhava tanto quanto seus olhos negros. Era um
garoto.
as rédeas da minha própria vida. Até lá, Leôncio era responsável por
mim, mas a impotência era algo amargo, ainda mais quando veria
garganta ao pensar que em poucos dias ele não estaria mais ao meu
lado.
Fez que não com a cabeça outra vez, seu chapéu caindo ao
chão.
— Fui o primeiro qui ele dispensô, fio — fez uma pausa —, ele
nunca gostô de mim. Só durei por ser bão naquilo que faço.
infortúnios.
com que alguns fiapos de palha caíssem no chão. Meu peito voltou a
Poderá fazê muita coisa boa. Tem coração bão, diferente daquele lá.
— Eu…
gente não espera que seja pago — fez outra pausa —, só se for com
mais amor.
— Eu queria…
precisá de ajuda e eu não tiver mais aqui, cuida delas por mim?
— Eu prometo — afirmei.
costas.
brinquedo.
— Ca…ca! — No auge dos seus sete meses, a menininha já
Deus! Ela era tão linda com o seu rostinho redondo, bracinhos
alimentação da filha, ainda mais quando falava que o leite era muito
caro.
Nós duas nunca nos demos bem. Desde que eu vim morar com
tudo para ajudá-la, tentando deixar a vida mais fácil para ela.
conseguia aceitar o fato dela ser tão ruim com um serzinho tão
pequeno e doce.
sequer sabia o nome dos homens com quem ela dormia, muito
menos do que eles eram capazes de fazer.
que acontecia dentro de casa, e fiz isso porque minha tia mexia no
meu celular antigo todos os dias para saber se eu falava mal dela ou
que algo mude em minha vida eram baixas. Não tinha emprego, não
tinha uma casa e nem fazia faculdade. E a realidade era que havia
— Aqui!
seus olhos.
mais sonolenta.
havia dois na casa, pois, por mais que eu limpasse o da minha tia,
ele cheirava a suor e outros fluídos.
entreaberta caso ela acordasse, o que não ocorria mais com muita
frequência quanto quando era mais novinha.
suspiro.
terminaria.
Verônica fez cara feia para mim e senti o olhar lascivo do cara
energia nenhuma para reagir, nem mesmo para gritar. Meu corpo e
minha mente pareciam exaustos.
bater.
tocando o seu membro. Desviei o olhar, lutando outra vez para não
vomitar.
estava.
peito.
Não devem ter se passado nem quinze minutos, mas que para
mim tinham sido horas, e a porta foi aberta.
demais.
Você me perdoa?
Fitou-me com os seus olhinhos cheios d’água e eu traguei em
seco, principalmente quando ela falou a sílaba “Na”.
conseguiria.
Eu não merecia.
Não tínhamos nenhum lugar para ir, mas qualquer local era
melhor do que aqui.
Enquanto colocava as coisas dela numa bolsa, trabalho
dificultado por usar uma mão só, pois não queria me afastar um
centímetro sequer da minha princesa, não sei por que motivo lembrei
da promessa feita pelo homem que o meu tio Zé tinha amado como
se fosse um filho. Ele disse que iria ajudar tanto a minha mãe quanto
Isabel estava menos agitada. Sabia que eu teria que andar bastante
até alcançar a Sombra da Terra e precisava de pelo menos de um
pesadinha.
E por mais que eu tivesse tentado dormir um pouco durante a
ser pega em flagrante indo embora com a bebê por algum vizinho ou
uma criança.
garrafa.
ela, que a agarrou e começou a sugar com força o bico. Ela não
tomava.
acalentou.
Olhei para o céu, vendo que o sol se tornava cada vez mais
fraco, com isso, sua luz se esvaía. E a diferença de temperatura de
abater.
Eu tinha ido longe demais para desistir.
Com o coração apertado, pedi aos céus que ela não ficasse
com insolação.
Sei que estava sendo tola, ainda mais quando segundos atrás
estava aliviada por ter alguma ajuda, mas colei o corpinho da bebê,
velho do que realmente era. Sua pele estava queimada pelo sol.
por quê, senti uma pontada de decepção por não ver nos olhos
verdes escuros, sérios, nenhuma centelha de reconhecimento.
ele não pudesse ver, já que havia me dado as costas. Não tinha por
— Você pode usar o banco como apoio se quiser. Não tem por
bolsa para tirá-la dos meus ombros. Para meu constrangimento, emiti
— Compreendo.
Tentei subir o degrau do veículo, agarrando a porta enquanto
dentro.
Eu achei uma gracinha o apelido que ele deu para ela, mesmo
tendo a conhecido há apenas alguns minutos. Belinha era a minha
estrela, que veio para iluminar a minha vida, trazendo luz quando a
minha tia tinha transformado tudo em escuridão.
ursinho?
sequer do chapéu.
toda empolada.
— Filha? — sussurrei.
tapas que levei da minha tia. Mesmo que eu não tenha provocado
— Sim, é — concordei.
é?
nos braços.
perante a ideia de ele ter uma família. Deus! Eu deveria estar mais
cansada do que imaginava por estar tendo esses pensamentos
incoerentes.
Belinha riu.
motorista.
arrepiados.
— E-eu… — gaguejei.
assento.
Respirei fundo.
— Não.
a velocidade lentamente.
com seu lábio superior mais cheio do que o inferior. Sua boca era tão
linda, tão sedutora, que eu me imaginei colando a minha na dela,
de se tocar.
forma que mexeu com meus brios e fez com que uma onda de raiva
quando as encontrei.
ficou em branco.
— Nós nos conhecemos, moça? — questionei. O silêncio entre
nós dois só era quebrado pelos barulhinhos da menina, que emitia
— Sim e não.
— Não compreendo.
— Mesmo?
Meu coração começou a bater mais forte mas, dessa vez, não
ar.
pareceu se intensificar.
Caralho! Doía. Era dilacerante não ter mais aqueles momentos
com o Zé, ouvir sua risada, escutar seus causos, vê-lo tomar uma
cachacinha no final do dia, notar o orgulho que ele tinha de mim em
império Fontes.
Respirei fundo.
ao recordar não apenas das histórias que ele havia contado sobre a
criança espoleta, pela qual Ricardo era completamente apaixonado,
vitimou os dois.
Engoli em seco.
Fiquei tenso.
deixado faltar nada a ela durante esse tempo, e não seria agora que
— O quê? — murmurou.
— Não precisava ter vindo até aqui para isso — continuei,
pensava!
— Não sei, dei uma mamadeira para ela, mas já faz algum
Balancei a cabeça.
concordando.
Pisei no acelerador para colocar o veículo novamente em
movimento.
— Tudo bem.
o meu rosto enquanto a outra tentava pegar o meu chapéu, mas, por
mais que eu me sentisse ligado a bebê, eu sabia que ela não ficaria
em minha vida, já que eu daria o que quer que fosse que Natalia
a bolsa pesada.
Abri a porta e, assim que entrei, dei um passo para o lado, para
Dei de ombros.
continuou.
quarto de hóspedes.
em direção ao cômodo.
— Certo.
— Vou pegar.
Isabel ainda se agitava, mas seu chorinho era muito mais baixo.
menina cair.
contato causou no meu corpo e que fez com que o meu coração
batesse acelerado.
Inferno!
próximo a bacia.
— Caso precise, tem toalhas e uns itens de higiene aqui — falei
em um tom rouco, ao abrir a porta do armário de canto, mostrando o
que tinha ali para ela.
