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Capitulo x : PROBLEMATICA E LOCALIZACAO DA DISCUSSAO igho brasileira @ sou guardiao da questo deciséria ~ 1.3 decisdes defniivas do Supremo Tribunal Federal ~ 1.5 A questao da legiimidade - 1.6 A localzacao do STF no centro decisério do acoplamento estutural enire 08 subsistemas jurdico-poliico © obrigagao de deci. 1.1 A SUPREMACIA DA CONSTITUIGAO BRASILEIRA E SEU GUARDIAO Utilizaremos na justiga constitucional ‘cto sensu, na linha da justiga desenvolvida no Ambito do tribunal constitucional, apesar de Tavares considerar as demais atividades difusas das instdncias judiciais como prestagio de justiga constitucional (Tavares, 2005: 113 e 151). Seguiremos Tava- Tes na demarcagao do con objetivos desta pesquisa, analisam-se apenas as decisdes proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como drgio de prestagdo de decisio definitiva na justica constitucional tipica. Por isso, nao se adentra na justiga constitucional lato sensu, ao exemplo do controle 1s common ose prams eet ito de consiconalidade que no 56 ‘Sopecmo Trbunal Federal. Tal deimitao nals preciso da naturezs de ites do smo variaglo, selegdo e restabilizapto de subsistemas e temas co ais da sociedade. cae Parte Kelsen da andise da norma juridica, que gera norma ju ridica, a patir de norma juridiea. Considera nto someate as noras ‘posts pelo Judiciri, 217), Aleanga 0 Ut 1 obrigntoriedade do ai | Devemos obodecer &s decides de um Juiz ou adminiseader, cm kim. anilise, porque deveros obedece ‘= ‘ertuniarmos por sve devemos obedecer Bs 0 Prien, podemos ser romeidos = uma consi 'Na realdade, buscou tal jrista fecher seu ‘vitar maiores indagagses, imerpretativo. ___turrign commun 0 rte presi ee are ora (Kxsen, 2000: 246-247). Kelson desereve esse fendmeno com simplicidade afrando que “a eviay80 de normas juriicas gems ¢ Talvez, por esta esrutura, tena sido a os ‘de considerar a reaidade, quando mento, Por conseguinte, mani inunal Federal, mediante 0 interes enceunsne €LodDAO OA OSCE kmico de tal intergto, alm da posieSo central “de trea de eomunicarto rerada 10, 08 tis politica (poder no poder) © da ‘nto ter) invadem 0 dreto etoricamente (NEVES, imeio tipi, quando discorremos sobre a supremacia 10 ern -uma fin critica inrodutria, nfo poderismos (einar deter citado a obra. de ‘menos 08 sofisticamentos hubmannianos, que dio uma visio clara ‘na modemidade, Em relagio a [Lunmann, ainda tabalharemos conceios bisicos no decorrer desta fbr, diane de sua introdupdo ainda incpiente na teoria jurdica basic 12 CONTENGAO E ATIVISMO COMO PALCO DA QUESTAO DECISORIA ‘Temos aqui # discussio a respeito da interpreto das normas Pc de fundo &: se € possivelinterpretar 0 1x10 norma, a di Pe sw Bema te St Fen ep juristas na “do = ne fois a cee em ac eon Semen sora ¢ Ps decries m3 a eater limpet interpretagdes diferentes Teno, dieutiemos 0 natimorto juiz como “boca da li” como algo decorente da propria toria da linguagem, em que no pode. aes scomtar uma rexposta nica a0s textos normativos, isto é, Tposnblidade da mera tenica de subsunglo dedutvista, Todavi, amscarems tal visdo com a necesidade de Timitasa0 da eriatvidade ‘conttuigao, bem como em relagdo as normas ro sentido da preservagio das (que regulamentaram Gisriionariedades poiticas ‘ofendidas com base 132). No hd divides de que sua criatvidade do que 0 Ls ‘abem 40. Legisativa, todavia fringdo, quando