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Empreendedorismo

Sumário

▪ Política de operações
▪ Logística
▪ Supply Chain Management
▪ Localização
▪ Plano de Operações
Logística

“Logística é a parte dos processos da cadeia de fornecimentos (Supply Chain) que


planeia, implementa e controla o efectivo fluxo e stockagem de bens, serviços e
informações relacionadas, desde o ponto de origem até ao ponto de consumo, com o
objetivo de responder às necessidades dos clientes”.
(Council of Supply Chain Management Professionals, 2020)

Missão da Logística
“Dispor o produto ou o serviço certo, no lugar certo, na quantidade certa, no tempo
certo, ao custo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo que se assegura a
maior rentabilidade da empresa”.

Elevar o nível de serviço ao cliente e


proporcionar maior rentabilidade à empresa
Processo de planear,
implementar, controlar

Fluxo e Armazenagem:
do ponto de matéria-prima, produtos em ao ponto de
origem processo, produtos destino
acabados, informações,
dinheiro, etc.

de forma económica, satisfazendo as necessidades e


eficiente e efetiva preferências dos clientes
Fluxos Logísticos
FORNECEDOR PRODUÇÃO DISTRIBUIDOR RETALHISTA CONSUMIDOR

Fluxo de Informação

Fluxo de Materiais

Fluxo de Dinheiro
Importância da logística

▪ Produtos e serviços não têm valor a menos que:


▪ estejam sob a posse do cliente quando (tempo)
▪ e onde (lugar) eles desejam consumi-los.

▪ A logística adiciona valor para o cliente:


▪ Os clientes desejam cada vez mais uma resposta rápida e personalizada.

▪ Os custos logísticos são significativos:


▪ Linhas de fornecimento e distribuição são cada vez maiores.

▪ A logística é importante para a estratégia:


▪ A logística é uma fonte de vantagem competitiva.
Atividades e Gestão logística
▪ As atividades logísticas incluem normalmente a gestão dos transportes de
entrada e saída e da frota de transporte, a gestão do armazenamento e
inventários, o manuseamento de materiais, o atendimento de pedidos,
o desenho da rede logística, o planeamento da oferta/procura e a
gestão dos fornecedores de serviços de logística;
▪A função logística pode incluir também o sourcing (processo de
identificação de fornecedores) e a aquisição (procurement), o planeamento e
a programação da produção, o embalamento, a montagem e o atendimento
ao cliente;
▪ A logística deve estar envolvida em todos os níveis de planeamento e
execução - estratégico, tático e operacional;
▪ A gestão logística é uma função integradora, que coordena e otimiza todas
as atividades logísticas, bem como agrega as atividades de logística com
outras funções, incluindo marketing, vendas, produção e manufatura,
finanças e tecnologias da informação.
(Council of Supply Chain Management Professionals, 2020)
Triângulo do Planeamento Logístico

Decisões relativas
à localização

Custos Reduzidos

Decisões relativas Decisões relativas


a stocks ao transporte
Atividades Principais ou Primárias

▪ As atividades principais ocorrem em todos os canais de abastecimento:

Serviço ao cliente (normalmente definido pelo marketing)

Transporte

Gestão de Inventários / Stocks

Fluxos de Informação e Processamento de encomendas


Atividades de apoio ou de suporte
Armazenagem (determinação de espaço, layout de stock,
configuração, colocação de stock)

Movimentação de Materiais seleção equipamento e políticas


reposição, preparação encomendas, armazenagem e recuperação stock).

Compras (seleção de fontes de abastecimento, momento de compra,


quantidades de compra)

Embalagem e acondicionamento (projetada para o manuseio,


armazenagem, proteção contra perdas/danos)

Cooperação com produção/operações (especificar quantidades


agregadas, sequência e tempo produção, agendamento abastecimentos)

Informação (recolha, armazenagem e manipulação de informação,


análise de dados, procedimentos de controlo)
Atividades Logísticas
Componentes Chave da Logística

Fonte: Rushton, A., Croucker, P., Baker, P. (2010), The Handbook of Logistics & Distribution Management, 4th Edition
Planeamento Logístico

Nível de Planeamento
Área
Estratégico Tático Operacional

Nível de serviço sazonal e escolha


Transportes Seleção do modo de transporte Consolidação de cargas
do operador

Tipo, disposição do espaço e Alocação de espaços de acordo Receção de produtos e satisfação


Armazenagem
escolha do local com as necessidades sazonais das encomendas

Aprovisionamento e Definição de políticas de Seleção e contratação de Emissão e seguimento de


