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Be eee PSICANALISE: UMA TEORIA DA PERSONALIDADE | Iremos, agora, considerar os detalhes da teoria Psicanalitica, tendo em mente a sua énfase em in- vestigacées clinicas e uma visao do funcionamento humano como resultado de uma intera¢gao entre forgas. ESTRUTURA Quais sao as unidades estruturais utilizadas pela teoria psicanalitica para explicar 0 comportamento humano? No desenvolvimento inicial da teoria, o con- ceito de niveis de consciéncia serviu como um ponto focal no pensamento psicanalitico. De fato, Freud afir- mou que “a psicandlise visa e realiza nada mais do que a descoberta do inconsciente na vida mental” (1924, p. 397). / O CONCEITO DE INCONSCIENTE E dificil superestimar a importancia do conceito de inconsciente para a teoria psicanalitica. Também € dificil superestimar os dilemas morais que resultaram do fato de se levar 0 conceito a sério e as dificuldades | que os cientistas experimentaram para conduzir Pes. quisas relevantes. O conceito de inconsciente sugere ‘existem aspectos do nosso funcionamento dos ae nao estamos inteiramente cientes. Além disso, na ten, ria psicanalitica, 0 conceito de inconsciente sugere qu grande parte do nosso comportamento, talvez a maio, parte dele, seja determinada por for¢as inconscientes ¢ que grande parte de nossa energia psiquica seja deqj. cada a encontrar uma expressao aceitavel de idéias in. conscientes ou para manté-las inconscientes. O que ¢ notavel em relagao ao conceito psicanalitico do incon. ciente é a extens4o das influéncias inconscientes e 95 aspectos motivados dessas influéncias. Niveis de consciéncia Segundo a teoria psicanalitica, a vida psiquica pode ser descritacom relagdo ao grau em que estamos conscientes dos fenémenos: 0 consciente relaciona-se com fenémenos dos quais estamos conscientes em um dado momento, o pré-consciente, com fendmenos dos quais podemos estar conscientes se prestarmos aten- cao a eles, e o inconsciente, com fendmenos dos quais nao estamos conscientes e dos quais nao podemos estar conscientes, exceto em circunstancias especiais. Embora Freud nao tenha sido o primeiro a pres- tar atencdo na importincia do inconsciente, ele foi o primeiro a explorar em detalhes as qualidades da vida inconsciente e a atribuir uma grande importancia a elas. ‘em nossas Vidas cotidianas, Através da andlise dos so- nhes, atos falhos, neuroses, psicoses, obras de arte e rituais, Freud buscou compreender as propriedades do inconsciente. O que ele observou foi uma qualidade da vida psiquica, segundo a qual nada era impossivel. inconsciente € algico (opostos podem significar a mes- ‘ma coisa), desrespeita 0 — (eventos de diferentes fodos podem coexistir) e desrespeita o espaco (rela- Besde tamanhos e distncias sio peppers a que coisas grandes encaixem-se em coisas pequenas e lugares distantes sejam unidos). £ facil lembrar da re- feréncia de William James ao mundo do bebé recém- nascido como uma “grande e barulhenta confusio”, Eno sonho que o funcionamento do inconsciente torna-se mais aparente. Aqui, estamos expostos a0 mundo dos simbolos, onde muitas idéias podem ser transmitidas em uma tinica palavra, onde uma parte de qualquer objeto pode significar muitas coisas, £ atra- vés do processo de simbolizacao que um pénis pode ser representado por uma cobra ou nariz, uma mulher, por uma igreja, uma capela ou um barco, e uma mae subjugante, por um polvo. E através desse processo que podemos pensar sobre o ato de escrever como um ato sexual - a caneta é 0 6rgao masculino e 0 papel é a mulher que recebe a tinta (0 sémen), que flui com os répidos movimentos ascendentes e descendentes da caneta (Groddeck, 1923). Em The book of it, Groddeck Cita varios exemplos fascinantes do funcionamento do inconsciente e oferece o seguinte como um exemplo do funcionamento do inconsciente em sua propria vida. ‘Nao consigo lembrar da sua aparéncia [minha pajem]. io sei nada além do seu nome, Bertha, a ilustre. Mas tenho uma clara lembranca do dia em que ela foi embo- ra. Como presente de despedida, deu-me uma moeda de cobre de trés pfennigs. Uma Dreier... Desde aquele