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Estudo de

Caso

Auditoria e certificação
ambiental
Professores: Me. Liana Gomes Netto
Esp. Paulo Henrique Franzão Silva
Unicesumar
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estudo de
caso

O mercado de orgânicos pode ser estratégico para o Brasil

A demanda pelo consumo de produtos caracterizados como orgânicos vêm crescendo gra-
dativamente, visto que é uma prática que pode ser considerada sustentável e que gera valor
agregado ao produtor pelo fato do produto não conter agroquímico. Seu manejo é bem tra-
balhoso e as etapas de certificação para atestar que o produto é orgânico são bem criteriosos
para informar o consumidor final.
Os principais consumidores de produtos livres de agrotóxicos produzem apenas 33% do
volume de produtos consumidos, sendo que este mercado é caracterizado por movimentar
cerca de US$ 43,3 bilhões nos Estados Unidos e na Europa US$ 31,1 bilhões, dando desta-
que para frutas, hortaliças, alimentos para recém nascidos e substitutos de carne. Estes dados
foram coletados em duas instituiçõe europeias: FiBL (Research Institute of Organic Agriculture)
e IFOAM (International Federation of Organic Agriculture Movements) no ano de 2015.
Segundo o sócio-gerente da empresa grãos orgânicos Carlos Thomaz Lopez, o Brasil se
destaca por apresentar grande característica técnica e uma participação bastante expressi-
va no mercado internacional de milho e soja convencionais. Quando o assunto é orgânicos,
se superados os gargalos da produção, a nação poderia facilmente assumir uma posição de
protagonismo no cenário mundial.
Conforme dados do Centro de Inteligência em Orgânicos da SNA (Sociedade Nacional de
Agricultura), a área plantada com orgânicos no Brasil chega a 750 mil hectares, fazendo com
que o país ocupe a 12ª posição entre os principais produtores mundiais e 5ª posição entre
os países em desenvolvimento, ficando atrás de Uruguai e Argentina. Thomaz apresenta que
“Estima-se que o mercado apresenta crescimento de 20% ao ano. Hoje são 11.800 produto-
res certificados e as vendas totais chegaram a R$ 2,5 bilhões em 2016”.
Thomaz explica também que se tratando do milho, sua área plantada está estimada em
3.300 hectares, o que representa apenas 0,018% das lavouras ocupadas pelo cereal no país,
enquanto nos Estados Unidos essa relação acaba sendo 10 vezes maior. No Brasil o avanço
da produção de orgânicos ainda enfrenta barreiras com o receio dos produtores em relação
a conversão da produção convencional para o modelo orgânico.
Quando vinculada a legislação, a produção orgânica é normatizada pela Lei Federal
(Instrução Normativa Nº 46 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), onde
segundo o coordenador de Agroecologia do Mapa Rogério Dias, aborda que a carência de
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caso

cultivares apropriadas para o sistema orgânico é o maior desafio para os gestores que atuam
na parte de cadeia de orgânicos. O coordenador explica que “Temos que fortalecer instituições
que trabalham com melhoramento, já que existe a necessidade de adaptação das semen-
tes em nível regional, e motivar agricultores que queiram ser multiplicadores dos materiais
dentro do sistema orgânico. É uma questão estratégica, de segurança nacional”.
Segundo o técnico agrícola Virgínio Gonçalves, um dos maiores desafios é aliar a eficiência
técnica e econômica com o respeito e equilíbrio à biodiversidade. Já para Walter Mantragnolo,
pesquisador da Embrapa, os principais desafios dos estudos sobre a Agroecologia estão na
busca por mais recursos financeiros e geração dos resultados, no fortalecimento dos proces-
sos de produção, intercâmbio e comercialização das sementes, na integração de saberes, e
na aproximação entre os conhecimentos científicos e técnicos.
Quando abordado sobre a gestão da cultura orgânica e convencional, na agricultura con-
vencional são utilizados inseticidas líquidos, fumigantes voláteis e fungicidas para efetuar o
combate de diversas pragas e fungos. Já na agricultura orgânica, os pesquisadores testaram
diversos ingredientes, dentre eles o produto “Terra de Diatomáceas”, caracterizado como um
pó proveniente de algas fossilizadas, este produto vêm ganhando destaque na cultura do
milho e é caracterizado como pouco tóxico.
Esta foi apenas uma das tecnologias desenvolvidas pela EMBRAPA no Brasil relacionada
às diversas outras que estão em fase de desenvolvimento, ou já foram desenvolvidas e que
entram como ferramentas essenciais para promover a agricultura orgânica no país, visto que
seu potencial para atender a demanda mundial deste segmento é bastante promissor e que
a cultura de aderir a produtos livres de agrotóxicos está crescendo cada vez mais, mostran-
do ser uma ótima oportunidade para investimento.

Referência
PORTAL DO AGRONEGÓCIO. Mercado de orgânicos pode ser estratégico para o Brasil.
[2017]. Disponível em: < http://www.portaldoagronegocio.com.br/noticia/mercado-de-or-
ganicos-pode-ser-estrategico-para-o-brasil-160395>. Acesso em: 23 ago. 2017.

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