Gestão de Stocks encomenda e sistemas de controlo fornecedores encomendas

Número, dimensão e localização


Localização Onde colocar o inventário? Rotas, expedição e despacho
de instalações

Processamento de Seleção e projeto do sistema de Regras de prioridades para as


Expedição das encomendas
Encomendas tratamento das encomendas encomendas dos clientes

Programação de campanhas e
Serviço ao cliente Determinação de standards Monitorização e controlo
promoções

Fonte: Adaptado de BALLOU, R. H. (2004), Business logistics/supply chain management : planning, organizing and controlling the supply chain. 5th ed.
Supply Chain Management (SCM)

“A Gestão da Cadeia de Abastecimento engloba o planeamento e a gestão de todas as


atividades envolvidas no fornecimento e aquisição, conversão e todas as atividades
de gestão logística. É importante ressaltar que também inclui coordenação e
colaboração com parceiros de canal, que podem ser fornecedores, intermediários,
prestadores de serviços terceirizados e clientes. A gestão da cadeia de
abastecimento integra a gestão da oferta e da procura dentro e entre as
empresas”.
(Council of Supply Chain Management Professionals, 2020)

“A gestão da cadeia de abastecimento envolve o planeamento e controle de todas


as atividades ao longo da cadeia de valor de um negócio. O objetivo do SCM é
reduzir os níveis de inventários, diminuir custos, encurtar o tempo de colocação no
mercado e, por último, garantir melhores níveis de serviço e satisfação para os
clientes”.
Gestão da Cadeia de Abastecimento

“… Integração de todas as
atividades associadas ao
fluxo e transformação de Transporte
Armazenagem
Transporte Clientes

bens, desde as matérias-


primas até ao utilizador
Fluxos de
Informação
Fábrica
final, bem como os fluxos
de informação, por meio Transporte
do desenvolvimento de
relações na cadeia de
abastecimento, para Transporte
Fornecedores

atingir vantagem
Armazenagem

competitiva sustentada”;
(Handfield and Nichols, 1999)
Gestão da Cadeia de Abastecimento

▪ A Gestão da cadeia de abastecimento é uma função integradora com


a responsabilidade primária de vincular as principais funções e
processos de negócios dentro e entre as empresas num modelo de
negócios coeso e com um elevado desempenho;

▪ Inclui todas as atividades logísticas, bem como as operações de


produção e manufatura e potencia e direciona a coordenação de
processos e atividades entre e ao longo dos processos de marketing,
vendas, design de produto, finanças e tecnologias de informação.

(Council of Supply Chain Management Professionals, 2020)


Gestão da Cadeia de Abastecimento
Evolução do Conceito de SCM

Modelo Tradicional Modelo Actual

Cadeia de Cadeia de
abastecimento abastecimento
= =
Conjunto de agentes Sistema integrado de
produtores, criação de valor.
transportadores,
distribuidores, etc.
SCM e Logística Integrada

ESI ESI CRM CRM

Fornecedor Fornecedor Fábrica/Montadora Distribuidor Cliente Final

Inbound Outbound

Logística Integrada
Logística de Abastecimento Logística Logística de
Interna Distribuição
•Sistema de abastecimento;
•Transporte; •Planeamento e •Sistema de
•Stocks; Controle da distribuição;
•etc. Produção; •Transporte;
•Material •Stocks;
handling; •etc.
•Stocks; etc.
Níveis de Cooperação na Cadeia de Abastecimento

7 Integração Vertical
Nível de integração
6 Joint ventures
5 Parcerias
dos processos

4 Alianças
3 Acordos via licença
2 Acordos não contratuais
1 Relações meramente comerciais
Nível de formalização do
relacionamento
Fatores de que depende a localização da empresa

▪ Proximidade relativamente aos mercados alvo;


▪ Proximidade relativamente às fontes de aprovisionamento de
materiais;
▪ Nível de infraestruturas existentes na região;
▪ Possibilidade de recurso à subcontratação e externalização;
▪ Disponibilidades de mão-de-obra adequada;
▪ Obstáculos e incentivos de natureza legal à instalação de atividades
empresariais;
▪ Apoios de natureza fiscal, financeira e de serviços concedidos por
entidades estatais;
▪ Condições de vida (qualidade) e de atração ao nível da habitação,
segurança, escolas, etc.
(Costa, 2010)
Exemplo para uma unidade industrial

▪ A escolha de Vila Real justifica-se pela:


