O Pastorado é uma trajetória de êxito apenas quando a humildade é o alicerce do serviço e ensino que Jesus realiza através de nós e o entendemos assim!
O Pastorado é uma trajetória de êxito apenas quando a humildade é o alicerce do serviço e ensino que Jesus realiza através de nós e o entendemos assim!
O Pastorado é uma trajetória de êxito apenas quando a humildade é o alicerce do serviço e ensino que Jesus realiza através de nós e o entendemos assim!
Saindo de Londrina (1968), onde frequentava a Igreja
Evangélica desde minha conversão a Cristo aos 15 anos
(1964), fui fazer o serviço militar em Curitiba, de onde sai em outubro do mesmo ano, indo morar em Joinville para fazer a Escola Bíblica, estudar o 2.º Grau (Magistério/Curso Normal) e trabalhar na Secretaria da Comunidade Evangélica.
Tenho inúmeras boas recordações de amizades em
Joinville. Lembro que eu dissera a uma Sra. idosa, líder, muito querida e amiga, a "Frau” (Sra.) Keller, que eu seria representante da igreja em Londrina na Faculdade de Teologia em São Leopoldo/RS, ao que ela reagiu, dizendo, puxando um forte sotaque alemão: "Não mesmo! Você será o estudante de Teologia enviado por Joinville". Emocionei-me! Era uma mãe do coração. Tenho muita gratidão pelos inúmeros irmãos e amigos que lá muito me prezavam. Foi lá que ganhei o prêmio maior: a Ursula, minha esposa, companheira de longa jornada pastoral. Jornada que daria um livro!
Em 1971, fui para a Faculdade de Teologia em São
Leopoldo/RS, onde estudei até jun/1976. Em julho fui, oficialmente, para o primeiro campo de trabalho, Juiz de Fora/,MG, já casado há um ano e meio.
Deixamos muitos amigos lá. Não consigo deixar de dizer
de um marco inesquecível e emocionante. A Ursula, eu, mais um casal de namorados, Roberto Steigert e Solange Thielmann, conduzíamos um pequeno Grupo de Jovens (entre dez a doze jovens), a maioria adolescentes.
As denominações evangélicas promoveram, na época,
um tipo de Festival de Música Sacra para Jovens, no renomado Instituto Granbery. Fiquei sabendo, falei com o grupo e aceitaram. Mas isto já de última hora porque as inscrições já tinham terminado ou estavam no último dia. Não me lembro bem.
Escolhemos o hino "Qual barco singra pelo Mar, a Igreja
do Senhor" acompanhado de um "bumbo", como chamávamos na época. Ensaiamos bastante. Cantávamos o hino, intercalado do "bumm", "bumm"...
Quando fomos, eu disse para o grupo: Vamos apenas
participar e aprender para o próximo. Havia alguns grupos já bem preparados de outros anos. Havia uma premiação: do primeiro ao quarto lugar. Começaram pelo quarto. Todos nós já estávamos satisfeitos que havíamos participado. Quando chegaram ao primeiro lugar, os jurados fizeram um suspense e, então, disseram, em alta voz:
"Primeeeiro luuugaaar!" "Grupo Jovem da Comunidade
Luterana de Juiz de Fora". Não acreditava. O que eles falaram, perguntei aos jovens. "NÓS GANHAMOS, PASTOR!" Todos nós desabamos a chorar de alegria!
Estou emocionado ao escrever sobre isto! É o
pastorado!!! Como homenagem àquele grupo cito, no final do artigo, nomes, talvez nem todos, que foi à Solange nomear [1].
1978! Havíamos decidido sair do trabalho pastoral em
Juiz de Fora, MG. Deus nos chamava para uma outra missão importante também, mais longa e missionária, na verdade, junto a uma etnia européia no Rio Grande do Sul.
Todavia, ainda precisava, durante um mês (julho/78),
passar pelo Segundo Exame Teológico na Faculdade Teológica Luterana em São Leopoldo/RS (hoje, EST) para, definitivamente, ser aprovado como pastor. Já havia estudado cinco anos e meio antes lá.
Logo no início, outro pastor, que também lá estava para
o Exame, cuja esposa era de Camaquã, me levou num final de semana para conhecer a igreja de lá, uma vez que estavam instituindo um segundo pastorado. Descobri, então, que era formada, na sua grande maioria, de descendentes de pomeranos.
Quando retornamos ao Seminário, conversei com o
Professor de História Eclesiástica, se o meu trabalho escrito poderia ser sobre a Pomerânia, com que ele concordou.
Resumindo, em sete de setembro/1978, a Ursula e eu
nos tornamos pastores missionários entre a etnia pomerana que vieram, pós-guerra, para vários lugares do Brasil, um povo que amamos de um modo muito especial.
A Igreja Evangélica de Camaquã, é
composta de quatro comunidades que a formam, com um contingente maior de membros, Banhado do Colégio, em torno de uns vinte minutos por estrada de chão, uma comunidade agrícola oriunda da Reforma Agrária do tempo de Leonel Brizola, cidade de Cristal, entre Camaquã e São Lourenço do Sul e cidade de Chuvisca, em torno de quarenta minutos, comunidade também agrícola.
Na nossa história pastoral naquela região, após 20 anos
e 3 meses de atuação lá, tem, hoje, o antes e o depois. Antes era “desensinar” o errado, biblicamente falando; depois, ensinar o correto segundo as Escrituras.
O antes foi tremendamente muito difícil, todavia, com a
obra que o Espírito Santo foi realizando através de nós, ensinou-me a paciência, e, muito especialmente, duas coisas que foram fundamentais no êxito: Persistência e um amor muito especial à aquela etnia que, no tempo de seus antepassados, foram como que deixados lá à mercê deles próprios. Pessoalmente, sempre digo que lhes deram um pedaço de chão, um matagal, com um “facão na mão e, agora, se virem!”