dia, sou perseguido pelo niimero trés. Palavras como trinda~ de, triangulo, alianga triplice, transmitem-me algo ver- gonhoso, e nao apenas as palavras, mas as idéias ligadas a elas, sim, e todo o complexo de idéias construidas a0 seu redor pela mente caprichosa de uma crianga. Poressa azo, 0 Espirito Santo, como a terceira pessoa da Trin- dade, jé me era suspeito na infancia; a trigonometria era uma praga em meus dias escolares.... Sim, o trés é uma espécie de ntimero fatal para mim. Fonte: Groddeck, 1923, p. 9. Personalidade: teoria e pratica 75 ica sugere que grande pai portamento é motivada por influéncias inconscientes, Como serd discutido em mais detalhes adiante neste capitulo, a sugestdo é que alguns pensamentos, senti- mentos e motivos esto no inconsciente por razdes motivadas. Ou seja, permitir que eles viessem a cons- ciéncia nos causaria dor e desconforto. Por exemplo, lembrar de memérias dolorosas do passado, reconhe- cer sentimentos de inveja ou hostilidade, ou reconhe- cer desejos de praticar sexo com uma pessoa proibida ou causar danos a uma pessoa amada pode criar um sério desconforto para pessoa. Assim, de acordo com nossa busca de prazer e esquiva da dor, procuramos ‘manter esses pensamentos, sentimentos e motivos fora de nossa consciéncia. Nao creio que tenhamos sido adequadamente. sedwidos ainda, Psychology Today Magazine, Sussex Publishers, Inc.) -sad se anb ap se}ouapso staxpiaprsuo> s9xey aoased uauumadya -ouwap soypfns so anb urexeoxpur sonia Seg 48] ordgpsoygnbe wn wo sols sor sensed ap son riedsvanbopsepedauaaqiauqes > mad aj “Spoup seuaredsessoxpuoaresedoduslseuuniesgeaed wage 9 ahi eeu owe enon seseRS ‘np ogu sien sop som 20d sepepusnyul 25 9 pated wapod sored sean apo} 135 ‘op61 “a0 2 A¢zOM “eq soyalossop sonmuresiod 50 0upuseu ow -Epuonyur epure ajuawaquapsue> sopiqasad wo) seano we uassenoed Ls yaue an ssp 9 seupUBU 9p SONAPSAD seabed so uouonanbay arbres “auTzeyy HOA MON UL OB6T O UNH WAS AP OMNI, oud opr audios 92 ems 2p pops Io ‘soto 50 wssep Snows ayuaUH fu S99 anb ese ‘los so ead sor Sta Spm ey wasn Seer Sse Serengeti Err Seno neem ot Sater =e eS Sa = oe rooms wo eee /ALNGIDSNOONT OYSVALLON 3 3avaLor Ta! stvnay s30>v2¥ ups ogo ee ane SET omonoes Suwsmamaro tae TREY nm reenccocnin ‘02s podem, fora da consctnci, responder seletiva- mentee reitar determinades estimulos emocionais as pesquiss tims concen smado de ativag3o psicod 1992). Nesta pesquisa, exist um esforco para estimit= lar desejosincorscentes sem torn-losconscentes De ‘um modo geral,o proceimento experimental implica © uso de um taquistosaipio para mostrar aos sults ‘material relacionado com deajos que se supdem Sn acl oped Ss arma rer i es ie ua fonteido que causa perturb ieitos pode se psicodinimice subliminar envolve o estudo de trans fomosalimentares. No primeioestudo dre, mulheres universitrias normalise mulheres dia teoria psicanaitica. Como esse le Inaneira mais geral pelos psicSlogos nesse campo? [Ness panto, quase toxon on psiélogos, spam ces pai> een ner mc cratic rian, dete inpetene ae cere alunos toagonomeletaaa et ‘exemplo, considera viako de Jacoby, umn oe cupaiemenmecraeen impor cn um spr da tora cath pt deter deena ee ‘Ne dds nnedouseaees es oe Peonaitde wens eprisce EET claro queas pees As ves plangiam eagem cons ‘entemente Entetanio, com mais eqns © eM Portamento¢ influence por process incanscien- »uencado pela mensagem “Do it", acuta na misi- es oxulas que he dizem ‘SSoscem um eat aman uss conn das Pret Zz) Lawrence A. Pervin e Oliver P. John. Deis diferentes pontos de vista padem ser con jueenfatiz oinconscient p> see de amar Boa gts mo conse mo vemos AB * inconcentes podem sr 0 egies € ‘soa quant os process corsets EM SEU otugar svi copa concrete nt 9 ‘Muitas dessas trastantes s8o capt. cane a das na seguinteafirmacio de Kihlstrom, um impey. fant proponente da visio cogrtiva do inconscien tom no a vio cogritva do inconsciente tia ftores motivaconais, De acordo com 3 visio as wabes do inconsciente Tn on pos eer, aces © 6 2. fried oti om ote ee 3 Lao Se Sips moos co hecoramento roc (0 inconcete pico decumertado pela picolo “Embora sejam