▪ maior dimensão deste centro urbano na região de DTM;
▪ pela sua centralidade face a outros concelhos relativamente povoados;
▪ e pelas acessibilidades rodoviárias.
Chaves
Montalegre
Boticas Vila Pouca de
Ribeira de Aguiar
Pena

Valpaços
Mondim de
Basto
Vila Real Mirandela
Mesão
Frio
Murça

Santa Marta de
Penaguião Alijó
Peso da
Régua Sabrosa
Lamego
Indicar os processos utilizados para fabricar o produto ou como se irão prestar os
serviços;

Avaliar os recursos materiais e humanos necessários para produzir, armazenar,


transportar e distribuir os produtos ou prestar os serviços;

No plano de operações deverão estar desagregadas todas as


operações/tarefas/atividades relativos aos processos de produção ou de prestação
de serviços, de modo a ser possível definir os recursos necessários e planear a sua
utilização (Costa, 2010);

O plano de operações está dependente do modelo de negócio adotado.


Em cada processo e para cada operação/tarefa deve-se:

Descrevê-la

Determinar o tempo necessário para executá-la

Determinar os recursos humanos envolvidas na sua execução

Determinar recursos materiais e equipamentos necessários

Determinar a sequência das operações / tarefas

Determinar a forma de quantificar os resultados

Determinar de que forma irá ser feito o controlo

Adaptado de Costa, 2010


Aspetos a caraterizar:

Quais as operações realmente necessárias? Os processos poderão ser simplificados?


Deverá o produto ser redesenhado para facilitar a sua produção?

Quem executa cada uma das operações? Será que podem ser simplificadas de modo a
consumir menos recursos ou horas de trabalho? Podem ser executadas com vantagem
por outras empresas (externalização)? Podem ser combinadas por forma a aumentar a
produtividade e as condições de trabalho?

Onde (em que tipo de equipamentos, postos de trabalho, operadores) são cada uma das
operações executadas? Qual o circuito produtivo? É possível alterar a localização dos
postos de trabalho e dos equipamentos de modo a tornar o processo mais eficiente?

Quando é realizada cada uma das operações? Existem demoras excessivas ou tempos de
armazenamento desnecessários? Existem operações que limitam a eficiência do circuito
produtivo?

Como é realizada cada operação? Existem métodos, circuitos, equipamentos mais


adequados? Será que é possível modificar os processos e operações por forma a torná-los
mais fáceis e menos consumidores de tempo?
Processo A

Descrição Período de Organização Responsável Recursos Recursos Custos Outros


da tarefa realização responsável humanos materiais aspetos
Exemplo de Empresa de Formação

▪ Modelo de negócio
▪ O modelo de negócio selecionado implica a organização dos serviços de formação
numa estrutura em rede, constituída por um conjunto de formadores
especializados em diversas áreas técnicas. Esta estrutura permite integrar sob a
alçada da empresa, e em regime de outsourcing estratégico, um conjunto de
formadores externos que se complementam no desenvolvimento de serviços de
formação.
▪ Importa encontrar um modelo de negócio onde a empresa assuma a
responsabilidade sobre determinados processos e atividades geradoras de
valor para o conjunto da rede. Para a implementação do modelo de negócio
selecionado, será constituída uma estrutura capaz de prestar um conjunto
de serviços de gestão das ações de formação.
▪ Esta estrutura (departamento de formação da empresa) assegurará a gestão
e a coordenação da equipa interna e dos formadores externos a que se
recorra.
Exemplo de Empresa de Formação
Processos Descrição das Atividades associadas
Genéricos

O processo começa na análise do mercado (tendências da procura e


características da oferta concorrente) e acaba na conceção de novas
Desenvolvimento ações de formação a oferecer (incluindo candidatura a apoios
dos serviços a comunitários), podendo ainda envolver serviços intermédios de
oferecer diagnóstico de necessidades de formação e de planeamento de
atividades formativas.

Compreende um conjunto de atividades, desde a identificação das


necessidades dos clientes potenciais até à obtenção de uma
Gestão da encomenda de serviços. Envolve a prospeção do mercado, a
encomenda promoção das ações de formação comercializadas e a venda das
ações de formação.

Iniciando-se com a venda da ação, este processo conclui-se com a


Satisfação da assistência pós-venda. Inclui as atividades de organização da ação,
encomenda execução dos serviços de formação e de avaliação da ação.

