Shopping Centers
Setor retoma o
crescimento com a
ampliação da oferta
de serviços e lazer
Caderno especial
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Ano 24 | Número 5812 | R$ 6,00
www.valor.com.br
Com queda na taxa
de juros, bancos
acreditam em um
o
2 semestre melhor
Finanças No 1 o semestre, quadro foi mais
difícil, com inflação afetando famílias e
caso Americanas atingindo empresas
Álvaro Campos e Mariana Ribeiro
De São Paulo
Depois de um 1 o semestre mais com-
plicado, os grandes bancos esperam uma
segunda metade do ano mais positiva,
principalmente devido ao ciclo de queda
dos juros. De janeiro a junho, a inflação
afetou a capacidade de pagamento das
famílias, especialmente as de baixa ren-
da, e impulsionou a inadimplência e as
provisões para devedores duvidosos. No
segmento de empresas, o caso America-
nas causou estragos. Bradesco e Santan-
der foram mais afetados, enquanto Itaú
Unibanco e Banco do Brasil se saíram me-
lhor. Apesar dessas diferenças, a expecta-
tiva para o 2 o semestre é mais favorável
para todos, ainda que a economia possa
perder um pouco de fôlego.
Na primeira metade do ano, Bradesco
e Santander tiveram queda do lucro em
relação ao mesmo período do ano passa-
do. Já Itaú e BB viram os ganhos subirem.
A margem financeira dos quatro, por sua
vez, aumentou 13,5%, para R$ 154,7 bi-
lhões, mas a provisão para devedores du-
Declaração critica o
protecionismo da UE
Daniela Chiaretti e Rafael Garcia
De Belém
Comunicado conjunto da Cúpula da
Amazônia, encerrada ontem, critica bar-
reiras comerciais que venham encober-
tas por medidas ambientais. Apesar de o
texto não mencionar, a leitura é que a
mensagem é direcionada à União Euro-
peia (UE). O texto condena “medidas
unilaterais, que constituam um meio de
discriminação arbitrária ou injustificável
ou uma restrição disfarçada ao comércio
internacional”. O Brasil tem atacado a le-
Brasil tenta vincular
ingresso no Brics a
certos critérios
Assis Moreira A2
Indicadores
Ibovespa 9/ago/23 -0,57 % R$ 23,3 bi
Selic (meta) 9/ago/23
Selic (taxa efetiva)
Dólar comercial (BC)
9/ago/23
9/ago/23
Dólar comercial (mercado) 9/ago/23
Dólar turismo (mercado) 9/ago/23
Euro comercial (BC) 9/ago/23
Euro comercial (mercado) 9/ago/23
Euro turismo (mercado) 9/ago/23
vidosos saltou 57,3%, a R$ 62,4 bilhões.
Hoje, há sinais mais positivos no hori-
zonte. A inadimplência está perto do pico
no ciclo atual e a qualidade dos ativos co-
meça a dar sinais de estabilização e até al-
guma incipiente melhora, depois do
aperto no crédito implementado desde o
fim de 2021. Com isso, os bancos devem
achar espaço para uma maior exposição
ao risco em alguns segmentos. Além dis-
so, se quando os juros sobem os bancos
demoram um tempo para repassar o cus-
to aos clientes, no cenário de queda das
taxas isso é diferente. O custo de captação
diminui imediatamente e os bancos de-
vem aproveitar para elevar seus spreads.
Um ponto que preocupa é a fragilida-
de das receitas de tarifas. Com as mudan-
ças estruturais e regulatórias no mercado
nos últimos anos — e uma pandemia no
caminho — essa rubrica nunca se recupe-
ROGERIO VIEIRA/VALOR
rou totalmente. A expectativa é que, com
a queda dos juros, o crédito cresça e leve
junto produtos correlatos, os seguros
avancem e a retomada do mercado de ca-
pitais impulsione a atividade de banco
de investimento. Páginas C1, C3 e C4
gislação antidesmatamento da UE como
“medida unilateral”. Dos dez pontos do
documento, dois são voltados ao comér-
cio. Outro tópico cobra acesso preferen-
cial para produtos florestais nos merca-
dos dos países ricos, para impulsionar
países em desenvolvimento. A declara-
ção, assinada por líderes dos oito países
da Organização do Tratado de Coopera-
ção Amazônica, reivindica, ainda, que os
países desenvolvidos cumpram com
compromissos, como os US$ 100 bilhões
LEO PINHEIRO/VALOR
por ano em recursos novos aos países em
desenvolvimento. Página A10
Destaques
Na Argentina, o pior está por vir
O próximo governo argentino, seja qual
for, terá que adotar programa de ajustes
doloroso e impopular. Além disso, a ad-
ministração atual adia pagamentos para
depois da eleição, uma “bomba-relógio”
que deve explodir em 2024. Uma desvalo-
rização do peso é praticamente inevitável,
o que deixará os argentinos mais pobres e
vai alimentar a inflação. A15
13,25% ao ano
13,19% ao ano
4,9009/4,9015
Candidato é morto no Equador
4,9038/4,9044
O candidato à Presidência do Equador Fer-
4,9116/5,0916 nando Villavicencio, de 59 anos, foi morto
5,3773/5,3799 ontem a tiros na saída de um comício na
5,3815/5,3821 capital, Quito. Outras pessoas ficaram feri-
5,4249/5,6049
das no atentado, cuja motivação ainda não
estava clara ontem à noite. O candidato, de
centro, concorria pela coalizão Construye
Lista 25 e vinha dando ênfase, em sua cam-
panha, ao combate ao narcotráfico. A15
Aderbal Freire-Filho
O diretor de teatro
morreu ontem, aos
82 anos. Enfrentava
problemas desde 2020,
após sofrer um AVC A2
Inteligência na nuvem
“Quem não está comprometido com a IA generativa provavelmente está perdendo alguma coisa,
porque é a próxima grande revolução tecnológica”, diz Francessca Vasquez, VP da AWS. Página B9
Diversidade
Mesmo entre as empresas do Novo Mercado da B3, com padrões mais altos de governança, apenas 14
mulheres, como Paula Goto, da Tupy, ocupam a presidência do conselho de administração. Página B2
Biden restringe investimentos
dos EUA em tecnologia da China
Agências internacionais
O governo Joe Biden vai proibir ame-
ricanos de investirem a partir de 2024
em algumas empresas da China que de-
senvolvem semicondutores avançados e
computadores quânticos, intensifican-
do esforços para impedir que Pequim
produza tecnologia de ponta para suas
Forças Armadas. Biden assinou ordem
executiva criando regras após quase
dois anos de debates, em que autorida-
des mais radicais pediam ação rápida e
rigorosa, enquanto outras, como o De-
partamento do Tesouro, pressionaram
por medidas mais limitadas, com um
prazo antes de sua entrada em vigor.
Membros do governo disseram que a
medida foca americanos que buscam
participações em empresas chinesas sob
restrições por meio de fusões, private
equity, joint ventures e acordos de fi-
nanciamento. Exigirá, ainda, que ameri-
canos com negócios na China informem
sobre investimentos em inteligência ar-
tificial e semicondutores. Página A14
Atividade econômica
Otimismo com o Brasil
depende de medidas
em discussão se
concretizarem, diz
Cassiana Fernandez A4
INÊS249
Ex-diretor
da PRF é
preso e vai
voltar à CPMI
Isadora Peron, Luísa Martins, João
Valadares e Caetano Tonet
De Brasília
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviá-
ria Federal (PRF) Silvinei Vasques foi pre-
so ontem pela Polícia Federal, por ordem
do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Provas reunidas pelos investigadores
apontam que ele atuou para beneficiar o
ex-presidente Jair Bolsonaro no dia da
votação do 2 o turno da eleição. De acor-
do com a PF, o objetivo da atuação dos
policiais rodoviários era dificultar o des-
locamento de eleitores em municípios
da Região Nordeste onde o então candi-
dato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula
da Silva, havia obtido mais de 75% dos vo-
tos no 1 o turno. Também foram cumpri-
dos dez mandados de busca e apreensão
contra ex-integrantes da cúpula da PRF.
A relatora da CPMI do 8 de Janeiro, sena-
dora Eliziane Gama (PSD-MA), vai requerer
que Vasques preste novo depoimento. Ele
depôs em 20 de junho e negou tentativa de
interferir na eleição. Páginas A11 e A12
• César Felício: Prisão mostra prevalência
do Poder Judiciário sobre a CPMI A12
Cobrança de
impostos será
automática
Lu Aiko Otta
De Brasília
O governo federal trabalha no desen-
volvimento de um novo sistema de arre-
cadação tributária que deverá reduzir
significativamente a sonegação e a ina-
dimplência fiscal após a reforma tributá-
ria, disse ao Valor o secretário extraordi-
nário, Bernard Appy. “Muito provavel-
mente vamos ter o modelo de cobrança
mais eficiente do mundo. Não estou
brincando”, afirmou. Os estudos ainda
estão no início, mas a ideia é que os vários
instrumentos de pagamento, como Pix,
TED, cartão de crédito e até boletos este-
jam vinculados ao documento fiscal.
Dessa forma, o próprio sistema fará a co-
brança do imposto e compensará crédi-
tos tributários, se houver. Página A6
Cemig tenta
desconcentrar
geração solar
Fábio Couto
Do Rio
Preocupada com o excesso de capaci-
dade de geração fotovoltaica no norte de
Minas e no Triângulo Mineiro, que está
sobrecarregando a infraestrutura elétrica
nessas áreas, a Cemig recomenda a em-
preendedores que busquem outras re-
giões do Estado para implantar novos
projetos. Nota técnica do Operador Na-
cional do Sistema Elétrico (ONS) aponta
gargalos relevantes, tanto na rede de dis-
tribuição da empresa quanto nas linhas
de transmissão. Com grande potencial
para geração solar, regulação amigável e
incentivos fiscais, o Estado tem atraído
grande número de projetos. “Há um es-
gotamento damalha, éfísico”, diz Marney
Antunes, diretor da estatal. Página B1
A2 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 INÊS249
Brasil

Brics: o
O
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva
surpreendeu no
G-77 do B? começo do mês ao
apoiar a expansão
do Brics, o grupo formado por
Brasil, Rússia, Índia, China e
África do Sul, atropelando o que
a diplomacia brasileira vinha
defendendo até agora.
O tema está no centro da
agenda da cúpula dos líderes do
Brics marcada para 22 e 24 deste
mês em Joanesburgo (África do
Sul). O Brasil se colocava contra a
ampliação do número de países,
para preservar o peso global e
Assis Moreira regional próprio dos sócios atuais.
Além disso, a expansão tende a
distorcer e dar outra dinâmica à
agenda do grupo, inclusive sobre
temas regionais que tornará uma
convergência de interesses ainda
mais difícil.
O país que força pela ampliação
do Brics é a China. Pequim busca
pelo grupo uma coalizão de
países em torno do polo chinês
para contrapor-se à coesão do G7
(EUA, Alemanha, Japão, França,
Reino Unido, Canadá, Itália e
União Europeia), que tenta frear
as ambições mundiais de Pequim
e diz alvejar regimes autoritários.
Ou seja, a China tenta mobilizar
contra o bloco ocidental em torno
de agendas anti G7 — e isso não é
do interesse do Brasil nem da
Índia. Ambos dão ênfase a
esforços comuns pela reforma de
instituições internacionais que
reconheça o peso dos emergentes,
por exemplo.
Até agora, o Brasil reconhecia
que um Brics mais amplo e
político começaria a virar uma
espécie de Grupo dos 77 (a
coalizão heteróclita de nações em
desenvolvimento que na verdade
tem 134 membros) e passaria a
ser efetiva massa de manobra da
China no confronto com os EUA.
Essa percepção apareceu também
recentemente em artigo do jornal
“Financial Times” sobre “os riscos
de os membros do Brics se
tornarem satélites da China”.
Dependendo de mudanças no
Brics, gradualmente o Brasil tende
a diminuir seu engajamento
nesse grupo para manter uma
postura de independência.
Lula, no entanto, em declaração
a correspondentes estrangeiros
apoiou o aumento do Brics e
defendeu mesmo a entrada de
Arabia Saudita, Emirados Árabes
Unidos e Argentina no grupo. Isso
alimentou duas interpretações, de
imediato.
Aprimeiraédequeopresidente
brasileirodeclarouapoioà
expansãodogrupoporqueelaé
mesmoinevitável,poisaChina
continuapressionando,eosoutros
jácapitularam,deixandooBrasil
sozinho.
A segunda interpretação é de
que Lula sempre foi a favor da
ampliação do Brics, para entrada
até da Venezuela, para desespero
mesmo de alguns membros de
seu governo.
Arealidadepodeestarentreas
duas.Comoaampliaçãoéuma
questãodetempo,oBrasilcobra
clarezasobreoqueéoBricsecomo
funcionará.Hoje,cadapaísfazseu
showquandotemapresidência
rotativa.AChinafezumencontro
“Brics+”,incluindoalgunspaíses
convidados.AÍndiafezalgo
parecido.AÁfricadoSulagora
convidou69líderes,incluindoosda
Áfricainteira,paraacúpuladaquia
duassemanas.Ninguémsabeoque
aRússia,isoladaglobalmente,fará
noanoquevem,quandotivera
presidênciadogrupo.
Nesse cenário, na visão de
setores em Brasília, a ampliação
do Brics precisa ser baseada em
certos critérios e princípios.
Significa que, com a China
buscando colocar água no feijão,
países interessados em entrar no
grupo teriam que “colocar
azeitona na empada do Brasil”.
Primeiro, um dos requisitos
seria apoiar a expansão do
Conselho de Segurança, o órgão
das Nações Unidas que pode
decidir sobre sanções
internacionais e uso de força
militar no mundo. Essa expansão
é central numa reforma da
governança, e é objetivo
estratégico do Brasil e da Índia.
Mas o país mais reacionário no
Conselho de Segurança atual
sobre o tema é a China, que
justamente busca ampliar o
Brics. Pequim vê risco de a
reforma empoderar outros
países, como o Brasil, e ampliar a
capacidade deles ter posições
independentes, que podem
coincidir ou não com a China.
Alémdisso,aArgentina,paísque
LulaquercolocarnoBrics,defende
aexpansãosomentedemembros
nãopermanentesdoConselhode
Segurança,parafrearainfluência
doBrasil.BuenosAiresvaimudar
deposiçãoeapoiarademanda
brasileiradeexpansãodasduas
categoriasdoCS—membros
permanenteenãopermanentes?
Outro requisito pode ser exigir
que antes o candidato se torne
membro do Novo Banco de
Desenvolvimento (NDB). O Brics
tem interesse em reforçar esse que
é seu principal ativo. Para o
governo Lula, a entrada de países
como Arábia Saudita e Emirados
Árabes Unidos, com volumosos
recursos para o banco presidido
por Dilma Rousseff, é importante
para ampliar financiamento do
desenvolvimento sustentável,
integração etc. Os atuais sócios
querem em todo o caso manter o
controle do banco, pouco
importa o número de novos
aderentes à instituição.
O terceiro elemento é facilitar a
entrada no grupo de países com
os quais seus atuais sócios já
cooperam no G20, como a
própria Arábia Saudita, a
Indonésia e a Argentina. Não está
claro se a Indonésia quer ou vai
entrar, mas a porteira estaria
aberta.
Um sucesso para o Brasil na
cúpula de Joanesburgo passa por
um pacote que contemple esses
elementos. Mas o jogo está sendo
jogado e está tudo em aberto.
Pode ter tanto um “big bang” na
expansão do Brics, com entrada
de vários países como membros e
outros como parceiros. Como
pode ter a incorporação de
algumas nações agora como
membros e a discussão como
parceiros (com participação
limitada) ficar para mais à frente.
Se os líderes aprovarem
critérios e princípios, a
expectativa é que tenha um edital
para indicar formalmente o
processo de adesão ao Brics. A
Nigéria, a maior economia da
África, não pediu para entrar.
Como vai fazer isso? Como os
novos sócios vão participar dos
grupos que já existem no Brics
sobre diferentes temas? Na
discussão sobre uso de moeda
nacional no comércio entre os
membros do grupo, participarão
todos? Como a Rússia vai lidar
com tudo isso?
O fato, para Rubens Barbosa,
presidente do Instituto de
Reações Internacionais e
Comércio Exterior (Irice), é que se
Lula aceitar a ampliação do Brics,
seu governo sofrerá grande
desgaste interna e externamente.
As decisões no grupo são tomadas
por consenso. Mas Lula já disse
que “não sou eu que vou impedir”
o aumento do grupo.
Assis Moreira é correspondente em
Genebra e escreve quinzenalmente
E-mail assis.moreira@valor.com.br

Memória Internado, artista lutava

IGP-M pode
SILVIA COSTANTI/VALOR

desde 2020 contra complicações

de um acidente vascular cerebral ter deflação
Diretor teatral anual após
seis anos
Aderbal Alessandra Saraiva
Do Rio

Freire-Filho
O Índice Geral de Preços – Mer-
cado (IGP-M), usado para cálculo
de reajuste em aluguel, pode en-
cerrar 2023 com a primeira queda
anual em seis anos. É o que sinali-

morre aos
zou a primeira prévia do indicador
de agosto, anunciada ontem pela
FGV e que mostrou recuo de 0,81%,
mais fraco do que o da primeira
prévia do IGP-M de julho, de

82 anos no Rio
Agência O Globo, do Rio
Morreu nesta quarta-feira (9),
aos 82 anos, o diretor de teatro
Aderbal Freire-Filho. A informa-
ção foi confirmada por familia-
res em contato com “O Globo”.
Ele sofria complicações no esta-
do de saúde desde 2020, quando
sofreu um AVC hemorrágico, e
estava internado no Hospital Co-
pa Star, no Rio.
Nascido em Fortaleza, Aderbal
começou a carreira artística já
aos 13 anos, atuando em grupos
amadores e semi-profissionais
de teatro. Formou-se em direito
na capital cearense, mas não che-
gou a exercer a profissão. Em
1970, mudou-se para o Rio de Ja-
neiro, onde fez sua estreia como
ator em “Diário de um louco”, de
Nikolai Gogol, encenando a obra
dentro de um ônibus que percor-
ria as ruas da cidade.
Como diretor teatral, ficou co-
nhecido por sua ousadia experi-
mental e suas montagens pouco
tradicionais. Sua estreia nesta
função foi em 1972 com a peça
“O cordão umbilical”, de Mário
Prata, e seu primeiro grande su-
cesso veio um ano depois, na di-
reção do monólogo de Roberto
Athayde “Apareceu a Margarida”,
estrelado por Marília Pêra.
Em 1973, fundou o Grêmio
Dramático Brasileiro, experiên-
cia em que montava simultanea-
mente, com o mesmo elenco
num cenário único, peças nacio-
nais, entre elas “Um visitante do
alto”, “Manual de sobrevivência
na selva”, também de Roberto
Athayde, “Pequeno dicionário da
língua feminina” e “Réveillon”,
de Flávio Márcio.
Aderbal foi um defensor da in-
tegração do teatro brasileiro
com os de países da América do
Sul e passou os últimos anos en-
cenando peças entre o Brasil e o
Uruguai. Em 2018, recebeu, in-
clusive, o título de visitante ilus-
tre pela Câmara Municipal de
Montevidéu.
Desde a década de 1980, mon-
tava espetáculos na Argentina,
Colômbia, entre outros países. A
peça “Mão na luva”, de Oduvaldo
Aderbal Freire-Filho: ator, diretor, apresentador, defendeu a integração do teatro brasileiro com a América do Sul
Vianna Filho, foi vencedora, no
Uruguai, do Prêmio Florencio de
melhor espetáculo estrangeiro
em 1985.
Na virada da década 1980,
Aderbal se estabeleceu no Teatro
Glaucio Gill, até então desativa-
do, com uma companhia de tea-
tro. Estreou em 1990 com “A mu-
lher carioca aos 22 anos”. No lo-
cal, também encenou peças de
grandes figuras nacionais, como
“The value
for the share
holders has now
disappeared”
Nononononon
“O tiro que mudou a História”,
sobre Getúlio Vargas, e “Tiraden-
tes, inconfidência no Rio”, sobre
o conspirador mineiro. Em 1994,
o governo do Estado do Rio ex-
pulsou a companhia do teatro.
Desde então, Freire encenou
suas obras em diversos outros
teatros pela cidade, em adapta-
ções de Vinicius de Moraes e
clássicos de Shakespeare, como
“Macbeth” e “Hamlet”, este últi-
mo estrelado pelo ator Wagner
Moura.
Após mais de uma década fora
dos palcos, em 2011, voltou a
atuar no espetáculo “Depois do
filme”, que também dirigiu e es-
creveu. Em 2013, recebeu o Prê-
mio Shell de Teatro na categoria
melhor diretor pela montagem
da peça “Incêndios”, com Marieta
Severo como protagonista.
Em 2017, como conselheiro,
lutou pela sobrevivência da So-
ciedade Brasileira de Autores
Teatrais, a Sbat, que passava por
crise financeira, classificando a
associação de autores como "pio-
neira nas Américas”.
Além de ator e diretor, Aderbal
foi apresentador, de 2012 a 2016,
do programa “Arte do Artista”, na
TV Brasil. Também seguiu com
sua vida acadêmica: foi professor
na Casa das Artes de Laranjeiras,
na Escola de Teatro Martins Pena
e na Faculdade de Letras da UFRJ,
além de coordenar um curso de
pós-graduação lato sensu na Es-
cola de Comunicação da UFRJ.
Era casado desde 2004 com a
atriz Marieta Severo e deixa dois
filhos, Camilo e Aderbal.
-1,29%. Aumentos em preços de
commodities no atacado levaram
ao enfraquecimento da deflação
na primeira prévia em agosto, ex-
plicou André Braz, economista da
fundação. No entanto, com o re-
sultado, o IGP-M acumula queda
de 5,92% no ano e de 7,83% em 12
meses, até primeira prévia de agos-
to. Além disso, foi a sétima queda
consecutiva, sequência mais longa
de recuos, para primeira prévia,
desde criação do índice em 1989.
Para Braz, com o que mostra o
desempenho do índice até a pri-
meira prévia de agosto, não está
descartado em 2023 primeira
queda na taxa anual do indica-
dor desde 2017 (-0,52%).
O Índice de Preços ao Produtor
Amplo (IPA), que representa ata-
cado dentro do IGP-M e é 60% do
total dos Índices Gerais de Preços
(IGPs). Da primeira prévia de julho
para igual prévia de agosto, o IPA
passou de -1,80% para -1,17%.
O Índice de Preços ao Consu-
midor (IPC), 30% do IGP-M, pas-
sou de -0,07% para 0,01% da pri-
meira prévia de julho para igual
prévia em agosto. Para Braz, os si-
nais do varejo são de inflação
baixa, não de queda de preço.
O Índice Nacional do Custo da
Construção (INCC), 10% do IGP-M,
passou de 0,01% para 0,13%.

Índice de empresas citadas em textos nesta edição

AD Shopping F8 BNDES B3 Citi C2 Fleury B2 F6, F7 McDonald’s F8 OpenAI B9 Shopping Bourbon F7 Transpetro B3
AG Malls F4 Bradesco C1, C3 Conselheira 101 B2 Frontes Pesquisa F1 Insper A7 Mello Torres Advogados F6 Outlet Premium F4 Shopping Cidade de São Tupinambá Energia F7
Agrogalaxy Participações B2 Bradesco BBI B4 Cooper Viva Bem F8 G-City F6 Integral Brei F6 Mercado Livre B2 Pague Menos B2 Paulo F1 Tupy B2
AI21 Labs B9 Brain Behavior F4 CSU Digital C2 Gazit F6 Itaú C1, C3 Mesbla F3 ParkJacarepaguá F8 Shopping Cidade Jardim Ultrapar B1
Airaz F7 Braskem B4 CVC B9 Gazit Brasil F6 Itaú BBA F6 Meteoric Resources B4 Pátio Alcântara F8 F1, F4, F6
Veirano Advogados F6
Aliansce Sonae +brMalls Bridgewater Associates B9 Demarest Advogados F6 General Shopping e Outlets F4 J.P. Morgan A4, A6 Microsoft B9 Petland F2 Shopping da Bahia F8
F1, F3, F6, F7, F8 BTG Pactual A4, C4 Domini F4 Gerdau B4 JHSF F1, F4 Minerva B11 Petrobras A10 Shopping Del Rey F4 Vieira Rezende Advogados B5
Almeida Júnior F8 Caixa B3, C3 Easy Volt F7 Goldman Sachs A6 JHSF Capital F6 MJAB Advogados B5 Polishop F3 Shopping Eldorado F8 Vila Romana F6
Alphabet B9 Camarada Camarão F1 Eletrobras B3 Google B9 JK Iguatemi F1 Moody’s C3 Pormade F1 Shopping Iguatemi F2 VillageMall F8
Amazon B9 Capitânia F6 Eletronuclear B3 Gouvêa Ecosystem F4 KPMG F6 MRV&Co B4 Positivo Tecnologia B1 Shopping Jardim Sul F6 Vivara F3
Americanas B5 Casa Bauducco F7 Empiricus Research F6 Gouvêa Malls F1, F4 Lar Center F8 Multiplan F2, F7, F8 Rede Cinesystem F2 Shopping Metrô Tatuapé F8 Vivo B2
Anthropic B9 Catarina Fashion Outlet F4 ENBpar B3 Green Eletron F8 Leggio B3 Natura &Co B2 Renner F3 Shopping Partage F4 Women Corporate
Arcos Dorados F8 CCPR B11 Engineering Brasil F7 Grupo Almeida Junior F7 Light B3 NDB A2 Rhodia/Solvay B2 Shopping Plaza F4
Directors B2
Arezzo F3 Cellairis Brasil F2 ESPM F4 Grupo Fleury B2 Localiza A13 Neoenergia B3 Riachuelo F3 Shopping Vitória F1
AWS B9 Cemig B1, B3 Eureciclo F8 Grupo Mateus B1 Lojas Renner B2 NFA Advogados. F6 Ribeirão Shopping F6 Smart Fit B5 XP A6, C6
B3 B2, F8 Center Norte F8 Evolv Tec F7 Gucci F1 Lonely Planet B9 Niad Shopping Centers F8 River Shopping F7 Stability AI B9 XP Asset F6
Banco do Brasil B2, C1, C3 CentroSul Shopping Fashion Outlet Novo Hapvida B5 Magazine Luiza B2 Nubank C3 Ryanair B9 Suno Research F6 Zazulê F2
Barra Shopping F2 Center F4 Hamburgo F4 Hedge Investments F6 Mania de Churrasco! F8 Nutty Bavarian F7 Saiko Club F2 Synergy Research B9
BMA Advogados B2 Cidade Jardim F4, F6 Fashion Outlet Santa IDC B9 Mappin F3 OKA Floripa F4 Santander C1, C3 Tendências Consultoria A6
BN Entretenimentos F2 Cinemark F2 Catarina F4 Iguatemi F1, F2, F3, F4, MasterCard C6 Open Small The Square F8 Shopping Boa Vista F7 Togni B4
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | A3
A4 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Brasil
Entrevista Na avaliação de Cassiana Fernandez,
continuidade de tom favorável ao Brasil depende
de medidas para a receita e da política parafiscal
Dúvidassobreentrega
dapautafiscalatempo
preocupa,dizJ.P.Morgan
Anaïs Fernandes e Victor Rezende
De São Paulo
O placar extremamente aperta-
do (5 a 4) da última reunião do Co-
mitê de Política Monetária (Co-
pom) do Banco Central, que gerou
uma surpresa com o corte de 0,5
ponto percentual na Selic logo no
início do ciclo de flexibilização
monetária, abre o questionamen-
to se, a partir de agora, a “função-
reação” da autoridade monetária
mudou, diz Cassiana Fernandez,
chefe de pesquisa econômica para
América Latina e economista-che-
fe para Brasil do J.P. Morgan.
“Começa-se a questionar se, de
fato, existe, a partir de agora, uma
mudança e se vão dar menos im-
portância às projeções de inflação
e mais importância aos dados cor-
rentes”, afirma. “Ainda não sabe-
mos ao certo”, diz ela, mesmo após
a divulgação da ata do encontro de
agosto, que trouxe mais detalhes
sobre as discussões do comitê.
Mesmo que o Copom tenha sido
explícito na ata sobre uma acelera-
ção do ritmo de cortes ser pouco
provável hoje, Fernandez não des-
carta a possibilidade caso surpre-
sas positivas elevem a confiança no
processo desinflacionário.
Com a perspectiva de uma polí-
tica monetária ainda bastante res-
tritiva e de enfraquecimento da
demanda doméstica, o banco pre-
vê um crescimento do Produto In-
terno Bruto (PIB) do Brasil mais
próximo de 1% em 2024, abaixo do
consenso de 1,3% do Focus.
Para 2023, a expectativa do ban-
co é de crescimento de 2,4%, muito
por causa da agricultura, mas Fer-
nandez evita falar que o PIB “está
dado”. “Apesar de o número do PIB
anual acabar não mudando mui-
to”, diz, “o passo em que terminar o
crescimento deste ano vai ditar a
dinâmica para o ano que vem.”
A economista reconhece que
existe “certo otimismo” com o Bra-
sil, fruto, segundo ela, de uma série
de fatores, como reformas aprova-
das nos últimos anos e o encami-
nhamento, neste governo, da tri-
butária, que pode ser um “game
changer” para o país no médio-
longo prazo, afirma a economista.
A continuidade desse tom favo-
rável vai depender da capacidade
das autoridades de entregarem as
medidas em discussão, incluindo
aquelas do lado da receita para ge-
rar as metas fiscais apresentadas, e
do governo de gerenciar a política
parafiscal. Em relação a esses te-
mas, Fernandez diz ter uma visão
“um pouco mais cética”.
Veja, abaixo, os principais tre-
chos da entrevista.
Valor: A decisão do Copom na se-
mana passada surpreendeu vocês?
Cassiana Fernandez: Sim. Nós vi-
mos uma probabilidade bem alta
de divisão dentro do comitê e ha-
Contas públicas impedem redução de carga, diz Mansueto
Marta Watanabe
De São Paulo
Com nova regra fiscal que prevê
crescimento em termos reais da
despesa em todos os anos e metas
de resultado primário que estabe-
lecem “um buraco de R$ 200 bi-
lhões” a ser fechado até 2026, a
chance de o Brasil reduzir carga
tributária nos próximos cinco
anos é zero, avalia Mansueto Al-
meida, economista-chefe do BTG
Pactual. A questão, diz, é se a socie-
dade irá aceitar aumento de carga.
Para fechar um buraco de
R$ 200 bilhões com gastos anuais
crescendo, será preciso, diz o ex-se-
cretário do Tesouro Nacional, au-
mentar a arrecadação. O governo,
via muita dúvida sobre para onde
o placar iria pender. Na nossa vi-
são, um corte de 0,25 ponto per-
centual era um pouco mais prová-
vel. O Banco Central está iniciando
o corte de juros em um cenário em
que o desemprego ainda está mui-
to perto das mínimas históricas, as
expectativas de inflação estão de-
sancoradas, acima do centro da
meta, os bancos centrais de países
desenvolvidos ainda estão subin-
do juros e o próprio BC havia co-
municado, em sua ata anterior, a
intenção de começar o ciclo com
parcimônia. O contexto, portanto,
nos sugeria que a maioria do Co-
pom optaria por um corte mais
cauteloso no começo do ciclo. Mas
fomos também muito sinceros de
que existiam argumentos técnicos
tanto para redução de 0,25 quanto
de 0,50 ponto. Na verdade, esse
movimento agora não faz muita
diferença em relação ao tamanho
total do ciclo. A questão de o placar
ser extremamente apertado, o
mais apertado da história, e em fa-
vor de uma decisão mais contun-
dente do que esperávamos nos le-
va a questionar se alguma coisa
mudou na “função-reação” do BC.
“Somos mais
céticos em relação
ao grau de
ociosidade na
economia hoje”
Valor: Como assim?
Fernandez: Bancos centrais cos-
tumam dar um peso muito grande
aos resultados de seus modelos,
tanto lá fora quanto no Brasil. Po-
demos questionar os modelos, to-
do mundo errou muito nas proje-
ções dos últimos anos, principal-
mente desde a pandemia. Com es-
sa decisão [do Copom em agosto],
começa-se a questionar se, de fato,
existe, a partir de agora, uma mu-
dança e vão dar menos importân-
cia às projeções de inflação e mais
importância aos dados correntes.
Ainda não sabemos ao certo. Com
essa projeção de 3,4% [do Copom
para o IPCA em 2024], o comitê fa-
lou na ata anterior que a maioria
estaria disposta a começar um ci-
clo parcimonioso de cortes de ju-
ros, e ele vem com a decisão de 0,50
ponto, que ele mesmo define co-
mo um corte moderado. Vamos
precisar acompanhar atentamen-
te as comunicações da autoridade
monetária e dos integrantes do
Copom, à exemplo da entrevista
do próximo Relatório de Inflação,
para calibrar as nossas expectati-
vas. Talvez, exista uma percepção
de que o balanço de riscos, na ver-
dade, é baixista, o que eles não en-
fatizaram no comunicado e na ata
ressalta, diz que não quer aumen-
tar carga tributária, mas quer mu-
dar regimes especiais. “Mexer em
regime especial tributário, mesmo
que [o regime] não seja muito jus-
tificado, é difícil. Uma vez criado,
voltar atrás é difícil. O próprio Te-
souro [Nacional] diz que será ne-
cessário aumentar a arrecadação
em 1,6% a 1,8% do PIB, às vezes a
projeção do mercado chega a 2%
do PIB. Mas é em torno disso.”
A estimativa oficial do governo
é de déficit primário R$ 140 bi-
lhões em 2023, diz Mansueto. Essa
projeção, porém, diz, pressupõe
que toda despesa do orçamento
será executada e paga, o que não
deve acontecer. “E algum ganho de
arrecadação com medidas do go-
e, por isso, a trajetória de juros se-
ria abaixo daquela sugerida no ce-
nário de referência do Focus, que
era de um ciclo de cortes começan-
do com 0,25 ponto.
Valor: No comunicado, o balanço
de riscos continuou simétrico, mas
eles acabaram tirando alguns pon-
tos, como o risco fiscal. Isso surpre-
endeu também?
Fernandez: A falta de menção à
parte fiscal no comunicado tam-
bém nos surpreendeu. Na ata, essa
impressão foi mitigada na medida
em que esclareceram que a ques-
tão fiscal ainda tem um peso rele-
vante. Do jeito que constava até en-
tão, a mensagem era que a impor-
tância estava atrelada à aprovação
do arcabouço fiscal — o que, ape-
sar de muito avançada, ainda não
ocorreu. O desafio de comunica-
ção não se limita ao debate do ar-
cabouço. A gente tem de conside-
rar que, entre as duas reuniões [do
Copom, em junho e agosto], tive-
mos a aprovação da reforma tribu-
tária, que também não menciona-
ram no comunicado, ainda que te-
nham mencionado a continuação
de reformas como essencial na ata.
Valor: Vocês mantiveram a proje-
ção de que a Selic chegará a 10% no
fim do ciclo. Existe alguma possibi-
lidade de o BC acelerar esse ritmo?
Fernandez: Acredito que sim,
apesar de o BC antecipar que vai
manter os cortes de 0,50 ponto nas
próximas reuniões. O comitê foi
explícito na ata que uma acelera-
ção, embora na visão deles seja
pouco provável hoje, pode aconte-
cer no caso de surpresas positivas
que elevassem a confiança no pro-
cesso desinflacionário. A desinfla-
ção de serviços, alguma fraqueza
maior na atividade, na nossa visão,
poderia levar, sim, o BC a acelerar o
passo dos cortes de juros, se não
neste ano, no começo do próximo,
em particular em um cenário ex-
terno mais benigno para moedas
emergentes. Mas tem alguns fato-
res que levam a gente a projetar os
10%. O primeiro deles tem muita
relação com a nossa percepção da
dinâmica da atividade doméstica
— com todas as revisões positivas
que foram feitas para o crescimen-
to, somos mais céticos em relação
ao grau de ociosidade na econo-
mia brasileira hoje — e do processo
desinflacionário. Por mais que a
gente estivesse abaixo do consen-
so de mercado a respeito da infla-
ção ao longo deste ano, a ideia é
que essa primeira “pernada” de de-
sinflação é mais fácil. Ela veio mui-
to da parte de bens, com a norma-
lização de cadeias produtivas, e até
de alimentos, que foram beneficia-
dos pelo recorde da safra agrícola.
A segunda parte da desinflação é
mais complicada, porque é a do se-
tor de serviços, que é bastante iner-
cial e depende muito da dinâmica
do mercado de trabalho, que con-
tinua apertado. Na nossa percep-
verno devemos ter. Por isso estima-
mos déficit primário na casa de R$
100 bilhões neste ano. O problema
é que aumentamos a despesa. Qual
a chance de o Brasil cair a carga tri-
butária nos próximos cinco anos?
É zero, não temos espaço para isso.
Porque temos uma regra fiscal na
qual a despesa crescerá em termos
reais em todos os anos.”
“A questão é se a
sociedade irá
aceitar aumento na
carga de impostos”
Mansueto Almeida
Cassiana Fernandez: Selic a um dígito em 2024 é “difícil” com os juros lá fora ainda em um patamar muito alto
ção, a política fiscal também ten-
de, na margem, a ser mais expan-
sionista, não de uma forma signifi-
cativa, mas mais do que ela foi nos
últimos anos, tanto a política fiscal
quanto a parafiscal. Essa combina-
ção acabaria exigindo que a políti-
ca monetária ficasse restritiva por
mais tempo. E isso em um cenário,
que é ponto fundamental para
mim, sobre o que está acontecen-
do no resto do mundo.
Valor: Qual é a expectativa de vo-
cês para o cenário global?
Fernandez: Fizemos uma revisão
do nosso cenário internacional em
agosto; não vemos mais uma re-
cessão nos Estados Unidos, nem
neste ano nem no próximo. Por-
tanto, só começamos a ver o Fed
[Federal Reserve, banco central dos
Estados Unidos] cortando a taxa
de juros na segunda metade do
ano que vem e de uma forma bem
gradual. Eu acho difícil a gente ter
no Brasil uma taxa de juros de um
dígito com os juros lá fora ainda
em um patamar muito alto. Quan-
do eu olho o viés [da projeção de
Selic a 10%], dada a velocidade
com que a gente começou esse ci-
clo de corte e a visão de que ele po-
de ser acelerado, podemos, sim,
testar níveis mais baixos de taxa de
juros. A minha grande dúvida é se
isso seria sustentável ou não, se dá
para cortar a taxa de juros abaixo
de 10%, perto de 9%, 8% e isso se
manter ao longo do tempo, sem
aceleração da inflação.
Valor: O câmbio tem sido mais
benigno para a inflação. Como essa
visão para o cenário global afeta as
perspectivas para o câmbio?
Fernandez: A nossa percepção
no curto prazo ainda é favorável
para a taxa de câmbio de uma for-
ma geral, principalmente, por cau-
sa do diferencial de taxa de juros
que se mantém, pelo menos no
curto prazo. Além disso, um cená-
rio em que se consegue evitar a re-
cessão [nos EUA] é melhor para ati-
vos de risco em geral e, portanto,
para ativos e moedas de países
emergentes. A projeção oficial da
casa para o fim do ano é de R$ 4,90
[por dólar], ou seja, uma taxa de
câmbio mais ou menos parada do
Houve decisão de aumentar
gastos permanentes, diz ele, que
dá o exemplo do Bolsa Família, cu-
ja despesa anual deve triplicar em
relação à média anual entre 2003 e
2019. Foi uma decisão política,
lembra, mas o debate de como isso
será financiado deve começar. “No
segundo semestre, em algum mo-
mento, começaremos a ver pro-
postas de medidas que talvez a so-
ciedade e o Congresso não quei-
ram. O governo quer fechar um
buraco de R$ 200 bilhões e termi-
nar o mandato com superávit pri-
mário de 1% do PIB. Mas o ajuste
necessário é de R$ 300 bilhões. De-
veríamos ir para 2% do PIB de supe-
rávit primário para termos dívida
em trajetória de queda mais clara.
nível atual. Mas acho importante
enfatizar que podemos ter uma
maior volatilidade agora, até por
uma questão sazonal de fluxos no
fim do ano. E tem a discussão sobre
a dinâmica da taxa de juros. Eu
acredito, sim, que uma postura
mais agressiva do BC, na medida
de antecipar muito o corte e testar
números mais baixos, pode levar a
uma depreciação da taxa de câm-
bio. Nada parecido com o que vi-
mos nos anos da pandemia, mas
podemos ter uma volta do câmbio
para o redor de R$ 5, R$ 5,10.
Valor: Você mencionou revisões
para cima nas projeções de ativida-
de no Brasil. Este ano parece meio
dado por causa da agropecuária. O
que vocês esperam para o PIB em
2023 e, principalmente, em 2024?
“Postura mais
agressiva do BC
pode levar a uma
depreciação da
taxa de câmbio”
Fernandez: É difícil falar que
esse ano está dado, apesar de o
número do PIB anual acabar não
mudando muito, mas o passo em
que terminar o crescimento des-
te ano vai ditar a dinâmica para o
ano que vem. Para 2023, temos
uma projeção de 2,4%. Mas há
bastante dúvida entre o perfil de
crescimento trimestral do segun-
do para o terceiro trimestre, até
porque, como muito do PIB deste
ano vem da agricultura, acaba
tendo fatores sazonais. Do lado
da demanda doméstica, vemos
um cenário de enfraquecimento
na margem, e por isso, quando
olho a nossa projeção para o ano
que vem, ela está mais perto de
um crescimento de 1%.
Valor: Vimos recentemente duas
agências de classificação de risco
mudando suas avaliações sobre o
Brasil. No mesmo sentido, observa-
mos um maior otimismo do investi-
dor estrangeiro com os ativos brasi-
Não há espaço para reduzir carga
tributária e a questão é se a socie-
dade aceitará aumento de carga.”
Ao fim deste mês, ressalta, o go-
verno deve mandar o orçamento,
com receitas e despesas projetadas
para 2024. “Nas receitas o governo
pode colocar coisas que pretende
fazer. Mas quando começar o ano
que vem, o risco é chegar em mar-
ço sem ter conseguido aprovar o
que se quer de receita nova e o go-
verno pode ter que bloquear algo
que pode chegar a R$ 60 bilhões do
orçamento.” Um bloqueio nesse
valor, diz, pode resultar em “briga
política muito grande”.
A reforma tributária sobre con-
sumo, que agora tramita no Sena-
do, aponta, segundo o próprio go-
DIVULGAÇÃO
leiros. Esse ambiente prossegue ao
longo do segundo semestre?
Fernandez: Acho que existe,
sim, um certo otimismo com o
Brasil. É um reconhecimento de
uma série de fatores, tanto as re-
formas que foram aprovadas nos
últimos anos e, agora, a reforma
tributária, que, para nós, econo-
mistas, é um assunto muito im-
portante, a gente chama de “ga-
me changer” no médio e longo
prazo para o Brasil. Tem também
esse ambiente mais favorável pa-
ra ativos de risco de uma forma
geral. E temos de reconhecer que
muitos dos riscos de cauda mais
negativos do lado da política fis-
cal, do que se temia desde o fim
do ano passado com a aprovação
da “PEC de Transição”, acabaram
não se materializando. Se isso
continua para frente vai depen-
der muito da capacidade do go-
verno conseguir entregar as me-
didas que foram discutidas até
agora, tanto a reforma do impos-
to sobre consumo, quanto medi-
das do lado da renda que gerem
as metas fiscais apresentadas e
até o gerenciamento da política
parafiscal, a dinâmica de bancos
públicos, empresas estatais etc.
Eu tenho uma visão um pouco
mais cética, um pouco mais preo-
cupada em relação à capacidade
do governo e do Congresso de
entregar toda a pauta colocada
no tempo correto, até o fim do
ano. Acredito que vai ser muito
difícil a Fazenda conseguir entre-
gar a meta fiscal de déficit zero
no ano que vem. Hoje, nas nossas
projeções, temos um déficit pri-
mário da ordem de 0,8% do PIB.
Valor: Se esse cenário de um PIB
de 1% em 2024 começar a se mate-
rializar, medidas parafiscais podem
ganhar força?
Fernandez: Esse, sem dúvidas, é
um risco. Não temos no cenário
uma expansão parafiscal significa-
tiva, mas isso continua no radar
dos nossos riscos monitorados. Se
a atividade começa a decepcionar
aqui dentro, a pressão política por
mais medidas fiscais, parafiscais e
a própria pressão em cima do BC
podem voltar a se destacar.
verno, não irá aumentar arrecada-
ção e tem o objetivo de simplificar
o sistema. Para Mansueto, a ado-
ção do Imposto sobre Valor Agre-
gado (IVA) trará simplificação tão
grande que irá compensar a falta
de emissão de notas ou eventuais
problemas em alguns setores co-
mo reação às novas alíquotas. Pela
reforma em debate, lembra, a par-
te federal do IVA deve entrar em vi-
gor em 2027 enquanto a parte
subnacional, que reúne Estados e
municípios, irá entrar em vigor
gradualmente, com pleno funcio-
namento em 2033. “É um processo
gradual, no qual é possível fazer
ajuste fino (de alíquotas]. Risco de
sonegação sempre terá, mas a sim-
plificação trará grande benefício.”
 INÊS249 Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | A5

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A6 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Brasil
Tributação Segundo secretário, modelo de cobrança do país será
‘muito provavelmente’ o mais eficiente do mundo com novo sistema
Sonegação e inadimplência vão
cair após reforma, promete Appy
Lu Aiko Otta
De Brasília
O governo trabalha para criar
um sistema de arrecadação que
reduzirá fortemente a sonegação
e inadimplência após a reforma
tributária. “Muito provavelmen-
te, no Brasil, nós vamos ter o mo-
delo de cobrança mais eficiente
do mundo”, afirmou ao Valor o
secretário extraordinário da Re-
forma Tributária, Bernard Appy.
“Não estou brincando.”
É o sistema que recolherá a
Contribuição sobre Bens e Servi-
ços (CBS) e o Imposto sobre Bens
e Serviços (IBS), que substituirão
cinco tributos: as contribuições
PIS e Cofins, o Imposto sobre a
Circulação de Mercadorias e Ser-
viços (ICMS) e o Imposto sobre
Serviços (ISS). A CBS e o IBS serão
cobrados juntos.
Appy ressaltou que a elabora-
ção do modelo, do tipo “split
payment”, ainda está em fase ini-
cial. “A ideia é que, no momento
do pagamento, seja carregada
uma chave, que estamos cha-
mando de ‘fatura’, que vincula o
documento fiscal ao instrumen-
to de pagamento”, disse. Antes de
creditar o dinheiro na conta do
fornecedor, o sistema já compen-
sará créditos tributários, quando
Varejo surpreende em junho, mas tem desafios no horizonte
Anaïs Fernandes e
Lucianne Carneiro
De São Paulo e do Rio
O desempenho do varejo brasi-
leiro surpreendeu positivamente
em junho, mas não alterou a per-
cepção de que o setor “andou de
lado” no primeiro semestre e de-
ve continuar enfrentando desa-
fios na segunda metade do ano.
Após duas quedas mensais
(0,1% em abril e 0,7% em maio), o
volume de vendas no varejo res-
trito ficou estável em junho, de
acordo com a Pesquisa Mensal
do Comércio (PMC) divulgada
ontem pelo IBGE. O resultado foi
melhor do que a mediana capta-
da pelo Valor Data, de recuo de
0,2%. Na comparação com junho
de 2022, houve avanço de 1,3%.
No varejo ampliado — que in-
clui veículos e material de constru-
ção e tem maior ligação com o PIB
—, as vendas subiram 1,2% na pas-
sagem entre maio e junho, supe-
rando com folga a mediana do Va-
lor Data, também de queda de
0,2%. Na comparação com junho
de 2022, a alta foi de 8,3%.
“O que vimos em junho é que o
varejo interrompeu resultados ne-
gativos dos dois meses anteriores”,
afirma Isabela Tavares, economista
da Tendências Consultoria.
As atividades do setor, no en-
tanto, tiveram comportamento
dividido (veja quadro acima).
O crescimento de 8,5% das ven-
das de veículos, que ajudou a im-
pulsionar além do esperado o va-
rejo ampliado no mês, é explicado
pelo programa de incentivo do go-
verno federal. O segmento obser-
vou o maior crescimento desde fe-
vereiro de 2021 (10,3%), o que per-
mitiu que o patamar de vendas su-
Seguro para obras do Novo PAC está na mira da Susep
Edna Simão
De Brasília
A Superintendência de Seguros
Privados (Susep) quer discutir com
a iniciativa privada o que pode ser
melhorado em termos regulató-
rios para garantir a oferta de segu-
ros, como de garantia, para as
grandes obras do Novo PAC (Pro-
grama de Aceleração do Cresci-
mento). Na sexta-feira, o presiden-
te Luiz Inácio Lula da Silva lança o
houver, e descontará o imposto.
Sonegação e inadimplência,
que se tornarão mais difíceis
com esse novo sistema, são fato-
res que influenciam o chamado
“hiato de conformidade”, ou seja,
a diferença entre o que deveria
ser arrecadado, com base na le-
gislação, e o que efetivamente é
recolhido. Outros fatores que
elevam o hiato são a elisão (utili-
zação de “brechas” na lei para pa-
gar menos impostos) e a judicia-
lização. Um exemplo sobre como
os litígios afetam a arrecadação
são os créditos em discussão no
Conselho Administrativo de Re-
cursos Fiscais (Carf), que chegam
a R$ 1,5 trilhão.
É esperado que o hiato de
conformidade se reduza após a
reforma. Um motivo, informou
o secretário, é a simplificação do
sistema, que ajuda a diminuir
contenciosos. Além disso, há im-
pacto em outros tributos. Países
que adotaram um Imposto so-
bre Valor Agregado (IVA), nos
moldes do que serão a CBS e o
IBS, observaram melhora no pa-
gamento do Imposto de Renda.
Isso porque o sistema estimula a
formalização.
Menor hiato de conformidade
é um dos fatores que explicam
por que a nova tributação sobre
Desempenho por segmentos
Vendas de supermercados evitaram varejo no campo negativo em junho
Varejo restrito
Varejo ampliado
Combustíveis e lubrificantes
Hiper, supermercados, prod. alimentícios, bebidas e fumo
Tecidos, vestuário e calçados
Móveis e eletrodomésticos
Art. farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria
Livros, jornais, revistas e papelaria
Equip.e material para escrit. , informática e comunic.
Outros artigos de uso pessoal e doméstico
Veículos e motos, partes e peças
Atacado e varejo de material de construção
Fonte: IBGE
perasse o pré-pandemia pela pri-
meira vez em mais de três anos. As
vendas de veículos subiram 1,9%
no segundo trimestre, ante o pri-
meiro, de acordo com a XP. Sem os
incentivos, haveria queda.
A alta de 1,3% nas vendas de su-
permercados, por sua vez, ajudou
a manter o varejo restrito estável
em junho, já que esse é o segmento
de maior peso, respondendo por
mais da metade (54,7%) do setor.
A deflação de junho ajudou a
impulsionar as vendas de super-
mercados, segundo Cristiano
Santos, gerente da PMC. Ele cita
também o pagamento antecipa-
do do 13 o salário de aposentados
e pensionistas pelo INSS.
No mesmo sentido, economis-
tas destacam também a alta de
21,2% em junho, ante igual mês de
2022, da categoria de “Atacado es-
pecializado em alimentos, bebidas
e fumo” (o chamado “atacarejo”).
No segundo trimestre, ante o
primeiro, o varejo restrito caiu
0,2%, enquanto o ampliado subiu
Novo PAC no Rio de Janeiro.
A ideia da Susep é criar, ainda
neste mês, um grupo de trabalho
e subgrupos temáticos identifi-
car quais os seguros mais impor-
tantes para cada setor, consensos
de possíveis melhorias entre os
atores e quais os pontos de obje-
ção, que travam as contratações e
o próprio ambiente negocial. O
grupo terá dois meses para apre-
sentar os resultados.
Recentemente, o Ministério da
o consumo no Brasil foi estimada
pelo Ministério da Fazenda em
no máximo 27%, e produzirá a
mesma arrecadação que os 34,4%
praticados atualmente: 12,45%
do Produto Interno Bruto (PIB).
Os 34,4%, explicou Appy, cor-
respondem à tributação efetiva-
mente incidente em um produto
tributado com 18% de ICMS e
9,25% de PIS/Cofins.
O ICMS e os novos tributos que
haverá após a reforma são calcu-
lados de forma diferente, expli-
cou o secretário. Por isso, suas alí-
quotas não podem ser direta-
mente comparadas.
Hoje, a alíquota do ICMS é de
18%, na maior parte dos casos. É
cobrada “por dentro”, ou seja, o
tributo é calculado sobre o preço
do produto, inclusive os impos-
tos. Calculados “por fora” (sobre
o preço dos produtos sem impos-
tos), como será o IBS, os 18% cor-
respondem a 24,2%. O mesmo
Simplificação do
sistema vai ajudar
a diminuir
contenciosos,
segundo Appy
Em %
0 Varejo restrito
1,2
-0,6
1,3
1,4
0,8
-0,7
1,2
-3,7
-0,9
8,5
-0,3
-2 2 4 6 8 10
-4 0
1,7%. O IBGE classifica o recuo no
conceito restrito como estabilida-
de. Santos ressalta que, ao longo
do primeiro semestre de 2023, não
houve variações expressivas, exce-
to em janeiro, quando subiu 4,1%.
“O varejo vem andando de lado
desde fevereiro”, afirma Rodolpho
Tobler, economista do Instituto
Brasileiro de Economia (FGV Ibre).
Nos primeiros seis meses do
ano, o varejo restrito acumulou al-
ta de 1,3%, e o ampliado, de 4%.
Com o resultado de junho, a
“herança estatística” para o tercei-
ro trimestre é de uma queda de
0,2% no varejo restrito, mas de alta
de 0,6% no ampliado, de acordo
com Alberto Ramos, chefe de pes-
quisa econômica para América La-
tina do Goldman Sachs.
O desempenho do varejo no
mês não alterou significativamen-
te o “tracker” (monitor) do J.P.
Morgan para a atividade em geral
no segundo trimestre, mas deixou
a “temperatura” do terceiro mais
forte, segundo relatório do banco.
Fazenda lançou a Agenda de Re-
formas Financeiras para o ciclo
2023-2024, versão ampliada do
que era conhecido como IMK, pa-
ra discutir com a iniciativa priva-
da propostas de ajustes tributá-
rios e de aprimoramento regula-
tório para estimular o avanço
não só do mercado de capitais,
como também dos setores ban-
cário e de seguro e previdência.
O superintendente da Susep,
Alessandro Octaviani, afirmou que
ocorre com o PIS/Cofins: a alí-
quota “por dentro” é de 9,25%, e a
“por fora”, de 10,2%. A soma dos
tributos seria de 27,25% no cálcu-
lo “por dentro” e de 34,4% no cál-
culo “por fora”. “Essa sim, é uma
das maiores alíquotas do mun-
do”, comentou Appy.
Outro fator que explica a dife-
rença entre os 34,4% atuais e os
27% estimados após a reforma é a
eliminação de uma série de regi-
mes especiais, alíquotas reduzi-
das e benefícios concedidos com
base nos tributos que serão eli-
minados na reforma.
O Ministério da Fazenda divul-
gou na última terça-feira uma es-
timativa sobre a nova alíquota-
padrão sobre o consumo, que va-
riará de 25,45% a 27%, conside-
rando a versão da Proposta de
Emenda à Constituição (PEC) 45
aprovada pela Câmara dos Depu-
tados. Os cálculos consideram
dois cenários: um em que o hiato
de conformidade é de 10% — ní-
vel observado na Hungria, onde a
tributação sobre o consumo é de
27% — e outro em que é de 15%.
Mostrou também que os trata-
mentos favorecidos incluídos na
PEC 45 pela Câmara acrescenta-
ram de 4,72 a 4,98 pontos per-
centuais na alíquota-padrão. A
ideia é dar ao Congresso uma ba-
Varejo sem crescimento
Vendas ficam estáveis em junho, mas avançam 1,3% no semestre
Variação
ç mensal (em
( %))
8
Varejo ampliado (inclui veículos e material de construção)
6
4
2 1,0 1,3
0,2
0 -0,2 -0,2
-0,3
-2
-4 Jul/22 Ago/22 Set/22
Desempenho por trimestres e semestres
Varejo restrito Varejo ampliado
6 6
4 4
2,3
2 0,9
0,8 0,8
0,2
0 -0,2
-2
-4
1º tri/2022 2º tri/2022
Fonte: IBGE
Dados da associação das conces-
sionárias, a Fenabrave, indicam
que o mês de julho ainda foi forte
para a venda de veículos. A questão
“é o quão sustentável isso é agora
que o programa terminou”, diz o
J.P. Morgan em relatório.
Olhando à frente, na segunda
metade do ano, economistas ava-
liam que o varejo de itens mais es-
senciais e ligados ao dia a dia pode
continuar se beneficiando de estí-
mulos fiscais (como transferências
governamentais), da expansão do
rendimento real do trabalho e da
redução da inflação.
Por outro lado, itens duráveis e
de maior valor agregado ainda de-
o órgão tem participado das reu-
niões do IMK ampliado, mas que o
debate sobre seguro nos grupos de
trabalho da casa será mais específi-
co para tratar, por exemplo, das
inúmeras possibilidades do uso do
seguro como suporte aos investi-
mentos na construção da infraes-
trutura e também na inovação in-
dustrial, sobretudo no âmbito do
Novo PAC e da neoindustrializa-
ção. Ele frisou ainda que a discus-
são no órgão vai estar focada na re-
Bernard Appy: expectativa que hiato de conformidade se reduza após reforma
se para avaliar o peso de cada ex-
ceção à reforma.
O cálculo da alíquota não é
“cravado” porque há muitos ele-
mentos ainda não definidos so-
bre o novo sistema tributário,
disse o secretário. Além de a pró-
pria PEC 45 poder ser modificada
no Senado, onde está em análise,
existem vários fatores que só se-
rão definidos posteriormente,
em legislação infraconstitucio-
4,1
0,2 0,3 0,6
-0,7 -0,5
-3,0
Out/22 Nov/22 Dez/22 Jan/23
3,7
1,9
-0,5
-1,1
-1,9
3º tri/2022 4º tri/2022 1º tri/2023
vem ser desafiados por condições
monetárias e financeiras aperta-
das, altos níveis de endividamento
das famílias e crédito caro.
Tobler, do FGV Ibre, diz que a
perspectiva até pode ser um pouco
mais positiva para o varejo no se-
gundo semestre, mas com varia-
ções mensais ainda baixas. As son-
dagens de julho com o setor mos-
tram, segundo ele, avanço da ava-
liação da situação atual, mas os va-
rejistas ainda se mostram cautelo-
sos com os ganhos que podem ob-
ter a partir da melhora do cenário
macroeconômico, como com o
início da queda da Selic.
“Não vai ser tão significativo as-
gulação, ou seja, em alterações que
dependem apenas de ato da supe-
rintendência para serem feitas.
A assessoria de imprensa da
Susep complementou, por meio
de nota, que a atual gestão vem
trabalhando para que o regula-
dor garanta um ambiente de
confiança no setor, a fim de in-
centivar o consumo, gerando um
ciclo de crescimento constante,
com prosperidade para todos os
atores. “Um dos objetivos do se-
FERNANDO DONASCI/O GLOBO
nal. Por exemplo: como funcio-
narão os regimes específicos de
tributação, o Imposto Seletivo
(que será criado na reforma para
tributar produtos danosos à saú-
de e ao meio ambiente), quais
produtos estarão na cesta básica
a ser desonerada. Há indefini-
ções ainda sobre o escopo dos
serviços de saúde e de educação
que terão direito a alíquotas re-
duzidas, exemplificou.
4,7
2,0
1,2
0,5 0,6
0
-0,2 -0,1
-0,7 -0,5
-2,1
Fev/23 Mar/23 Abr/23 Mai/23 Jun/23
4
1,7 1,4 1,3
2
0,6
0,3
0
-1,4
-2
1º tri/2023 -4 1º sem/22 2º sem/22 1º sem/23
sim, os juros ainda vão estar em pa-
tamar muito alto, a inflação inco-
modou bastante. Não dá para ima-
ginar que vá destravar muito ao
longo do segundo semestre”, diz.
As sondagens mostram tam-
bém uma perspectiva favorável da
confiança do consumidor, “mas
nada tão significativo que possa vi-
rar um boom”, diz Tobler.
Um fator que pode ajudar no se-
gundo semestre é o Desenrola,
programa do governo federal para
renegociação das dívidas das famí-
lias. Ele deve abrir espaço no orça-
mento das famílias e facilitar a vol-
ta das pessoas ao mercado de cré-
dito, diz Tavares, da Tendências.
tor de seguros é impulsionar o
desenvolvimento nacional, con-
forme prevê o art. 192 da Consti-
tuição e o art. 2 o do Decreto lei
73/66. Nesta perspectiva, os con-
tratos devem ter as finalidades de
fortalecimento da infraestrutura
do país, de acesso ao seguro por
novas camadas da população, de
aumento de capacidade de pro-
dução alimentar, de cuidados
com os riscos cibernéticos e cli-
máticos, dentre tantos outros.”

