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Sócrates diz que os valores para os sofistas se apresenta como opiniões, mas há uma natureza

independente desses valores providos do meio cultural. A razão humana pode questionar e
transcender a dóxa social.
Sócrates propõe uma investigação acerca dos valores morais. Isso se constitui na compreensão
dos princípios da natureza. Natureza se entende por aquilo que cada coisa é, caráter, forma,
essência.

 Origem
Phýsis---<
 Caráter, forma, essência --- > Fim (télos) (compreensão socrática)

A partir daí Sócrates é visto como o fundador dos estudos da ética. O comportamento moral do
se humano é proposto como uma disciplina a parte, um campo filosófico independente.

“O que é” em Sócrates, a resposta para isso só é obtida na essência do objeto em si.

Termos nos diálogos platônicos: eidos, idéa, ousía. Usados para se referir a essência das coisas.

Sócrates procura estruturar uma formulação do éthos tradicional, o que resulta numa forma não
tradicional, ultrapassando o registro do éthos tradicional e estabelecendo uma nova forma de
moralidade. A racionalização da moralidade pelo método socrático produz dois meios:
Moral costumeira (heterônoma) x Moral da autonomia racional
- A costumeira se dá pela obediência das normas sociais do local, se exige um conformismo
fundamental.
- A moral socrática, a da autonomia racional, considera aquela moral verdadeiramente válida a
partir de uma analise racional, uma pratica sistemática, algo necessário para a execução de atos
genuinamente éticos. A opinião publica e costumes socias perdem o seu valor aqui.

O nascimento de uma ciência do éthos, o estudo racional dos valores morais. Essa ciência para
Sócrates é idêntica a virtude, o bem soberano que o homem deve buscar.

O intelectualismo ético é um componente teórico para o sistema de Sócrates, o ver a virtude


moral como o saber. O conhecimento é a condição necessária para a areté, a sabedoria.
Sabedoria = Virtude
Relação essêncial entre o intelecto e a ação. A moral depende de forma decisiva da sabedoria.
Intelecto = ação
Se alguém sabe o que é o justo ela não deve deixar de agir a partir desse conhecimento.
Conhecimento como principio motor da ação. O conhecimento da virtude como um guia para o
homem.
O homem incontinente para Sócrates, ou perturbado pela akrasía, ao ter a sua capacidade
cognitiva radicalmente comprometida pelo assedio das paixões corpóreas ou sensoriais, não
possui capacidade suficiente para a verdadeira assimilação do conhecimento moral.
Paralelos entre o autocontrole e a liberdade para Sócrates. Elementos intimamente interligados,
esse controle das paixões leva ao conhecimento e a verdadeira liberdade.
A maldade e a falta de liberdade a partir da ausência do conhecimento e de autodomínio
(conceito tomado por Hannah Arendt)
Sócrates vê que nele falta a ciência necessária e nisso se pauta seus diálogos, pois ele vê ai toda
a fonte de sua sabedoria. Ele reconhece sua própria ignorância. Sócrates enxerga a verdadeira
sabedoria humana na constatação do não saber.

PARTE 2:

Intelecto como o agir para Sócrates.

Diferentemente dos sofistas Sócrates recusa o título de sábio, na sua afirmação da ignorância
reside seu conhecimento. A ausência do saber na sua expressão mais plena no âmbito humano
faz com que, para o homem, a busca da sabedoria e não a posse da sabedoria vem a ser o bem
mais elevado. O bem mais elevado para o homem da filosofia por ser um exercício intelectual
perpétuo. Isso se efetiva nos seus princípios e valores morais.

A concepção socrática da virtude provém do conhecimento e do controle das paixões.

Metafísica socrática, o corpo como o órganon da alma, um mer instrumento, já que para
Sócrates o homem é sua mente, seu intelecto.

Por meio da reflexão acerca de si mesmo o homem descobre seu eu verdadeiro, uma máxima de
delfos reinterpretada por Sócrates.

A mia idéa, o caráter, a retidão moral que torna possível o ato da piedade.

PARTE 3:
(Prova escrita de ética acerca do ensino ético de Platão ou Sócrates)

Diálogo entre Ménon e Sócrates sobre a essência da virtude. O debate tem um empasse
intelectual com Sócrates refutando e questionando as definições de Menón a respeito do que é a
virtude.

Sócrates mostra que esse discurso sofista cuidadosamente construído nem sempre produz
conhecimento.

Retórica x Conhecimento

Se Sócrates ignora a virtude como sequer ele poderia propor uma pesquisa filosófica acerca da
mesma? Com isso ele utiliza a própria ignorância socrática para questionar o próprio Sócrates.

Sócrates propões a filosofia como uma forma de anámnesis, algo dormente em nós. Uma
recuperação intelectual de uma ciência latente.

Sócrates propõe 3 passos:

Ignorância completa  ciência latente (anámnesis)  ciência integral ou plenamente atualizada

Como pesquisar algo que não temos noção. Logo é impossível pesquisar acerca da virtude nesse
momento.

