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LANDMARQUES - Uma Tese - Antonio Onias
LANDMARQUES - Uma Tese - Antonio Onias
Compilação de Findel
1.- A obrigação de cada Maçom professar a religião universal em que todos os homens de
bem concordam. (Praticamente transcrevendo as Constituições de Anderson)
2.- Não existem na Ordem diferenças de nascimento, raça, cor, nacionalidade, credo
religioso ou político.
3.- Cada Iniciado torna-se membro da Fraternidade Universal, com pleno direito de visitar
outras Lojas.
4.- Para ser Iniciado é necessário ser homem livre e de bons costumes, ter liberdade
espiritual, cultura geral e ser maior de idade.
5.- A igualdade dos Maçons em Loja.
6.- A obrigatoriedade de solucionar todas as divergências entre os Maçons dentro da
Fraternidade. (Como eu gostaria que isso se tornasse realidade)
7.- Os mandamentos da concórdia, amor fraternal e tolerância; proibição de levar para a
Ordem discussões sobre assuntos de religião e política.
8.- O sigilo sobre os assuntos ritualísticos e os conhecimentos havidos na Iniciação.
9.- O direito de cada Maçom colaborar na legislação maçônica, o direito de voto e o de ser
representado no Alto Corpo.
Classificação de Mackey
4.- O governo da Fraternidade deve ser exercido por um Oficial denominado Grão Mestre, eleito por
todo o povo Maçônico.
A criação do cargo de Grão Mestre de uma Potência, conforme entendemos hoje, só foi acontecer
após a fundação da Grande Loja da Inglaterra. Anteriormente, o nome Grão Mestre era também utilizado
para Veneráveis de Lojas, e não de toda a Fraternidade.
5.- A prerrogativa do Grão Mestre de presidir toda reunião maçônica, onde e quando se realize.
A objeção é mesma que a anterior, só depois da criação de um Alto Corpo, reunindo maçons de
todas as Lojas é que houve o que seria o cargo atual de Grão Mestre.
Landmarques, uma tese (aOn) fls. 5
6.- A prerrogativa do Grão Mestre de conceder licença de conferir graus em tempo anormais, com
dispensa dos prazos.
Repetimos a mesma alegação dos anteriores itens.
7.- A prerrogativa que tem o Grão Mestre de autorizar fundação e manutenção de Lojas Maçônicas.
Anteriormente, as Lojas eram fundadas por decisão dos Maçons, sem influência estranha. Era o
lema “Maçom livre em Loja livre”. A prática das cartas constitutivas é recente.
8.- A prerrogativa do Grão Mestre de “fazer maçons à vista”, ou seja, reunindo determinado número
de Irmãos poder iniciar sem que sejam necessárias sindicâncias, provas ou o que mais seja da
iniciação.
Isso já foi feito no Brasil, infelizmente, com drásticas conseqüências.
Como se vê, os chamados landmarques, do 4º ao 8º, são regras que cabem mais num estatuto,
numa constituição, podendo ser alterados por decisão do povo Maçônico, como já o foram.
10.- O governo da Fraternidade, quando reunida em Loja, deve ser exercido por um Venerável e dois
Vigilantes.
Este é efetivamente um landmarque, pois desde tempos imemoriais, mesmo quando não havia os
graus, as Lojas eram presididas por um Presidente e dois Vice-Presidentes, escolhidos entre seus
membros.
12.- O direito de todo Maçom se fazer representar nas reuniões gerais da Fraternidade, e de instruir
seus representantes.
Anteriormente os Maçons (aprendizes ou companheiros) compareciam pessoalmente às reuniões
do povo Maçônico, mas não podiam ser representados. O direito de representação foi criado posteriormente,
e é diferente conforme a legislação da Obediência, quer seja Grande Loja ou Grande Oriente. Em uma os
representantes são o Venerável e os Vigilantes, e no outro é o deputado.
13.- O direito de recurso de cada Maçom perante a Grande Loja ou Assembléia Geral.
Nos primórdios da Maçonaria Especulativa não existia esse direito de recorrer da decisão de uma
Loja a que pertencesse o Maçom, pois a Loja era livre e não filiada a nenhum Alto Corpo. E, atualmente,
por exemplo, no Grande Oriente existe um Órgão Judiciário específico para decidir recurso de Maçom.
15.- Nenhum visitante, desconhecido dos Irmãos de uma Loja, pode ser admitido à visita, sem que,
antes de tudo, seja examinado, conforme os antigos costumes.
Seria no caso o inverso do landmarque anterior, no entanto, como a maioria não conhece os toques,
os sinais e as palavras de outros Ritos, é de fato não cumprido. Já ouvi Vigilante dizer que “batem
irregularmente à porta do templo”, quando ouve as baterias de outro Rito que não o seu.
16.- Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que digam a outra, nem conferir graus a Irmãos
de outros quadros.