Brasil
Políticas públicas Levantamento mostra aumento dos jovens
abaixo da linha da pobreza, mesmo com transferência de renda
Tributo‘apaga’programasdeajuda
epiorapobrezainfantil,dizestudo
Marcelo Osakabe
De São Paulo
A pobreza infantil no país
cresceu após os efeitos dos im-
postos indiretos, que apagam o
impacto positivo dos programas
transferências de renda, mostra
um estudo recém-publicado pe-
lo Banco Mundial.
A parcela da população de
crianças e jovens de até 15 anos
(que representam 22,3% do total
do país) que vive abaixo da linha
da pobreza moderada sobe de
54,2% para 56,6%, considerando
esses impactos. O resultado vai
na contramão do que acontece
entre os idosos: neste grupo, que
corresponde a 15,7% da popula-
ção, a taxa de pobreza passa de
37,6% para 14,8% após a ação da
política fiscal, uma queda de 22,8
pontos percentuais.
O estudo mostra que os impos-
tos indiretos representam a prin-
cipal contribuição para o agrava-
mento da pobreza no país. Esse
grupo tem um impacto negativo
de 6,1 pontos na pobreza. Na ou-
tra ponta, a aposentadoria rural
tem a maior contribuição positi-
va, de 4 pontos percentuais, se-
guida do BPC, com 1,9 ponto. Já o
Bolsa Família, programa mais
identificado com as crianças, re-
duzia a pobreza em 0,4 ponto, se-
gundo o levantamento que usou
dados da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio Contínua
(Pnad Contínua) de 2019.
“É normal que a assistência so-
cial se concentre mais nos idosos.
Mesmo em países de renda mais
alta, a pobreza relativa das crian-
ças costuma ser maior que a po-
breza média da população, exce-
ção feita aos suspeitos de sempre,
como a Finlândia”, afirma Ricardo
Campante Vale, consultor do Ban-
co Mundial que assina o estudo
com Gabriel Lara Ibarra, Maynor
Cabrera e Otavio Conceição. “É um
resultado conhecido das pesquisas
sobre o Brasil que domicílios com
crianças e idosos concentravam a
maior parte da pobreza. O que nós
mostramos foi que isso se reduziu
entre idosos, junto com a consoli-
dação e ampliação dos programas
de transferência de renda, em es-
pecial os benefícios não contribu-
tivos, como a aposentadoria rural
e o Benefício de Prestação Conti-
nuada (BPC). Já a atenção às crian-
ças não caminhou igualmente.”
Em linhas gerais, a pesquisa
mostra que presença de ao me-
nos um idoso eleva a renda fami-
liar, ao passo que a presença de
ao menos uma criança gera o
efeito oposto, independente-
mente de a família ser chefiada
por apenas um homem, uma
mulher ou um casal.
“Hoje, a pobreza no Brasil está
completamente concentrada em
famílias com crianças. Eu enten-
do que qualquer Estado que con-
centre a pobreza em um grupo
específico está falhando, ainda
mais se tratando das crianças -
que são prioridade, segundo a
Constituição”, afirma a econo-
mista Laura Müller Machado,
professora do Insper.
Principal programa de trans-
ferência de renda do governo pa-
ra essa faixa da população, o Bol-
sa Família, foi significativamente
reformulado desde 2019. Naque-
le ano, o benefício básico partia
de R$ 89 mais um adicional de
R$ 39 para cada filho de até 15 ou
R$ 46 para cada adolescente en-
tre 16 e 17 anos. Assim, o desem-
bolso médio por família era de
R$ 187,79 — ou R$ 239,88 corrigi-
dos pela inflação de hoje.
Na nova versão, o programa
prevê um mínimo de R$ 600 para
cada família, mais um adicional
de R$ 150 para crianças até 7 anos
e de R$ 50 para filhos entre 7 e 18
anos. Sob os novos parâmetros, o
benefício médio pago ficou em
R$ 684,17 em julho deste ano.
Para especialistas, as novas re-
gras tornaram o programa menos
eficiente, na visão de especialistas,
isso porque, na atual configura-
ção, o adicional por criança é, pro-
porcionalmente, menor em rela-
Ricardo Campante Vale: “É normal que a assistência social se concentre mais nos idosos, mesmo em países de renda alta”
ção ao benefício mínimo. Um casal
sem filhos, exemplifica Laura, re-
cebe R$ 600 por mês, ou R$ 300 por
pessoa. Com um filho de seis anos
e outro de oito, essa família teria
direito a R$ 800, baixando o valor a
R$ 200 por pessoa.
“O Bolsa Família atual não tem
sensibilidade igual para adultos e
crianças. Qualquer família que
olhar para isso vai pensar duas ve-
zes, é um desincentivo e ao mes-
mo tempo é injusto”, diz a econo-
mista, ressaltando que essa dife-
rença pode, inclusive, trazer con-
sequências sobre a taxa de fecun-
didade brasileira no longo prazo.
Para Vale, o fato de que o valor
do benefício quase triplicou su-
gere que o efeito sobre a pobreza
acaba superando a questão da
eficiência do programa. “No fri-
gir dos ovos, é melhor ter um va-
lor real mais alto. Só que, com to-
dos os nossos problemas fiscais e
dada a alta taxa da pobreza in-
fantil, seria possível obter um re-
sultado muito melhor com esse
mesmo gasto”, pondera.
“A pobreza no
Brasil está
completamente
concentrada em
famílias com
crianças”
Laura Müller
Machado
Sobre potenciais impactos so-
bre a fertilidade, o pesquisador é
cauteloso. Ele lembra do exem-
plo da Polônia, que também en-
frenta uma transição demográfi-
ca acelerada — tem a segunda
menor taxa de fertilidade na Eu-
ropa. Lá, com o objetivo explícito
de incentivar pais a terem mais
filhos, o governo criou o progra-
ma “500+”, que paga o equiva-
lente a € 125 por mês para cada
criança a partir da segunda.
“Os resultados foram muito
claros em relação à pobreza in-
fantil. A Polônia se tornou um
dos poucos países em que a po-
breza delas é menor que a média
nacional. Só que o efeito sobre a
fertilidade ainda é incerto”, nota.
Dado que o Bolsa Família em
seu novo formato existe há pou-
co tempo, ele vê poucas chances
de mudanças substanciais nas re-
gras. Por outro lado, ressalta,
existem outras formas de enfren-
tar o problema. “Existe uma cor-
relação muito grande entre po-
breza, em especial na primeira
infância e pobreza futura, produ-
tividade futura. Prejudica muito
a capacidade do ser humano de
desenvolver seu capital humano
ao máximo. Isso é importante en-
frentar, porque serão essas crian-
ças que irão sustentar uma eco-
nomia e uma Previdência com
cada vez mais idosos no futuro.”
Outra fonte de redução da po-
breza, nesse sentido, envolve o
acesso a escolas e creches. “Esta-
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | A7
Benefício desigual
Política fiscal ajuda mais pobres no Brasil, mas empobrece crianças
Redução do índice de Gini sobre a renda consumível, em %
Redução Média
Turquia (2016) 0,7
Paraguai (2014) 1,2
Guatemala (2014) 1,4
Peru (2011) 1,4
Armênia (2011) 2,0
Rússia (2014) 2,1
Moldávia (2017) 2,2
Belarus (2015) 2,2
ROGERIO VIEIRA/VALOR
Albania (2015) 2,4
Jordânia (2017) 2,6
República Dominicana (2018) 2,8
Fiji (2019) 2,9
Equador (2011) 3,1
Brasil (2009) 3,1
Botswana (2010) 3,3
México (2014) 3,6
Colômbia (2017) 3,6
Namibia (2016) 3,6
Costa Rica (2018) 3,9
Ilhas Maurício (2017) 5,8
Brasil (2019) 6,4
Argentina (2017) 6,8
África do Sul (2015) 9,7
0 2 3,3 4 6 8 10
Pobreza moderada no Brasil, por faixa etária, em %
Renda pré-fiscal Renda pós-fiscal
60 54,2 56,6
51,6 52,8
50
35,4
37,6
40 35,2
30
20 14,8
mos discutindo a transição de- por exemplo, acelerar a implan-
10
mográfica, mas não necessaria- tação das escolas em tempo inte-
mente isso significa já buscar gral. Um estudo que nós fizemos 0-15 anos 16-17 anos 18-59 anos 60 ou mais
imitar a Dinamarca e aumentar a mostra que crianças podem sair Variação 2,4% 1,2% 0,2% -22,7%
licença maternidade. A gente do nono ano do ensino funda- 0-15 anos 16-17 anos 18-59 anos 60 ou mais
ainda não conseguiu universali- mental com 7.124 horas a mais
zar a pré-escola”, acrescenta. que no ensino regular, o que Contribuição marginal para a redução da pobreza, em %
Segundo dados compilados equivale a 7,9 anos adicionais.”
pela Fundação Maria Cecilia Sou- Saron nota, neste caso, que tam- Impostos indiretos -6,1
to Vidigal (FMCSV), 8% das crian- bém é preciso melhorar a gover- IPTU/ITR -0,1
ças entre 4 e 6 anos brasileiras es- nança em relação ao tema, em es- Impostos diretos 0,0
tão fora da pré-escola — a meta pecial diante de desafios como a Seguro-desemprego 0,2
original, estabelecida ainda em implementação do Novo Ensino Salário Família 0,2
2009, era universalizar esse aces- Médio e do ensino técnico. “Não é Bolsa Família 0,4
so até 2016. O déficit em relação um desafio apenas do governo fe- Abono Salarial 0,5
à creche é ainda maior: apenas deral. Se estados e municípios não BPC 1,9
37% das crianças de zero a três estiverem articulados, não vamos Pensão rural 4,0
anos estavam matriculadas, dar a resposta necessária a essa
quando a meta estabelecida pelo questão demográfica.” Fonte: CEQ Data Center, Pnad Contínua de 2019, com elaboração dos autores
atual Plano Nacional de Educa-
ção era de chegar a 50% em 2024.
“Separando por quartis de ren-
da, é possível ver que as mais po-
bres têm acesso bem mais baixo,
algumas também são penalizadas
por viverem na zona rural tam-
bém. O Brasil tem feito pouco por
essas crianças e elas têm um perfil
muito claro: vêm de famílias pre-
tas, têm mães mais jovens e com
menor escolaridade. São vulnera-
bilidades que se agregam”, diz Bea-
triz Abuchaim, especialista em
educação infantil e gerente da
FMCSV. “É preciso melhorar esse
acesso privilegiando essas crianças
e também lutar pela qualidade
dessa inclusão, dar condições de
implementação da base nacional
comum curricular.”
Mariana Luz, CEO da funda-
ção, observa que o país vem evo-
luindo em como tratar e promo-
ver o tema institucionalmente,
como mostra a recente aprova-
ção da lei que torna agosto o mês
da Primeira Infância no Brasil e
também a recomposição dos or-
çamentos destinados ao tema
pelo novo governo. Ela nota, no
entanto, que ainda é preciso
construir melhor a governança
em relação às ações direcionadas
à primeira infância e cobra uma
“recalibragem” das prioridades
do país em direção a ela.
“O Plano Plurianual (PPA) que
vigora até o fim deste ano tinha
como única prioridade esse te-
ma. Neste novo PPA que está
sendo discutido, que vai até
2027, precisamos manter essa
prioridade e não deixar ele ser
QR Code
novamente tratado junto com a para download
dessa edição
questão da criança e adolescen-
te, já que, como sabemos, existe
toda essa especificidade e essa
potência como causa raiz dos
desafios da sociedade”, defende,
citando o trabalho do econo-
mista James Heckman. Os estu-
dos do americano, ganhador do
prêmio Nobel em 2000, suge- Assine a RI! A revista do mercado de capitais.
rem um retorno de US$ 7 para a
sociedade para cada dólar inves-
tido na primeira infância.
Presidente da Fundação Itaú,
Eduardo Saron, lembra que o en-
velhecimento da população bra-
sileira é algo que já estava no ho-
rizonte. Desde 2019, exemplifica,
o Rio Grande do Sul estima que
tem mais habitantes acima de 60 A assinatura anual – impressa e/ou digital - da principal e mais longeva
anos do que jovens até 14 anos. revista brasileira sobre Mercado de Capitais, dá acesso ao PDF da íntegra
Para lidar com os efeitos eco- de TODAS as edições da Revista RI, desde 2003.
nômicos dessa mudança demo-
gráfica, ele também defende www.revistaRI.com.br
priorizar a educação. “É urgente,
A8 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | A9
A10 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Brasil
Relações exteriores Ideia é mostrar a europeus que discussão sobre sustentabilidade vai além de ambiente
Mercosul aposta em lado social no acordo com UE
Murillo Camarotto
De Brasília
Na resposta que será enviada
nos próximos dias à União Euro-
peia, o Mercosul deve reforçar o
caráter social que permeia as dis-
cussões sobre sustentabilidade
no acordo comercial entre os
dois blocos. Segundo apurou o
Valor, a percepção entre os só-
cios sul-americanos — especial-
mente no lado brasileiro — é de
que os europeus concentram
muito mais atenção na vertente
ambiental do acordo, ignorando,
em alguma medida, o fato de que
o conceito de desenvolvimento
sustentável está fincado no tripé
Declaração de florestas critica protecionismo europeu
Daniela Chiaretti e Rafael Garcia*
De Belém
A declaração de florestas da Cú-
pula da Amazônia tem uma crítica
clara à adoção de barreiras comer-
ciais que venham mescladas com
medidas ambientais. O texto não
menciona, mas a mensagem é di-
recionada à União Europeia.
“Observando que a cooperação
internacional é a via mais eficaz
para apoiar nosso compromisso
soberano de redução das causas
do desmatamento e da degrada-
ção florestal, condenamos a ado-
ção de medidas para combater as
mudanças climáticas e proteger o
Há um bloco geopolítico em formação, e ele é verde
Análise
Daniela Chiaretti
De Belém
A Cúpula de Belém tem um le-
gado poderoso que não está nas
mais de cem decisões de sua decla-
ração — o movimento dos países
com florestas tropicais. O esforço
foi explicitado até no nome do co-
municado: “Unidos por Nossas
Florestas”. O texto é curto, só tem
dez tópicos, mas cristalino: busca
Tema do fim do petróleo sai fortalecido
Rafael Garcia
“O Globo”, de Belém
A Colômbia foi o país que mais
antagonizou com o Brasil na Cú-
pula da Amazônia, em grande par-
te ter defendido um freio à explo-
ração de petróleo na região. A de-
manda do presidente Gustavo Pe-
tro não foi aceita por outros países
(à exceção do Equador), mas a mi-
nistra colombiana de Meio Am-
biente, Susana Muhamad, crê que
a pauta sai fortalecida do encon-
tro, por sinalizar uma agenda.
Em entrevista exclusiva, Muha-
mad disse que a Colômbia ajudou
o Brasil a brigar por uma meta
mais concreta contra o desmata-
mento (que também não entrou
no acordo) e comentou o resulta-
do da declaração final da cúpula.
É frustrante que a declaração final
de Belém não inclua um dispositivo
específico para que o desmatamento
na bacia amazônica seja zero até
2030?
Susana Muhamad: Bem, acho
que o compromisso está aí. Da Co-
lômbia, pedimos o tempo todo
que tivéssemos metas específicas
no início da declaração porque te-
míamos que ela permanecesse...
Elas estão lá, mas estão um pouco
diluídas. No entanto, o compro-
misso está aí. Acreditamos que to-
dos os mecanismos definidos na
declaração são mecanismos váli-
dos para deter o desmatamento,
fortalecer a OTCA, trabalhar na se-
gurança das fronteiras, no crime
transnacional, gerar um processo
econômico com as comunidades
que refloreste e restaure a floresta.
Exigimos um forte ponto de con-
vergência, que está na declaração
ambiental, econômico e social.
Brasil, Argentina, Paraguai e
Uruguai trabalham na finaliza-
ção de uma resposta para a carta
na qual a União Europeia faz ob-
servações sobre a importância da
preservação do meio ambiente e
sugere compromissos adicionais
ao que já estava acordado desde
2019. O Brasil fez o primeiro es-
boço e o enviou para análise dos
sócios. A Argentina já devolveu
sua parte. Paraguai e Uruguai de-
vem fazê-lo até a amanhã.
As sugestões argentinas agrada-
ram e foram classificadas pelos ne-
gociadores brasileiros como “bas-
tante construtivas”. O Paraguai es-
tá analisando o texto em meio à
meio ambiente”, diz o texto, “in-
cluindo as medidas unilaterais,
que constituam um meio de discri-
minação arbitrária ou injustificá-
vel ou uma restrição disfarçada ao
comércio internacional”.
O Brasil tem criticado a legisla-
ção antidesmatamento da UE co-
mo uma “medida unilateral”.
A declaração é curta, tem ape-
nas dez pontos. Dois deles são de-
dicados ao comércio. Além da crí-
tica velada à UE, outro tópico co-
bra acesso preferencial para pro-
dutos florestais nos países ricos,
como “importante alavanca para o
desenvolvimento econômico dos
países em desenvolvimento”.
proteger a biodiversidade, garan-
tir desenvolvimento sustentável,
reduzir desigualdade, cobrar com-
promissos de ricos, rejeitar ciladas
comerciais disfarçadas. Sobretudo
quer que países com florestas te-
nham mais voz e influência.
Será preciso algum tempo para
ver se a Cúpula de Belém terá conti-
nuidade nos processos que abriu em
sua longa declaração e quanto disso
irá desintegrar em retórica. Mas me-
nos de quatro meses para ver se vin-
gou esta liga de países amazônicos e
mas creio que deve ser destacado,
que é dizer que o objetivo princi-
pal é que a Amazônia não chegue
ao ponto de não retorno e que,
portanto, temos que iniciar um
processo de restauração ecológica
e detenção do desmatamento que
chegue a desmatamento zero.
Que esperança existe agora de que
o diálogo sobre petróleo e gás avance
a ponto de que novas frentes de explo-
ração sejam barradas na Amazônia?
Susana: Isso ficou na pauta de
discussão dos presidentes. Isso é
positivo e também fica na declara-
ção textualmente, digamos, expli-
citamente, que será um tema que
continuará a ser discutido. É claro
que cada país tem de olhar para o
seu processo de transição energéti-
ca, tem de olhar para a sua realida-
de. Esperamos que este ponto de
convergência possa ser alcançado.
A Colômbia acredita que será pos-
sível unir os países da bacia amazôni-
ca para exigir financiamento climáti-
co na COP do Clima?
Susana: Sim. Estamos buscando
que esse seja o objetivo e que pos-
samos chegar à COP28 neste ano
com alguns pontos de convergên-
cia sólidos. Queremos colocar isso
à frente com base em todo esse tra-
balho forte de oito meses que os
países realizaram.
O dispositivo da declaração de Be-
lém que condena a imposição de bar-
reiras comerciais a países amazônicos
que desmatem não pode dificultar o
diálogo com a Europa e outros países
ricos para obter financiamento?
Susana: Não. Creio que existe
uma discussão sensata e sensível
que também foi feita no espaço da
Celac nas negociações entre Celac
e União Europeia e vêm sendo fei-
transição para o governo do presi-
dente eleito Santiago Peña, que to-
ma posse na próxima terça-feira
(15). Apesar de serem do mesmo
partido, ele e o atual presidente,
Mario Benítez, têm visões diferen-
tes em vários aspectos da econo-
mia em geral. Ainda assim, a ava-
liação é de que o país está alinhado
com a visão geral do bloco sobre a
importância do acordo comercial.
A percepção é a mesma em re-
lação ao Uruguai, cujo presiden-
te, Lacalle Pou, tem demonstrado
publicamente o seu desconforto
com o formato atual do Merco-
sul. Ele vem tentando costurar
um acordo bilateral com a China,
mas sofre com a oposição dos só-
A declaração busca, também,
ter apelo político junto a outros
países “detentores de parcela sig-
nificativa da biodiversidade glo-
bal”. A ideia é “lutar para que nos-
sos países tenham maior influên-
cia sobre a gestão de recursos des-
tinados à conservação e ao uso sus-
tentável da biodiversidade.”
Um tópico específico convida
outros países em desenvolvimen-
to, donos de florestas tropicais, ao
diálogo com este grupo. E dá pistas
do caminho que desejam trilhar –
a conferência sobre mudança cli-
mática da ONU em Dubai, em de-
zembro (COP28) e a de biodiversi-
dade (COP16, em 2024). “E demais
os outros quatro que se juntaram —
Indonésia, República Democrática
doCongo,RepúblicadoCongoeSão
Vicente e Granadinas.
O primeiro teste virá na conferên-
cia do clima de Dubai, a COP28, em
dezembro. Ali se verá se países com
posições tão diferentes sobre metas
de parar o desmatamento ou explo-
rar petróleo, conseguirão definir po-
sições em conjunto. Se donos de flo-
restas serão mais poderosos ou não
nas negociações ambientais globais.
Potencial, têm.
Susana Muhamad: “Cada país tem de olhar para sua transição energética”
tas há muitos anos. A América Lati-
na deixou claro que é importante
fazer transições e que é importante
que não existam medidas unilate-
rais, além de sugerir que esse esfor-
ço para conter o desmatamento se-
ja conjunto. Mas essas barreiras co-
merciais têm sido percebidas, por
isso esta é uma posição unificada
da Celac, que continuará sendo
trabalhada e negociada. Mas isso
não deve ser um obstáculo para
que continue avançando nossa
responsabilidade comum de sal-
var a Amazônia.
AColômbiaficousatisfeitacomain-
clusãonadeclaraçãodedispositivoreco-
nhecendoaospovosindígenasodireitoa
reivindicarposseplenadesuasterras?
cios regionais. Ainda assim, seu
país também tem demonstrado
interesse em fazer avançar o
acordo com a União Europeia.
Tão logo as contribuições dos
três vizinhos cheguem a Brasília,
será feita uma consolidação do
texto final, o que deve levar ape-
nas alguns dias — ao menos na
Clima, hoje, é de
otimismo com a
finalização do
acordo comercial
entre UE e Mercosul
conferências internacionais rele-
vantes”, diz o comunicado.
A declaração é assinada pelos lí-
deres dos oito países da Organiza-
ção do Tratado de Cooperação
Amazônica (OTCA) — Bolívia, Bra-
sil, Colômbia, Equador, Guiana,
Peru, Suriname e Venezuela — e in-
cluiu mais quatro convidados —
Indonésia, República Democrática
do Congo, República do Congo e
São Vicente e Granadinas.
A “Unidos por Nossas Florestas”
reconhece a contribuição “inestimá-
vel” dos povos indígenas, comuni-
dades locais, mulheres e jovens na
conservação das florestas tropicais.
Cobra, também, que os países de-
“Essa cúpula é o ponto de partida
para que a nossa Amazônia e as de-
mais florestas tropicais deixem, de
uma vez por todas, de ser vistas co-
mo um problema, e se tornem solu-
ção”, disse o presidente Lula.
“São os produtos da sociobiodi-
versidade que vão gerar emprego e
rendaeofereceralternativasàexplo-
ração predatória dos recursos natu-
rais.” Em outro trecho de seu discur-
so mais inspirado em Belém, revelou
o que tem em mente: “Os países das
bacias da Amazônia, do Congo e de
LUISA GONZALEZ/REUTERS
Susana: Na Colômbia, desde a
constituição de 1991, e desde 1986
na Amazônia, todas as reservas fo-
ram reconhecidas. Em outras pala-
vras, quase 50% da Amazônia co-
lombiana está em reservas legaliza-
das. O que me parece haver é um
aviso dos povos indígenas de que
não é assim em todos os países.
Existem diferenças nos padrões de
tratamento em relação à titulação,
ao reconhecimento de reservas e
até mesmo ao reconhecimento dos
povos.SeaOTCAcomoumtododiz
que esse é um ponto que queremos
avançar e que os direitos indígenas
possam ser homologados em to-
dos os países, por se tratar de uma
única bacia hidrográfica.
expectativa dos negociadores
brasileiros. Em paralelo, as trata-
tivas com os europeus vão no
sentido de garantir um trâmite
rápido para vencer as últimas
etapas antes da assinatura for-
mal. O clima, hoje, é de otimismo
com a finalização do acordo.
Além das observações feitas pe-
la UE na chamada “side letter”, ain-
da estão pendentes as negociações
sobre a questão das compras go-
vernamentais, citadas frequente-
mente pelo presidente Luiz Inácio
Lula da Silva. Ele quer que o gover-
no brasileiro possa privilegiar for-
necedores nacionais para algumas
compras, em especial aquelas do
Sistema Único de Saúde (SUS).
senvolvidos cumpram com seus
compromissos financeiros e cita a
lista: desde o 0,7% do rendimento
nacional bruto de ajuda ao desen-
volvimento ao financiamento cli-
mático de US$ 100 bilhões por ano
em recursos novos e adicionais aos
países em desenvolvimento, prome-
tidos em 2009. O texto chega ao últi-
mo compromisso, de dezembro de
2022, previsto no Marco Global para
a Biodiversidade de Kunming-Mon-
treal para a implementação dos pla-
nos e estratégias nacionais de biodi-
versidade. Ali a promessa é de mobi-
lização de US$ 200 bilhões por ano,
até 2030, em recursos financeiros
novos, adicionais e previsíveis.
Bornéo-Mekong atuarão com deter-
minação para preservar as três
maiores florestas tropicais do mun-
do”. Há um bloco geopolítico em
formação, e ele é verde.
Lula criticou claramente a gover-
nança do GEF, o fundo ambiental
que nasceu no Banco Mundial e será
a base dos recursos para implemen-
tar ações do Marco Global da Biodi-
versidade. “É inexplicável que meca-
nismos de financiamento, como o
GEF, reproduzam a lógica excluden-
te das instituições de Bretton Wo-
Se querem preservar a
floresta, ricos precisam
colocar dinheiro, diz Lula
Rafael Garcia* e Rafael
Bitencourt
De Belém e Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva voltou a defender, nesta quar-
ta-feira, 9, uma saída conjunta para
a Amazônia e disse que “medidas
protecionistas disfarçadas de com-
promissos ambientais não são o ca-
minho a trilhar”, referindo-se a ini-
ciativas de países desenvolvidos.
“Negar a crise climática é insensa-
tez, mas valorizar a floresta não é só
manter as árvores em pé, é dar dig-
nidade para as quase 40 milhões de
pessoas que vivem na Amazônia sul-
americana”, declarou em entrevista
coletiva de encerramento da Cúpula
da Amazônia em Belém. “Vamos pa-
ra a COP28 para dizer ao mundo ri-
co que se quiserem preservar a flo-
resta é preciso colocar dinheiro.”
Lula é favorável à exploração de
petróleo na foz do rio Amazonas, a
chamada Margem Equatorial, cuja
licença de pesquisa já foi negada à
Petrobras pelo Ibama. O desejo do
presidente contraria a própria agen-
da de economia verde do governo e
o compromisso do país de reduzir
as emissões de gases-estufa.
Também o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, voltou
a defender a retomada da pesqui-
sa sobre o potencial de petróleo na
Margem Equatorial, no litoral das
regiões Norte e Nordeste do país.
Ele reforçou o argumento que tem
defendido junto à Advocacia-Ge-
ral da União (AGU), que foi acio-
nada para preparar um parecer so-
A dimensão da mudança nas
regras previstas para as compras
governamentais divide opiniões
no governo. Uma ala defende pe-
quenas adaptações em relação ao
que foi acordado em 2019, na ad-
ministração do ex-presidente Jair
Bolsonaro. Outro grupo advoga
por mudanças mais amplas.
Essa negociação, contudo, tra-
ta do Brasil de forma individual e
não envolve os demais sócios do
Mercosul. A impressão que se
tem no momento é de que um
eventual ajuste no capítulo das
compras governamentais não te-
rá peso suficiente para promover
um novo impasse para a assina-
tura do acordo com os europeus.
A declaração registra as observa-
çõesdoscientistasdoPainelIntergo-
vernamental sobre Mudanças Cli-
máticas, o IPCC, de que a mudança
do clima já está impactando as flo-
restas tropicais em todo o mundo.
Descreve “alterações na composição
de espécies, biomassa, pragas e
doenças, e aumento da quantidade
de incêndios florestais”.
Há críticas, também, ao não cum-
primento, por parte de alguns países
ricos, de suas metas de redução na
emissão de gases-estufa. O texto
lembra que são os desenvolvidos
que têm que liderar o processo.
* “O Globo”
ods”, disse. Brasil, Colômbia e Equa-
dor têm que dividir uma cadeira do
conselhodoFundo,aIndonésiadivi-
de o assento com mais 16 países.
Lula disse também que não se po-
de aceitar “um neocolonialismo ver-
de”. Se há várias divergências entre
países florestais, há um consenso na
declaração de Belém que é inédito e
histórico. Pela primeira vez os países
reconheceram que há um ponto de
não retorno da floresta, diz um ob-
servador. É a ciência migrando para
decisões políticas internacionais.
bre a continuidade do processo de
licenciamento ambiental.
“Não podemos ter tabus. Temos
que sentar na mesa com coerência,
com diálogo e construir convergên-
cia em torno de — mais uma vez, re-
pito — como fazer a exploração, e
não se vamos fazer. Já que o próprio
governo, em 2012, disse que essa re-
gião é uma região passível de explo-
ração”, explicou o ministro, em en-
trevista à rádio BandNews.
Conforme informou o Valor, na
segunda-feira, 7, a Consultoria-
Geral da União (CGU), órgão de as-
sessoramento jurídico da AGU,
tem aprofundado as análises que
podem apontar para caminho da
exploração segura, do ponto de
vista ambiental, do projeto.
Para ele, a dificuldade em liberar
as pesquisas na Margem Equatorial
pode ser explicada pelo fato de ter
sido “criada uma versão” de que o
projeto da Petrobras está na Foz do
rio Amazonas, embora esteja a 500
metros dessa área considerada sen-
sível do ponto de vista ambiental.
Silveira ressaltou que a libera-
ção da pesquisa para Petrobras no
litoral do Amapá tem impacto so-
bre outros blocos com potencial
econômico na região. Ele argu-
mentou que uma portaria autori-
zou a Agência Nacional do Petró-
leo (ANP) a leiloar blocos de ex-
ploração na região e que empresas
pagaram para ter o direito a pros-
pectar o local.
* “O Globo”; o repórter viajou a convite do
Instituto Clima

Política
Judiciário Relatório da PF aponta
que a Polícia Rodoviária Federal
agiu como ‘polícia de governo’
Ex-diretor da
PRF é preso
por atuar em
benefício
de Bolsonaro
Isadora Peron e Luísa Martins
De Brasília
O ex-diretor-geral da Polícia Ro-
doviária Federal (PRF) Silvinei Vas-
ques foi preso, nessa quarta-feira
(9), em uma operação da Polícia
Federal (PF). Provas reunidas pelos
investigadores apontam que ele
atuou para beneficiar Jair Bolsona-
ro (PL), que disputava a reeleição,
no segundo turno das eleições pre-
sidenciais de 2022. A operação
amplia as apurações no entorno
do ex-presidente, investigado em
diversas frentes desde que deixou
o cargo. Primeiro a depor na CPMI
do 8 de janeiro, Silvinei deve ser
convocado novamente pelo cole-
giado (ver página 12).
Sob o comando de Silvinei, a PRF
teria “direcionado recursos huma-
nos e materiais” para dificultar o
trânsito de eleitores no dia 30 de
outubro do ano passado. Segundo
a PF, o foco da atuação dos agentes
da corporação foram cidades do
Nordeste onde o então candidato
do PT à Presidência, Luiz Inácio Lu-
la da Silva, obteve mais de 75% dos
votos no primeiro turno.
A operação da PF, batizada de
“Constituição Cidadã”, foi autori-
zada pelo ministro do Supremo
Tribunal Federal (STF) Alexandre
de Moraes, que também atua co-
mo presidente do Tribunal Supe-
rior Eleitoral (TSE). Além da prisão
de Silvinei, foram cumpridos dez
mandados de busca e apreensão
contra ex-integrantes da cúpula da
PRF. Os crimes investigados são de
prevaricação e violência política,
Bloqueios feitos pela PRF em estradas do Nordeste, como em Codó (MA), atrasaram o acesso de eleitores aos locais de votação no segundo turno, 30 de outubro
Prisão mostra prevalência do Judiciário sobre a CPMI
Análise
César Felício
De Brasília
A prisão do ex-diretor da Polícia
Rodoviária Federal Silvinei Vas-
ques, por ordem do Supremo Tri-
bunal Federal, na manhã desta
quarta em Florianópolis, é um in-
dicador da limitação das CPIs co-
mo instrumento de influência na
cena política e jurídica e do prota-
gonismo do STF, que permanece a
peça central para a defesa institu-
cional. Silvinei foi o primeiro de-
poente da CPMI de 8 de janeiro. Fa-
além de delitos previstos no Códi-
go Eleitoral Brasileiro.
Em sua decisão, Moraes afir-
mou que a investigação da PF de-
monstrou que o então diretor-
geral da PRF teria emitido “or-
dens ilegais a seus subordina-
dos” para “dificultar ou até impe-
dir o livre trânsito de eleitores”
durante o segundo turno.
“A conduta do investigado,
narrada pela Polícia Federal, re-
vela-se ilícita e gravíssima pois
são apontados elementos indica-
tivos do uso irregular da máqui-
na pública com objetivo de inter-
ferir no processo eleitoral, via di-
recionamento tendencioso de
recursos humanos e materiais
com o intuito de dificultar o trân-
sito de eleitores”, escreveu.
A movimentação atípica da PRF
entrou no radar de Moraes nas vés-
peras do segundo turno. Ainda no
sábado, ele proibiu a corporação
de realizar qualquer operação
contra veículos utilizados no
transporte público de eleitores.
Diante do descumprimento da de-
cisão, o ministro convocou Silvinei
a ir pessoalmente ao TSE para dar
explicações sobre as abordagens
nas rodovias.
Segundo relatos de um inte-
grante da Justiça Eleitoral, o poli-
cial chegou à sede do tribunal ar-
mado e de farda. “Ele parecia que
ia para a guerra do Iraque”, lem-
brou. Já naquele dia, contou essa
fonte, Silvinei temeu que Moraes
ordenasse a sua prisão.
No pedido encaminhado ao
Supremo, a PF justificou a neces-
lou por 12 horas em 20 de junho.
Seu depoimento na ocasião ir-
ritou os integrantes da Comissão
pela impressionante capacidade
de Silvinei negar as evidências
claras de uso da PRF para interfe-
rir no processo eleitoral. A con-
centração de ações da PRF em
bloqueios de estradas no interior
do Nordeste durante o segundo
turno das eleições presidenciais
teria sido, na sua versão, uma
ação para garantir o direito ao vo-
to, e não o exato oposto. Ele não
recebeu voz de prisão por perjú-
rio, como deveria. Sua longa fala,
editada, virou meme para bolso-
Vasques chega a Brasília, preso pela PF: além da prisão, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão contra ex-integrantes da cúpula da PRF
sidade da prisão preventiva do
ex-diretor-geral porque ele po-
deria interferir em depoimentos
de outros agentes da PRF que
atuaram como seus subordina-
dos. Para os investigadores, a ma-
nutenção de Silvinei em liberda-
de poderia “comprometer a efi-
cácia das diligências, já que, ain-
da que aposentado, é muito pro-
vável que haja uma reverência de
tais policiais rodoviários federais
àquele diretor-geral que os indi-
cou para as respectivas funções”.
O objetivo dessas oitivas é escla-
recer a convocação, por Silvinei, de
uma reunião do Conselho Superior
da PRF no dia 19 de outubro em
que a realização da operação teria
sido abordada e de que maneira o
então diretor-geral transmitiu a or-
dem para que as blitze fossem rea-
lizadas no segundo turno.
Para evitar uma combinação
de versões, a PF decidiu ouvir 47
agentes de forma simultânea na
própria quarta-feira. A medida
contou com o apoio da correge-
doria-geral da PRF.
O relatório apontou ainda que
dois ex-integrantes da cúpula da
PRF, em depoimentos prestados
em dezembro do ano passado,
naristas lacrarem na Internet.
No Judiciário a conversa é ou-
tra. A Polícia Federal colheu evi-
dências abundantes de que Silvi-
nei mobilizou a instituição para
atrapalhar a votação em redutos
lulistas, com bloqueios em estra-
das que se superpõem ao mapa
eleitoral. Note-se que Silvinei foi
para cadeia não pela acusação de
golpismo, mas de interferência
nas eleições. Este é um crime bem
mais fácil de se provar.
O ex-ministro da Justiça Ander-
son Torres falou o que quis ao de-
por na CPMI esta terça, mas estava
de tornozeleira, uma lembrança do
“faltaram (e/ou omitiram) a ver-
dade” para proteger Silvinei. A PF
diz ter desconfiado das versões e
apreendido os celulares da du-
pla. O relatório, no entanto, não
detalha o conteúdo das oitivas.
Para os investigadores, Silvinei
transformou a PRF em uma “polí-
cia de governo”. “Um diretor-ge-
ral de uma Instituição Policial de
Estado como é a Polícia Rodoviá-
ria Federal, com atribuições pre-
vistas no artigo 144, II, da Consti-
tuição Federal, atuar de forma a
determinar um policiamento di-
recionado com o intuito de difi-
cultar/impedir eleitores de vota-
rem, e mencionar que a institui-
ção deveria escolher um lado, in-
dica uma atuação como “polícia
de governo”, colocando interes-
ses sociais e políticos acima dos
interesses da sociedade, o que é
inadmissível em um Estado De-
mocrático de Direito”, disse a PF.
No documento em que pediu a
prisão de Silvinei, a PF apontou
que o número de agentes que a
PRF utilizou no segundo turno
das eleições foi muito maior no
Nordeste do que nas demais re-
giões do Brasil. A quantidade de
ônibus fiscalizados pela corpora-
REPRODUÇÃO TWITTER
que realmente importa . A prisão
de Silvinei, seu subordinado du-
rante as eleições presidenciais, só
tende a agravar sua situação judi-
cial. É um indicativo de que há mui-
to jogo a ser jogado. Torna-se um
alerta para investigados no 8 de ja-
neiro, inclusive para Torres, que um
horizonte de complicações maio-
res movido a delações premiadas
não pode ser descartado.
Na CPMI, onde esteve na véspera
da prisão de Silvinei, Torres passou
longe de ser emparedado. Ven-
deu-se como um exemplo de sere-
nidade, realismo e sensatez, como
se perguntasse: vocês realmente
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
ção no fim de semana do pleito
também chamou atenção. Foram
2.185 no Nordeste contra 893 no
Centro-Oeste; 632 no Sul; 571 no
Sudeste; e 310 no Norte.
A PF afirmou ainda que so-
mente no dia 26 de outubro a
PRF editou um novo plano de tra-
balho para o segundo turno com
a previsão de fiscalização de
transporte de passageiros, o que
não estava previsto no planeja-
mento inicial e indicaria uma di-
ferença de procedimento em re-
lação ao primeiro turno.
Outro ponto central foi a reu-
nião convocada por Silvinei do
Conselho Superior da PRF no dia
19 de outubro. Oficialmente, o
encontro foi para tratar de uma
resolução sobre a prática de edu-
cação, mas se proibiu até o uso de
celulares durante o encontro. Ci-
tando reportagem do jornal “O
Globo”, a PF afirmou que alguns
dos diretores se recusaram até
mesmo a assinar o documento
de comparecimento na reunião.
Essa narrativa teria sido corro-
borada por mensagens encon-
tradas em celulares de outros in-
vestigados. Um dos agentes afir-
mou que Silvinei teria falado
“muita merda” durante o encon-
tro e determinado “policiamento
direcionado” durante a eleição.
O ponto de partida da investiga-
ção contra Silvinei foi o depoimen-
to de Clebson Ferreira de Paula
Vieira, que atuava no Ministério da
Justiça, e foi orientado a elaborar
um mapeamento sobre os municí-
pios em que Lula teve votação aci-
ma de 75%. Segundo ele, no dia do
segundo turno, a sua percepção foi
que a PRF agiu com base nos “bole-
tins de inteligência” que ele tinha
preparado.
Outro personagem crucial foi a
ex-diretora de inteligência da pas-
ta, Marília Alencar, que admitiu
que o mapeamento foi entregue
ao então ministro da Justiça, An-
derson Torres. No celular dela tam-
bém foram encontradas imagens
com dados sobre as votações al-
cançadas pelo petista. Um outro
documento localizado foi uma ta-
bela que indicaria o possível alcan-
ce de eleitores pelas equipes da
PRF em diferentes cidades.
acham que eu seria capaz de uma
loucura? Na versão de Torres, caiu
um raio em um céu azul. Tudo esta-
va tão calmo que nada justificava
adiar suas férias na Disney exata-
mente no fim de semana do desas-
tre de Brasília, depois de seis cansa-
tivos dias como secretário de Segu-
rança Pública do Distrito Federal.
O ex-ministro agrediu os fatos,
mas saiu ileso. O tumulto provo-
cado durante a sessão pela tropa
de choque bolsonarista funcio-
nou para neutralizar seus inqui-
ridores, como a catimba de za-
gueiros em times de várzea.
Chama a atenção, contudo, a
| Valor | A11
BRENNO CARVALHO/AGÊNCIA O GLOBO
“Conduta do
investigado
revela-se ilícita e
gravíssima [...] com
objetivo de
interferir no
processo eleitoral”
A. de Moraes
Mensagens que Marília enviou
para o marido e até para uma cabe-
leireira, desmarcando o horário no
salão, também foram usadas pela
PF como forma de demonstrar que,
no mesmo dia que Silvinei realizou
a reunião do Conselho Superior,
ele se encontrou com ela e Torres
no Ministério da Justiça para, pro-
vavelmente, discutir o assunto.
Torres, por sua vez, negou que te-
nha levado a conhecimento da di-
reção da PRF os documentos pro-
duzidos pela pasta sobre a votação
de Lula. Também disse que, no dia
do segundo turno, Silvinei garan-
tiu a ele que a atuação da corpora-
ção nas estradas estava “normal” e
que teria sido “praticamente a mes-
ma do primeiro turno”.
Em nota, a Polícia Rodoviária Fe-
deral afirmou que acompanhou os
desdobramentos da operação de-
flagrada pela PF. “A PRF colabora
com as autoridades que investi-
gam as denúncias de interferência
do ex-diretor-geral no segundo
turno das eleições para a Presidên-
cia da República, em 30 de outu-
bro de 2022, com o fornecimento
de dados referentes ao trabalho da
instituição, como o número de veí-
culos fiscalizados e multas aplica-
das nas rodovias federais.”
A corporação também disse
que, paralelamente às investiga-
ções no STF, foram abertos três
processos administrativos disci-
plinares para apurar a conduta
do ex-diretor-geral e que os pro-
cedimentos foram encaminha-
dos à Controladoria-Geral da
União (CGU).
decisão da CPI de tirar o pé do
acelerador em relação ao crono-
grama de trabalhos. Foi desmar-
cado o depoimento desta quin-
ta-feira do hacker de Araraquara,
Walter Delgatti Neto, que pode-
ria contar sobre suas negocia-
ções com o ex-presidente Jair
Bolsonaro e com a deputada fe-
deral Carla Zambelli (PL-SP) pa-
ra, por assim dizer, testar a segu-
rança do sistema eletrônico de
votação. Delgatti está preso des-
de 2 de agosto. Os parlamentares
podem desta vez ter optado por
esperar o avanço de investiga-
ções para entrarem em cena.
A12 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Política
Judiciário Troca de mensagens mostra que cúpula foi advertida de que STF liberara transporte de eleitor
PRF deu curso às operações ciente da ilegalidade
Maria Cristina Fernandes
De São Paulo
Numa das trocas de mensagens
reproduzidas no mandado de pri-
são do ex-diretor da Polícia Rodo-
viária Federal fica claro que a cú-
pula da instituição tinha ciência de
que a operação que a PRF estava
por desencadear no segundo tur-
no das eleições carecia de funda-
mentação legal, mas decidiram le-
vá-la adiante a todo custo.
Numa troca de mensagens re-
produzida no mandado de prisão
autorizado pelo ministro do Su-
premo Tribunal Federal, Alexan-
Polícia foi a mais cooptada por Bolsonaro
Lucas Ferraz
De São Paulo
Durante o governo de Jair Bol-
sonaro, a Polícia Rodoviária Fe-
deral (PRF) viveu um processo de
cooptação sem precedentes des-
de a promulgação da Constitui-
ção, em 1988, quando o órgão
foi institucionalizado.
Segundo especialistas da área
da segurança pública, a atuação
da PRF, em especial na gestão de
Silvinei Vasques, preso nessa
quarta (9), tornou-se “extrema-
mente perigosa”, tendo virando
uma “espécie de guarda preto-
riana” da família Bolsonaro.
O termo foi mencionado por
dois entrevistados pelo Valor:
Luís Flávio Sapori, coordenador
do Centro de Estudos e Pesquisa
em Segurança Pública da PUC
Minas, e Renato Sérgio de Lima,
diretor-presidente do Fórum
Brasileiro de Segurança Pública.
“A PRF foi a mais comprometi-
da das polícias, em termos insti-
tucionais, pelo bolsonarismo”,
disse Sérgio de Lima. “Ela sempre
foi ligada politicamente ao go-
verno de plantão, mas ao Minis-
tério da Justiça. Com Bolsonaro,
ela fica próxima do presidente”.
Sapori concorda: “Ela foi a po-
lícia brasileira mais foi cooptada
pelo presidente da República. As
Polícias Militares sempre foram
ideologicamente próximas dos
bolsonaristas, mas com a PRF o
processo foi diferente, ela passou
a atender a visão patrimonialista
do chefe de Estado”.
O especialista em segurança
pública ressalta que Bolsonaro
tentou fazer o mesmo com a Po-
lícia Federal, mas houve uma ní-
tida reação, lembra Sapori, da
cúpula da instituição. A PRF tor-
nou-se um alvo fácil, conta, por
ter uma solidez institucional me-
nor em relação à PF, por exem-
plo, além de menos integrantes.
A marca do bolsonarismo de
subverter as instituições, presen-
te em diversos episódios desde o
início do governo do ex-presi-
dente Bolsonaro, e que se mani-
festou claramente nos ataques
de 8 de janeiro, teve na PRF um
“laboratório”. A alteração na
competência da instituição foi
determinada por portaria (nº
739) assinada pelo então minis-
tro Sergio Moro, hoje senador,
em outubro de 2019.
A nova diretriz permitia a
atuação da PRF ao lado de insti-
CPMI deve pedir reconvocação de ex-diretor
João Valadares e Caetano Tonet
De Brasília
Momentos após a prisão do ex-
diretor da Polícia Rodoviária Fe-
deral (PRF) Silvinei Vasques, a se-
nadora Eliziane Gama (PSD-MA),
relatora da CPMI do 8 de janeiro,
afirmou que vai requerer a recon-
vocação dele. A parlamentar
também defendeu a possibilida-
de de o colegiado realizar acarea-
ções para dirimir contradições
do depoimento prestado por
Vasques em junho na comissão.
No entendimento da relatora,
a prisão do ex-diretor da PRF
confirma que ele mentiu na CP-
MI. “A prisão do Silvinei é a cons-
tatação de que a CPMI elaborou
dre de Moraes, o coordenador de
Análise e Inteligência da PRF, Adiel
Alcântara, ponderou com o dire-
tor de inteligência da instituição,
Luís Carlos Reischak, que o trans-
porte clandestino de eleitores não
poderia ser usado para justificar a
operação porque o ministro Luís
Roberto Barroso havia liberado o
transporte gratuito de eleitores no
segundo turno.
“Vai ser difícil caracterizar o
transporte clandestino de eleitor,
né?”, diz Alcântara antes de afir-
mar que tomaria as providências
requeridas por seu chefe para que
a “operação de segurança viária”
Policiais rodoviários federais trancaram Genivaldo de Jesus Santos no porta-malas de uma viatura e o deixaram exposto a gás; Genivaldo morreu asfixiado
tuições como as Polícias Milita-
res e o Ministério Público, além
de abrir caminho para operações
“de natureza ostensiva, investi-
gativa, de inteligência ou mis-
tas”. A norma causou polêmica e
acabou judicializada. De acordo
com a Constituição, a atuação da
PRF “destina-se, na forma da lei,
ao patrulhamento ostensivo das
rodovias federais”.
A Associação Nacional dos De-
legados da Polícia Federal
(ADPF) ingressou com uma ação
no STF questionando o desvio de
função. Em janeiro de 2020, o
ministro Dias Toffoli aceitou o
pedido dos delegados para sus-
pender a portaria, mas o plená-
rio da corte, depois, reverteu a
decisão. Após a polêmica, o su-
cessor de Moro no Ministério da
Justiça, André Mendonça, hoje
ministro do STF, suspendeu a
portaria, mas deixou aberta a
possibilidade de a PRF atuar em
conjunto com outras polícias ou
com o Ministério Público.
“Não sei se foi consciente ou
inconsciente, mas a PRF e a ex-
pansão de sua competência fo-
ram o cenário ideal da união en-
uma linha de investigação corre-
ta e em consonância com fatos”,
disse. “Ele [Silvinei Vasques]
mentiu de forma escancarada na
CPMI em vários pontos. No mo-
mento da oitiva, comprovamos
que ele estava mentindo”, com-
plementou a senadora.
A parlamentar defendeu aca-
reação de Vasques com servido-
res da PRF para falar sobre relató-
rios com mapas de votação no se-
gundo turno. Ela atesta, com ba-
ses na investigação da Polícia Fe-
deral, que houve direcionamento
dos policiais para o Nordeste.
Em junho, em depoimento na
CPMI do 8 de janeiro, Silvinei ale-
gou que a PRF estava sofrendo “a
maior injustiça da história”. Ele
fosse levada a cabo. Sem mencio-
nar a decisão do STF sobre trans-
porte de eleitor, Reischak havia pe-
dido que se “tirasse o foco” do setor
de inteligência como origem da
operação porque seus executores
demandariam cruzamentos de in-
formações que permitissem iden-
tificar o transporte legal do ilegal.
Em outra mensagem para um
colega de PRF, Paulo César Botti,
Adiel critica a conduta de Silvi-
nei, dizendo que o chefe havia fa-
lado “muita merda” nas reu-
niões, inclusive determinando
“policiamento direcionado”.
O mandado de prisão descreve
tre Bolsonaro e Moro”, ressalta
Renato Sérgio de Lima.
O governo Bolsonaro expan-
diu o orçamento e os quadros da
polícia rodoviária. Conforme
mostrou reportagem da revista
“Piauí”, os irmãos Flávio e Eduar-
do Bolsonaro, senador e deputa-
do federal, respectivamente, des-
tinaram R$ 3,6 milhões para a
PRF no ano passado via orça-
mento secreto.
O ex-presidente também exi-
gia fidelidade total dos diretores-
gerais. O primeiro chefe da PRF
de seu governo, Adriano Marcos
Furtado, foi demitido em maio
de 2020 após a PRF se solidarizar
em nota oficial pela morte de um
integrante da corporação em de-
corrência do coronavírus. A pan-
demia havia começado dois me-
ses antes e o governo federal vivia
o auge do negacionismo.
O substituto na direção,
Eduardo Aggio, era extremamen-
te fiel ao clã Bolsonaro, com
quem tinha ligações. À época da
indicação, Aggio estava lotado na
Secretaria-Geral da Presidência.
Foi com a nomeação de Silvi-
nei Vasques, contudo, em abril
afirmou que nenhum eleitor dei-
xou de votar no dia 30 de outu-
bro do ano passado em razão
dos bloqueios em rodovias.
O depoimento de Silvinei foi
marcado por dados contraditó-
rios. Integrantes da base do go-
verno chegaram a alegar que ele
poderia ser preso em flagrante
por falso testemunho.
Na sessão, Eliziane Gama des-
tacou que aproximadamente
metade dos ônibus parados em
fiscalização no dia do segundo
turno estava no Nordeste. A rela-
tora também questionou Silvinei
sobre o motivo de colocar maior
efetivo em Estados nordestinos.
“Isso não é verdade. Porque no
Nordeste brasileiro é que temos
as planilhas produzidas pelo Mi-
nistério da Justiça com os municí-
pios que, no primeiro turno, de-
ram uma votação superior a 75%
dos votos ao presidente Luiz Inácio
Lula da Silva, como base da opera-
ção. A mesma informação foi co-
lhida para os municípios que mais
votaram no ex-presidente Jair Bol-
sonaro, mas esta informação não
baseou bloqueios da PRF.
Esta planilha havia sido apre-
sentada pela ex-diretora de Inte-
ligência do Ministério da Justiça,
Marília Ferreira de Alencar, ao
então ministro da Justiça, Ander-
son Torres. A partir daí, esta pla-
de 2021, que a PRF consolidou a
fase “pretoriana”, com parte de
sua estrutura utilizada para
combater o tráfico de drogas e
realizar operações de inteligên-
cia. Próximo de Flávio Bolsonaro,
Vasques foi nomeado pelo então
ministro da Justiça, Anderson
Torres, outro auxiliar do ex-pre-
sidente na mira da Justiça.
Sob sua gestão, a polícia que
deveria cuidar da “ordem públi-
ca” se envolveu em ações polêmi-
cas. Uma das primeiras foi em
outubro de 2021, em Varginha,
no Sul de Minas, contra um ban-
do suspeito de roubo a bancos.
Foram executadas na ocasião 26
pessoas. Segundo informações
da Ouvidoria da Polícia do go-
verno mineiro, toda a ação foi de
responsabilidade da PRF. O Bope
da PM de Minas Gerais foi cha-
mado de última hora apenas pa-
ra auxiliar. Há dois inquéritos —
um da PF e outro da Polícia Civil
de Minas — sobre a atuação dos
agentes da PRF no episódio.
Outro caso foi uma operação,
desta vez com o Bope do Rio, na
Vila Cruzeiro, na zona norte ca-
rioca, que deixou 23 mortos.
nove Estados, nove superinten-
dências. Temos a maior estrutura
da PRF no Brasil, a maior quanti-
dade de unidades da PRF”, rebateu
Silvinei durante o depoimento.
“Nos Estados do Nordeste está
lotado o maior efetivo da insti-
tuição [PRF] e lá está a maior
malha viária de rodovias fede-
rais. O maior número de aciden-
tes e a maior frota de ônibus no
Brasil”, justificou.
Na sessão, marcada por bate-
boca entre governistas e oposi-
cionistas, a deputada Jandira
Feghali (PCdoB-RJ) usou dados
do site da própria PRF para mos-
trar que o maior efetivo da cor-
poração estava no Sudeste.
Silvinei rebateu todas as infor-
nilha chegou à PRF e mapeou os
municípios alvos da operação.
O mandado de prisão sugere
que a investigação ganhou tração
a partir do depoimento de um ex-
analista de Inteligência do Minis-
tério da Justiça, Clebson Ferreira de
Paula. Foi a este analista que foram
solicitadas as planilhas com os da-
dos de votação. Até então, o analis-
ta se dedicava a cruzamentos co-
mo o das sessões eleitorais sob do-
mínio do tráfico e os dados de abs-
tenção para prover ações de segu-
rança dos locais de votação. Por is-
so, estranhou o pedido de motiva-
ção puramente política.
REPRODUÇÃO DE TV
Após o episódio, o Ministério Pú-
blico Federal chegou a represen-
tar para que a PRF não fizesse
mais operações conjuntas com
outras polícias em comunidades.
Naquele mesmo maio de
2022, no interior de Sergipe, Ge-
nivaldo de Jesus Santos, de 38
anos, morreu asfixiado no porta-
malas de uma viatura da PRF
após ser trancado imobilizado e
exposto a um gás, que foi deixa-
do propositalmente dentro do
veículo. Ele tinha sido parado
numa operação de rotina.
“Moro, André Mendonça e An-
derson Torres, ministros da Justi-
ça do antigo governo, todos eles
legitimaram essa mudança e a
ampliação de prerrogativas. To-
dos são cúmplices desse proces-
so”, afirma Luís Flávio Sapori.
Ele ressalta que a gestão na
PRF sob Bolsonaro revela a falta
de uma lei que inviabilize a co-
optação de uma força policial
pelo chefe do Executivo, o que
segundo ele ficou evidente: “Tí-
nhamos um chefe de Estado com
visão patrimonialista, que via a
polícia como um órgão que de-
veria servir a ele e sua família”.
mações dos governistas alegan-
do que dados do sistema interno
da PRF mostravam que apenas
cinco ônibus foram retidos na
região por motivos que variavam
de falta de habilitação do moto-
rista a retrovisor quebrado.
Na ocasião, parlamentares da
base do governo também o ques-
tionaram sobre uma reunião ocor-
rida no dia 19 de outubro onde te-
ria sido mostrado um mapa de vo-
tação para definir os locais em que
os agentes da PRF deveriam se
concentrar. Confrontado, Silvinei
afirmou que os superintendentes
regionais foram proibidos de en-
trar com celulares no encontro
porque seria uma praxe para evi-
tar vazamentos.
Em seus depoimentos, Marília e
Anderson Torres disseram que as
planilhas se destinavam a acompa-
nhar a votação em municípios
“suspeitos de compra de votos”, in-
formação que não explicou a razão
pela qual a retenção de ônibus no
Nordeste foi quase o dobro daque-
les retidos nas demais regiões.
O mandado de prisão só não es-
clarece por que, tendo o depoi-
mento de Clebson sido em 13 de fe-
vereiro deste ano, e a apreensão de
celulares com mensagens em de-
zembro de 2022, a busca e apreen-
são e a prisão preventiva de Silvinei
só se deram seis meses depois.
Investigação
do TCU pode
resultar em
processo
Murillo Camarotto
De Brasília
Uma investigação instaurada
no mês passado pelo Tribunal
de Contas da União (TCU) sobre
as ações da Polícia Rodoviária
Federal (PRF) durante o segundo
turno das eleições de 2022 deve
resultar na abertura de um pro-
cesso de responsabilização de
todos os envolvidos no episódio,
incluindo Silvinei Vasques, ex-
diretor-geral da corporação,
preso preventivamente nessa
quarta-feira (9).
Segundo o Valor apurou, a
inspeção atualmente em curso
deve ser convertida em um pro-
cedimento conhecido como “to-
mada de contas especial”, por
meio do qual o TCU calcula to-
dos os danos ao erário e condena
os responsáveis a ressarcirem os
valores, além de possível paga-
mento de multa e até inabilita-
ção para o exercício de cargos
públicos.
A atuação do TCU no caso co-
meçou após uma representação
apresentada pelo subprocura-
dor-geral Lucas Furtado ainda
no ano passado, poucos dias
após o pleito. No documento,
ele pedia a responsabilização
dos dirigentes da PRF pela su-
posta tentativa de interferir no
resultado eleitoral por meio do
bloqueio de rodovias, especial-
mente no Nordeste, onde o en-
tão candidato Luiz Inácio Lula
da Silva tivera ampla vantagem
no 1 o turno.
Antigos dirigentes
da PRF podem ter
que reembolsar o
custo da operação
feita no dia da eleição
A área técnica do TCU rejeitou
inicialmente o pedido do procu-
rador, mas mudou de opinião
em junho deste ano. Em docu-
mento interno, o diretor da área
de Fiscalização e Segurança Pú-
blica, Glauco Castro Machado,
diz que novos documentos en-
tregues pela PRF e o trabalho da
CPMI do 8 de Janeiro trouxeram
novos elementos que justifica-
riam uma atuação “mais autôno-
ma” do tribunal de contas.
“No procedimento, poderão
ser avaliadas de forma mais as-
sertiva questões relacionadas à
execução orçamentária e finan-
ceira, o efetivo empregado, o co-
tejamento entre as informações
das operações planejadas e reali-
zadas, a gestão de riscos para as
ações planejadas e as intercor-
rentes, os atos de gestão relevan-
tes”, diz ele no documento. A ins-
peção foi autorizada em julho
pelo ministro Benjamin Zymler.
Se confirmada a abertura da
tomada de contas, os antigos di-
rigentes da PRF envolvidos na
operação podem ter que reem-
bolsar os cofres públicos pelo
custo da operação feita no dia da
eleição. “Neste cenário, todo o
dano ao erário seria imputado
no CPF dos responsáveis”, disse
uma pessoa que acompanha de
perto a investigação no TCU.