É apenas possível pesquisar aquilo que está latente em nós (?)

No próximo passo já é impossível uma pesquisa, pois já conheço aquele logo, se eu conheço já
não há necessidade de pesquisa.
PARTE 4:

Após a derrubada dos argumentos erísticos usados por Menon, o mesmo pede a Sócrates para
que volte a investigação da virtude por meio do preceito metodológico colocado por Sócrates no
início da discussão. (questionamento acerca da natureza da virtude)

Sócrates aceita violar o preceito metodológico do começo da discussão, abordando o problema


se a virtude é ou não algo que se ensina, mas ele só fará essa violação com uma condição, que
eles realizem essa abordagem por meio de uma forma de argumentação diferenciada, eles
devem fazer isso a partir de uma hipótese, processo tipicamente pregado pelos geômetras. O
objetivo é desenvolver um raciocínio a partir de um axioma pré-estabelecido.

O postulado que Sócrates estabelece é a de que a virtude é algo que se ensina ela é um saber,
uma episteme, afinal só se pode ensinar as pessoas um conhecimento. Do ponto de vista
platônico o saber é algo que produz convencimento, diferentemente das simples persuasão, um
efeito meramente retórico, reproduzido pelos sofistas.

Eles passam a procurar a existência dos mestres e aprendizes da virtude, o próprio Sócrates diz
não ter encontrado esses mestres em parte alguma. Sócrates propõe exemplos como: “Se
quiséssemos que Menon aprendesse a ser um bom médico o enviaríamos aos médicos, mas a
quem enviaríamos Menon se quiséssemos que ele aprendesse a virtude? Aos sofistas?”

Ao questionar a Ânito sobre a questão da virtude Ânito responde que é só enviar alguém aos
cidadãos belos e de bem, provando um conformismo com o Ethos já estabelecido, apelando para
a autoridade dos antigos, manifestação de um conformismo social abominável. Sócrates
questiona que nenhum desses homens de bem de fato ensinou a outrem a virtude, nem mesmo a
sua próle.

O “saber x opinião correta”

O que é a opinião correta para Sócrates, uma crença cega, mas que ao mesmo tempo é eficaz,
ela torna possível que a ação seja levada para um bom termo. Logo, a opinião correta equivale
ao saber. Sócrates comparava a opinião correta as estatuas de Dédalo, pois como as mesmas elas
podiam se mexer e caráter mutável. Para Sócrates essas opiniões só alcançavam caráter de saber
após uma certa solidez adquirida via um raciocínio (aitías logismós). Essa opinião para Sócrates
é apenas uma crença sem embasamento, por isso ela pode mudar o tempo todo, até que ela se
torne um saber.

Pelos bons homens terem apenas acesso a opinião correta e não o conhecimento que eles não
puderam ensinar a virtude aos outros. O fenomeno do entusiasmo era visto como algo religioso,
Sócrates compara os grandes politicos atenienses mas a isso, pois, eles não movidos pelo saber
genuíno.

PARTE 5:

