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Meta blasfêmia
Vaso fundo longo encontro
Com o deus que distorce a percepção
Enfio a mão, perco os dedos
Ali a vida se condena
Sou um homem triste sem os dedos
Nasci para ser inteiro
Com a alma em pedaços
3
Sou um ser
Um pão
Essencial para todos que nem me conhecem
Ou para mão que me afaga triste
Como espírito dócil
Plácido
Monstro
Amigo
Lindo
Meu filho
Morto em mim mesmo
Porque decretei minha própria lei
Que matar é bom
E sentir a faca na garganta é só um detalhe
Sólido
Rico como nunca fui
Ou nunca serei
Estou satisfeito
Como um morto vivo
Um sério homem visceral
Somente segue os passos de um pai morto
Dono da própria pá que o enterrou
Morreu devendo a todos que o cortejaram
Estes o perdoaram como deveriam
Mesmo devendo
Ao cartaz que nunca pisca do fiado de amanhã
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A cama quente
Nutrida pelo corpo que ali habitava
Ressonava longínquo
Magnificamente em-retrato-portrato
As cores soavam suaves
Às curvas sonolentas sagazes
Mortas e quentes
Frias e retumbantes
No silêncio do adormecer
Chovia...