deixada pelo Legi porosos, como estames constatandk “so: Supremo ‘Tribunal Federal, como teibunal ‘acoplamento estrutural entre 0 dircito € Entende um defensor ativo que deve ser mantida dignidade _—_mmarsscoun ssn no ecompanhamos 2 visto do sutor quando radcaliza no combate fo sista de justiza constiucion. Para defender sua posicto da dignidade (erga Waldron em Kant um defensor moral da le jolzosindividuais sobre a Justia, que indietamente descn- ncia a um coneeito de dreto compartitbado, Na limpedem uma tics {gue no tabalha mais com um conceito de fungdes na busca da implementagso do Riperoomplexo Estado Democrtico de Dirito Uillizando as antlogias em relagdo & interpretagbo e tradueto, ‘difel ado, mas uma aculagéo lingUisies’ mais ou menos uniforme *(eanaz Jn, 2003 268-272). Perecbe 3 ‘como reformulagao dos textos ‘endo por meio de palavras a tinica forme 1 porque. a disposigao € wm enunciado rerpretagdo, e/a norma, © produio ou ‘Ruttado da interpretacio, dal ax varngdes normativas, dependentes Go encreicio da avidade interpretativa (Guasti, 2005: 26-28). nha concctd vem igus, liber concrete com scpondrantemente aber, como a GUE ga “eat tela, para qe Mio ras rxcpoictenente sees = anaes mat Sate aso ae € que se enconta 8 scihde per desdtrenigto com stranes com bases no8 ALM de eine Oe fnomeno dn aoptese em tls pss = Signum nada ladanen. inclusive, ci ee a oun parades a decodincaia ne me Sa chide nfo ¢ 0 fundamental pore © Prgmiice arose Kipesar dint, a subsungdo ¢ técnica que nilo deve ser ‘Gaprezada, pois favorece a positivdade do dirito respeito da interpretaeo e criagdo 42 devi do acoplamento estrutural entre pol que tsplicaremos com maiores dotulhes no decorer desta obra Drocesso de reconsiugzo do dscurso do ordensmento (FexnaZ Jn, 13 AS TENSOES ENTRE O JURIDIC E © POLITICO 2003: 281), ‘Tal questi da criatvidade no ativismo judicial ou contengao do brasileira deina para 0 Supremo 0 papel de defnir © signifcagy monigubncn €LocnZAgho DA DEELEELO 2 oS se, as vezes, suposta crise entre {eeitine c'rusieios quando equele vé seu poder redo ¢ g See Jesictiio scemnate. we © modemo Estado Demo- mente de tensto no sentido negative, pj de’ Direito, no se podem itm e Lohmann © Hat ‘A questo do grau de disericionariedede pol 1 tema que procuraremos desen. ‘encorifa reslvendo conflitey a querer afestar # norma const ratase de ero do jit Trae. eit ¢ ideolgica, que df sla 20 di to, a interpreta, pois, jb nto se volve pay i da Te senda que se entepn & Vontade dy 0 Esta de pela concretizagzo.consttucionl, ‘poderes, devendo também ionariedades cor cetead ao inert ann ratio era 1. Deve res ari merpetagio em aria, devendo dae Vanceanin, 2004: 140-143). ro caso do for ‘iar baseada em comunicagoes el nosso ested, das decisdes det ‘tazem uma complementaridad tim alto pra do dies seoplamento estucural ‘rig totalmente, no vetho tase de regredie 05 progTessos ido para 3 10 por nosso tribunal {dade no mundo pritico vinculando com suas normas plano ‘Ness oportnidade, pretendemos consider alguns aspectos com a auestio dn alopoise de Po mento além do paradigms Insucenteconstrogio de uma esfra publica plurfist (1 (NEVES, bo que 08 pases contra aida socedade. ® decisdes dein, ‘considera comupedes de cbiges mais const tendenes 8 desdiferenciag30 dos 58 ac “Quando estamos espeifcamente anaisande tivas do Supremo Tribunal Fede ben as & nanan tit $8 insistem em defender as decisdes ‘Revonnecer, no Algune autre do tinal eonsiue ‘fedumcnts que demonstra nio desconheserem & de tal drpto, quando complem ido 60 fF estar fora do contro. de. deci (de Carta Magna, apesar de cu} seri demonstrado pode 0.37 14 NATUREZA JURIDICA DAS DECISOES DEFINITIVAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ‘ainda tm misto de ambas a5 na ¢ juidica on pol a consrmvccn: 0 propria contigo © Ee Gomanicarao : L togea Jo 6 ‘pagao da sociedade brasil sodas decisdes do. Supremo ‘otado de um grande namero de apenas gom © futebol como esporte fica di dion come interpretes da, consttuicto 2 om ee 41 stomaticamene Benny, io, em vez de expla Brasil, em conferido um espeet ecistes definitivas. Todavi, nto einiisumbrow else, ras mutas Yezes como ‘onforme & cor "2 moral do. grupo que o clear ido advogado. por ele qe defende wma: moral nese eontexta, o controle Je erty tabalha com um conceita de moral construido © constan- vitores convergent. Tatase de um fer seguido a téenica Cansoldow-se 0 controle concenirado de constiuc Inspirapdes também no regime american paradigma sunea pode mt inferpretagao ‘estrnha 0 texto, que tlopoiee nos palses priéricas Define também 0 controle nfo-interpreativista como aquele que vai alan da defnilo, elaboragio e aplicagZo dos valores constitu. juries conatuciond ial no controle de consi, snonpukna£Lecnit1oh0 04 05080 a8 COMSADIC Teaval wr um sentido evolutivo da mi? Ws da liberdade de expressio se nto sou cético moral, devo ser ativista (Pex, ‘o-interpreta Quando defende 0 atvismo judic rele a soluglo_ par iia de que o procedimento legitima persistimos na id fas decider, independentemente do seu cariter mor &E Neves emtendemos que a moral do consenso é fo resutar em uma postu ng nto deve. servi de cconcrtizagdo de direitos humanos, sendo © Son's ideal democritico. A questio é saber se rcmocrtico,principalmente ns paises pcrifrico, ea, apesar de ‘Além do que, ninguém preservam-se as op Eonstituigao, Entende ai seletivos do acoplamento entre ‘os dissensos da etic ato megan © a0 8 iy mem ene a coerizede enor ‘a preocupagio em nio defender © ati = Prazomo mecanismo d= complome tances, loan em coma, rocedimento © & presenga de dissense spa gone [Nio somos céticos tagdo de normas inceneza dos resultados fnador totalmente da esfea pl fo. Somente se con fal questo uma moral do consenso, ie renovagHo, principalmente em onal, logicamente sem deseo Settow humanos, que € evidente pel ‘oat propria diferoneiagao da socicdade em edita cm uma convergéncia moral na busca de (ere agit diante do individvo, na entra de uma 3 morals particu respi eo permite um constant. dalogo lamento. responsivel © corte volugio reletida de. uma moral diléica © nto ‘onstiticlonal € concretizar @-consttuigao e nio destrur 1 ze___susnga consul 0 cot erst ete one ‘a moral geneticamenteincorporada pela norma ent80, uma pos prudente eabe 20 caso. ol sua posiple, quando firma ‘consitcionalizado Sostura exarsabalada,sabendo que & Us! ‘rrruurante, Lopicamente que © fandamentas que sto peé-reauisit ‘dreno na sociedade, complexe seuremar de principio politico se sobrepdem aos de provedimento police (Dwonn, 2005: 3, 6 € 25) Realmente Dworkin tom razio quando pereebe que ais foes tendem a esconder a cratividade de decisdes ‘ue abertos, com apenas 0 eitério de oneretizagho. de. normas porosss. da co ‘que nfo sustentamos 0 mito de decisde tual da constiuglo, no sentido de norms