fits tentativas de integrar as yi. enhediieencdaqudequeSiprund Feud sespsicanaliicaecognitva do nconsciente(Bomsicn ceMasling, 1958 Westen eGabbard, 19%), ‘de um modo geal esses diferentes potos de vista pe. manacem. Em suma,embora a importincia dos fen. ‘menos inconscents sea econhecida € a investiga ‘ses fendenos tense tomado uma importante Sea de pesquisa, a visio unicamente psi inconsciente permanece questi a muits in. Fev: Khon, abate Steaks npc er Pra a ny “Tataryn, 1982, p.788. dees romaicdewnerie EE as pessoas podem ser capazes de perdoar a si mes- mas ou aalguém mais, se car claro que alguma coisa 1p, EGO E SUPEREGO ta sob muita tensio. Durante o| _ado ago. Enquantoo id busca opraze Busca pret, ogo busca rade. do ego € expres esata o» desejos do id de ade es demandas do superego. {gue conseguit © que queria; fantasia da gratificago ‘Rfobos quanto a verdaderagratiagio. Ele no tem razio, Nghe, valores, stica, Em suma, 0 id & ‘gente, pulsional, ego, irracional, anti-social, ego fae finalmente, adorao praze. fences, « mud com o pst ‘mesma forma ele expressa 0 dese bilidades perceptivas e cognitiv pperceber mais e de pensar de forma ‘com as suas investigagbes do funcionamento do id, Freud traba- te pouco com o funcionamento do 1a ego como uma estru que servia a trés senhores se- superego. O “pobre” ego ir a esses senhores e deve 5 exigincias decada um, pressa um superego severo. Porém, bem pode ser compreensivo TY es rv coinerrtn od com aquels oe sesame scbes dps par men «pra meysperega um 00 $548 “ott ee omer ue ets rg ator oconcito dei, eo ¢ superego coma estrutures da personalidad. (Desenho de TSnaeunans ©1972 The Ne Yorker Magazine, nc) “era prcanaltca: Freud Peeruade oer (EE QUESTOES ATUAIS (cOMOMEDIR OFUNCIONAMENTO D0 EGO. 0 TESTE DE COMPLETARSENTENCASDE LOEVINGER Freud no aerlitava muito na capacidade do ‘com sua fungio “exes ut Fenicular que os Iimerpretam a experi Patia eagem no mundo: como cles procesam infor. magbes,contrlam pulsOese relacionam-se com os teoriapsicanalitia e em out psicanait tras (i) Uma mather (2) Quando Drrenvotimento eve fomore deveria.. Sou ert a uma progressio evo- aso, P Fiva ramodquile que Loevinger considera cadaver frais como nies matures do funcionamento do ego. Oaindividuos localizados nos estigios mais inferio. resde desenvolvimento do ego pensam de maneira Ferengas individais no fun- fanto Freud prestou relati~ 90 a0 ego, aampla teoriae pes se 1970 gue conite tm serenade Loving ts impor deg PO tas (por exe the sempre deve-_fnconamento ga peroralade we | Lawrence A. Peri e Oliver P. Joh — ‘apap nig rmaeeaace te ceniniresorees cet ce iegeeimit em, ddisss, em humans, 05 insintos podem ser protely. dose modifcados antes de serem liberados. ‘A dinamica do funcionamento [Na dinimica do furcionamento, o que pode acon- tecer com osistnte do individuo? Eles podem, pelo pars ess proeseos qe nos volarm0s 20" sre emporarament, ser Blagueads na exo, texpresados de um modo modifcado ou expresads sealing. Po exempl,o ato poe ser tma Fete moiiada doinsinto sexual eo srcsn, tina expresso modifcada do instintoagressivo. Tam- WcuirasavisodeFmuddapesoaconoun 6 pasivel que o ojo de gafinie do rstinn ‘ SSrinfinioeudesoeado doce orga para ot So autonaenerplizn Aner podeseraleradae oto. Assi oamor dea pessoa por sus me pode erode pra a expos, a rang Oo acho. aa a area Calais poe ser rrformado ou mediad,¢ ‘Sis cote tora pcan mlaconam. sts poemsercombinads.Ofuebol por xem PROCESO Instintos* de vida e de morte presenta uma amen Emumestado} See Pager ataen app aeaporad ate rcp htop See ctomneeat ae Sr lnanaymuesscnaeee ee erent ina eren ee maton na Aaron cmaia on anpergese Tears Ea erences oes eats sie ean cr Soe ee eemtanl eas cs __ esse padrio se desenvolve ese renoute epee ESET Aansiedade e 05 mecanismos de defesa ‘dues podem projetartodes os ° rss com en de questions como “eu nunca tenho fantasias sen a — Lawrence A. Pervin ¢ Oliver P. John pextativa de que ass fanam exe trago na pessou imprspria qua cestimulados pols fotografias de nus. Pest tex tipo de estima sera ameagador para ‘defesa sewual ata propiciana as condighes Para 4 