Política
Se Minas
quebrar, é o
Brasil todo
que paga
Maria Cristina
Fernandes
Poderes Texto inclui quilombolas na reserva de vagas e sugere a
adoção de sistema na pós-graduação; proposta segue para o Senado
Câmara aprova prorrogação
de política de cotas raciais
Raphael Di Cunto
De Brasília
A Câmara dos Deputados apro-
vou nessa quarta-feira (9) projeto
de lei que prorroga a política de co-
tas raciais. O texto inclui os quilom-
bolas na reserva de vagas, reduz a
linha de corte de renda para preen-
chimento das cotas por quem estu-
dou em escola pública e sugere a
adoção da política nos cursos de
pós-graduação. A proposta seguiu
para o Senado Federal.
Lei de 2012 tornou obrigató-
rio reservar parte das vagas em
universidades e faculdades pú-
blicas para a população preta,
parda, indígena e com deficiên-
cia, mas essa lei dizia que em
agosto de 2022 haveria um pro-
cesso de revisão dessa política
pública, o que não ocorreu. O go-
verno Bolsonaro (PL) era contra
as cotas e trabalhou para que o PL
não fosse votado na época.
Agora, sob o governo Lula (PT),
o assunto foi retomado pela Câ-
mara, mas o projeto trouxe pou-
cas mudanças. O ponto mais im-
portante foi garantir a manuten-
ção dessa política de forma per-
manente. As universidades con-
tinuaram a aplicar as cotas, mes-
mo com o prazo de revisão expi-
Governo cria nova diretoria da Codevasf
Raphael Di Cunto
e Fabio Murakawa
De Brasília
O governo pretende criar uma
nova diretoria para a Compa-
nhia de Desenvolvimento dos
Vales do São Francisco e do Par-
naíba (Codevasf) para acomodar
a crescente base aliada. O diretor
da nova área deve ser indicado
pelo Republicanos, sigla que ne-
gocia a entrada no governo.
O nome escolhido para o pos-
to é do ex-deputado federal Gil
Cutrim (Republicanos-MA), que
não se reelegeu. Além de repre-
sentar a bancada, ele é próximo
do presidente da Câmara, Ar-
thur Lira (PP-AL), e deve assumir
área de “Estratégia e Finanças”,
hoje uma gerência.
A nova estrutura foi aprovada
por uma comissão mista do
Congresso nesta quarta-feira co-
mo um “jabuti” no meio da me-
dida provisória (MP) que tratava
do reajuste salarial para os servi-
dores públicos da União. O texto
O
Tesouro
Nacional
mantém uma
classificação dos
Estados a partir
de sua capacidade de
pagamento. É parecida com
aquela que as agências
internacionais de risco fazem
sobre os países para orientar
investidores. Até no uso de
letras para classificar se
parecem. Apenas dois Estados,
pelo último dado, de novembro
de 2022, obtiveram a letra D,
mais baixa das notas: Minas
Gerais e Rio Grande do Sul.
Que o rebanho bovino de Minas,
pela importância para a economia
e para a culinária nacional, seja
deixado em paz nesta contenda
em que o governador do Estado se
meteu. O que importa é que Minas
não caminhe para um calote
porque quando isso acontece, e
não seria a primeira vez, é o país
inteiro que paga.
De acordo com este índice de
capacidade de pagamento, o
Capag, apenas sete Estados têm a
melhor nota, A: quatro estão no
Norte e Nordeste (PB, PA, RO e
RR), um no Sudeste (ES) e dois no
Centro-Oeste (MT e MS). Dos 13
Estados com B, nove estão no
Norte/Nordeste (AL, BA, CE, PE,
PI, SE, AC, AM e TO), três no Sul e
Sudeste (PR, SC e DF). A nota C
Dandara: relatora não conseguiu incluir instrumento para evitar fraudes
rado, mas havia insegurança jurí-
dica de que isso poderia ser con-
testado judicialmente.
Entre as mudanças promovidas
pelo projeto estão reduzir a linha
de corte de renda para preenchi-
mento de cotas para quem estu-
dou em escolas públicas no ensino
médio (que passará de 1,5 salário
mínimo para 1 salário mínimo) e
determinar que o governo adotará
uma metodologia para atualizar
anualmente os percentuais da po-
pulação para garantir as cotas sem
precisar esperar pela elaboração
do Censo a cada dez anos.
MYKE SENA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Alice Portugal relata MP na Câmara
precisa passar agora pela Câma-
ra e Senado.
A MP mudará a estrutura da
Codevasf para que aumente de
três para quatro diretorias, além
do seu diretor-presidente. Se-
gundo o Valor apurou, o Cen-
está restrita a três Estados do
Norte e Nordeste (MA, RN, AP) e
um do Sudeste (RJ).
Não foi Romeu Zema quem
meteu o Estado neste atoleiro
mas ele foi eleito em 2018,
porque convenceu o eleitorado
de que conseguiria saneá-lo. De
fato, colocou a folha de
pagamento em dia e, em grande
parte por isso, foi reeleito em
primeiro turno.
Quitou os atrasos do
funcionalismo, mas não resolveu
a dívida, hoje estimada em R$
160 bilhões. No governo Jair
Bolsonaro candidatou o Estado
para o Regime de Recuperação
Fiscal, programa reservado para
os Estados mais endividados e
que mais comprometem a receita
com despesas (MG, RS, RJ e GO).
Só um ano depois, em julho
passado, conseguiu que a
Assembleia Legislativa aprovasse
o acordo. O atraso submeteu
Minas a uma multa de R$ 16, 4
bilhões. A dúvida que fica agora é
como o governador vai pagar a
multa devida sem afetar o
principal ativo eleitoral de sua
gestão, que é folha em dia.
Com a confusão que aprontou,
terá dificuldade de arrancar
anistia semelhante àquela que a
Assembleia Legislativa do seu
Estado aprovou para locadoras
de veículos, entre as quais a
BRUNO SPADA/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Além disso, o projeto determi-
na que as instituições federais de
ensino superior “promoverão po-
líticas de ações afirmativas” em
seus programas de pós-gradua-
ção stricto sensu, mas não estabe-
lece um percentual. No ensino
médio e superior, por exemplo,
há uma reserva de 50% das vagas,
mas não houve consenso para
aplicar isso na pós-graduação.
Relatora do projeto, a deputa-
da Dandara (PT-MG) tentou in-
cluir a regulamentação das ban-
cas de verificação de heteroiden-
tificação no projeto, para dar
trão tentou emplacar que o con-
selho de administração elegesse
os diretores, mas o governo con-
seguiu barrar isso.
A Codevasf vem ganhando for-
ça nos últimos anos. Comandada
pelo Centrão, a estatal ampliou
sua área de atuação para mais Es-
tados, aumentou seu orçamento
e passou a distribuir maquinário
e executar obras nas bases eleito-
rais dos parlamentares.
Relatora da MP, a deputada
Alice Portugal (PCdoB-BA) disse
que o governo levantou a neces-
sidade de criar uma quarta dire-
toria para a empresa e pediu
que incluísse na proposta para
que não fosse necessária a edi-
ção de uma nova MP.
“Essa quarta diretoria servirá
para tratar da questão ambiental
dentro da empresa, das obras e
equipamentos. Como se trata de
algo em linha com o programa
defendido pelo governo, concor-
dei”, afirmou. Ela disse não saber
quem ocupará a nova diretoria.
A Codevasf, porém, já possui
Localiza, empresa da qual o
conselheiro de seu governo e
ex-secretário de desestatização
da gestão Jair Bolsonaro, Salim
Mattar, foi fundador.
A trinca de mais próximos
conselheiros de Zema conta
ainda com o empresário têxtil e
presidente da Fiemg, Flávio
Roscoe, que articulou um
manifesto atacando o Judiciário
às vésperas daquele 7 de
Setembro golpista de Bolsonaro,
além de Marcelo Aro, o secretário
da Casa Civil. Filiado ao PP, Aro
foi diretor da CBF e integrou a
tropa de choque do
ex-presidente da Câmara
Eduardo Cunha.
Se, ao atacar os Estados do
Norte e Nordeste, Zema
pretendia aglutinar aqueles do
Sul e do Sudeste em torno de sua
liderança para pressionar o
Senado na tramitação da reforma
tributária, deu ruim. E não
apenas porque prejudica
reivindicações — justas — de um
conselho federativo que não
reproduza a governança do
Confaz, eternamente presidido
por um secretário do Nordeste.
O presidente da Casa, o
senador Rodrigo Pacheco
(PSD-MG), foi o primeiro a
repreender Zema. Seu ex-colega
de Senado, hoje ministro das
Minas e Energia, Alexandre
mais segurança as universidades
de checagem contra fraudes, mas
também não houve entendimen-
to entre os partidos para isso.
A deputada Carol Dartora (PT-
PR) defendeu que a política de
cotas foi bem-sucedida no mun-
do inteiro. “Existem pesquisas
que mostram o quanto essa polí-
tica realmente incluiu aqueles
que tinham negados o acesso ao
ensino superior”, disse. “Somen-
te através da educação é que con-
seguiremos superar as barreiras
invisíveis de acesso aos grandes
cargos das instituições.”
A maioria dos partidos manifes-
tou-se a favor do projeto, com ex-
ceção do Novo e PL. Líder da oposi-
ção na Câmara, o deputado Carlos
Jordy (PL-RJ) afirmou que é contras
as políticas de cotas, mas que, se
existissem, deveriam ser direcio-
nados aos mais pobres. “Hoje ve-
mos que a intenção não era privile-
giar os mais pobres e sim ter uma
equiparação entre brancos e pre-
tos nos espaços de poder, nos espa-
ços públicos. Isso é um verdadeiro
absurdo. Ou não temos brancos
que nascem em favelas, brancos
que não tiveram oportunidades? E
não temos negros que nasceram
em berço de ouro e estudaram nas
melhores escolas?”, disse.
uma Diretoria de Revitalização e
Sustentabilidade Socioambiental
(AR). Uma das possibilidades é
que seja dividida em duas para
acomodar o novo aliado, mas, se-
gundo fontes do Republicanos, a
gerência que cuida da área finan-
ceira deve se tornar uma diretoria
para acomodar o ex-parlamentar.
A acomodação do Republica-
nos em uma nova diretoria da
Codevasf precede nomeação, já
dada como certa, de um ministro
da legenda pelo governo Lula. No
último fim de semana, o ministro
das Relações Institucionais, Ale-
xandre Padilha, confirmou que o
deputado Silvio Costa Filho assu-
mirá uma pasta na Esplanada,
que ainda não foi definida.
Além dele, também deve ga-
nhar um ministério o deputado
André Fufuca (PP-BA), como par-
te do embarque do Centrão no
governo. Esse movimento já co-
meçou com a entrada de Celso
Sabino (União-PA) no Ministério
do Turismo, oficializada no últi-
mo dia 14 de julho.
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Silveira, também do PSD mineiro,
assinou embaixo. O cerco do PSD
mineiro é o que Zema poderia
esperar de pior. Apesar de ter
patrocinado a candidatura do
ex-prefeito de Belo Horizonte
Alexandre Kalil contra a reeleição
de Zema, o PSD vinha
acalentando a possibilidade de
apoiar sua candidatura à
Presidência em 2026.
Seria um apoio casado com
uma decisão do governador de
São Paulo, Tarcísio de Freitas, pela
reeleição, numa chapa em que o
presidente do PSD e secretário de
governo de Tarcísio, Gilberto
Kassab, constasse como vice. O
arranjo permitiria que, no mais
do que distante 2030, Kassab
disputasse o governo paulista no
cargo e Tarcísio partisse para a
disputa pelo Planalto.
Sem atos que questionem sua
probidade, Zema estrepou-se na
política. Cometeu o mesmo erro
de outro neófito, João Doria, de
romper com o presidente da
República no primeiro ano de
mandato. Por governar o Estado
cantado em verso e prosa como a
síntese do Brasil, com um
resultado de segundo turno tão
dividido quanto o nacional,
Zema poderia ter sido um
pretendente ao Planalto. Agora,
se a oposição ler Adélia Prado, a
poeta de sua terra que Zema
Braga apresentará
plano de trabalho da
tributária no dia 16
Caetano Tonet
De Brasília
Oficializado na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) co-
mo relator da reforma tributária
no Senado, o líder do MDB,
Eduardo Braga (AM), afirmou
que apresentará o plano de tra-
balho na próxima sessão do co-
legiado, marcada para quarta-
feira (16). O presidente do cole-
giado, Davi Alcolumbre (União-
AP), confirmou que colocará o
cronograma de trabalhos na
pauta do colegiado.
O planejamento deve incluir a
realização de audiências públi-
cas na Comissão de Constituição
e Justiça (CCJ), onde texto come-
çará a tramitar. Nesta semana, o
relator já havia afirmado que a
expectativa era de que os traba-
lhos no colegiado fosse concluí-
dos até outubro. A expectativa é
que a proposta seja promulgada
ainda este ano, abrindo espaço
para a regulamentação da medi-
da no início de 2024. “Mais um
passo será dado na questão da
reforma tributária”, afirmou Bra-
ga, ao anunciar que apresentaria
o plano de trabalho.
O relator confirmou que serão
apensados ao texto aprovado da
Lira anula convocação
de Rui Costa pela CPI
De Brasília
O presidente da Câmara dos De-
putados, Arthur Lira (PP-AL), anu-
lou nessa quarta-feira a convoca-
ção do ministro-chefe da Casa Ci-
vil, Rui Costa, pela Comissão Parla-
mentar de Inquérito (CPI) do Mo-
vimento dos Sem Terra (MST).
“Não se demonstrou no requeri-
mento a conexão entre as atribui-
ções do ministro da Casa Civil da
Presidência da República e os fatos
investigados por esta CPI”, decidiu,
em despacho publicado no “Diá-
rio Oficial da Câmara”.
Rui Costa teria que comparecer
ontem para prestar depoimento
sobre a atuação do governo contra
as invasões de terra pelo MST. A
convocação foi aprovada por 14
votos a 11 na semana passada.
Os petistas argumentaram,
contudo, que tratava-se de uma
tentativa de constranger o mi-
nistro , que não tem entre suas
atribuições tratar deste assunto,
e por isso recorreram a Lira.
Quando o requerimento para
convocar o ministro foi aprova-
do, a base governista já havia si-
nalizado que poderia recorrer ao
| Valor | A13
desconhecia até outro dia, pode
constatar que sua gestão, no
limite, servirá para adubo.
Geografia eleitoral
A inteligência do Ministério da
Justiça, da Polícia Federal e da
Polícia Rodoviária Federal do
governo Jair Bolsonaro deixou
para os anais o mapa “nós contra
eles” da direita. A fotografia da
tela de computador com os
dados de votação de 17
municípios de seis Estados do
Norte e Nordeste em que o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva teve mais do que 75% dos
votos foi passada por WhatsApp
e recuperada no inquérito que
prendeu o ex-diretor da PRF
Silvinei Vasques.
A inteligência dessas
instituições deve ter aprendido
geografia eleitoral com Zema. O
bloqueio de rodovias poderia ter
sido mais exitoso se tivesse se
estendido a Minas. Apenas no
Norte do Estado contam-se 25
municípios em que Lula
extrapolou, no segundo turno, a
votação que o bolsonarismo via
como proibitiva. Em Cônego
Marinho, o presidente chegou a
84,4% dos votos.
Maria Cristina Fernandes é jornalista
do Valor. Escreve às quintas-feiras
E-mail mcristina.fernandes@valor.com.br
Câmara os dois projetos sobre o
tema do Senado. A PEC 110/2019,
de autoria de Alcolumbre e a PEC
46/2022, do senador Oriovisto
Guimarães (Podemos-PR).
Em outra frente, Braga já rece-
be sugestões de mudanças no
texto. Após um almoço da Frente
Parlamentar Mista de Comércio
e Serviços (FCS) e o relator, o pre-
sidente da Associação Brasileira
de Supermercados (ABRAS), João
Galassi, afirmou que o senador
sinalizou expandir a alíquota re-
duzida produtos de higiene pes-
soal, para produtos de higiene.
“O senador apresentou a sua su-
gestão que passa a considerar hi-
giene e não apenas higiene pes-
soal. A própria sugestão do relator
se refere a questão da água sanitá-
ria, que estaria excluída neste mo-
mento”, disse Galassi.
Braga confirmou que o Sena-
do irá fazer alterações no texto e
evitou confirmar se o número
de exceções irá aumentar ou di-
minuir. “Isso (novas exceções)
depende do conjunto dos sena-
dores. Agora, o que não pode é
aumentar qualquer questão sem
que se tenha os números de
quanto isso custará na carga tri-
butária para o povo brasileiro”,
argumentou o senador.
Judiciário contra a medida. Na
ocasião, a presidente do PT, de-
putada Gleisi Hoffmann (PR),
chegou a afirmar que o colegia-
do havia se transformado na “CPI
do fim do mundo”.
Já os favoráveis ao requerimen-
to apontaram que a Casa Civil tem
o papel de centralizar a gestão do
governo e coordenar todas as
ações. A convocação foi aprovada
na esteira da recente invasão de
uma unidade da Embrapa pelo
MST em Petrolina (PE).
Presidente da CPI, o deputado
tenente-coronel Zucco (Republi-
canos-RS) protestou contra a
anulação do requerimento e dis-
se em nota que isso faz parte de
uma estratégia do governo, que
já vem pressionando os partidos
para que substituam os inte-
grantes das bancadas na comis-
são . “A Câmara dos Deputados
está escrevendo um triste capítu-
lo de sua história. Ao negar pro-
vimento para a tomada de de-
poimento do ministro da Casa
Civil, Rui Costa, abre-se um pre-
cedente perigosíssimo para a de-
mocracia representativa”, afir-
mou. (RDC)
A14 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Internacional

Competição Ordem executiva de Washington visa impedir que

Pequim desenvolva tecnologia de ponta para uso de militares China tem deflação em
julho e coloca economia
Biden restringe investimentos mundial em alerta
dos EUA em tecnologia chinesa Stella Yifan Xie
Dow Jones, de Hong Kong

O consumo fraco e o aumento

dos problemas econômicos da se-
Preços em queda na China
Variação anual do IPC*, em %

6 5,4
ALEX BRANDON/AP
Agências internacionais gunda maior economia do mundo 5

jogaram a China em um cenário 4

O governo Joe Biden vai proibir deflacionário pela primeira vez em
3 2,3
os americanos de investir em algu- dois anos, aumentando a pressão
mas empresas chinesas que desen- para que Pequim atue com mais 2

volvem semicondutores avança- firmeza e evite um agravamento 1

dos e computadores quânticos a do mau momento econômico. 0

partir do próximo ano, intensifi- Após levantar as restrições da -0,3
jan/20 nov/21 jul/23
cando seus esforços para impedir pandemia de covid-19, a China,
que Pequim produza tecnologia em vez de registrar um aumento Fonte: National Bureau of Statistics of China.
de ponta para seus militares. de preços, passou a sofrer uma atí- Elaboração: Valor Data. *Índice de preços ao consumidor

O presidente assinou ontem pica onda de queda nos preços de

uma ordem executiva criando as uma série de bens, de commodi- mia do país, caracterizado pela
novas regras após quase dois anos ties, como aço e carvão, a itens co- força da oferta e pela dormência
de deliberações em que autorida- mo vegetais e eletrodomésticos. da demanda interna que, segundo
des mais radicais em relação à Chi- A deflação na China contrasta economistas, para ser despertada,
na pediram uma ação mais rápida com a situação dos EUA e outras exigiria mais esforços de Pequim.
e rigorosa, enquanto outros, como economias desenvolvidas ociden- A retomada depois do fim das
o Departamento do Tesouro, pres- tais, onde a inflação decolou após restrições da pandemia, entretan-
sionaram por medidas mais limi- o fim das restrições da pandemia e to, se dissipou rapidamente na
tadas que levassem mais tempo levou os bancos centrais, incluin- China. Ao mesmo tempo, o investi-
para entrar em vigor. do o americano, a adotar uma mento do setor privado caiu e fi-
Autoridades do governo Biden abordagem firme de elevação dos cou abaixo dos níveis pré-pande-
disseram que a ordem executiva juros para desaquecer a economia. mia, abalado por tensões geopolí-
tem como alvos americanos que Embora a queda de preços na ticas com as economias ocidentais
buscam adquirir participações China possa ajudar a aliviar a pres- e pelas ofensivas fiscalizadoras que
acionárias em companhias chine- Para não aumentar a tensão com os chineses, Biden não comentou o decreto durante evento de campanha no Novo México são inflacionária em outros países, tiveram como alvo alguns dos se-
sas sob restrições via fusões, priva- já que torna as exportações chine- tores mais lucrativos da China.
te equity e capital privado, bem co- Mesmo antes do anúncio da me- sionar a Casa Branca a adotar uma A Associação da Indústria de Se- sas mais baratas, também pode se Por sua vez, o desemprego entre
mo por joint ventures e acordos de dida, os novos controles de capital posição mais dura com a China, in- micondutores disse que espera tornar mais um motivo de preocu- os jovens atingiu uma série de re-
financiamento. Também exigirá já começaram a remodelar o com- clusive sobre a defesa de Taiwan. “que as regras finais permitam que pação para a economia mundial. cordes negativos e chegou a 21,3%
que os americanos que fazem ne- portamento do investidor ameri- Um porta-voz da embaixada as empresas de chips dos EUA pos- Por exemplo, uma enxurrada de em junho. As exportações chine-
gócios na China informem o go- cano. O fundo de capital de risco chinesa em Washington disse que sam competir em igualdade de produtos chineses de baixo custo sas, um pilar econômico durante
verno sobre investimentos diretos Sequoia Capital separou seus ne- a China estava “muito desaponta- condições e tenham acesso aos poderia reduzir os lucros de pro- os anos da covid-19, agora apre-
em inteligência artificial e outros gócios na China no início deste da”" com o fato de os EUA terem principais mercados globais, in- dutores em outros países e dimi- sentam seu pior ritmo de queda
tipos de semicondutores. ano, após persistente escrutínio avançado com as restrições de in- cluindo a China”. A National Ven- nuir postos de trabalho. em anos, à medida que a demanda
A medida não cobre investi- em Washington. Outras empresas vestimento. “A China se opõe ao ture Capital Association disse que Os preços ao consumidor na no mundo ocidental vai secando.
mentos passivos, e o Tesouro está desaceleraram ou pausaram as uso excessivo da segurança nacio- está observando de perto “para ga- China caíram 0,3% em julho em “A realidade parece cada vez
avaliando isenções para aportes transações na China enquanto nal pelos EUA para politizar e ar- rantir que não haja consequências comparação com o mesmo mês de mais sombria”, disse Eswar Prasad,
americanos em títulos negociados aguardavam as novas regras, se- mar questões comerciais, científi- não intencionais sobre os investi- 2022. Os dados mais recentes dis- professor de política comercial e
publicamente, fundos de índices e gundo a agência Dow Jones. cas e tecnológicas e deliberada- mentos em empresas dos EUA”. poníveis para os EUA mostraram economia na Universidade Cornell
outros. As empresas terão 45 dias As novas restrições são as mais mente criar obstáculos às trocas Em um sinal de cautela para não que os preços ao consumidor au- e ex-chefe da divisão do Fundo Mo-
para comentar a proposta. recentes de uma série de medidas econômicas e comerciais normais aumentar as tensões com a China, mentaram 3% em junho, na com- netário Internacional (FMI) espe-
Washington já restringe as ex- dos EUA que tem complicado as e à cooperação tecnológica.” a Casa Branca divulgou o decreto paração anual, o menor número cializada em China. “A abordagem
portações de algumas tecnolo- tensas relações do governo Biden A reação dos setores envolvidos enquanto Biden estava fora de em mais de dois anos, enquanto a do governo de minimizar a impor-
gias sensíveis para a China e a or- com a China e que incluem os con- ontem foi contida. Alguns repre- Washington e longe das câmeras. inflação anual na União Europeia tância dos riscos da deflação e da
dem executiva “impedirá que in- troles às exportações de tecnologia sentantes descreveram a ação co- O presidente viajou ontem para o ficou em 6,4%, desacelerando-se estagnação do crescimento pode
vestimentos dos EUA ajudem a de fabricação de semicondutores, mo relativamente limitada em Novo México para promover sua em relação aos 7,1% de maio. sair pela culatra e dificultar ainda
acelerar a incorporação dessas anunciados no ano passado, e os comparação com as abordagens agenda econômica e não se pro- A ausência de inflação na China mais tirar a economia de sua espi-
tecnologias” no país. esforços do Congresso para pres- que os legisladores consideraram. nunciou sobre a medida. reflete um desequilíbrio na econo- ral descendente”, afirmou.

Atividade econômica Atualize suas contas

Indicadores agregados Variação dos indicadores no período
jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 fev/23 jan/23 dez/22 nov/22 out/22 Em % Em R$
Índice de atividade econômica - IBC-Br (%) (1) - - -2,00 0,81 -0,27 2,98 0,23 0,77 -1,33 -0,28 Mês TR (1) Poupança (2) Poupança (3) TBF (1) Selic (4) TJLP TLP FGTS (5) CUB/SP UPC Salário mínimo
Indústria (1) jan/22 0,0605 0,5608 0,5608 0,7609 0,73 0,5096 0,4146 0,3073 0,35 23,55 1.212,00
fev/22 0,0000 0,5000 0,5000 0,7272 0,76 0,4601 0,4249 0,2466 0,18 23,55 1.212,00
Produção física industrial (IBGE - %) mar/22 0,0971 0,5976 0,5976 0,8678 0,93 0,5096 0,4265 0,3440 0,25 23,55 1.212,00
Total - 0,1 0,3 -0,6 1,1 -0,2 -0,3 0,0 0,2 1,3
abr/22 0,0555 0,5558 0,5558 0,8159 0,83 0,5513 0,4416 0,3023 0,71 23,59 1.212,00
Indústria de transformação - -0,2 -0,1 -0,8 1,7 -0,4 -1,1 0,1 1,3 0,0
mai/22 0,1663 0,6671 0,6671 0,9776 1,03 0,5697 0,4424 0,4133 4,13 23,59 1.212,00
Indústrias extrativas - 2,9 1,4 -0,8 0,3 4,1 3,8 -1,9 -6,3 6,3
jun/22 0,1484 0,6491 0,6491 0,9496 1,02 0,5513 0,4472 0,3954 2,22 23,59 1.212,00
Bens de capital - -1,2 4,1 -11,8 8,8 -0,6 -4,5 -1,7 3,3 -3,6
jul/22 0,1631 0,6639 0,6639 0,9844 1,03 0,5851 0,4456 0,4101 0,73 23,67 1.212,00
Bens intermediários - -0,3 0,0 0,4 1,1 0,4 -0,8 -0,6 0,6 2,2
ago/22 0,2409 0,7421 0,7421 1,0929 1,17 0,5851 0,4630 0,4881 -0,01 23,67 1.212,00
Bens de consumo - 0,3 -0,8 1,3 -1,3 -0,2 0,2 2,0 -0,1 0,1
set/22 0,1805 0,6814 0,6814 1,0020 1,07 0,5662 0,4670 0,4276 -0,06 23,67 1.212,00
Faturamento real (CNI - %) - 1,0 0,1 -1,8 0,9 0,5 -1,0 -0,1 0,5 0,1
out/22 0,1494 0,6501 0,6501 0,9506 1,02 0,6005 0,4702 0,3964 0,04 23,81 1.212,00
Horas trabalhadas na produção (CNI - %) - -0,2 0,6 -1,0 0,9 -0,9 0,1 0,9 0,1 -1,4
nov/22 0,1507 0,6515 0,6515 0,9519 1,02 0,5811 0,4614 0,3977 0,15 23,81 1.212,00
Comércio
dez/22 0,2072 0,7082 0,7082 1,0489 1,12 0,6005 0,4670 0,4543 0,17 23,81 1.212,00
Receita nominal de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,5 -2,2 -1,5 2,9 -0,8 3,3 -0,6 -0,5 0,2
jan/23 0,2081 0,7091 0,7091 1,0398 1,12 0,6142 0,4812 0,4552 -0,06 23,93 1.302,00
Volume de vendas no varejo - Brasil (IBGE - %) (1)(2) - 0,0 -0,7 -0,1 0,6 -0,2 4,1 -3,0 -0,7 0,2
fev/23 0,0830 0,5834 0,5834 0,8536 0,92 0,5546 0,4931 0,3298 0,00 23,93 1.302,00
Serviços
mar/23 0,2392 0,7404 0,7404 1,0912 1,17 0,6142 0,4986 0,4864 -0,18 23,93 1.302,00
Receita nominal de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - - -0,5 -0,9 1,4 2,1 -0,6 1,9 -0,9 0,3 abr/23 0,0821 0,5825 0,5825 0,8527 0,92 0,5873 0,4907 0,3289 0,29 24,06 1.302,00
Volume de serviços - Brasil (IBGE - %) (1) - - 0,9 -1,5 1,3 0,8 -3,4 2,7 0,0 -0,2 mai/23 0,2147 0,7158 0,7158 1,0465 1,12 0,6070 0,4812 0,4619 1,44 24,06 1.320,00
Mercado de trabalho jun/23 0,1799 0,6808 0,6808 1,0014 1,07 0,5873 0,4622 0,4270 0,64 24,06 1.320,00
Taxa de desocupação (Pnad/IBGE - em %) - 8,0 8,3 8,5 8,8 8,6 8,4 7,9 8,1 8,3 jul/23 0,1581 0,6589 0,6589 0,9694 1,07 0,5843 0,4464 0,4051 0,09 24,17 1.320,00
Emprego industrial (CNI - %) (1) - 0,0 -0,4 0,0 0,1 -0,3 0,4 0,0 0,2 0,1 ago/23 0,2160 0,7171 0,7171 1,0578 1,14 0,5843 0,4321 0,4632 - 24,17 1.320,00
Indicador Antecedente de Emprego - (FGV/IBRE) (1)(3) 1,2 2,2 -0,4 -1,4 1,7 0,8 -0,8 1,6 -6,7 -4,0 2023 1,39 5,52 5,52 8,19 8,86 4,83 3,85 3,41 2,23 1,51 8,91
Balança comercial (US$ milhões) Em 12 meses * 2,09 8,39 8,39 12,53 13,55 7,32 5,80 5,15 2,52 2,11 8,91
Exportações 29.062 29.959 32.723 27.097 32.824 20.255 22.822 26.342 27.652 26.852 2022 1,63 7,90 7,90 11,71 12,39 6,88 5,51 4,68 9,12 1,15 10,18
Importações 20.027 19.502 21.688 19.141 22.072 17.684 20.529 21.809 21.452 23.477 Fontes: Banco Central, CEF, Sinduscon e Ministério da Fazenda. Elaboração: Valor Data * Até o último mês de referência
Saldo 9.035 10.458 11.034 7.956 10.752 2.571 2.293 4.533 6.200 3.375 (1) Taxa do período iniciado no 1º dia do mês. (2) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos até 03/05/12 (3) Rendimento no 1º dia no mês seguinte para depósitos a partir de
Fontes: Banco Central, CNI, FGV, IBGE e SECEX/MDIC. Elaboração: Valor Data (1) Metodologia com ajuste sazonal. (2) Nova série com índice base 2014 = 100. (3) Var. em pts 04/05/12; Lei nº 12.703/2012 (4) Taxa efetiva; para agosto projetada. (5) Crédito no dia 10 do mês seguinte (TR + Juros de 3% ao ano)

Produção e investimento Inflação Dívida e necessidades de financiamento

Variação no período Variação no período (em %) Valores em R$ bilhões - no setor público
Indicadores 1º Tri/23 4º Tri/22 2023 (1) 2022 2021 2020 Dívida líquida do setor público jun/23 mai/23 jun/22
Acumulado em Número índice
PIB (R$ bilhões) * 2.557 2.584 10.156 9.915 7.610 7.610 Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
PIB (US$ bilhões) ** 486 491 1.962 1.905 1.649 1.476 jul/23 jun/23 2023 2022 12 meses jul/23 jun/23 dez/22 jul/22
Dívida líquida total 6.096,5 59,08 5.935,7 57,79 5.316,6 56,85
Taxa de Variação Real (%) 1,9 -0,1 3,3 2,9 -3,3 -3,3 IBGE
(-) Ajuste patrimonial + privatização 9,0 0,09 11,8 0,12 5,7 0,06
Agropecuária 21,6 -0,9 6,0 -1,7 4,2 4,2 IPCA - -0,08 2,87 5,79 3,16 - 6.659,95 6.474,09 6.411,95
(-) Ajuste metodológico s/ dívida* -676,1 -6,55 -750,1 -7,30 -790,4 -8,45
Indústria -0,1 -0,3 2,4 1,6 -3,0 -3,0 INPC - -0,10 2,69 5,93 3,00 - 6.886,37 6.706,15 6.645,74
Dívida fiscal líquida 6.763,6 65,55 6.674,0 64,98 6.101,2 65,24
Serviços 0,6 0,2 3,9 4,2 -3,7 -3,7 IPCA-15 -0,07 0,04 3,09 5,90 3,19 6.542,57 6.547,15 6.346,64 6.340,06
Formação Bruta de Capital Fixo (%) -3,4 -1,3 2,7 0,9 -1,7 -1,7 IPCA-E - 0,04 3,16 5,90 3,40 - 6.547,15 6.346,64 6.340,06 Divisão entre dívida interna e externa
Investimento (% do PIB) 17,7 18,9 18,6 18,8 16,6 16,6 Dívida interna líquida 6.744,8 65,36 6.667,2 64,91 6.124,1 65,49
FGV
Fontes: IBGE e Banco Central. Elaboração: Valor Data Dívida externa líquida -648,3 -6,28 -731,4 -7,12 -807,5 -8,64
IGP-DI -0,40 -1,45 -5,35 5,03 -7,47 1.082,11 1.086,47 1.143,23 1.169,43
* Valores correntes. ** Banco Central. (1) 1º trim de 2023, nos últimos 12 meses
Núcleo do IPC-DI 0,22 0,16 2,03 6,16 3,39 - - - - Divisão entre as esferas do governo
IPA-DI -0,61 -2,13 -8,34 4,70 -11,47 1.261,15 1.268,86 1.375,86 1.424,53 Governo Federal e Banco Central 5.169,6 50,10 5.006,3 48,74 4.438,4 47,46
IPA-Agro -0,88 -3,81 -12,93 3,38 -16,03 1.753,26 1.768,81 2.013,57 2.087,94 Governos Estaduais 821,8 7,96 827,5 8,06 769,4 8,23
Contrib. previdenciária* IR na fonte IPA-Ind. -0,51 -1,49 -6,51 5,24 -9,65 1.063,37 1.068,79 1.137,41 1.176,94 Governos Municipais 42,6 0,41 40,2 0,39 55,6 0,59
Empregados e avulsos** Faixas de contribuição IPC-DI 0,07 -0,10 2,45 4,28 3,53 725,85 725,34 708,49 701,10 Empresas Estatais 62,5 0,61 61,7 0,60 53,2 0,57
INCC-DI 0,10 0,71 2,38 9,28 3,15 1.076,63 1.075,54 1.051,63 1.043,76
Salário de Base de cálculo* Alíquota Parcela a deduzir Necessidades de financiamento do setor público jun/23 mai/23 jun/22
IGP-M -0,72 -1,93 -5,15 5,45 -7,72 1.101,20 1.109,23 1.161,01 1.193,34
em R$ em % IR - em R$ Fluxos acumulados em 12 meses Valor % do PIB Valor % do PIB Valor % do PIB
contribuições em R$ Alíquotas em % (1) IPA-M -1,05 -2,73 -7,94 5,27 -11,47 1.301,20 1.315,07 1.413,36 1.469,85
Até 1.320,00 7,50 Até 2.112,00 0,0 0,00 IPC-M 0,11 -0,25 2,47 4,30 2,78 709,98 709,20 692,88 690,75 Total nominal 662,4 6,42 656,5 6,39 388,8 4,16
De 1.320,01 até 2.571,29 9,00 De 2.112,01 até 2.826,65 7,5 158,40 INCC-M 0,06 0,85 2,25 9,40 3,15 1.074,90 1.074,29 1.051,25 1.042,03 Governo Federal** 528,1 5,12 471,1 4,59 429,1 4,59
De 2.571,30 até 3.856,94 12,00 De 2.826,66 até 3.751,05 15,0 370,40 IGP-10 -1,10 -2,20 -5,20 6,08 -7,89 1.123,94 1.136,43 1.185,56 1.220,20 Banco Central 55,2 0,53 110,2 1,07 28,0 0,30
De 3.856,95 até 7.507,49 14,00 De 3.751,06 até 4.664,68 22,5 651,73 IPA-10 -1,54 -3,14 -7,92 6,08 -11,51 1.339,16 1.360,08 1.454,37 1.513,31 Governo regional 71,1 0,69 68,5 0,67 -67,7 -0,72
Empregador doméstico 8,00 Acima de 4.664,68 27,5 884,96 IPC-10 0,02 -0,18 2,53 4,40 2,24 714,60 714,44 696,93 698,93 Total primário 24,3 0,24 -39,0 -0,38 -199,8 -2,14
Fonte: Previdência Social. Elaboração: Valor Data *Competên- INCC-10 0,01 1,19 2,12 9,55 3,44 1.060,64 1.060,50 1.038,60 1.025,40 Governo Federal -217,6 -2,11 -268,4 -2,61 -330,5 -3,53
Fonte: Receita Federal. Elaboração: Valor Data
cia jul/23. **Inclusive empregado doméstico. (1) Para fins de *Valores consideram o desconto simplificado de R$ 528,00 Banco Central 0,5 0,01 0,5 0,00 0,4 0,00
FIPE
recolhimento ao INSS Obs. Desconto por dependente: R$ 189,59 Governo regional -19,7 -0,19 -21,5 -0,21 -121,2 -1,30
IPC -0,14 -0,03 1,92 7,32 3,66 667,19 668,11 654,64 643,66
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data * Interna e externa.** Inclui INSS. Obs.: Sem Petrobras e Eletrobras.
DIEESE
ICV* - - - - 3,07 - - - -
Principais receitas tributárias Obs.: IPCA-E no 2º trimestre = 1,12%, IGP-M 1ª prévia ago/23 = -0,81% e IPC-FIPE = 1ª quadrissemana ago/23 = -0,34%
Valores em R$ bilhões Fontes: FGV, IBGE, FIPE e DIEESE. Elaboração: Valor Data *Índice em 2020 até fevereiro Resultado fiscal do governo central
Valores em R$ bilhões a preços de junho*
Discriminação Janeiro-junho Var. junho Var.
Discriminação Janeiro-junho Var. junho Var.
2023 2022 % 2023 2022 % Imposto de Renda Pessoa Física 2023 2022 % 2023 2022 %
Receita Federal
Imposto de renda total 389,2 357,8 8,77 59,7 64,4 -7,34
Pagamento das quotas - 2023 Receita total 1.167,5 1.230,1 -5,08 180,1 231,4 -22,17
Receita Adm. Pela RFB** 737,7 747,5 -1,31 111,9 117,6 -4,89
Imposto de renda pessoa física 31,4 31,7 -0,96 6,3 6,3 -0,72 Arrecadaçao Líquida para o RGPS 277,3 260,9 6,29 45,9 42,4 8,37
Imposto de renda pessoa jurídica 165,9 163,9 1,22 15,5 23,0 -32,53 No prazo legal
Receitas Não Adm. Pela RFB 152,5 221,7 -31,23 22,3 71,4 -68,80
Imposto de renda retido na fonte 191,9 162,2 18,32 37,9 35,1 7,96 Quota Vencimento Valor da quota Valor dos juros Valor total
Transferências a Estados e Municípios 229,7 239,4 -4,07 34,7 34,6 0,30
Imposto sobre produtos industrializados 29,6 32,5 -9,07 5,0 4,9 0,58 (Campo 7 do DARF) (Campo 9 do DARF) (Campo 10 do DARF)
Receita líquida total 937,8 990,6 -5,33 145,3 196,7 -26,12
Imposto sobre operações financeiras 29,6 28,2 4,80 5,0 4,8 3,80 1ª ou única 31/05/2023 - Campo 7 Despesa Total 979,1 931,6 5,10 190,6 181,7 4,89
Imposto de importação 26,8 28,2 -5,08 4,4 4,3 1,44 2ª 30/06/2023 1,00% Benefícios Precidenciários 443,2 436,9 1,43 97,6 86,1 13,44
Cide-combustíveis 0,0 1,3 -99,20 0,0 0,2 -98,59 3ª 31/07/2023 2,07% + Pessoal e Encargos Sociais 164,5 162,9 1,00 27,0 26,2 3,30
Contribuição para Finsocial (Cofins) 160,5 156,7 2,44 27,8 26,7 4,10 4ª 31/08/2023 Valor da declaração 3,14% Campo 8 Outras Despesas Obrigatórias 151,1 153,1 -1,30 23,6 26,5 -10,82
CSLL 85,4 87,8 -2,72 9,0 11,3 -20,00 5ª 29/09/2023 Despesas Poder Exec. Sujeitas à Prog. Financeira 220,3 178,7 23,28 42,3 43,0 -1,58
PIS/Pasep 45,0 43,9 2,45 7,7 7,5 2,76 Resul. Primário do Gov. Central (1) -41,3 59,0 - -45,2 15,0 -
6ª 31/10/2023 +
Outras receitas 376,7 353,1 6,69 61,9 56,9 8,90 Discriminação jun/23 mai/23 jun/22
7ª 30/11/2023 Campo 9
Total 1.142,8 1.089,6 4,89 180,5 181,0 -0,31 Valor Var. % Valor Var. % Valor Var. %
8ª 28/12/2023
mai/23 abr/23 mai/22
Pagamento com atraso Ajustes metodológicos -0,2 -6,12 -0,2 -26,62 -0,2 -68,40
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* Discrepância estatística -1,1 - 1,7 21,17 -0,7 218,38
Multa (campo 08) - sobre o valor do campo 7 aplicar 0,33% por dia de atraso, a partir do primeiro dia após o vencimento até
ICMS - Brasil 54,9 -5,23 58,0 10,37 58,7 -1,90 Result. Primário do Gov. Central (2) -46,5 7,71 -43,2 - 14,1 -
o limite de 20%; Juros (campo 09) - aplicar os juros equivalentes à taxa Selic acumulada mensalmente, calculados a partir
jun/23 mai/23 jun/22 de junho/23 até o mês anterior ao do pagamento e de 1% no mês de pagamento; Total (campo 10) - informar a soma dos Juros Noniminais -33,3 -44,21 -59,7 55,94 -94,4 232,48
Valor Var. %* Valor Var. %* Valor Var. %* valores dos campos 7, 8 e 9. Fonte: Receita Federal do Brasil. Elaboração: Valor Data. Result. Nominal do Gov. Central -79,8 -22,42 -102,8 381,30 -80,2 14,69
INSS 45,9 -3,85 47,8 4,34 41,1 -2,29 Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional. Elaboração: Valor Data
Fonte: Receita Federal, Previdência Social, Secretaria da Fazenda. Elaboração: Valor Data * sobre o mês anterior Mais informações: valor.globo.com/valor-data/, ibge.gov.br e fipe.org.br * Deflator: IPCA ** Somando Incentivos fiscais (1) Acima da linha. (2) Abaixo da linha

Internacional
Eleições Pleitos regionais registraram baixa participação dos
argentinos, que sinaliza risco de alta abstenção neste domingo
Crise e apatia política elevam
incerteza em primária argentina
Fernanda Simas
De São Paulo
O desânimo e a apatia generali-
zados ameaçam resultar em uma
baixa participação dos argentinos
nas eleições primárias deste do-
mingo, segundo analistas. A vota-
ção, que define os candidatos à
Presidência de cada partido, é vista
como importante indicador da
tendência eleitoral no país, uma
vez que as pesquisas são conside-
radas pouco confiáveis.
“Os eleitores indecisos, que fa-
lam que não vão votar ou vão vo-
tar em branco, são 16%, segundo
nossa última pesquisa. É impor-
tante ver o que vai acontecer com
esse resultado aberto. Se esses vo-
tos forem distribuídos propor-
cionalmente, teremos uma elei-
ção muito parelha. As Paso vão
nos mostrar para onde vai a elei-
ção”, diz Roberto Bacman, dire-
tor executivo do Instituto Ceop.
Há um grande desânimo dos
eleitores com os políticos tradi-
cionais, resultado de uma situa-
ção de prolongada estagnação
econômica e inflação alta. Esse
cenário afeta principalmente os
jovens, que acabam emigrando
em busca de oportunidades.
“O desinteresse afeta a todos os
níveis etários, mas mais aos jovens
porque sentem que não têm futu-
ro. Eles pensam ‘para que vou estu-
dar?’ Hoje, trabalho e estudos es-
tão desvalorizados aqui, o esforço
é muito maior do que o valor de
mercado que eles [jovens] podem
Fundo estrangeiro vê Massa como melhor opção
Scott Squires
Bloomberg
A melhor chance da Argentina
se recuperar do precipício e con-
trolar a inflação desenfreada é o
ministro da Economia que hoje
administra a crise. Sergio Massa,
que está concorrendo à presidên-
cia nas eleições de outubro, é um
dos políticos mais pró-mercado
da coalizão governista de esquer-
da, afirma Hans Humes, veterano
investidor em bônus soberanos
argentinos e presidente da Grey-
lock Capital Management.
Embora sob o comando do “su-
perministro” a inflação tenha su-
bido para 116% ao ano, em junho,
ele tem capital político para cortar
gastos do governo sem provocar
distúrbios sociais, disse Humes.
“Todo mundo sabe que a Argen-
tina precisa de um doloroso ajuste
fiscal”, afirmou o sócio-fundador
da Greylock, que participou de
muitas das negociações de dívida
do país desde 1991, incluindo a re-
estruturação de US$ 65 bilhões de
três anos atrás. “Mas, quer você ca-
minhe devagar ou aperte o passo,
a questão é como você passa essa
mensagem para as pessoas.”
Massa está há um ano no gover-
no do presidente Alberto Fernán-
dez, implementando uma série de
medidas econômicas para tentar
conter a crise na Argentina, en-
quanto os preços ao consumidor
subiam para acima de 100%, as re-
Candidato à Presidência é assassinado no Equador
Agências internacionais
O candidato à Presidência do
Equador Fernando Villavicencio,
de 59 anos, foi morto ontem a ti-
ros na saída de um comício polí-
tico que realizou em Quito. A
morte foi confirmada por asses-
sores da campanha de Villavicen-
cio e, depois, pelo presidente
equatoriano, Guillermo Lasso.
Outras pessoas ficaram feridas
no atentado, cuja motivação ain-
da não estava clara ontem à noi-
te. Jornais equatorianos informa-
ram que ele foi morto por pisto-
leiros. As primeiras versões indi-
cam que três pessoas dispararam
ganhar tendo um título a mais.
Além disso, a sociedade se tornou
mais desigual e essa conta recai so-
bre a política. Vivemos um cenário
de incerteza total”, afirma o analis-
ta político Vicente Palermo.
“Aqui há um sistema de câm-
bio em que a cotação oficial, que
paga os salários, está abaixo do
câmbio real, ou seja, alguém que
ganha US$ 1 mil por um serviço,
aqui na Argentina ganha o equi-
valente a US$ 500. Isso faz com
que muita gente não queira tra-
balhar formalmente no país. As
alternativas são: atuar sem regis-
tro ou ir embora. Então, vemos
uma fuga física dos empregados.
Algumas empresas criam sucur-
sais em outros países para os ar-
gentinos poderem permanecer
no emprego”, explica Luis Galea-
zzi, diretor executivo da Argen-
con, entidade que reúne empre-
sas de conhecimento.
Segundo o analista, os princi-
pais candidatos à presidência
abordam o tema da fuga de cére-
bros em seus programas econômi-
cos. “Mudando a política econômi-
ca, esse fenômeno pode ser reduzi-
do porque está muito atado ao
macroeconômico. Mesmo sem da-
dos oficiais, os empresários dizem
ter um problema de retenção de
gente. Os candidatos prometem
resolver esse problema, mas a me-
todologia para corrigir é o que
muda entre eles.”
Especialistas observam que a
maior polarização política neste
ano, que opõe políticos tradicio-
Massa é visto como o ministro mais moderado e pró-mercado do governo
servas internacionais encolhiam
ao menor patamar em 17 anos e a
economia mergulhava em sua sex-
ta recessão em uma década.
A situação caótica da econo-
mia argentina tornou a candida-
tura de Massa uma batalha difí-
cil. Embora o anúncio de sua can-
didatura tenha provocado um
certo otimismo entre os investi-
dores, que veem nele uma pers-
pectiva menor de o país ter um
governo mais radical à frente, os
mercados estão preferindo os ad-
versários — o prefeito de Buenos
Aires Horacio Rodríguez Larreta
ou a ex-ministra da Segurança
Patricia Bullrich — antes da vota-
ção primária deste domingo.
Os dois candidatos de direita es-
tão concorrendo com plataformas
rajadas de metralhadoras quan-
do ele entrava num carro após o
evento político.
Villavicencio chegou a ser le-
vado a um hospital após o ata-
que, mas morreu antes de ser ir à
cirurgia. Fontes equatorianas in-
formaram que um supeito de ter
cometido o ataque tinha sido
morto numa perseguição.
No último vídeo em que Villa-
vicencio é visto com vida, obser-
va-se que ele sai do local onde foi
realizado o comício cercado por
policiais, que o ajudam a entrar
em um veículo. Antes de fechar a
porta, uma série de disparos e
gritos são ouvidos.
nais a outsiders na disputa pela Ca-
sa Rosada, pode ter o potencial de
reverter esse quadro de apatia,
principalmente para a eleição pre-
sidencial, em outubro.
“Com as Paso, vamos ver como
vai seguir a polarização. Agora, o
que vemos é uma apatia muito
grande. Quando perguntamos pa-
ra quem as pessoas vão votar, ouvi-
mos ‘para que votar se são todos
iguais?’ Nesse contexto, surge Ja-
vier Milei, um candidato que fala
diferente, que sai do tradicional,
sem partido político, mas nin-
guém sabe como ele vai se sair. Pes-
soas estão querendo expressar sua
incerteza e raiva, mas quando
olhamos as imagens dos dirigen-
tes políticos, todos têm a imagem
mais negativa do que positiva, in-
clusive Milei”, afirma Bacman.
“Políticos têm a
imagem mais
negativa do que
positiva”
Roberto Bacman
Num país onde a participação
dos eleitores costumava ser alta,
as eleições regionais deste ano fo-
ram marcadas por altas taxas de
abstenção, o que é apontado pe-
los analistas como indicativo do
que pode ocorrer no domingo.
Nas 18 eleições regionais realiza-
das neste ano, 17 tiveram um ní-
vel de participação menor com
ERICA CANEPA/BLOOMBERG
para cortar os gastos fiscais e libe-
rar os controles de capital para tra-
zer os investimentos de volta para
o país. A votação primária obriga-
tória está se tornando um evento
importante para os argentinos e
também para os investidores, que
se preparam para uma desvalori-
zação da moeda que ameaça au-
mentar ainda mais a inflação.
Para Humes, Massa tem tanto
a experiência quanto o apoio
crucial da esquerda do país, que
será mais tensionada à medida
que o novo governo tentar redu-
zir os gastos sociais, reverter sub-
sídios generalizados aos serviços
públicos e desfazer uma situação
extremamente confusa de con-
troles do câmbio e dos preços.
Uma vez no palácio presiden-
O candidato, de centro, concor-
ria pela coalizão Construye Lista
25 e vinha dando ênfase, durante a
campanha, na importância do
combate ao narcotráfico no país.
Ele aparecia na quinta coloca-
ção nas pesquisas de intenção de
voto para o primeiro turno das
eleições presidenciais do dia 20.
Villavicencio foi uma das mais
fortes vozes contra a corrupção, es-
pecialmente durante o governo do
ex-presidente Rafael Correa (2007-
2017). Ele apresentou queixas pes-
soais no tribunal contra muitos
dos membros do mais alto escalão
do governo de Correa.
A eleição presidencial e legis-
relação ao registrado em 2019.
“Em termos agregados, houve
uma queda de aproximadamente
5 pontos”, diz o analista político
Ignacio Labaqui, professor da
Universidad Católica Argentina.
“A causa disso vai além da atual
crise e se explica pelo fracasso dos
últimos três governos: o segundo
de Cristina [Kirchner], o de [Mauri-
cio] Macri e o de Alberto Fernán-
dez. A economia está estagnada
desde 2011 e a inflação se acelerou
nos últimos 15 anos. Diante desse
panorama, é bastante lógico que o
clima predominante seja de apatia
e desencanto”, acrescenta Labaqui.
Em 13 províncias, 35% dos elei-
tores não compareceram ou vo-
taram em branco. “O que vemos
nas eleições provinciais, essa par-
ticipação mais baixa do que em
outros anos, é uma indicação de
que as pessoas perderam um
pouco de entusiasmo com a polí-
tica, com seus representantes.
Acredito que os sistemas políti-
cos já não cobrem as expectativas
da população”, afirma Galeazzi.
Historicamente, a média de
participação nas Paso é de 70%,
mas os analistas acreditam que
ela ficará abaixo deste número
neste ano. Já nas eleições presi-
denciais, a participação média
tem sido de 80%. “Isso [baixa par-
ticipação] foi visto nas eleições le-
gislativas de 2001 por conta da
crise. É normal que uma crise eco-
nômica acentuada desmotive”,
diz a analista de risco de Argenti-
na da Control Risks Marina Pera.
cial, diz Humes, Massa consegui-
rá manter o apoio de parlamen-
tares esquerdistas influentes
sem estar diretamente em dívida
com Cristina Kirchner e seu tipo
de polícia anti-mercado.
O político de 51 anos é conheci-
do como negociador, depois de ter
sido bem-sucedido nas negocia-
ções com o Fundo Monetário In-
ternacional (FMI) para o adianta-
mento de até US$ 10,8 bilhões em
empréstimos para o resto do ano.
“Massa é um moderado”, diz
Humes. “A expectativa era de que
os mercados se recuperariam se
Larreta ou Bullrich avançassem,
mas eles começaram a reconhecer
que os economistas de direita er-
raram várias vezes na Argentina.”
O mais importante, afirma Hu-
mes, é que a Argentina poderá co-
meçar a refazer as reservas inter-
nacionais antes que os principais
pagamentos da dívida externa
vençam em 2024 e 2025. O país
deu calote em suas dívidas nove
vezes em 200 anos de indepen-
dência e as opções para evitar o
10 o caso são poucas, disse.
“Com as condições dos merca-
dos emergentes se normalizando
e o próximo governo adotando
políticas razoáveis, não está fora
de questão a Argentina recorrer
aos mercados globais novamente”,
disse Humes. “As coisas podem
mudar muito em dois anos. Mas Já
vimos a Argentina perder oportu-
nidades muitas vezes no passado.”
lativa do Equador foi antecipada
por Lasso em meio a uma profun-
da crise para evitar o avanço de
um processo de impeachment.
Na liderança das pesquisas está
Luisa González, apoiada por Cor-
rea, com 29,3% das preferências na
pesquisa da Click Report. O indíge-
na Yaku Pérez, com 14,4%, está em
segundo — seguido pelo candida-
to pró-mercado Otto Sonnenholz-
ner, apoiado por 12,4%.
O conservador Jan Topic, tem
9,6% das intenções de voto — logo
à frente de Villavicencio, com 7,5%.
Ele também defendia investi-
mentos na agricultura para acele-
rar a criação de empregos.
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Na Argentina, o pior na
economia ainda está por
vir; espere o início de 2024
Análise
Humberto Saccomandi
Para o Valor, de São Paulo
Se você acha que a Argentina
está em crise, espere para ver o
início do ano que vem.
O próximo governo, seja qual
for, terá de adotar um programa
de ajustes dolorosos. Além disso, o
governo atual está postergando
pagamentos até após as eleições.
Criou-se assim uma bomba-reló-
gio, que deve estourar em 2024.
É quase inevitável (e haverá
pressão do FMI para isso) que haja
uma desvalorização do câmbio
oficial no início de 2024, o que dei-
xará os argentinos mais pobres. Is-
so deverá alimentar a inflação, já
que parte das importações são fei-
tas por esse câmbio oficial. Ou seja,
bens essenciais ficarão mais caros.
Possivelmente haverá também
cortes nos subsídios, como parte
de um ajuste fiscal. O próximo go-
verno precisará cortar gastos para
reduzir a emissão monetária, que
hoje é usada para financiar o défi-
cit público. Acabar com a emissão
monetária, que é uma das causas
da persistente inflação na Argenti-
na, é uma exigência do FMI.
O corte nos subsídios deverá,
porém, elevar os preços dos servi-
ços públicos, como gás e eletrici-
dade, e dos combustíveis, o que
acabará acelerando a alta de pre-
ços no curto prazo.
A Argentina tem hoje inflação
anual de 115,6%, com previsão de
fechar o ano na casa de 140%. O PIB
deve cair cerca de 2,3%. A expecta-
tiva de mercado para o primeiro
semestre de 2024 é que a inflação
suba mais, para perto de 160%, e
que a economia continue caindo.
A Argentina corria risco de
quebrar, pois o nível de suas re-
servas internacionais é baixíssi-
mo (negativo, segundo algumas
estimativas). Mas, com a decisão
do FMI de retomar os aportes ao
país (cerca de US$ 10 bilhões até
dezembro), o governo terá fôle-
go para chegar até o final do
mandato, no fim do ano.
O FMI, que havia suspendido os
aportes no segundo trimestre, quis
evitar o risco de agravar a crise eco-
nômica durante a campanha elei-
toral e se tornar assim alvo de pro-
testos e ataques políticos.
Mas 2024 será uma outra histó-
ria, mais difícil. Há uma grande de-
manda represada por dólares na
Argentina. Hoje o Banco Central
não está liberando dólares para
que Províncias e empresas pa-
guem a totalidade de suas dívidas
no exterior, obrigando-as a adiar
ou, quando possível, a refinanciar
parte desse passivo. Além disso,
empresas não conseguem dólares
para pagar importações e estão
adiando ou alongando pagamen-
tos. É impossível continuar repre-
sando isso por muito mais tempo.
Já há escassez de alguns produtos
importados, como medicamentos.
O mais provável é que haja al-
gum tipo de liberalização cam-
bial no início de 2024, com des-
valorização da cotação oficial.
Para alguns economistas, o câm-
bio de equilíbrio estaria entre o
oficial e o paralelo atuais.
Esse agravamento previsto da si-
tuação econômica no primeiro se-
mestre de 2024 deve causar um
profundo mal-estar social, com
risco de onda de protestos e greves
Villavicencio, que tinha 59 anos, fazia campanha criticando corrupção
| Valor | A15
NATACHA PISARENKO/AP
Direitista Milei é fator de risco
pelo país. Especialmente se o pero-
nismo (hoje no governo, com a sua
ala kirchnerista) estiver na oposi-
ção. Sindicatos e movimentos so-
ciais têm relação estreita com o pe-
ronismo e devem dificultar a vida
de qualquer outro governo.
E quando viria uma recupera-
ção? Não está claro. No melhor ce-
nário, o novo governo aprovaria as
principais reformas econômicas
no primeiro trimestre. Isso causa-
ria uma piora momentânea da
economia, mas poderia gerar uma
melhora nas expectativas, atrain-
do mais investimentos. Nesse caso,
a inflação cairia no segundo se-
mestre e o país poderia voltar a
crescer ainda no final de 2024.
Esse é o cenário com que traba-
lham os dois pré-candidatos de
centro-direita: a ex-ministra Patrí-
cia Bullrich e o prefeito de Buenos
Aires, Horacio Larreta. Neste do-
mingo haverá prévias partidárias,
e um deles se tornará o principal
candidato de oposição. As pesqui-
sas indicam que Bullrich é favorita.
Mas muita coisa pode dar erra-
do nesse cenário ideal. Para co-
meçar, é incerta a aprovação ime-
diata de reformas econômicas,
pois não se sabe se o próximo go-
verno terá maioria no Congresso.
A formação de uma maioria po-
de levar tempo. Protestos podem
dificultar o processo legislativo.
Além disso, o governo do
ex-presidente Maurício Macri
também esperava que expectati-
vas positivas levassem a um au-
mento dos investimentos e uma
aceleração da economia, o que
acabou não ocorrendo.
E há ainda um risco político. O
mercado argentino parece consi-
derar o candidato peronista, o
atual ministro da Economia, Ser-
gio Massa, como palatável. Mas
há a incerteza do candidato ul-
traliberal Javier Milei.
Milei tem um programa econô-
mico radical, como proposta de
acabar com o banco central, cortar
profundamente os impostos e o
gasto público, e promover uma
abertura comercial irrestrita (que
violaria as regras do Mercosul). A
percepção de muitos economistas
argentinos é que essas propostas
são irrealizáveis e ameaçam abalar
ainda mais a economia.
Caso Milei tenha uma votação
expressiva nas prévias deste do-
mingo, que indique que ele é
um candidato forte, com chan-
ces de ser eleito, é possível que
haja forte instabilidade econô-
mica no país já nas próximas se-
manas. Haveria risco de alta do
dólar, fuga de capitais e congela-
mento de investimentos.
KAREN TORO/REUTERS
A16 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Opinião

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(jose.campos@valor.com.br) (nelson.niero@valor.com.br) Lu Aiko Otta
Editores-executivos Editora de Carreira (lu.aiko@valor.com.br)
governo terá dificuldades para cumprir as metas pelo Senado que pode ser recusada pela Câmara, que aceita Catherine Vieira Stela Campos Marcos de Moura e Souza
que estabeleceu no novo regime fiscal. Antes, a correção, mas vinculada a um crédito suplementar (catherine.vieira@valor.com.br) (stela.campos@valor.com.br) (marcos.souza@valor.com.br)
Fernando Torres Editor de Cultura Maria Cristina Fernandes
porém, que as regras para as contas públicas durante o ano fiscal de 2024. (fernando.torres@valor.com.br) Hilton Hida (mcristina.fernandes@
sejam aprovadas — elas voltaram para o exame A PEC de Transição permitiu ao governo Lula um aumento Robinson Borges (hilton.hida@valor.com.br) valor.com.br)
(robinson.borges@valor.com.br) Editor de Legislação Marli Olmos
da Câmara, após modificações no Senado que de despesas de R$ 165,7 bilhões. O déficit primário Sergio Lamucci & Tributos (marli.olmos@valor.com.br)
podem ser rejeitadas — o Planalto já manobra para estabelecido para o ano é de R$ 228,1 bilhões, mas a equipe (sergio.lamucci@valor.com.br) Arthur Carlos Rosa Mônica Scaramuzzo
(arthur.rosa@valor.com.br) (monica.scaramuzzo@
encontrar “jeitinhos” de excluir despesas do teto de gastos econômica pretendia reduzi-lo a algo em torno dos R$ 100 Zinia Baeta
(zinia.baeta@valor.com.br) Editora Visual valor.com.br)
renovado. Em mensagem modificativa ao Projeto de Lei de bilhões. A intenção pode se frustrar, um destino que começa Sucursal de Brasília Multiplataformas Correspondente
Luciana Alencar internacional
Diretrizes Orçamentárias (PLDO), pediu exclusão de R$ 5 a aparecer nas estatísticas de execução fiscal recentes. O Fernando Exman
(luciana.alencar@valor.com.br) Assis Moreira (Genebra)
(fernando.exman@valor.com.br)
bilhões de gastos que as estatais federais que não dependem rombo primário no ano até junho foi de R$ 41,3 bilhões, Sucursal do Rio Editora Valor Online (assis.moreira@valor.com.br)
Paula Cleto
de recursos do Tesouro farão no PAC. O sinal emitido pela ante superávit de R$ 59 bilhões no mesmo período em 2022. Francisco Góes
(paula.cleto@valor.com.br)
Correspondentes nacionais
Cibelle Bouças (Belo Horizonte)
(francisco.goes@valor.com.br)
manobra é muito ruim, pois põe em xeque A terceira revisão bimestral realizada pelo Tesouro projetou Editora do Núcleo de
Editora Valor PRO (cibelle.boucas@valor.com.br)
Roberta Costa
antecipadamente a disposição de cumprir as próprias o déficit primário em R$ 145,5 bilhões, um acréscimo de Política e Internacional
roberta.costa@valor.com.br
Marina Falcão (Recife)
(marina.falcao@valor.com.br)
Fernanda Godoy
regras, que sequer estão em vigência. R$ 37,8 bilhões em relação à primeira revisão, em fevereiro, (fernanda.godoy@valor.com.br)
Coordenador Valor Data
William Volpato
O novo regime fiscal é mais condescendente com os gastos e quando o estimava em R$ 107,6 bilhões. Editor de Brasil
(william.volpato@valor.com.br)
Eduardo Belo VALOR INVESTE
a governança que o teto de gastos que o antecedeu. Mesmo Segundo o Ipea (Carta de Conjuntura), as despesas do (eduardo.belo@valor.com.br)
Editora de Projetos
Editora: Daniele Camba
Especiais
assim, estabeleceu um sistema de contenção de gastos que não governo central no primeiro semestre aumentaram 5,1% em Editora de Tendências
Célia Rosemblum(celia. (daniele.camba@valor.com.br)
será de fácil execução. Os analistas de mercado e consultoria termos reais (descontada a inflação), enquanto as receitas & Consumo e Tecnologia
rosemblum@valor.com.br) PIPELINE
Cynthia Malta
ouvidos pelo boletim Focus, do Banco Central, e Prisma Fiscal, caíram de 14,2% do PIB para 13,7% do PIB no ano em relação ao (cynthia.malta@valor.com.br)
Repórteres Especiais
Adriana Mattos
Editora: Maria Luíza Filgueiras
(maria.filgueiras@valor.com.br)
do Ministério da Fazenda, não acreditam que as metas de exercício anterior. Chegaram a 23,7% do PIB em setembro de Editor de Indústria (adriana.mattos@valor.com.br)
e Infraestrutura VALOR INTERNATIONAL
resultado primário serão atingidas até 2026. 2022 e estavam em junho em 22,3% do PIB. A queda da receita Ivo Ribeiro
Alex Ribeiro (Brasília)
(alex.ribeiro@tvalor.com.br) Editor: Samuel Rodrigues
Pelo novo regime, há o compromisso de déficit de 0,5% do pode ser quase que totalmente debitada à diminuição de (ivo.ribeiro@valor.com.br) César Felício (samuel.rodrigues@valor.com.br)
Editor de Agronegócios
PIB este ano, déficit zero em 2024, superávits de 0,5% e 1% do recursos obtidos com concessões, permissões, dividendos e Patrick Cruz
(cesar.felicio@valor.com.br)
Daniela Chiaretti
PIB em 2025 e 2026, com uma banda de adequação de 0,25 participações em recursos naturais, que tiveram um recuo patrick.cruz@valor.com.br (daniela.chiaretti@valor.com.br) NOVA GLOBO RURAL
Editora de Finanças
ponto percentual para mais ou para menos. As estimativas enorme de R$ 65,7 bilhões no ano em relação ao mesmo Talita Moreira
Fernanda Guimarães Editor-executivo:
Cassiano Ribeiro
(fernanda.guimaraes@
contidas no Focus preveem déficits de 1%, 0,8% e 0,5% nesse período do ano passado, ou -41,7%. Ironicamente, por (talita.moreira@valor.com.br) valor.com.br) cassianor@edglobo.com.br
ano e nos dois seguintes. O Prisma Fiscal antevê déficits de insistência do governo, a Petrobras, a maior repassadora de
Valor PRO / Diretor de Negócios Digitais Tarcísio J. Beceveli Jr. (tarcisio.junior@valor.com.br)
R$ 101,7 bilhões em 2023 e de R$ 88,3 bilhões em 2024. dividendos, reduzirá seus pagamentos ao longo do tempo. Para assinar o serviço em tempo real Valor PRO: falecom@valor.com.br ou 0800-003-1232
Há vários motivos para o ceticismo em relação ao Com a deterioração do resultado em 2023, as metas até Diretora Editorial de Marcas e Projetos Especiais Sandra Boccia (sboccia@edglobo.com.br)
cumprimento dos objetivos fiscais. Os investidores receberam 2026 correm mais riscos. Segundo o Ipea, para cumpri-las Filiado ao IVC (Instituto Verificador de Comunicação) e à ANJ (Associação Nacional de Jornais)
com alívio o novo regime fiscal porque esperavam algo muito seria necessário elevar as receitas em 1,4% do PIB (até 2026), Valor Econômico Av. 9 de Julho, 5229 – Jd. Paulista – CEP 01407-907 – São Paulo - SP. Telefone 0 xx 11 3767 1000

pior — uma gastança desenfreada e sem limites. As mudanças
afastaram o pior cenário e limitaram muito as chances de um
crescimento acelerado dos déficits. Como as regras preveem
aumento real de gastos em quaisquer circunstâncias (mínimo
de 0,6% real e máximo de 2,5%) há a suspeita de que o governo
não se empenhará fervorosamente para atingi-las. Não há
penalidades para o estouro das metas fiscais.
Outro motivo de descrença é a tentativa antecipada de
encontrar atalhos para mais gastos no orçamento. A regra
original previa que o limite de gastos seria corrigido pela
inflação de doze meses terminados em junho do exercício
anterior. Como a inflação subirá no fim do ano em relação a
junho (3,16%), o governo se esforça para que uma estimativa
do IPCA entre julho e dezembro seja incluído como despesa
condicionada no PLDO de 2024, uma modificação aceita
isto é, de 22,1% para 23,5% e reduzir as despesas em 1,5% do Departamentos de Publicidade Impressa e On-line
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cresceu, com aumento real do mínimo (R$ 18 bilhões), volta da Para contratação de assinatura e atendimento ao assinante, entre em contato pelos canais:
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outras atinge cerca de R$ 120 bilhões e pode crescer. A única Aviso: o assinante que quiser a suspensão da entrega de seu jornal deve fazer esse pedido à
solução é o governo gastar menos do que pretende e desistir de central de atendimento com 48 horas de antecedência
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para dar confiabilidade ao novo regime fiscal. Tel: 0800 7018888. Carga tributária aproximada: 3,65%

.
Perdas de crédito foram 27,5% superiores ao lucro líquido do sistema financeiro. Por Roberto Troster

Duas propostas para melhorar a saúde financeira do Brasil

O
Desenrola, programa
de renegociação de dí-
vidas é um avanço.
Atualmente, 6,5 mi-
lhões de empresas e 71,9 mi-
lhões de cidadãos estão negati-
vados pelo Serasa. A inadim-
plência é maior ainda, pois nem
todos que têm pagamentos atra-
sados são negativados.
Para uma empresa, ter o “no-
me sujo” no Serasa dificulta o
crédito comercial e, consequen-
temente, a capacidade de inves-
tir, crescer e empregar. Para cida-
dãos, limita sua inserção econô-
mica plena. As negativações são
um freio para o crescimento do
país e uma barreira para a inser-
ção econômica de dezenas de mi-
lhões de cidadãos.
Quase todos não são “maus pa-
gadores”. Não pagam suas obri-
gações porque não conseguem
pagar. Se as causas da inadim-
plência não forem removidas, os
problemas vão se repetir, por
melhor que seja o programa De-
senrola. É necessário eliminar a
raiz dos problemas.
Para uma minoria a inadim-
plência é causada por problemas
pontuais, por acidentes de percur-
so. Para a grande maioria, há duas
causas básicas: I. a disfuncionali-
dade da política de crédito do país
e II. o caráter extrativista do trata-
mento das dívidas tributárias. Am-
bas podem ser eliminadas.
I. A política de crédito é inade-
quada. A relação crédito/PIB está
na metade do seu potencial. No úl-
timo trimestre as perdas de crédito
foram 27,5% superiores ao lucro lí-
quido do sistema financeiro. Dito
de outra forma, o lucro líquido se-
ria mais do que o dobro do que foi
sem as perdas. O paradigma do
crédito está equivocado.
Note-se que a Agenda BC#,
que deu continuidade a Agenda
BC+, tem objetivos meritórios —
inclusão, competitividade, trans-
parência, educação, sustentabili-
dade e excelência. Todavia, em
mais de seis anos, teve resultados
pífios. A inadimplência aumen-
tou, a relação crédito/PIB conti-
nua estagnada e as margens
(spreads) não foram reduzidas. A
capacidade técnica do Banco
Central é elevada, mas tem um
paradigma equivocado.
Uma proposta do artigo é mu-
dar o paradigma vigente da in-
termediação. Implica as regula-
mentações de precificação do
crédito, da Lei 14.181, da qualifi-
cação e a responsabilização de
gestores, dos birôs de crédito ite-
rativos e da alocação de limites.
Assim como melhorar a transpa-
rência, remodelar a liquidez sis-
têmica, remover o entulho infla-
cionário e mudar a tributação da
intermediação. As medidas, com
exceção da tributação, só depen-
dem do Banco Central do Brasil.
II. A segunda causa, a mais im-
portante, é a voracidade na co-
brança de dívidas fiscais. O projeto
de reforma tributária apresentado
pelo governo é meritório, pode ser
complementado com a reformula-
ção na cobrança da morosidade
tributária. O tratamento dado a
atraso de pagamentos com o fisco
é a maior causa de inadimplência
da economia brasileira, para pes-
soas físicas e jurídicas.
Enquanto o valor total de ina-
dimplência no Sistema Financei-
ro Nacional é de R$ 193,9 bilhões,
o valor total de dívidas negativa-
das no Serasa é de R$ 461,9 bi-
lhões — incluindo sistema finan-
ceiro, cartões, varejo, serviços e
utilidades, e o total de dívidas
sendo executada pelo fisco é de
R$ 5,057 trilhões.
O valor das execuções fiscais é
mais de dez vezes superior ao to-
tal de todas as dívidas negativa-
das e mais de vinte e cinco vezes a
inadimplência do sistema finan-
ceiro. O maior credor de devedo-
res morosos do Brasil não é ne-
nhum dos bancos, é o fisco. Os
devedores não são “maus paga-
dores” nem sonegadores. Estão
na armadilha da dívida e a maio-
ria não consegue sair dela.
Problemas temporários de li-
quidez se transformam rapida-
mente em problemas permanen-
tes de solvência para milhares de
cidadãos e empresas. O atraso de
um tributo por um dia é corrigi-
do a uma taxa anualizada de
232,8% ao ano (0,33% ao dia) nos
primeiros 60 dias. Depois é atua-
do, e a multa é de 100%.
Às multas deve adicionar-se a
correção pela Selic, incorretamen-
te chamada de correção monetá-
ria. Note-se que a perda de valor da
moeda se mede pelo IPCA, a políti-
ca monetária no Brasil trata de me-
tas de inflação para o IPCA. A cor-
reção pela Selic foi mais de dez ve-
zes superior à inflação. Aumentou
7.274,7% desde o Plano Real, en-
PIXABAY
quanto a inflação (IPCA) no mes-
mo período foi de 667,5%.
Os atrasos tributários são cobra-
dos com rigor pelo fisco. Ao todo
são 26,8 milhões de processos de
execuções fiscais, que representam
35% do total de casos pendentes na
Justiça no país, de acordo com o
Conselho Nacional de Justiça. En-
tram mais processos do que saem.
O relatório contábil do Tesou-
ro Nacional afirma que “a expec-
tativa média de recuperação é re-
lativamente baixa”. Foi de 15,6%
nos últimos cinco anos. Mesmo
assim, insiste em mais do mes-
mo. O valor total vem batendo re-
cordes históricos de valor ano
após ano. Os valores das execu-
ções fiscais correspondem a 51%
do PIB. O Estado que deveria pro-
mover o interesse público é cau-
sador de um dos problemas mais
importantes da economia.
Tem uma interpretação equivo-
cada da Lei de Responsabilidade
Fiscal no que concerne à renúncia
de receitas e da dinâmica da arre-
cadação. É paradoxal, mas se bai-
xasse as multas e aplicasse a corre-
ção monetária no lugar da corre-
ção pela Selic, arrecadaria mais.
O motivo é que as multas e cor-
reção exageradamente altas tor-
nam o pagamento das dívidas in-
viável. Devedores desistem de ten-
tar pagar e milhares de empresas
fecham por conta da pressão fiscal,
reduzindo a base de arrecadação. É
uma autofagia fiscal.
Arthur Laffer, um economista
da Universidade de Stanford, mos-
trou que o excesso de voracidade
fiscal faz o total arrecadado dimi-
nuir em vez de aumentar. Lembra
o conto infantil do dono da gali-
nha dos ovos de ouro, que por ex-
cesso de ganância mata a galinha e
com isso sua fonte de renda.
A segunda proposta do artigo
é razoabilidade na determinação
das multas (um décimo do co-
brado atualmente), correção
monetária pela perda de valor da
moeda, e uma atualização de to-
das as dívidas fiscais por esses pa-
râmetros. Isso daria uma injeção
de recursos na economia, melho-
raria a saúde financeira de cida-
dãos e empresas com impactos
positivos no crescimento, no em-
prego e na arrecadação.
É isso.
Roberto Luis Troster é economista.
Correio: robertotroster@uol.com.br.