be ae Ge dicitos ‘aos em face do Som 2 novessidade de apica somadow, Reconhece que os cidadios tém 0 Tegisative. a fo legal como anes jacumas © contsoversias. ponderagio. dentro do poderes, dando-se um onal (Dwonun, 2005: 7, workin om & z ‘de fundo o nos que as deeisdes do STF tém um wo Muitas vezes # norma paradigmatica do we de concretizasio cla justiga constitcions, mitivas, twazendo ponders dirito e = politica, evidencin a Imanifestgbes consttucionais no sentido material ‘SEnpre.inspirada no texto. const imerpretagdo extraconstiucional. ‘Tem 0 STF brasileiro legitmidade para prestar jis ‘conceitos de legitimagio lgitimagdo 90 procedimenta, no, eke ivetrzes segura, diane gt redid suns interes ‘Som avoplamento sural feta dscssto, ev for que serem de fundamentos &8 noses concise 16 A LOCALIZAGKO DO STF NO CENTRO DECISORIO AO RCOPLAMENTO ESTRUTURAL ENTRE OS PO SSTEMAS JURIDICO-POLITICO E A OBRIGACAQ, DE DECIDIR ‘consepuinte, das decir Jos tnbunais. VE na distingso entre centro © periferia a ‘Stipe uma dcisto juridice politica, que Sleciona uma norma abstata das_deciebes C0 STF yas diferencia interno, com suas Pee fante da ‘mmpossibilidade de trabalhes ividade. Ha uma relaclo ge wo. para prestaca0 do diritg descrigio real convergindo para uma un com 0 dedutivismo légice competéncia e decisiio come (Lunsann, 2002: 372-375). sin do jul Resta superada, nessa linha, & asia do iui Stemente se de principalmente 0 juiz constituctor que fre cidin, NO Spare com paradigmas consttucionas i mall jta na fungao deci é i itica € 0 direito. Bs i ten en onattucional a necessidade politica Saat Tespostas cosets nas normas abertas, que Pouco iE impossivel, entdo, 9 dedutivismo do legislador, exclusi. rocedimento que se com excl combina iz como “boca da lei vamente, 2 respostay todays gssegura a incerteza dos MA obrigagao de decidir estipulada a0 Sunn (ae constituigao, nos casos em que suas decisdes Minculam, estabelece um marco cen. por Gm sua funcgo, porque tem ave decidir, mesmo quando nao haja im parimetro constitucional OU legal evidente, dessarte, cumprindo a oe Constituiggo com suas normas também porosas. ‘Ha um papel de ponte nas decisdes NAO pouco criativas do Su. premo nas zonas de tensdo ‘entre 0 juridico e o politico. Necessita-se também de limites; ‘entdo, a ciéncia juridica hoje trabalha na pesquisa iaiais restrigdes, com 2 dificuldade inat da impossibilidade légica da existéncia do controlador do ‘controlador, ou seja, do controlador Go tribunal constitucional. Torna-se impossivel 0 regresso ao infinito, eo fo a questao da legitimidade um ponto bastante ‘complexo, tendo Luhmann adotado a legitimagao pelo procedimento como solugao para Tato de tal complexidade, a qual seré adotada nesta obra. ‘Apesar das dificuldades conteudisticas, somente no centro de- ra, como no caso do Supremo em cisério de uma ponte acoplador relagéo ao direito e a politica, por um procedimento consensual, ‘ucionar confiites juridico-politicos, considerando-se poder-se-40. sol Pevinteragoes proprias do ambiente nos sistemas, sem causar a como explicaremos detalhadamente em desdiferenciagao funcional, capitulo proprio, se é que 0 sistema social no Brasil jé se encontra eee funcionando com seus sistemas autopoieticamente, Gm virtude dos problemas da suposta alopoiese relatados em toda a obra de Neves. = Marconi Falcone *, ‘SAO PAULO

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