— Okay.
— Acho que não. — Passou por mim indo até o box. Assim que
ela colocou a menininha na água, a pequena que ainda chorava
emitiu um gritinho de alegria.
roubou o fôlego.
Tolice.
Eu sabia que o que quer que ela tivesse para falar, eu não
gostaria de ouvir. Nem um pouco. Havia muitos pontos desconexos e
sem respostas.
— Acho que deve ter sido um dia difícil para você também —
murmurei. Tinha que ter um pouco de empatia, principalmente
— Claro.
fortemente para que fossem boas notícias, pois duvidava muito que
teria alguma na manhã seguinte.
Capítulo cinco
— Até amanhã.
Dei um último tapinha nele e acariciei alguns animais que ainda
Era mais um hábito do que uma fiscalização de fato, pois sabia que
os meus pensamentos.
turbilhão.
Lutar contra mim mesmo e meus impulsos foi bem difícil. Agora,
para ela e seu desconforto por isso tinha ficado mais do que
evidente.
Merda!
pelo brilho das estrelas, conhecia bem demais aquele caminho para
não um gesto que nem mesmo sabia que ansiava, um feito por uma
namorada ou esposa, que estaria me esperando voltar do trabalho.
no cômodo.
Merda!
que ela não se sentia segura na minha casa, mesmo vindo até mim
em busca de ajuda. E se eu tivesse alguma dúvida do medo dela, a
faca que segurava entre seus dedos, e que tinha passado
A vi engolir em seco.
— Eu…
a pia.
quando disse isso fez com que eu me sentisse ainda mais empático
com ela.
minha direção.
suavemente.
também…
Acho que mais dez minutos e está pronto. É simples, mas se você
quiser comer também… — murmurou.
— Certo.
rapidamente.
Sem dizer mais nenhuma palavra, com passos largos, fugi dela,
não parecer uma tola perante João Miguel, já que tinha dito a ele que
estava com fome, mas não tinha feito nenhum movimento para
comer, ficando apenas o observando.
Sabia que isso era errado, ainda mais na situação tão delicada
pouco.
Estava mais do que claro que enquanto ele era um homem feito
— Acho que faz tempo que não como algo tão bom —
muito bem.
— Obrigada — respondi.
não dizia apenas da boca para fora que estava bom. Coloquei uma
sorrisinho satisfeito.
Tola. Infantil.
mãos para comer, fiz o mesmo. — Mas nem tudo que você utilizou
— É…
enquanto jantávamos.
brilho nos olhos dele arrefeceu e ele pareceu ficar taciturno. Até diria
tenso.
para ele, das suas propriedades, para uma pirralha como eu.
Respirei fundo, ignorando a pontada de decepção.
em suas feições. Chorar por ter quase cem por cento de certeza que
a benevolência dele iria ruir em poucos minutos.
— Natalia? — insistiu.
— Sei que não é justo com você, João Miguel — falou baixinho
pouco contrariado.
acabasse concordando.
— Obrigada.
enganar.
— Quer que eu prepare o café? — perguntou suavemente.
mesmo faço.
para tocá-la.
Raios!
— Mas…
— Certo — murmurei.
Quando ouvi os passos dela se afastando, reuni as louças e
levei-as para a pia. Depois, coloquei a água para esquentar e montei
sentir tão bem só por ela estar me observando. Muito menos tão vivo
e...
e traiçoeiro.
Ela emitiu um som abafado, quase que um gemido de dor, e
— Sei que não agi certo quando me mantive distante, que não
generosidade dela.
financeiramente — sussurrei.
você e da sua mãe se ele viesse a faltar, mas pelo visto eu falhei, já
que você nem mesmo sabia a existência do dinheiro que mandava
socar a mesa com força até que minha mão latejasse com a dor. Só
não agi como um ignorante, pois sabia que ela poderia se assustar,
mas a culpa e a raiva que eu sentia por não ter insistido em fazer
era potente.
Caralho!
pungente.
do homem desconhecido.
—, não pude fazer nada para protegê-la. Sou tão culpada quanto
eles.
Foi a minha vez de fazer que não com a cabeça, mesmo não
Porque eu não tinha nada para oferecer a ela e, até ontem, eu era
menor de idade.
desesperada, mas isso não apaga o fato de que eu fugi com uma
criança que não é minha, João Miguel. O que eu fiz, mesmo que a
— Eu te entendo — murmurou.
Limpou a trilha úmida das lágrimas com mais força do que era
era tão suave. Minhas mãos tão ásperas… Dei um passo para trás.
— O quê? — perguntei, tentando compreender por que ela
lágrima escorreu pela sua bochecha. — Acho que fui longe demais
com força.
Pensei que ela não iria atender o meu pedido, mas, depois de
Natalia — minha voz soou rouca. — Sei que você não me conhece,
nos vimos pessoalmente apenas uma vez, mas, através do Zé, você
deve saber um pouco quem eu sou. Posso não ter todas as minhas
dormir à noite.
errado era achar que ela era perfeita para os meus braços, me
sentindo tão bem em tê-la contra mim.
Porco maldito!
pouco para trás para me fitar. — Obrigada por manter a sua palavra.
cintilando de alívio.
meu tom ficou mais rouco —, ela poderá nos instruir melhor no que
fazer.
Assentiu. Ficamos em silêncio, ainda naquele abraço e naquela
troca de olhares que fazia miséria em meu interior, até que um
— Claro, moça.
que…
bastante.
— Okay.
Emitiu um bocejo.
noite, moça.
apontando.
— Sim, mas…
crescem rápido.
seriam bem mais práticos para o dia a dia dela para quando ela
começasse a engatinhar. Quase uma hora depois, finalmente
deixamos a loja, comigo empurrando o carrinho e João segurando
a mim também.
pensava.
favor.
Ele era tão carinhoso com ela que dava vontade de chorar,
principalmente pela menina nunca ter tido uma figura paterna que
zelasse por ela, que a protegesse e também lhe desse amor, coisas
que, em menos de vinte e quatro horas, o cowboy parecia ter dado a
ela.
Vê-los juntos fazia com que meu coração parecesse ser feito de
manteiga. Suspirei.
recompor.
peças da nova coleção que tenho certeza que você irá adorar.
Olhei para as roupas em uma das araras e não posso dizer que
experimentar.
é mesmo, Estrelinha?
éramos namorados?
nenhum som para negar. Eu tinha sorte, verdade, mas não pela
razão pela qual ela achava que eu tinha.
infantil.
maduro demais para sentir atração por uma jovem que mal tinha
— Perfeito! Você pode dar uma olhada nas roupas que estão
nos cabides enquanto pego alguns modelos que temos no estoque.
peças ali expostas. Não podia negar que quanto mais eu olhava os
sentindo um nó no estômago.
cores…
— Hm…
forma que fez com que minhas pernas ficassem um pouco bambas,
então rapidamente adentrei no provador, puxando a cortina,
peito.
adolescentes. Ele tinha mil motivos para achar que eu era estranha.
me fala.
— Okay.
Fechou a cortina, me deixando sozinha.
que via cobrindo o meu corpo. Achava que por causa dela as
pessoas tinham olhado com estranheza para mim. Não sei como a
mim.
soar do outro lado, parecendo um pouco ansioso, e isso fez com que
eu ficasse ainda mais nervosa.