Opinião
Investir na América Latina. Será?
Jorge Arbache
A
mais importante fonte
de atividade econômi-
ca das próximas déca-
das será a economia
do baixo carbono. Afinal, tere-
mos que praticamente reinven-
tar em bases verdes quase tudo o
que produzimos e consumimos e
o como consumimos. Esta espe-
tacular transformação resulta da
necessidade e não de opção, mas
estamos demasiado atrasados e
corremos contra o relógio para
evitar uma catástrofe ambiental.
Em curto prazo, teremos que en-
contrar os meios para acelerar a
transição para essa nova geração de
produtos e serviços verdes, o que vai
requerer condições de produção
distintas das que temos hoje. Para is-
to, serão necessários muita energia
verde, muita água e muitos minerais
da economia do baixo carbono.
A América Latina e o Caribe
(ALC) é a região mais bem posicio-
nada para apoiar o planeta nesta
missão, já que vários países já con-
tam com matrizes energéticas bas-
tante verdes, têm muitas das maio-
res reservas de água doce e muitas
das maiores reservas de minerais
da nova economia, como o lítio, ní-
quel, cobre, grafite, terras raras e
Há o risco de processos venham a ajudar o ex-presidente, e não prejudicá-lo. Por Eric Posner
A política dos julgamentos de Trump
P
ara muitos americanos,
os crescentes proble-
mas legais de Donald
Trump confirmam o ca-
ráter profundamente corrupto e
repulsivo do homem. Mas há um
perigo significativo de os julga-
mentos virem a ajudar Trump,
em vez de prejudicá-lo. Como
disputas entre o governo e um
grupo de oposição frouxamente
formado, mas poderoso, eles po-
derão ser vistos como julgamen-
tos políticos — e favorecerão di-
retamente Trump e seus aliados.
Embora Trump seja o primeiro
ex-presidente dos Estados Unidos a
ser indiciado, os julgamentos polí-
ticos — julgamentos nos quais pro-
cedimentos legais são usados para
remover adversários políticos do
poder ou impedi-los de tomá-lo —
têm um longo e célebre histórico
de sair pela culatra para seus per-
petradores.CharlesI da Inglaterrae
Luís XVI da França perderam suas
cabeças após tais julgamentos, mas
seus descendentes (para Luís, por
meio de seus irmãos) herdaram o
trono após períodos de turbulên-
cia. Julgamentos que deveriam jus-
tificar o governo dos revolucioná-
rios, ao divulgar o comportamento
repulsivo dos reis, acabaram ge-
rando simpatia por eles e expuse-
ram o pretexto legal duvidoso para
suas execuções.
A democracia deveria oferecer
um sistema de sucessão mais or-
deiro. Mas os fundadores dos EUA
entenderam que um governo de-
mocrático poderia abusar do siste-
ma legal para oprimir seus adver-
sários, de modo que eles estabele-
ceram direitos constitucionais, um
Judiciário independente e outras
barreiras institucionais para salva-
guardar a competição política.
O sistema funcionou razoavel-
mente bem, frustrando algumas
das tentativas dos próprios funda-
dores de processar adversários po-
líticos. Com o tempo, uma norma
política foi estabelecida para asse-
gurar a proteção de grandes figu-
ras políticas de acusações legais es-
púrias. Governos posteriores até ti-
veram problemas para processar
dissidentes menos conhecidos que
violaram a lei em casos com mati-
zes políticos (estes eram principal-
mente críticos do envolvimento
dos EUA em várias guerras, espe-
cialmente a do Vietnã). Esses réus
às vezes ganhavam casos aparente-
minério de ferro de alto teor. A re-
gião ainda dispõe de outras condi-
ções de grande interesse mundial,
como a maior floresta tropical, vá-
rios dos mais importantes biomas,
a mais rica biodiversidade e enor-
me potencial para sediar grandes
mercados globais de créditos de
carbono e de bioeconomia.
Mas os atrativos da região não
param ali. A ALC tem população
jovem, muitos novos investimen-
tos em energias renováveis, imen-
so e crescente protagonismo no
fornecimento global de alimentos,
um rico ecossistema de capital em-
preendedor e o powershoring pa-
ra atender às crescentes necessida-
des das empresas para esverdea-
rem a produção. Ao não estar en-
volvida em guerras e outros temas
geopolíticos e ter boas relações co-
merciais com EUA, Europa e Ásia,
empresas operando na ALC não es-
tão submetidas aos mesmos regi-
mes de intervenções, controles,
proibições, discriminações e pro-
tecionismo, fatores que têm trazi-
do incertezas e instabilidades para
os negócios em outras regiões.
A ALC também está se reposi-
cionando em temas de política
econômica. A modo de exemplo,
considere a inflação e a política
monetária, que hoje é referência
de prudência e já não mais de fa-
lhas de política. Bancos centrais
independentes e ações decisivas
têm contido a inflação e, mesmo
com mudanças de orientação
política em eleições, os novos go-
vernantes têm preservado políti-
cas econômicas criteriosas.
Assim que não seria exagero
considerar que a economia da ALC
já está relativamente mais bem po-
Os democratas correm o
risco de ganhar a
reputação de o primeiro
partido da história
americana a usar
processos para derrotar
um oponente à Casa
Branca. Se isso ocorrer, os
republicanos terão uma
questão politicamente
explosiva para fazer
campanha no futuro
sicionada na economia global e,
não por acaso, várias das suas moe-
das têm se fortalecido. É certo que
a melhoria na situação de alguns
países da região resulta, em parte,
de fatores fora do controle de go-
vernos locais, como a guerra da
Ucrânia e o levantamento de res-
trições pós-pandemia na China,
que aumentaram a demanda por
produtos alimentares e minerais.
Mas a estrutura única de oferta
verde da região combinada com
mudanças na estrutura de deman-
da decorrentes de compromissos
ambientais, novas normativas, mu-
danças nas preferências dos consu-
midores, maior responsabilidade
social corporativa e novas tecnolo-
gias e modelos de negócio estão
conformando um desenvolvimen-
to benigno que, muito provavel-
mente, elevará os preços relativos
de várias das commodities da re-
gião e impulsionará o crescimento
do PIB ao longo das próximas déca-
das, com impactos potencialmente
profundos nos termos de troca e
nas balanças de pagamentos.
Essas características colocam a
ALC numa posição privilegiada
para participar da economia mun-
dial desde as novas cadeias globais
de valor (NCGV), que têm na resi-
liência e na sustentabilidade o seu
fio condutor, e já não focam ape-
nas na eficiência. O powershoring
e outras vantagens comparativas e
competitivas colocarão a região
numa posição central nas NCGV,
em especial em setores intensivos
em energia e em setores intensivos
em água, bioeconomia, minerais
críticos, grãos e proteínas.
Empresas e mercados da região
também são outro atrativo para in-
mente impossíveis virando a mesa
contra os promotores e fazendo o
governo parecer o culpado.
Trump e seus aliados adotaram
claramente essa estratégia. A his-
tória que eles contam é que Trump
foi um grande presidente, mas
pessoas poderosas nas sombras
queriam detê-lo, e assim arquiteta-
ram uma eleição fraudulenta para
removê-lo do cargo. Essa mesma
trama, dizem-nos, está agora usan-
do a aplicação da lei e os tribunais
para impedi-lo de recuperar a Casa
Branca. Como diz Trump: “Se você
não pode derrotá-lo, você o perse-
gue ou o processa”.
Em termos jurídicos convencio-
nais, essa estratégia não pode ven-
cer porque nenhuma das leis sob
as quais Trump foi indiciado (ou
qualquer outra lei) permite uma
defesa de “Estado profundo”. Ain-
da assim, tal estratégia pode ser
bastante eficaz tanto prática como
politicamente. Afinal, as proteções
constitucionais dos EUA a réus cri-
minais foram criadas exatamente
para amenizar a desconfiança po-
pular da autoridade do governo e
o medo de que o novo governo dos
EUA depois da Guerra da Indepen-
dência viesse a repetir os abusos
das autoridades coloniais britâni-
cas ao aplicar a lei criminal contra
seus adversários políticos.
Portanto, os réus desfrutam de
uma gama infinita de proteções
processuais, especialmente a exi-
gência do júri. Os júris nos julga-
mentos de Trump terão que chegar
vestidores. Muito embora muitas
empresas persigam políticas de me-
noralavancagemqueassuascontra-
partes, tenham balanços relativa-
mente mais prudentes, apresentem
menores taxas históricas de inadim-
plência e tenham enorme potencial
de crescimento doméstico e regio-
nal, as agências de risco limitam,
muitas vezes injustamente, as classi-
ficações de risco corporativo ao teto
do risco soberano. Mas essa condi-
ção de subavaliação já desperta
atenção e cada vez mais investidores
consideram países da região como
sítios especialmente atraentes para
estratégias de M&A.
AL e Caribe estão mais
bem posicionados para
apoiar o planeta na
missão de evitar uma
catástrofe ambiental
Ainda que muitas condições
conspirem em favor da região, na-
da disto garantirá êxito. Para con-
verter todo esse imenso potencial
em resultados concretos, será pre-
ciso abraçar o crescimento susten-
tável e sustentado como pilares da
política econômica, implementar
políticas consistentes e coerentes,
estabelecer e fortalecer marcos
institucionais e regulatórios, au-
mentar a previsibilidade jurídica,
formar e capacitar capital huma-
no, investir em P&D, aumentar in-
vestimentos em infraestrutura e
em tecnologias digitais e encon-
trar fontes seguras e baratas de fi-
nanciamento de longo prazo.
Algumas economias da ALC deve-
rão crescer já nos próximos anos
a vereditos unânimes para conde-
ná-lo, e mesmo os jurados que não
são fãs obstinados de Trump pode-
rão hesitar antes de acreditar de to-
do o coração nos promotores. Os
advogados de Trump devem tê-los
lembrado repetidas vezes que a
acusação representa um governo
cujo líder deverá se beneficiar mais
do que qualquer um do fim políti-
co de Trump.
Sabendo disso, os promotores
se esforçarão para mostrar justiça
processual, uma vez que qualquer
trabalho mal feito cairá na narrati-
va do governo opressor que erradi-
ca seus supostos inimigos. E os juí-
zes insistirão que os promotores
prestem atenção em todos os deta-
lhes, para que eles também não se-
jam acusados de viés partidário.
Os advogados de Trump tirarão
proveito desses escrúpulos, apre-
sentando objeções a cada movi-
mento da acusação e lembrando à
corte o ônus de se defender con-
tra (e se preparar para) vários pro-
cessos durante uma campanha
presidencial. À medida que as
moções forem se acumulando,
haverá atrasos e estes beneficiarão
Trump, empurrando os procedi-
mentos de julgamento e apela-
ções para o meio da campanha e
possivelmente até mesmo para
depois do dia da eleição.
Além disso, a teoria legal que
sustenta a acusação pelo suposto
papel de Trump em uma conspira-
ção para subverter as eleições de
2020 se baseia em leis vagas que
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
mais do que os especialistas pre-
viam. O Brasil, que é maior econo-
mia regional, está levando adiante
importantes reformas econômicas
que deverão dar ainda maior respal-
do para o crescimento do país e da
região. Os mercados de capitais e a
bolsa de valores já acusam resulta-
dose a classificação de risco e o custo
do capital já apontam melhoras.
No ano passado, o Brasil recebeu
US$ 92 bilhões em investimento es-
trangeiro direto (IED), tornando-se
o quinto destino de investimentos
do mundo; o México igualmente
saiu bem na foto, tudo isto apesar
de os fluxos globais de IED terem
caído em comparação com 2021.
De fato, surveys com CEOs e gesto-
res de fundos globais estão olhan-
do a ALC com crescente otimismo e
espera-se que o IED rompa novos
recordes nos próximos anos. O se-
tor de petróleo e gás poderá ter im-
portante papel a cumprir na transi-
ção enquadrando-se nos marcos e
compromissos ambientais e finan-
ciando a agenda acima. Afinal, a re-
gião não pode se dar ao luxo de re-
nunciar a esta enorme fonte do-
méstica de financiamento.
Ao que parece, a ALC está espe-
cialmente bem-posicionada pa-
ra atacar as suas velhas chagas —
a pobreza e a desigualdade, aju-
dar o planeta a enfrentar muitos
dos seus maiores desafios e gerar
bons resultados para os investi-
dores. Assim que é quase inevitá-
vel pensar que o êxito da ALC será
o êxito de todos nós.
Jorge Arbache é vice-presidente de setor
privado do Banco de Desenvolvimento da
América Latina e Caribe (CAF) e escreve
mensalmente neste espaço
nunca foram usadas para punir al-
guém por um esquema desses. Do
mesmo modo, a teoria legal mais
forte no caso envolvendo o uso in-
devido por Trump de documentos
confidenciais vai atingir muitas
pessoas — incluindo, possivelmen-
te, alguns juízes e jurados — como
um pretexto para impedi-lo de
chegar à Presidência.
Mesmo os jurados inclinados a
aceitar a culpa de Trump pode-
rão se recusar a condenar um
candidato à Presidência por ele
não ter devolvido documentos
confidenciais que a maioria dos
americanos pode acabar autori-
zando-o a manipular de forma
indevida novamente. Com as
eleições se aproximando, essas
preocupações se multiplicarão.
Os juízes vão se preocupar ainda
mais. À medida que os processos
legais avançam, a própria existên-
cia de múltiplos julgamentos, so-
brecarregando um dos dois candi-
datos à Presidência, parecerá inter-
ferir no objetivo maior de uma
eleição livre e justa. Suponha que
Trump seja absolvido de todas as
acusações a perca a eleição. Seu ar-
gumento inevitável de que outra
eleição lhe foi roubada — desta vez
por um sistema de justiça criminal
que o difamou, distraiu e sobrecar-
regou com processos espúrios —
parecerá absurdo para o público?
Em seus esforços para impedir
que um demagogo retome a Presi-
dência, os democratas correm o ris-
co de ganhar a reputação de o pri-
meiro partido da história america-
na a usar processos para derrotar
um oponente à Presidência. Se isso
acontecer, os republicanos terão
um mártir em Trump e uma ques-
tão politicamente explosiva para
fazer campanha no futuro. Justa-
mente poresse motivo, os tribunais
podem intervir e atrasar ou sus-
pender julgamentos à medida que
o dia da eleição se aproxima, con-
cedendo um trunfo a Trump — e
deixando os democratas parecen-
do dissimulados ou ineptos — em
um ponto crítico de sua campanha
para reconquistar a presidência.
(Tradução de Mario Zamarian).
Eric Posner é professor da Faculdade de
Direito da Universidade de Chicago, é
autor de “How Antitrust Failed Workers”
(Oxford University Press, 2021).
Copyright: Project Syndicate, 2023.
www.project-syndicate.org -
| Valor | A17
Frase do dia
“Se, por algum
motivo, o
crescimento
não vier,
teremos um
problema de
cunho fiscal”.
De José Berenguer, presidente do
Banco XP, para quem há risco de
a economia estancar e
comprometer o ajuste fiscal
Cartas de
Leitores
Argentina
Lamentável a situação social de
nossa limítrofe Argentina. Qua-
tro entre 10 habitantes das cida-
des vivem na pobreza, sobrevi-
vendo de auxílios caritativos. A
inflação já alcançou a insuportá-
vel casa de três dígitos. O giro
dos países é alarmante, quando
se sabe que Buenos Aires era a ca-
pital mais rica da América Latina
na virada dos séculos XIX e XX.
Certamente essa deterioração
da vida, em que a alimentação se
tornou a mais exigente necessi-
dade de los hermanos, influen-
ciará decisivamente as próximas
“Primárias Abertas, Simultâneas
e Obrigatórias” (Paso), nas quais
serão escolhidos os candidatos
de cada partido para disputar o
primeiro turno em 22 de outu-
bro. O candidato governista, Ser-
gio Massa, do Union por la Pa-
tria, ministro da Economia nos
últimos 12 meses, enfrentará um
justificado e extremo desafio.
Amadeu Garrido de Paula
amadeugarridoadv@uol.com.br
Queda dos juros
A situação econômica do Brasil
atualmente oferece espaço para
a consideração da redução da ta-
xa Selic. Com a inflação sob con-
trole e os indicadores de ativida-
de econômica ainda se recupe-
rando, uma diminuição gradual
da Selic pode impulsionar o cres-
cimento econômico.
O país está testemunhando
uma melhora na confiança dos
consumidores e empresários, o
que sugere que uma redução na
taxa de juros poderia estimular
ainda mais o consumo e os inves-
timentos. Além disso, as taxas de
juros globais têm permanecido
relativamente baixas, o que pro-
porciona um contexto favorável
para uma redução na taxa Selic.
No entanto, qualquer decisão
deve ser tomada com cautela, con-
siderando os riscos potenciais, co-
mo a volatilidade cambial e a pos-
sibilidade de pressões inflacioná-
rias no futuro. É importante que o
Banco Central avalie cuidadosa-
mente os dados econômicos e to-
me medidas prudentes para sus-
tentar uma recuperação econômi-
ca sólida e duradoura.
Luciano de Oliveira e Silva
luciano.os@adv.oabsp.org.br
Divergência amazônica
Com o término da Cúpula da
Amazônia, não chegou-se a um
acordo nem sobre desmatamento
nem sobre a exploração de petró-
leo na região. Esse último item
tem grande importância para nós,
pois o potencial dessa fonte de
energia em território amazônico é
muito promissor, podendo nos
tornar, com tal exploração, um
dos maiores fornecedores dessa
fonte de energia do mundo nos
próximos anos. Que as lideranças
dos países da região amazônica
saibam no futuro formular acor-
dos que permitam a exploração de
todas as potencialidades da área
amazônica, com os cuidados ne-
cessários para que nossas popula-
ções sejam beneficiadas com os re-
sultados de tais recursos naturais
dessa imensa área continental.
José de Anchieta Nobre de Almeida
josenobredalmeida@gmail.com
Correspondências para
Av. 9 de Julho, 5229 - Jardim
Paulista - CEP 01407-907 - São
Paulo - SP, ou para
cartas@valor.com.br, com nome,
endereço e telefone. Os textos
poderão ser editados.
A18 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Varejo de moda
Marisa melhora giro
de estoque e vai
reduzir mais
despesas, diz o CEO,
João Nogueira B8
Valor B
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Energia Estatal aponta restrições, no norte de MG, na infraestrutura de escoamento do insumo gerado
Cemig recomenda áreas para novas usinas solares
Fábio Couto
Do Rio
A Cemig está preocupada com o
quadro do escoamento de energia
elétrica na região norte do Estado
de Minas Gerais, bem como no
triângulo mineiro, por causa das
restrições na infraestrutura da re-
gião. Redes da empresa e linhas de
transmissão que escoam a energia
gerada por painéis solares de dife-
rentes portes não têm espaço para
transportar mais eletricidade e es-
tão sob risco de sobrecarga e mes-
mo cortes no fornecimento.
Uma nota técnica do Operador
Nacional do Sistema Elétrico
(ONS) divulgada há cerca de 15
dias aponta gargalos relevantes
na região, tanto nas redes de dis-
tribuição da Cemig quanto em li-
nhas de transmissão, de maior ca-
pacidade, chamada “rede básica”.
“Em razão do expressivo au-
mento das solicitações de acesso
de novos geradores e da micro e
minigeração distribuída nas redes
de distribuição, passam a ser ob-
servados impactos nos transfor-
madores da RBF desses locais”, dis-
se o ONS, em nota. RBF é a sigla pa-
ra rede básica de fronteira, como é
chamada a rede de distribuição de
alta tensão da Cemig Distribuição.
Para evitar maiores problemas,
enquanto a expansão da rede na
região está em fase de planeja-
mento, a Cemig vem recomen-
dando a empreendedores que
busquem outras regiões de Minas
para implantar projetos solares,
como o sul do Estado e a Manti-
Destaques
Aliansce Sonae e BR Malls
Maior companhia de shopping
centers do país, a empresa forma-
da da união de Aliansce Sonae e BR
Malls deve se chamar Allos, apu-
rou o Valor. O nome deve ser
anunciado nos próximos dias. Em
novembro, o Conselho Adminis-
trativo de Defesa Econômica (Ca-
de) aprovou a combinação dos ne-
gócios das duas empresas, levan-
do à criação de uma operação com
11 mil lojistas, 2,5 milhões de me-
tros quadrados e 62 empreendi-
mentos próprios e administrados
pelo grupo. Nas comunicações en-
viadas a parceiros do grupo nos
últimos dias, a marca é utilizada
em letras maiúsculas (ALLOS). A
empresa deve publicar o seu ba-
lanço do segundo trimestre dia 14.
(Adriana Mattos, de São Paulo)
Cai lucro da Ultrapar
A Ultrapar, dona da Ipiranga, Ul-
tragaz e Ultracargo, registrou lu-
cro líquido atribuído aos acio-
nistas de R$ 213,9 milhões no se-
gundo trimestre, queda de 52,8%
na comparação anual, na esteira
do menor resultado operacional
da Ipiranga e maiores custos
com depreciação. Além disso, no
segundo trimestre do ano passa-
do a holding registrou ganho de
capital com a venda da Oxiteno,
elevando a base de comparação.
O grupo também vendeu a rede
de drogarias Extrafarma.
Mateus amplia ganhos
O Grupo Mateus obteve lucro lí-
quido de R$ 294 milhões no se-
gundo trimestre de 2023, avanço
de 13,2% ante igual período do
ano passado. O lucro atribuído ao
controlador alcançou R$ 289,8 mi-
lhões, contra R$ 261,1 milhões um
ano antes. A receita líquida da re-
de de varejo e atacado alimentar
somou R$ 6,42 bilhões, alta de
23,6%. O grupo tem 239 lojas.
queira. Segundo o diretor de dis-
tribuição da estatal, Marney An-
tunes, a empresa tem planos de
investimento de R$ 18,3 bilhões
nos próximos cinco anos em re-
des de distribuição, incluindo a
construção de 200 novas subesta-
ções de energia e mais 3 mil qui-
Comissão aprova portabilidade
do vale-refeição a partir de 2025
Benefícios
Raphael Di Cunto
De Brasília
A comissão do Congresso sobre a
medida provisória (MP) do Progra-
ma de Alimentação do Trabalhador
(PAT) aprovou ontem que o vale-re-
feição e o vale-alimentação pode-
rão ser usados em qualquer “ma-
quininha” por meio do chamado
arranjo aberto de pagamentos, mas
que a portabilidade dos cartões de
benefícios só valerá a partir de
2025. Para não perder a validade, a
MP precisa ser aprovada por Câma-
ra e Senado até 28 de agosto.
Na terça-feira, o Ministério do
Trabalho e Emprego defendeu
“abandonar” a ideia de portabili-
dade dos cartões de benefícios
por entender que poderia levar à
concentração do mercado, maio-
res taxas e dificuldades de fiscali-
zação. O relator, senador Mecias
de Jesus (Republicanos-RR), po-
rém, preferiu mantê-la na lei,
mas estabelecer condicionantes.
O senador justificou, no parecer,
que rejeitou as emendas que bus-
cavam revogar a portabilidade
porque “são medidas que limitam
a democratização do sistema e as
opções dos empregados”.
Mas propôs alterações: a mu-
dança da gestora do cartão será
gratuita, deverá ocorrer por solici-
tação expressa do trabalhador e
valerá a partir de 31 de dezembro
de 2024 (o prazo atual era de 1º de
maio de 2024). O governo regula-
mentará as regras para isso.
O parecer permite também
que os acordos ou convenções
“Empresa planeja
investir R$ 18,3 bi
em cinco anos em
redes distribuição”
Marney Antunes
Senador Mecias de Jesus é o relator da MP que precisa ser votada até 28 de agosto
coletivas da categoria possam
proibir a portabilidade, caso aja
acordo entre os sindicatos patro-
nal e laboral. Se não houver veto
nesses acordos, contudo, a mi-
gração estaria autorizada. Além
disso, as transações de pagamen-
tos do vale-refeição e alimenta-
ção passarão a integrar o Sistema
de Pagamentos Brasileiro (SPB),
mantido pelo Banco Central. A
regulamentação das regras de in-
teroperabilidade e a portabilida-
de do PAT, em si, devem ficar com
o Ministério do Trabalho e Em-
prego (que, na visão dos parla-
mentares, poderá trava-la).
A decisão do relator e da co-
missão dividiu os envolvidos na
discussão. A Associação Brasilei-
Infraestrutura
Estudo indica
necessidade de
investir R$ 118 bi
na distribuição de
combustíveis B3
DIVULGAÇÃO
lômetros de novas redes.
O investimento também envol-
ve as duas regiões, para aumento
de capacidade das redes. Esse in-
vestimento, afirmou, tem que ser
acompanhado da expansão com
novas linhas de alta capacidade,
em leilões futuros. A Cemig já rea-
EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO
ra das Empresas de Benefícios ao
Trabalhador (ABBT), que repre-
senta as quatro grandes empre-
sas do setor, informou que man-
tém a sua posição contrária à
portabilidade e que “causou sur-
presa a manutenção, diante da
posição do governo”.
O presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes
(Abrasel), Paulo Solmucci, afir-
mou que o relatório “frustrou em
parte” e que a portabilidade de-
veria ser suprimida. “O relator
acha que tudo pode ser resolvido
pelo ministério na regulamenta-
ção. Esperamos que seja rigoro-
sa, mas infelizmente o senador
Mecias não compreendeu os
enormes riscos”, disse.
20 GW
é o volume de geração
previsto até 2026
lizou R$ 7 bilhões em melhorias e
expansão da malha de distribui-
ção nos últimos anos, sendo
R$ 3 bilhões no ano passado.
“Há um esgotamento da malha,
é físico. Há problema para escoar e
20% da minigeração distribuída
está em Minas Gerais. O sistema é
finito”, disse Antunes. Além de re-
comendar outras áreas, a empresa
também tem recomendado a usi-
nas que contem com sistemas de
armazenamento a despachar e
acumular energia durante o dia e
descarregar para a rede à noite,
quando a demanda (e por conse-
quência o uso das redes) é menor.
Minas tem elevado potencial de
geração solar, atratividade finan-
ceira e regulatória e incentivos fis-
cais. Com isso, o Estado atraiu pro-
jetos de geração solar centralizada,
que são usinas com média e gran-
de capacidade instalada, para co-
mercializar energia para distribui-
doras e no mercado livre (ambien-
te em que o consumidor pode es-
colher o fornecedor da energia).
Também atraiu a chamada mi-
nigeração distribuída remota,
usinas com até 5 megawatts
(MW) de potência, que geram
energia para consumidores que
estão na área de concessão da Ce-
mig, não necessariamente do la-
do da usina. Por exemplo, uma re-
Já a Zetta, que representa em-
presas de serviços financeiro di-
gitais como Mercado Pago, Nu-
bank, iFood e PicPay, defendeu
que a manutenção da portabili-
dade e as demais mudanças são
“conquistas importantes para os
trabalhadores”, apesar do prazo
longo para regulamentação e a
possibilidade de que os acordos
coletivos a proíbam. “Ainda as-
sim, o texto [...] tende a moderni-
zar o mercado e a permitir o au-
mento da concorrência e incenti-
var a redução das tarifas”, disse.
O projeto aprovado também
determina que as gestoras pode-
rão operar pelo arranjo aberto de
pagamentos imediatamente, o
que faz com que seja aceito em
qualquer “maquininha”. A ver-
são original da MP previa que is-
so só valeria a partir de 1º de
maio de 2024 porque estava no
mesmo parágrafo da interopera-
bilidade entre os sistemas aberto
e fechado, que é mais complexa
de ser implementada. Mecias di-
vidiu o artigo para que a intero-
perabilidade seja adiada, mas o
arranjo aberto possa valer agora.
O parecer fecha ainda mais a
possibilidade de oferta de con-
trapartidas para a contratação da
empresa. A lei atual, em vigor
desde o ano passado, proíbe que
as empresas contratantes exijam
verbas ou benefícios que não es-
tejam vinculados “diretamente à
promoção de saúde e segurança
alimentar do trabalhador”. No
parecer, até este tipo de contra-
partida fica proibido. A intenção
é reduzir os custos para diminuir
as taxas das operadoras.
de de farmácias localizada em Be-
lo Horizonte que contrata a gera-
ção solar distribuída remota de
uma usina que esteja localizada
em Uberlândia, a 540 km.
Antunes explicou que a gera-
ção de energia no Estado é de 6 gi-
gawatts (GW), para atender a
uma carga que corresponde a cer-
ca de 2 GW. Como a geração exce-
de a carga (consumo mais per-
das), o Estado se torna exporta-
dor de energia. Só que injetar to-
da essa energia traz problemas.
Com restrições severas para es-
coar o excedente para outras re-
giões do país, as redes de transmis-
são e as da Cemig estão sob risco de
sobrecarga, inclusive com possí-
veis cortes no fornecimento, con-
forme a nota técnica do ONS. Elas
operam em tensão de até 169 qui-
lovolts (kV), chamadas linhas de
distribuição. E recebem a energia
dos projetos de menor porte pela
malha de transmissão, que opera
em tensões a partir de 230 KV.
A nota do ONS aponta possível
“sobrecarga inadmissível”, acima
da capacidade de emergência,
em várias linhas de transmissão e
transformadores. O operador na-
cional ressaltou: “A partir da for-
malização de inúmeros pedidos
de solicitações de informação de
acesso e/ou de solicitação de aces-
so para usinas fotovoltaicas, o
montante de geração previsto
pode chegar a valores da ordem
de 20 GW até o fim de 2026, po-
tencial consideravelmente supe-
rior ao vislumbrado pelo planeja-
mento no médio e longo prazo.”
Lucro da
Positivo
recua 76%
Tecnologia
Daniela Braun
De São Paulo
A fabricante de computadores,
smartphones e urnas eletrônicas
Positivo Tecnologia registrou lucro
líquido consolidado de R$ 21,3 mi-
lhões no segundo trimestre, um re-
cuo 76,4% em relação ao mesmo
período de 2022.
A receita líquida somou R$
754,5 milhões, o que representou
uma queda de 54%, conforme o ba-
lanço divulgado na noite desta
quarta-feira (9) pela companhia.
Além dos números do trimestre,
a empresa anunciou um plano de
recompra de ações válido até feve-
reiro de 2025 — serão adquiridos
até 5,5 milhões de papéis. Mais ce-
do, a ação da Positivo encerrou o
pregão com desvalorização de
5,13%, negociada a R$ 7,77.
O lucro antes de juros, impos-
tos, depreciação e amortização
(Ebitda , na sigla em inglês) tota-
lizou R$ 96,7 milhões no segun-
do trimestre, 47,8% inferior ao
obtido um ano antes. Já a mar-
gem Ebitda de 12,8% avançou 1,4
ponto percentual no intervalo.
A venda de equipamentos e ser-
viços a empresas privadas e ao se-
tor público gerou receita bruta de
R$ 559,2 milhões, um recuo de
50,9%, ante o obtido no segundo
trimestre de 2022, enquanto a re-
ceita no varejo (R$ 301,8 milhões)
recuou 19,7%. Já em urnas eletrôni-
cas, na comparação com um ano
de eleição presidencial, a receita de
R$ 33,6 milhões foi 91,7% menor.
B2 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Empresas Carreira
Diversidade Levantamento mostra que há somente
2 executivas CEOs e 14 presidentes de conselhos
de administração no Novo Mercado da B3
Mulheresocupammenos
de1%daaltaliderançaem
companhiasabertas
Juliana Schincariol e Kariny Leal
Do Rio
Apesar das discussões sobre a
relevância da diversidade no am-
biente corporativo, a alta adminis-
tração das principais empresas
brasileiras se mantém como um
“clube do Bolinha”. Atualmente,
há apenas 16 mulheres no topo
das companhias abertas que se-
guem os mais altos padrões de go-
vernança corporativa no país. Con-
siderando CEOs e presidentes de
conselhos de administração, há
396 assentos no Novo Mercado da
B3, e menos de 1% deles é ocupado
por executivas. A constatação é de
um levantamento feito pelo BMA
Advogados, a pedido do Valor.
Nesse grupo, há mais mulheres
presidindo conselhos do que na li-
derança executiva das compa-
nhias. Enquanto 14 delas estão à
frente dos “boards”, somente 2 são
presidentes executivas: Jeane Tsut-
sui, do Fleury, e Tarciana Medeiros,
do Banco do Brasil. Sheilla Albu-
querque foi eleita como CEO da
Agrogalaxy Participações, mas se
afastou por motivos de saúde e se
mantém como diretora.
Em teoria, os argumentos favo-
ráveis à diversidade são conheci-
dos: além de melhorar a governan-
ça e o desempenho do negócio em
si, funciona como inspiração para
mulheres que buscam ocupar car-
gos de chefia. “O grande desafio é a
conscientização da importância
do ambiente diverso. Algumas em-
presas buscam somente cumprir
protocolos e não obrigatoriamen-
te entendem o valor disso”, afirma
Patriciana Queirós Rodrigues, que
lidera o conselho da Pague Menos.
Na rede de farmácias, 58% são
mulheres, e apesar de as funcioná-
rias ocuparem 42% das gerências, a
Inscriçõesvãoatédia14paraoMasterClassExecutivodeValor
Gestão
Da Redação
De São Paulo
Terminam no dia 14 de agosto
as inscrições para o curso “Mas-
ter Class Executivos de Valor”.
Em sua segunda edição, o pro-
grama, que é fruto de uma par-
ceria entre a Fundação Getulio
Vargas (FGV) e o Valor, prepara
os líderes que desejam aprender
a como superar os novos desa-
fios que a alta gestão vem en-
frentando na nova economia.
Em cada um dos cinco módu-
Há um risco
em ficar e não
sistematizar
seu legado
Rumo certo
Betania Tanure
diretoria ainda não tem represen-
tatividade feminina forte. Uma das
medidas para reduzir essa lacuna é
a criação de programas de trainee
voltados para o que a empresa cha-
ma de públicos prioritários, que
incluem, além de mulheres, pretos
e pessoas com mais de 50 anos. Ou-
tras empresas também possuem
iniciativas próprias, caso do Maga-
zine Luiza e do Grupo Fleury.
Ainda hoje, ao chegarem nos
cargos mais altos, as mulheres pas-
sam por situações que demons-
tram que aquelas posições não fo-
ram criadas pensando na lideran-
ça feminina. Isso aconteceu com
Paula Goto, presidente do conse-
lho da Tupy e diretora de planeja-
mento da Previ. Quando engravi-
dou, há pouco mais de três anos,
não havia previsão de licença ma-
ternidade para membros da dire-
ção do fundo de pensão.
O normativo, então, foi altera-
do. Goto pôde acompanhar de
perto os primeiros meses de vida
do filho e ainda deixou esse legado
para as próximas diretoras que en-
gravidarem durante o mandato.
Agora, no conselho da Tupy, um
dos focos da “chairwoman” é a ex-
pansão dos programas de diversi-
dade. A executiva também oferece
mentorias para outras mulheres.
“A diversidade gera inovação e ge-
ra valor no longo prazo”, afirma.
Na última temporada de assem-
bleias, houve eleições para conse-
lhos em 109 companhias que com-
põem o Novo Mercado. No total,
777 novos membros foram esco-
lhidos — 16,1% deles são mulheres.
A maioria ainda segue o padrão de
ter apenas uma mulher entre os
conselheiros. “Há muito o que me-
lhorar na alta liderança. A presi-
dência dos conselhos ainda é mui-
to díspar da participação em con-
los — liderança, estratégia, ESG,
gestão de pessoas e tendências
da nova economia —, os partici-
pantes terão duas aulas on-line
ao vivo ministradas por professo-
res da FGV. E, no fechamento de
cada etapa, haverá uma Master
Class presencial (podendo ser as-
sistida também a distância) com
um CEO reconhecido na premia-
ção Executivo de Valor, que o jor-
nal realiza há 23 anos e destaca li-
deranças que fizeram a diferença
na gestão de suas organizações.
No primeiro módulo, o CEO
convidado é José Galló, presi-
dente do conselho da Lojas Ren-
F
undador, fundadora,
acalme sua alma! Mas
não perca
velocidade.Você
nunca será
ex-fundador, ex-fundadora,
mas uma empresa pode
desaparecer ou perder
relevância se quem a criou não
souber passar para a próxima
etapa no momento certo — e
isso vale para as gerações
seguintes.
Temos pesquisado e
trabalhado com organizações
familiares que querem perpetuar
o legado de quem as criou e da
segunda geração e da terceira... À
medida que o tempo passa, o
desafio aumenta.
Não por acaso, a alma de quem
funda uma empresa, assim como
a do empreendedor, da
empreendedora, é inquieta.
Lidam com os problemas de
modo fundamentalmente
diverso, em comparação ao
executivo, à executiva ou à sua
maioria. Isso pode ser
selhos”, afirma a advogada Ana
Paula Reis, sócia do BMA Advoga-
dos que liderou o levantamento.
Luiza Trajano, presidente do
conselho do Magazine Luiza, en-
xerga o copo “meio cheio”. “Em
anos anteriores, esses números
eram menores. Estamos longe do
ideal, mas tem aumentado. Tenho
certeza de que vai crescer rapida-
mente nos próximos anos até al-
cançarmos a equidade”. Na varejis-
ta, o conselho tem quatro mulhe-
res entre as sete posições.
Trajano defende a prática de co-
tas para aumentar a participação
de mulheres na presidência dos
conselhos, especialmente como
membros independentes. “Essa é
uma fórmula para diminuir o pro-
blema em uma velocidade maior.
Por isso, muitas vezes, mesmo não
sendo compreendida, defendo as
cotas. É um processo transitório
para equilibrar a desigualdade.”
Tsutsui, do Fleury, alerta sobre a
importância de aumentar o núme-
ro de mulheres desde os processos
seletivos. “Mesmo quando a con-
tratação é feita por consultorias
externas, estamos atentos”, afirma.
Além disso, quanto mais o assunto
for discutido, o comportamento
social será mudado. “Nós precisa-
mos falar mais sobre isso. Talvez há
alguns anos não haveria constran-
gimento se víssemos painéis sem a
participação de mulheres em al-
gum fórum, por exemplo, o que
ocorre atualmente.”
Medeiros, presidente do BB, faz
coro à ideia de que a redução da di-
ferença entre homens e mulheres
deve começar na seleção de candi-
datas. “Se eu analisar 10 currículos
de homens para determinada va-
ga, eu vou procurar também 10
mulheres para aquela função. Pre-
cisamos sair do diagnóstico e ir pa-
ner. Na sequência, ministram as
Master Classes Jeane Tsutsui,
CEO do Grupo Fleury; Daniela
Manique, CEO da Rhodia/Solvay
no Brasil; Christian Gebara, CEO
da Vivo; e Fernando Yunes, vice-
presidente sênior e líder do Mer-
cado Livre no Brasil. As Master
Classes acontecem no formato
de talk show na sede da FGV em
São Paulo, com um jornalista do
Valor e um professor da FGV
conduzindo a conversa.
Entre os docentes que partici-
parão pela FGV estão Cláudia
Yoshinaga, professora associa-
da de finanças da FGV Eaesp e
maravilhosamente
complementar ou fonte de
fricção e desentendimentos
cotidianos, que geram um gosto
amargo nas relações. Mais: pode
paralisar a organização,
desorientar pessoas, inverter o
ritmo de crescimento e de
resultados empresariais, muito
além dos financeiros.
Tem sido interessante
encontrar executivos e
executivas, poucos é verdade,
com alma de fundador, de
fundadora — e, por que não
dizer, fundadores e fundadoras
com alma executiva.
Muita atenção para uma
diferença basilar revelada em
nossas pesquisas: quem tem
“alma empreendedora” tem faro
e olho agudo para detectar
problemas e, ao achá-los, pode
avançar em seu objetivo e
resolvê-los, ainda que de forma
inédita. Já quem tem “alma
executiva” sabe encontrar com
maestria a solução para os
problemas e, com método,
Diretora da Previ e
presidente do
conselho da Tupy,
Paula Goto diz que
não havia previsão
de licença
maternidade para
membros da direção
do fundo de pensão
ra a prática”, defende. Primeira
mulher a dirigir a instituição fi-
nanceira em 214 anos, desde que
assumiu o cargo, em janeiro, a exe-
cutiva tem buscado a equidade de
gênero na direção da companhia,
assim como nas outras empresas
coordenadora do Centro de Es-
tudos em Finanças (FGVcef);
Joana Story, professora adjunta
da FGV Eaesp; Anderson de Sou-
za Sant’Anna, professor adjunto
do departamento de adminis-
tração geral e de recursos hu-
manos da FGV Eaesp; Paul Fer-
reira, professor de estratégica e
liderança na FGV Eaesp; e Moy-
sés Simantob, professor e coor-
denador do programa CEO FGV,
Estratégia e Inovação.
Além das aulas on-line síncro-
nas (duas vezes por semanas, às
quartas e quintas, das 19h às
22h30) e das Master Classes, os
processos e boa capacidade de
gestão, resolvê-los.
Muitas pessoas da esfera de
gestão revelam ter a incômoda
sensação de que as almas
empreendedoras estão sempre
insatisfeitas e que isso gera o
sentimento de menos valia nos
que estão ao seu redor.
Segundo essa percepção,
ignoram-se os avanços e nunca
se recebe o merecido elogio.
O fato é que tal “insatisfação”
tem suas origens mais profundas
na positiva ambição de
crescimento, nas oportunidades.
O objetivo é encontrar caminhos
ou soluções para problemas que
muitos nem sequer percebem ou
que empurram para debaixo do
tapete, o que é inadmissível para
o fundador, a fundadora, assim
como para o empreendedor, a
empreendedora.
Aqui é necessário um alerta de
perigo máximo! Por vezes, só se
acredita que é necessário fazer
um trabalho com método
quando já é tarde, já se está
do conglomerado. No BB, a com-
posição do conselho é paritária en-
tre homens e mulheres.
A jornada foi longa até chegar à
principal cadeira do banco, e as-
sim como diversas outras executi-
vas do país, foram diversas as situa-
ções que Medeiros era a única mu-
lher. “Era comum entrar em uma
sala de reunião e tentar colocar
uma ideia que eu sabia que era a
melhor, mas que não tinha nin-
guém para ouvir”, diz. Uma estra-
tégia criada por Medeiros foi levar
outras colegas junto com ela nes-
sas ocasiões, e outras gestoras fa-
ziam o mesmo com ela. “Precisa-
mos alcançar os espaços e levar ou-
tras conosco”, completa.
De acordo com as novas regras
de diversidade da B3, a partir de
2025, as companhias brasileiras
listadas em bolsa devem eleger ao
menos uma mulher e um inte-
alunos terão acesso a um mate-
rial de apoio selecionado com a
curadoria do Valor e dos profes-
sores da FGV. São matérias, arti-
gos, podcasts, vídeos, estudos e
cases que vão fornecer conteúdo
sobre o tema do módulo para
que o aluno chegue melhor pre-
parado para a Master Class com
o “Executivo de Valor”. A coorde-
nação de conteúdo do curso pe-
la FGV é de Maria José Tonelli,
professora titular na Escola de
Administração de Empresas de
São Paulo (Eaesp) e coordenado-
ra do Núcleo de Estudos em Or-
ganizações e Pessoas (Noep), e
perdendo a alma, o legado está
em risco. Não se percebeu a
tempo que os braços já não
abraçam todas as pessoas e que
os olhos já não enxergam tudo o
que acontece. Isso vale não só
para a sucessão de fundadores e
fundadoras mas também para as
empresas que crescem muito
rapidamente, de forma orgânica
ou, em especial, através de M&A.
Acalme a sua alma e, ao
mesmo tempo, mantenha
aquela inquietação saudável e a
coragem de, em algum
momento, sistematizar o seu
legado. Sem medo da finitude,
encare o fato de que você não é
eterno, você não é eterna. Isso
contribuirá para preservar o seu
legado através do tempo.
Não minimize o risco de
deixar que o processo aconteça
naturalmente. O seu legado, a
sua empresa, pode
simplesmente desaparecer!
Betania Tanure é doutora, professora e
consultora da BTA
LEO PINHEIRO/VALOR
grante de comunidade sub-re-
presentada — pessoas pretas, par-
das ou indígenas, integrantes da
comunidade LGBTQIA+ ou pes-
soas com deficiência — para seus
conselhos de administração ou
diretorias. Como os assentos po-
derão ser destinados a um ou ou-
tro, e algumas empresas já pos-
suem mulheres nesses quadros, a
representatividade feminina não
necessariamente vai aumentar,
acreditam as representantes da
fundação Women Corporate Di-
rectors (WCD). “Os países que ti-
veram aumento de mulheres nos
conselhos foi porque o regulador
interveio. Precisamos estabelecer
prazos para as empresas se adap-
tarem, mas também [determi-
nar] um percentual mínimo”,
afirma a cochair da fundação,
Cristiane Azevedo, citando países
como França e Noruega.
por parte do Valor é de Stela
Campos, editora de Carreira.
O curso terá uma aula especial
de abertura conduzida pela dire-
tora de redação do Valor, Maria
Fernanda Delmas, com a participa-
ção de Fábio Barbosa, CEO da Na-
tura &Co, e de Jandaraci Araújo,
cofundadora do programa Conse-
lheira 101.
Pessoas físicas podem se ins-
crever e comprar o curso no site
cloud.e.fgv.br/masterclass-exe-
cutivos. Empresas que quiserem
comprar o curso para seus fun-
cionários podem se informar pe-
lo e-mail cursos@valor.com.br.
Vaivém
Stela Campos
Prudential
Glaucia Smithson é a nova vi-
ce-presidente de parcerias estra-
tégicas multicanais da Pruden-
tial do Brasil. Ela já passou por Al-
lianz, Zurich, WTW e Itaú.
Zimmer Biomet
André Grativol é o novo gerente
geral da Zimmer Biomet no Brasil.
Ele já trabalhou na Siemens Heal-
thineers, Canon e GE Healthcare.
Brose
Murilo Matta é o novo presi-
dente da alemã Brose no Brasil.
E-mail: vaivem@valor.com.br
valor.com.br
Acompanhe a movimentação de
executivos também no site
www.valor.com.br/carreira

Empresas Infraestrutura
Nuclear Empresa teria que honrar créditos com
BNDES e Caixa que somam cerca de R$ 6 bilhões
Eletrobras vê espaço
para ser ressarcida em
desistência de Angra 3
Fábio Couto
Do Rio
A Eletrobras vê espaço para ser
ressarcida caso seja obrigada a
honrar com os financiamentos
da usina nuclear Angra 3 numa
eventual desistência da implan-
tação da central. A companhia,
porém, trabalha com o cenário de
que a usina será concluída e ava-
lia que a continuidade das obras
não depende de inclui-la no Pro-
grama de Aceleração do Cresci-
mento (PAC), que será lançado na
sexta-feira (11), no Rio de Janeiro.
A empresa é a garantidora dos
financiamentos junto ao Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) e à
Caixa Econômica Federal, da or-
dem de R$ 6 bilhões. Porém, se-
gundo Wilson Ferreira Junior,
presidente da Eletrobras, a em-
presa só seria acionada para hon-
rar a dívida para a construção de
Angra 3 caso a Eletronuclear, do-
na da usina, não pudesse cum-
prir com os pagamentos.
Porém, conforme destacou o
vice-presidente de regulação e re-
lações institucionais da Eletro-
Brasil precisa de R$ 118 bi para distribuir combustíveis
Conjuntura
Kariny Leal
Do Rio
A distribuição de combustíveis
no país precisa de R$ 118,5 bilhões
em investimentos até 2035 para
atender o crescimento da deman-
da de derivados, de acordo com le-
vantamento do Instituto Brasileiro
de Petróleo e Gás Natural (IBP) em
parceria com a consultoria Leggio.
As projeções de oferta e demanda
de diesel, gasolina e etanol seguem
as tendências econômicas do país,
conforme estudo, que testou como
deve evoluir o cenário caso não ha-
ja esse montante de investimentos.
O trabalho será apresentado nesta
quinta-feira (10) na Rio Pipeline,
evento da indústria de energia
promovido pelo IBP.
“Sugerimos esse valor de inves-
timentos a partir da visão do cres-
cimento de demanda e olhando
para a totalidade dos combustí-
veis”, diz Marcus D’Elia, sócio da
Leggio. “Queremos entender on-
bras, Rodrigo Limp, a companhia
não é o devedor principal, e sim a
Eletronuclear, controlada pela
estatal Empresa Brasileira de Par-
ticipações em Energia Nuclear e
Binacional (ENBpar). Com a pri-
vatização, a Eletronuclear foi
transferida para a ENBpar pois a
atividade nuclear é monopólio
da União. A Eletrobras, como par-
te do processo de privatização,
fez um aporte de cerca de R$ 3,5
bilhões na Eletronuclear, ficando
com 36% de participação na esta-
tal de energia nuclear.
Para Limp, a empresa entende
que poderia buscar, posterior-
mente, o ressarcimento dos recur-
sos após aportar as garantias. Além
disso, avalia, em tese, a empresa
não seria obrigada a ofertar di-
nheiro para o descomissionamen-
to da nuclear. Limp salientou que a
empresa teria que realizar estudos
49,98%
é fatia da Eletrobras
em Belo Monte
pesquisa. Entre as propostas, está a
expansão da ferrovia Rumo Malha
Norte, que permitiria que produ-
tos da refinaria de Paulínia (SP)
chegassem a preços competitivos
aoCentro-Oeste,entrandonoMato
Grosso e competindo com a cadeia
do Pará. Na região Sul, a sugestão é
a construção do duto entre São
Francisco do Sul (SC) e Araucária
(PR),que usaria a mesmafaixa do já
existente Ospar, da Transpetro, que
recebe o petróleo de navios e envia
para a refinaria do Paraná. A pro-
posta é de um duto maior que o
atual e que movimente também
derivados, não só petróleo.
Agenda Tributária
Mês de Agosto de 2023
Data de vencimento: data em que se encerra o prazo legal para pagamento dos tributos administrados pela
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil.
Data de
Vencimento
Diária Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Rendimentos do Trabalho
Tributação exclusiva sobre remuneração indireta
Rendimentos de Residentes ou Domiciliados no Exterior
Royalties e Assistência Técnica - Residentes no Exterior
Renda e proventos de qualquer natureza
Juros e Comissões em Geral - Residentes no Exterior
Obras Audiovisuais, Cinematográficas e Videofônicas (L8685/93) -
Residentes no Exterior
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | B3
LEO PINHEIRO/VALOR
aprofundados dos cenários de
uma eventual desistência da usina.
Angra 3 tem investimentos esti-
mados em mais de R$ 20 bilhões
para conclui-la e R$ 13 bilhões pa-
ra desfazer tudo o que já foi feito
numa eventual desistência. A usi-
na tem 67% das obras concluídas.
Quando começou a circular a
informação de que Angra 3 não se-
ria incluída no PAC e que isso po-
deria significar um sinal de que o
governo desistiria da usina, as Wilson Ferreira Jr., presidente da Eletrobras: perspectiva de zerar o passivo do empréstimo compulsório via acordos
ações da Eletrobras despencaram
na bolsa. As obras da planta foram consumidores industriais, para fi- que serão vendidas, no âmbito do pações, que somam cerca de 10%.
retomadas no fim de 2022 depois nanciar a expansão da oferta de plano de descarbonização da com- Porém, Belo Monte tem dívida da
de ficarem sete anos paradas por energia elétrica no Brasil. panhia. A expectativa é de que a ordem de R$ 28 bilhões.
irregularidades investigadas pela A vice-presidente financeira e companhia receba proposta para Como a Eletrobras adquiriu a
Lava-Jato. “É um projeto de suma de relações com investidores da o ativo ainda neste mês de agosto. hidrelétrica Santo Antônio, em
importancia, esperamos que seja companhia, Elvira Presta, afir- Ele não pôde afirmar qual é o Rondônia, assumindo passivo da
concluído. A especulação é sempre mou ainda que o estoque de pro- ativo em questão. A meta da em- ordem de R$ 20 bilhões, não seria
ruim. [Antes, a especulação era de visões no balanço relativo ao em- presa é de alcançar a marca de saudável para a sua disciplina fi-
seria excluída do programa; ago- préstimo compulsório deve che- carbono zero na geração até nanceira fazer o mesmo em Belo
ra] já há especulação de que será gar abaixo dos R$ 20 bilhões até o 2030 e, para isso, anunciou a ven- Monte. Com dívida bruta de R$
colocada no PAC”, disse Ferreira. fim do ano. No segundo trimes- da de usinas movidas a gás natu- 56 bilhões, a Eletrobras estoura-
Ele também estima zerar todo o tre, a empresa reverteu cerca de ral e a carvão mineral. A empresa, ria a meta de alavancagem (rela-
passivo do empréstimo compulsó- R$ 1,8 bilhão em provisões do porém, descartou interesse em ção entre dívida líquida e gera-
rio por meio de acordos judiciais
em dois anos. A empresa possui
cerca de 6.500 ações judiciais de
empréstimo compulsório.
Ferreira contou ainda que a Ele-
trobras já recebeu manifestação de
adquirir fatia da hidrelétrica de
Belo Monte, no Pará, detida por
outros sócios. Neoenergia, Ce-
ção de caixa) estabelecida em
três vezes caso assumisse a fatia
dos demais sócios na usina. A Ele-
credores da operação, lançada pe- interesse em uma das térmicas mig e Light, por exemplo, que- trobras é dona de 49,98% da Nor-
la Eletrobras nos anos 1960 junto a movidas a combustíveis fósseis rem vender as respectivas partici- te Energia, dona da hidrelétrica.
A descarbonização seria um
dos resultados dos investimentos
sugeridos pela pesquisa. O estudo
aponta que seria possível reduzir
17% das emissões de gases de efei-
to estufa gerados a partir da ca-
deia de suprimentos e com queda
de custo. A redução de emissões
seria possível por conta dos dutos,
que diminuiriam a dependência
de ferrovias e rodovias.
“A transição energética vai
além da troca de combustíveis.
Existem lugares [onde o trans-
porte é] feito por estrada de terra.
Existe a necessidade de mais in- 11 de Agosto às 10h | Hotel Fairmont
vestimentos”, diz Lima.
Código Período de Apuração
Tributos Darf*/GPS** do Fato Gerador (FG)
2063* FG ocorrido no mesmo dia
0422*
0473*
FG ocorrido no mesmo dia
” Abertura Mediadora Convidado especial
0481* ”
5192* ”
Fretes internacionais - Residentes no Exterior 9412* ” 

+ 





 
de existirão gargalos e, a partir
daí, testar a ampliação da infraes-
trutura nacional. Observamos
'%&
aumento da rede de dutos, cria-
ção de ferrovias e extensão das
existentes, além de novos portos
e a criação de mais capacidade
nos terminais existentes.”
Dos R$ 118,5 bilhões de investi-
mentos previstos, R$ 9,47 bilhões
seriam destinados à movimenta-
ção de líquidos no país. O valor vi-
ria de fontes privadas e públicas,
por meio de linhas de crédito, diz
Remuneração de direitos 9427* ”
Previdência privada e Fapi
Aluguel e arrendamento
9466*
9478*
”
”

'%*8 ('#%8 #%" &'8 "&'%# # 8 $%#&&#% ''( %
Outros Rendimentos
Pagamento a beneficiário não identificado 5217* FG ocorrido no mesmo dia
%'#%8 $%#('#% &$ &' !     "'%"' 
Diária Imposto sobre a Exportação (IE) 0107* Exportação, cujo registro da  $%&"'#%
! %& % 
declaração para despacho aduaneiro
tenha se verificado 15 dias antes. (%/&    #&#
Diária Cide - Combustíveis - Importação - Lei nº 10.336/01
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a
importação de petróleo e seus derivados, gás natural, exceto sob a forma
9438* Importação, cujo registro da
declaração tenha se verificado no
Diária
liquefeita, e seus derivados, e álcool etílico combustível.
Contribuição para o PIS/Pasep
mesmo dia.
Diária
Importação de serviços (Lei nº 10.865/04)
Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins)
5434* FG ocorrido no mesmo dia
Importação de serviços (Lei nº 10.865/04) 5442* FG ocorrido no mesmo dia
Diário (até 2 dias úteis Pagamento de parcelamento de clube de futebol - CNPJ - (5% da receita 4316** Data da realização do evento (2 dias
após a realização do
evento)
bruta destinada ao clube de futebol) úteis anteriores ao vencimento)
Até o 2º dia útil após a Contribuição do Plano de Seguridade Social Servidor Público (CPSS)
data do pagamento das
remunerações dos
servidores públicos
CPSS - Servidor Civil Licenciado/Afastado, sem remuneração
Data de vencimento do Reclamatória Trabalhista - NIT/PIS/Pasep
1684*
1708**
Julho/2023
Mês da prestação do serviço
tributo na época da
ocorrência do fato
gerador (vide art. 10 do 



 









D’Elia. A estrutura ferroviária, que
é um investimento multisetorial,
# "'%
representa R$ 109 bilhões do total
e melhoraria a logística para ou-
tros produtos. “As ferrovias muitas
vezes têm investimentos públicos
e privados. Os portos usualmente
são feitos por investidores priva-
dos, enquanto os dutos podem re-
ceber recursos de ambos [públicos
e privados]. Esses investimentos
são conhecidos e muitos deles já





estão nos planos de infraestrutura
do governo”, diz D’Elia.
# %"#  1&
Valéria Lima, diretora de
downstream (refino e distribui-
ção) do IBP, cita a importância de
mapear investimentos: “Ainda
que o governo decida não inves-
tir, precisamos de programa de
concessões e de condições para
investir. Existem interessados.”
O investimento em infraestrutu-
ras de alto volume diminui o custo
total do abastecimento, conclui a
ADE Corat nº 9, de 2023)
Reclamatória Trabalhista - CEI
Reclamatória Trabalhista - CEI - pagamento exclusivo para outras
2801**
2810**
”
” %',%#   & )  0&#  ("#%  !"'#% # 4 (.-#
entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.)
Reclamatória Trabalhista - CNPJ 2909** ” # &'# # #  "%# &%'#%  $%&"' 
Reclamatória Trabalhista - CNPJ - pagamento exclusivo para outras 2917** ”
entidades (Sesc, Sesi, Senai, etc.)
10 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Cigarros Contendo Tabaco (Cigarros do código 2402.20.00 da Tipi) 1020* Julho/2023
10 Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Outros Rendimentos
Juros de empréstimos externos 5299* Julho/2023
Fonte: Secretaria da Receita Federal
Obs.: Em caso de feriados estaduais e municipais, os vencimentos deverão ser antecipados ou prorrogados de acordo com a legislação de regência