Em tese, é verdadeiro, no entanto, um visitante pode votar contra o ingresso de um profano em
uma Loja, o que é uma certa forma de se imiscuir em assuntos de outra, e isto jamais foi proibido nem
poderia sê-lo. Quanto a conferir graus, pode, desde que por delegação da Loja de origem do Irmão.
17.- Todo Maçom está sujeito às leis e aos regulamentos da Jurisdição Maçônica em que reside,
mesmo não sendo membro de qualquer Loja.
Outra afirmação que, em tese, é de aceitar, posto que não se filiar já seria uma infração maçônica,
no entanto, a residência temporária está sendo considerada? Poderia a Obediência regional obrigar o
Maçom designado a prestar serviços por tempo determinado em outro país, ou região, a filiar-se à sua
Jurisdição sob a ameaça de infringir um landmarque?
18.- Todo candidato à iniciação deve ser homem livre de nascimento, não mutilado ou isento de
defeitos físicos e maior de idade.
Que maioridade? Civil, eleitoral ou criminal? Os lowtons, em nossa legislação, têm direitos
especiais quanto à idade.
O escravo liberto ou o filho de escravo não poderia ser iniciado? No Brasil o foram.
Quando se impunha a iniciação apenas dos homens as mulheres eram submissas, em todo sentido.
O são agora? Atualmente, há algumas que são mais livres que alguns homens. E mais capazes.
A higidez exigida é efetivamente total, no entanto, conhecemos diversos Irmãos mutilados; já
soubemos de casos históricos de cegos iniciados, a própria Constituição exige, atualmente, que a higidez
lhe dê condições de praticar todos os atos ritualísticos. Seria essa exigência atual? E o avanço no campo
das próteses? Permanece este landmarque por séculos, como se exige.
19.- Que todo Maçom deve crer na existência de Deus como Grande Arquiteto do Universo.
Não seria a exigência um dogma, que fere os princípios Maçônicos? A Maçonaria tem princípios,
não dogmas. Anderson falava em religião universal, não definia no que deve crer. A Grande Loja Unida da
Inglaterra chega a exigir uma religião monoteísta, como ficariam os panteístas e os politeístas, de diversas
facções. Eles são religiosos. Houve época em que algumas Lojas exigiam a crença no dogma da Trindade.
Quando se pretendeu fixar esta afirmativa como landmarque, sequer se conheciam todos os tipos de crenças
existentes no planeta. Só é permitido ser Maçom se for de origem judaico-muçulmano-cristão? Onde a
liberdade de crença? Onde a exclusão do preconceito religioso?
Melhor seria falarmos na crença, na aceitação de um Princípio Criador, que abrangeria melhor
todas as possíveis formas de credos, conforme consta da Constituição do Grande Oriente do Brasil.
Landmarques, uma tese (aOn) fls. 7
20.- Subsidiária à crença em Deus, a crença em uma vida futura, na imortalidade da alma e na
ressurreição.
Vemos que alguns landmarques, como o de Pound, que prefere falar em “imutação da
personalidade”, no lugar de imortalidade.
A maior parte dos autores brasileiros (por má fé?) esconde que Mackey cita a crença na
ressurreição, que fere grande parte dos maçons brasileiros, que crêem na reencarnação e não na ressurreição.
Toda afirmativa dogmática colocada como landmarque é um perigo para a liberdade de pensamento,
fundamento da Ordem.
22.- Que todos os homens são iguais perante Deus e que na Loja se encontram no mesmo nível.
Em primeiro lugar, muda-se a redação de Mackey, que diz simplesmente a igualdade de todos os
Maçons.
Mas não há dúvida que a igualdade dos Maçons em Loja é um landmarque, desde que obedecida
a hierarquia e os graus, portanto a igualdade não é tão absoluta. A grande verdade é que o Maçom não goza
dos privilégios e prerrogativas que possam gozar no mundo profano.
23.- Que a Maçonaria é uma sociedade secreta de posse de segredos que não podem ser divulgados.
Por que será que nossos Irmãos alteram a redação dos landmarques de Mackey, será que é porque
não podem sustentá-los na forma que são, mas pretendem endeusá-los?
Ora, a Maçonaria não é uma sociedade secreta, só o sendo nos países onde a liberdade de
associação não é permitida. Nem em Cuba comunista.
Ela tem seus estatutos registrados e sede conhecida. Ela é, isto sim, uma sociedade sigilosa, que
tem seus segredos, como muitas outras sociedades civis e religiosas. O que existe na Maçonaria é o sigilo
que seus membros devem guardar dos conhecimentos havidos pela iniciação
Se segredo existe é aquilo que é tratado dentro de Loja, o, que infelizmente não acontece.
24.- A Maçonaria consiste em uma ciência especulativa fundada numa arte operativa.
Definir a Maçonaria como ciência é absolutamente anticientífico, em nenhum conceito de ciência
cabe admitir a Maçonaria como uma delas. A Maçonaria incentiva o estudo da ciência, incentiva a prática
das artes, mas não é nenhuma nem outra. A afirmativa não é um landmarque, e ainda mais, é uma inverdade.
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