— Estou saindo.
eles passavam.
lindas do mundo, o que sabia que estava longe de ser verdade. Até
mesmo esqueci das manchas e machucados pelo meu corpo. Minha
autoestima, que sempre esteve em segundo plano, pareceu explodir,
havia nele. Minha boca ficou seca e senti um comichão no meio das
minhas pernas, que me deixou mais constrangida pela impropriedade
do meu comportamento.
Assenti.
— Tá bom.
Segurando a menininha chorosa, fiz malabarismo para abrir a
porta do veículo e, rapidamente, peguei o que precisava e voltei,
abobada.
mamado.
Fiz o que ele pediu, não uma, mas várias vezes, ainda assim,
de uma vez, mesmo que isso significasse não ver a minha menininha
Sabia que não poderia viver fugindo, não sem dinheiro e sem
ao segurar a minha mão, que estava escorregadia pelo suor frio. Ele
expressão cheia de compaixão. Ali, ele não era o homem que tinha
me feito sentir mulher durante as compras, mas, sim, o amigo, o
porto-seguro que eu tanto necessitava nesse momento. E eu temi
ele.
— Obrigada — murmurei.
Ela era preta, com cabelos nos ombros. Veio em nossa direção
Engoli em seco.
— Certo, Rubia.
Tentei sorrir para ela, mas com certeza meu sorriso deve ter
sabia dizer.
abuso?
estava desfocada.
provavelmente será.
— Entendi.
Senti um fiozinho de esperança crescer em meu interior,
mesmo que não devesse. Olhei para João Miguel e, ainda que
continuasse tenso, seu maxilar não parecia tão rígido. Nossos
casos, na verdade.
— Tenho que ser honesta com vocês dois. Faz um bom tempo
— Sim — assenti.
— Não sei.
Pensei em dar o meu celular para ela, mas confesso que não
bolsa. Torci fortemente para que não fosse necessário ligar para ela.
Por mais que não devesse e que soubesse que estava sendo
e quatro horas sem ser exercitado, adotava um ritmo cada vez mais
sim, nas malditas curvas do seu corpo, que ficaram ainda mais
veias.
estampada em sua face ao perceber meus olhos sobre ela. Justo eu,
um velho que teve sua quota de aventuras quando mais novo, tendo
empinar.
ideia? Tudo bem que tinha sido uma tentativa de alegrá-la, até
mesmo elevar sua autoestima, mas eu não contava que eu não
conseguiria me controlar e agiria como um desgraçado.
— Sim, senhor?
refresco.
Diabos! Eu não deveria ficar tão contente por ela ter preparado,
de novo, café para mim, mesmo assim, eu ficava radiante como o
otário que eu era. Era algo banal, mas me sentia paparicado pela
garota. Cuidado, talvez fosse a palavra certa.
nada melhor. Bem, talvez pão de queijo feito com queijo canastra...
Não era uma mentira. Queria que a garotinha fosse feliz ali.
Estrelinha?
uma caretinha para ela antes de voltar a dar atenção para o seu
pratinho de frutas.
amassada.
e ela riu.
irritada.
— Vem cá com o tio — falei, pegando-a no colo antes que
começasse a chorar.
da mesa.
mas, para o meu alívio, ela logo ficou interessada em outra coisa.
dar uma volta pela fazenda, para tomar um sol. Ainda não tive
do líquido.
— Tenho, mas não tem nada urgente, pode esperar — fiz uma
pausa, pensando se estava sendo pedante demais —, mas se eu
estiver incomoda…
— Fechado.
A risada escapou antes que eu pudesse contê-la, fazendo com
que a menina no meu colo se assustasse. O choro dela ecoou no ar,
ferindo os meus ouvidos.
— Ooh, Estrelinha!
— Uma bonequinha.
Não resistindo, estiquei a minha mão e acariciei a face da
refletisse muito.
apaixonado pela criança não significava que ela era minha, isso
garotinha.
Engoli em seco.
— É, isso.
Natalia riu, mas riu tanto que a menininha ficou agitada em seus
— Vamos? — falei.
mim era quase que sair desnudo por aí. A peça era parte de quem eu
era.
região.
— Ele às vezes exagerava demais — comentei.
presunçoso.
— Hum.
— Entendi.
— Sim.
— Hm.
— Tudo bem.
sobre mim feito uma cascata. Saber que a minha Estrelinha gostava
amava.
Focando na menininha no meu colo, a conduzi até que
diversão.
— Só com carinho…
até mais.
Leôncio.
gesto amigável. — Meu tio disse que seu avô não era um homem de
bom de coração.
Por mais que isso fosse um fato, só nesse instante que me dei
realmente conta dessa realidade. Éramos duas pessoas que, de
nas mãos de quem deveria zelar por nós. Senti um certo amargor na
descarregando meu amargor, não só pelo meu avô, mas também por
mim, nas palavras —, mas o mundo está melhor sem ele. Leôncio
um alívio.
— Ele podia ser o meu avô, mas não tenho orgulho de ter o
— Eu também…
respeitasse...
liberta mais quem perdoa do que aquele que é perdoado, eu não era
capaz de relevar os erros de do meu avô. Eu era humano. Um bem
coisas — murmurou.
querê-la.
inexperiência.
pareciam.
Diabos! Aquela era a sobrinha do Zé, a menininha dele. Ela era
a última mulher pela qual eu deveria me sentir atraído, mas por mais
que eu tentasse colocar isso na minha cabeça dura, a atração
— É.
Pareceu pensativa.
anseios e desejos.
— E? — Ela insistiu.
também.
— Não, mas…
— Senhor Fontes?
Inferno…
franzido.
pisando duro. Como diz o ditado: tudo que é bom dura pouco, mas o
pouco tempo que dura é suficiente para deixar saudades.
— Ara, moça!
— Impossível.
cima dela, um merda que fitava todas as suas curvas com cobiça
quando ela não estava olhando. Eu era uma besta depravada que
Por desejá-la.
dez dias, vinha fazendo um estrago em mim, por mais que eu lutasse
falando pelos cotovelos sobre o meu dia, sobre a terra, sobre minhas
cadeira, sem jeito, e olhei para o relógio na parede, vendo que ainda
eram nove da noite.
ouvir sua voz, ver os seus sorrisos, sentir o cheiro gostoso dela e
também o seu calor, mesmo que isso resultasse em uma verdadeira
tortura para o meu corpo e mente, mas acho que valeria a pena
aquele martírio.
Tomei mais um gole do café, que já estava frio e que parecia
bem mais amargo na minha boca do que realmente era, ao pensar
que ela poderia dizer não, colocando um fim no meu anseio.
— Combinado!
ver. — A única coisa que peço é que não comente a beleza dos
moços.
da película e que ela nunca teria contato, me deu asco. Porra! Isso já
era doença.
comentário ridículo.
— Isso eu lavo.
tocar.
boca, por querer sentir o seu sabor e doçura, testando se eles eram
acelerada.
notebook fechado.
Falei para ela e, agora sabendo que eu não iria brigar, começou
— Parece bom.
— Você nem olhou a sinopse, João! — Parecia indignada.
Porra, Natalia radiava por uma coisa tão boba que era difícil
não me sentir atraído pela luz que havia nela, pela sua inocência…
dela irradiando para o meu, o que deixou meu corpo retesado, tenso.