Preto = Atividades a desenvolver internamente; Azul = Atividades a desenvolver


interna e externamente; Encarnado = Atividades a desenvolver externamente.
Exemplo de Empresa Industrial

▪ Processo produtivo global

ID Atividade

G Entrada/Pesagem

E Serviços Administrativos

A Descarga/Alimentação da tremonha

B Separação dos materiais recicláveis dos inertes

C Crivagem/Separação dos inertes

Enfardamento dos materiais recicláveis


D
separados

F Armazenamento dos RCD e restantes materiais


Exemplo de Empresa Industrial

▪ Descrição do Processo Produtivo

▪ Receção de RCD’s: quando os contentores chegam das obras, independentemente do tipo de


transporte utilizado, pesam e descarregam os mesmos num local definido para o efeito,
regressando o transporte à receção para tarear e facturar a quantidade entregue.
▪ Triagem de RCD’s: após a receção dos RCD’s, a retroescavadora alimentará a tremonha que
permitirá aos operadores da central de triagem separar os materiais recicláveis dos inertes, como
plástico, vidro e madeira, uma vez que o papel e o metal são separados automaticamente, o
primeiro por um ventilador e o segundo por separação magnética, sendo que os inertes e os
metais seguirão até depósitos apropriados.
▪ Britagem de inertes: uma vez separados os inertes, estes são colocados na central de britagem,
alimentada pela retroescavadora, onde serão britados e separados por granulometrias através de
crivos, sendo armazenados em depósitos em função das granulometrias definidas.
▪ Enfardamento: o papel e o plástico resultantes da triagem passarão ainda numa prensa para
minimizar os espaços, os custos de armazenagem e o seu transporte.
▪ Armazenagem: os resíduos obtidos das centrais de triagem e de britagem serão finalmente
armazenados em contentores ou, caso não seja possível, em depósitos apropriados para posterior
venda.
Exemplo de Empresa Industrial
Contentores de armazenagem

▪ Processo produtivo (central de triagem)

Depósito de metais

Depósito dos inertes


(que seguirão para a
central de britagem)

Etapa ID Fase

Central de Britagem
1 10 Tremonha (armazenagem)

2 11 Alimentador Vibratório (alimentação do tapete)

3 12 Ventilador - secção de papeis (selecção de papeis)

4 13 Centro de Triagem (separação dos materiais recicláveis)


Exemplo de Empresa Industrial

Central de Triagem
▪ Processo produtivo (central de britagem)

Alimentação da
Central
(retroescavadora)

Etapa/ID Fase
1 Tremonha (armazenagem)
2 Alimentador de Gaveta (tapete transportador)
3 Britadeira Maxilas (fragmentação de resíduos "grossos")
Tapete Transportador (transporte dos resíduos ao longo da
4
central)
5 Crivo Vibrante (separação dos diferentes inertes)
Tapete Transportador (retorno dos resíduos não crivados para o
6
início do processo)
7 Tapetes Transportadores (transporte até aos depósitos)
Exemplo de Empresa Industrial

▪ Logística de entrada e de saída

▪ Logística de entrada
▪ A entrada de RCD’s na unidade industrial de reciclagem será feita através de:
▪ Transporte próprio da empresa, que recolherá com o seu camião os contentores
alugados às empresas de construção;
▪ Transporte pelos agentes económicos produtores dos resíduos.
▪ Logística de saída
▪A saída de inertes reciclados com base nos RCD’s decorrerá com recurso a:
▪ Transporte dos clientes (empresas de construção e obras públicas);
▪ Serviços de transporte contratado (outsourcing).
▪A saída de outros produtos reciclados com base nos RCD’s será feita através de:
▪ Transporte dos clientes (empresas de reciclagem desses produtos);
▪ Serviços de transporte contratado (outsourcing).
Ballou, R. H. (2004). Business logistics/supply chain management : planning,
organizing and controlling the supply chain. 5th ed.
Costa, H. (2010). Criação e Gestão de Micro-Empresas e Pequenos Negócios, 9ª
edição.
Council of Supply Chain Management Professionals (2020).
https://cscmp.org/CSCMP/Educate/SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms.aspx,
28 de novembro de 2020;
(Handfield, R.B., Nichols, E.L.(1999). Introduction to Supply Chain Management.
Prentice-Hall, Upper Saddle River, NJ.
Rushton, A., Croucker, P., Baker, P. (2010). The Handbook of Logistics &
Distribution Management, 4th Edition.
Power Points elaborados pela Prof. Maria José Rainho e Mário Sérgio Teixeira (2017).

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