8 &%'#%8 ')&'  !$%"#% &# 8 ')&'8
$%&"'#%   ("#%  
COMUNICADO – A Celesc Distribuição S.A. informa que a empresa CLARO S.A., CNPJ
nº 40.432.544/0001-47, foi a única empresa que apresentou interesse em compartilhar
infraestrutura nos trechos: MORRO DO FERRAZ, GAROPABA/SC; MORRO DA BELA
#"%  $( .-#  #%'(% #!$ '
VISTA, JARAGUÁ DO SUL/SC e MORRO DA MAE LUZIA, MARACAJÁ/SC, como contra-
partida solicitada pela Celesc através de chamada pública, publicada nos jornais POR- && !$#%'"' )"'# "#  359267
TAL NSC DC e Valor Econômico nos dias 24, 25 e 26 de julho. Fica a referida empresa,
através desse comunicado, notificada em comparecer na sede da Celesc Distribuição
em Florianópolis para tratar da efetiva ativação do compartilhamento de infraestrutura. Realização Mídia Parceira Apoio
Maiores esclarecimentos devem ser endereçados à: Celesc Distribuição S.A. Depar-
tamento de Telecomunicações e Compartilhamento – DPTC. Divisão de Engenharia
de Telecomunicações – DVET. Av. Itamarati, 160. Bairro Itacorubi. CEP 88034-900.
Florianópolis/SC. Florianópolis, 08 de agosto de 2023. A Diretoria
B4 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Empresas Indústria
Petroquímica Spreads internacionais seguem pressionados por demanda em ritmo lento e sobreoferta
Ciclo de baixa mais longo desafia Braskem
Stella Fontes
De São Paulo
O ciclo de baixa da indústria
petroquímica global será mais
longo do que o esperado e segui-
rá pressionando os resultados
dos produtores, em particular
daqueles que estão expostos a
matérias-primas com custos me-
nos competitivos, como a Bras-
kem. A expectativa, agora, é de
recuperação gradual dos spreads
petroquímicos em 2024, com
normalização somente em 2025.
“O cenário é de ciclo de baixa,
mas um ciclo de baixa atípico”,
disse ontem o presidente da
Braskem, Roberto Bischoff. “Qua-
se metade da demanda global es-
tá impactada de uma forma que
é incomum considerando-se a
última década, com a convergên-
cia de menor crescimento da de-
manda global e entrada de novas
capacidades”, observou.
Nesse ambiente e na esteira
de nova provisão relativa ao
afundamento do solo em bair-
ros de Maceió (AL), de pouco
mais de R$ 1 bilhão, a compa-
nhia brasileira encerrou o se-
gundo trimestre com prejuízo lí-
quido atribuído aos acionistas
de R$ 771 milhões, com queda
de 45% na comparação anual.
A receita líquida no trimestre
foi 30% menor (R$ 17,76 bi-
lhões), o resultado operacional
Vendas e receita em baixa MRV&Co apresenta Meteoric tem projeto
derrubam lucro da Gerdau perda líquida ajustada de terras raras em MG
Siderurgia
Ana Luiza Tieghi
De São Paulo
O volume de vendas de aço da
Gerdau, que caiu 12% no segun-
do trimestre, na comparação
com o mesmo período de 2022, e
1,5% sobre janeiro a março, deve
ficar estável pelos próximos dois
ou três trimestres, na análise do
presidente Gustavo Werneck. Ele
participou de teleconferência de
resultados nesta quarta-feira (9).
Após esse período, a expectativa
da é de um cenário mais favorável
de demanda no Brasil. Contam a
favor o esperado anúncio do PAC,
que só deve trazer resultados em
2024, uma retomada dos lança-
mentos imobiliários e novas linhas
de transmissão de energia. Cerca
de 10% das vendas nacionais vão
para construtoras imobiliárias.
A companhia sofreu impacto no
segundo trimestre da deterioração
da demanda por aços longos, pla-
nos e especiais no Brasil e nos mer-
cados da América do Norte. O re-
cuo nas vendas, no consolidado,
foi de 9,6% em volume físico. Na re-
ceita líquida, a queda foi de 20,5%,
para R$ 18,26 bilhões, na compa-
ração com mesmo trimestre 2022.
Em decorrência de menor volume
comercializado e retração nos pre-
ços do aço nesse período, a side-
rúrgica encerrou o trimestre com
retração de 50,1% no lucro líquido
ajustado, de R$ 2,14 bilhões.
No mercado brasileiro, a Ger-
dau teve recuo de 12% nas vendas
totais — 10% a clientes locais e
18% nas exportações. A receita lí-
Movimento falimentar
Falências Requeridas
Requerido: Bakefoods Brasil Indústria e Co-
mércio de Alimentos Ltda. - CNPJ:
15.715.540/0001-29 - Endereço: Alameda Áfri-
ca, 685, Bairro Tamboré, Santana de Parnaíba/sp
- Requerente: Thorio Comércio de Geradores Ltda.
- Vara/Comarca: 2a Vara Regional de Competên-
cia Empresarial e de Conflitos Relacionados À Ar-
bitragem da 1ª, 7ª e 9ª Rajs/SP
Requerido: Belo Horizonte Refrigerantes Ltda.
- CNPJ: 02.091.715/0001-22 - Endereço: Rua Vin-
te e Sete, Nº 1444, Bairro Veneza - Requerente:
Audrey Killer Costa Amorim - Vara/Comarca: Va-
ra Empresarial de Ribeirão Das Neves/MG
Requerido: Heftos Óleo e Gás Construções S/A
- CNPJ: 34.125.700/0001-24 - Endereço: Av. Das
Nações Unidas, 12901, 21º Andar, Cjto. 2102, Se-
tor Parte D, Edifício Torre Norte, Bairro Brooklin
Paulista- Requerente:PaferComércio eRepresen-
tações Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Falências
e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP
Requerido: Wasco Indústria e Comércio Ltda. -
CNPJ: 01.859.648/0001-80 - Endereço: Rua Flor
de Noiva, 800, Bairro Quinta da Boa Vista - Reque-
rente:NacionalAçosIndustrialLtda.-Vara/Comar-
ca: 1a Vara Regional de Competência Empresarial e
de Conflitos Relacionados À Arbitragem da 1ª, 7ª e
9ª Rajs/SP - Observação: Pedido redistribuído.
(Ebitda) recorrente recuou 82%,
para R$ 703 milhões, e o prejuí-
zo operacional antes do resulta-
do financeiro, de R$ 1,64 bilhão,
foi o maior para esse intervalo.
Com a forte redução do Ebitda, a
alavancagem financeira chegou
a 7,9 vezes em junho, de 3,86 ve-
zes três meses antes.
“Reduzimos nossas estimati-
vas de volume e spreads para a
Braskem, e estamos supondo
uma recuperação mais gradual
até a metade do ciclo”, escreveu o
analista Vicente Falanga, do Bra-
desco BBI. O banco reduziu de
R$ 34 para R$ 28 o preço-alvo pa-
ra as ações da petroquímica, com
recomendação neutra.
Conforme Bischoff, para ame-
nizar os efeitos desse ciclo inco-
mum, a companhia adotou uma
agenda de fortalecimento da in-
dústria química brasileira, já
apresentada ao ministro da Fa-
zenda, Fernando Haddad.
Dentro de casa, tem buscado
mais eficiência operacional e re-
dução de custos. Até agora, al-
cançou 54% do programa que
prevê impacto positivo de
US$ 450 milhões no Ebitda e de
US$ 500 milhões no caixa com es-
sas iniciativas e identificou a pos-
sibilidade de ganhos adicionais
de US$ 100 milhões.
A operação brasileira da Bras-
kem foi a que mais sofreu no tri-
mestre, com queda de demanda,
quida teve retração de 24,5%.
A reforma tributária, cré a em-
presa, também deve ajudar a resol-
ver a falta de competitividade na
exportação de aço. Segundo Wer-
neck, 20% da capacidade no país é
voltada à exportação. “Nossa ex-
pectativa é que a partir do final do
ano, e mais consistentemente em
2024, esses programas se tradu-
zam em retomada de demanda”.
Jogando contra o desempenho
da empresa no país está o alto índi-
ce de importação de aço, com pe-
netração de 17%. “Temos enorme
preocupação com a quantidade de
produtos chineses no mercado
mundial”, disse Werneck. Ele afir-
mou que é preciso iniciativas que
garantam competição justa. “Não
dá para competir com aço subsi-
diado por alguns governos”. E
aponta ainda importações indire-
tas, via máquinas e equipamentos,
que afetam a demanda local.
O preço do aço deve se manter
estável nos próximos meses, de
acordo com ele. Já o custo de pro-
dução da Gerdau deve cair no Bra-
sil a partir deste terceiro trimestre
e de forma mais forte no final do
ano, de acordo com o vice-presi-
dente executivo de finanças da
Gerdau, Rafael Japur. O motivo é a
queda no preço do carvão.
A operação da América do Norte,
responsável por 32,4% das vendas e
46,1% do Ebitda, deve manter mar-
gens estáveis nos próximos trimes-
tres, diz Werneck. As vendas caíram
13% no trimestre .A produção de
aços especiais na região tem mostra-
do bom desempenho, mas no Brasil
a situação é oposta, com paradas de
produção das montadoras.
Falências Decretadas
Empresa: Alm Comércio de Peças Para Cami-
nhões Ltda. Me, Nome Fantasia Centro Oeste
Peças Para Caminhões - CNPJ:
33.068.115/0001-77 - Endereço: Av. Itrio Corrêa
da Costa, 537, Bairro Vila Salmen - Administrador
Judicial: O Próprio Administrador Judicial da Re-
cuperação Judicial Rescindida, Dr. Vinicius Carlos
Cruvinel - Vara/Comarca: 4a Vara de Rondonópo-
lis/MT - Observação: Recuperação judicial convo-
lada em falência.
Empresa: Boisul Carnes Ltda. - CNPJ:
93.733.293/0001-05 - Endereço: Linha Ely, S/nº,
3º Distrito, Farroupilha/rs - Administrador Judi-
cial: Rdv Administração de Falências e Recupera-
ções Judiciais Ltda., Representada Pelo Dr. Sa-
muel Radaelli - Vara/Comarca: Vara Empresarial
de Caxias do Sul/RS
Empresa: C. F. Casa de Carnes Ltda. Me, Nome
Fantasia Casa de Carnes Boisul - CNPJ:
07.572.208/0001-24 - Endereço: Rua Luiz Miche-
lon, 1810, Sala Térrea, Bairro Nossa Senhora de
Lourdes-AdministradorJudicial:RdvAdministra-
ção de Falências e Recuperações Judiciais Ltda.,
Representada Pelo Dr. Samuel Radaelli - Vara/Co-
marca: Vara Empresarial de Caxias do Sul/RS
Empresa: Casa Norte Brasil Comércio de Ma-
teriais de Construção Ltda. - CNPJ:
15.565.011/0001-96 - Endereço: Av. Djalma Ba-
“O cenário é de ciclo
de baixa, mas ciclo
de baixa atípico”
Roberto Bischoff
Incorporação
De São Paulo
A MRV&Co teve no segundo
trimestre crescimento de 214,8%
no lucro líquido atribuível aos
acionistas, na comparação com
o mesmo período do ano passa-
do, de R$ 181 milhões. Entretan-
to, o indicador ajustado aponta
para prejuízo líquido de R$ 20
milhões, queda de 109,3% sobre
os R$ 217 milhões de lucro no
segundo trimestre de 2022.
O diretor-financeiro, Ricardo
Paixão, explica que a diferença se
dá pela contabilização de ganhos
em operações de equity swap
(troca de fluxos de caixa futuros)
e de marcação de dívida.
Segundo ele, a margem bruta
melhorou no trimestre, mas não
o suficiente para evitar o prejuízo
líquido sem esses fatores. A mar-
gem da MRV&Co foi de 22,2%, al-
ta de 2,8 pontos percentuais.
A companhia registrou receita
operacional líquida de R$ 1,82 bi-
lhão, alta de 14%. Desse total,
R$ 1,77 bilhão vem da área de in-
corporação imobiliária brasileira,
com as marcas MRV e Sensia. A hol-
ding MRV&Co tem ainda a Luggo,
de imóveis para renda, a urbaniza-
dora Urba e a Resia, subsidiária
americana de imóveis para renda.
A holding teve queima de cai-
xa de R$ 145 milhões no trimes-
tre, recuo de 81,6% sobre a quei-
ma de R$ 789 milhões de janeiro
a março. Contribuiu para isso a
venda de um empreendimento
da Resia por US$ 77 milhões. Já
sobre o segundo trimestre de
tista, 1119, Bairro São Geraldo - Administrador Ju-
dicial: A Própria Administradora Judicial da Re-
cuperação Judicial Rescindida, Norte Brasil Con-
sultoria e Administradora Judicial, P/ Dr. Luciano
A. Tavares - Vara/Comarca: 3a Vara de Ma-
naus/AM - Observação: Recuperação judicial con-
volada em falência.
Empresa: Cumaru Indústria e Comércio de
Móveis Ltda. - CNPJ: 17.302.754/0001-07 - En-
dereço: Av. Cosme Ferreira, 5329, Bairro Aleixo -
Administrador Judicial: A Própria Administrado-
ra Judicial da Recuperação Judicial Rescindida,
Norte Brasil Consultoria e Administradora Judi-
cial, P/ Dr. Luciano A. Tavares - Vara/Comarca: 3a
Vara de Manaus/AM - Observação: Recuperação
judicial convolada em falência.
Empresa: E. C. Casa de Carnes Ltda. Me, No-
me Fantasia Carnes Boisul - CNPJ:
21.640.468/0001-10 - Endereço: Rua Luiz Mi-
chelon, 1810, Sala 02, Bairro Nossa Senhora de
Lourdes - Administrador Judicial: Rdv Admi-
nistração de Falências e Recuperações Judi-
ciais Ltda., Representada Pelo Dr. Samuel Ra-
daelli - Vara/Comarca: Vara Empresarial de Ca-
xias do Sul/RS
Empresa: Oftalnorte Ótica Ltda. - CNPJ:
15.811.979/0001-55 - Endereço: Rua Henrique
Martins, 523, Centro - Administrador Judicial:
A Própria Administradora Judicial da Recupe-
ração Judicial Rescindida, Norte Brasil Consul-
LEO PINHEIRO/VALOR
produção e vendas e forte entra-
da de produtos importados com
custo mais competitivo. En-
quanto as vendas de resinas da
companhia no Brasil recuaram
10%, para 789 mil toneladas, as
2022, houve uma piora de
142,3% na queima de caixa.
No recorte da incorporação
nacional, a queima foi de R$ 79,8
milhões, piora de 23,5% sobre o
mesmo período do ano passado,
mas melhora de 34% sobre o pri-
meiro trimestre. “Temos expecta-
tiva de ser geradores de caixa ao
longo do segundo semestre e no
mínimo neutro no acumulado
do ano”, afirma Paixão.
Até junho, a queima na incor-
poração foi de R$ 200,6 milhões,
metade da registrada no primei-
ro semestre de 2022.
A margem bruta de novas ven-
das da incorporação da MRV su-
biu 6,7 pontos em um ano, para
31,7%, o que deve contribuir para
os resultados futuros. “Nossa ten-
dência é de melhora de margem,
lucro e caixa”, afirma.
O novo teto do Minha Casa, Mi-
nha Vida, que subiu para R$ 350
mil, fez a parcela da produção da
empresa que se enquadra no pro-
grama aumentar de 63% para 92%.
A empresa “certamente” vai
aumentar seus lançamentos no
segundo semestre, em relação ao
primeiro, segundo o executivo.
Nos seis primeiros meses, foram
R$ 1,9 bilhão em novos projetos
de incorporação, queda de
38,3%, e R$ 2,3 bilhão na holding,
queda de 41,2%. “Estamos fazen-
do na medida que sentimos de-
manda do mercado”, diz.
De janeiro a junho, a MRV&Co
registrou lucro líquido de R$ 212
milhões, alta de 58%. O indicador
ajustado foi de R$ 25 milhões,
queda de 91,2%. A receita cresceu
7,3%, para R$ 3,5 bilhões. (ALT)
toria e Administradora Judicial, P/ Dr. Luciano
A. Tavares - Vara/Comarca: 3a Vara de Ma-
naus/AM - Observação: Recuperação judicial
convolada em falência.
Processos de Falência Extintos
Requerido: Blue Ii Spe Planejamento, Promo-
ção, Incorporação e Venda Ltda. - CNPJ:
05.496.314/0001-40 - Requerente: Eduardo Eu-
frásio de Abreu - Vara/Comarca: 2a Vara de Fa-
lências e Recuperações Judiciais de São Paulo/SP
- Observação: Pedido julgado improcedente.
Requerido: Greenp Comércio e Recuperação de
Resíduos Ltda. - CNPJ: 11.417.699/0001-06 - En-
dereço: Rodovia Jornalista Francisco Aguirre
Proença, S/nº, Km 15,8, Bairro Jardim Paviotti -
Requerente: Banco Sofisa S/A - Vara/Comarca: 2a
Vara de Monte Mor/SP - Observação: Homologa-
do acordo celebrado entre as partes.
Recuperação Judicial Requerida
Empresa: Vitale Comércio e Representação de
Produtos de Higiene Ltda. - CNPJ:
30.933.973/0001-44 - Endereço: Quadra Qna 02,
Lote 04, Loja 02, Taguatinga Norte - Vara/Comar-
ca: Vara de Falências e Recuperações Judiciais do
Distrito Federal, Brasília/DF
Empresa: Vitale Farmácia de Manipulação Lt-
da. ME - CNPJ: 06.209.385/0001-88 - Endereço:
Shc/sul Cl Quadra 303, Bloco D, S/nº, Loja 09, Asa
exportações cederam 26%, a 171
mil toneladas. A margem Ebitda
recorrente ficou em 3%, de 12%
um ano antes.
“Isso leva à queda de taxa de
ocupação. Na média, as opera-
ções brasileiras da Braskem estão
rodando 10 pontos percentuais
abaixo das operações nos Estados
Unidos”, disse o vice-presidente
de Finanças, Suprimentos e Rela-
ções Institucionais da compa-
nhia, Pedro Freitas, acrescentan-
do que o trimestre também foi
marcado por forte desestocagem
nos transformadores locais, que
são clientes da petroquímica.
Conforme o executivo, o cenário
global para o setor é pior do que o
esperado e a expectativa de recu-
peração gradual dos spreads entre
o primeiro e o segundo trimestres,
com alguma aceleração no segun-
do semestre, não se confirmou.
“Não estamos vendo uma recu-
peração da indústria chinesa, o
que afeta a precificação global de
produtos petroquímicos, e a de-
manda segue mais fraca”, expli-
cou. Historicamente, o consumo
global de polietileno (PE) cresce a
uma taxa de 3,5% ao ano. Em
2023, porém, deve ficar em 2,7%,
ao mesmo tempo em que o mer-
cado recebe 7 milhões de tonela-
das adicionais da resina, equiva-
lentes a 6% ou 7% do mercado.
Além das turbulências do ci-
clo de baixa, o problema geoló-
Mineração
Cibelle Bouças
De Belo Horizonte
A companhia australiana Me-
teoric Resources, assinou ontem
um protocolo de intenções com
o governo de Minas Gerais para
investir R$ 1,5 bilhão, no prazo
de três anos, em um projeto de
extração de terras raras em argila
iônica, no município de Poços de
Caldas, no sul de Minas Gerais.
A empresa prevê começar a
extração de argila iônica em
2026. O projeto compreende 51
processos minerários. A previsão
é que o projeto gere 700 empre-
gos diretos e 1,5 mil indiretos.
Conforme informações da
companhia, o Projeto Caldeira é
o depósito de terras raras de argi-
la iônica de maior grau do mun-
do. A argila iônica contém ele-
mentos de terras raras pesados
(térbio, disprósio, hólmio, érbio,
túlio, itérbio e lutécio), que po-
dem ser aplicados na produção
de equipamentos de geração de
energia renovável (turbinas eóli-
cas, células fotovoltaicas), ímãs,
baterias de longa duração, fo-
guetes espaciais, equipamentos
médicos, catalisadores para refi-
no de petróleo, entre outros.
A empresa estima que os recur-
sos minerais na região sejam três
a quatro vezes maiores do que
outros polos de terras raras. A Me-
teoric estima que a área tenha re-
cursos minerais compatíveis com
409 milhões de toneladas, com
concentração de 1 mil partes por
milhão de elementos pesados,
Sul - Vara/Comarca: Vara de Falências e Recupe-
rações Judiciais do Distrito Federal, Brasília/DF
Recuperação Judicial Deferida
Empresa: Ana Rita Domingues Marquez, Em-
presária Individual - CNPJ: 50.688.871/0001-
18 - Endereço: Rodovia Mt 100, Estrada do Peba
a 21 Km, S/nº, Zona Rural, Luciara/mt - Admi-
nistrador Judicial: Trevisan & Salles Júnior Ad-
vogados Associados, Representada Pelo Dr.
João de Souza Salles Júnior - Vara/Comarca: 4a
Vara de Rondonópolis/MT
Empresa: Companhia Industrial de Celulose e
Papel - CNPJ: 13.004.304/0001-79 - Endereço:
Av. Alfredo Bandeira de Melo, S/nº, Rodovia Br
101 Norte, Km 29, Bairro Agamenon Magalhães
- Administrador Judicial: Vivante Gestão e Ad-
ministração Judicial Ltda. - Vara/Comarca: 2a
Vara de Igarassu/PE
Empresa: Matilde Maria da Mota Soares, Em-
presária Individual - CNPJ: 50.712.338/0001-
44 - Endereço: Rodovia Mt 100, Km 10, S/nº, Zona
Rural, Luciara/mt - Administrador Judicial: Trevi-
san & Salles Júnior Advogados Associados, Re-
presentada Pelo Dr. João de Souza Salles Júnior -
Vara/Comarca: 4a Vara de Rondonópolis/MT
Empresa: Ondunorte Companhia de Papéis e
Papelão Ondulado do Norte - CNPJ:
10.808.699/0001-74 - Endereço: Av. Alfredo
Bandeira de Melo, S/nº, Rodovia Br 101 Norte, Km
gico em Alagoas voltou a pres-
sionar o balanço. A Braskem já
desembolsou R$ 8,2 bilhões em
diferentes ações e iniciativas re-
lacionadas ao afundamento do
solo em bairros de Maceió e ain-
da tem cerca de R$ 6 bilhões
provisionados, de forma que a
conta já supera os R$ 14 bilhões.
Em relação ao programa de
compensação financeira para os
moradores que tiveram de ser
realocados, mais de 99% das pro-
postas foram apresentadas e,
destas, 95% já foram aceitas. “Es-
tamos a caminho de concluir o
programa”, disse o executivo.
No segundo trimestre, a com-
panhia reconheceu uma provi-
são relativa ao acordo de R$ 1,7
bilhão recém-firmado com a
Prefeitura de Maceió — deste va-
lor, R$ 700 milhões já estavam
reconhecidos no balanço. Há
ainda uma ação civil pública,
movida pelo Estado de Alagoas,
em andamento.
“Com relação à ação do Estado
de Alagoas, a gente tem uma parte
dentro da provisão, mas não há
convergência de entendimento so-
bre a maior parte do pleito”, afir-
mou, acrescentando que não é
possível afirmar se haverá custos
adicionais relacionados a Alagoas.
“A expectativa que temos é que as
grandes questões já estão contem-
pladas nos acordos”, afirmou. (Co-
laborou Felipe Laurence)
sendo mais de 200 milhões de to-
neladas com 3 mil partes por mi-
lhão de teor de concentração.
A Meteoric contratou em ju-
nho a Organização Australiana
de Ciência e Tecnologia Nuclear
para ajudar nos testes metalúr-
gicos no Projeto Caldeira.
Em março, a Meteoric Resour-
ces fechou um acordo com o
grupo Togni para adquirir o Pro-
jeto Caldeira, em Poços de Cal-
das. Com isso, passou a ter direi-
to exclusivo para explorar e mi-
nerar terras raras nas 21 licenças
de mineração e 9 pedidos de li-
cença que compõem o projeto.
A Meteoric se comprometeu a
pagar adiantamentos anuais de
US$ 5 milhões à Togni, de 10 de
abril de 2023 a 2 de abril de 2026.
Após o início da produção, a aus-
traliana vai pagar à empresa um
royalty de 4,75% com base no va-
lor de óxido de terras raras refe-
renciado pelo preço livre na Chi-
na livre de impostos (FOB).
De acordo com dados do Mi-
nistério de Minas e Energia, o Bra-
sil tem a terceira maior reserva de
terras raras do mundo, com 21
milhões de toneladas. Os maiores
depósitos estão na China (44 mi-
lhões de toneladas) e no Vietnã
(22 milhões de toneladas).
Atualmente, a extração realiza-
da no país é pequena e a partir
das reservas remanescentes da
produção de monazita em uma
unidade desativada em Buena, no
Rio de Janeiro. Mas existem estu-
dos de viabilidade de mineração
em Araxá, Morro do Ferro (MG),
Serra Verde (GO), Pitinga (AM),
Foxfire (BA) e Energy Fuels (BA).
29, Bairro Agamenon Magalhães - Administrador
Judicial: Vivante Gestão e Administração Judicial
Ltda. - Vara/Comarca: 2a Vara de Igarassu/PE
Empresa: Organização Pedrosa Pontes S/A
Pontesa,NomeFantasiaHotelMarBelo-CNPJ:
10.423.176/0001-00 - Endereço: Av. Alfredo Ban-
deira de Melo, S/nº, Rodovia Br 101 Norte, Km 40,
Bairro Agamenon Magalhães - Administrador Ju-
dicial: Vivante Gestão e Administração Judicial Lt-
da. - Vara/Comarca: 2a Vara de Igarassu/PE
Empresa: Ppa Pernambuco Participações e
Assessoria S/A - CNPJ: 35.627.223/0001-68 -
Endereço: Av. Alfredo Bandeira de Melo, S/nº,
Rodovia Br 101 Norte, Km 41, Bairro Agamenon
Magalhães - Administrador Judicial: Vivante
Gestão e Administração Judicial Ltda. - Va-
ra/Comarca: 2a Vara de Igarassu/PE
Empresa: R F P Transportes Ltda. - CNPJ:
03.790.624/0001-48 - Endereço: Av. Vinte e
Cinco de Julho, 2770, Pavilhão 02, Bairro Videi-
ra, Flores da Cunha/rs - Administrador Judicial:
Dr. Ernesto Flocke Hack - Vara/Comarca: Vara
Empresarial de Caxias do Sul/RS
Empresa:RicardoLuizdaMotaSoares,Empre-
sário Individual - CNPJ: 50.637.950/0001-08 -
Endereço: Rodovia Mt 100, Km 08, S/nº, Zona Ru-
ral, Luciara/mt - Administrador Judicial: Trevisan
& Salles Júnior Advogados Associados, Represen-
tada Pelo Dr. João de Souza Salles Júnior - Va-
ra/Comarca: 4a Vara de Rondonópolis/MT
 Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | B5

Empresas Serviços&Tecnologia

InvestigaçãoExecutivo que trabalhou na varejista por mais de 20

DIVULGAÇÃO

anos “quer deixar claro” que não se envolveu em nenhuma fraude

Ex-CEO da Americanas muda

estratégia e deve falar à CPI
Raphael Di Cunto
De Brasília
Acusado pela atual direção da
Americanas de participar de uma
fraude no balanço da empresa, o
ex-CEO da empresa Miguel Gu-
tierrez mudou de estratégia, am-
pliou sua banca de advogados
para assessora-lo na Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI)
da Câmara dos Deputados e,
após se recusar a prestar depoi-
mento aos parlamentares, agora
se mostra disposto a falar.
A virada na estratégia jurídica
ocorreu na segunda-feira, quando
Gutierrez enviou uma petição à
CPI para dizer que gostaria de
prestar depoimento “na primeira
oportunidade” e por videoconfe-
rência ao perceber que “a lacuna
deixada pela ausência de seu de-
poimento precisa ser suprida com
maior celeridade”. Se dispôs tam-
bém a falar em sessão aberta, com
a ressalva de que, neste caso, não
poderá compartilhar informações
sigilosas da empresa.
Ele faltou à comissão na sema-
na anterior com o argumento de
que está fora do país para trata-
mento médico e impossibilitado
de viajar e que, por isso, só pode-
ria participar presencialmente
depois de 25 de agosto. Dias an-
tes, tinha pedido ao Supremo Tri-
bunal Federal (STF) a possibilida-
de de faltar à oitiva e, se obrigado
a comparecer, ficasse calado.
Advogado que o assessora nas
questões criminais, Paulo Vieira,
da Vieira Rezende Advogados,
afirmou ao Valor que Gutierrez
“quer deixar claro” que está à dis-
posição dos parlamentares, que
não se envolveu em nenhuma
fraude e não sabia de erros con-
tábeis da empresa. O movimento
contou com a contratação de um
escritório especializado, o MJAB
Advogados, que atuará direta-
mente na CPI com os sócios Mar-
cos Joaquim e Fernanda Burle.
A disposição em falar à CPI ge-
rou expectativa entre os parla-
mentares de que Gutierrez acu-
sará os acionistas de referência
da empresa (o trio Jorge Paulo Le-
mann, Alberto Sicupira e Marcel
Telles) em seu depoimento, até
por ter citado Sucupira na peti-
ção. Mas seu advogado afirma
que Gutierrez não tinha conheci-
mento de fraudes e participará
para “contribuir com seu conhe-
cimento sobre o varejo” e “expli-
car a governança e os processos
decisórios” da Americanas.
“Infelizmente, o Miguel aca-
bou sendo acusado na Câmara,
mas isso foi um desvio da CPI. En-
tendo que lá não é o lugar apro- Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, ampliou sua banca de advogados
priado para isso”, disse Vieira.
“Não vamos cometer o mesmo nar como um tribunal”, afirmou. do em geral a real situação de re-
erro. Vamos ser respeitosos com O atual CEO da Americanas, sultado e patrimonial da compa-
os deputados e cumprir a função Leonardo Coelho, acusou Gutier- nhia”. As declarações ocorreram
da CPI, que é tentar compreender rez e a antiga diretoria de frauda- junto com a revelação de e-mails e
como funcionavam os processos, rem as demonstrações financeiras documentos internos e a divulga-
como funcionava a governança, da empresa. Entregou documen- ção de um fato relevante ao merca-
o que pode ter acontecido de er- tos à CPI, em junho, que, segundo do em que admite a existência de
rado, qual era a experiência dele ele, revelam “os esforços da direto- fraude que teria levado a um rom-
e como corrigir esses processos ria anterior para ocultar do Conse- bo financeiro superior a R$ 20 bi-
regulatórios E não fazer funcio- lho de Administração e do merca- lhões com contratos forjados.

Curta
Smart Fit volta ao azul
A Smart Fit obteve lucro líqui-
do de R$ 284 milhões no segun-
do trimestre, revertendo prejuí-
zo de R$ 40 milhões de um ano
atrás. A receita líquida da rede
de academias somou R$ 1,04 bi-
lhão entre abril e junho, um
crescimento de 51,2%. O desem-
penho da companhia foi impul-
sionado pelo aumento de 24%
na base de clientes, para 4,27
milhões, e de 12% na base de
academias, somando 1.259 uni-
dades. A empresa destaca que
até o início de agosto já foram
inauguradas 54 academias.
Hapvida perde 116 mil usuários, mas receita cresce 12%
Plano de saúde
Beth Koike
De São Paulo
A Hapvida, maior operadora
de planos de saúde do país, viu
sua receita crescer 12,4% para
R$ 6,8 bilhões, apesar da redução
de 116 mil usuários de convênio
médico no segundo trimestre.
Esse desempenho é fruto da
política da companhia, iniciada
neste começo de ano, de priorizar
margem, mesmo que essa ação
represente perda de clientes co-
mo ocorreu neste último trimes-
tre. Entre maio e junho, o reajuste
médio dos planos de saúde em-
presariais da companhia foi de
16,2%. No total, a Hapvida tem 9
milhões de beneficiários de con-
vênio médico, com um tíquete
médio de R$ 245, o que represen-
ta uma alta de 12,2%.
“Parte da perda da carteira se
deve à otimização de portfólio
provocada pelos reajustes. São
contratos de grandes empresas e
PME em que os planos têm rede
credenciada, sobre as quais temos
um menor controle de custos e por
isso o reajuste é mais alto. Não ha-
via como manter esses planos”,
disse Maurício Teixeira, vice-presi-
dente financeiro e de relações com
investidores da Hapvida.
A taxa de sinistralidade ficou
em 73,9% entre maio e junho, uma
alta de 1,6 ponto percentual quan-
do comparada há um ano. Segun-
do Teixeira, o segundo trimestre
do ano passado foi um período de
baixa demanda de procedimentos
médicos, uma vez que houve uma
concentração de atendimentos no
começo de 2022 por causa de uma
onda de gripe e da variante ômi-
cron da covid-19, o que acabou re-
duzindo os atendimentos nos me-
ses seguintes. “Se compararmos
com o primeiro trimestre deste
ano, a sinistralidade subiu 1,6 pon-
to percentual, mas historicamen-
te, entre os dois trimestres, há uma
variação de dois ou três pontos
percentuais ”, disse Teixeira.
Na última linha do balanço, a
companhia reduziu seu prejuízo
contábil em 48,4% para R$ 161,1
milhões. O lucro líquido ajusta-
do ficou em R$ 221,6 milhões,
uma queda de 8%.
O lucro antes de juros, impos-
tos, depreciação e amortização
(Ebitda) ajustado foi de R$ 606,2
milhões, um aumento de 4,15%.
A margem caiu 0,7 ponto per-
centual para 8,9%.
No segundo trimestre, o endi-
vidamento ficou em R$ 5,2 bi-
lhões, o que representa uma que-
da de 2,8 vezes para 1,6 vez o
Ebitda quando comparado ao
mesmo período do ano passado.
A queda se deve à entrada de R$
1,1 bilhão da oferta subsequente
de ações (“follow on”) e de R$
1,25 bilhão da venda de dez imó-
veis (“sale leaseback”).

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B6 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

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B8 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Empresas Serviços&Tecnologia
Cogna reduz
Varejo de moda Reestruturação da companhia já reduziu dívida
líquida, que era de R$ 603 milhões há um ano, para R$ 380 milhões
Fechamento de lojas e inverno prejuízo em 53% e
mais quente afetam Marisa receita sobe 20%
Adriana Mattos
De São Paulo
Em processo de reestrutura-
ção, a varejista de moda Marisa
perde venda e ainda acumula
prejuízo maior que o de um ano
atrás, mas avança num conjunto
de medidas para tentar colocar o
negócio num novo rumo.
Segundo balanço publicado na
noite de ontem, a companhia teve
queda de 25% na receita líquida do
segundo trimestre, para R$ 555
milhões, reflexo do fechamento de
88 unidades deficitárias (um quar-
to da base total) a partir de março,
e de vendas de inverno afetadas
por temperaturas mais altas que o
previsto. A operação de varejo en-
colheu 21,6% e o Mbank, braço de
serviços financeiros, recuou 35%. A
rede conta hoje com 246 lojas.
O plano de reestruturação in-
cluiu também medidas como
corte de despesas, renegociação
de dívidas com bancos e de acor-
dos com fornecedores.
O prejuízo líquido consolida-
do alcançou R$ 63,4 milhões, alta
de 82% sobre a perda do ano an-
terior. A última linha do balanço
foi impactada pela redução de
receita e pelo resultado opera-
cional ainda negativo do braço
financeiro Mbank, que também é
foco da atual reorganização.
“Concluímos o plano de eficiên-
cia após terminarmos, no segundo
trimestre, o processo de redução
do parque de lojas. Reduzimos em
R$ 35 milhões as despesas de pes-
soal e gerais, com negociações
com fornecedores e contratos de
João Nogueira, da Marisa: “Conseguimos melhorar o giro de estoque”
aluguel”, diz João Nogueira, presi-
dente da Marisa. Ainda serão revis-
tos contratos com terceiros, para
reduzir outros R$ 15 milhões em
despesas nos próximos meses, so-
mando R$ 50 milhões.
Segundo ele, a ideia é “estabili-
zar a operação” e criar a estrutura
necessária para que a rede pare de
queimar caixa — como ocorre há
cinco anos — e passe a ser uma ge-
radora de caixa de forma contínua,
voltando a distribuir dividendos —
o último pagamento foi em 2015.
Ontem, a Marisa publicou seus
DIVULGAÇÃO
números considerando os efeitos
das despesas da reestruturação e
também expurgando esse impac-
to. Ao desconsiderá-lo, o lucro an-
tes de juros, impostos, amortiza-
ção e depreciação do varejo (Ebit-
da, da sigla em inglês) consolidado
atingiu R$ 23,6 milhões. Mas ao in-
cluir as despesas, há perda opera-
cional de R$ 36,7 milhões.
Por conta de temperaturas não
tão baixas neste inverno e pela rea-
dequação de estoques para um ne-
gócio com menos lojas, a margem
bruta do varejo foi afetada. Foi pre-
ciso fazer mais remarcações de
preços. “Vimos uma demanda ain-
da fraca, e o clima frio não veio tão
forte. Entramos nas liquidações
antes do mercado, e conseguimos
melhorar o giro de estoque, que
cresceu quase 20% sobre o segun-
do trimestre de 2022”, diz.
A queda na margem bruta foi
de 2,7 pontos, para 47,6%. Para
Nogueira, apesar do recuo, a me-
lhora no giro das coleções é ani-
madora, pelo efeito positivo que
traz para a linha de capital de gi-
ro da rede, logo, para o caixa.
A posição de caixa consolida-
da cresceu R$ 139 milhões no tri-
mestre, pelo maior giro de esto-
que e por causa do prazo menor
de pagamentos dos clientes.
A dívida líquida atingiu R$ 380
milhões em junho (era de R$ 603
milhões um ano antes). No segun-
do trimestre, esse número se redu-
ziu em R$ 81 milhões. A empresa
iniciou em fevereiro um processo
de alongamento de dívidas de cur-
to prazo com bancos.
Houve um evento no período
que afeta essa linha. No trimestre,
houve um aporte de R$ 90 milhões
no capital da subsidiária MPaga-
mentos, e com isso, a dívida do
Mbank manteve-se estável.
Nogueira diz que o fim da rees-
truturação abre espaço para um
foco maior no modelo de negócios
do grupo e ações para melhorar
produtividade. Uma delas, a ser
adotada este ano, envolve a criação
de um centro de operações que vai
monitorar, de forma remota, a ati-
vidade diária das lojas. Inicialmen-
te, 50 lojas serão monitoradas.
Educação
Beth Koike
De São Paulo
A Cogna, maior grupo de edu-
cação do país, voltou a ter cresci-
mento de receita, pelo sexto tri-
mestre consecutivo. Entre abril e
junho, a receita líquida atingiu
R$ 1,4 bilhão, alta de 20% quando
comparado ao mesmo período
de 2022. O prejuízo líquido atri-
buído aos sócios da controladora
caiu 53% para R$ 47,3 milhões,
no segundo trimestre.
O lucro líquido antes de juros,
impostos, depreciação e amorti-
zação (Ebitda) recorrente cres-
ceu 20% para R$ 426 milhões. Já
a margem caiu 1,9 ponto per-
centual para 28,4%. Com o au-
mento do Ebitda, a geração de
caixa operacional (pós investi-
mento) avançou 52% para R$
171 milhões. Assim, a alavanca-
gem da companhia foi de 1,98
vez o Ebitda — o menor patamar
desde 2020.
Roberto Valério, CEO da Cog-
na, informou que a prioridade da
companhia continua a ser a di-
minuição da dívida que, no quar-
to trimestre de 2020, chegou a
ser equivalente a 3,2 vezes o Ebit-
da. “A prioridade é usar o caixa
para baixar o endividamento,
mas não a ponto de reduzir in-
vestimento e comprometer o fu-
turo da companhia. Pode haver
algumas aquisições, mas são pe-
quenas, pontuais”, disse.
Referente à decisão desta se-
mana do ministro Gilmar Men-
des, do Supremo Tribunal Fede-
ral (STF), que diz que cursos de
medicina só podem ser abertos
por meio do Programa Mais Mé-
dicos, o executivo afirmou que
ainda não é possível mensurar o
impacto. A companhia também
tinha liminares pedindo abertu-
ra dessa graduação. “Considero
a decisão do ministro positiva
ao considerar o Mais Médicos
como o modelo ideal, faltava
clareza”, disse.
“O processo no STF demorou
muito mais do que prevíamos.
Muitos grupos entraram com li-
minares e pedimos também.
Mas ainda não dá para saber se
vão seguir adiante porque o tre-
cho da decisão que trata disso
não está muito claro”, comple-
mentou. Em sua decisão, o mi-
nistro informou que os proces-
sos que já tiveram documentos
analisados pelo MEC poderão
ser beneficiados.
Já na educação básica, Valério
informou que a suspensão de li-
vros didáticos pelo governo de
São Paulo não terá impactos re-
levantes para a Cogna, que é do-
na das editoras Ática, Scipione e
Saraiva.
A Kroton, braço de ensino su-
perior da Cogna, encerrou o se-
gundo trimestre com 983 mil
alunos, alta de 5,8%. Desse total,
361 mil são de cursos presen-
ciais e 622 mil, de graduação a
distância (EAD).
A taxa de evasão cresceu de
3,2 pontos percentuais para
12,9%, com aumento em cursos
presenciais e EAD. Há oito tri-
mestres, a companhia apura alta
no volume de alunos, o que aca-
ba gerando maior índice de de-
sistência.
 Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | B9

Empresas Serviços&Tecnologia

Inovação Facilidade de uso é diferença vital dos algoritmos de GenAI, diz chefe de tecnologia da AWS

‘IA generativa é a próxima grande virada’

João Luiz Rosa
De São Paulo
“Quem não está comprometi-
do com a inteligência artificial
generativa provavelmente está
perdendo algo. Porque essa é a
próxima grande virada [tecnoló-
gica]”, afirma Francessca Vas-
quez, vice-presidente global de
tecnologia da AWS, braço de
computação em nuvem da Ama-
zon e uma das maiores compa-
nhias do setor. Não que se trate
de um campo novo, ressalva a
executiva americana. Os algorit-
mos de IA generativa — que per-
mitem escrever textos, criar ima-
gens e fazer vídeos instantanea-
mente — baseiam-se em anos de
trabalho com outras aplicações
de inteligência artificial. Mas há
uma diferença vital: o acesso fácil
à tecnologia. “A IA generativa es-
tá afetando empresas e consumi-
dores de maneiras que não eram
possíveis anteriormente. Não im-
porta se você é um CEO, um pro-
gramador ou um usuário co-
mum, dá para participar dessa
transformação. É algo que veio
para ficar”, diz Vasquez.
Dados são o combustível da IA
generativa, ou GenAI, afirma a exe-
cutiva. Até 2025, prevê a consulto-
ria IDC, 175 zettabytes (ZB) de da-
dos precisarão ser armazenados.
Para comparar, em 2020 o total de
dados criados ou replicados no
mundo foi de 64 ZB. “A IA em geral
é uma das próximas revoluções,
mas isso devido à taxa de dados,
que está explodindo. Sem dados,
não há IA”, diz Vasquez, que esteve
recentemente em São Paulo.
A AWS está se preparando pa-
ra o cenário competitivo remo-
delado pela IA generativa. Em
abril, apresentou o Bedrock, um
serviço que permite às empresas
criarem seus próprios aplicativos
de inteligência artificial. Trata-se
de uma questão estratégica. Para
funcionar, os aplicativos de IA
precisam ser treinados em gran-
des bases de dados dentro de
modelos de linguagem. Existem
vários deles. O ChatGPT, por
exemplo, tem como modelo de
linguagem mais recente o GPT4,
ambos desenvolvidos pela star-
tup americana OpenAI.
Com o Bedrock, os clientes
podem submeter seus aplicati-
vos de IA generativa a diferentes
modelos de linguagem — in-
cluindo o Titan, da própria AWS,
e de terceiros —, explica Vas-
quez. O mais importante é que o
usuário não precisa ser um pro-
gramador para fazer isso, afirma
a executiva. “É nesse ponto que
vemos o real impacto da IA ge-
nerativa — quando ela não está
mais restrita a programadores
ou cientistas de dados. É um
ecossistema para todos”, diz.
Há duas semanas, ao anunciar
atualizações no Bedrock, a AWS
informou que vários clientes já
estão usando o serviço, incluindo
a empresa de investimento Brid-
gewater Associates, a editora de
guias de viagens Lonely Planet e a
companhia área Ryanair. O plano
é levar o Bedrock ao maior núme-
ro possível de países, diz a execu-
tiva. São 31 regiões de atuação no
mundo, sendo o Brasil uma delas.
O movimento da AWS mostra
como a IA generativa tornou-se
um elemento importante no bi-
lionário mercado de serviços na
nuvem. A tecnologia exige cada
vez mais capacidade de processa-
mento, o que aumenta a deman-
da pela infraestrutura de nuvem.
Três companhias lideram o se-
tor, que no primeiro trimestre
movimentou US$ 63,7 bilhões,
segundo dados da consultoria
Synergy Research. A AWS apare-
ce em primeiro lugar, com uma
fatia entre 32% e 34%, seguida da
Microsoft (23%) e do Google
(10%). Juntas, elas respondem
por 65% da receita total.
A competição está se esten-
dendo rapidamente para a Ge-
nAI. No início do ano, a Microsoft
investiu estimados US$ 10 bi-
lhões na Open AI, incorporando
a tecnologia do ChatGPT a seu
serviço de busca Bing. O Google,
Francessca Vasquez, vice-presidente de tecnologia da AWS, braço de nuvem da Amazon: apoio à diversidade
da Alphabet, respondeu com o
lançamento do chatbot Bard.
A AWS lançou uma acelerado-
ra de negócios para startups de IA
generativa. Entre as companhias
que receberam apoio, três são res-
ponsáveis por modelos de lin-
guagem incorporados ao Bedro-
ck: Anthropic, dos EUA; Stability
AI, do Reino Unido; e AI21 Labs,
de Israel. “Temos uma organiza-
ção global para startups, o que
ilustra como esse segmento é im-
portante para nós”, diz Vasquez.
Um dos maiores programas em
32%
é a fatia da AWS no
mercado global de
serviços de nuvem
atividade é o AWS Activate, que
concede incentivos a empresas
novatas interessadas na nuvem.
A rápida disseminação da IA ge-
nerativa tem despertado temores
sobre as possíveis consequências
de sua adoção. Em suas conversas
com diretores de tecnologia e de
informação, diz Vasquez, o ponto
que mais sobressai é a preocupa-
ção com a segurança dos dados.
Outra prioridade é como evi-
tar que a IA generativa dissemine
tratamentos discriminatórios ou
discursos de ódio. Na AWS, os sis-
temas detectam palavras ou fra-
ses que induzam a esse tipo de
comportamento, mas a questão
vai além de aspectos técnicos e
implica a formulação de políti-
cas e regulamentos para o uso de
dados, afirma a executiva. “Cada
país tem exigências diferentes
em relação à privacidade e sobe-
rania de dados. Temos conversa-
ROGERIO VIEIRA/VALOR
No Brasil
O Brasil é um país “incrivelmente
importante não só para a AWS, mas
eu diria que para a Amazon”, diz
Francessca Vasquez, vice-presidente
de tecnologia da empresa de
serviços na nuvem, que é controlada
pelo grupo americano de comércio
eletrônico. Pela quarta vez no país,
onde esteve dias atrás, a executiva
diz considerar o banco de talento dos
profissionais brasileiros um dos
principais atrativos. Desde 2017, a
companhia treinou mais de 500 mil
pessoas no país, como parte de um
programa que visa treinar 29
milhões de profissionais no mundo
em tecnologias de nuvem até 2025.
A AWS chegou ao Brasil em 2011.
Desde então, investiu mais de
US$ 3,8 bilhões (R$ 19,2 bilhões)
para construir e operar seus centros
de dados no país. A unidade AWS
América do Sul, localizada no Estado
de São Paulo, reúne o que a
empresa chama de três zonas de
disponibilidade, cada uma delas com,
no mínimo, dois centros de dados.
do com autoridades reguladoras presa. Mulher, negra e com so-
ao redor do globo não só para brenome hispânico, ela expressa
participar [desses esforços], mas a face renovada de um setor his-
obter retorno”, afirma. toricamente visto como reduto
Duas semanas atrás, a AWS foi masculino e branco. Na infância
uma das companhias que firma- e adolescência, Vasquez mudava
ram um compromisso com a Casa de cidade a cada dois anos para
Branca, comprometendo-se a ob- acompanhar a família de milita-
servar oito princípios no desenvol- res. “Você tem de viajar bastante,
vimento da IA generativa. A lista mas aprende a reconhecer a im-
inclui investir em pesquisas sobre portância de ter uma missão e da
os riscos sociais da tecnologia e comunidade”, diz.
permitir testes por especialistas in- Na AWS, Vasquez lidera uma
dependentes. Microsoft, Google e equipe distribuída por países que
OpenAI foram outras empresas falam mais de 30 idiomas dife-
que assinaram o acordo. rentes. “Sempre tentei cultivar a
A adoção responsável da GenAI diversidade de pensamento para
também é um dos pilares do cen- obter mais criatividade”, comen-
tro de inovação em IA Generativa
criado pela AWS, diz Vasquez, que
prevê o investimento de US$ 100
ta a executiva. “Qualquer empre-
sa que não tenha a diversidade na
vanguarda estratégica está abrin-
milhões nos próximos anos. do mão não só da capacidade de
A executiva ingressou na AWS impulsionar o desempenho dos
em 2017. Desde então, comanda negócios, mas de inovar, porque
os rumos da tecnologia na em- a inovação vem da diversidade.”

Balanço fraco derruba ação da CVC na bolsa Desempenho

Comportamento das ações da CVC e dados de balanço

Turismo companhia. Agora tem em mãos

Ana Luiza de Carvalho e Silvia Rosa
De São Paulo
A CVC, maior rede de agências
de turismo do país, mostrou um
balanço fraco no segundo trimes-
tre, com aumento de 76,1% do pre-
juízo líquido, para R$ 167 milhões.
A receita não saiu do lugar — re-
cuou 0,1%, para R$ 269,4 milhões,
em relação ao segundo trimestre
de 2022. Na B3, a CVC ON caiu
7,99%, a maior queda do Ibovespa.
Analistas do Bradesco BBI e do
Santander observaram que o re-
uma empresa capitalizada, após
follow-on (oferta subsequente de
ações) de R$ 550 milhões, que
trouxe de volta como acionista o
fundador Guilherme Paulus.
Ao Pipeline, site de negócios do
Valor, Godinho atribuiu o resulta-
do negativo do trimestre a descon-
tos excessivos em algumas vendas
e à comercialização de produtos
exclusivos com menor rentabilida-
de como pacotes para eventos co-
mo Fórmula 1 e o Rock in Rio. A
margem do negócio foi afetada,
como mostra o “take rate” (percen-
tual da receita líquida sobre as re-
tre deste ano, a CVC tinha 18% me-
nos lojas físicas do que em 2019.
tem R$ 790 milhões de dívida e de-
ve fazer uma amortização de R$ 75
3,060 3,01
3,03
R$ 166,9 milhões
foi o prejuízo líquido da CVC
Nesta quarta-feira, a CVC infor- milhões em debêntures nos próxi- 2,972
no segundo trimestre, um
mou que a tendência de fecha- mos 60 dias. 2,90
aumento de 76% sobre as perdas
2,884
mento de lojas deve ser revertida Apesar de ter um caixa de R$ 646 de um ano antes
nos próximos 12 a 18 meses. O pla- milhões, engordado após o “follow- 2,796
no, segundo a companhia, é reali- on”, Godinho afirma que não há
nhar a rentabilidade de franquea- previsão de acelerar a amortização 2,708
R$ 269,4 milhões
foi a receita líquida do grupo
dor e franqueados. das debêntures, cujo vencimento 2,65 de abril a junho, praticamente
Para o CEO, a queda da taxa bá- foi alongado até 2026. Por enquan- 1/ago 3/ago 7/ago 9/ago estável (-0,1%) em relação a
sica de juros vai ajudar a impulsio- to, os recursos levantados com a 2023 igual período de 2022
nar as vendas, já que a maior parte oferta de ações devem ser usados
é parcelada, além de contribuir pa- para capital de giro e crescimento Variações Valor de mercado
ra a queda do custo da dívida da das operações. “Vamos buscar a re- No dia Em 12 meses R$ 2% foi o avanço das reservas
companhia, que hoje é de CDI dução da alavancagem financeira -7,99% -62,52% 1,2 bilhão confirmadas, que somaram
R$ 3,8 bilhões
mais 5% ao ano. Após a renegocia- com crescimento de receita e corte
ção com credores em abril, a CVC de despesas”, afirma. Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data.

sultado foi fraco, aquém do espe- servas) de 7,5% — foi de 7,6% no se-
rado e que a visibilidade da recu- gundo trimestre do ano passado.
peração da companhia é baixa. A pandemia, que paralisou o se-
Fábio Godinho, que assumiu co- tor de turismo por mais de dois
mo presidente da CVC em junho, anos a partir de 2020, impactou a
está em sua terceira passagem pela rede de lojas. No primeiro trimes-
AES BRASIL ENERGIA S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/ME nº 37.663.076/0001-07 - NIRE 35.300.552.644
RESUMO DA ATA DE REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Data, Hora e Local: 05/07/23, às 15h, por videoconferência, conforme o disposto no Estatuto
Social da Cia. Mesa: Francisco Morandi - Presidente; Carlos Pompermaier - Secretário.
Presença: Denise Damiani, Madelka McCalla, Bernerd Da Santos, Charles Lenzi, Eduardo de Sá,
Francisco Morandi, Franklin Feder, Jeffrey MacKay, Juan Rubiolo, Mauro Gentile e, por procuração,
a Sra. María Paz Cerda. Convidados: Ricardo Silvarinho e Alberto de Miranda, membros do Comitê
de Remuneração e Pessoas. Deliberações: (1.) Ante a vacância da posição de Diretor Presidente,
acumulada interinamente até o momento pelo Rogerio Jorge, e tendo tomado conhecimento da
renúncia apresentada pelo Alessandro Gregori ao cargo de Diretor Vice-Presidente Financeiro e
de Relação com Investidores, foi apresentada pelo Comitê de Remuneração e Pessoas proposta
para a eleição dos seguintes nomes para compor a Diretoria Estatutária da Cia. nos cargos de
Diretor Presidente e Diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relação com Investidores: (a) Para a
posição de Diretor Presidente foi indicado o Rogerio Jorge, brasileiro, divorciado, bacharel em
direito, portador do RG nº 25.926.376-X e inscrito no CPF/MF sob o nº 286.628.278-70; e (b) Para
a posição de Diretor Vice-Presidente Financeiro e de Relação com Investidores foi indicado o
Sr. José Ricardo Simão, brasileiro, casado, engenheiro, portador do RG nº 26.451.772-6 e inscrito
no CPF/MF sob o nº 223.582.588-57. (1.1.) Após os debates, foram ambos eleitos, por
unanimidade, para ocupar os respectivos cargos, tendo efeito a partir da presente data e com
mandato de 3 anos, renováveis por prazos adicionais e sucessivos, sem limitação, passando a
Diretoria a ser a composta pelos: Rogerio Jorge, José Ricardo Simão e Carlos Pompermaier.
Ato contínuo, o Conselho de Administração agradeceu ao Alessandro Gregori por suas
contribuições à Cia., desejando-lhe sucesso em seus próximos desafios. (2.) Fica consignado
que os Diretores ora eleitos tomarão posse dos seus respectivos cargos mediante assinatura dos
respectivos termos de posse lavrados em livro próprio, contemplando sua sujeição à cláusula
compromissória prevista no art. 47 do Estatuto Social, conforme previsto no Regulamento do
Novo Mercado da B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão, bem como que apresentaram declaração que fica
arquivada na sede da Cia. afirmando que: (i) não estão impedidos por lei especial ou
condenados por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato, contra
a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou condenados à pena criminal que vede, ainda
que temporariamente, o acesso a cargos públicos como previsto no § 1º do art. 147 da Lei nº 6.404,
de 15/12/76, conforme alterada (“Lei das Sociedades por Ações”); e (ii) atendem ao requisito de
reputação ilibada; não ocupam cargo em sociedade que possa ser considerada concorrente no
mercado (em especial, em conselhos consultivos, de administração ou fiscal); e não têm interesse
conflitante com a Cia. conforme estabelecido no § 3º do art. 147 da Lei das Sociedades por
Ações. Encerramento: Registrada sob o nº 303.565/23-8 em 28/07/23, por Maria Cristina -
Secretária Geral. A íntegra da ata será publicada no endereço eletrônico do jornal Valor Econômico
(https://valor.globo.com/valor-ri/atas-e-comunicados/).
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE COMPANHIAS
DE ENERGIA ELÉTRICA - ABCE
CNPJ 62.659.891/0001-40
Edital de Convocação
Ficam convocadas as associadas da Associação Brasileira de Companhias de Energia Elétrica - ABCE a reunirem-
-se em Assembleia Geral Extraordinária (“AGE”) que será realizada em 01.09.2023, virtualmente, via plataforma
MS Teams, às 10h, em primeira convocação e, em não havendo quórum, às 10h30, em segunda convocação,
independentemente de quórum, a fim de deliberarem sobre a seguinte ordem do dia: 1) Proposta de alteração
do estatuto social; 2) Alteração do jornal de publicação das convocações e dos documentos sociais; e 3) Outros
assuntos de interesse geral. As associadas deverão estar representadas na forma de seus atos societários e as
procurações deverão conter poderes especiais para participação na assembleia e ser apresentadas na secretaria
da ABCE com antecedência ao início da reunião.
São Paulo, 10 de agosto de 2023
Eduardo Vieira de Souza Barbosa
Presidente do Conselho de Administração
ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DE PARANAGUÁ E ANTONINA
AVISO DE HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
LEILÃO Nº 003/2022-APPA
O Diretor Presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina – APPA, no uso de
suas atribuições, e em consonância com o item 25.1.4 do Edital do Leilão nº 003/2022-APPA;
Cláusula Primeira do Convênio de Delegação de Competências nº 001/2019; do Art. 16 inciso
III da Lei nº 12.815/2013; do Art. 28 inciso IV da Lei nº 12.462/2011, combinado com o Art. 66
da Lei nº 12.815/2013, e;
Considerando que a empresa FTS Participações Societárias S.A., inscrita no CNPJ sob nº
23.033.661/0001-19, ofereceu a proposta vencedora no referido certame;
Considerando que a Comissão de Licitação de Áreas Portuárias – CLAP declarou a empresa FTS
Participações Societárias S.A. vencedora do Leilão nº 003/2022-APPA;
Considerando que a Comissão de Licitação de áreas Portuárias – CLAP declarou habilitada a
empresa FTS Participações Societárias S.A;
Considerando os Pareceres Jurídicos nos 110/2023 e 248/2023 de que os ditames legais foram
cumpridos;
Considerando a decisão da Diretoria Executiva da APPA, reunião realizada em 31 de março de
2023;
Considerando o que consta no protocolo nº 16.802.526-2, resolve:
HOMOLOGAR o procedimento de licitação e ADJUDICAR o objeto ao licitante vencedor da
área denominada PAR50, referente ao arrendamento de instalação portuária localizada no
Porto Organizado de Paranaguá/PR, para a movimentação e armazenagem de granéis líquidos,
conforme consubstanciado no Leilão nº 003/2022-APPA.
Paranaguá, 08 de agosto de 2023.
LUIZ FERNANDO GARCIA DA SILVA
Diretor Presidente
Empresa de Energia Cachoeira Caldeirão S.A.
(“Companhia”)
CNPJ/MF nº 17.200.920/0001-56 - NIRE nº 16.300.001.162
Extrato da Ata da Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
Realizada em 28 de Abril de 2023
1. Data, Hora e Local: Realizada em 28 de abril de 2023, às 11h00, excepcionalmente na filial da
Companhia, na Rua Werner Von Siemens 111, Codlog 44191-0, Prédio 22, Bloco A, Sala 26, Lapa
de Baixo, São Paulo/SP, CEP 05069-900. 2. Convocação e Presença: A reunião foi instalada com a
presença do Presidente do Conselho de Administração Sr. Luiz Otavio Assis Henriques e dos Conselheiros
de Administração Efetivos Sr. Henrique Manuel Marques Faria Lima Freire, Sra. Maria Clara Fonseca
de Oliveira Maia e Castro, Sr. Silvio Alexandre Scucuglia da Silva, Sr. Liyi Zhang e Sr. Evandro Leite
Vasconcelos. 3. Mesa: Assumiu a presidência dos trabalhos o Sr. Luiz Otavio Assis Henriques, que
escolheu a Sra. Sonia Aparecida Santos Tolava para secretariá-lo. 4. Ordem do Dia: O Sr. Presidente
informou que a presente reunião tinha por finalidade deliberar dentre outros assuntos de interesse
social sobre a Aprovação - Novo mandato da Diretoria da Companhia. 5. Deliberações: Os membros
do Conselho de Administração da Companhia, por unanimidade de votos e sem quaisquer reservas ou
ressalvas, deliberaram, dentre outros assuntos de interesse social, o quanto segue: 5.1. Aprovação -
Novo mandato da Diretoria da Companhia - Os membros do Conselho de Administração, reelegeram
por unanimidade e para o novo mandato, com efeitos a partir de 01.05.2023 até 30.04.2026: (a) o Sr.
Luiz Otavio Assis Henriques, brasileiro, casado, engenheiro, portador da Cédula de Identidade RG nº
10.454.182 SSP/SP e inscrito no CPF sob o nº 024.750.768-79, residente e domiciliado na Cidade de São
Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na Rua Werner Von Siemens 111, Codlog 44191-0,
Prédio 22, Bloco A, Mezanino, Bairro Lapa de baixo, CEP 05069-900, Cidade de São Paulo, Estado de
São Paulo, para o cargo de Diretor Presidente da Companhia, indicado pelo sócio EDP Energias do
Brasil S.A.; (b) o Sr. Lourival Teixeira dos Santos Sobrinho, brasileiro, casado, engenheiro eletricista,
portador do RG nº 719136-7 e inscrito no CPF sob o nº 592.924.661-00, residente e domiciliado na
Cidade de Fortaleza, Estado do Ceará, com endereço comercial na Rua Werner Von Siemens 111, Codlog
44191-0, Prédio 22, Bloco A, Mezanino, Bairro Lapa de baixo, CEP 05069-900, Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, para o cargo de Diretor Operacional e Técnico da Companhia, indicado pelo
sócio EDP Energias do Brasil S.A.; (c) o Sr. Fernando Fleischer Ferrari, brasileiro, administrador, casado,
portador da Cédula de Identidade RG nº 43.721.936-7, e inscrito no CPF/MF sob o nº 341.780.198-
21, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial na
Rua Funchal 418, 3º andar, Conjunto 2901, Bairro Vila Olímpia, CEP 04551-060, Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, para o cargo de Diretor Financeiro, indicado pelo sócio China Three Gorges Brasil
Energia Ltda.; e (d) o Sr. Sérgio Ricardo de Marcon Fonseca, brasileiro, engenheiro civil, casado,
portador da Cédula de Identidade RG nº 24.996.879-4, e inscrito no CPF/MF sob o nº 260.448.748-
93, residente e domiciliado na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, com endereço comercial
na Rua Funchal 418, 3º andar, Conjunto 2901, Vila Olímpia, CEP 04551-060, Cidade de São Paulo,
Estado de São Paulo, para o cargo de Diretor Administrativo, indicado pelo sócio China Three Gorges
Brasil Energia Ltda. Os Diretores ora eleitos, por declaração própria e conforme termos de posse anexos,
tomaram ciência de suas eleições e as aceitaram, declarando não estarem incursos em nenhum crime
que os impeçam de exercerem atividades mercantis. Nesse sentido, a Diretoria da Companhia prossegue
com a seguinte composição para o novo mandato, ou seja, até 30.04.2026: (a) Luiz Otavio Assis
Henriques - Diretor Presidente; (b) Lourival Teixeira dos Santos Sobrinho - Diretor Operacional e
Técnico; (c) Fernando Fleischer Ferrari - Diretor Financeiro; (d) Sérgio Ricardo de Marcon Fonseca
- Diretor Administrativo. 6. Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado e inexistindo qualquer
outra manifestação, foi encerrada a presente reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada
conforme, foi assinada por todos os conselheiros presentes. Presidente da Mesa: Senhor Luiz Otavio
Assis Henriques. Secretária da Mesa: Senhora Sonia Aparecida Santos Tolava. Conselheiros: Senhores
Luiz Otavio Assis Henriques, Henrique Manuel Marques Faria Lima Freire, Silvio Alexandre Scucuglia da
Silva, Liyi Zhang, Evandro Leite Vasconcelos e Senhora Maria Clara Fonseca de Oliveira Maia e Castro.
Declaro que a presente é cópia fiel extraída do original. Sonia Aparecida Santos Tolava - Secretária da
mesa. Junta Comercial do Estado do Amapá. Certifico registro sob o nº 20210052341 em 08/08/2023.
Protocolo 230194265 - 24/07/2023. Andréa da Silva Pimentel - Secretária-Geral.
B10 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Agronegócios
Logística Preços devem ficar abaixo do patamar
atual, mas serão superiores aos registrados no
mesmo período de 2022, projeta Esalq-Log
Atraso na colheita do
milho deve elevar o
nível do frete no 4ºtri
Fernanda Pressinott
De São Paulo
O mercado de fretes rodoviá-
rios para o transporte de produ-
tos agrícolas deve ficar aquecido
até setembro e depois tende a ter
preços menores até o início da
safra de verão, em fevereiro de
2024. Mas os valores médios co-
brados por motoristas e trans-
portadoras devem ser maiores
que os praticados no mesmo pe-
ríodo de 2022, de acordo com
projeções da Esalq-Log.
O motivo é que a segunda sa-
fra de milho está atrasada, com
apenas 64% da área colhida até o
dia 3 de agosto. No mesmo pe-
ríodo da safra passada, a colhei-
ta havia atingido 80%.
“Essas duas ou três semanas de
postergação na colheita são res-
Soja respondeu por 3% do desmate da Amazônia, diz Abiove
Moratória
Raphael Salomão
e José Florentino
De São Paulo
A Associação Brasileira das In-
dústrias de Óleos Vegetais (Abio-
ve) reforçou ontem — no mesmo
dia em que a Cúpula da Amazônia
foi encerrada — sua defesa de que a
soja não é um vetor significativo
do desmatamento do bioma. Ba-
seando-se em relatório recente da
Moratória da Soja, de maio, a enti-
dade destacou a redução das taxas
médias de desmatamento nos lo-
cais monitorados.
Segundo a Abiove, entre 2002 e
2008, a taxa média de desmata-
mento nessas regiões era de 10,6
mil km2 por ano. Entre 2009 e
2021, caiu para 2,9 mil km2 por
ano. Na visão da entidade, esse é
um indicativo de que a Moratória
Soja vem cumprindo seu papel.
“A moratória tem uma eficiên-
cia muito grande. Essa credibili-
dade é trabalho do grupo, com a
participação da sociedade civil”,
afirmou Bernardo Pires, diretor
de sustentabilidade da Abiove.
Os números mostram que desde
o início das medidas de controle até
a safra 2021/22, a área plantada fora
das regras da Moratória ficou em
192,7 mil hectares. O número é 31%
maior que o acumulado até a tem-
FGV vai propor bioeconomia no cálculo das contas nacionais
Conjuntura
Marcelo Beledeli
Para o Valor, de São Paulo
O Observatório de Bioecono-
mia da Fundação Getulio Vargas
(OCBIO-FGV) vai apresentar hoje
ao governo federal um estudo em
que propõe a inclusão do “PIB da
bioeconomia” no cálculo das con-
tas nacionais. O projeto poderia
colocar o Brasil entre os primeiros
países a mensurar adequadamen-
te o “fator verde” na economia.
Segundo o coordenador do
observatório, Daniel Vargas, o
atual cálculo do PIB não fornece
uma medida adequada para
avaliar fatores como a dimensão
econômica dos ativos ambien-
tais brasileiros e a renda que eles
geram. “Nem vícios nem benefí-
cios ambientais são computados
no PIB tradicional. Se uma in-
dústria compra um plástico para
embalar o seu produto e esse
plástico tem algum impacto am-
biental, o PIB não reconhece o
efeito econômico que essa po-
ponsabilidade também do atra-
so na [colheita da] soja. Com isso,
postergou-se o período de pico
do frete rodoviário”, afirmou Fer-
nando Bastiani, pesquisador do
Grupo de Pesquisa e Extensão em
Logística Agroindustrial da Esco-
la Superior de Agricultura “Luiz
de Queiroz” (Esalq/USP).
Com o atraso na colheita do
milho, o período em que os valo-
res do frete ficam mais aquecidos
também se estendeu.
“Com isso,
postergou-se o
período de pico do
frete rodoviário”
Fernando Bastiani
Plantação de soja no Pará; segundo Abiove, desde o início da Moratória até a safra 2021/22, a área plantada fora das regras somou em 192,7 mil hectares
porada2020/21,de147,112milhec-
tares. Segundo a Abiove, o número
acumulado até a safra 2021/22 re-
presenta menos de 3% dos 9,1 mi-
lhões de hectares desmatados na
Amazônia nesse período.
O presidente da Abiove, André
Nassar, disse ao Valor que, como
se trata de um dado acumulado,
tende a ser maior a cada ano. Ele
luição pode ter”, explica. “O PIB
tem um número, que é o preço
do plástico, mas não a relação
entre esse plástico e a natureza”.
Já os produtos que o Brasil ex-
porta, continua Vargas, embutem
uma série de serviços ambientais
que igualmente não entram nas
contas. “Se um produtor rural
tem 50% da sua propriedade pre-
servada, ele entrega para o consu-
midor um serviço ambiental em-
butido em seus produtos. E esse
serviço também não está contabi-
lizado no PIB”, complementa.
O estudo propõe o desenvolvi-
mento da Conta Nacional de
Bioeconomia (CNBio), que seria
desenvolvida pela integração de
contas econômicas e ambientais.
Essa integração ocorreria a partir
do uso das chamadas “contas-sa-
télite”, ou “contas temáticas”, ex-
tensões do Sistema de Contas
Nacionais (SCN) que permitem
ampliar a capacidade de análise
para campos além da economia.
“Já existem contas temáticas pa-
ra água, energia e terra, mas, no
caso brasileiro, os dados e os es-
Outro motivo para a expectativa
de preços mais firmes que os regis-
trados no mesmo período de 2022
é que as exportações de milho es-
tão muito aquecidas, observou
Bastiani. São 11,7 milhões de tone-
ladas comercializadas com o exte-
rior neste ano até julho. Nesse mes-
mo período de 2022 eram 10,4 mi-
lhões de toneladas.
Nesse cenário, o preço médio
do frete para transporte de
grãos, por exemplo, entre Sorri-
so (MT) e Miritituba (PA) em ju-
lho era de R$ 316,77 a tonelada.
Para agosto, a previsão é que fi-
que em R$ 336,10. Já para outu-
bro, deve cair para R$ 278,33 a
tonelada, mas acima dos R$ 266
do mesmo mês em 2022.
Na rota entre Ribeirão Preto
(SP) e Santos (SP), por onde são
transportados grandes carrega-
associou o crescimento nas sa-
fras mais recentes à maior área
plantada com soja e ao aumento
do desmatamento da Amazônia
de uma forma geral. “Desde
2021, o desmatamento só cresce.
Só vamos conseguir fazer essa ta-
xa cair quando o desmatamento
como um todo cair”, afirmou.
Além da Abiove, o Grupo de
DIVULGAÇÃO
“O Brasil pode ser
pioneiro na
mensuração do
‘fator verde na
economia”
Daniel Vargas
Efeito safra
Fretes rodoviários (em R$ por tonelada)
Sorriso (MT) -
Miritituba (PA)
Jul/22 326,51
Ago/22 318,51
Set/22 280,45
Out/22 266,00
Nov/22 266,41
Dez/22 299,19
Jan/23 261,78
Fev/23 317,27
Mar/23 287,03
Abr/23 299,67
Mai/23 295,52
Jun/23 299,85
Jul/23* 316,77
Ago/23* 336,10
Set/23* 314,92
Out/23* 278,33
Nov/23* 262,19
Dez/23* 254,06
0 350
Fonte: EsalqLog. *Projeção
mentos de açúcar, a média de ju-
lho foi de R$ 177,50 a tonelada.
Para agosto a previsão é de R$
184,42, e o pico deve ser atingi-
do em setembro com R$ 187,74
a tonelada, em média.
O transporte de açúcar está
particularmente muito aqueci-
do neste ano, com uma média
de 20% a mais nos valores prati-
cados todos os meses até julho,
na comparação com os respecti-
vos meses de 2022.
“Os preços internacionais do
açúcar incentivaram as exporta-
ções, com crescimento de 50%
em janeiro, por exemplo”, afir-
mou Sarah Barbosa, também
pesquisadora da EsalqLog.
Trabalho da Soja (GTS) responsá-
vel pela operação da Moratória,
inclui a Associação Nacional dos
Exportadores de Cereais (Anec) e
organizações da sociedade civil,
como o Greenpeace.
Para Cristiane Mazzetti, gesto-
ra ambiental da ONG, a Morató-
ria da Soja conseguiu um nível al-
to de sucesso quando compara-
paços de atuação dessas contas
são muito limitados”, diz.
De início, os dados sobre a
bioeconomia não seriam incluí-
dos no cálculo tradicional do PIB,
que obedece a um conjunto de
padrões internacionais que per-
mite a comparação do funciona-
mento das economias dos vários
países. Ainda assim, essa seria
uma possibilidade para o futuro.
“Como essa fusão vai ocorrer é
uma questão em aberto. Não esta-
mos preocupados com a ‘linha de
chegada’, mas em como exata-
mente vai se dar, em um momento
futuro, a fusão das contabilidades
ambiental e tradicional. O princi-
pal foco agora é mostrar o cami-
nho e como o Brasil pode formar
uma estrutura que nos permita in-
corporar, na nossa visualização da
atividade econômica, esses preços
ambientais”, afirma Vargas.
O Observatório de Bioeconomia
da FGV já avançou uma etapa nes-
se processo ao desenvolver o PIB da
Bioeconomia, que mapeia ativida-
des “bioeconômicas” dentro das
contas nacionais. Vargas acredita
Por
Ribeirão Preto (SP) -
Santos (SP)
Paranaguá (PR) -
Rondonópolis (MT)
148,00 255,75
161,72 236,04
167,21 280,00
Miritituba
160,00 283,33
PA
150,00 294,00
150,00 300,00
150,00 288,40 MT
180,83 246,00
178,88 242,00 Sorriso
186,67 212,00
Rondonópolis
165,00 222,18
Ribeirão
170,00 219,00 Preto
SP
177,50 224,20
184,42 249,76 PR Santos
Paranaguá
187,74 266,76
182,49 270,65
172,81 256,66
158,64 275,71
0 350 0 350
No caso do transporte de ferti- conflito, houve uma corrida pe-
lizantes, na rota porto de Parana- los insumos, o que fez o frete ro-
guá (PR) a Rondonópolis (MT), a doviário ficar em patamares ele-
previsão é de um pico de preços vados durante o ano todo.
em outubro, quando usualmen- “Enquanto a ida de grãos para
te chegam os carregamentos pa- os portos ficou aquecida, o frete
ra atender o plantio da safra de de retorno não acompanhou. Te-
verão. A projeção é de que alcan- ve caminhão voltando vazio, o
ce R$ 270,65 a tonelada. Em ju- que é raro”, comentou Bastiani.
lho, a média era R$ 224,20 a tone- O pesquisador disse também
lada, 12,3% menos que no mes- que os valores dos fretes ao longo
mo mês de 2022. de 2023 só não são maiores por-
Neste ano, até julho, a impor- que o custo de transporte re-
tação de fertilizantes recuou 16%, cuou. “O diesel caiu de R$ 7,50 o
uma vez que a compra pelos pro-
dutores voltou ao normal após
litro em média em 2022 para R$
5,20 agora. É uma redução signi-
um período de restrições decor- ficativa porque o combustível re-
rentes da guerra na Ucrânia. No presenta 40% do custo total dos
ano passado, com o início do transportes”, observou.
CLAUDIO BELLI/VALOR
da com iniciativas semelhantes.
Mesmo assim, a situação ainda é
preocupante, disse. “Ainda tem
soja em não conformidade en-
trando na cadeia. E nós estamos
cada vez mais próximos do pon-
to de não retorno da Amazônia”.
Segundo ela, há locais que ain-
da não são monitorados, como
assentamentos da reforma agrá-
ria e locais não florestais no bio-
ma. Outra preocupação é com o
que chama de “triangulação”.
“A pessoa está conforme as re-
gras, recebe de quem não está e es-
coa essa soja. Há empresas com
maior e com menor controle sobre
isso, mas é preciso avançar”, afir-
mou Cristiane Mazzetti.
O diretor de sustentabilidade
da Abiove, Bernardo Pires, afir-
mou que a entidade busca agre-
gar agentes de mercado à Mora-
tória. Segundo ele, até 2021, o
acordo integrava o equivalente a
80% do poder de compra de soja
na Amazônia. De lá, para cá, essa
proporção passou para 95%. “Nos
“Ainda há quem próximos dois ou três anos, em
empresas signatárias da Morató-
origina soja em não ria terão mais dificuldade de ne-
gociar com quem não assinar o
conformidade. Por compromisso. E quem estiver fo-
isso, precisamos ra, sai do mercado”, disse.
“Ainda há quem origina soja
trazer todo mundo” em não conformidade. Por isso,
precisamos trazer todo mundo”,
André Nassar acrescentou Nassar.
valor.com.br
Comércio
que o Brasil tem condições de ser
pioneiro na criação da “conta da
Exportação de café
bioeconomia”, o que poderia gerar subiu 18,7% em julho
ganhos de mercado ao país. As exportações de café somaram
Segundo ele, existe hoje no 2,99 milhões de sacas em julho,
mundo uma “corrida” entre três alta de 18,7% em relação ao
modelos de desenvolvimento e mesmo mês de 2022, quando o
mensuração da bioeconomia: o Brasil exportou 2,5 milhões de
da Europa, que investe seus es- sacas, segundo o Conselho dos
forços em biorrecursos, o da Exportadores de Café do Brasil
China, que centra seu foco em (Cecafé). A receita chegou a
biotecnologia, e o dos Estados US$ 627,8 milhões, alta de 5,2%.
Unidos, que fica no meio do ca-
minho entre os projetos euro- valor.com.br
peu e chinês. “Quem fizer isso
primeiro pode criar o padrão Balanço
que serviria de referência inter-
nacional para a contabilidade
Lucro da SLC teve
da bieconomia”, destaca. queda de 28%
Em março deste ano, o Bureau A SLC Agrícola, que atua na
produção e comercialização de
de Análise Econômica dos EUA
(BEA, na sigla em inglês) publi- grãos, algodão e sementes, além
cou um relatório que discutiu a
viabilidade de medir a bioecono-
de gado bovino, fechou o segundo
trimestre do ano com um lucro
mia no país a partir da criação de líquido de R$ 348,8 milhões,
uma conta satélite de bioecono-
mia. Esse estudo foi feito a pedi-
queda de 28,2% em comparação
com o resultado do mesmo
do do presidente americano, Joe período do ano passado.
Biden, em ordem executiva assi-
nada em setembro de 2022. valor.com.br