Meus pelos todos ficaram eriçados.
mulher proibida para mim. Eu era um bosta. Era errado, mas, mesmo
assim, continuava me aproveitando do contato do corpo de Natalia
afinal, era aquilo o que eu mais queria naquela noite. Lidar com a
minha consciência ficaria para mais tarde, pois sabia que ela pesaria.
atenção na história.
casal.
fitou.
apaixonando.
— Romântica — provoquei-a.
Tentei ver o filme, já que ficou mais do que óbvio que ela iria
fazer comentários de cada uma das cenas, mas era difícil prestar
atenção quando tudo o que atraía minha atenção era a mulher nos
meus braços, as reações dela, até mesmo os suspiros pelo mocinho
bonitão. Eu estava fascinado pela animação dela, pelos seus
Senti meu sangue agitar nas veias, não pelo filme ou pela cena, mas
pelo desejo que senti por Natalia. Por mais que eu lutasse para
reprimi-lo, aquela ânsia era um vulcão adormecido que entrou em
erupção.
Para, caralho!
pareceu mais curta. Estava prestes a ceder, mas ela, com mais juízo
do que eu, ruborizando, parecendo igualmente desconfortável,
balançou a cabeça em um movimento sútil e voltou a encarar a tevê,
pondo um fim naquele escrutínio.
— Ele é um amor.
Suspirou de um jeito apaixonado, e eu fiz uma careta, uma
pontinha de ciúmes ridículo brotando no meu peito.
— Tá, moça, não está mais aqui quem falou… — fingi que me
tinha.
meus lábios.
Um arrepio percorreu toda a minha medula espinhal, e eu senti
companhia dele por mais tempo nessas últimas noites, mas estava
falhando. Eu ficava com o coração acelerado, pegava-me suspirando
me aconchegar nos braços dele hoje. Não podia negar que esse
escolhido.
mão na barba.
acordasse a bebê.
devagar.
específico. Hoje, mais velha, suspeitava que era porque ela teve o
seu coração quebrado por alguém...
esse trecho.
— Deus!
Ri, mas ri tanto que tive que passar a mão sobre os olhos para
conter as lágrimas.
Coçou a barba.
— Talvez... — admitiu.
Ele riu.
Não sei quantas músicas da rádio havíamos ouvido e
cantarolado juntos, ou até mesmo quanto tempo ficamos ainda ali
conversando, a única coisa que eu queria era que, como nos outros
dias, tão cedo a noite acabasse, mas seria injusto com o cowboy, já
que ele acordava antes das seis todos os dias para andar a cavalo
ou para domá-los.
ao meu, rígido, fazia com que eu ficasse mole com o desejo, e vários
arrepios prazerosos me percorriam da cabeça aos pés, choques que
as minhas costas.
Sem resistir, ergui meu rosto para fitar o cowboy e o encontrei
me fitando.
abraçar.
— Boa noite.
céu. Foi impossível para mim não o comparar o breu da noite com o
vazio que ficou depois de ele ter ido dormir, por mais tolo que fosse.
toalha.
substituí a orelha da pelúcia por ele, não sem antes receber uma
se divertir.
uma outra temia o silêncio dela e as maldades que ela poderia fazer.
meus braços.
Deus! Mas era tão boa essa falsa sensação de liberdade que
Miguel e perder tudo aquilo que ele representava. Dei um sorriso e fiz
um muxoxo ao pensar que ele não poderia ser para sempre o meu
cada dia que passava, ficava mais apegada ao cowboy, e não era
para menos. Ele brincava com ela, a beijava, a levava sempre para
ele tinha por ela, não conseguia usar outra palavra para definir os
gestos de João pela bebezinha, era a minha perdição.
que ele não fosse bonito, pelo contrário, João era o homem mais
lindo que eu já tinha visto, e quando sorria, sentia algo se derreter
dentro de mim, mas a minha paixão era uma emoção forjada no
vida ao meu redor. A única coisa que estava ciente era que o calor
do sol se tornava cada vez mais fraco.
sujos.
— Boa tarde, moça — levou a mão ao chapéu imundo.
Dei uma risada da carranca que o cowboy fez por não ter mais
suas calças.
forte, tinha sentido toda sua força quando estive nos braços dele e
também tinha visto seus antebraços várias vezes desnudos, mas
nunca imaginei que a musculatura das costas dele fossem tão bem-
Senti certa vergonha quando fitei a lombar dele, que tinha “duas
Era a primeira vez que olhava para as nádegas dele. Não tinha
reparado que eram tão bonitas.
mas não se passaram nem mesmo trinta segundos antes que meu
— Pare...
bonito, gentil e protetor, outra era ter sentimentos carnais por ele.
Querer beijá-lo, tocá-lo e senti-lo só complicaria a minha situação já
frágil.
pouco tempo.
seu corpo.
Quis virar o rosto, escondendo-me, morta de vergonha por ser
pega em flagrante, mas era tarde demais.
— Não vai chorar por uma coisa tão idiota, Natalia — murmurei
para mim mesma, contendo a vontade de me abraçar.
— Na-na — a menininha, até então esquecida, achando que
estava falando com ela, começou a gritar as sílabas confusamente.
Ela não soltou os fios, pelo contrário, segurou com mais vigor,
certa e, uma hora depois, após mais choro quando a tirei da água,
ela sugava a mamadeira, parecendo agora bem mais calma,
plantação.
Ergui a mão para tocar o meu cabelo, porém logo a abaixei com
força sobre o meu colo, sem querer resvalando pelo meu pênis,
perverso.
corpo dela e aquilo que lhe dava ainda mais prazer, até que por fim
masturbar pensando nela, naquele desejo inocente que via nos olhos
de Natalia, era me comportar como um maldito filho da puta.
estar pouco se fodendo para isso, pois até mesmo tinha sonhado que
que Natalia não compreendesse. Ela era inocente demais, eu, mais
maduro. era por isso que eu precisava ser forte por nós dois, mas
não está sendo fácil.
para respirar e da terra para viver, além de que eu também não podia
negar que eu sentia falta do jantar, das perguntas da garota de como
foi o meu dia, dos olhares proibidos que eu e Natalia trocávamos, e
fora da casa.
fórmula mágica para acabar com aquela loucura, porém quanto mais
eu fitava a noite, mais ferrado eu me sentia.
frente.
se fosse uma cascata, batendo bem próximo à curva suave dos seus
quadris. Torturei-me ainda mais quando percebi que usava uma
Infernos!
atenção para o seu colo. Por cinco segundos, imaginei a minha face
enterrando-se ali.
Mesmo que não fosse uma boa ideia no meu estado volátil, eu
a para mim.
gatinha ferida, sua cabeça pousando sobre o local onde meu coração
batia acelerado.
mim conforto.
ela sorria.
quando escutei a voz da minha tia. Não tinha ideia de como ela tinha
me achado, mas eu fiquei paralisada enquanto a menina ainda
corria.
seduzi-lo.
que tinha feito isso mesmo, e ainda por cima tinha gostado… —
não fosse eu, mais ódio ainda por saber que ele tinha dado prazer a
grande absurdo.
de beijá-la.
que dizia que com relação a Natalia não era bem assim…
— Hm.
Voltou a se aninhar em mim, interrompendo nossa conexão.
— Só você mesmo.
mais alguns.
Não quis pensar no homem que daria o amor que ela sonhava,
que a faria feliz, e que a teria em seus braços dias e noites, bem
como o corpo nu e sedento dela de encontro ao dele... Pensar nisso
apesar de trabalhoso.
O desejo dela de ser mãe só mostrava para mim que, por mais
rilhando.