PF” jecdo. De fato, os sujeits sexualmente defensives que vviram as fora de nus avaliaram a pessoa impr pria como s 1o.a mais alta em lascivia, ao passo que os Fe 7 Mais recent Paarup bedefrevo que viramas otrarafe TSO PET rid “ tsdenus dem ana peson Saeeateemaisbanassidente CIN fica, cine aye: "Quando cig, para lascivia ‘Em ambas as condigdes, 05 sujeitos ata- runs aontece, 2 esp 72) toa omoinferio- | 4 minha cabega. Dentro cabeca, eu Constry inferio- ponetzivel Guardo dentro dela as case io o resto e tod ica fora, Dents ¢ temente, a mie do ey. ex Pre. reso taco lasivo do que os suits pouco defensv0S CO estudo mostra que certas condigses foram necessineS em que quer PERN nica coisa cinza é para que a proecio ocorese. Alem disso, 0 estado T= branco, fora € pret iva pode? to Alem di epescoas mew cabelo” Ficialmente, essa esquiva pode ser cone La a mais aiante, ea © fa atomic gy comheceu que, segundo a teoria tragos ou motives contra . cencciente, de maneira que a pessoa no est nem my ido projetar somente aqueles cng oy ee eno pensal” isticas pri a proj, como mo.consck 7 uma pessoa imprépria; ou se} 4 Pre} 7 ‘Anegacao da realidade também 6 vista quang, das etd mentee ago acres SPC x tas, sob detorminadas amis, ¢em rélagio aw outro SP as pessoas dizem ou supoem 428 isso ndo pode acon, fico. Infelizmente, muitos estudos de pesquisas nao sto : J to cuidadosos em sua definiglo e exploracao desse iminente. mecanismo de defesa. foram vitimas dos ‘Uin outro mecanismo de defesa éa negasio. Pode _ vrosobre o campo ser negacdo da realidad creve que a populacao aj pega quero possu um pénis ou no caso do garoto que A cot fantasia, nega a falta de poder—ou a negacao de um serva que o exterminio de um povo era quando uma pessoa furiosa protesta, ndvel que as pessoas nao conseguiam ace én" preferiam acetar mentiras do que agiientar > trauma da veiate/ @ 54) evidéncias claras do per fe €como no caso da garota que gia como se a morte nao exis, tise, apesar de evidénciasclaras do contrério. Ele ob, Negacao (CALVIN E HOBBES © Watterson. Di Nesaco (CALVIN EH -rson. Dist. by UNIVERSAL PRESS SYNDICATE. Reimpresso sob permiss3o. Todos | 3 a Lawrence A. Pervin e Oliver P. John 4 | Os estagios psicossociais do desenvolvimento de Erikson E claro que, na teoria psicanalitica do desenvol- vimento, maior atengao é dada aos primeiros cinco anos _€.a0 desenvolvimento dos instintos. Os psicdlogos que estudam o ego tentaram, dentro dessa perspectiva, dar maior atencao a outros desenvolvimentos durante os primeiros anos e a desenvolvimentos significativos que ‘ocorrem durante as fases de laténcia e genital. Erik Erikson (1902-1994), um dos principais psicanalistas a estudar 0 ego, descreve o desenvolvimento em termos simplesmente em termos se- xuais (Tabela 33)( Assim, o primeiro estigio €significa- tivo nao apenas por causa da localizacao do prazer na boca, mas porque, na situagéo de alimentagao, uma re- lagdo de confianga ou desconfianca e desenvolvida en- tre o bebé ea mae, De maneira semelhante, a fase anal é significativa nao apenas pela mudanga na natureza da principal zona erégena, mas também porque o aprendi- zado do uso do toalete é uma situagao social significati- va, em que a crianca pode desenvolver um senso de au- tonomia ou sucumbir 8 vergonha e a dtivida sobre si mesma. Na fase falica, a crianga deve lutar com a ques- tao de sentir prazer, ao invés de sentir-se culpada por ser assertiva, competitiva e bem-sucedida. ) Para Erikson (1950), as fases de laténcia e genital sao periodos em que o individuo desenvolve um senso de diligéncia e sucesso ou um senso de inferioridade e, Complexo de Edipo, competicao e iden 60 filho do sexo masculino se torne comy haver muita ansiedade com relagio 8 rivaieg pai Jim Burt, do time de futebol americano do yr Som Carregou 0 seu filho ao redor do campo apes Gan Super Bowl em 1987. Ele descreve 0 seu fifho, anos e meio de idade, como “to parecido co" chega a ser assustador. Ele tem o mesmo foggy E quando nés brincamos de lutar no tapete, ap quer vencer”. ue, 05 te, ele Sen talvez mais importante de tudo, um senso de ig de ou um senso de difusao