Agronegócios
Balanço Maior exportadora de carne bovina da América do Sul
lucrou R$ 120 milhões no segundo trimestre; receita recuou 13,4%
Baixa do preço da carne e China
fazem lucro da Minerva cair 71%
José Florentino
De São Paulo
Maior exportadora de carne bo-
vina da América do Sul, a Minerva
registrou uma queda de 71,6% em
seu lucro líquido no segundo tri-
mestre em comparação com o
mesmo período de 2022. O recuo
foi reflexo da redução do preço in-
ternacional da proteína e também
da “ressaca” causada pelo embar-
go da China à carne bovina brasi-
leira entre fevereiro e março deste
ano, segundo a empresa.
A Minerva teve lucro de R$ 120,7
milhões entre abril e junho. Um
ano antes, havia tido resultado lí-
quido positivo de R$ 424,7 mi-
lhões. A receita bruta da empresa
diminuiu em 13,4%, de R$ 8,962 bi-
lhões para R$ 7,8 bilhões. Já o lucro
antes de juros, impostos, deprecia-
ção e amortização (Ebitda) caiu
8,6%, para R$ 711,2 milhões. A
margem Ebitda ficou em 9,8%, aci-
ma dos 9,2% de um ano antes 9,2%.
O diretor financeiro da empre-
sa, Edison Ticle, destacou a geração
de caixa livre de R$ 191,3 milhões
no trimestre e a alavancagem (re-
lação entre dívida líquida e Ebitda)
em 2,7 vezes, mesmo após o paga-
mento de mais de R$ 200 milhões
em dividendos no período. Entre
abril e junho de 2022, a compa-
nhia estava alavancada 2,4 vezes.
A Minerva deve antecipar ou-
tros R$ 114 milhões em dividen-
dos até o fim de agosto.
Segundo Ticle, a margem Ebitda
tem se mantido acima de 9% há do-
ze meses, com mecanismos de ges-
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
“O jovem chinês tão de risco ajudando a equilibrar
as contas em um ambiente de forte
está aderindo volatilidade. Ele destacou que os
preços da proteína exportada caí-
a um consumo ram, em média, 20% em um ano.
mais Porém, as cotações já estariam
20% acima das observadas no pri-
ocidentalizado” meiro trimestre de 2023, e o volu-
me vendido também teria crescido
Fernando Galletti no comparativo entre trimestres
sequenciais. “Há sinais de retoma-
da da demanda da China”, disse.
No segundo trimestre, as ex-
portações representaram 63% da
receita da Minerva, ou R$ 5,1 bi-
lhões — queda de 19,8%. A China
respondeu por 35% da receita
dos embarques no trimestre, em
comparação com uma média de
37% nos últimos 12 meses.
“O jovem chinês está aderindo
a um consumo mais ocidentali-
zado”, disse o diretor-presidente
da Minerva, Fernando Galletti de
Queiroz. Ele projetou um au-
mento na demanda tanto por
carnes de maior valor agregado
quanto os mais baratos.
Por outro lado, o CEO fez ques-
tão de frisar a importância da di-
versificação geográfica da compa-
nhia para garantir a rentabilidade
em momentos de queda nos negó-
cios com a China. No trimestre pas-
sado, a empresa exportou volumes
maiores para destinos de grande
potencial, como o Oriente Médio.
Ambos mostraram otimismo
em relação aos próximos meses,
com perspectiva de recuo de juros
em países importadores, queda
dos estoques na China e alta da de-
manda no segundo semestre.
Do lado da oferta de bovinos, jo-
ga a favor da Minerva o ciclo positi-
vo na América do Sul, que deve sus-
tentar a oferta de gado em pata-
mares elevados por dois ou três
anos, projeta a empresa. Enquanto
isso, a baixa disponibilidade de
animais nos EUA deve abrir mais
espaço para as exportações sul-
americanas no mercado global.
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Por
Setor de lácteos
quer medidas para
frear importações
Comércio
Cibelle Bouças
De Belo Horizonte
Uma comitiva de produtores e
representantes do setor lácteo
irá a Brasília na próxima semana
para pedir mudanças na legisla-
ção de modo a frear as importa-
ções de produtos lácteos.
A comitiva que vai se reunir com
deputados terá representantes da
Frente Parlamentar de Apoio ao
Produtor de Leite, Associação Bra-
sileira de Produtores de Leite
(Abraleite), Confederação da Agri-
cultura e Pecuária do Brasil (CNA),
Organização das Cooperativas do
Brasil (OCB), Federação das Coope-
rativas Agropecuárias de Leite de
Minas Gerais (Fecoagro Leite Mi-
nas) e da CCPR , maior cooperativa
captadora de leite no Brasil.
O setor pede o estabelecimen-
to de critérios para análise das li-
cenças de importação de lácteos
e análises mais rigorosas da qua-
lidade dos produtos importados.
O setor defende a verificação
dos lotes, para saber se se enqua-
dram nos requisitos físico-quími-
cos e microbiológicos do Merco-
sul, já que os produtos importados
seguem regras diferentes de pro-
dução, rotulagem e exigências re-
ferentes à presença de alergênicos,
lactose, entre outros.
O país registra neste ano volume
recorde de importação de leite, o
que tem afetado a cadeia produti-
va nacional. Em junho, as importa-
ções dos principais derivados, co-
mo leite em pó, manteiga e creme
de leite, triplicaram, chegando a
| Valor | B11
205,5 milhões de litros — o que
equivale a 9,5% da produção na-
cional. O volume corresponde a
2,5 vezes a captação mensal da CC-
PR, informou a cooperativa.
O aumento da oferta derrubou
os preços. “Os pequenos e médios
produtores sofrem muito porque
o preço atual não traz viabilidade
econômica à atividade. Muitos es-
tão desistindo da atividade”, disse
em nota o presidente da CCPR,
Marcelo Candiotto.
Segundo o Censo Agropecuário,
existem no país 1,17 milhão de
propriedades produtoras de leite.
No primeiro trimestre deste ano, a
produção de lácteos recuou 1,5%
em relação ao mesmo período de
2022. No ano passado, a produção
caiu 4,8% em relação a 2021.
No dia 4, o setor já se reuniu
com a secretária de Comércio Ex-
terior, Tatiana Prazeres, para co-
brar medidas de proteção aos
produtores nacionais. Antes dis-
so, no dia 19 de julho, foi enviado
ao vice-presidente, Geraldo Alck-
min (PSB), um ofício pedindo
medidas imediatas em defesa da
pecuária leiteira nacional.
Na terça-feira, o ministro da
Agricultura, Carlos Fávaro, confir-
mou notícia antecipada pelo Valor
informando que o governo federal
vai comprar leite em pó de coope-
rativas e de produtores, como parte
dos esforços para garantir compe-
titividade aos produtores nacio-
nais. Ele também disse que o gover-
no vai verificar se todo o leite im-
portado da Argentina e do Uruguai
é mesmo produzido nesses países
ou se há triangulação para venda
de leite produzido na Europa.
B12 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

S TA N E E P S O N C E L E B R A M A
ENTREGA DE MAIS UM
EMPREENDIMENTO DE SUCESSO.

LAJES
CORPORATIVAS

DE
706M 2
FOTO REAL DA FACHADA

FOTO REAL DA VISTA DO 21O ANDAR

RUA BENTO FRIAS, 155 - CIDADE JARDIM

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Conjuntura Crédito Mercados
José Berenguer, do Início do ciclo de Ativos locais
Banco XP, vê maior cortes da Selic seguem mau
espaço para queda da deve ter pouco humor externo
Selic do que mercado efeito prático no e têm pregão
tem precificado C6 curto prazo C3 negativo C2
Valor C
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Balanços Após difícil primeira metade do ano, expectativa é de retomada gradual dos números

Bancos esperam segundo semestre melhor

Álvaro Campos e Mariana Ribeiro Afirmou ainda que o pico da ge- ele, o momento de redução da mercado, que temos de nos adap- lhor. O presidente, Milton Maluhy nário, a palavra de ordem “é cres-
De São Paulo ração de inadimplência já pas- rentabilidade é conjuntural, não tar e estamos nos adaptando. Mas Filho, disse ver “sinais muito posi- cer, mas de forma sustentável”.
sou e a tendência é de queda. estrutural, causado pelo aumento estamos trabalhando trimestre a tivos” e “avanços na direção corre- O CEO do BTG Pactual, Roberto
O primeiro semestre de 2023 “Passamos pelo pior.” da inadimplência e pelos resulta- trimestre para entregar um ROE.” ta na economia”. “No segundo se- Sallouti, também disse esperar ati-
não foi fácil para os grandes ban- O CEO do Bradesco, Octavio de dos negativos da margem com O Itaú vive uma situação dife- mestre a atividade deve arrefecer vidade mais robusta no mercado
cos. A inflação afetou a capacidade Lazari Jr, tentou passar uma men- mercado. “É lógico que existe uma rente, com o lucro renovando re- um pouco, mas o trabalho da equi- de capitais no segundo semestre.
de pagamentos das famílias, espe- sagem de recuperação gradual mudança de comportamento do cordes, e ainda assim também es- pe econômica e do Banco Central
cialmente as de baixa renda, e im- nos números do banco. Segundo cliente, de maior competição no pera um segundo semestre me- está na direção correta.” Nesse ce- Leia mais nas páginas C3 e C4
pulsionou a inadimplência e as
provisões para devedores duvido-
sos (PDD). Em empresas, o caso
Americanas causou estragos signi-
ficativos. Nesse cenário, Bradesco e
Santander foram mais afetados,
enquanto Itaú e Banco do Brasil
conseguiram navegar melhor. Seja
como for, todos esperam uma se-
gunda metade do ano mais positi-
va. Ainda que a atividade arrefeça
um pouco, a queda dos juros e ou-
tros fatores macroeconômicos me-
lhoraram as expectativas.
Juntos, Itaú, Bradesco, BB e
Santander tiveram lucro de
R$ 47,8 bilhões no semestre, com
queda de 7,2%. Separando o gru-
po, de um lado ficaram Itaú e BB,
com alta no lucro na primeira
metade do ano em relação ao
mesmo período de 2022. Do ou-
tro, Bradesco e Santander, com
queda nos ganhos no período.
A margem financeira dos qua-
tro bancos cresceu 13,5%, para
R$ 154,7 bilhões, mas a PDD su-
biu 57,3%, para R$ 62,4 bilhões.
Nesse contexto de deterioração
na qualidade dos ativos e juros
elevados, a carteira de crédito
subiu 7,1%, a R$ 3,6 trilhões.
Se o início do ano não foi anima-
dor — Bradesco e Itaú revisaram
para baixo algumas linhas do “gui-
dance” de 2023 —, há sinais mais
positivos no horizonte. De forma
geral, a inadimplência está perto
do pico do ciclo e a qualidade dos
ativos já começa a dar sinais de es-
tabilização e até alguma incipiente
melhora, depois do aperto no cré-
dito implementado desde o fim de
2021. Isso significa que as insti-
tuições devem achar espaço, em
alguns segmentos, para voltar a
ter um apetite por risco maior.
Além disso, se quando os juros
sobem os bancos levam um tempo
para repassar o custo aos clientes,
agora no cenário de queda das ta-
xas isso é diferente. O custo de cap-
tação diminui imediatamente, e os
bancos devem aproveitar para ele-
var seus spreads. Os juros só cai-
riam de forma mais acelerada na
ponta final se o cenário competiti-
vo estivesse mais apertado, o que
não é o caso. Em cartão de crédi-
to, por exemplo, muitos fizeram
um “mea culpa” e identificaram
um excesso de oferta, tirando for-
temente o pé do acelerador.
A queda da Selic também aju-
da os resultados de tesouraria, es-
pecialmente de Bradesco e San-
tander, que são mais sensíveis às
oscilações na curva de juros e so-
freram bastante desde 2022.
Um ponto que preocupa é a
fragilidade das receitas de tari-
fas. Com as mudanças estrutu-
rais e regulatórias vividas pelo
mercado nos últimos anos — e
uma pandemia no caminho —
essa linha nunca se recuperou
totalmente. A expectativa é que
agora, com a queda de juros, o
crédito cresça e leve consigo
produtos correlatos, os seguros
avancem e a volta dos mercados
de capitais impulsione a ativida-
de de banco de investimento.
Durante a apresentação dos
resultados, o presidente do San-
tander, Mario Leão, disse que a
instituição já começa a sentir os
efeitos positivos da maior seleti-
vidade no crédito adotada desde
o fim de 2021 e que o custo de
crédito segue melhorando com
a qualidade das novas safras.
C2 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Finanças
Ibovespa
Em pontos
122,8
120,7
118,6
118.408
118.082
116,5
20/jul/23
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Ativos Após alta de 0,14%, dólar volta a ficar acima de R$ 4,90;
investidores aguardam dados de inflação no Brasil e nos EUA
Mercado volta a ter pregão
negativo de olho no exterior
Matheus Prado, Gabriel Caldeira
e Gabriel Roca
De São Paulo
Os mercados locais exibiram va-
riação tímida ontem, ainda que
com viés negativo, não conseguin-
do se desvencilhar totalmente do
mau humor de investidores glo-
bais antes da divulgação de novos
dados de inflação nos Estados Uni-
dos, marcada para hoje. Por aqui, a
leitura do IPCA de julho, que será
divulgada nesta sexta-feira, tam-
bém pode ser um gatilho de curto
prazo para os ativos, na medida
em que agentes buscam calibrar
apostas para a continuidade do ci-
clo de flexibilização monetária.
A taxa do contrato de Depósito
Interfinanceiro (DI) para janeiro
de 2027 avançou de 9,97% para
10,01%. O dólar subiu 0,14% ante o
real, a R$ 4,9044, alcançando seu
maior patamar desde o dia 6 de ju-
lho. E o Ibovespa cedeu 0,57%, aos
118.408 pontos, acumulando sete
pregões consecutivos de quedas.
Antes das divulgações do CPI
americano e do IPCA para o mês
de julho, os ativos locais segui-
CitilucraR$867milhõesnosemestree
esperaretomadadomercadodecapitais
Álvaro Campos
De São Paulo
O Citi Brasil registrou lucro de
R$ 867 milhões no primeiro se-
mestre, uma queda de 10% na
comparação com igual período de
2022. A margem financeira subiu
9,4%, a R$ 2,423 bilhões, mas hou-
ve um aumento nas despesas, à
medida que o banco investe para
ampliar suas operações. Se na pri-
meira metade do ano a demanda
foi mais frágil, para o segundo se-
mestre a expectativa é de um cená-
rio bem mais positivo, com um
mercado de capitais mais ativo.
“Tivemos um primeiro semestre
sólido. Já esperávamos uma menor
atividade, tendo em vista o come-
ço do novo governo, as discussões
fiscais, o ambiente global de alta
nas taxas de juros. E ainda assim
aumentamos nossa margem fi-
nanceira, o que foi muito positivo”,
comenta o presidente do banco
no Brasil, Marcelo Marangon.
Os ativos do Citi cresceram
21,6%, a R$ 186 bilhões, o que o
coloca entre os dez maiores ban-
cos do país. A carteira de crédito
teve expansão mais tímida, de
2,5%, a R$ 44,970 bilhões, e Ma-
rangon diz que foi um problema
de demanda das grandes empre-
sas. “Nós somos muito seletivos,
criteriosos na escolha dos clientes.
E vimos uma menor demanda no
nosso mercado alvo, com muitas
empresas esperando para ver os
desdobramentos fiscais, esperan-
do a redução da inflação e a que-
da de juros. Agora, com essa nova
conjuntura que se desenha, espe-
ramos um segundo semestre bem
melhor. Nos últimos meses já co-
meçamos a ver a demanda se
aquecendo um pouquinho.”
Marangon diz que o “pipeline”
de transações vem se fortalecen-
do, com várias empresas esperan-
do o melhor momento para aces-
sar os mercados, os leilões de con-
cessões, privatizações, investimen-
to em infraestrutura. Em emissões
de dívida a melhora é mais gene-
Bolsas internacionais
Variações no dia 9/ago/23 - em %
Dow Jones -0,54
S&P 500 -0,70
queda de
Euronext 100
0,57%
0,75
DAX 0,49
CAC-40 0,72
Nikkei-225 -0,53
9/ago
SSE Composite -0,49
ram pressionados. Sem o apoio
do exterior, com os investidores
enxergando incertezas nos EUA,
na Europa e na China, e, conse-
quentemente, sem aportes do
estrangeiro até aqui em agosto,
a bolsa tem patinado. Pesam,
adicionalmente, contra a bolsa,
o mercado de ofertas, que é
competidor do secundário, e a
temporada de balanços fraca.
“A queda da inflação e o avanço
de pautas importantes em Brasília
ajudaram os ativos locais, com in-
vestidores naturalmente colocan-
do muita coisa antecipadamente
nos preços. Agora, os investidores
parecem precisar de novos gati-
lhos e o exterior, que ajudou nos
últimos meses, está atrapalhando.
A economia da China não enga-
tou, a europeia está patinando e
temos incertezas em relação aos
juros nos EUA”, diz Fernando
Bresciani, analista do Andbank.
Nem mesmo o leilão de US$ 38
bilhões de T-notes de dez anos, que
saiu com rendimento máximo de
3,999% e demanda acima da mé-
dia móvel recente, conseguiu ali-
viar os temores por lá. Havia expec-
Marangon diz que mercados ainda não captaram todo o potencial de melhora
ralizada, mas em ações ele acredi-
ta que as operações devem ficar
concentradas em ofertas subse-
quentes (follow-ons), com poucos
IPOs. “O fluxo mais forte de ofer-
tas primárias deve ser no primeiro
“Já esperávamos
atividade menor no
1º semestre. Nos
últimos meses
começamos a ver a
demanda aquecer”
Marcelo Marangon
Juros
DI-Over futuro - em % ao ano
Jan/2025
10,85
10,30
20/jul/23
tativa entre analistas para observar
como o mercado iria reagir às
emissões adicionais do Tesouro
dos EUA nesta semana, e até agora
não parece ter havido grande tur-
bulência na renda fixa americana.
O retorno da T-note de dois anos
encerrou a sessão em alta de 4,6
pontos-base, a 4,804%, e o rendi-
mento da T-note de dez anos caiu
1,9 ponto-base, a 4,014%. Em Wall
Street, o índice Dow Jones fechou
em queda de 0,54%, a 35.123,36
pontos, o S&P 500 recuou 0,70%, a
4.467,71 pontos, e o Nasdaq cedeu
1,17%, a 13.722,02 pontos.
No mercado de juros local, a
proximidade da divulgação do IP-
CA contribuiu para uma postura
mais cautelosa. No mercado de op-
ções digitais, as apostas em torno
de um corte de 0,5 ponto percen-
tual em setembro rondam os 79%,
1,17%
foi a queda do
Nasdaq no pregão
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR
semestre do ano que vem.” Fusões
e aquisições (M&A), que já esta-
vam mais aquecidas, devem con-
tinuar com bom desempenho.
O executivo explica que os mer-
cados ainda não captaram todo o
potencial de melhora decorrente
dos eventos recentes, como o novo
arcabouço fiscal, a reforma tribu-
tária, elevação de rating e queda da
Selic. “Temos visto o investidor es-
trangeiro bastante interessado,
antecipando discussões, mas ain-
da não vimos um crescimento
substancial nos fluxos. Óbvio que
ainda precisamos ver a concretiza-
ção de algumas coisas, do arca-
bouço, da reforma fiscal, talvez o
início de discussão da reforma ad-
ministrativa, mas acho que ainda
Dólar comercial
Cotação de venda - em R$/US$
Jan/2026
10,61
10,44
4,8023
9,89
10,07
31/jul 9/ago 20/jul/23
enquanto a chance de um corte de
0,75 ponto gira em torno dos 16%.
No entanto, se a história servir
de guia para a condução da políti-
ca monetária, o BC irá acelerar o
ritmo dos cortes em algum mo-
mento do ciclo. Segundo levanta-
mento da XP que levou em consi-
deração os últimos seis ciclos de
afrouxamento monetário desde
2003, o Copom reduziu os juros
em ritmo superior ao 0,5 ponto in-
dicado na ata em todos e cortou a
Selic mais do que o mercado e os
próprios economistas esperavam.
“Na pesquisa Focus, os econo-
mistas se surpreenderam com a ta-
xa Selic abaixo do que esperavam
no final do ciclo em todas as seis
ocasiões e, em todas, menos em
2003, não esperavam que o BC ace-
lerasse para corte de 0,75 ponto ou
mais por reunião”, afirmam os es-
trategistas Victor Scalet e André
Buzzini. Já para avaliar as expecta-
tivas do mercado, eles observaram
a curva de juros do dia após o pri-
meiro corte. “O BC também entre-
gou mais e em ritmo mais rápido
do que os mercados esperavam em
todas as ocasiões”, apontam.
não capturamos todo ‘upside’ das
medidas do primeiro semestre.”
Marangon, que mesmo no co-
meço do ano não esperava uma
crise de crédito — como boa parte
do mercado chegou a temer, na es-
teira do episódio Americanas —,
diz que ainda pode ter uma ou ou-
tra empresa com problemas, em
função de dificuldades específicas,
mas que não houve uma contami-
nação generalizada em nenhum
setor e não se observou uma retra-
ção muito além do esperado no
mercado de crédito. No Citi, o índi-
ce de provisionamento em relação
à carteira total ficou em 0,78%, de
0,58% na primeira metade do
ano passado. “Aumentou um
pouquinho, mas continua super
bem, não é algo que preocupa.”
Ele explica que a queda no lucro
e na rentabilidade do Citi Brasil —
que passou a 14%, de 17,5% — foi
motivada por dois fatores. O pri-
meiro é o aumento no patrimônio
líquido (que eleva o denominador
no cálculo do retorno); o segundo,
o crescimento dos gastos com pes-
soal e tecnologia. Essa rubrica teve
expansão de 23,1%, a R$ 917 mi-
lhões. No início do ano passado, o
Citi anunciou um plano para au-
mentar em 50% sua receita em três
anos. Para isso, vai investir ao me-
nos US$ 50 milhões em tecnologia
e expansão da equipe em 15%.
“No ano passado, nós contrata-
mos quase 200 pessoas, e este ano
mais 120. Esses fatores passam a
ser refletidos de maneira recorren-
te no nosso balanço. Mas até o fim
do ano a gente deve fazer grande
parte dos investimentos, tanto em
tecnologia como em pessoas —
que nos dão a sustentação para po-
der crescer —, e em 2024 o retorno
deve voltar aos níveis anteriores”,
expõe o presidente. Ele aponta que
em três anos os ativos do banco
cresceram 86%, o que garante um
balanço que lhe permite participar
de todas as operações no mercado
local, apoiar clientes e o diferencia
de outros bancos estrangeiros, que
têm operações menores no Brasil.
Índice de Renda Fixa Valor
Base = 100 em 31/12/99
4,9044
alta de
0,14%
em relação
ao real
1.953,23
9/ago 20/jul/23
Projeção do mercado para
inflação de serviços em
2024 diminui, mostra BC
Estevão Taiar
De Brasília
A projeção mediana do merca-
do para a inflação de serviços em
2024 diminuiu entre junho e agos-
to deste ano, de acordo com o
questionário pré-Copom, divulga-
do ontem pelo Banco Central (BC).
Na ata de sua última reunião, o
Comitê de Política Monetária afir-
mou que uma aceleração dos cor-
tes da Selic para 0,75 ponto per-
centual nas reuniões a partir de se-
tembro é “pouco provável”, por-
que “exigiria surpresas positivas
substanciais que elevassem ainda
mais a confiança na dinâmica de-
sinflacionária prospectiva”. En-
tre os três fatores que poderiam
levar à conquista dessa confiança
está “uma dinâmica substancial-
mente mais benigna do que a es-
perada da inflação de serviços”.
Segundo o questionário pré-
Copom, a estimativa, sempre me-
diana, para a inflação de serviços
em 2024 passou de 4,8% para
4,6%. O questionário foi enviado
para analistas em 21 de julho e
usado pelo BC para decidir so-
bre a Selic na reunião de agosto.
No caso dos serviços subjacen-
tes, que excluem do cálculo itens
com preços mais voláteis, a proje-
ção caiu de 4,9% para 4,6%. Tanto a
inflação de serviços cheia quanto
a de serviços subjacentes costu-
mam ser mais suscetíveis à ativi-
dade econômica e à política mo-
netária do que a inflação total.
Atualmente, para conduzir a ta-
xa básica de juros, o BC mira os
anos de 2024, principalmente, e
2025. Em ambos os casos, a meta
de inflação é de 3%, com intervalo
de tolerância de 1,5 ponto percen-
tual para cima ou para baixo. Na
frente fiscal, as estimativas para as
medidas de recomposição de re-
ceitas “apresentadas ou em discus-
são” pelo governo federal são de
impacto fiscal de R$ 40 bilhões em
2023 e R$ 65 bilhões em 2024.
CSU tem ganho de
R$ 20,5 mi no 2 o tri
Mariana Ribeiro
De São Paulo
A CSU Digital, de soluções tec-
nológicas para meios de paga-
mento, experiência do cliente e fi-
delização, registrou lucro líquido
de R$ 20,5 milhões no segundo tri-
mestre, uma alta anual de 16%. O
resultado é recorde para o período.
A receita líquida somou R$ 129,4
milhões, queda anual de 1,1%.
Na CSU Pays, divisão que en-
globa as soluções de serviços fi-
nanceiros, meios de pagamen-
tos, fidelidade, incentivos e “ban-
king as a service” (BaaS), as recei-
tas cresceram 5,9%, para R$ 83,5
milhões. Já na CSU DX, dedicada
à experiência digital, houve que-
da de 11,6%, para R$ 45,8 mi-
lhões. Diretor de relações com
investidores da CSU, Pedro Alva-
renga diz que os números mos-
tram resultados sólidos da com-
panhia e que as divisões apre-
sentam dinâmicas diferentes.
Na área de pagamentos, novos
produtos vêm sendo agregados
nos últimos anos e alguns fica-
ram prontos neste trimestre. No
período, a empresa lançou sua
solução de BaaS (que permite
que empresas de qualquer setor
ofereçam serviços bancários) ao
fechar contrato com o 60+ Bank.
Também opera agora com o
CSU Switcher, agregador das di-
versas soluções oferecidas. “Con-
cluímos essas integrações e isso
1.974,98
1.964,80
31/jul 9/ago
Por sua vez, as projeções para o
mercado de trabalho em 2023
melhoraram entre maio e agosto.
A estimativa para a taxa média de
desemprego caiu de 8,9% para
8,4% no intervalo. Já a projeção de
criação líquida de vagas formais
de trabalho medidas pelo Novo
Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) passou
de 900 mil para 1,238 milhão.
Também houve melhora nas
estimativas para o crescimento
do rendimento habitual real de
todos os trabalhos (de 3,9% pa-
ra 4,7%), do rendimento efetivo
real de todos os trabalhos (de
4% para 4,6%) e da população
ocupada (de 0,7% para 1%).
Para 2024, no entanto, o mer-
cado prevê aumento do desem-
prego, puxado pelo crescimento
da taxa de participação no merca-
do de trabalho. Apresentadas pe-
la primeira vez, as projeções pa-
ra o ano que vem são de desem-
prego médio de 8,7% e criação lí-
quida de postos formais de 840
mil. Nesse caso, a taxa de partici-
pação média passaria de 61,8%
em 2023 para 62,1% em 2024.
Por fim, o número de econo-
mistas do setor privado que acre-
ditam que o cenário internacio-
nal para países emergentes me-
lhorou nos últimos meses é
maior do que aqueles que acredi-
tam que piorou. Segundo os ana-
listas ouvidos, 39% afirmam que
o cenário externo para emergen-
tes ficou mais favorável entre ju-
nho e agosto, enquanto outros
18% afirmam que ficou menos fa-
vorável e 44% dizem que não
houve mudanças relevantes.
No intervalo, a projeção me-
diana dos analistas para o cres-
cimento da economia dos Esta-
dos Unidos em 2023 passou de
1,2% para 1,5%. No caso da Chi-
na, houve um recuo de 5,5% pa-
ra 5,2%, enquanto na zona do
euro foi registrada pequena
queda, de 0,6% para 0,5%.
nos traz um nível de performance
muito melhor”, diz Alvarenga. O
diretor observa ainda que a plata-
forma conversa com os planos de
internacionalização. A CSU abriu
escritório em Miami, nos EUA, no
final do ano passado e espera es-
calar as operações em 2024.
Já na área de experiência digital,
o cenário é outro porque a passa-
gem da oferta do produto de aten-
dimento clássico para o digital re-
duz receitas no curto prazo, afirma
Alvarenga. Ao mesmo tempo, no
entanto, diminui os custos, o que
melhora a margem do negócio.
Nessa frente, ele destaca o lança-
mento de uma plataforma voltada
ao funcionamento digital da ca-
deia de serviços financeiros. O pro-
duto, que deve ser lançado em eta-
pas a partir do terceiro trimestre,
visa automatizar processos que
ocorrem, em muitos casos, de for-
ma manual dentro das institui-
ções, como análise de documentos
e contestações de compras. Essa é
uma aposta da companhia para
mudar a dinâmica de crescimen-
to e rentabilidade da CSU DX.
Recentemente, empresas que
concorrem com a CSU em alguns
segmentos foram compradas. É o
caso da Pismo, adquirida pela Visa,
e da Sinqia, que fechou negócio
com a Evertec. Alvarenga afirma
que não há preocupação com au-
mento da concorrência e que o
movimento é positivo, pois chama
atenção do mercado para o setor.

Finanças
Conjuntura Após decisão do Copom, bancos estatais anunciaram redução de juros em
algumas linhas, mas afrouxamento monetário só terá efeito maior no próximo ano
Queda da Selic ajuda expectativas,
mas não altera crédito no curto prazo
Mariana Ribeiro e Álvaro Campos
De São Paulo
O início do ciclo de cortes da
Selic, mesmo que em um ritmo
acima do esperado, deve ter pou-
co efeito prático sobre o crédito
no curto prazo. Porém, o impacto
sobre as expectativas dos agen-
tes econômicos não pode ser
desprezado, avaliam especialis-
tas e participantes do mercado.
Depois de crescer 15% ao ano
entre 2020 e 2022, o crédito deve
desacelerar para perto de 8% nes-
te ano. E, se a queda da taxa bási-
ca de juros não muda muita coisa
agora, pelo menos as projeções
mais sombrias do começo do
ano, de uma alta muito forte da
inadimplência, incluindo de em-
presas — na esteira do episódio
Americanas — ficaram para trás.
No caso dos empréstimos a em-
presas, muitas operações são vin-
culadas ao CDI e, com a queda da
Selic para 13,25% ao ano e o reflexo
nos juros futuros, o custo cai ime-
diatamente e alivia a despesa fi-
nanceira das companhias. No caso
da pessoa física, no entanto, o esto-
que de crédito é praticamente to-
do com taxas prefixadas, sem efei-
to do corte atual dos juros. Para as
concessões de recursos daqui para
a frente, diferentes fatores influen-
ciam os preços praticados, passan-
do por particularidades de cada li-
nha e perfil de risco dos clientes.
Ainda assim, algumas instituições
já anunciaram reduções nos juros.
Minutos após o Comitê de Polí-
tica Monetária (Copom) do Banco
Central divulgar, na semana passa-
da, uma redução de 0,5 ponto por-
BB lucra R$ 8,8 bi no trimestre, com expansão da margem
Álvaro Campos e Mariana Ribeiro
De São Paulo
O Banco do Brasil teve lucro de
R$ 8,785 bilhões no segundo tri-
mestre do ano, aumento de 2,8%
ante o primeiro trimestre e de
11,7% em 12 meses. O ganho ficou
levemente acima da projeção de
analistas, de R$ 8,660 bilhões. Mais
uma vez, a instituição estatal supe-
rou todos os privados em termos
de ganho e rentabilidade, benefi-
ciada pela expansão da margem
financeira, tanto com clientes e
ainda mais fortemente no resul-
tado de tesouraria. As despesas
com provisões para devedores
duvidosos (PDD) deram um sal-
Invista com segurança
em Renda Fixa Digital
Retorno de até 16% ao ano
e isenção no Imposto de Renda
Uma das maiores inovações do mercado
financeiro: a economia tokenizada.
Estabilidade:
risco conservador
adequado ao
seu perfil
*Não é recomendação de investimento. Isenção no IR para pessoas físicas com transações de até R$ 35 mil.
centual na Selic, para 13,25% ao
ano, o Banco do Brasil (BB) e a Cai-
xa anunciaram uma queda nos ju-
ros em algumas linhas de crédito
para pessoa física e jurídica. No ca-
so do BB, houve corte em crédito
consignado, automático, salário,
benefício, renovação e antecipa-
ção do 13 o salário. Na pessoa jurí-
dica, as reduções atingiram produ-
tos como desconto de títulos, capi-
tal de giro e conta garantida. A Cai-
xa anunciou que reduziu os juros
do crédito consignado para bene-
ficiários e pensionistas do INSS.
Nesta semana, durante a divul-
gação dos resultados do segundo
trimestre, o presidente do Itaú,
Milton Maluhy Filho, deixou cla-
ro que, no varejo, as decisões de
repasse de corte de juros conside-
ram critérios diversos, como as
características de cada portfólio e
perfil de risco dos clientes. Já no
caso do atacado, o repasse para
grandes e médias empresas é, em
geral, automático, porque o fi-
nanciamento é pós-fixado, co-
mentou. “Parte importante do
nosso portfólio é impactada no
momento zero da decisão.”
Cada linha do varejo tem a sua
dinâmica, disse o executivo. Ele
observou que muitas vezes o que
dirige as taxas do segmento não é
a Selic à vista, mas a curva de ju-
ros, sobretudo para os emprésti-
mos de mais longo prazo, como
financiamento de veículos e imo-
biliário. Segundo ele, o repasse se
dará à medida que as taxas longas
forem se fechando. Isso deve
ocorrer em função de fatores co-
mo um melhor ambiente econô-
mico, a sinalização positiva vinda
to, impactadas por Americanas.
A margem financeira bruta so-
mou R$ 22,887 bilhões, altas de
8,2% e de 34,2% na comparação tri-
mestral e anual, respectivamente.
A receita com operações de crédito
teve alta trimestral de 4,1% e anual
de 28,3%, a R$ 33,614 bilhões. O
spread global ficou em 4,9%, de
4,6% no primeiro trimestre e 3,8%
um ano antes. O resultado de te-
souraria totalizou R$ 11,631 bi-
lhões, com alta de 15,3% no tri-
mestre e de 56,1% em um ano.
“No segundo trimestre a mar-
gem com clientes cresceu 3,0%
em comparação ao primeiro, ex-
plicado pelo aumento dos saldos
médios, bem como pelo aumen-
Liquidez:
vencimentos
de curto,
médio e
longo prazo
do marco fiscal e da manutenção
da meta de inflação, acrescentou.
Em relatório divulgado na se-
mana passada, a Moody’s afir-
mou que, entre os cinco grandes
bancos, Caixa, BB, Bradesco e
Santander têm mais da metade
do portfólio de crédito compos-
to por empréstimos de longo
prazo a consumidores, que têm,
em grande parte, taxas prefixa-
das. Isso faz, inclusive, com que
as margens dessas instituições
sejam mais beneficiadas pelo iní-
cio do ciclo de corte de juros. Na
outra ponta, Itaú tem portfólios
mais concentrados em emprésti-
mos para as empresas, princi-
palmente de taxas flutuantes.
Na semana passada, o presi-
dente do Bradesco, Octavio de
Lazari Jr., disse que, após a de-
cisão do Copom, a instituição
está avaliando a possibilidade
de reduzir os juros em diferen-
tes linhas de crédito.
“Lembrando que há operações
em que as taxas de juros ficaram
restritas, ou congeladas, e com a
subida da Selic a margem nas
operações era muito pequena, se
“Acho que o pior
já passou,
aquele cenário
catastrófico que se
projetava a gente
conseguiu evitar”
Alexandre Aoude
to de spread, 8,8% para 8,9%. Na
margem com mercado, o resulta-
do pode ser explicado, principal-
mente, em função da elevação do
resultado de títulos e valores
imobiliários alocados na tesou-
raria e na margem financeira do
Banco Patagonia”, diz o BB.
A carteira de crédito ampliada
atingiu R$ 1,045 trilhão, com ex-
pansão de 1,2% e 13,6%. A carteira
R$ 7,2 bi
são as provisões para
devedor duvidoso
Acessível:
invista com
taxa zero a
partir de
R$100
tiver inadimplência, menor ain-
da”, afirmou. “Então, a gente está
revisando linha por linha das ope-
rações de crédito e certamente na-
quelas que tiver oportunidade,
até para fomentar crescimento do
crédito, a gente vai reduzir sim.”
Ele afirmou que, apesar de o
corte da Selic ser pequeno, traz
um “novo ânimo” para o merca-
do e “não há dúvida de que o ciclo
de redução da taxa de juros está
contratado”. O Santander disse
apenas que está avaliando inter-
namente a redução das taxas.
A economista e professora de
cursos de MBAs da FGV Carla Beni
observa que a redução da taxa Se-
lic, pelo menos em um primeiro
momento, deve ter pouco efeito
prático sobre o crédito, mas a sina-
lização do BC é importante. “A eco-
nomia vive de expectativas e entrar
em um ciclo de queda de taxas de
juros é uma mudança de perspec-
tiva para o setor produtivo.” Para
ela, tão importante quanto a deci-
são do Copom serão as sinaliza-
ções feitas nas próximas reuniões.
A economista frisou que a Se-
lic é apenas um dos fatores que
influenciam o spread bancário
— a diferença entre a taxa de ju-
ros cobrada pelas instituições fi-
nanceiras nos empréstimos e a
taxa que os bancos pagam na
captação de recursos. “Entra des-
pesa administrativa, imposto di-
reto, indireto, inadimplência e
lucro”, disse. Assim, não há rela-
ção automática entre taxa básica
de juros e os percentuais prati-
cados nas operações de crédito.
Beni afirmou acreditar ainda
que, além dos bancos públicos,
de pessoa física atingiu R$ 302 bi-
lhões, com alta de 0,6% no trimes-
tre e de 10% em 12 meses. De acor-
do com o banco, a alta foi influen-
ciada, principalmente, pelo de-
sempenho do crédito consignado.
Em pessoas jurídicas, somou
R$ 372 bilhões, com altas de 2,5% e
10,4%, com destaque para os de-
sempenhos das operações de ca-
pital de giro, investimento e
ACC/ACE (adiantamento sobre
contrato de câmbio e sobre cam-
biais entregues). Há ainda R$ 49
bilhões em carteira no exterior.
Em agro, houve recuo de 0,3%
no trimestre e alta de e 22,7% em
12 meses, a R$ 322 bilhões. “A
queda trimestral reflete a liqui-
Saiba mais
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
outras instituições — como ban-
cos digitais, por exemplo — de-
vem anunciar redução nos juros
em algumas linhas como parte,
inclusive, de uma estratégia co-
mercial. Questionado, o Nubank
não respondeu se estuda cortes.
Para Alexandre Aoude, sócio
fundador e CEO da Vectis Gestão,
se no começo do ano as projeções
para o desempenho do crédito se
comparavam a um aluno sendo
reprovado na escola, agora ele
conseguiu chegar à média para
passar de ano. Mas isso não signi-
fica que as notas estejam boas.
“Acho que o pior já passou, aquele
cenário catastrófico que se proje-
tava a gente conseguiu evitar. Mas
a queda de juros demora para
chegar na economia real e ainda
tem muitas empresas sofrendo.
Muitas ainda precisam fazer um
trabalho de desalavancagem.”
Aoude destacou que os merca-
dos de capitais têm uma perspec-
tiva muito mais positiva para o se-
gundo semestre e que, com a que-
da de juros, muitos investidores já
começam a realocar seu portfólio.
Para o gestor, fatores como a
aprovação do novo arcabouço fis-
cal, reforma tributária e melhora
no rating soberano melhoraram o
cenário. Ao mesmo tempo, o con-
texto internacional também me-
lhorou. “Por outro lado, boa parte
do mundo ainda está com juros
subindo, então a concorrência pa-
ra o Brasil atrair recursos é alta.”
Nicola Tingas, economista-che-
fe da Associação Nacional das Ins-
tituições de Crédito, Financiamen-
to e Investimento (Acrefi), ressal-
tou que, mesmo com a queda da
dação de operações de custeio,
que ocorre sazonalmente no úl-
timo trimestre do Plano Safra”,
diz o banco, acrescentando que,
na comparação em 12 meses, os
destaques são as operações de
custeio e de investimento.
As despesas com provisões pa-
ra devedores duvidosos (PDD)
atingiram R$ 7,176 bilhões, com
crescimento de 22,6% no trimes-
tre e de 144,3% em 12 meses. O BB
diz que houve provisionamento
adicional de empresa do segmen-
to “large corporate” que entrou
com pedido de recuperação judi-
cial em janeiro — leia-se America-
nas —, saindo de risco F (provisão
de 50%) para o risco G (70%), com
mb.com.br
mb.com.br
| Valor | C3
UDIVULGAÇÃO
“Entrar em um
ciclo de queda de
taxas de juros é
uma mudança de
perspectiva para o
setor produtivo”
Carla Beni
Selic, a política monetária segue
restritiva e o endividamento das
famílias, em níveis muito altos. Pa-
ra ele, caso a agenda do governo
avance no Congresso nas próxi-
mas semanas, pode haver uma me-
lhora adicional nas expectativas
dos agentes econômicos e o cré-
dito viraria o ano com perspecti-
vas mais alvissareiras. “O grande
efeito é para 2024, não 2023.”
Ainda assim, ele disse que o se-
gundo semestre tende a ser mais
positivo e que o Desenrola poderia
contribuir para dar um alívio no
orçamento dos consumidores. “O
brasileiro é muito ansioso. Ele não
espera suas contas sanearem intei-
ramente. Abriu uma folguinha no
orçamento, ele já volta a consumir.
Se o governo conseguir fundos pa-
ra o PAC, isso tudo pode gerar um
cenário mais positivo para o res-
tante do ano. Mas não dá para alte-
rar substancialmente as projeções
atuais para o crédito em 2022.”
impacto de R$ 338,8 milhões.
O banco encerrou o segundo
trimestre com inadimplência de
2,73%, ante 2,62% em março e
2,00% em junho do ano anterior.
De acordo com o banco, esse
comportamento foi influencia-
do novamente pelo caso Ameri-
canas. Sem isso, a inadimplência
teria ficado em 2,65%. O índice
de cobertura caiu para 180,6%
em junho, de 193,9% em março
e 214,8% em junho de 2022.
O retorno sobre patrimônio
(mercado) ficou em 21,3% em ju-
nho, de 21% em março e 20,8% em
junho de 2022. O índice de Basileia
foi de 12,21%, ante 16,19% e 17,54%
na mesma base de comparação.
C4 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Finanças

Balanço Banco tem recorde de receitas em tesouraria, crédito a Emissões

CAROL CARQUEJEIRO/VALOR.

empresas e gestão de patrimônio; retorno sobe para 22,7% no tri

somam
Após lucro trimestral de R$ 2,6 bi, R$ 39,2 bi
em julho
o
BTG prevê 2 semestre melhor Rita Azevedo
De São Paulo

As emissões no mercado de ca-

Mariana Ribeiro O retorno ajustado sobre o pa- cursos de terceiros atingiu R$ 1,4 varejo, atingiu o recorde de pitais somaram R$ 39,2 bilhões
De São Paulo trimônio (ROAE, na sigla em in- trilhão, aumento anual de 31%. R$ 727 milhões, avanço de 17%. em julho, o segundo maior volu-
glês) ficou em 22,7% no segundo Na área chamada pelo banco de O banco de investimentos, por me desde o início do ano, atrás
O BTG Pactual voltou a registrar trimestre, superior ao do primeiro sales & trading (que inclui correta- sua vez, teve resultados mistos. A apenas de junho, quando as cap-
lucro e receitas recordes no segun- trimestre (de 20,9%) e ao segundo gem e operações de mercado), a receita da unidade foi de R$ 306 “[Números] tações atingiram R$ 46,4 bilhões.
do trimestre, na esteira de resulta- trimestre do ano passado (21,6%). receita atingiu o recorde de R$ 1,89 milhões, queda de 37% em um Os dados foram divulgados on-
dos fortes em tesouraria, crédito a Foi maior nível desde 2015. bilhão, alta de 44% na compara- ano e aumento de 17% no trimes- demonstram tem pela Anbima. Para a entida-
empresas e gestão de patrimônio.
Houve melhora no desempenho
Sallouti disse que a previsão da-
da no início do ano para o indica-
ção anual. Segundo o BTG, o de-
sempenho foi puxado pela “ex-
tre. Segundo o banco, o avanço
trimestral se deu principalmente
resiliência e de, há uma recuperação gradual
do segmento, movimento que
de banco de investimento, embora dor em 2023 pode ter ficado con- pansão das atividades de clien- devido a uma maior contribuição diversificação” ganhou força a partir de maio.
as receitas ainda registrem queda servadora — o BTG encerrou 2022 tes e alocação eficiente de risco”. de ofertas de ações e dívida, após Em comparação ao mesmo pe-
na comparação anual. A institui- com ROAE de 20,8% e havia divul- A operação de crédito a empre- um período travado para opera- Roberto Sallouti ríodo do ano passado, o volume
ção espera um segundo semestre gado que esperava ultrapassar esse sas também teve receita recorde de ções. O BTG destacou que teve o de operações caiu para menos da
mais positivo que o primeiro. patamar neste ano. O executivo R$ 1,28 bilhão, com expansão de melhor resultado no mercado de metade. Em julho de 2022, as
O lucro líquido ajustado ficou afirmou que a instituição perse- 46%. O portfólio de crédito somou ações desde o fim de 2021. O mercado de fusões e aquisições ofertas somaram R$ 83,8 bilhões.
em R$ 2,575 bilhões no período de guirá nos próximos trimestres R$ 153,8 bilhões, avanço anual de A instituição espera um ritmo (M&A) foi mais fraco, após um pri- As debêntures representaram
abril a junho, com alta de 18% so- um retorno mais parecido com 31%, impulsionado principalmen- de maior de operações nas duas meiro trimestre intenso. Segundo cerca de 32% do volume emiti-
bre igual intervalo do ano anterior. de abril a junho, mas frisou não te pela carteira de grandes empre- áreas na segunda metade do ano, Cohn, isso se deve ao tempo de pre- do no último mês, chegando a
A receita total somou R$ 5,443 bi- se tratar de um novo “guidance”. sas. O BTG também seguiu com- mas com ofertas iniciais de ações paração das transações, que vai, em R$ 12,5 bilhões, o terceiro me-
lhões, um aumento anual de 21%. A captação líquida de clientes prando parte da carteira de crédito (IPOs) ficando provavelmente geral, de nove a 12 meses. Durante o lhor resultado do ano.
Para o CEO do banco, Roberto (“net new money”, no jargão em do banco Pan, controlado por ele. para 2024. “Com início do ciclo período eleitoral, no ano passado, No mercado de renda variá-
Sallouti, os números “demons- inglês) também cresceu no pe- Na gestão de recursos, a receita de queda de juros, as condições houve uma retração nos preparos, vel, as captações somaram
tram a resiliência e diversifica- ríodo, para de R$ 61 bilhões. No de foi de R$ 431 milhões, cresci- devem continuar melhoran- o que se reflete agora em menos R$ 8,6 bilhões, o maior volume
ção do negócio” em um ambien- primeiro trimestre, havia sido de mento anual de 7%. Já na gestão do”, disse o diretor financeiro operações. “Os números devem em 12 meses, com cinco ofer-
te macroeconômico desafiador. R$ 43 bilhões. O estoque de re- de patrimônio e no banco de (CFO) do BTG, Renato Cohn. melhorar no terceiro trimestre.” tas subsequentes de ações.