Além das fantasias eróticas que eu tinha com ela, uma parte de
Dei de ombros.
amargo.
travada.
daquela forma percorresse meu cérebro, mas logo foi afastado com a
ânsia de tê-la. Com um suspiro, delicadamente, fiz a língua dela
deslizar contra a minha, ao mesmo tempo ensinando e aprendendo.
Nela.
pouco sua cabeça para o lado para ganhar mais acesso a sua
cavidade morna e convidativa, tomei o controle do beijo, provando
cada cantinho da sua boca antes de voltar a entrelaçar nossas
línguas, exigindo que ela se entregasse para mim.
com lambidas, apenas para voltar a descer, dessa vez, minha boca
encontrando a base da sua garganta, onde eu podia sentir sua
pulsação acelerada. Deixei um beijo e uma pequena mordida,
sugando aquela região sensível, o que arrancou vários sons baixos
dela.
para fora dele, fazendo com que eu caísse em uma poça de lama. E
a queda tinha sido das grandes.
se espalhava por todo o meu corpo e que fazia com que o interior do
meu sexo se contraísse, ansiando por ser preenchido pelo volume
debaixo de mim.
mim, mas ele não atendeu ao meu apelo, pelo contrário, apenas
ergueu o rosto para me encarar com os seus olhos verdes repletos
— João?
completamente insegura.
ou sei lá...mas ele não estaria tão excitado e não teria ficado me
erro.
— Não entendo.
— Natalia? — insistiu.
ele me impediu.
confusão de sentimentos...
Mesmo que tenha dito que não deveria ter-me em uma posição
tão imprópria, não fez nada para me tirar de cima dele. Ele era tão
contraditório...
Subitamente, ele ficou sério, até mesmo sombrio. — Mesmo que isso
não fosse o suficiente, ainda existe o fato de que…
Ele pareceu vulnerável e eu segurei o rosto dele em concha,
querendo oferecer algum conforto, ignorando o fato da sua barba me
pinicar.
honra, esse fato eu não posso mudar. Eu não posso realizar esse
seu sonho.
que subia e descia acelerado. Mesmo que não devesse, senti minha
— Nós…
que eles estavam condenados a não realizar esse ideal. Não gostei
a escuridão.
iria sofrer muito pela rejeição dele, mas, sim, pelo homem que
guardava uma tristeza tão profunda dentro de si…
Capítulo dezessete
mecânico, a única certeza que tinha era que o meu corpo estava
exausto pelo esforço, enquanto a minha mente não conseguia me
isso, mesmo depois de deixar claro que nós dois não tínhamos futuro
e de estar consciente de que, se eu cedesse, isso só a faria sofrer,
mas lutar contra aquela ânsia estava se tornando cada vez mais
manter longe dela, porque sentia falta dos sorrisos, da risada e das
sentir suas unhas raspando na minha pele, senti o meu corpo arder,
Merda!
carga precisa sair daqui até às três horas para estar na Central de
Abastecimento antes das dez.
— Tá.
despedida.
vez nus, quando eu gozaria chamando pelo nome dela, que estava
gravado não apenas na minha mente, mas também na ponta da
minha língua.
com força.
sentindo-me desgostoso.
Dirigi por mais alguns minutos, com o humor meio volátil. Ao
estacionar o carro, peguei o chapéu em cima do assento do carona,
colocando-o na cabeça, torcendo secretamente para que a minha
reconheci como ciúmes. Era a primeira vez que eu sentia isso com
minha. Eu poderia demiti-lo, como meu avô costuma fazer com quem
o contrariava, mas isso não me faria melhor do que Leôncio, e a ideia
também…
— Senhor Fontes.
garotinha!
meu chapéu.
— Depois darei uma passada por lá para ver como ela está —
isso.
ela me deixava, fez com que o meu ciúme tóxico se tornasse ainda
— Claro…
Fiquei mais tenso enquanto torcia para que a garota não fizesse
anuviar o clima.
jantar.
Era quase que uma pergunta retórica, já que fazia quase uma
hora que ele tinha levado uma bebê inquieta e chorosa para o
bercinho.
Por mais que João tenha dito que não poderíamos ter nada um
com o outro, eu via o desejo que ele sentia por mim no modo como
tinha.
Tive muito tempo para ponderar e meu coração dizia que não
ser beijada por ele, de como me senti ao ter os seus lábios deixando
contrário, ficou parado atrás de mim, tão próximo que eu podia sentir
a sua respiração contra a minha nuca.
da conexão que sempre nos unia, havia aquela chama que crepitava
entre nós dois que sentia que poderia nos incinerar.
desejo.
frustração.
imaginar.
Eu sabia o que ele iria falar e não iria deixar que o cowboy se
Você diz que isso acabará com o nosso relacionamento, mas existem
tantas outras coisas que podem colocar um fim em tudo…
— O que sinto por você é mais forte que uma simples atração,
logo voltar a adotar um ritmo lento, que só fazia com que a tensão
acumulada no meu baixo-ventre se tornasse mais intensa. E eu não
era a única, já que sentia o pênis de João ficar ainda mais duro
contra mim.
euforia. Não tive tempo de rir, pois, segurando o meu rosto com mais
lentamente, ele fez com que eu abrisse a minha boca para recebê-lo,
pedaços ainda nunca tocados, fez com que eu arqueasse meu corpo
de encontro ao dele, querendo que nós nos fundíssemos, mesmo
verdes estavam mais escuros pelo desejo e o som rouco que saiu
dele acabou com toda a minha insegurança, então, sem hesitar, fiz o
carnes.
beijei e o toquei com mais fome, sentindo a solidez dos seus braços,
forte.
encontro a ele.
— Gostosa demais, moça — murmurou com voz rouca,
inspirando fundo, provocando pequenos tremores em mim, antes de
prova?”, mas a vergonha foi bem maior, não sabia o que ele acharia
da minha provocação.
apesar que, nesse momento, eu queria ser mais experiente para ele.
gritinho, cravei minhas unhas nas suas costas, com medo de cair.
gemido de ambos.
— Gostei disso — provocou-me, deixando um beijinho no canto
da minha boca.
Ele colou seu corpo nas minhas costas e meu bumbum roçou
no seu pênis excitado. Em silêncio, torceu os meus cabelos e jogou
as mechas para a frente. Suspirei ao sentir as pontas dos dedos dele
emocionava.
— Uhm…
— Hum.
— É... acho que não vou durar muito tempo, Natalia..., — sua
voz saiu entrecortada quando ele brincou com as minhas dobras, e
uma tensão irracional passou a me consumir —, mas eu farei você
estremecer primeiro.
não sabia ao certo o que era, a única certeza que tinha era que seria
intenso.
turva.
meus pelos.
erógenas.
— Deus — blasfemei baixinho, sentindo-me convulsionar,
quando ele traçou círculos na região do meu umbigo e fez mais
movimentos sobre o meu ponto de prazer, dessa vez, sem nenhum
comedimento.
que só crescia dentro de mim, até que, com um estímulo mais forte e
um pinçar diferente sobre a minha carne dura e sensível, senti que
estilhaçava. Uma sensação poderosa, indescritível, tomou o meu
Poderia ser a minha primeira vez, mas eu soube que ele tinha
encontrado o mesmo prazer que o meu.
seios na sua roupa era delicioso e fazia com que o meu sexo se
contraísse em um espasmo.
— Perfeitos… — me contradisse.