de papel. Para ele es crucial da adolescéncia € o estabelecimento de y taney s0 de identidade de ego, uma confianca resultan que a maneira como 0 individuo vé a si mesm Me de ‘ima continuidade com o proprio pasado eé come ™ dida pela percepcao dos outros. Em contrastecme soas que desenvolver um senso de identidade, 3.9 ‘soas com difusao de papéis experimentam o seni; to de nao saberem realmente quem sao, de tose rem se o que pensam que S40 corresponde aquily ‘0s outros pensam delas e de nao saberem como - ram assim ou para ondese encaminham no futuro, Dy, rante o final da adolescéncia e dos anos de faculda, essa luta com um senso de identidade pode levar yy’ dividuoa participar de uma Be variedade de grupos e a uma anguistia consideravel na escolha de uma carreira. Se essas questdes nao forem resolvidas durante essa épo- ca, 0 individuo ser4, mais adiante na vida, invadido por um senso de desespero; a vida é muito curta, e é tar- de demais para comegar de and (pact) ids, Erik H. Erikson ste ici Tabela 3.3 05 O70 CSSoos psicossocais do desenvohimento de Erikson e suas implcacdes para a personalidad Estagio psicossocial Idade Fianga basica cone gesconfianga [autonomia versus 23 Aergona e diivida trictiva versus culpa 4s Laténcia piigéncia versus inferonidade pletado identidade versus Adolescéncia ——_Confianga na mesmi difusso de papéis ‘ idade e intimidade versus Comeco da idade igolamento adulta samentos, trabalho, Generatividade versus. dade adulta Capacidade de se estagnacdo @ relacionamentos integridade versus times anos desespero proprias Em sua pesquisa a respeito do processo de for- macio da identidade, Marcia (1994) identificou quatro festados a que 0s individuos podem pertencer com re- Iagio a esse processo. Na ientdade realizada, o indivi- ‘duo estabeleceu um senso de identidade apés a explo- racdo. Esses individuos funcionam em um nivel psico- [6gicoalto, endo capazes de pensamento independen- te, desenvolvem intimidade em relacionamentos interpessoais, possuem raciocinio moral complexoe sio resistentes a exigéncia do grupo de conformidade ou a ‘manipulacio de seu senso de auto-estima pelo grupo. No estado de moratéria, o individuo esté no meio de uma crise de identidade. Esses individuos s4o capazes de altos niveis de funcionamento psicolégico, confor- ‘me indicado no pensamento complexo e no raciocinio ‘moral, e também valorizam a intimidade. Entretanto, cles ainda esto lutando com a questao de quem so e qual o seu sentido na vida, e esto menos preparados do que aqueles do estado de identidade realizada para estabelecer compromissos. No estado de identidade em ‘execucio,0 individuo esta comprometido com uma iden- tidade sem ter passado por um processo de explora- ‘go. Esses individuos tendem a ser rigidos, altamente responsivos a demandas do grupo por conformidadee sensiveis A manipulacao de sua auto-estima. Eles ten- dem a ser altamente convencionais e a rejeitar desvi de padrdes percebidos do que é certo ou errado. Final- Resultados positives ‘Capaz de ser absorvido em trabalho pro tivo, orgulho quanto ao produto com: Promessa de uma ca Mutualidade, compartithamento de pen- ‘Senso de ordem e significado, contenta- ‘mento com 0 self e com as realizacbes Personalidade: teoria e prética E a! Resultados negativos Senso de matestar, desconfianga em sie nos 04 Conscitni © tigida, excesso de duvida e vergonha plados e realizagées Senso de inadequagSoe i incapaz de completar ur Perda do interesse no trabalho, rela ‘ionamentos empobrecidos Medo da morte, amargo quanto 8 vi- da e quanto ao que conseguiu com ela ou a0 que ndo aconteceu mente, na difusio de identidade, os individuos carecem de qualquer senso firme de identidade ou compromis- 0. Esses individuos sao muito vulnerdveisa golpes con- tra a sua auto-estima, sao freqiientemente desorgani- zados em seu pensamento e tém problemas com inti- midade, Em suma, Marcia sugere que os individuos diferem quanto a maneira como lidam com 0 processo de formagio da identidade, com essas diferencas refle- tidas em seu senso de self, processos de pensamento relacionamentos interpessoais. Embora nao necessari- amente