Finanças Indicadores

IMA - Índices de Mercado Anbima Custo do dinheiro TR, Poupança e TBF Índice de Renda Fixa Valor
Em 09/08/23 Em % no período Variações % no período Base = 100 em 31/12/99
Valor Var. no Var. no Var. no Há No fim de Há Há Período TR Poupança * Poupança ** TBF 09/08/23 08/08/23 07/08/23 04/08/23 03/08/23 02/08/23
Índice Referência do índice dia % mês % ano % Taxas referenciais 09/08/23 08/08/23 1 semana julho 1 mês 12 meses 23/07 a 23/08 0,1938 0,6948 0,6948 1,0154 Índice 1.974,98 1.974,57 1.970,57 1.971,22 1.969,64 1.966,48
IRF-M 1* 14.531,9833400 0,05 0,39 8,23 Selic - meta ao ano 13,25 13,25 13,75 13,75 13,75 13,75 24/07 a 24/08 0,2200 0,7211 0,7211 1,0618 Var. no dia 0,02% 0,20% -0,03% 0,08% 0,16% 0,08%
IRF-M 1+** 18.999,6677910 -0,08 0,53 12,92 Selic - taxa over ao ano 13,15 13,15 13,65 13,65 13,65 13,65 25/07 a 25/08 0,2176 0,7187 0,7187 1,0594 Var. no mês 0,52% 0,50% 0,29% 0,33% 0,25% 0,09%
IRF-M Total 17.114,0972570 -0,04 0,48 11,13 Selic - taxa over ao mês 1,4711 1,4711 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 26/07 a 26/08 0,2159 0,7170 0,7170 1,0577 Var. no ano 10,32% 10,29% 10,07% 10,11% 10,02% 9,84%
IMA-B 5*** 8.711,7799640 0,05 0,68 8,82 Selic - taxa efetiva ao ano 13,19 13,19 13,65 13,65 13,65 13,58 27/07 a 27/08 0,1896 0,6905 0,6905 1,0112 Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data
IMA-B 5+**** 11.381,8736560 0,04 1,07 16,98 Selic - taxa efetiva ao mês 1,1375 1,1375 1,1747 1,0720 1,0720 1,1694 28/07 a 28/08 0,1549 0,6557 0,6557 0,9662
IMA-B Total 9.669,4292170 0,04 0,89 13,27 CDI - taxa over ao ano 13,15 13,15 13,65 13,65 13,65 13,65 29/07 a 29/08 0,1529 0,7171 0,7171 0,9641
IMA-S Total 6.104,6311990 0,05 0,38 8,18 CDI - taxa over ao mês 1,4711 1,4711 1,5236 1,5236 1,5236 1,5236 30/07 a 30/08 0,1886 0,7171 0,7171 1,0101
IMA-Geral Total 7.639,3916810 0,03 0,56 10,32
Fonte: Anbima. Elaboração: Valor Data. * Prazo menor ou igual a 1 ano ** Prazo maior que 1 ano *** Prazo menor ou igual a 5 anos **** Prazo
CDI - taxa efetiva ao ano 13,19 13,19 13,65 13,65 13,65 13,58 31/07 a 31/08
01/08 a 01/09
0,2144
0,2160
0,7171
0,7171
0,7171
0,7171
1,0562
1,0578
Câmbio
CDI - taxa efetiva ao mês 1,1375 1,1375 1,1747 1,0720 1,0720 1,1694
maior que 5 anos 02/08 a 02/09 0,2168 0,7179 0,7179 1,0586
CDB Pré - taxa bruta ao ano - - - - - 13,68
03/08 a 03/09 0,1795 0,6804 0,6804 1,0010 Em 09/08/23
CDB Pré - taxa bruta ao mês - - - - - 1,0744 Em US$ * Em R$ **
04/08 a 04/09 0,1508 0,6516 0,6516 0,9620
CDB Pós - taxa bruta ao ano - - - - - 11,72 Moeda Compra Venda Compra Venda
Crédito CDB Pós - taxa bruta ao mês - - - - - 0,9281
05/08 a 05/09
06/08 a 06/09
0,1451
0,1806
0,6458
0,6815
0,6458
0,6815
0,9563
1,0021 Baht (Tailândia) 35,0200 35,0800 0,13970 0,14000
Taxa de juros de referência - B3 07/08 a 07/09 0,2062 0,7072 0,7072 1,0479 Balboa (Panamá) 1,0000 1,0000 4,9009 4,9015
Taxas - em % no período TJ3 - 3 meses (em % ao ano) 12,85 12,84 13,07 13,02 13,30 13,70 08/08 a 08/09 0,1796 0,6805 0,6805 1,0011 Bolívar Soberano (Venezuela) 31,0212 31,0989 0,1576000 0,1580000
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 TJ6 - 6 meses (em % ao ano) 12,21 12,20 12,44 12,39 12,76 13,72 Boliviano (Bolívia) 6,8600 7,0100 0,6991 0,7145
Fonte:BancoCentral.Elaboração:ValorData.*Depósitosaté03/05/12**Depósitos
Linhas - pessoa jurídica 26/07 25/07 semana junho mês meses Taxas referenciais de Swap - B3 Colon (Costa Rica) 534,8500 538,2000 0,009106 0,009164
a partir de 04/05/12; Lei nº 12.703/2012
Capital de giro pré até 365 dias - a.a. 34,25 33,98 31,49 30,41 33,63 29,68 DI x Pré-30 - taxa efetiva ao ano 13,11 13,12 13,31 13,29 13,56 13,66 Coroa (Dinamarca) 6,7896 6,7900 0,7218 0,7219
Capital de giro pré sup. 365 dias - a.a. 25,14 26,24 26,46 24,72 27,00 27,41 DI x Pré-60 - taxa efetiva ao ano 12,99 13,00 13,21 13,18 13,42 13,68 Coroa (Islândia) 131,3400 131,6300 0,03723 0,03732
Conta garantida pré - a.a.
Desconto de duplicata pré - a.a.
48,03
25,73
45,74
25,74
50,31
26,08
52,07
26,69
47,53
27,38
43,48
26,90
DI x Pré-90 - taxa efetiva ao ano 12,85 12,86 13,07 13,03 13,31 13,71 B3 - Brasil, Bolsa, Balcão Coroa (Noruega)
Coroa (Rep. Tcheca)
10,2228
22,1130
10,2264
22,1270
0,4792
0,2215
0,4795
0,2217
DI x Pré-120 - taxa efetiva ao ano 12,62 12,63 12,86 12,82 13,17 13,71
Vendor pré - a.a. 18,54 19,02 17,82 19,43 17,93 18,69 Coroa (Suécia) 10,6961 10,6994 0,4581 0,4583
Capital de giro flut. até 365 dias - a.a. 18,28 20,54 19,96 20,79 20,40 21,84
DI x Pré-180 - taxa efetiva ao ano 12,22 12,24 12,47 12,40 12,78 13,72 Índices de ações em 09/08/23 Dinar (Argélia) 135,1696 136,4747 0,03591 0,03626
Capital de giro flut. sup. 365 dias - a.a. 18,95 18,30 17,18 18,81 18,35 21,72 DI x Pré-360 - taxa efetiva ao ano 11,07 11,09 11,33 11,26 11,62 13,50
No No No Em 12 Dinar (Kuwait) 0,3076 0,3078 15,9224 15,9347
Conta garantida pós - a.a. 26,59 26,58 26,19 26,68 27,28 27,03 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
Índice dia mês ano meses Dinar (Líbia) 4,7843 4,8066 1,0196 1,0245
ACC pós - a.a. 9,04 8,78 8,29 8,32 8,97 5,58 Direitos Especiais de Saque *** 1,3375 1,3375 6,5550 6,5558
Factoring - a.m. 3,48 3,49 3,53 3,56 3,61 3,71 Variação % em reais
Dirham (Emirados Árabes Unidos) 3,6726 3,6736 1,3341 1,3346
Fontes: Banco Central, Anfac e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Mercado futuro Ibovespa 118.408 -0,57 -2,90 7,90 8,98 Dirham (Marrocos) 9,7770 9,7820 0,5010 0,5013
IBrX 49.832 -0,54 -2,79 7,06 7,52 Dólar (Austrália)*** 0,6523 0,6525 3,1969 3,1982
Em 09/08/23 IBrX 50 19.548 -0,49 -2,93 5,64 7,63 Dólar (Bahamas) 1,0000 1,0000 4,9009 4,9015
Juros externos PU de Taxa efetiva - Contratos Cotação - em % ao ano
IEE
SMLL
87.299
2.322
-0,64
-0,90
-3,27
-1,02
10,96
15,60
4,30
7,68
Dólar (Belize) 1,9982 2,0332 2,4104 2,4530
DI de 1 dia ajuste em % ao ano negociados Mínimo Máximo Último Dólar (Canadá) 1,3442 1,3446 3,6449 3,6464
ISE 3.553 -0,90 -2,36 12,54 1,45 Dólar (Cayman) 0,8250 0,8350 5,8693 5,9412
Empréstimos - em % ao ano Vencimento em set/23 99.170,15 13,148 9.727 13,148 13,150 13,148 IMOB 982 -0,30 1,97 49,05 34,76 Dólar (Cingapura) 1,3468 1,3469 3,6387 3,6394
Há 1 No fim de Há 1 Há 12 Vencimento em out/23 98.215,67 13,046 171.205 13,042 13,048 13,042 IDIV 7.819 -0,79 -2,76 9,31 9,36 Dólar (EUA) 1,0000 1,0000 4,9009 4,9015
09/08/23 08/08/23 semana julho mês meses Vencimento em nov/23 97.248,05 12,890 2.135 12,884 12,892 12,890 Dólar (Hong Kong) 7,8207 7,8213 0,6266 0,6267
IFIX 3.212 -0,14 0,47 12,03 13,68
SOFR - empréstimos interbancários em dólar * Vencimento em dez/23 96.376,52 12,664 14.087 12,660 12,670 12,665 Dólar (Nova Zelândia)*** 0,6045 0,6049 2,9626 2,9649
Atual - 5,3000 5,3000 5,3100 5,0600 2,2900 Vencimento em jan/24 95.536,41 12,459 904.042 12,445 12,465 12,465 Variação % em dólares Dólar (Trinidad e Tobago) 6,7447 6,8260 0,7180 0,7267
1 mês - 5,1644 5,1162 5,1015 5,0672 1,8326 Vencimento em fev/24 94.643,07 12,257 35.805 12,250 12,260 12,260 Ibovespa 24.158 -0,16 -6,07 14,87 13,89 Euro (Comunidade Européia)*** 1,0972 1,0976 5,3773 5,3799
3 meses - 5,1211 5,1049 5,0937 5,0229 1,3193 Vencimento em mar/24 93.913,48 12,058 10 12,045 12,045 12,045 IBrX 10.167 -0,13 -5,96 13,97 12,37 Florim (Antilhas Holandesas) 1,7845 1,8200 2,6928 2,7467
6 meses - 4,9579 4,9323 4,9223 4,8267 0,7740
Vencimento em abr/24 93.167,41 11,870 58.787 11,855 11,885 11,880 IBrX 50 3.988 -0,08 -6,10 12,46 12,48 Franco (Suíça) 0,8769 0,8773 5,5863 5,5896
€STR - empréstimos interbancários em euro **
Vencimento em mai/24 92.375,80 11,674 432 11,660 11,670 11,665 IEE 17.811 -0,23 -6,43 18,11 9,00 Guarani (Paraguai) 7268,4200 7287,6500 0,0006725 0,0006744
Atual - 3,6520 3,6550 3,3920 3,4020 -0,0850
Vencimento em jun/24 91.659,37 11,477 559 11,465 11,490 11,465 SMLL 474 -0,49 -4,25 23,04 12,55 Hryvnia (Ucrânia) 36,8910 36,9340 0,1327 0,1329
1 mês - 3,4547 3,4073 3,4075 3,3066 -0,3805
Vencimento em jul/24 91.004,02 11,294 216.860 11,270 11,310 11,295 ISE 725 -0,51 -5,55 19,77 6,00 Iene (Japão) 143,5800 143,5900 0,03413 0,03414
3 meses - 3,3047 3,2550 3,2370 3,1218 -0,5123
IMOB 200 0,11 -1,36 58,63 40,78 Lev (Bulgária) 1,7816 1,7829 2,7488 2,7512
6 meses - 3,0044 2,9454 2,9286 2,7521 -0,5452 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/US$ 1.000,00
1 ano - 2,0222 1,9595 1,9290 1,6995 -0,5582 IDIV 1.595 -0,38 -5,94 16,36 14,29 Libra (Egito) 30,8500 30,9500 0,1583 0,1589
Dólar comercial do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último
Euribor *** IFIX 655 0,29 -2,81 19,26 18,82 Libra (Líbano) 15000,0000 15020,0000 0,000326 0,000327
Vencimento em set/23 4.924,75 0,09 222.560 4.894,00 4.936,00 4.921,00 Libra (Síria) 13000,0000 13200,0000 0,00037 0,00038
1 mês - 3,615 3,610 3,578 3,438 -0,015 Vencimento em out/23 4.946,08 0,09 1.500 4.943,00 4.944,00 4.944,00 Fontes: B3, Banco Central e Valor PRO. Elaboração: Valor Data
3 meses - 3,765 3,733 3,715 3,661 0,321 Libra Esterlina (Grã Bretanha)*** 1,2712 1,2716 6,2300 6,2327
Vencimento em nov/23 4.967,88 - 0 0,00 0,00 0,00 Naira (Nigéria) 767,7700 770,7700 0,00636 0,00638
6 meses - 3,921 3,944 3,929 3,931 0,737
Vencimento em dez/23 4.984,60 - 0 0,00 0,00 0,00 Lira (Turquia) 27,0092 27,0174 0,1814 0,1815
1 ano -
Taxas referenciais no mercado norte-americano
4,065 4,081 4,064 4,190 1,113
Vencimento em jan/24 4.998,99 - 0 0,00 0,00 0,00 Prêmio de risco do EMBI+* Novo Dólar (Taiwan) 31,7670 31,7770 0,15420 0,15430
Prime Rate 8,50 8,50 8,50 8,50 8,25 5,50 Ajuste Var. no Contratos Cotação - R$/€ 1.000,00 Novo Sol (Peru) 3,6925 3,6953 1,3263 1,3274
Federal Funds 5,50 5,50 5,50 5,50 5,25 2,50 Euro do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Spread em pontos base ** Peso (Argentina) 285,1500 285,2000 0,01718 0,01719
Taxa de Desconto 5,50 5,50 5,50 5,50 5,25 2,50 País Spread Variação - em pontos Peso (Chile) 859,2000 859,5000 0,005702 0,005705
Vencimento em set/23 5.410,33 0,22 490 5.390,00 5.405,00 5.405,00 Peso (Colômbia) 4025,0700 4030,0700 0,001216 0,001218
T-Bill (1 mês) 5,36 5,37 5,36 5,37 5,27 2,17 Vencimento em out/23 5.442,87 - 0 0,00 0,00 0,00 09/08/23 08/08/23 No dia No mês No ano
T-Bill (3 meses) 5,45 5,45 5,42 5,41 5,40 2,62 Geral 372 372 0,0 12,0 -3,0 Peso (Cuba) 24,0000 24,0000 0,2042 0,2042
Vencimento em nov/23 5.475,57 - 0 0,00 0,00 0,00 Peso (Filipinas) 56,3560 56,3760 0,08693 0,08697
T-Bill (6 meses) 5,51 5,50 5,49 5,51 5,51 3,13 África do Sul 390 387 3,0 17,0 -3,0
T-Note (2 anos) 4,80 4,76 4,88 4,88 4,86 3,26 Ajuste Var. no Contratos Cotação - pontos do índice Argentina 1.948 2.010 -62,0 -34,0 -248,0 Peso (México) 17,0752 17,0857 0,2868 0,2871
T-Note (5 anos) 4,14 4,11 4,24 4,18 4,24 2,96 Ibovespa do dia dia em % negociados Mínimo Máximo Último Brasil 216 213 3,0 17,0 -40,0 Peso (Rep. Dominicana) 56,5000 56,9800 0,08601 0,08675
T-Note (10 anos) 4,01 4,03 4,08 3,96 4,00 2,78 Vencimento em ago/23 118.630 -0,62 137.945 118.095 119.845 118.625 Colômbia 310 310 0,0 6,0 -50,0 Peso (Uruguai) 38,3000 38,3300 0,12790 0,12800
T-Bond (30 anos) 4,17 4,21 4,18 4,01 4,04 2,99 Vencimento em out/23 120.928 -0,61 240 120.490 121.330 120.895 Filipinas 83 80 3,0 4,0 8,0 Rande (África do Sul) 18,9969 19,0112 0,2578 0,2580
Fontes: ECB, EMMI, FRBNY e Valor PRO. Elaboração: Valor Data * Taxa baseada em transações de empréstimos overnight garantidos por títulos do México 172 170 2,0 5,0 -31,0 Rial (Arábia Saudita) 3,7512 3,7529 1,3059 1,3066
Vencimento em dez/23 122.862 - 0 0 0 0 Peru 121 120 1,0 4,0 -26,0
Tesouro EUA. ** A taxa reflete os custos de empréstimos overnight sem garantia. ***Taxas da BBA e da Federação Bancária da União Europeia Rial (Irã) 42000,0000 42005,0000 0,0001167 0,0001167
Fontes: B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data Turquia 374 372 2,0 21,0 -39,0 Ringgit (Malásia) 4,5680 4,5740 1,0715 1,0730
Venezuela 39.731 39.472 259,0 2.223,0 -5.189,0 Rublo (Rússia) 97,1205 97,1295 0,05046 0,05047
Fonte:JPMorgan.Elaboração:ValorData.*CalculadopeloJPMorgan.**Sobreotítulo Rúpia (Índia) 82,8440 82,8990 0,05912 0,05917
Evolução das aplicações financeiras Indicadores do mercado do tesouro americano Rúpia (Indonésia) 15190,0000 15191,0000 0,0003226 0,0003227
Rúpia (Paquistão) 287,1000 287,3000 0,01706 0,01707
Rentabilidade no período em % Shekel (Israel) 3,7088 3,7118 1,3204 1,3216
Mês Acumulado Em 09/08/23 Reservas internacionais Won (Coréia do Sul) 1316,8500 1317,3500 0,003720 0,003722
Renda Fixa ago/23* jul/23 jun/23 mai/23 abr/23 mar/23 Ano* 12 meses** Variações % Yuan Renminbi (China) 7,2085 7,2114 0,6796 0,6800
Selic 0,35 1,07 1,07 1,12 0,92 1,17 8,01 13,59 Indicador Compra Venda No dia No mês No ano 12 meses Zloty (Polônia) 4,0707 4,0732 1,2032 1,2041
CDI 0,35 1,07 1,07 1,12 0,92 1,17 8,01 13,59 Dólar (Ptax - BC) - (R$/US$) 4,9009 4,9015 -0,41 3,37 -6,06 -4,31
Liquidez Internacional *, em US$ milhões
Fim de período Diário Cotações Em R$(1)
CDB (1) - 0,95 0,86 0,86 0,91 0,77 6,35 11,04 Dólar Comercial (mercado) - (R$/US$) 4,9038 4,9044 0,14 3,71 -7,08 -4,38 Ouro Spot (2) Paridade (3) Compra Venda
Poupança (2) 0,72 0,66 0,68 0,72 0,58 0,74 5,52 8,41 Dólar Turismo (R$/US$) 4,9116 5,0916 0,13 3,54 -7,04 -4,48 dez/22 337.703 28/07/23 345.312
Poupança (3) 0,72 0,66 0,68 0,72 0,58 0,74 5,52 8,41 Euro (BC) - (R$/€) 5,3773 5,3799 -0,18 2,96 -3,40 2,69 Dólar Ouro 1916,49 0,01623 301,9655 302,0025
jan/23 343.622 31/07/23 345.476
IRF-M 0,48 0,89 2,12 2,20 1,10 2,15 11,13 16,44 Euro Comercial (mercado) - (R$/€) 5,3815 5,3821 0,29 3,52 -4,49 2,80 Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: Valor Data
IMA-B 0,89 0,81 2,39 2,53 2,02 2,66 13,27 15,46 Euro Turismo (R$/€) 5,4249 5,6049 0,30 3,09 -4,44 2,57 fev/23 338.098 01/08/23 344.235 * Cotações em unidades monetárias por dólar. ** Cotações em reais por unidade monetária. *** Moedas do tipo
IMA-S 0,38 1,06 1,14 1,21 0,86 1,15 8,18 13,82 Euro (BC) - (US$/€) 1,0972 1,0976 0,23 -0,40 2,83 7,31 mar/23 345.620 02/08/23 343.620 B (cotadas em dólar por unidade monetária). (1) Por grama. (2) US$ por onça. (3) Grama por US$. Observações:
Renda Variável Ouro* abr/23 347.725 03/08/23 343.559 As taxas acima deverão ser utilizadas somente para coberturas específicas de acordo com a legislação vigente.
Ibovespa -2,90 3,26 9,00 3,74 2,50 -2,91 7,90 18,20 mai/23 344.489 04/08/23 344.439 As contratações acima referidas devem ser realizadas junto às regionais de câmbio do Rio e de São Paulo. O lote
Índice Small Cap -1,02 3,12 8,17 13,54 1,91 -1,73 15,60 17,47 B3 (R$/g) ** - 299,000 -0,47 1,70 -0,99 2,26 jun/23 343.620 07/08/23 344.661 mínimo operacional, exclusivamente para efeito das operações contratadas junto à mesa de operações do Banco
IBrX 50 -2,93 3,70 8,78 2,92 1,65 -3,51 5,64 16,73 Nova York (US$/onça troy) - 1.914,66 -0,57 -2,51 5,01 6,73 jul/23 345.476 08/08/23 344.855 Central em Brasília, foi fixado para hoje em US$ 1.000.000. Nota: em 29/03/10, o Banco Central do Brasil
ISE -2,36 1,27 9,00 9,02 3,23 -1,22 12,54 9,70 Londres (US$/onça troy) - 1.928,40 -0,33 -1,39 6,40 7,70
Fonte: Banco Central. Elaboração: Valor Data. *Agrega, aos valores do conceito Caixa, passou a divulgar, para a maior parte das moedas presentes na tabela, as cotações com até quatro casas
IMOB 1,97 5,15 9,62 17,11 6,84 -0,70 49,05 43,91 Fontes: Banco Central, B3 e Valor PRO. Elaboração: Valor Data. * Última cotação. ** Contrato = 250g haveres como títulos de exportação e outros de médio e longo prazos decimais, padronizando-as aos parâmetros internacionais
IDIV -2,76 2,84 8,78 0,84 3,89 -2,02 9,31 18,72
IFIX 0,47 1,33 4,71 5,43 3,52 -1,68 12,03 13,61
Dólar Ptax (BC) 3,37 -1,61 -5,43 1,90 -1,57 -2,45 -6,06 -8,61
Dólar Comercial (mercado) 3,71 -1,25 -5,60 1,72 -1,61 -2,98 -7,08 -8,61 Índices de ações Valor-Coppead Bolsas de valores internacionais
Euro (BC) (4) 2,96 -0,71 -3,06 -1,67 -0,07 0,00 -3,40 -1,30
Euro Comercial (mercado) (4) 3,52 -0,49 -3,66 -1,31 -0,05 -0,57 -4,49 -1,68 Em 12 meses
Ouro B3 1,70 -0,17 -6,21 0,00 -0,95 4,28 -0,99 1,38 Em pontos Variações % Menor Maior
Inflação No fim de Variação - em % País Cidade Índice 09/08/23 08/08/23 No dia No mês No ano Em 12 meses índice índice
IPCA (5) - 0,08 -0,08 0,23 0,61 0,71 2,95 3,95 Índice 09/08/23 08/08/23 jul/23 dez/22 dia mês Ano Américas
IGP-M - -0,72 -1,93 -1,84 -0,95 0,05 -5,15 -7,72
Valor-Coppead Performance 157.661,68 158.562,37 159.956,51 154.559,59 -0,57 -1,43 2,01 EUA Nova York Dow Jones 35.123,36 35.314,49 -0,54 -1,23 5,96 7,17 28.725,51 35.630,68
Fontes: Anbima, BC, B3, IBGE e Valor PRO . Elaboração: Valor Data. * Rendimento até o dia 9/ago/23. ** Até jul/23. (1) rendimento bruto do
1º dia útil do mês (2) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos até 03/05/12. (3) rentabilidade do 1º dia do mês - depósitos a partir de Valor-Coppead Mínima Variância 83.777,52 84.530,21 84.947,90 80.469,68 -0,89 -1,38 4,11 EUA Nova York Nasdaq-100 15.101,71 15.273,05 -1,12 -4,16 38,04 16,09 10.679,35 15.841,35
04/05/12. (4) Variação sobre o Real. (5) expectativa de 0,08% para o mês de julho Fonte: Valor PRO. Elaboração: Valor Data EUA Nova York Nasdaq Composite 13.722,02 13.884,32 -1,17 -4,35 31,10 9,83 10.213,29 14.358,02
EUA Nova York S&P 500 4.467,71 4.499,38 -0,70 -2,64 16,36 8,37 3.577,03 4.588,96
Canadá Toronto S&P/TSX 20.275,27 20.205,98 0,34 -1,70 4,59 3,56 18.206,28 20.767,38
Fundos de Investimento Captações de recursos no exterior
México
Colômbia
Cidade do México
Bogotá
IPC
COLCAP
54.220,74
1.166,07
53.663,02
1.173,40
1,04
-0,62
-1,09
-0,73
11,88
-9,33
14,77
-11,80
44.626,80
1.092,64
55.534,68
1.342,91
Venezuela Caracas IBVC 36.002,30 36.372,72 -1,02 0,61 71,87 395,82 7.216,00 37.473,67
Análise diária da indústria - em 04/08/23 Últimas operações realizadas no mercado internacional * Chile Santiago IPSA 6.341,36 6.241,32 1,60 -0,83 20,51 21,10 4.936,57 6.432,76
Patrimônio Rentabilidade nominal - % Estimativa da captação líquida - R$ milhões Peru Lima S&P/BVL General 23.803,86 23.742,21 0,26 1,25 11,60 19,64 18.445,53 23.806,19
Data Data Valor Cupom/ Spread
líquido em em 12 em 12 Argentina Buenos Aires Merval 461.280,80 466.194,20 -1,05 0,91 128,26 278,34 121.920,79 472.973,56
de do Prazo US$ Custo Retorno pontos-
Categorias R$ milhões (1) no dia no mês 2023 meses no dia no mês no ano meses Europa, Oriente Médio e África
Renda Fixa 2.989.369,51 -9.613,77 -7.794,38 -71.211,09 -206.967,35 Emissor/Tomador liquidação vencimento meses milhões em % em % base **
RF Indexados (2) 149.151,50 0,14 0,43 9,43 12,32 209,41 614,25 -6.648,07 -20.894,88 Aegea 06/05/22 20/05/29 85 500 7 - 413,7 Euro - Euronext 100 1.367,55 1.357,32 0,75 -2,41 11,04 8,99 2.995,33 3.699,96
RF Duração Baixa Soberano (2) 575.567,26 0,05 0,19 7,34 12,67 -4.338,58 -1.449,00 20.288,40 -51.391,84 Braskem 08/02/23 08/02/33 120 1.000 7,25 7,25 365,1 Alemanha Frankfurt DAX 15.852,58 15.774,93 0,49 -3,61 13,85 17,12 11.975,55 16.469,75
RF Duração Baixa Grau de Invest. (2) 707.683,91 0,05 0,22 7,39 13,25 -20,31 1.453,65 -51.655,49 -59.285,04 República Federativa do Brasil 13/04/23 20/10/33 126 2.250 6 6,15 285,4 França Paris CAC-40 7.322,04 7.269,47 0,72 -2,34 13,10 12,82 5.676,87 7.577,00
RF Duração Média Grau de Invest. (2) 90.848,86 0,06 0,05 6,98 12,74 34,95 164,84 -7.844,08 -4.791,68 Banco do Brasil 11/04/23 18/04/30 84 750 6 6,5 302,0 Itália Milão FTSE MIB 28.308,09 27.942,25 1,31 -4,51 19,41 25,88 20.352,98 29.644,71
RF Duração Alta Grau de Invest. (2) 160.222,93 0,05 0,20 6,34 7,57 -73,31 -38,73 -3.699,89 -5.718,68 Vale 12/06/23 12/06/33 120 1.500 6,125 6,245 245,0 Bélgica Bruxelas BEL-20 3.713,75 3.699,10 0,40 -1,66 0,34 -2,56 3.313,82 3.954,16
RF Duração Livre Soberano (2) 224.979,23 0,06 0,23 7,87 12,32 -1.052,53 -3.765,24 5.039,50 -9.035,17 Petrobras 03/07/23 03/07/33 120 1.250 6,5 6,625 290,1 Dinamarca Copenhague OMX 20 2.173,20 2.189,22 -0,73 7,01 18,41 26,95 1.516,18 2.189,22
RF Duração Livre Grau de Invest. (2) 622.872,16 0,05 0,23 7,73 12,69 -3.877,58 -3.281,86 -29.967,85 -61.837,99 Azul 20/07/23 20/07/28 60 800 11,93 12,25 829,1 Espanha Madri IBEX-35 9.354,40 9.301,80 0,57 -2,98 13,67 12,54 7.261,10 9.694,70
RF Duração Livre Crédito Livre (2) 212.901,91 0,08 0,29 8,28 12,77 29,61 1.002,32 -3.729,91 10.248,37 Grécia Atenas ASE General 1.317,18 1.311,19 0,46 -1,37 41,66 53,25 788,46 1.345,95
Fontes: Instituições e agências internacionais. Elaboração: Valor Data. * Atualizada em 09/08/23. ** Sobre o título do Tesouro americano de Holanda Amsterdã AEX 770,22 767,00 0,42 -2,75 11,79 7,43 630,58 794,27
Ações 547.316,63 51,98 -513,96 -38.674,21 -16.141,21 mesmo prazo
Ações Indexados (2) 10.611,25 -0,80 -1,84 8,99 12,30 29,65 -7,21 68,77 -134,97 Hungria Budapeste BUX 55.235,51 55.076,08 0,29 3,48 26,13 29,26 37.035,79 55.235,51
Ações Índice Ativo (2) 33.671,06 -0,56 -1,38 9,68 10,47 6,96 -116,55 -4.997,63 -8.539,83 Polônia Varsóvia WIG 69.991,47 69.749,31 0,35 -3,15 21,80 27,90 45.621,39 72.268,53
Ações Livre 216.106,90 -0,13 -0,43 15,33 12,44 44,22 -311,87 -15.577,28 -26.462,68 Portugal Lisboa PSI-20 6.059,70 6.035,66 0,40 -1,23 5,83 -2,91 5.190,28 6.273,94
Fechados de Ações 96.082,90 0,00 -0,20 5,44 -0,66 0,00 0,00 -620,24 42.605,36 ADR - Índices Rússia Moscou RTS* 1.004,72 999,80 0,49 -4,98 3,52 -9,99 906,71 1.288,03
Multimercados 1.701.617,04 156,85 -692,93 -61.139,30 -74.188,23 Suécia Estocolmo OMX 2.209,52 2.194,44 0,69 -1,84 8,13 11,16 1.794,39 2.322,64
Multimercados Macro 189.233,46 0,15 0,08 5,32 10,17 -157,14 -137,05 -15.497,28 -14.276,67 Em 09/08/23 Suíça Zurique SMI 11.081,54 11.057,32 0,22 -2,01 3,28 -0,46 10.072,62 11.595,25
Multimercados Livre 626.098,70 0,09 0,20 6,96 10,07 12,32 221,60 -14.268,48 -13.213,03 Turquia Istambul BIST 100 7.600,65 7.412,20 2,54 5,32 37,96 172,90 2.785,16 7.600,65
Multimercados Juros e Moedas 58.884,56 0,07 0,20 7,63 13,01 54,73 26,99 -9.581,75 -14.744,54 Em Variação - em % Israel Tel Aviv TA-125 1.908,84 1.881,85 1,43 1,05 5,27 -6,49 1.702,14 2.116,16
Multimercados Invest. no Exterior (2) 747.791,61 0,02 0,67 4,95 8,07 143,71 -899,64 -16.686,98 -18.824,59 Índice 09/08/23 08/08/23 31/07/23 30/12/22 09/08/22 dia mês ano 12 meses África do Sul Joanesburgo All Share Feriado 76.837,44 - -2,71 5,19 9,35 63.263,94 80.791,36
Cambial 6.551,09 -0,35 2,88 -4,73 -1,64 -5,52 -30,49 -1.151,35 -1.866,44 S&P BNY 157,38 157,49 161,42 141,56 139,31 -0,07 -2,50 11,17 12,97 Ásia e Pacífico
Previdência 1.276.534,69 -4,79 649,94 2.365,67 12.310,77 S&P BNY Emergentes 299,27 299,55 316,24 271,49 284,42 -0,10 -5,37 10,23 5,22 Japão Tóquio Nikkei-225 32.204,33 32.377,29 -0,53 -2,92 23,41 15,02 25.716,86 33.753,33
ETF 42.223,83 22,83 -802,41 406,43 4.307,15 S&P BNY América Latina 201,90 202,25 213,91 181,83 191,55 -0,17 -5,61 11,04 5,41 Austrália Sidney All Ordinaries 7.543,40 7.519,70 0,32 -1,03 4,45 3,64 6.656,40 7.771,80
Demais Tipos 1.792.129,65 -455,85 -1.827,83 -13.280,68 -28.688,15 S&P BNY Brasil 200,27 201,53 216,19 190,33 208,19 -0,63 -7,36 5,22 -3,81 China Shenzhen SZSE Composite 2.038,77 2.051,03 -0,60 -1,48 3,20 -6,84 1.870,50 2.242,45
Total Fundos de Investimentos 6.563.612,79 -9.392,42 -9.184,22 -169.403,86 -282.545,30 S&P BNY México 328,46 325,55 332,79 246,74 236,48 0,89 -1,30 33,12 38,89 China Xangai SSE Composite 3.244,49 3.260,62 -0,49 -1,41 5,02 -0,09 2.893,48 3.395,00
Total Fundos Estruturados (3) 1.385.797,97 107,45 1.128,01 45.622,68 28.751,08
S&P BNY Argentina 150,08 150,34 154,43 106,49 70,90 -0,17 -2,81 40,93 111,67 Coreia do Sul Seul KOSPI 2.605,12 2.573,98 1,21 -1,04 16,49 4,06 2.155,49 2.667,07
Total Fundos Off Shore (4) 44.131,34 - - - -
S&P BNY Chile 173,21 171,54 181,98 171,62 180,94 0,97 -4,82 0,93 -4,27 Hong Kong Hong Kong Hang Seng 19.246,03 19.184,17 0,32 -4,15 -2,71 -3,79 14.687,02 22.688,90
Total Geral 7.993.542,10 -9.284,97 -8.056,21 -123.781,18 -253.794,22
Fonte: ANBIMA. (1) PL e captação líquida de cada tipo exclui os Fundos em Cotas, evitando dupla contagem. (2) Para os tipos que iniciaram em S&P BNY Índia 2.839,12 2.834,02 2.888,91 2.841,98 2.875,72 0,18 -1,72 -0,10 -1,27 Índia Bombaim S&P BSE Sensex 65.995,81 65.846,50 0,23 -0,80 8,47 12,14 56.409,96 67.571,90
01/10/2015, as rentabilidades do ano e 12 meses foram estimadas com base na amostra atual de fundos. (3) FIDC, FII, FIP e FMIEE. (4) PL dos S&P BNY Ásia 180,25 181,57 189,38 162,47 165,83 -0,73 -4,82 10,94 8,69 Indonésia Jacarta JCI 6.875,11 6.868,81 0,09 -0,81 0,36 -3,21 6.565,73 7.318,02
tipos imobiliários e Off-Shore referentes ao mês de junho de 2023 * Rentabilidade sem período completo.Obs.: Fundos de Investimentos regidos S&P BNY China 355,17 354,40 380,94 338,39 343,25 0,22 -6,76 4,96 3,47 Tailândia Bangcoc SET 1.528,30 1.518,44 0,65 -1,78 -8,41 -5,59 1.466,93 1.691,41
pela ICVM 555/14, ICVM 522/12, ICVM 409/04, ICVM 359/02 e ICVM 141/91. Dados sujeitos a retificação em razão da representatividade S&P BNY Rússia 314,93 310,41 323,78 221,34 173,78 1,46 -2,73 42,29 81,23 Taiwan Taipé TAIEX 16.870,94 16.877,07 -0,04 -1,60 19,33 12,10 12.666,12 17.334,98
da amostra ou cadastramento de novos fundos. PL de cada tipo considera, adicionalmente, a estimativa dos fundos que não informaram o PL S&P BNY Turquia 22,60 22,47 22,07 20,63 11,10 0,60 2,42 9,58 103,70 Fontes: Valor PRO, Bolsas de Bangcoc, Bogotá, Bombaim, Budapeste, Istambul, Jacarta, Joanesburgo, Lima, Madrid e Zurique. Elaboração: Valor Data
na data de emissão do relatório Fonte: S&P BNY Mellon. Elaboração: Valor Data * Índice expresso em dólares

EDP - Energias do Brasil S.A.
Companhia Aberta
CNPJ/MF nº 03.983.431/0001-03 - NIRE 35.300.179.731
Edital de Convocação - 49ª Assembleia Geral Extraordinária
Ficam convocados os Srs. Acionistas a comparecer à Assembleia Geral Extraordinária da EDP -
ENERGIAS DO BRASIL S.A. (“Companhia”), a ser realizada sob a forma exclusivamente digital, nos
termos do inciso I do parágrafo 2º do artigo 5º e parágrafos 2º e 3º do artigo 28 da Resolução CVM
no 81, de 29 de março de 2022, conforme alterada (“Resolução CVM 81”), às 16:00 horas do dia 30
de agosto de 2023 (“AGE”), para examinar, discutir e votar a respeito da seguinte ordem do dia: (i) o
resgate e posterior cancelamento de até a totalidade das ações ordinárias de emissão da Companhia
remanescentes em circulação no mercado, sem modificação do capital social da Companhia, nos termos
do artigo 4º, parágrafo 5º, da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei
da S.A.”); (ii) em decorrência da deliberação do item “(i)” acima, a alteração do artigo 5º do Estatuto
Social da Companhia, conforme detalhado na Proposta da Administração divulgada pela Companhia
nesta data, para alterar o número total de ações de emissão da Companhia; (iii) aprovar a consolidação
do Estatuto Social da Companhia de forma a refletir a alteração indicada na deliberação “(ii)” acima; e
(iv) autorizar a Diretoria da Companhia a praticar todos os atos necessários à efetivação das deliberações
acima, bem como ratificar todos os atos já realizados por ela no âmbito da efetivação das deliberações
acima. Informações Gerais: Para participarem da AGE, os acionistas deverão apresentar os seguintes
documentos:
DOCUMENTAÇÃO A SER PESSOA PESSOA FUNDO DE
ENCAMINHADA À COMPANHIA FÍSICA JURÍDICA INVESTIMENTO
Comprovante de titularidade das suas ações emitido por
X X X
central depositária ou pelo agente escriturador
CPF e Documento de identidade com foto do acionista
X X X
ou de seu representante legal (1)
Contrato Social ou Estatuto Social consolidado e
- X X
atualizado (2)
Documento hábil que comprove a outorga de poderes,
inclusive, se for o caso, de representação (incluindo o
X (3) X X
instrumento de mandato e cópia dos atos constitutivos e
da ata de eleição dos administradores) (2)
Regulamento consolidado e atualizado do fundo - - X SSP/MG, natural do Rio de Janeiro - RJ, nascido em 23/10/1959, inscrito no CPF/MF sob o nº Sr. Alexandre Gustavo Bley; Unimed Regional de Campo Mourão Cooperativa de Trabalho Médico Ltda.,
(1)
Documento de identidade aceitos: RG, RNE, CNH, Passaporte e carteira de registro profissional
oficialmente reconhecida. (2) Para fundos de investimentos, documentos do gestor e/ou administrador,
observada a política de voto. (3) No caso de representação por procurador.
Conforme autorizado pelo artigo 121, § 1º, da Lei 6.404 de 15 de dezembro de 1976, conforme
alterada, a AGE será realizada de modo exclusivamente digital, podendo os Senhores acionistas
participarem e votarem por meio do sistema eletrônico a ser disponibilizado pela Companhia, por si, por
seus representantes legais ou procuradores, desde que comprovada a titularidades das ações. A fim de
permitir uma melhor organização dos trabalhos da Assembleia, a Companhia solicita que os documentos
acima sejam depositados na sede da Companhia até 2 (dois) dias antes da realização da AGE. Em resposta,
após a análise dos documentos enviados, nos termos do quadro acima, serão encaminhadas, pela
Companhia, para cada acionista (ou seu respectivo procurador, conforme o caso) que tenha efetuado o
regular cadastro, conforme detalhado na Proposta da Administração, as informações e orientações para
acesso à plataforma digital, incluindo, mas sem limitação, um link de acesso. Os eventuais documentos
ou propostas, declarações de voto, protestos ou dissidências sobre as matérias a serem deliberadas
deverão ser apresentadas no dia da AGE, por escrito à Mesa da Assembleia, que, para esse fim, será
representada pelo(a) Secretário(a) da Assembleia. O detalhamento das deliberações propostas, dos
documentos necessários, incluindo as orientações e procedimentos aplicáveis as regras para participação
por sistema eletrônico, bem como as demais instruções relativas à AGE, estão detalhadas na Proposta
da Administração que se encontra disponível na sede social da Companhia, no seu site de relações com
investidores (https://ri.edp.com.br/pt-br/), bem como no site da Comissão de Valores Mobiliários (https://
www.gov.br/cvm/pt-br).
São Paulo, 09 de agosto de 2023.
Miguel Stilwell de Andrade
Presidente do Conselho de Administração
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | C5
Unimed Participações S.A.
CNPJ/ME nº 27.569.369/0001-76 - NIRE nº 35.3.005035-11 (“Companhia”)
Ata da Assembleia Geral Extraordinária Realizada em 30/05/2023
Data, Hora e Local: Aos 30/05/2023, às 09h, na modalidade digital, via sistema eletrônico na plataforma Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Uberlândia
digital Google Meeting, nos termos da Instrução Normativa DREI nº 81, de 10/06/2020 (“IN 81”), e Cooperativa Regional de Trabalho Médico Ltda. representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; e
presencial, na sede da Cia., localizada na Alameda Ministro Rocha Azevedo, nº 346, 9º andar, na Cidade Unimed Vale dos Sinos Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr.
e Estado de SP, CEP 01410-901. Convocação: Edital de convocação publicado no Jornal Valor Alexandre Flores de Almeida; Unimed Nordeste Paulista - Federação Interfederativa das Cooperativas
Econômico, nos dias 20, 23 e 24/05/2023, nas páginas C05, C05 e C03, respectivamente, e no Jornal Médicas, representada pelo Sr. Edmilson Rocha de Souza; Unimed Centro-Oeste Paulista, representada
Valor Econômico Digital, na edição dos dias 20, 23 e 24/05/2023. Presenças: Compareceram à AGE, os pelo Sr. Francisco Venditto Soares; Sicoob Credicom - Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos
acionistas representantes de 90,08% do capital votante, conforme assinatura constante do Livro de Médicos e Profissionais da Área de Saúde de Belo Horizonte e Cidades Polo de Minas Gerais Ltda.,
Presença de Acionistas da Cia.. Mesa: Presidente: Adelson Severino Chagas; Secretária: Vanessa de representada pelo Sr. Fábio Botelho de Carvalho; Unimed de Piracicaba Sociedade Cooperativa de
Oliveira. Ordem do Dia: Deliberar sobre I. Deliberar o Sentido do Voto do Representante Legal da Serviços Médicos, representada pelo Sr. Carlos Joussef; Unimed de Franca - Sociedade Cooperativa de
Cia. na AGE da Unimed Seguros Saúde S.A: (a) Alteração do artigo 3º do Estatuto Social para alterar Serviços Médicos e Hospitalares, representada pelo Sr. Otto Cézar Barbosa Junior; Unimed de Botucatu
o endereço da Cia.; (b) Consolidação do Estatuto Social; II. Em AGE da Unimed Participações S.A.: (a) Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Noé Luiz Mendes Demarchi; Unimed Regional
Eleição dos membros do Conselho de Administração; e (b) Eleição do membro do Conselho de Jaú Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Paulo de Conti; Unimed do Estado do Rio de
Administração indicado por acionistas não signatários do Acordo de Acionistas da Cia., na forma dos §§ Janeiro - Federação Estadual das Cooperativas Médicas, representada pelo Sr. João Alberto da Cruz;
3º ao 8º do artigo 15 do Estatuto social, transcritos nas Instruções Gerais deste edital; III. Deliberar o Unimed Sorocaba Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Sergio Rachkorsky; Unimed de
Sentido do Voto do Representante Legal da Cia. na AGE da Unimed Seguradora S.A.: (a) Eleição São José dos Campos Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Fabio Baptista; Unimed
dos membros do Conselho de Administração; e IV. Deliberar o Sentido do Voto do Representante Regional Maringá - Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre Gustavo Bley;
Legal da Cia. nas Reuniões dos Sócios da Integra Unimed Ltda. e Dental Ecosystem Solutions: (a) Unimed Noroeste do Paraná - Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr. Alexandre
Alteração do Contrato Social em razão da alteração da composição dos membros da Diretoria Executiva. Gustavo Bley; Unimed Norte Pioneiro Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre
Deliberações: Os acionistas presentes, por unanimidade de votos e sem quaisquer restrições, Gustavo Bley; Unimed de Pato Branco Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre
discutiram e aprovaram: I. Reeleição dos membros do Conselho de Administração da Cia., para Gustavo Bley; Unimed Apucarana Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr. Alexandre
cumprir o mandato de 02 anos, com término em 30/05/2025, os Srs.: a) Aldo Pricladnitzki, reeleito para Gustavo Bley; Unimed Costa Oeste Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre
o cargo de Conselheiro, brasileiro, solteiro, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 157.586.130-53, Gustavo Bley; Unimed Londrina Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr. Alexandre
residente e domiciliado na Rua João Ruthner, 117, Moinhos, na Cidade de Lajeados/RS, CEP 95900- Gustavo Bley; Unimed de Francisco Beltrão Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr.
842; b) Eduardo Ernesto Chinaglia, reeleito para o cargo de Conselheiro, brasileiro, divorciado, em Alexandre Gustavo Bley; Unimed Foz do Iguaçu Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr.
união estável, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 718.961.988-72, residente e domiciliado na Alameda Alexandre Gustavo Bley; Unimed Guarapuava Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr.
Bromélias, 1.228, Cd. Morro Azul, Lote Morro Azul II, na cidade São João da Boa Vista/SP, CEP 13874- Alexandre Gustavo Bley; Unimed Cascavel Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr.
406; c) João Alberto da Cruz, reeleito para o cargo de Conselheiro represente dos acionistas não Alexandre Gustavo Bley; Unimed de Cianorte Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo
signatários do Acordo de Acionistas da Cia., brasileiro, casado, médico, portador da C.I. RG nº M1266196, Sr. Alexandre Gustavo Bley; Unimed Paranavaí Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo
485.251.896-34, residente e domiciliado na Avenida Marcílio Dias, nº 156, Cobertura 01, Bairro representada pelo Sr. Alexandre Gustavo Bley; Central Cooperativa de Serv. Aux./RS, representada pelo
Liberdade, CEP: 27510-080, Resende - RJ; d) Luiz Paulo Tostes Coimbra, reeleito para o cargo de Sr. Jorge Martines, na qualidade de diretor da Cooperativa Central Unimed de Cooperativas de
Conselheiro, brasileiro, casado pelo regime da comunhão parcial de bens, médico, inscrito no CPF/ME Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul; Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. - Unimed
sob o nº 469.376.417-53, residente e domiciliado na Alameda Ministro Rocha Azevedo, nº 482, apto. 92, Litoral Sul, representada pelo Sr. Jorge Martines, na qualidade de diretor da Cooperativa Central Unimed
Cerqueira César, na cidade de São Paulo/SP, CEP 01410-000; e) Michel Jacques Levy, reeleito para o de Cooperativas de Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul; Unimed Santa Maria Sociedade
cargo de Conselheiro Externo, brasileiro, casado, engenheiro, inscrito no CPF/ME sob o nº 940.566.848- Cooperativa de Serviços Médicos Ltda., representada pelo Sr. Jorge Martines, na qualidade de diretor da
04, residente e domiciliado na Rua Manoel da Nóbrega, nº 498, apto. 18, Paraíso, na Cidade de SP/SP, Cooperativa Central Unimed de Cooperativas de Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul; VS
CEP 04001-001; f) Omar Abujamra Junior, reeleito para o cargo de Conselheiro, brasileiro, casado pelo Empreendimentos S.A., representada pelo Sr. Jorge Martines, na qualidade de diretor da Cooperativa
regime da comunhão parcial de bens, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 021.213.938-03, residente e Central Unimed de Cooperativas de Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul; Unimed Pelotas
domiciliado na Rua Dr. Cardoso de Almeida, 1.000, apartamento 141, Centro, na cidade de Botucatu/SP, Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo Sr. Jorge Martines, na qualidade de
CEP 18600-005; g) Paulo Roberto Fernandes Faria, reeleito para o cargo de Conselheiro, brasileiro, diretor da Cooperativa Central Unimed de Cooperativas de Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul;
casado pelo regime da comunhão universal de bens, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 306.740.939- Unimed Alto Jacuí Cooperativa de Serviços Médicos Ltda., representada pelo Sr. Jorge Martines, na
68, residente e domiciliado na Rua Amambai, 3.839, Q05L12, Zona Um A, na cidade de Umuarama/PR, qualidade de diretor da Cooperativa Central Unimed de Cooperativas de Assistência à Saúde do Rio
CEP 87501-070; h) Rached Hajar Traya, reeleito para o cargo de Conselheiro, brasileiro, casado pelo Grande do Sul; Unimed Uruguaiana Sociedade Cooperativa de Trabalho Médico Ltda., representada pelo
regime da comunhão parcial de bens, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 553.178.209-87, residente e Sr. Jorge Martines, na qualidade de diretor da Cooperativa Central Unimed de Cooperativas de
domiciliado na Rua Cel. Ottoni Maciel, 80, apartamento 111, bloco B, Vila Izabel, na cidade de Curitiba/ Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul; Unimed Bagé Sociedade Cooperativa de Serviços Médicos
PR, CEP 80320-000; i) Samuel Flam, reeleito para o cargo de Conselheiro, brasileiro, casado pelo Ltda., representada pelo Sr. Jorge Martines, na qualidade de diretor da Cooperativa Central Unimed de
regime da separação de bens, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 315.712.556-72, residente e Cooperativas de Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul; Unimed de Barretos Cooperativa de
domiciliado na Avenida Brasil, 1.653, apartamento 1001, Funcionários, na cidade de Belo Horizonte, no Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed
Estado de Minas Gerais, CEP 30140-002; e j) Sérgio Baiocchi Carneiro, reeleito para o cargo de do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed Registro Cooperativa
Conselheiro, brasileiro, casado pelo regime da comunhão parcial de bens, médico, inscrito no CPF/ME de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed
sob o nº 285.568.521-49, residente e domiciliado na Rua Amélia Artiaga Jardim, 247, apartamento 1.901, do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed Itapetininga
Bloco Miami One Life Style, na cidade de Goiânia/GO, CEP 74180-070. Os membros do Conselho de Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de
Administração da Cia., ora reeleitos, declararam conhecer plenamente a legislação, preencherem todos diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed
os requisitos legais para o exercício do cargo para os quais foram reeleitos, e não estarem impedidos, por Leste Paulista - Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na
lei especial, de exercerem a administração de sociedades, e nem condenados ou sob efeitos de qualidade de diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas
condenação a pena que vede, ainda, que, temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime Médicas; Unimed Os Bandeirantes Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo
falimentar, de prevaricação, suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das
sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de Cooperativas Médicas; Unimed Salto-Itu Cooperativa Médica, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto
consumo, a fé pública ou a propriedade, não estando incurso nenhum dos crimes previstos em lei que os Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das
impeçam de exercer atividade mercantil. Outrossim, declaram não possuir qualquer condenação com Cooperativas Médicas; Unimed Sudeste Paulista Federação Intrafederativa das Cooperativas Médicas,
trânsito em julgado, pela prática dos crimes de fraude à licitação, corrupção de agentes públicos, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado de São
organização criminosa ou lavagem de dinheiro, bem como não ter relação de parentesco até o terceiro Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed de São Carlos - Cooperativa de Trabalho
grau com agente público que possua relação comercial com a Cia. ou com quaisquer empresas por ela Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado
controlada. Declaram, ademais, que, caso a sua situação se altere no decorrer da relação, informará, na de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed de Taubaté Cooperativa de
primeira oportunidade, à unidade de governança corporativa da Cia. todos os fatos que alteram as Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed
condições de desimpedimento. II. O sentido do voto proferido pelo representante legal da Cia. nas do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed Caçapava Cooperativa
Assembleias Gerais Extraordinárias da Unimed Seguradora S.A. e da Unimed Seguros Saúde S.A., e nas de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed
Reuniões de Sócios da Integra Unimed Ltda. e Dental Ecosystem Solutions. Encerramento: Nada mais do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed São José do Rio Preto
havendo a ser tratado, foi encerrada a assembleia, da qual se lavrou a presente ata em forma de sumário Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de
que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os Presentes. Mesa: Adelson Severino Chagas, diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed
Presidente; e Vanessa de Oliveira, Secretária. Acionistas Presentes: Unimed do Brasil - Confederação Capivari Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade
Nacional das Cooperativas Médicas, representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Belo de diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed
Horizonte Cooperativa de Trabalho Médico, representada por Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Amparo Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade
Curitiba - Sociedade Cooperativa de Médicos, representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; de diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed
Unimed Vitória Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Santa Bárbara D’Oeste e Americana Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo
Unimed Nacional - Confederação Nacional das Cooperativas Médicas, representada pelo Sr. Alexandre Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das
Flores de Almeida; Unimed Santos Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Alexandre Cooperativas Médicas; Unimed de São José do Rio Pardo - Cooperativa de Trabalho Médico, representada
Flores de Almeida; Unimed Porto Alegre - Cooperativa Médica Ltda., representada pelo Sr. Alexandre pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado de São Paulo -
Flores de Almeida; Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas, Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed de Guaratinguetá Cooperativa de Trabalho
representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Goiânia Cooperativa de Trabalho Médico, Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed do Estado
representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed do Estado de Santa Catarina - Federação de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed Limeira - Cooperativa de
Estadual das Cooperativas Médicas, representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed do Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de diretor da Unimed
Estado do Paraná - Federação Estadual das Cooperativas Médicas, representada por Alexandre Flores do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed Araraquara
de Almeida; Unimed Cooperativa de Serviços de Saúde Vales do Taquari e Rio Pardo Ltda., representada Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Ernesto Chinaglia, na qualidade de
pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Cuiabá Cooperativa de Trabalho Médico, representada diretor da Unimed do Estado de São Paulo - Federação Estadual das Cooperativas Médicas; Unimed
pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Federação Interfederativa das Cooperativas de Trabalho Médico do Jundiaí Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Valério Delamanha; e Unimed Norte
Estado de Minas Gerais; representada por Alexandre Flores de Almeida; Cooperativa Central Unimed de Paulista Cooperativa de Trabalho Médico, representada pelo Sr. Eduardo Portioli. [Foram atendidos todos
Cooperativa de Assistência à Saúde do Rio Grande do Sul Ltda., representada pelo Sr. Alexandre Flores os requisitos para a realização da AGE da Cia., especialmente os previstos na IN 81 do Departamento
de Almeida; Unimed Nordeste RS - Sociedade Cooperativa de Serviços Médicos Ltda., representada de Registro Empresarial e Integração, com relação ao formato digital]. São Paulo, 30/05/2023. Mesa:
pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Mercosul - Confederação de Federações de Cooperativas Adelson Severino Chagas - Presidente; Vanessa de Oliveira - Secretária. JUCESP nº 259.751/23-6
Unimed da Região Sul do Brasil, representada pelo Sr. Alexandre Flores de Almeida; Unimed Campinas em 28/06/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
Unimed Participações S.A.
CNPJ/ME nº 27.569.369/0001-76 - NIRE nº 35.3.005035-11 (“Companhia”)
Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
Realizada no Dia 30 de Maio de 2023
Data, Hora, Local: Aos 30/05/2023, às 14h, na modalidade digital, via sistema eletrônico na plataforma
digital Google Meet, nos termos da Instrução Normativa DREI nº 81, de 10/06/2020 (“IN 81”), e, em
conformidade com o art. 19, §1 do Estatuto Social da Cia., considerando, para efeitos legais, como
realizada na sede da Cia., localizada na Alameda Ministro Rocha Azevedo, nº 346, 9º andar, na Cidade
e Estado de SP, CEP 01410-901. Convocação, Presença e Instalação: A convocação da Reunião
Extraordinária do Conselho de Administração da Cia. foi realizada mediante e-mail encaminhado aos
Srs. Conselheiros que, reunidos, atingiram o “quórum” estatutário, conforme assinaturas apostas no livro
de presença, sendo a reunião instalada em primeira convocação. Mesa: Presidente: Samuel Flam;
Secretário: Sérgio Baiocchi Carneiro. Ordem do Dia: Eleição dos membros da Diretoria Executiva da
Cia.. Deliberações: Os Conselheiros presentes deliberaram, por unanimidade e sem reservas, a
reeleição dos membros da Diretoria Executiva da Cia., para cumprir o mandato de 02 anos, com término
em 30/05/2025, os Srs.: (a) Adelson Severino Chagas, brasileiro, médico, casado pelo regime de
comunhão parcial de bens, inscrito no CPF/ME sob o nº 068.664.685-15, residente e domiciliado na Rua
Sônia Alves Lopes, nº 2225, Bairro Coroa do Meio, na cidade de Aracaju/SE, CEP 49035-740, reeleito
para o cargo de Diretor Presidente; (b) Alberto Gugelmin Neto, brasileiro, casado pelo regime da
comunhão parcial de bens, médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 774.008.449-20, residente e domiciliado
na Rua Quintino Bocaiuva, nº 300, Bairro Centro, na cidade de Mafra/SC, CEP 89300-166, reeleito para
o cargo de Diretor de Mercado e Novos Negócios; e (c) Otto Cezar Barbosa Junior, brasileiro, viúvo,
médico, inscrito no CPF/ME sob o nº 045.945.878-79, com endereço na Avenida Rio Amazonas,
nº 1.530, apartamento 51, Bairro Residencial Amazonas, na cidade de Franca/SP, CEP 14406-010,
reeleito para o cargo de Diretor Administrativo-Financeiro. Os membros da Diretoria Executiva da Cia.,
ora reeleitos, declararam conhecer plenamente a legislação, preencher todos os requisitos legais para
o exercício do cargo para o qual foram reeleitos, e não estarem impedidos, por lei especial, de exercer
a administração de sociedades, e nem condenados ou sob efeitos de condenação a pena que vede,
ainda, que, temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação,
suborno, concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional,
contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a
propriedade, não estando incurso nenhum dos crimes previstos em lei que os impeçam de exercer
atividade mercantil. Outrossim, declaram não possuir qualquer condenação com trânsito em julgado,
pela prática dos crimes de fraude à licitação, corrupção de agentes públicos, organização criminosa ou
lavagem de dinheiro, bem como não ter relação de parentesco até o terceiro grau com agente público
que possua relação comercial com a Cia. ou com quaisquer empresas por ela controlada. Declaram,
ademais, que, caso a sua situação se altere no decorrer da relação, informará, na primeira oportunidade,
à unidade de governança corporativa da Cia.todos os fatos que alteram as condições de desimpedimento.
Em virtude da reeleição dos membros da Diretoria Executiva da Cia., consignam a indicação do
responsável perante a Receita Federal, o Sr. Adelson Severino Chagas, acima qualificado.
Encerramento: Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada esta reunião, da qual se lavrou a
presente ata que, lida e achada conforme, foi assinada por todos os presentes. Mesa: Samuel Flam,
Presidente; Sérgio Baiocchi Carneiro, Secretário. Conselheiros Presentes: Aldo Pricladnitzki, Eduardo
Ernesto Chinaglia, João Alberto da Cruz, Luiz Paulo Tostes Coimbra, Michel Jacques Levy, Omar
Abujamra Junior, Paulo Roberto Fernandes Faria, Rached Hajar Traya, Samuel Flam e Sérgio Baiocchi
Carneiro Filho. [Autenticação: A presente ata é cópia fiel da lavrada no livro de Atas das Reuniões do
Conselho de Administração da Cia.]. São Paulo, 30/05/2023. Mesa: Samuel Flam - Presidente;
Sérgio Baiocchi Carneiro - Secretário. JUCESP nº 262.262/23-0 em 03/07/2023. Maria Cristina Frei -
Secretária Geral.
Unimed Participações S.A.
CNPJ/ME nº 27.569.369/0001-76 - NIRE nº 35.3.005035-11 (“Companhia”)
Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
Realizada no Dia 27 de Junho de 2023
Data, Hora, Local: Aos 27/06/2023, às 14h, na modalidade digital, via sistema eletrônico na plataforma
digital Google Meet, nos termos da Instrução Normativa DREI nº 81, de 10/06/2020 (“IN 81”), e, em
conformidade com o art. 19, §1 do Estatuto Social da Cia., considerando, para efeitos legais, como
realizada na sede da Cia., localizada na Alameda Ministro Rocha Azevedo, nº 346, 9º andar, na Cidade
e Estado de SP, CEP 01410-901. Convocação, Presença e Instalação: A convocação da Reunião
Extraordinária do Conselho de Administração da Cia. foi realizada mediante e-mail encaminhado aos
Srs. Conselheiros que, reunidos, atingiram o “quórum” estatutário, conforme assinaturas apostas no livro
de presença, sendo a reunião instalada em primeira convocação. Mesa: Presidente: Samuel Flam;
Secretário: Sérgio Baiocchi Carneiro. Ordem do Dia: Eleição dos membros da Diretoria Executiva da
Cia.. Deliberações: Os Conselheiros presentes deliberaram, por unanimidade e sem reservas, a
eleição do Diretor de Mercado e Novos Negócios da Cia., para cumprir o mandato de 02 anos, com
término em 30/05/2025, o Sr.: (a) Sérgio Malburg Filho, brasileiro, médico, casado pelo regime de
comunhão universal de bens, inscrito no CPF/ME sob o nº 519.125.979-34, residente e domiciliado na
Avenida Atlântica, nº 3.160, Centro, na Cidade de Balneário Camboriú/SC, CEP 88330-000, eleito para
o cargo de Diretor de Mercado e Novos Negócios. O membro da Diretoria Executiva da Cia., ora eleito,
declara conhecer plenamente a legislação, preencher todos os requisitos legais para o exercício do
cargo para o qual foi eleito, e não estar impedido, por lei especial, de exercer a administração de
sociedades, e nem condenado ou sob efeitos de condenação a pena que vede, ainda, que,
temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, suborno,
concussão, peculato, ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as
normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, não
estando incurso nenhum dos crimes previstos em lei que o impeça de exercer atividade mercantil.
Outrossim, declara não possuir qualquer condenação com trânsito em julgado, pela prática dos crimes
de fraude à licitação, corrupção de agentes públicos, organização criminosa ou lavagem de dinheiro,
bem como não ter relação de parentesco até o terceiro grau com agente público que possua relação
comercial com a Cia. ou com quaisquer empresas por ela controlada. Declaram, ademais, que, caso a
sua situação se altere no decorrer da relação, informará, na primeira oportunidade, à unidade de
governança corporativa da Cia. todos os fatos que alteram as condições de desimpedimento. (b)
Consignar que o mandato do Diretor de Mercado e Novos Negócios, ora eleito, vigerá conforme o
mandato dos demais diretores, ou seja, até 30/05/2025. Encerramento: Nada mais havendo a ser
tratado, foi encerrada esta reunião, da qual se lavrou a presente ata que, lida e achada conforme, foi
assinada por todos os presentes. Mesa: Samuel Flam, Presidente; Sérgio Baiocchi Carneiro, Secretário.
Conselheiros Presentes: Aldo Pricladnitzki, Eduardo Ernesto Chinaglia, João Alberto da Cruz, Luiz
Paulo Tostes Coimbra, Michel Jacques Levy, Omar Abujamra Junior, Paulo Roberto Fernandes Faria,
Rached Hajar Traya, Samuel Flam e Sérgio Baiocchi Carneiro Filho. [Autenticação: A presente ata é
cópia fiel da lavrada no livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração da Cia.]. São Paulo,
27/06/2023. Mesa: Samuel Flam - Presidente; Sérgio Baiocchi Carneiro - Secretário. JUCESP
nº 300.659/23-4 em 24/07/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
C6 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Entrevista José Berenguer, presidente do Banco XP,
vê espaço para corte mais intenso da taxa Selic e
diz que cenário é favorável para a economia local
‘Reformas estão andando
e Haddad está fazendo
trabalho importante’
Mônica Scaramuzzo e
Fernanda Guimarães
De São Paulo
Se tivesse apostado, José Be-
renguer, presidente do Banco
XP, teria ganhado o “bolão da
firma”. O executivo acreditava
no corte de 0,5 ponto percentual
na taxa básica de juros do mer-
cado, a Selic, anunciado na se-
mana passada. “O Caio [Megale,
economista-chefe da XP Investi-
mentos] previa queda 0,25. O
Banco Central deu uma ótima si-
nalização. Eu vejo maior espaço
para queda até o fim do ano do
que o mercado tem precificado”,
diz Berenguer, que acumula in-
terinamente o comando do ban-
co de investimento após o desli-
gamento de Pedro Mesquita,
anunciado na segunda-feira.
Para o executivo, a combina-
ção de inflação baixa, queda da
taxa básica de juros e agenda de
reformas deverá estimular o cres-
cimento da economia. “Até há
poucos meses, a gente passou
por uma preocupação com a ati-
vidade econômica que se mate-
rializou. Se tirar o que aconteceu
com o agronegócio, direta ou in-
diretamente, a economia andou
de lado. A gente ainda não tem
uma sensação de crescimento”,
diz. Outro sinal positivo, segun-
do ele, foi o voto de minerva, na
reunião do Comitê de Política
Monetária (Copom) ter vindo
exatamente de Roberto Campos
Neto, o presidente do BC.
Uso de cartão em transporte sobe 238%, diz Mastercard
Mariana Ribeiro
De São Paulo
A Mastercard observou um
crescimento de 238% no número
de transações com cartões em
diferentes modais de transpor-
tes no primeiro trimestre deste
ano, na comparação com o mes-
mo período do ano passado. O
movimento é explicado tanto
por uma maior adoção dos
usuários quanto pelo aumento
na base de aceitação, na medida
que novas cidades implemen-
tam a funcionalidade. A empre-
sa não abre números absolutos.
O uso de cartões de crédito, dé-
bito e pré-pagos no transporte pú-
blico é visto como uma importan-
te avenida de crescimento pelas
Ventos
favoráveis
para
os FIIs
Palavra do
gestor
Angelo Ferraretto
Berenguer, que antes de che-
gar à XP comandou por sete
anos a franquia do J.P. Morgan
no Brasil, vê o ministro da Fa-
zenda, Fernando Haddad (PT),
com bom trânsito no Congresso
para conduzir as reformas, que
incluem temas “muito caros” à
Faria Lima, como a tributação
sobre fundos fechados, dividen-
dos e dinheiro “offshore”, que
não agendas populares nem no-
vas. “A gente sabe que vai ser ta-
refa muito dura. Vai ter de me-
xer em subsídios e setores que
recebem incentivos. As reformas
estão andando e Haddad está fa-
zendo um trabalho importan-
te, com uma postura serena de
aparar as tensões dentro do
seu partido e tem sido um pon-
to de equilíbrio muito forte.”
Para Berenguer, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva tem da-
do apoio ao ministro da Fazenda
e isso é importante para cons-
truir a retomada do crescimento
da economia. “O que me surpre-
endeu em Haddad foi sua postu-
ra de não cair em provocações e
de colocar uma meta ambiciosa
de que o Brasil volte a ser invest-
ment grade. É difícil, mas é preci-
so colocar essas metas. Se ele con-
seguir controlar despesa, au-
mentar arrecadação, teremos
uma evolução muito importan-
te, com ele sendo o fiador de uma
política econômica estável.”
O risco, de acordo com o exe-
cutivo, é o Brasil não correspon-
der e a retomada da atividade
bandeiras. A opção permite que o
passageiro pague passagens de
metrô, ônibus e outros modais
aproximando o cartão, seja físico
ou virtual, do validador — ou seja,
não é necessária a apresentação do
cartão específico do transporte.
Embora há mais de 20 anos
existam projetos nessa direção no
país, a iniciativa vem ganhando
força apenas mais recentemente.
Isso vem na esteira da populariza-
ção dos pagamentos por aproxi-
mação e de um esforço da indús-
tria em aumentar o uso de cartões
em segmentos menos explorados.
Em junho, os ônibus gerencia-
dos pela Empresa Metropolitana
de Transportes Urbanos de São
Paulo (EMTU), na capital e região
metropolitana, passaram a contar
O
mercado de fundos
de investimento
imobiliário (FIIs)
vive um momento
em que os ventos
favoráveis não param de soprar,
não apenas pelos atuais
resultados positivos, mas
também pela perspectiva de
um futuro ainda mais
animador. Não cabe ainda falar
em euforia, mas os números e o
horizonte de curto e médio
prazos autorizam previsões
positivas. Por isso, os mais de
2,2 milhões de investidores que
optaram por essa aplicação
estão entusiasmados: o Ifix
(índice da B3 que acompanha o
comportamento desses ativos)
disparou no 1 o semestre
e o cenário à frente também
promete, principalmente com
o início da queda dos juros.
Veja-se o fechamento do Ifix
no 1 o semestre, tão comemorado
pelos investidores e que é um
chamariz para novos entrantes: o
índice ostentou, no início de
julho, 13 semanas consecutivas
de alta e está cada vez fica mais
próximo do recorde de 3.253,76
estancar ou cair e, com isso,
comprometer o ajuste fiscal. “Es-
tou otimista. Vai ter espaço para
cortar despesas, mas sabemos
que vai ter de aumentar os gas-
tos para uma população que es-
tá desassistida para educação,
por exemplo. Isso é um investi-
mento de longo prazo e tem de
ser feito. Se por algum motivo, o
crescimento não vier, teremos
um problema de cunho fiscal.”
Na XP desde 2020, Berenguer
também vai usar sua experiência
de 38 anos no mercado financeiro
— ele disse que começou a traba-
lhar cedo — para trazer mais negó-
cios para a sede da companhia.
Com a saída de Pedro Mesquita,
que ajudou a montar a área de
banco de investimento da XP do
zero, o executivo já tem voltando a
usar terno e gravata, que nem jun-
taram tanta poeira no armário. E
esse, como já de costume em sua
jornada no mercado financeiro, é
seu uniforme nas conversas com
empresários tradicionais e clien-
tes. “Nada contra o coletinho. Na
semana passada, tive de usar pale-
tó e gravata para conversar com
investidores árabes. A gente se
adapta ao gosto do freguês”, afir-
ma, fazendo referência ao colete
que se tornou uma marca da XP.
Na entrevista concedida ao Va-
lor na segunda-feira, Berenguer
usava um terno alinhado, sapato
social, mas deixou a gravata de la-
do. Por enquanto. “Vou ‘treidar’
[neologismo do mercado finan-
ceiro para o verbo em inglês tra-
com pagamento por aproxima-
ção. Treze estações de metrô ofe-
recem a modalidade. Neste ano, o
metrô de Salvador (BA) também
disponibilizou a função, que já foi
adotada por municípios como Rio
de Janeiro, Goiânia (GO) e Curi-
tiba (PR). A Mastercard partici-
pa de onze iniciativas no país.
“Por enquanto,
o pagamento
por cartão
substitui só o
bilhete unitário”
Fernanda Caraballo
pontos, de janeiro de 2020. O
valor de mercado já supera
R$ 200 bilhões e a liquidez cresce.
A média diária de negociação
alcançou R$ 264 milhões, o
maior nível em 12 meses.
Não se trata de um momento
isolado. Ao completar 30 anos
no Brasil, os FIIs ostentam um
histórico consolidado e positivo.
O segmento caiu nas graças dos
brasileiros, que formam um
contingente que cresce em
progressão geométrica,
com predominância de pessoas
físicas, mas atraindo número
cada vez maior de investidores
institucionais. Claro que
houve períodos de más notícias,
como o baque da epidemia de
coronavírus e as incertezas em
épocas em que o país conviveu
com inflação, choques externos
e outras turbulências. Foram
dias difíceis para os FIIs,
mas o segmento foi resiliente.
O mais recente impulsionador
é a perspectiva de redução dos
juros. Mesmo sem razão, juros
em alta são apontados como
inimigos dos FIIs. É verdade
que, historicamente, quando
José Berenguer: “Se por algum motivo, o crescimento não vier, teremos um problema de cunho fiscal”
de, ou negociar] as minhas grava-
tas com a nova geração”, brinca.
Com larga experiência no mer-
cado financeiro, a “senioridade”
de Berenguer pode trazer opera-
ções grandes para a mesa da XP.
Ainda não há nomes para o co-
mando do banco de investimen-
to que vai ser decidido mais à
frente. “Nosso IB [na sigla em in-
glês] está montado. Vou ficar co-
mo interino para não mexer
mais neste momento. Temos
uma equipe ótima, sobretudo
na área de fusões e aquisições.”
O que o executivo quer evitar
é mexer na equipe em um mo-
mento de retomada, algo que
já se nota no número de tran-
sação de mercado de capitais
ao longo das últimas semanas.
Ele reforça que a XP é muito
forte na originação — com 14 mil
agentes autônomos — e esse fator
é o principal diferencial entre os
bancos de investimentos na Faria
Lima. “Ainda não estamos nos
grandes M&As [fusões e aquisi-
“Nos primeiros anos, o princi-
pal desafio era a disponibilidade
de cartões com NFC [de aproxi-
mação]. Recentemente, princi-
palmente na pandemia, o uso da
tecnologia se acelerou bastante”,
diz Fernanda Caraballo, vice-
presidente de Desenvolvimento
de Negócios da Mastercard Bra-
sil. Segundo a Associação Brasi-
leira das Empresas de Cartões
de Crédito e Serviços (Abecs),
mais de 40% das compras pre-
senciais com cartão já são feitas
por aproximação e a fatia deve
chegar a 60% neste ano.
Outro desafio envolve o custo
de substituição dos leitores de
cartão, especialmente nos ôni-
bus, onde a quantidade de valida-
dores é muito maior do que nos
os juros sobem os investidores
conservadores optam pela renda
fixa, que nessas situações oferece
maior retorno. Como os FIIs
são ativos de renda variável,
tornam-se menos atraentes para
os conservadores (que ainda são
maioria no mercado brasileiro).
No entanto, essa visão nem
sempre se confirma. Basta
lembrar o que está acontecendo
nos últimos meses: os FIIs
foram impactados, sim, com o
elevado nível da Selic, mas têm
apresentado variação positiva,
principalmente desde maio. Mais
ainda, a perspectiva de queda
dos juros está impactando
favoravelmente mesmo com a
taxa básica ainda alta quando
comparada à inflação.
A que se pode atribuir o
histórico e as perspectivas tão
favoráveis? Certamente, os FIIs
têm características atraentes
para o brasileiro. Além de se
basearem em ativos imobiliários,
que historicamente sempre
estiveram entre as preferências
dos aplicadores, eles têm mais de
um componente de retorno em
que a valorização das cotas se
ções, na sigla em inglês], mas pos-
so ajudar o time para se posicio-
nar para transações maiores.”
E a retomada do mercado de ca-
pitais será um caminho importan-
te para crescer. “Veremos muitas
operações de ‘follow-ons” [oferta
subsequente de ações] até o fim
deste ano. E pode cravar: veremos
também lançamento de oferta
[IPO]. Quer dizer, teremos IPO, se
não houver nenhuma zebra”, diz.
Ao afirmar que a bolsa brasileira
terá sim alguma estreia ainda em
2023, Berenguer faz o que muito
banqueiro de investimento tem
evitado: na roda de apostas, a con-
centração de retomada está em
2024. No entanto, o executivo da
XP reforça e diz que há muito
tempo não se sente tão otimista.
Sobre as ofertas subsequentes,
ele enxerga um ritmo forte até o
dezembro, com empresas já lista-
das acessando o mercado para co-
locar dinheiro no caixa para inves-
tir rumo ao crescimento, mas ain-
da haverá uma dinâmica de com-
metrôs. “Isso vai acontecendo de
forma gradual, na medida que os
operadores de transporte vão
atualizando seus equipamentos”,
diz Caraballo. Ela acrescenta que
há ainda um desafio de comuni-
cação, para que a população sai-
ba que essa opção existe.
O pagamento com cartão de
crédito ou débito traz economia
para o operador de transporte na
gestão de dinheiro em espécie,
além de conveniência e agilidade
para o usuário, diz a executiva. Mas
ainda há limitações. Hoje, por
exemplo, não está abarcada a inte-
gração. “Por enquanto, o paga-
mento por cartão substitui só o bi-
lhete unitário, mas é uma evolução
possível”, diz Caraballo. Ela acres-
centa que a funcionalidade deve
soma aos dividendos, além da
isenção de imposto de renda
para pessoas físicas. Oferecem
também a possibilidade
de investir tanto em fundos
“de tijolo” (que compram
as propriedades) quanto nos
“de papel” (baseados em
recebíveis imobiliários).
Há ainda a atratividade trazida
pelo amplo leque de opções que
oferecem, com a formação de
carteiras de galpões logísticos,
lajes corporativas, shopping
centers, hotéis e imóveis
residenciais, além dos fundos
híbridos e dos “fundos de
fundos”. Assim, é possível investir
de acordo com os segmentos
mais promissores na avaliação
dos investidores e considerar o
longo prazo, como acontece
atualmente com os imóveis
residenciais, que viverão cenário
positivo com a queda dos juros.
A liquidez, de grande
importância para o investidor,
também tem se mostrado um
ponto forte dos FIIs. Com número
cada vez maior de negócios na
B3, a compra e venda de ativos
acontece em ritmo acelerado, em
CAROL CARQUEJEIRO/VALOR.
panhias buscando ajuste de ba-
lanço. “Com isso, a empresa pode
entrar em um círculo virtuoso.”
Berenguer aponta que o IB da
XP tem forte experiência em dívi-
das, tanto em operações de me-
nor porte, quanto nas maiores do
mercado, algo que tem ajudado a
casa a ocupar as primeiras posi-
ções dos rankings de renda fixa.
“Fizemos recentemente opera-
ções bilionárias, como a da Ae-
gea e Iguá. Além disso, temos
uma ótima penetração no agro-
negócio. Acompanhamos mui-
tas empresas que faziam opera-
ções pequenas, mas essas compa-
nhias, agora bem estruturadas,
podem se preparar para transa-
ções grandes. É a nossa aposta.”
Com a retomada do crédito —
que teve uma piora no segundo se-
mestre de 2022 e estancou no iní-
cio do ano, com o caso da America-
nas —, Berenguer vê as operações
voltando até o fim do ano. “Não sei
se volta 100%, mas está retoman-
do. Há muita oferta de dívida.”
funcionar como um complemen-
to e não em substituição ao car-
tão de transporte convencional.
Em outra direção, têm sido im-
plementados também pela indús-
tria os cartões com bandeira no
transporte público, em um movi-
mento que permite que o cartão
seja utilizado para pagamentos de
compra em geral. Em São Paulo,
por exemplo, há o Top, da bandei-
ra Mastercard. No Rio, foi lançado
recentemente o Jaé, em parceria
com a Visa. Caraballo destaca que,
nesses casos, a iniciativa tem papel
relevante de inclusão financeira.
.com
Leia reportagens sobre investimentos
e finanças pessoais no site
www.valorinveste.com
um ambiente seguro e regulado.
Além disso, a liquidez e a
diversificação ganharam mais
um impulso com a recente
criação do mercado futuro de
Ifix, que permite a negociação
sem a necessidade de comprar
toda a cesta de ativos que
compõem o índice, além de
ser uma ferramenta para a
estratégia de proteção contra a
exposição em renda variável.
Levando em conta todos esses
fatores, temos um cenário positivo
para o FIIS, com perspectiva de um
futuro ainda melhor. Não convém
optar pelo otimismo exagerado,
mas não dá para negar: o
investidor que tem ou que terá
fundos imobiliários tem motivos
de sobra para viver um 2 o semestre
repleto de boas notícias.
Angelo Ferraretto é gerente de
portfólio de Real Estate da Integral Brei
Este artigo reflete as opiniões do autor, e
não do jornal Valor Econômico. O jornal não
se responsabiliza e nem pode ser
responsabilizado pelas informações acima
ou por prejuízos de qualquer natureza em
decorrência do uso destas informações.
STJ
Igreja Universal terá
que pagar mais de
R$ 23 milhões por
demolir casarões
valor.globo.com/legislacao
Valor E
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Civil Desembargadores consideraram que casos não envolvem informações sensíveis ou sigilosas
TJSP aplica LGPD e nega pedidos de danos
morais por vazamento de dados pessoais
Adriana Aguiar
De São Paulo
O Tribunal de Justiça de São Pau-
lo (TJSP), o maior do país, tem ne-
gado pedido de indenização por
danos morais por vazamento de
dados, com base na Lei Geral de
Proteção de Dados (LGPD). Na
maioria dos processos, os desem-
bargadores entendem que não há
comprovação dos danos causados
ou que se trata de informações que
não são sensíveis ou sigilosas.
Os acórdãos vão na mesma li-
nha da única decisão de turma
proferida até então pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ). Em mar-
ço, a 2ª Turma entendeu que o va-
zamento de dados pessoais co-
muns — como nome, RG, endere-
ço, data de nascimento e telefone
—, sem prova do prejuízo causado,
não gera o direito a indenização
por danos morais (REsp 2130619).
Na decisão, os ministros ainda
entenderam que o rol da LGPD so-
bre o que são dados pessoais sensí-
veis é taxativo, o que, portanto, ex-
cluiria do alcance da lei dados co-
muns. O artigo 5º, inciso II, lista in-
formações sobre origem racial ou
étnica, convicção religiosa, opinião
política, filiação a sindicato ou a or-
ganização de caráter religioso, filo-
sófico ou político. Ou também da-
dos referentes à saúde, à vida se-
xual, genéticos ou biométricos,
quando vinculados a uma pessoa.
A discussão é recente. E havia
receio de especialistas, com a en-
trada em vigor da LGPD, em se-
tembro de 2020, de que poderia
haver uma enxurrada de indeni-
zações por danos morais, o que
acabou não se confirmando.
“A decisão do STJ corrigiu a rota,
ao dizer que se não estamos diante
de dadossensíveis,esse danomoral
tem que ser demonstrado”, diz o
advogado Vinícius Zwarg, do Eme-
renciano, Baggio & Associados. Pa-
ra ele, esse entendimento, replica-
MP traz regras para regulamentar o trust
Beatriz Olivon, Guilherme
Pimenta e Raphael Di Cunto
De Brasília
O governo incluiu na medida
provisória do salário mínimo (MP
nº 1.172) regras para regulamen-
tar o trust no Brasil. O texto, apro-
vado nesta semana por comissão
mista do Congresso Nacional, tra-
ta da modalidade irrevogável —
em que o doador repassa imedia-
tamente os direitos sobre os seus
bens —, de tributação e de instru-
mentos similares, como fundação
e um tipo de seguro de vida.
São pontos que foram incluídos
ou aperfeiçoados em relação à MP
anterior, de nº 1.171, que também
tratava do tema. Outros assuntos
foram incorporados à medida pro-
visória do salário mínimo para agi-
lizar a votação — entre eles, a corre-
ção da tabela do Imposto de Ren-
da, para não perder a validade.
O trust consiste em um contra-
to privado em que o instituidor
transfere a propriedade de bens a
alguém (o trustee) que assume a
obrigação de administrá-los em
benefício do próprio instituidor
ou de pessoas por ele indicadas,
geralmente herdeiros.
O instrumento é muito utilizado
do pelo TJSP, demonstra que não
haverá espaço para a “indústria do
dano moral”. “A tendência é que os
tribunais sejam criteriosos e se exi-
ja a comprovação do dano.”
Com a entrada em vigor da LGPD,
afirma a advogada Fabíola Meira,só-
cia do Meira Breseghello, o limite do
que pode ou não ser divulgado ficou
mais claro e são poucas as decisões
que concedem indenização por da-
nos morais. “O rol na lei do que é
permitido é significativo”, diz.
O artigo 7º diz que o tratamento
de dados pessoais somente poderá
ser realizado mediante o forneci-
mento de consentimento pelo titu-
lar, mas estabelece outras hipóteses.
Entre elas, o uso de informações pa-
ra o cumprimento de obrigação le-
gal ou regulatória pelo controlador
ou para a proteção do crédito.
Na maioria das ações no TJSP, se-
gundo a advogada, os consumido-
res pedem a condenação por inclu-
são de dados nos cadastros de prote-
ção ao crédito. “O entendimento é
no sentido de ausência de compro-
vação de desrespeito aos limites le-
gais ou de utilização de informações
excessivas ou sensíveis”, afirma.
Em um caso recente, a 33ª Câma-
ra negou pedido de um consumidor
contra uma empresa de proteção ao
crédito. Em seu voto, o relator, de-
sembargador João Carlos Sá Moreira
de Oliveira, afirma que, de fato, a le-
gislação impõe que o consumidor
seja previamente notificado sobre
abertura de cadastro com seus da-
dos pessoais. Mas acrescenta que o
mesmo artigo 7º da LGPD apresenta
outrashipótesesemqueotratamen-
to de dados poderá ser realizado —
entre eles, na proteção ao crédito.
“A legislação estipulou serem
mais relevantes e preponderantes
alguns interesses de natureza públi-
ca frente aos interesses do titular, ra-
zãopelaqualparaestashipóteseses-
taria dispensado o consentimento e,
por consequência, não seria cabível
o simples pedido de exclusão de um
para planejamentos patrimoniais
no exterior. A dificuldade é que hoje
não há previsão em lei nacional so-
bre seu uso e tributação. Existem, in-
clusive, divergências entre Receita
Federal, Estados e contribuintes.
Hoje há risco de dupla tributa-
ção — de Imposto de Renda e
ITCMD —, além de risco de nenhu-
ma incidência a depender da inter-
pretação dada, segundo Daniel Ló-
ria, diretor da Secretaria Extraordi-
nária da Reforma Tributária do Mi-
nistério da Fazenda e elaborador
da proposta. O texto anterior, afir-
ma ele, passou por aperfeiçoamen-
to depois de audiências com o se-
tor privado e sociedade civil.
Lória destaca três novidades. A
primeira trata dos trusts irrevogá-
veis — que são minoria hoje. Entre
90% e 95% dos trusts utilizados por
brasileiros são revogáveis, segun-
do o diretor, formato que já estava
resolvido no texto anterior.
“Há um parágrafo a mais [em re-
lação à MP 1.171] falando que se o
instituidor abre mão de direitos
sobre o patrimônio, já pode ser re-
putado ocorrido naquele momen-
to a transferência para o beneficiá-
rio”, afirma ele, acrescentando que
já implica transferência de direitos
como se fosse uma doação em vida
TJDF
Uber deve
indenizar
passageiro
valor.globo.com/
legislacao
DIVULGAÇÃO
DIVULGAÇÃO
os valores que vai receber no futuro.
Foi inserida a previsão de obrigação
do trustee (administrador) de forne-
cer informações necessárias para o
titular cumprir suas obrigações tri-
butárias no Brasil. “Não queríamos
queopatrimônioficasseemumlim-
bo que ninguém declarasse. E nem
que deixasse de pagar imposto pe-
riodicamente sobre os rendimentos
do trust”, afirma Lória.
O diretor esclarece que o trustee
não é responsável pelo tributo que
tem que ser pago. “Não dá para ser
assim porque o trustee é um es-
trangeiro, não é contribuinte do
Imposto de Renda. O que coloca-
mos é que ele é responsável por
prover os recursos financeiros ne-
cessários para o titular do patri-
“MP pode ser vista mônio cumprir suas obrigações
tributárias no Brasil”.
com bons olhos por A terceira mudança foi feita pa-
disciplinar o ra impedir que se escape das regras
atuais com a adoção de instru-
tratamento fiscal” mentos similares. Segundo Lória,
há um modelo de fundação nos Es-
Flávia Gerola tados Unidos que funciona prati-
camente da mesma forma que um
trust e, por isso, há um artigo indi-
e o beneficiário passa a ser o titular cando que contratos análogos te-
do patrimônio. rão as mesmas regras.
O texto também contempla os ca- Além das fundações, o diretor cita
sos em que o beneficiário não sabe um modelo de seguro de vida que
Opinião Jurídica
Regulação da
atividade dos
influenciadores
digitais
E2
& Tributos SP
dado”, afirma ele (processo nº
1008390-10.2022.8.26.0506).
Em outro caso, a 12ª Câmara de
DireitoPrivadonegoupedidodeum
consumidor contra a divulgação de
dadoscadastrais—CPF,nome,ende-
reço residencial, anotações negati-
vas de mercado, contatos telefôni-
cos, referência ao poder aquisitivo
mensal e sexo. Ele alegou que sua
renda não é de domínio público,
nem seu número de telefone.
Ao analisar o caso, o relator, de-
sembargador Jacob Valente, desta-
cou que não existe ato ilícito. De
acordo com ele, as informações do
banco de dados são destinadas à
análise de risco de crédito de pes-
soas físicas e jurídicas, “situação
que é autorizada pela Lei do Ca-
dastro Positivo e também pela Lei
Geral de Proteção de Dados”.
O magistrado ainda destaca
que, “por serem dados obtidos de
registros públicos, reproduzidos
para a prestação de serviço relacio-
nado à proteção ao crédito, risco
ou de score de crédito e não de da-
dos sensíveis, não havia a necessi-
dade de consentimento prévio pa-
ra a divulgação”. Esse entendimen-
to, inclusive, acrescenta, foi sedi-
mentado na Súmula nº 550 do STJ.
“Embora pessoais, não se enqua-
dram como sensíveis, porque não
guardam pertinência com as liber-
dades individuais consagradas pela
Constituição Federal, como origem
social ou étnica, patrimônio genéti-
co ou orientação sexual, limitando-
se a dados objetivos e claros voltados
exclusivamente à avaliação da situa-
ção econômica e análise de risco que
“Com a LGPD, o
limite do que pode
ou não ser divulgado
ficou mais claro”
Fabíola Meira
existe no exterior e é mais parecido
com o plano de previdência VGBL
nacional. “Se forem criados outros
instrumentos estrangeiros análogos
também serão submetidos ao mes-
mo tratamento tributário.”
Não há estimativa de arrecada-
ção com o trust, de acordo com Ló-
ria, já que o objetivo da norma era
resolver um ambiente inseguro ju-
ridicamente. “O que eu mais via na
prática, antes de entrar no gover-
no, era gente adotando alguma
posição para reportar o trust, mas
sempre em dúvida, sempre corren-
do risco. O que tentamos foi criar
uma regra clara”, afirma.
Andreza Ribeiro, do escritório
Stocche Forbes Advogados, diz
estar surpresa com a inclusão
desse assunto em uma nova MP.
“Pode haver uma discussão de
pertinência temática e até trazer
contencioso”, afirma.
Mas a MP pode ser vista com
bons olhos por disciplinar o tra-
tamento fiscal dos trusts, segun-
do Flávia Gerola, do Trench Rossi
Watanabe. Entre as novidades, a
advogada destaca a diferencia-
ção entre trust revogável e irrevo-
gável e também a abrangência de
assemelhar estruturas como fun-
dações aos trusts.
TRT-RS
Mantida demissão
por prejuízo
milionário a banco
valor.globo.com/
legislacao
a parte oferece ao mercado de con-
sumo”, diz (processo nº 1039703-
23.2021.8.26.0506).
Uma contratante de serviços de
uma intermediadora de candidatos
a vagas de emprego e empregadores
também teve sua indenização nega-
da pelo TJSP. Ela alegou que houve
vazamento dos seus dados pela em-
presa e que, por conta disso, foi víti-
ma de estelionato. Ela recebeu men-
sagem de WhatsApp de que teria
passado em um processo seletivo e
que teria que fazer um PIX para pa-
gar seu exame admissional. Ela fez o
pagamento e pediu demissão de seu
emprego, mas era um golpe.
O caso foi analisado pela 31ª Câ-
mara de Direito Privado. A relatora,
desembargadora Rosangela Telles,
afirma na decisão que a LGPD auto-
riza o tratamento de dados quando
a medida for necessária para execu-
ção de contrato (artigo 7º, inciso V).
E que a empresa não pode ser res-
ponsabilizada, pois a coleta, arma-
zenamento e transmissão dos dados
são inerentes à execução do contra-
to de intermediação profissional.
Para a relatora, não se pode des-
considerar que o comportamento
da contratante foi decisivo para
ocorrência dos danos. “Há inúme-
ras campanhas e advertências acer-
ca de telefonemas e mensagens re-
metidas por estelionatários. Os in-
teressados na obtenção de empre-
go são constantemente advertidos
de que não devem realizar paga-
mentos, ainda que com a promessa
de reembolso, durante a realização
de processo seletivo” (processo nº
1011332-04.2022.8.26.0348).
Para o advogado que defende
consumidores, Luís Eduardo Borges
da Silva, o entendimento sobre o as-
sunto ainda precisa ser aprimorado.
Ele lembra que o artigo 14 do Códi-
go de Defesa do Consumidor (CDC)
diz que o fornecedor de serviços res-
ponde, independentemente da exis-
tência de culpa, pela reparação dos
danos causados aos consumidores.
Destaques
Empresa individual
A empresa individual de responsa-
bilidade limitada é uma pessoa ju-
rídica com separação patrimonial
de seu titular pessoa física, de for-
ma que esse só pode ser alvo de
execução trabalhista após inciden-
te de desconsideração de persona-
lidade jurídica (IDPJ). O entendi-
mento é da 9ª Turma do Tribunal
Regional do Trabalho de São Paulo
(TRT-SP). No caso, um vigilante ob-
teve direito a verbas trabalhistas
contra uma empresa de sócio úni-
co. Durante a execução do crédito,
chegou a solicitar a despersonali-
zação, mas o juízo de primeiro
grau não acatou o pedido. Argu-
mentou que o patrimônio de uma
empresa individual se confunde
com o de seu sócio, formando um
único conjunto de bens e direitos.
No entanto, ao avaliar o caso, a de-
sembargadora-relatora Bianca
Bastos observou que o IDPJ era es-
sencial e anulou, de ofício, todo o
movimento processual ocorrido a
partir da decisão que o indeferiu.
Segundo ela, “o executado pessoa
física foi incluído no polo passivo
da execução sem a observância do
devido processo legal, antes da ins-
tauração do IDPJ e de sua citação
para resposta, sem possibilidade
do exercício do direito constitucio-
nal de ampla defesa” (processo nº
1001463-96.2016.5.02.0719).
E2 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Legislação&Tributos SP