Sorriu, e notei que não estava sendo gentil, pelo contrário, ele
parecia um animal faminto que a qualquer momento me devoraria.
que me varreu.
quando senti as mãos dele baixando o meu short junto com a minha
calcinha nada sexy, lentamente, torturando-me ao roçar os dedos
pelas minhas coxas.
— Não! — Cortou-me.
primeiro.
— Sim, sempre, moça, preferiria me agredir a te fazer mal.
para trás, sem remover a camisa, fitei o seu peito forte subindo e
descendo acelerado. Abaixando os olhos, percorri lentamente pelo
seu abdômen cheio de gominhos, parecendo não ter nenhum grama
de gordura, até que, ousada, encarei o cós do seu jeans. Ver seu pau
excitado fez com que minha boca secasse e o desejo reverberasse
na minha vagina.
Ruborizei ao voltar a olhar para o rosto de João e ver que ele
esperava que eu o tocasse ali. Bem, eu iria, mas não agora, o
torturaria mais um pouco, apenas olhando, mas logo apenas encará-
lo foi insuficiente e eu espalmei minhas mãos em seus ombros, o
— E gostosão.
Não sabia muito bem o que fazer, mas o brilho nos olhos dele e
a respiração entrecortada eram incentivos para que eu deslizasse
novamente.
— Céus, moça!
— Caralho! Sim!
quando passou uma perna minha por entre seu corpo e fez a mesma
coisa com a outra. Segurando minha cintura, encaixou-me melhor
contra ele, sentada.
— João?
mais fácil.
dentro de mim.
aproveitava para me movimentar sobre ele, mas aquela dor que vez
ou outra aparecia impedia-me de ir junto com o cowboy. Como se
soubesse o que eu precisava, comigo ainda o cavalgando, inseriu um
dedo dentro de mim e encontrou o meu clitóris.
Eu tinha sorte. Muita sorte, mesmo achando que não era digna
dela.
Suspirei, apreciando o fato de ter o corpo dela contra o meu,
Caralho!
tivesse tocado não apenas a minha pele, mas também a minha alma.
— Isso faz cócegas — sua voz soou pastosa. Ela veio apoiar o
semipuxados.
— Hm.
suficiente para ficar duro outra vez. E mesmo que ficasse, não iria tê-
Beijou o meu queixo. — Era algo inevitável e que não tinha como
fugir.
a abraçá-la.
eu gostei. Bastante.
imaginar como seria ter os lábios deliciosos por todo o meu corpo,
deixando um rastro úmido de beijos, mordidas e lambidas.
— Deus! — Gargalhou.
— João? — choramingou.
minutos.
Ela riu.
— Amor?
— Você me dá um anel?
— De namoro.
Gemi.
— Ciumento.
possessividade?
— Nunca!
um peixe.
Tinha ficado feliz por ela, mas não pude negar que sentia uma
pontinha de inveja. Secretamente desejei que a primeira palavra de
ternura por ela. Algo dentro de mim ansiava que ela me chamasse de
que eu estivesse na vida dela, que eu a amasse com todo o meu ser,
— Nana!
meu fôlego.
estardalhaço.
— Ti!
rapidez.
molhada.
Gargalhei.
amor — zombei.
culpa por estar com ela, por estar cada vez mais apaixonado, e
principalmente por fazer amor com ela todas as noites e
madrugadas, conhecendo cada milímetro dela, conhecendo seus
benção...
indescritível
Ela não disse mais nada, apenas pegou outro brinquedinho
martelando forte na minha caixa toráxica com aquilo que tinha para
dizer. — Se Zé não tivesse se apegado a ela, vocês não estariam
— Eu… — a interrompi.
— Não posso mais viver sem dizer isso em voz alta e ficar sem
só tenho amor…
aquele roçar de bocas foi o melhor beijo que recebi, porque continha
todo o amor que aquela mulher sentia por mim. E eu senti esse amor
Nada mais me importava do que sexo, mas para isso, tinha que
ter grana.
troca do seu pinto na minha vagina. Dinheiro não era problema para
mim. Aquele milionário idiota, que era tolo o suficiente para cumprir
ela era bem quista pelas pessoas do bairro, então não ia dar.
mim.
— Agradeceria, filha.
Sorriu para mim. Aquele ar de gentileza e bondade dela me
deixou com mais raiva ainda. Esse tipo de pessoa era irritante.
— Eu te ajudo.
Tudo o que não precisava era ter que ir a uma agência por um
erro do banco. Não havia outra explicação.
faltavam.
— Isso…
— Seu benefício pode ter sido bloqueado por alguma razão que
eu não tenho acesso para informar — explicou, tentando ser gentil, o
que me enfureceu ainda mais. — A senhora terá que ligar para o
— Não!
processar vocês!
do milionário era alto demais para eu deixar passar batido. Não havia
Sem deixar a minha cadeira, pois não sairia dali sem resolver
aquilo, peguei meu telefone e, com dificuldade, já que não era boa
puta!
feminina atendeu, uma que não esperava escutar nunca mais e que
— Boa tarde.
Não respondi. Disse para mim mesma que deveria ser minha
mente pregando uma peça, mas sabia que não era, tinha ouvido
demais aquela voz para achar que era outra pessoa, senão Natalia.
dizer, mas eu não era burra: aquela vadia era a responsável por eu
não ter recebido o dinheiro do milionário. Sem nenhuma dúvida, ela
deve ter enchido a cabeça dele com mentiras só para ficar com a
deu valor para as coisas que eu tinha feito por ela, para todos os
sacrifícios.
Ela desligou na minha cara. A raiva que senti dela fez com que
eu rilhasse os dentes com força. Eu deveria ter acabado com a raça
dela, ter batido mais naquela desgraçada, bem mais, ao ponto de ela
para a saída.
Deixei a agência debaixo do olhar atento dos vigilantes e com o
combinação.
mas não me cansava de ver esse carinho todo que tinha com a
minha Belinha.
fosse possível.
— Podemos fazer um suco e oferecer para ela depois —
continuei, ainda que não precisasse mais animá-lo.
— Acontece, amor.
— Hmph!
Franzi o cenho. Não sei por que razão, mas meu coração se
adiantou.
apertou.
assim que a minha mente absorveu que ali estavam duas mulheres,
uma de farda, acompanhada por mais dois policiais. Fechei os olhos,
eles iriam.
— Eu…
— Mas…
— Tudo bem, vou com vocês — consegui falar, mesmo que as
fraco.
Quando fugi com a bebê, mesmo que tenha feito essa loucura
não apenas por mim, mas também pela bebê. Eu não era a única
que sairia perdendo nessa história.
Ainda abraçando a bebê, que chorava estridentemente, estava
debatendo-se.
afastou com a minha pequena. Eu estava oca por dentro, minha boca
policial pigarreou.
— Prometo que farei de tudo para ter vocês de volta, amor —
palavras doces, mas a dor era grande demais para que eu tivesse
alguma reação.
percebi que algum dos trabalhadores de Miguel, que devem ter vindo
por estarem curiosos com as luzes das sirenes, me fitavam.
amava.
Uma lamúria escapou pelos meus lábios sem que eu pudesse
Não sei quanto tempo fiquei naquele limbo de dor, até que o
minhas forças, que eram poucas, para virar meu corpo para trás,
mas ver minha advogada entrando na sala não me deu nenhum tipo
de alívio, já que não tinha ideia do que ela poderia fazer por mim.