estabeleca padrées fixos para a vida posterior, considera-se que a maneira como o individuo lida com © processo de formacio da identidade tenha implica- Ges importantes para o desenvolvimento da persona- lidade no futuro. Continuando com sua descricao dos estagios pos- teriores da vida e as questdes psicol6gicas envolvidas, Erikson sugere que certas pessoas desenvolvern um senso de intimidade, uma aceitagdo dos sucessos e de- cepcdes da vida, e um senso de continuidade através do ciclo de vida, ao passo que outras pessoas permane- ccem isoladas da familia e dos amigos, parecem sobre- viver em uma rotina cotidiana fixa e concentram-se em decepgées passadas e na morte futura. Embora a ma~ neira como as pessoas resolvem ou nao essas quest6es ctiticas da idade adulta possa ter suas raizes em confli- tos da infancia, Erikson sugere que isso nao ocorre sem- be aoe at ete cia) ra aster, 008 cane Pe dena versus tus de de ora ter 030 2780 es dso 9 cado propre (EHksone i Eaematova 3 macro 0 su fat pode mae av imported sua pene Ter uma para como es conse 0 pasado gules apeteonemns ste ee ee dates neat enone ee ries accra i et Eee pana ca ee eens mente Ores annie ar ar areca nets mora eee fate ae ocsorerewe einen ingot sa Ce ements ee procedimento Poo de brincadeiras comamaeem umasituagiondo- pruturada, seguido pela partda da mae, e um per- Personalidade:teora epritica de idade do que fo que o garotos com um apego SeEU. Por outro lado, nto fot observada nenhuma relag8o ‘mero signifiativamenteexpresivo de garots (1 classificado como ineeguramente apegacios do que mais tarde clasificados como em rico ou perturba dn. Asin, clnico que evaminase a ptlogas pnts euntduveedenpearegrees Fete aco entre ss : Gas emapego, Por cut lo um fo mas varies em teros de previo suger ua resto multo | Tc) Lawrence A. Pervin e Oliver P. John mais ténue e a importanci varia fame o propio Few nee, quan sean . quando observa- S patologias posteriones, é facil compreender a s se desenvolveram. Por outro lado, quando observamos esses fendmenos de maneira Prospectiva, podemos ver as diversos caminhos que 0 desenvolvimento pode seguir. ___ Conforme mencionado anteriormente, as ques- es relevantes para a importancia das primeiras ex- Periéncias para o desenvolvimento posterior da per ‘sonalidade sao complexas. Talvez, devamos buscar uma abordagem mais diferenciada para a questdo, a0 invés de uma resposta preto no branco. Por exemplo, a importancia das primeiras experiéncias para 0 de- senvolvimento posterior da personalidade pode de- pender das caracteristicas que sao estudadas. Talvez algumas caracteristicas da personalidade, apés esta- am mais resistentes 3 mug, rem formadas, lan, que outras. O pal Kady bém pode de} wensidade de experigs itulares, sua duracdo € 0 Ambito em que eas ocorrem mais cedo © mais ¢ Pe. # : a Assim, por exent| is efeitos da privacio mate em podem depender do quo séria e duradoura¢ vagio, assim como do papel de experiéncias porte eae tes e apés a privacao. Finalmente, podemos vervar a distingao entre o que pode ocorrer ¢ aot que deve ocorrer inevitavelmente. A teoria psi ale tica pode retratar com exatidao 0s possiveis efeitgs 4" primeiras experiéncias, particularmente como o¢, Pim as diversas formas de perturbacdo ps fm que um padrao de relagdes ¢ estabelecido my cedo e mantido com o tempo, sem postular que g efeitos sejam inevitaveis. ‘Ore ea lity 85 ee PRINCIPAIS CONCEITOS Catarse, A liberagaoe libertagao de emogdes que ocor- re quando o individuo fala sobre os seus problemas. ‘Associagéo livre. Em psicandlise,orelatodo paciente para ‘analista de cada pensamento que lhe vem a cabega. ma energético. A visio de Freud sobre a perso- nalidade que envolve a interagao entre varias forcas (por exemplo, impulsos, instintos) ou fontes de energia. Principio do prazer. Segundo Freud, 0 funcionamento psicoldgico baseado em buscar o prazer eevitara dor. Consciente. Os pensamentos, experiéncias esentimen- tos dos quais somos conscientes. Pré-consciente. O conceito de Freud para aqueles pen- samentos, experiéncias e sentimentos dos quais so- mos momentaneamente inconscientes, mas