Hoje, uma boa parte, está bem melhor, falando do
aspecto sócio-político. Também, dentro do contexto do cristianismo, estão, como dizia um dos nossos netinhos: “Mais melhor!”
Aqui preciso, antes de falar sobre os dias 21 a
28/Julho/2023 em Camaquã, abordar sobre o trabalho em São José/SC, para onde fomos em Dez/1998, onde também me aposentei no final de 2010.
Fomos muito bem recebidos tanto quanto bem tratados.
Fazia parceria, como segundo pastorado, com o Pr. Sérgio Gessner. Nosso campo de trabalho era mais área do ensino.
Enfatizamos e trabalhamos mais na área do discipulado
e ensino tanto quanto na formação de lideranças, com Curso de Obreiros e Pregadores leigos, como nas atividades normais de uma Comunidade Evangélica.
Tivemos uma boa parcela de colaboradores e muitos
frutos do trabalho permanecem. Atualmente, congregamos numa Comunidade que, há vinte atrás, começamos, junto com outros líderes, um Ponto de Pregação, num bairro.
Em dezembro de 2010, tivemos uma surpresa
maravilhosa, jamais sonhada por nós. Um amigo, após um culto de manhã, junto com seus outros irmãos que, constituíam, assim, quatro famílias e que, sentados à mesa, disse, a certa altura, que desejavam nos dar um presente como gratidão ao nosso trabalho e aos cuidados que havíamos prestado às suas famílias. Disse:
"Pastor, sabemos que você gosta muito de Israel". "É
verdade, respondi". Então, queremos dar a você e à dna. Ursula uma viagem a Israel!".
Embargou a voz! Eu quase não soube o que dizer. Então,
disse: "Mas isso custa aí três mil reais!!!" Ao que ele respondeu: "Não estamos falando em valores!. Queremos saber se querem ir".
Claro, queremos, é nosso sonho!! Foi muita emoção e um
dia muito memorável que tivemos com amigos e irmãos. Em Abril/2012, aportamos, pela primeira vez em Israel e, com muita emoção, juntos com outros no ônibus, todos choramos cantando um hino quando adentramos à Cidade de Jerusalém. Assim, emocionado ao escrever isto, digo: eterna Gratidão, amigos!
Assim, para finalizar a trajetória dessa Memorável
Jornada Pastoral, vem o depois de 25 anos da saída de Camaquã.
Estivemos em 21 a 28/07/2023, na comemoração
especial de aniversário dos 50 anos da Comunidade Evangélica de Banhado do Colégio, para a qual fomos convidados para fazer a “fechadura” desse período comemorativo. Mesmo um tanto "capenga" na saúde, não tinha como não ir. Mas Deus cuidou muito bem da minha amada "chofer" que me levou e trouxe tranquila de volta a São José.
Assim, no dia 22/Jul/2023, sábado, à tarde, palestrei
sobre discipulado. No domingo de manhã, uma pregação evangelística onde alguns tomaram uma posição com Jesus. Após, um almoço de confraternização. Veja algumas imagens, em especial no Templo: À noite, pregação em Camaquã, com o templo lotado. Outra noite memorável!
Estivemos quase um dia na pequena cidade de
Chuvisca , antes da cidade Dom Feliciano. Lá almoçamos com uma família muito amiga e colaboradora e, à noite, um encontro com amigos e líderes, finalizando com uma confraternização. Fomos, deveras, muito impactado com a recepção tanto quanto com o profundo amor e gratidão com que nos receberam e com a indescritível gratidão ao trabalho de ensino e evangelismo realizados. Retornamos bem marcados, como nunca antes, com abraços de profundo amor como que de filhos que amam seus pais e já há tempo não os via face a face. Palavras não dizem tudo, apenas vendo!
Um autor, Sheridan Voysey, numa reflexão, no
Devocionário Pão Diário (05/08/2023), trouxe uma reflexão muito própria ao contexto do que acima descrevi, em relação aos 35 anos efetivos de nossa vida ministerial, especialmente aos mais simples e necessitados.
Falando sobre um Evangelista inglês, ele diz:
● "No século 17, Cuthbert evangelizou parte do norte da
Inglaterra, aconselhou monarcas e influenciou o estado. A cidade de Durham foi construída em sua honra. Mas o legado dele é muito maior".
Houve, certa feita, uma praga mortal. Cuthbert, então,
saiu de cidade em cidade afetadas, orando e conformando pessoas.
Numas dessas, ele encontra uma mãe que já havia
perdido um filho e com outro prestes a morrer, segura a criança nos seus braços, ora por ele e o beija na testa, dizendo à mãe: “Não tenha medo, ninguém mais em sua casa morrerá”. "Conta-se que o menino sobreviveu", afirma Sheridan.
Jesus já havia dito: "Quem recebe uma criança pequena
como esta em meu nome recebe a mim” (Mc 9:37). Sheridan faz a seguinte pergunta: "Qual o ensino de Jesus? A verdadeira grandeza reside em servir o menor e mais humilde (v. 35).
Sheridan encerra sua reflexão, dizendo a respeito de
Cuthbert: "Um conselheiro para os monarcas. Um influenciador da história. Uma cidade construída em honra dele".
Nós, a Ursula e eu, Nelson Pereira, desejamos que o
nosso legado seja o que Sheridan falou sobre Cuthbert:
● "Mas talvez no Céu seu legado seja assim: consolou
uma mãe, beijou uma testa infantil, viveu com humildade e refletiu Seu Mestre".
Ainda que palavras sejam insuficientes para expressar