— Obrigada.
advogada e não uma amiga, mas a vida me ensinou a sempre ter fé,
por mais difícil que seja. Temos que ter fé de que o bem prevalecerá.
— Você pode não ter agido da maneira mais correta, mas você
de tudo que vi nas provas que colhi, eu teria feito a mesma coisa. Eu
farei o que estiver ao meu alcance para que a criança termine com
quem vá proporcionar um lar de verdade para ela, e sua tia não tem
fazer algum mal a ela, que poderiam machucá-la caso voltasse para
aquela casa.
— Entendo.
para que ela fique o mínimo de tempo possível lá e volte a viver com
você.
Nunca havia ficado mais de dez horas sem vê-la, sem tocá-la,
sem beijá-la, e isso era uma tortura. E a consciência de que Belinha
deveria estar assustada, me machucava ainda mais. Eu daria a
— Senhoras?
para um deles que tinha uma cara marrenta, com óculos escuros, e
levava o distintivo preso ao pescoço por uma corrente. Pensar que
ele poderia ter o meu futuro em suas mãos fez com que eu quisesse
chorar outra vez.
O tal policial sentou de frente para mim e apoiou os cotovelos
em cima da mesa depois de jogar uma pasta sobre ela. Não havia
dúvidas que ele me trataria como uma criminosa.
assento, o que poderia fazer com que ele me achasse ainda mais
culpada.
— Pelo que vejo — falou, seu tom, bem como sua expressão,
para que você pegue alguns anos — começou e meu coração parou
de bater, tinha certeza de que eu fiquei branca como papel —, mas
Fui dominada pelo alívio por poder voltar para casa, mas logo o
Será que ela havia parado de chorar? Será que ela tinha
alguns instantes.
— Que bom.
negativa.
em contato conosco.
João continuou a me abraçar e a acariciar meus cabelos, ao
reprovação.
frente ao local onde Belinha estava, não tinha ideia para onde a
Durante a volta para casa, rezei para que João estivesse certo,
mesmo sabendo que um minuto para mim naquele momento era
tempo demais.
Capítulo vinte e quatro
triste ficar ainda mais. Odiava ver a mulher que amava tão derrotada,
tão fragilizada, sem forças até mesmo para fazer coisas básicas,
como comer ou se levantar da cama.
Não ter a Estrelinha conosco tinha aberto um buraco enorme
vez no meu colo, para ouvir sua risadinha, para dar um beijinho em
suas mãozinhas melecadas de comida, daria a minha alma para ver
Natalia segurando a sua menininha outra vez nos braços, mas nem o
Eu ainda não tinha infringido a lei nessa minha vida, mas essa
semana de espera estava se mostrando desafiadora para que eu não
só um sonho ruim.
minha impotência.
suas costas, repetindo aquela frase que parecia ter escapado dos
meus lábios já um montão de vezes.
da cama.
depois cair no choro, desta vez tomada pela felicidade, pelo alívio.
Sabia que ela iria chorar ainda mais, principalmente quando ela
reencontrasse a bebê.
uma risada.
resposta.
uns passos para trás, comecei a girar com ela no quarto, como se
porque não era motivado pelo desejo, mas, sim, pela alegria e pelo
alívio.
Quando colocamos um fim no beijo, colei minha testa na dela, e
acariciando-a.
seu nariz.
chorar.
parasse de chorar.
— Se sente melhor?
coloquei para trás uma mecha de seu cabelo que havia colado no
seu rosto úmido —, mas está acabando…
— Promete?
suavizou um pouco.
— Sim.
aparecer.
minha cadeira.
resmunguei.
João deu uma gargalhada. Me mexi outra vez, lutando para não
para mim.
mais abundantes.
círculos lentos.
— De ver o seu sorrisinho, de brincar com o Senhor
pranto ainda ecoava nos meus ouvidos. Sabia que demoraria para
que a minha menininha não só se acalmasse, mas também
compreendesse que eu não sumiria mais. E se fosse honesta comigo
mesma, acho que eu precisaria de vários dias para que a minha ficha
caísse e tivesse a certeza que esse reencontro era real e que ela
Dei outro beijo na sua cabeça e a cheirei outra vez, acho que
não me cansaria de sentir seu perfuminho de bebê.
— E nunca mais te machucarei, nem mesmo indiretamente…
Suspirei, apaixonada.
Ele ergueu a mão para tocar a bebê. Sabia que estava sendo
coraçãozinho batendo contra o meu. Era grata por ele ser generoso
demais e me dar aquele tempo.
Ficamos vários minutos assim, até que a garotinha olhou para
cima e encontrou o rosto de João Miguel.
— Titi!
— Oi, Estrelinha…
que tinha que passar a vez para ele se eu não quisesse que a minha
pequena voltasse a chorar.
João Miguel não precisava dizer uma única palavra para que eu
soubesse de seu amor por Belinha. Estava no olhar, no toque
Sorriu.
— Certo.
de João.
— Essa via é sua. — Estendeu-me um papel.
me levantei.
do lado de fora da baia, pronto para dar todo o suporte a égua caso
ela precisasse de intervenção, comentou.
fazendo a sua mais bela mágica. Saiu uma pata, depois outra,
emoção.
continuaria demonstrando.
deliciosa.
cabelos lisos caindo sobre suas costas como se fosse uma cascata,
e sorriu sedutoramente para mim.
— João?
— Entendi.
— Posso imaginar, queria ter visto. — Sua voz era suave e seu
— Venha cá…
se deixou envolver.
camisa.
Deus, o cheiro dela atiçou ainda mais o meu desejo por ela, me
ombros, seus braços, bem como as costas, por cima do tal roupão.
Minha boca encontrou a dela novamente, mas, dessa vez, eu não me
— Hm?
impediu.
das casas.
nádegas.
mulher?
palmas.
mais rígido com as minhas carícias, dei o que ela pediu e abocanhei
a outra auréola, estimulando-a, alternando mordidas e sucções,
enquanto meus dedos baixavam a calcinha lentamente. Ela estava
Segurando seus quadris com uma mão para firmá-la, com a outra, eu
acariciava a carne macia da sua bunda, apalpando-a, enquanto
lentamente adentrava o seu canal, sentindo as paredes dela se
os dentes.
gostosa.
contorceu.
Gememos juntos.
Ela, pelo meu dedo ter encontrado o seu ponto G e ter iniciado
uma esfregação nada gentil. Eu, por sentir suas coxas me apertarem
morreria feliz por ter a minha mulher rebolando dessa forma tão
selvagem e indomável em cima de mim, buscando o próprio ápice.
— Não por isso. — Quase não escutei minha voz arfante, e abri
um sorriso após respirar fundo e pedir: — Me beija, amor.
inclinou e capturou mais um gemido meu com um outro beijo, que foi
capaz de me deixar mole debaixo dela, principalmente quando sugou
a minha língua. Caralho, ela sabia como me deixar maluco!
cobri seu corpo com o meu, jogando o meu peso todo sobre o dela
até que seus seios fossem achatados pelo meu peitoral. Seus braços
envolveram minhas costas, aumentando o contato.
— Por favor…
pequenas garras sobre a minha pele, e seus quadris iam para frente
e para trás, recebendo minhas investidas e também minhas carícias.
Quando ela me prendeu com força, sabia que estava perdido, e
o seu ponto de prazer até que seu tronco se ergueu para me receber,
caindo de volta no colchão, estremecendo com o próprio êxtase;
— Diacho!