que po- demos trazer rapidamente a consciéncia. Inconsciente. Aqueles pensamentos, experiéncias e sen- timentos dos quais ndo temos consciéncia. Segundo Freud, essa inconsciéncia é 0 resultado da repressao. Percepcao sem consciéncia. A percepcao inconscien- te ow a percepcao de um estimulo sem consciéncia dessa percepcao. Defesa perceptual. O proceso através do qual um individuo defende-se (inconscientemente) contra a consciéncia de um estimulo ameagador. Ativacao psicodindmica subliminar. O procedimen- to de pesquisa associado a teoria psicanalitica em que 0s estimulos so apresentados abaixo do patamar perceptual (de maneira subliminar) para estimy, desejos e medos inconscientes. 7 Id. O conceito estrutural de Freud para a fonte g instintos ou toda a energia dos impulsos das pes,” Ego. Oconceitoestrutural de Freud para parte da peas ralidade que tenta satisfazer os impuls0s (instintoy acorcdo com a realidade e os valores morais da peasy ® Superego. O conceito estrutural de Freud para ap, da personalidade que expressa 05505 ideais e valor” morais. 2 Principio da realidade. Segundo Freud, o funci ‘mento psicologico baseado na realidade, pelo cane prazer é protelado até um momento étimo, ° Instintos sexuais. O conceito de Freud para a pulsos dirigidos para a gratificagao ou pce Instinto de vida. O conceito de Freud para impuls, ou fontes de energia (libido) dirigidos para a preg. vagao da vida e a gratificagao sexual. ° Instinto de morte. O conceito de Freud para imp s0s ou fontes de energia dirigidos para a morte um retorno a um estado inorganico. is Libido. O termo psicanalitico para a energia assoc, da primeiramente aos instintos sexuais e mais adian, te aos instintos de vida. “ Instintos agressivos. O conceito de Freud para a les impulsos dirigidos para causar danos, prejune ou destruigao. : 7 siedade. Na teoria psicanalitica, uma experiéncia aesoral dolorosa que indica ou alerta 0 ego parao em ismos de defesa. O conceito de Freud para positivos utilizados pela pessoa para re- les aie ansiedade. Eles resultam na exclusio da cons. de certos pensamentos, desejos ou sentimen- encia tos. ; Projecto. O mecanismo de defesa em que o indivi quo atribui (projeta) sobre outra Pessoa 0s seus pré- ios instintos Ou desejos inaceitaveis. Negaco- ‘O mecanismo de defesa em que uma reali- Gade interna ou externa dolorosa é negada, qsolamento. Omecanismo de defesa em que a emo- (go. isola do conteido de um impulso ou memé- a dolorosa. “anulagao. O mecanismo de defesa em que o indivi- ‘uo magicamente anula um ato ou desejo associado gansiedade. Formagio reativa, O mecanismo de defesa em que 0 posto de um impulso inaceitavel é expressado. Racionalizacdo. Omecanismo de defesa em que uma razzo aceitével é fornecida para um motivo ou ato inaceitével. Repressdio.O principal mecanismo de defesa em queum pensamento, iia ou desejo €afastado da conscienca, Sublimagdo. O mecanismo de defesa em que a ex- pressio original do instinto é substituida por um ob- jetivo cultural superior. ‘Processo primério. Na teoria psicanalitica, uma for- ma de pensamento que no é governada pela l6gica ou pelo teste da realidade e que é observada em so- snhos e em outras expresses do inconsciente. Processo secundério, Na teoria psicanalitica, uma for- ma de pensamento que é governada pela realidade e esté associada ao desenvolvimento do ego. Zonas erégenas. Segundo Freud, aquelas partes do COrpo que sao fontes de tensdo ou ex Fase oral. O conceito de Freud parao perfodo da vida durante o qual o principal centro de excitacdo ou ten- sio corporal é a boca. Fase anal. O conceito de Freud para o periodo da vida durante 0 qual o principal centro de excitagio ou tensdo corporal é 0 anus. Fase filica. O conceito de Freud para 0 periodo da vida durante 0 qual a excitagéo ou a tensdo comega a estar centrada nos érgaos genitais e durante o qual existe uma atracdo pelo genitor do sexo oposto. Ansiedade de castragio. Oconceito de Freud do medo do menino, experimentado durante a fase fica, de que o pai corte o pénis do filho por causa de sua riva- lidade sexual pela mae. Complexo de Edipo. O conceito de Freud