Retorno ao Mênon. Estudo da virtude e do bem nas ações dos políticos atenienses, eles agiram
dessa forma por meio de uma inspiração divina e não um verdadeiro conhecimento acerca da
virtude. Sócrates chama estes de homens divinos num certo tom de ironia, já que para ele eles
agiram de forma cega, tendo sucesso de forma acidental e não atuando com um verdadeiro
conhecimento de causas.
Platão, um dos mais influentes filósofos da Grécia Antiga, apresenta um diálogo conhecido
como “Mênon”, onde Sócrates e Mênon discutem sobre a natureza da virtude e se ela pode ser
ensinada. No diálogo, há uma presença notável de ironia socrática, uma técnica em que Sócrates
finge ignorância para levar o interlocutor a questionar suas próprias crenças e chegar a uma
compreensão mais profunda.
A ironia é utilizada por Sócrates como uma forma de expor a falta de conhecimento genuíno
sobre o tema discutido. Ele faz perguntas aparentemente simples, mas que levam Mênon a se
contradizer e a perceber que não sabe tão bem como acreditava sobre a virtude. Sócrates, então,
guia Mênon a uma investigação mais profunda e crítica, buscando a verdade através do
questionamento constante.
A ironia presente no diálogo do “Mênon” é um recurso utilizado por Sócrates para incentivar a
reflexão e o pensamento crítico, ao invés de simplesmente transmitir conhecimento. Ele não se
apresenta como um mestre com todas as respostas, mas como um guia que busca conduzir o
interlocutor a descobrir suas próprias conclusões.
Essa abordagem irônica permite que Sócrates revele as contradições nas opiniões de Mênon e,
ao mesmo tempo, estimule o pensamento autônomo e a busca por respostas. É uma forma de
ensinar sem ensinar diretamente, levando o interlocutor a reconhecer suas limitações e a abrir
espaço para o aprendizado genuíno.
Em resumo, a ironia no diálogo do “Mênon” de Platão é uma estratégia utilizada por Sócrates
para desafiar as crenças de Mênon e incentivar a reflexão crítica, levando-o a questionar suas
próprias ideias e a buscar um entendimento mais profundo sobre a virtude.
No final do texto há uma conclusão de que Mênon nunca entendera a pedagogia da dialética
Socrática. Há o estudo na dialética de Sócrates e o contraste na imposição pragmática de
Mênon. O dialogo falha pois o conhecimento da virtude não esta nos sofistas ou políticos de
Atenas, mas sim naquele que verdadeiramente a conhece, um filosofo, representado por
Sócrates, apesar disso o pragmatismo apresentado por Mênon o impede de aprender isso.
Como é sabido, o diálogo platônico Mênon se encerra com a afirmação de uma aporia: de fato,
no desfecho dessa obra, Sócrates proclama abertamente para seu interlocutor, o jovem tessálio
Mênon, que nenhum conhecimento seguro foi por eles alcançado acerca daquilo que foi
investigado ao longo das discussões anteriores, a saber: a questão concernente à gênese da
virtude. Tal fracasso ocorre, porém, segundo o filósofo, porque não se pesquisou previamente o
que é a virtude em si mesma. Estamos, assim, aparentemente, diante de uma dupla negatividade:
nada sabemos acerca de como a virtude se origina, porque ignoramos a sua natureza. Valendo-
se de uma abordagem que leva a sério o caráter dramático e literário do diálogo platônico, o
presente artigo pretende mostrar como essa aporia final que surge ao termo das discussões do
Mênon pode ser compreendida como um enunciado irônico, que envolve, nas suas entrelinhas,
uma significação filosófica diferenciada em relação àquilo que é explicitamente declarado pela
letra do texto
Moralidade pragmática x moralidade costumeira x moralidade filosófica

- MP: representada por Mênon que se funda na vontade poder.

- MC: representada por Ânito, moralidade costumeira e convencional hostil a filosofia.

- MF: representada por Sócrates, moralidade pautada na filosofia e na reflexão.

A crítica da republica de Platão acerca de como uma cidade deve se estrutura para tornar
possível a realização da virtude na vida, afim de levar os homens a vida genuinamente boa e
feliz. A determinação do melhor regime político, da melhor politeia.

PARTE 6:

A república de Platão como reflexão do que é a cidade, o conceito das cidades. O eu a polis
essencialmente é chama-se politeia, a natureza da polis como tal se revela nesse elemento da
politeia. Heidegger expõe acerca disso em Parmênides. Na perspectiva de Aristóteles a politeia
é tambem a essencia da polis, um dialogo reflexivo da polis é no fim um dialogo acerca da
politeia.

A discussão do problema da justiça na republica. Para Trasímaco a justiça se identifica com a


legalidade. Todavia, para Sócrates, a justiça tem um valor em si, que independe da legalidade
estabelecida ou instituída, podendo funcionar como padrão axiológico para julgar o valor
jurídico. Diálogo entre legalidade e justiça e a definição de um direito biológico. O principio
fundamental a argumentação de Sócrates na republica é o de que o a justiça não se confunde ao
direito legal, ela preexiste a ordem legal preestabelecida, essa justiça que existe por si pode ser
alcançada através do exercício racional.
O problema da justiça não é apenas de base teórica, mas também entra no problema da
moralidade dos homens, o modo de vida mais correto e virtuoso para os homens. Sócrates na
republica lança mão do discurso de descrever uma cidade perfeitamente justa, a bela cidade
kallípolis/ Pólis dikaia. Sócrates supõe uma relação entre a alma dos habitantes e a polis, a alma
como uma micropólis e a alma como uma macánthropos. Dessa forma é mais fácil observar
como a justiça se da nos conjuntos da cidade e logo depois no indivíduo, texto de caráter
psicopolítico, não é possível entender a polis antes de entender os indivíduos inseridos nela.

Estudo com intuito da capacidade de viver e viver bem no sentido ético e moral. Começando
pelas três classes fundamentais da cidade justa: o estamento comercial, logo em seguida o
militar e enfim o estamento do governo.

| Governantes (árkhontes)

Cidade justa -------| Guardiões (phýlakes)

| produtores (georgoi/demiurgoi)

As três virtudes da politeia como representantes das tres classes, sophia-euboliaa/sabedoria


(governantes), andreía (guardiões), sophrosýne/temperança (produtores, mas ainda aplicavel nas
outras classes). A justiça para Sócrates como o cumprir da função que lhe é própria, fazer o que
lhe é devido e se subordinar ao seu superior, engendrando na cidade uma ordem racional. A
justiça ´o principio fundamental da politica, sem ela nenhuma sociedade pode subsistir e
prosperar, mesmo uma sociedade de bandidos deve ter em seu cerne algum código de justiça de
acordo com Sócrates.

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