— Hm.
Brinquei com a alça do sutiã, acariciando seus braços.
— Acho que vou ter que sentar em você outra vez — sussurrou,
parecendo tímida.
Gargalhei.
Meses depois...
da guarda exclusiva.
meu colo.
Faltavam pouco mais de vinte minutos para a audiência
corrermos o risco de nos atrasarmos. Notei que minha tia ainda não
mais que fosse um local seguro, temia o que ela poderia fazer
conosco.
bebê.
para outro dia e ela ganharia apenas uma multa por isso.
tom mais rígido, e eu virei meu rosto para o lado, encontrando minha
tia mais próxima de nós do que esperava.
— Ou o quê?
ao seu lugar.
— Senhora…
ela tinha me denunciado para a polícia por conta do dinheiro que não
caiu mais na conta dela.
la.
minha autoridade.
uma piada, e a juíza não teve outra alternativa a não ser acionar a
equipe de segurança.
Quando ela fez uma pausa, João Miguel segurou a minha mão
e apertou-a. Olhei para ele com o canto do olho, percebendo que ele
parecia confiante.
ao sussurrar.
— Sim…
Sorri para ele, lutando para não chorar com o alívio que me
preencheu. A certeza de que a minha bebê era apenas minha, que
nada mais nos separaria, e que minha tia não poderia se aproximar
papéis.
nossa advogada.
menor.
— Assim eu espero.
— Sim.
cabeça.
por comida.
que acabava se tornando uma pilha enorme, mas que eu comia tudo
e com gosto. Fora que haveria várias opções de legumes cozidos
Não havia nada que eu odiasse mais do que passar três dias
longe das minhas meninas, mas, infelizmente, tive que fazer uma
pequena viagem para vistoriar uma das plantações que eu tinha em
punhetas que bati por ela foram o suficiente para aplacar o meu
fixos nela.
vista, minha Estrelinha parecia ainda mais linda do que dias atrás.
mais.
de joelhos e o choro dela cortou o ar. Isso fez com que eu finalmente
reagisse daquele mar de sensações boas e fosse apanhá-la.
— Titi!
o Senhor Pocotó.
— Eu também.
quando chacoalhado.
— Filha?
me cansaria de ouvir.
envolveram.
dela esse tempo todo, e ela nunca tentou entrar em contato com a
escândalos. Talvez fosse algo cruel da minha parte, mas sentia que a
— Mesmo, querida?
Belinha fosse repetir não uma, mas várias vezes, devido sua típica
nos relatar algo, seja uma simples bagunça que ela tenha feito ou
— Isso, palavras.
— Hm.
papai.
Belinha era apaixonada não apenas pela terra, mas também pelos
animais, mas era de se esperar, já que João a levava quase todos os
dias para brincar, não apenas com os cavalos, mas também com os
porcos e as galinhas. Fora que ele havia dado um pônei para ela,
ensinando-a a montar, algo que eu ainda não me atrevia a fazer
muito baixas.
ser pai novamente com suas unhas e dentes. Ele tinha me avisado
que não seria fácil, e não foi. Exigiu muito emocional para que não
mas sentia uma culpa ferrenha que parecia se tornar cada vez maior
a cada vez que descobríamos que teríamos que tentar mais uma
vez.
Era por isso que, por mais difícil que fosse, tinha escondido
uma hora eu teria que contar se deu certo ou não. Não queria que a
expectativa nascesse nele, apenas para morrer subitamente,
novamente.
transe de pensamentos.
suavemente.
— Soveti!
— Tá bom então.
Emiti um suspiro e fui atrás dela, ralhando com Belinha por ter
logo passou a sorrir quando eu falei que ela podia escolher algo para
o papai dela também.
Belinha, que acabou fazendo uma lambreca enorme, e tive que parar
para limpá-la antes de irmos para casa, já que ainda teríamos que
aproximou de nós.
de você.
não precisei olhar para João para saber que ele tinha uma careta no
rosto.
cócegas.
— Ara! — Continuou.
baixasse no chão.
— Vocês demoraram…
rosto da garotinha.
— Para mim?
Ela balançou a cabeça em concordância.
sala.
— Certo!
Meu coração começou a bater com mais força no momento que
os dedos dele tocaram a fita e lentamente começaram a puxá-la, o
nervosismo fazendo as minhas palmas voltarem a suar frio. Ele
retirou a tampa da caixa e ficou olhando para ela por segundos a fio,
as lágrimas deslizando pela sua face.
— Po quê, papai?
— Sim, amor.
— Deus!
— Po quê?
— Num quero!
menina no colo.
embargada.
— Pometi?
— Sim, meu amor.
mais.
risada.
— Passa rápido.
— Deus! — murmurou.
— Deus! — repetiu.
— Não, nunca.
— Você não está com raiva por eu não ter te contado sobre
minhas suspeitas? — questionei, sentindo uma pontada de receio.
Fez que não com a cabeça e ergueu uma mão para acariciar o
meu rosto também.
minha vida era tão cinzenta sem o brilho de vocês duas. Agora, de
vocês três.
— Mamãe?
— Tô com fome!
— Eeeee!
Foi depressa em direção ao quarto, animada, e eu acabei rindo.
Havia apenas uma coisa que ela gostava tanto quanto os animais:
comer.
boca.
— E Belinha pode ver. — Insisti e isso fez com que ele parasse.
pais se amavam.
Deu um beijo na minha testa.
me afastasse.
— Hm.
— Bobo!
minha nádega —, sei que você deve estar doida por um.
— Sabia…
— Sim?
como se ainda não acreditasse que seria pai, que me deixou mais
abobada do que estava.
Bônus
trajeto de volta para casa. Ela era tão pequena, seus dedinhos
parecendo tão frágeis, que dava até medo de tocá-la, porém, a cada
de torcer para que ela viesse com bastante saúde, também torci para
que a garotinha puxasse os traços da mãe e fosse uma minicópia
dela, mas o destino quis que ela puxasse meu nariz, meu queixo...
hospital não era um local adequado para uma criança, por mais que
fosse particular, então, para compensar a ausência de Natalia e para
achasse que nós não gostávamos mais dela, eu fiquei cuidando dela
confusa.
— Por quê?
— Como assim?
O amor que sentia pelas duas correu veloz pelas minhas veias.
irmãs.
agraciado do mundo por ter uma bela família, uma família que
sempre incluiria aquele a quem amo como o pai de coração que
Mais um livro escrito e você não está aqui, mãe. É difícil pensar
que nos próximos você também não estará. Te perder foi a pior coisa
da minha vida e, todos os dias, eu sinto a sua falta nas pequenas
coisa. Eu daria tudo o que tenho para ter você de volta, mas,
infelizmente, não posso. Então, é por você e pelo nosso amor que
vivo dia após dia.
Lara, e Eliaci.
Por último, agradeço a você, leitor, por ter chegado ao final
desta obra, a você que sempre apoia a minha escrita e minha
Beijos!
Sobre a autora
Mineira, se apaixonou por romances há alguns anos, quando
comprou e devorou um romance de banca que adquiriu em um
supermercado. Após aquela leitura, não parou mais de comprar livros
e ler. Encontrou no mundo da literatura um lugar de prazer e refúgio.
E agora se aventura em escrever suas próprias histórias.
Físico==>https://grupoeditorialportal.com.br/product/minha-
segunda-chance/
família.