que expres- sa a atragdo sexual do garoto pela mae eo medo de castraco pelo pai, que é encarado como um rival. Inveja do pénis, Na teoria psicanalitica, a inveja que a fémea possui do fato de o macho possuir um pénis. Identificagao. A aquisicao, como caracteristicas do self, de caracteristicas de personalidade consideradas como partes de outras pessoas (por exemplo, dos pais). Laténcia. Na teoria psicanalitica, o estdgio apés a fase félica, em que ocorre uma diminuigéo de desejos e interesses sexuais. Fase genital. Na teoria psicanalitica, 0 estagio do de- senvolvimento associado ao comeco da puberdade. REVISAO 1. A teoria psicanalitica ilustra uma abordagem psicodinamica e clinica & personalidade. A én- fase psicodinamica é demonstrada na interpre tacdo do comportamento como resultado da interacio entre motivos ou pulsdes. A aborda- gem clinica é demonstrada pela énfase no ma- terial observado durante o tratamento intensi- vo de individuos. 2. Os eventos na vida de Freud desempenharam um papel no desenvolvimento de sua teoria e influenciaram a sua abordagem a ciéncia. Ilustrativo desse fato é a énfase nas pulsdes de morte em relagio A primeira guerra mundial, sua énfase no sexo em relacio as inibicoes rela- cionadas com a sexualidade verificadas na so- ciedade vitoriana, eo modelo energético que era popular em outras dreas da ciéncia. 3. Dois grupos de conceitos estruturais s4o fun- damentais para a teoria psicanalitica, O primei- 10 esta relacionado com os niveis dé conscién- Cia — consciente, pré-consciente, e inconsciente. O segundo esté relacionado com diferentes as- pectos do funcionamento das pessoas, confor- me expressonos conceitos deid, ego e superego, j Lawrence A. Pervin e Oliver P. John correspondendo aproximadamente a pulsdes (instintos), uma orientacdo para a realidade ea moral A pesquisa experimental sobre 0 inconsciente & ilustrada pelo estudo da percepgao sem cons cidncia e da ativagao psicodinamica sublimina®. Embora permaneca uma disputa com relagio & importincia dos fendmenos inconscientes, qua se todos os psicélogos cancordam que podemos ser influenciados por estimulos que estejam fora a pessoa & vista como tum sistema enengético, ea fonte de energia est nas pulses de vida e morte ou nos instintos se- xuais e agressivos. Crucial a dindmica do funcionamento psico- logico sao os conceitos de ansiedade e de me canismos de defesa. A ansiedade é uma emo- que age como um sinal de peri- go iminente. Os mecanismos de defesa repre- centam maneiras de distorcer a realidade e ex- luir sentimentos da consciéncia, de maneira ‘a nao ficarmos ansiosos. A repressao, na qual tum pensamento ou desejo é afastado da cons- | é particularmente importante nesse a0 dolorosa gride atr O desenvolvimento dos instintos ¢, Odo com mudangas na sensibilidags i Frntes partes do COrpo (08 Z0NaS ergy ti expresso nos conceil0s de fases ora, *Benas) GPomplexo de Edipo, que se desensylcg rante a fase falica, € Visto como um den th mento psicolégico particularmente inyn* i, sre ado objeto de pesquisas consign Me O psicanalista Erik Erikson tentou am, mes tempter teoria psicanalitica através de ymot°& tans estigios psicossociais do desenvolyin ne ‘A teoria psicanalitica enfatiza a important. primeiras experiéncias, particularmente 223 bs primeiros anos de vida, para 0 dese lurante mento da personalidade. As pesquisas Vly, relacdo entre as primeiras experiéncias ¢, logias posteriores ilustram uma tentative g* tudar a importancia das primeiras experi dees. para 0 desenvolvimento posterior da = lidade. A importancia dos eventos que Sore cedo na vida é influenciada pela intenside Gesses eventos € 0 fato de se os eventos sui” qiientes fortalecem 0 que foi toma desviam 0 desenvolvimento da ersonalid ou para diregdes novas. dade a fo Lawrence A. Pervin Rutgers University Oliver P John University of California, Berkeley PERSONALIDADE teoria e pesquisa 8? edigdo Tradugio: Ronaldo Cataldo Costa Consultoria, supervisio e revisio técnica desta edigdo: Antonio Carlos Amador Pereira Professor na Faculdade de Psicologia da PUC-SP

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