Regulação da
A
França influencer promover diversos constar no post a menção a e vivam às custas do filho. Outra como a promoção de bebidas
promulgou, no dia bens e serviços, como operações “imagens retocadas”. O mesmo importante medida protetiva é alcoólicas, tabaco,
9 de junho, a Lei nº estéticas, tratamentos vale no caso da imagem ser o direito conferido às crianças medicamentos, terapias e
atividade dos 451 a fim de
regular a atividade
cirúrgicos e médicos, produtos
com nicotina e certos produtos
produzida por inteligência
artificial (“imagens virtuais”).
de solicitar a exclusão do
conteúdo publicado nas
agrotóxicos em
desconformidade com as

influenciadores
do influenciador digital e financeiros. Também são A omissão dessas referências plataformas, uma espécie de exigências da Lei nº 9.294/96,
combater os abusos por esses vedadas postagens configura prática comercial direito ao esquecimento, que, que, com base no artigo 220,
praticados nas redes sociais. remuneradas envolvendo enganosa por omissão e sujeita por aqui, foi equivocadamente parágrafo 4º, da Constituição,

digitais Atualmente, já não se pode

mais ver a atividade do digital
influencer como passatempo.
animas domésticos, salvo se
feitas por estabelecimentos
comerciais de animais. A
o influencer a pena de prisão e
multa. E nem adianta tentar se
esquivar mudando de
considerado incompatível
com a Constituição pelo STF,
em 2021, no julgamento
restringe os anúncios
publicitários de tais produtos e
serviços no Brasil. A
Eles exercem, de fato, uma divulgação de jogos de azar só domicílio, pois o legislador do RE 1.010.606/RJ. inobservância dessas regras
Opinião Jurídica atividade profissional, que vem
crescendo exponencialmente
poderá ser feita em plataformas
que impeçam o acesso de
francês exige que todo
influenciador digital atuante
Tudo isso aponta para a
necessidade urgente de
sujeita o infrator — inclusive, o
influencer — a sanções no plano
em importância devido ao menores de 18 anos, com a no país tenha um representante regulamentação da atividade civil, administrativo e penal.
poder que os famosos têm de menção expressa de que aquele legal no âmbito da União do influenciador digital no Afinal, a internet não é terra sem
Karina N. Fritz despertar desejo e influenciar a conteúdo é proibido para Europeia, bem como um seguro Brasil. A questão mostra-se lei. Dessa forma, dúvidas não há
decisão de compra de milhares menores. As penas para de responsabilidade civil ainda mais premente face à quanto à responsabilidade do
de seguidores. Não por acaso a infrações são rígidas, obrigatório para garantir o quantidade de influenciadores influenciador digital por
lei francesa os denomina variando de dois anos ressarcimento de eventuais mirins atuantes na internet e à postagens remuneradas.
influence commerciale, de prisão e multa de até 300 mil danos causados a terceiros. postagem descontrolada de Discutido é apenas a extensão
impondo-lhes rígidas euros até a proibição, Não é a primeira vez que a conteúdo pago, mas não dessa responsabilidade,
obrigações e responsabilidades. temporária ou permanente, de França regula a atividade dos identificado como publicidade principalmente se eles
Deve-se esclarecer, de início, exercer a atividade de influenciadores: em 2020, o país pelas celebridades virtuais. Vale respondem pelo fato ou vício dos
que nem toda pessoa que exibe influenciador comercial. regulamentou a atividade dos lembrar que, apesar da produtos e serviços divulgados,
produtos nas redes sociais deve A lei estabelece ainda a youtubers mirins, i.e., dos ausência de lei específica, o tal como o fornecedor que o
ser considerada um obrigação do influenciador menores de 16 anos que faturam Código de Defesa do contratou. Aqui vigora a regra de
influenciador digital, ainda indicar o caráter publicitário uma fortuna nas redes sociais. Consumidor exige que todo ouro da era digital: tudo
quando assim se autodenomine. das postagens remuneradas, Para ser influenciador mirim, aquele que divulgue produto o que vale no mundo real,
A rigor, influencer é apenas colocando na imagem ou vídeo não basta criatividade e uma ou serviço no mercado de vale no mundo virtual.
aquela pessoa (física ou jurídica) expressamente a palavra câmera. É necessário uma consumo identifique a
que usa seus canais em redes “publicidade” ou “colaboração autorização do Estado e ter publicidade de forma clara e Karina Nunes Fritz é advogada e
sociais para divulgar — direta ou comercial”, de forma clara, horários regulados para se inequívoca, de modo a não professora, doutora em Direito Privado
indiretamente, mediante legível e facilmente dedicar à produção dos vídeos, restar dúvidas acerca do cunho pela Humboldt Universidade de Berlim
remuneração em dinheiro ou in identificável durante toda a aos estudos e ao lazer, direitos publicitário da informação, (Alemanha)
natura — bens, serviços e ou promoção. Ela joga ainda um irrenunciáveis de crianças e regra aplicável, por analogia,
qualquer outra causa. Decisivo, balde de água fria nos truques adolescentes. aos influenciadores digitais, Este artigo reflete as opiniões do autor,
portanto, é que a divulgação seja das celebridades ao impor o Além disso, a lei determina como, aliás, recomenda o Conar e não do jornal Valor Econômico.
feita de forma remunerada. dever de informar aos que os valores recebidos pelo em guia de publicidade para o O jornal não se responsabiliza e nem
Porém, nem tudo pode ser seguidores quando a imagem menor sejam depositados em influenciador digital. pode ser responsabilizado pelas
objeto de postagem nas redes tiver sido retocada para, por conta bancária só acessível com Da mesma forma, é defeso informações acima ou por prejuízos
sociais. Por isso, o referido exemplo, afinar ou avolumar a a maioridade, o que impede fazer postagens publicitárias de qualquer natureza em decorrência
diploma legal proíbe ao silhueta. Nesse caso, deve que os pais parem de trabalhar enganosas, abusivas ou ilícitas, do uso dessas informações

3ª Vara Cível do Foro da Comarca CÂMARA MUNICIPAL DE CAMPINAS - Estado de São Paulo
Diretoria de Materiais e Patrimônio
de Itapecerica da Serra/SP
Comissão Permanente de Contratação
EDITAL DE 1º E 2º LEILÃO e de intimação dos executados ANDREA
MICHAELA CHRISTIANE ZWERGER, inscrita no CPF/MF sob o nº licitacoes@campinas.sp.leg.br
093.016.708-28; HELGA VIKTORIA FISCHER, inscrita no CPF/MF sob o nº 147.691.888-03; bem como AVISO DE LICITAÇÃO
seus cônjuges se casadas forem; e VIKTORIA ADMINISTRAÇAO DE BENS LTDA, inscrita no CPF/MF CONCORRÊNCIA nº 02/2023
sob o nº53.418.778/0001-81; e do credor hipotecário ALFRED SCHALLER, inscrito no CPF/MF sob nº Acha-se aberto na Câmara Municipal de Campinas a Concorrência nº 02/2023 - Processo nº
003.953.487-14; e sua mulher ELIZABETH IHMLE SCHALLER. O Dr. Bruno Cortina Campopiano, MM. CMC-ADM-2022/000422.
Juiz de Direito da 3ª Vara Cível do Foro da Comarca de Itapecerica da Serra/SP, na forma da lei, FAZ Objeto: Contratação de empresa especializada para execução de obra de reforma geral, com
SABER, aos que o presente Edital de 1º e 2º Leilão do bem imóvel, virem ou dele conhecimento tiverem
fornecimentos de materiais e mão de obra, no prédio sede da Câmara Municipal de Campinas.
e interessar possa, que por este Juízo processam-se os autos da Ação de Dissolução ajuizada por
Entrega dos Envelopes: até às 10h do dia 11/09/2023;
ANNA GRETA QUADE em face de ANDREA MICHAELA CHRISTIANE ZWERGER e Outras - Processo nº
Sessão Pública de Abertura dos Envelopes: a partir das 10h do dia 11/09/2023;
0004821-44.2008.8.26.0268 – Controle nº 594/2008, e que foi designada a venda do bem descrito
Disponibilidade do Edital: 10/08/2023, no portal eletrônico
abaixo, de acordo com as regras expostas a seguir: : DO IMÓVEL - O imóvel será vendido em caráter
“AD CORPUS” e no estado em que se encontra, sem garantia, constituindo ônus da parte interessada https://www.campinas.sp.leg.br/transparencia/compras-e-licitacoes. Esclarecimentos
verificar suas condições antes das datas designadas para as alienações judiciais eletrônicas. DA PUBLI- adicionais através dos e-mails: licitacoes@campinas.sp.leg.br
CAÇÃO DO EDITAL - O edital será publicado na rede mundial de computadores, no sítio do Leiloeiro compras.camara.campinas@gmail.com
www.megaleiloes.com.br, em conformidade com o disposto no art. 887, § 2º, do CPC, inclusive as fotos Campinas, 09 de agosto de 2023.
e a descrição detalhada do imóvel a ser apregoado. DA VISITAÇÃO - Os interessados em vistoriar o bem JULIO CESAR FAVINHA
deverão enviar solicitação por escrito ao e-mail visitacao@megaleiloes.com.br. Cumpre esclarecer que Diretor de Materiais e Patrimônio
cabe ao responsável pela guarda do bem autorizar o ingresso dos interessados, sendo que a visitação
nem sempre será possível, pois alguns bens estão em posse do executado. Independente da realização
da visita, a arrematação será por conta e risco do interessado. DO LEILÃO - O Leilão será realizado por
CVC Brasil Operadora e Agência de Viagens S.A.
Companhia Aberta - CNPJ nº 10.760.260/0001-19 - NIRE 35.300.367.596 - Código CVM nº 02331-0
Ata da Reunião de Diretoria Realizada em 21 de Julho de 2023
1. Data, Horário e Local: No dia 21 de julho de 2023, às 10 horas, em reunião realizada por meio
de videoconferência nos termos do §6º do artigo 26 do Estatuto Social da CVC Brasil Operadora e
Agência de Viagens S.A. (“Companhia”). 2. Convocação e Presença: Convocação dispensada,
tendo em vista a presença de todos os membros da Diretoria da Companhia, conforme §3º do artigo
26 do Estatuto Social da Companhia. 3. Mesa: Presidente - Fabio Martinelli Godinho; e Secretária
- Jéssica Soliguetti Vicente. 4. Ordem do Dia: Em consonância ao § único do artigo 2º do Estatuto
Social da Companhia, deliberar sobre a abertura de 01 (uma) filial da Companhia. 5. Deliberações
Tomadas por Unanimidade: Por unanimidade, os Diretores decidiram pela Abertura de uma filial
da Companhia na Cidade de Santo André, Estado de São Paulo, localizada na Avenida Industrial,
nº 700, 1º e 2º andar, salas 101 a 116 e 201 a 216, Bairro Campestre, CEP: 09080-500. 6. Encer-
ramento, Lavratura e Aprovação da Ata: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião e
lavrada a presente ata, a qual foi lida, aprovada e assinada por todos os presentes. Santo André/
SP, 21 de julho de 2023. Mesa: Fabio Martinelli Godinho - Presidente; Jéssica Soliguetti Vicente -
Secretária. Diretores Presentes: Fabio Martinelli Godinho, José Carlos Wollenweber Filho e Eliane
Silveira Lapa. Certifico que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. Santo André/SP, 21
/ de julho de 2023. Jéssica Soliguetti Vicente - Secretária. JUCESP nº 315.628/23-6, JUCESP/NIRE
nº 3590667484-0 em 07/08/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
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MEIO ELETRÔNICO, através do Portal www.megaleiloes.com.br, o 1º Leilão terá início no dia

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25/08/2023 às 15:00 h e se encerrará dia 28/08/2023 às 15:00 h, onde somente serão aceitos lances
iguais ou superiores ao valor da avaliação; não havendo lance igual ou superior ao valor da avaliação,
seguir-se-á sem interrupção o 2º Leilão, que terá início no dia 28/08/2023 às 15:01 h e se encerrará no
dia 18/09/2023 às 15:00 h, onde serão aceitos lances com no mínimo 50% (cinquenta por cento) do
valor da avaliação. DO CONDUTOR DO LEILÃO – O Leilão será conduzido pelo Leiloeiro Oficial Sr. Fer-
nando José Cerello Gonçalves Pereira, matriculado na Junta Comercial do Estado de São Paulo – JU-
CESP sob o nº 844. DO VALOR MÍNIMO DE VENDA DO BEM – No 2º Leilão, o valor mínimo para a
venda do bem corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor da avaliação judicial, que será
atualizada até a data da alienação judicial. DOS LANCES – Os lances poderão ser ofertados pela Internet,
através do Portal www.megaleiloes.com.br. DOS DÉBITOS – Eventuais ônus sobre o imóvel correrão
por conta do arrematante, exceto eventuais débitos de IPTU/ITR e demais taxas e impostos que serão
subrogados no valor da arrematação nos termos do Art. 130, “caput” e parágrafo único, do CTN, bem
como os débitos de condomínio (propter rem) que também serão subrogados no preço da arremata-
ção, conforme Artigo nº 908, § 1°, CPC. DO PAGAMENTO - O arrematante deverá efetuar o pagamento
do preço do bem arrematado, no prazo de até 24h (vinte e quatro horas) após o encerramento do leilão
através de guia de depósito judicial em favor do Juízo responsável, sob pena de se desfazer a arrema-
tação. DA PROPOSTA - Os interessados na aquisição do bem de forma parcelada, deverão apresentar
proposta enviando de forma detalhada sua intenção no e-mail proposta@megaleiloes.com.br (Art. 895,
I e II, CPC). As referidas propostas serão apresentadas ao M.M Juízo respectivo, caso o leilão se encer-
re negativo. No entanto caso o leilão se encerre positivo, as propostas apresentadas serão desconside-
radas, vez que o pagamento à vista prevalece sob o pagamento parcelado. Em resumo o interessado em
adquirir o bem realizando o pagamento à vista, deve confirmar o lance em leilão, já aquele que tem a
intenção de realizar o pagamento de forma parcelada, deve enviar sua proposta por e-mail, ficando
ciente das referidas condições do Artigo 895§ 7º, CPC. Por fim, a apresentação de proposta não sus-
peendde o leiilão (Art. 895, § 6º, CPC), dev nddo a mesma ser anallisadda pello M.MM Juíízo respectiivo que
deecidirá pela opção mais vantajosa para olução da li . LI PELO DESCUMPRIMENTO
DA a a lq d õ u de dez
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arrematação (Art. 895, § 4º CPC). a ar ao Leiloeeiro, a
títuulo de comissão, o valor correspondente a 5% (cinco por cento) sobre o preço de arrematação do
imóvel. A comissão devida ao Leiloeiro não está incluída no valor do lance e não será devolvida ao ar-
rematante em nenhuma hipótese, salvo se a arrematação for desfeita por determinação judicial ou por
razões alheias à vontade do arrematante e, deduzidas as despesas incorridas. DO PAGAMENTO DA
COMISSÃO - O pagamento da comissão do Leiloeiro deverá ser realizado em até 24h (vinte e quatro
horas) a contar do encerramento do leilão, através de guia de depósito que será enviada por e-mail.
Todas as regras e condições do Leilão estão disponíveis no Portal www.megaleiloes.com.br, no
Código de Processo Civil e Resolução nº 236 do CNJ. Por qualquer motivo caso a intimação pessoal do
executado não se realizar por meio de seus advogados ou pelo endereço constante dos autos, será in-
timado através do próprio edital de leilão nos termos do art. 889, I, do CPC. RELAÇÃO DO BEM: MATRÍ-
CULA Nº 67.640 DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE ITAPECERICA DA SER-
RA/SP - IMÓVEL: Um terreno situado na Estrada Benedito Pereira de Borba, em zona urbana, no Bairro
de Potuverá, distrito, município e Comarca de Itapecerica da Serra, com área de 28.149, 80ms.2, loca-
lizado à uma distância de 3.130,00ms. de confluência com a Rodovia Regis Bittencourt com a Estrada
Benedito Pereira de Borba, e do lado direito e desta, que assim se descreve: Inicia em um ponto situado
na lateral esquerda da Estrada Benedito Pereira de Bor e na divisa com Rubin Dallmann, daí segue com
o rumo 84935’40”NE numa distância de 50,78ms. confrontando com Rubin Dallmann até o ponto 9,
situado na margem esquerda do córrego, deflete à direita e segue córrego acima, numa distância de
56,50ms. pelo curso d’água d’água até o ponto 1111, daí deflete à direita e segue com o rumo 48
09¹30”SW e na distância de 174,50ms. atravessando Estrada Benedito Pereira de Borba, confrontando
com João Xavier de Oliveira até o ponto 2, deflete levemente à esquerda A com o rumo de 36°43’10”SW
e na distância de 49,74ms. até o - 1 ponto 2-B, ponto esse localizado à 49,74ms. do ponto 2 da descri-
ção geral, e confrontando com terras de Nelson Nappi e sua mulher Giselda Pugliesi Napoli; deflete a
direita e segue em várias retas, passando por vários marcos de concreto com os seguintes rumos e
distâncias: NW51º10¹25” e 46,27ms., NW76°25’00” e 4,65ms; NW19°10’12” e 9,20ms; NW71°40’01”
e 28,75ms; NW 48°27’21” e 29,36ms; NW 27°16’51” e 16,07ms; NW 06259¹04” e 20,44ms; NE
15908’27” e 34,03ms; NE 27°42’30 e - 22,05ms; NE 46°20’31” e 31,61ms; NE 35°45’15” e 23,25ms;
NE 09915 24 e 23,36ms; até outro marco de concreto, junto as divisas de Waldemar Manfred e de
Dionisio José Hoffmann e confrontando com a propriedade de Rolf Hitzler e sua mulher, daí deflete à
direita e segue no sentido NE por uma cerca de visa e numa extensão de 68,63ms. até o ponto “C”,
confrontando com terras de Waldemar Manfred e de Dionisio José Hoffmann, daí deflete à direita e
segue com o rumo 5924¹20”SE na distância de 138,70ms. até o ponto 3, confrontando nesse trecho
com Noemia Oliveira Vaz e seu marido João Vaz, Benedita Maria de Oliveira, daí deflete esquerda e se-
gue com rumo de 67°17’40”NE e na distância de 112,73ms. até a Estrada Benedito Pereira de Borba,
confrontando com Benedita Maria de Oliveira, deflete à esquerda e segue pela referida Estra da Benedi-
to Fereira de Borba, em direção à BR-116, na distância de 38,05ms. até as divisas de Rubin Dallmann,
junto a referida Estrada e, onde teve início esta descrição. CADASTRO Nº 233645464009700000-1.
Consta às fls. 859/860 que sobre o imóvel recaem débitos tributários no valor total de R$ 415.037,81
para fevereiro de 2020. Consta na Av.02 desta matrícula que o imóvel desta matrícula foi dado em hi-
poteca a ALFRED SCHALLER. Valor da Avaliação do Imóvel: R$ 8.737.000,00 (oito milhões e sete-
centos e trinta e sete mil reais) para novembro de 2020, que será atualizado até a data da alienação
conforme tabela de atualização monetária do TJ/SP. Débito desta ação no valor de R$ 2.917.287,86
(fevereiro/2023).
Itapecerica da Serra, 06 de julho de 2023.
Eu, _____________________, diretora/diretor, conferi.
Dr. Bruno Cortina Campopiano
Juiz de Direito
CNPJ/MF nº 05.315.149/0001-83 - NIRE 35.300.192.184
Edital de Convocação de Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária
Ficam convocados os Senhores Acionistas da Promon S.A. (“Companhia”) a se reunir em Assembleia
Geral Ordinária e Extraordinária (“AGOE”), que será realizada no dia 17/08/2023, às 15h00min, de forma
exclusivamente digital, através de videoconferência pela plataforma “I-Sat” (http://promon.isatvideo.com.br/),
nos termos dos arts. 121, parágrafo único, e 124, §2º-A da Lei nº 6.404/1976 e da Instrução Normativa DREI
nº 81/2020, a fim de deliberar sobre a seguinte ordem do dia: Em AGO - a) Exame, discussão e deliberação
sobre as contas da administração e demonstrações financeiras da Companhia referentes ao exercício social
encerrado em 31/03/2023, com parecer dos auditores independentes; b) Deliberação sobre a proposta de
destinação do lucro líquido apurado no exercício social encerrado em 31/03/2023; c) Fixação da
remuneração global anual dos administradores; Em AGE - d) Proposta de alteração do Estatuto Social,
conforme redação disponibilizada para consulta aos acionistas, mediante: d.1) Inclusão dos parágrafos 2º e
3º ao artigo 5º do Estatuto Social, que tratam de restrições à oneração de ações; d.2) Alteração do artigo 7º
do Estatuto Social, de modo a melhor definir os Beneficiários a quem poderão ser outorgadas cartas de
indenidade pela Companhia, bem como autorização e ratificação das cartas de indenidade emitidas pela
Companhia a Beneficiários; d.3) Alteração do artigo 31 do Estatuto Social, que dispõe sobre os critérios para
constituição, finalidade e limites da reserva estatutária de liquidez; e e) Consolidação do Estatuto Social e
outros assuntos de interesse geral. Informações Gerais: Os Acionistas que desejarem participar da AGOE
deverão acessar a plataforma “I-Sat” (http://promon.isatvideo.com.br/), mediante utilização de login e senha
pessoais enviados, em 09/08/2023, por Serviços a Acionistas ao e-mail do Acionista cadastrado na
Companhia. Caso o Acionista que desejar participar da Assembleia Geral não tenha recebido seu login e
senha pessoais até às 18h00min do dia 16/08/2023, deverá entrar em contato com Serviços a Acionistas
através do seguinte e-mail: servicos-acionistas@promon.com.br. Caso o Acionista pretenda ser
representado por procurador (que, nos termos da lei, deve ser outro acionista, administrador da Companhia
ou advogado), haverá a necessidade de envio prévio da documentação para Serviços a Acionistas
(servicos-acionistas@promon.com.br) até às 14h00min do dia 17/08/2023, contendo: (i) e-mail do
procurador que acessará a plataforma I-Sat; (ii) cópia de procuração devidamente assinada há menos de 1
ano da data da AGOE; (iii) cópia de documento oficial de identificação pessoal do Acionista que contenha
assinatura semelhante à da procuração (ex: RG, CNH, CREA, OAB etc.), e (iv) cópia de documento de
identificação do procurador. Os Acionistas poderão votar exclusivamente por meio de boletim de voto à
distância. As instruções detalhadas de como os Acionistas poderão participar e votar na AGOE, bem como
os documentos de suporte estão disponíveis para consulta no seguinte endereço: https://acionistasweb.
promon.com.br, acessível mediante utilização do login e senha pessoal do Acionista. Em caso de dúvidas
sobre o acesso ao link informado, por favor, entrar em contato por e-mail:servicos-acionistas@promon.com.br.
São Paulo, 9, 10 e 11 de agosto de 2023. Conselho de Administração.
CM HOSPITALAR S.A.
CVM 02568-2 - Companhia Aberta - (“Companhia”)
CNPJ/ME nº 12.420.164/0001-57 - NIRE nº 35.300.486.854
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA
O Conselho de Administração da Companhia convoca os seus Acionistas para se reunirem na assembleia
geral extraordinária da Companhia, a ser realizada às 9h, horário de Brasília, do dia 01 de setembro de
2023 (“Assembleia”), de forma exclusivamente digital, por meio do sistema eletrônico Microsoft Teams, para
deliberar sobre a seguinte ordem do dia: 1. examinar, discutir e aprovar o Protocolo e Justificação de
Incorporação pela Companhia das seguintes sociedades: (i) Expressa Distribuidora de Medicamentos Ltda.
(CNPJ/ME nº 06.234.797/0001-78); e (ii) CM PFS Hospitalar S.A. (CNPJ/ME nº CNPJ 81.887.838/0001-
40), (em conjunto, as “Sociedades”), celebrado em 08 de agosto de 2023 entre as administrações da
Companhia e de cada uma das Sociedades, o qual consubstancia as justificativas, os termos, as cláusulas
e as condições da incorporação das Sociedades pela Companhia (o “Protocolo e Justificação”); 2. ratificar
a nomeação da Taticca Auditores e Consultores Ltda., inscrita no CNPJ/ME nº 12.651.123/0001-71
(“Empresa Avaliadora”), como empresa especializada responsável pela elaboração dos laudos de
avaliação com o objetivo de determinar o valor patrimonial contábil das Sociedades a serem incorporadas
pela Companhia (“Laudos de Avaliação”); 3. aprovar os Laudos de Avaliação elaborados pela Empresa
Avaliadora; 4. aprovar a incorporação de cada uma das Sociedades pela Companhia, nos termos e
condições do Protocolo e Justificação; e 5. atualizar o artigo 5 do Estatuto Social da Companhia, de forma
a refletir o valor do capital social consignado na Reunião do Conselho de Administração realizada em 01
de agosto de 2023. Informações Gerais: De acordo com as disposições da Lei nº 6.404/76 (“Lei das S.A.”),
e da Resolução CVM nº 81/22 (“Resolução 81”), a Companhia realizará a Assembleia de forma
exclusivamente digital, por meio do sistema eletrônico Microsoft Teams, com a utilização de vídeo e áudio,
nos termos do Manual de Participação na Assembleia. Nesse sentido, não haverá possibilidade de
comparecimento físico à Assembleia. O Manual de Participação na Assembleia e a Proposta da
Administração, bem como os demais documentos relativos às matérias constantes da ordem do dia
previstos em lei e na regulamentação aplicável, estão à disposição dos acionistas na sede da Companhia,
na Cidade de Ribeirão Preto/SP, na Av. Luiz Maggioni, nº 2.727, Distrito Empresarial, CEP 14072-055, na
página de Relações com Investidores da Companhia (https://ri.viveo.com.br/), na página da Comissão de
Valores Mobiliários (https://www.gov.br/cvm/pt-br) e na página da B3 S.A. - Brasil, Bolsa, Balcão (www.
b3.com.br). Poderão participar da Assembleia os Acionistas titulares de ações emitidas pela Companhia,
por si ou através de seus representantes legais ou procuradores, nos termos do artigo 126 da Lei das S.A.
Para participar da Assembleia, os acionistas deverão solicitar o cadastro prévio por meio do endereço de
e-mail ri@viveo.com.br (Assunto: “Cadastro para participação na Assembleia de 01 de setembro de 2023
às 9h”), juntamente com o envio de forma digital, no mesmo e-mail, da documentação necessária,
conforme indicado abaixo e no Manual de Participação na Assembleia, que estabelece em maiores
detalhes os documentos necessários ao credenciamento prévio, a participação virtual e a forma de
recebimento do link de acesso à Assembleia. A solicitação de cadastro para participação na Assembleia
deverá ser recebida pela Companhia impreterivelmente até o dia 30 de agosto de 2023. Para fins do
cadastro prévio, os Acionistas deverão enviar à Companhia, impreterivelmente até o dia 30 de agosto de
2023, cópias digitalizadas dos seguintes documentos: (i) acionistas que sejam pessoas físicas: documento
de identificação com foto; (ii) acionistas que sejam pessoas jurídicas: original ou cópia autenticada da
última consolidação do estatuto ou do contrato social e da documentação comprobatória de representação
(ata de eleição dos diretores e/ou procuração) e documento de identificação com foto do(s) representante(s)
legal(is); (iii) acionistas que sejam fundos de investimento: original ou cópia autenticada do último
regulamento consolidado do fundo, do estatuto ou contrato social do seu administrador e da documentação
comprobatória de representação (ata de eleição dos diretores e/ou procuração) e documento de
identificação com foto do(s) representante(s) legal(is); e (iv) acionistas estrangeiros: mesma documentação
aplicável aos acionistas brasileiros, a qual deverá estar traduzida para o português por tradutor juramentado,
exceto se originalmente lavrada em língua portuguesa, inglesa ou espanhola. A Companhia aceitará (i)
documentos emitidos de forma digital por órgãos públicos, desde que acompanhados de chave que permita
a verificação online da sua autenticidade; bem como (ii) procurações emitidas de forma digital, desde que
assinadas com certificado digital ICP-Brasil. A Companhia não exigirá o reconhecimento de firma e/ou a
consularização ou apostilamento dos instrumentos de procuração outorgados pelos acionistas a seus
respectivos representantes, tampouco exigirá a tradução juramentada das procurações e documentos
lavrados ou traduzidos em língua portuguesa, inglesa ou espanhola nem dos documentos anexados com
as respectivas traduções para esses idiomas. A Assembleia será gravada, nos termos do artigo 28, §1º,
inciso II da Resolução 81. A Companhia não se responsabilizará por problemas de conexão que os
participantes possam enfrentar ou outras situações que não estejam sob o controle da Companhia, tais
como instabilidade na conexão com a internet ou incompatibilidade do sistema eletrônico com o
equipamento do participante.
Ribeirão Preto, 09 de agosto de 2023.
Mário Sérgio Ayres Cunha Ribeiro
Presidente do Conselho de Administração
Companhia de Processamento de Dados
do Estado de São Paulo - PRODESP
CNPJ 62.577.929/0001-35
EDITAL DE CONVOCAÇÃO
Ficam os Senhores Acionistas da Companhia de Processamento de Dados do
Estado de São Paulo - PRODESP convocados para comparecer à Assembleia Geral
Extraordinária, que será realizada no dia 16 de agosto de 2023, às 11 horas, na sede
social da companhia, localizada na Rua Águeda Gonçalves, nº 240, Município de
Taboão da Serra, Estado de São Paulo, para deliberar sobre a seguinte ordem do dia:
Item 01 - Eleger membros para compor o Conselho de Administração.
Item 02 - Eleger membros para compor o Conselho Fiscal.
Item 03 - Outros assuntos de interesse da Companhia.
JOÃO GERMANO BÖTTCHER FILHO
Presidente do Conselho de Administração
Secretaria de Gestão e
Governo Digital
ESTADO DE MATO GROSSO
SECRETARIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO
AVISO DE LICITAÇÃO
PREGÃO ELETRÔNICO Nº 015/2023/SEPLAG
PROCESSO Nº SEPLAG-PRO-2023/00500
A Superintendência de Licitações e Registro de Preço /SEPLAG torna público que realizará
licitação, tendo por objeto o Registro de Preço para futura e eventual contratação de empresa
especializada na prestação de serviço continuado de limpeza, asseio, conservação e
jardinagem, com fornecimento de mão de obra e insumos diversos necessários à execução dos
serviços, compreendendo as áreas internas e externas, dos bens móveis e imóveis, de natureza
comum, conforme especificações e condições técnicas constantes no Edital e em seus anexos.
LANÇAMENTO E ENVIO DA(S) PROPOSTA(S) NO SIAG: entre os dias 11/08/2023 a 25/08/2023,
período integral, exceto quanto ao dia da abertura da sessão, quando o horário máximo de
aceitação será até às 08h 45min - Horário local (Cuiabá/MT).
ABERTURA DAS PROPOSTAS E INÍCIO DA SESSÃO: no dia 25/08/2023 às 09h00min - Horário
local (Cuiabá/MT), através do endereço: http://aquisicoes.seplag.mt.gov.br.
EDITAL E ADENDOS DISPONIBILIZADOS NO: Portal de Aquisições:
http://aquisicoes.seplag.mt.gov.br - dúvidas pelo sistema SIAG – tel. 0XX-65-3613-3718 ou
99281-4313.
Cuiabá-MT, 09 de agosto de 2023.
KATIENE CETSUMI MIYAKAWA PINHEIRO
Secretária Adjunta de Aquisições Governamentais/SEPLAG
(Original assinado nos autos)
VELOCE LOGÍSTICA S.A.
CNPJ/MF nº 10.299.567/0001-64 - NIRE 35.300.360.711
Ata da Assembleia Geral Ordinária Realizada em 11 de Julho de 2023
Data, Hora, Local: 11.07.2023, às 09hs, na sede, na Avenida Luiz Merenda nº 215, Diadema/SP. Mesa: Takashi
Mitsui, Presidente, e Yusuke Shionoya, Secretário. Presença: Todos os membros do Conselho de Administração,
fisicamente ou por conferência telefônica, na forma autorizada pelo § 1º, artigo 10º do Estatuto. Deliberações
Aprovadas: (i) o relatório anual da Diretoria, o Balanço Patrimonial e as demais Demonstrações Financeiras da
Companhia relativas ao exercício social encerrado em 31/03/2023, publicado no jornal Valor Econômico em 05/07/2023
na forma impressa e digital; (ii) uma vez aprovadas as contas sem restrições, passaram os acionistas a deliberar sobre
a destinação dos resultados do exercício. A Companhia apurou no exercício findo em 31/03/2023, lucro líquido de R$
14.430.788,90, sendo atribuído da seguinte forma: (a) a quantia de R$ 383.615,85 será destinada à reserva legal; (b)
a quantia de R$ 138.877,17 proveniente de dividendos obrigatórios (artigo 16 do Estatuto Social) a serem distribuídos
aos acionistas na proporção de suas ações; (c) a quantia de R$ 159.456,47 será destinada a reserva de incentivos
fiscais; e (d) após destinações do lucro líquido, a Companhia apurou reserva de lucros de R$ 13.748.839,41; (iii)
estabelecer a remuneração global dos administradores para o período de 01/04/2023 até 31/03/2024 (término do
próximo exercício social), no limite máximo de R$ 3.100.000,00, observados os termos e condições do artigo 152 da
Lei das S/A; (iv) respeitando a quantidade mínima estabelecida pelo artigo 9º do Estatuto Social, reeleger os seguintes
membros do Conselho de Administração, os Srs.: Takeshi Mitsui, japonês, casado, do administrador, passaporte
japonês nº TT1755374, residente e domiciliado em Tóquio, Japão, para o cargo de Presidente do Conselho de
Administração; Naoya Kubo, japonês, casado, do comércio, passaporte japonês n° TK6370303, residente e
domiciliado em Tóquio, Japão, para o cargo de Vice-Presidente do Conselho de Administração; Yusuke Shionoya,
japonês, casado, do comércio, RNE nº V204412S, CPF/MF nº 005.388.359-40, residente e domiciliado em São Paulo/SP,
para o cargo de Conselheiro do Conselho de Administração; e Shigeo Yanai, japonês, casado, administrador, RNE nº
F8381441, CPF/MF nº 901.705.178-70, residente e domiciliado em São Paulo/SP, para o cargo de Conselheiro do
Conselho de Administração. Os Conselheiros reeleitos foram empossados em seus cargos nos termos da lei e do
Estatuto Social, mediante assinatura dos respectivos termos de posse devidamente arquivados nos livros da
Companhia, dispondo de todos os poderes necessários à administração, observadas, contudo, as restrições legais e
as constantes do Estatuto Social. Em anexo os Termos de Posse constando a declaração de desimpedimento. Os
mandatos dos Conselheiros ora eleitos terminarão por ocasião da Assembleia Geral Ordinária que examinará as
contas do exercício social a ser encerrado em 31/03/2024, permanecendo os Conselheiros em seus cargos até a
posse de seus substitutos. Ainda, os Conselheiros eleitos neste ato não farão jus a qualquer remuneração pelo
exercício do cargo. Encerramento: Nada mais. São Paulo, 11.07.2023. Acionistas Presentes: Mitsui & Co., Ltd.
(p.p. Shigeo Yanai) e Mitsui & Co. (Brasil) S.A. (p.p. Shigeo Yanai). Mesa: Takeshi Mitsui - Presidente, Yususke
Shionoya - Secretário. JUCESP nº 301.148/23-5 em 24.07.2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
 São Paulo | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | E3

BANCO VOTORANTIM S.A. MERCEDES-BENZ LEASING DO BRASIL BANCO MERCEDES-BENZ DO BRASIL S.A.
CNPJ/MF 59.588.111/0001-03 | NIRE 35.300.525.353 - (Companhia de Capital Autorizado) CNPJ nº 60.814.191/0001-57 - NIRE 35.300.010.752
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 28 DE ABRIL DE 2023 ARRENDAMENTO MERCANTIL S.A. ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA REALIZADA EM 25 DE MAIO DE 2023
1. DATA, HORA E LOCAL: Realizada no dia 28 de abril de 2023, às 20:00 horas, na sede do Banco Votorantim S.A., CNPJ nº 00.162.760/0001-03 - NIRE 35.300.139.691 DATA, HORA E LOCAL: Realizada aos 25 (vinte e cinco) dias do mês de maio de 2023, às 10:00
na Avenida das Nações Unidas, 14.171, 18º andar, Vila Gertrudes, São Paulo (SP), CEP 04794-000 (“Banco” ou “Socie- ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA REALIZADA EM 18 DE ABRIL DE 2023 horas, na sede social à Avenida Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, Paulicéia, São
dade”). 2. CONVOCAÇÃO, PRESENÇA E QUÓRUM: Dispensada a convocação, nos termos do §4º do artigo 124 da DATA, HORA E LOCAL: Realizada aos 18 (dezoito) dias do mês de abril de 2023, às 11:00 horas, Bernardo do Campo (SP), CEP 09680-900. PRESENÇA: Acionista da sociedade representando a
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada, em virtude da presença de acionistas representando a na sede social à Avenida Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, Paulicéia, São Bernardo do totalidade do capital social, conforme assinatura constante no “Livro de Presença de Acionistas”.
totalidade do capital social do Banco, de acordo com as assinaturas constantes do Livro de Presença de Acionistas. Pre- Campo (SP), CEP 09680-900. PRESENÇA: Acionista da sociedade representando a totalidade do PUBLICAÇÕES PRÉVIAS: (a) Dispensada a publicação do Edital de Convocação na forma do § 4º,
sentes, também, os Srs. Lupercio de Souza Izabel, Patricia Tiemi Tanaka Tsukamoto e Daniel Alves Maria, membros do capital social, conforme assinatura constante no “Livro de Presença de Acionistas”. PUBLICAÇÕES do artigo 124, da Lei nº 6.404, com alterações posteriores; (b) Dispensada a publicação dos anúncios
Conselho Fiscal da Sociedade, bem como a Sra. Maria José de Mula Cury, sócia da PricewaterhouseCoopers Auditores PRÉVIAS: (a) Dispensada a publicação do Edital de Convocação na forma do § 4º, do artigo 124, da a que se refere o Artigo 133 da Lei 6.404/76, com alterações posteriores, na forma do seu parágrafo
Independentes Ltda. e os administradores do Banco. 3. PUBLICAÇÕES LEGAIS: Os documentos previstos no §3º do Lei nº 6.404, com alterações posteriores; (b) Dispensada a publicação dos anúncios a que se refere 4º; (c) Do relatório anual da Diretoria a respeito dos negócios sociais e principais fatos administrativos,
Artigo 133 da Lei 6.404/76 foram publicados de forma resumida nas páginas E3 a E6 do Jornal “Valor Econômico” e o Artigo 133 da Lei 6.404/76, com alterações posteriores, na forma do seu parágrafo 4º; (c) Do do Balanço Patrimonial e das demais Demonstrações Financeiras da Sociedade, referentes ao
divulgados em sua íntegra na página do “Valor Econômico” na internet, em 16/03/2023. 4. MESA: Sr. Fausto de An- relatório anual da Diretoria a respeito dos negócios sociais e principais fatos administrativos, do exercício social encerrado em 31/12/2022, publicados nos jornais “Valor Econômico”, páginas G29 a
drade Ribeiro, Presidente; e Sr. Rafael Norberto Fernandes, Secretário. 5. ORDEM DO DIA: ASSEMBLEIA GERAL ORDI- Balanço Patrimonial e das demais Demonstrações Financeiras da Sociedade, referentes ao exercício G33 e “Valor Econômico Digital”, ambos em suas edições de 31/03/2023. MESA: Presidente: Diego
NÁRIA: (i) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras do Banco, o Julio Novellino; e Secretária: Tatiana Yokayama e Silva. ORDEM DO DIA: (a) Lavrar a ata na forma
social encerrado em 31/12/2022, publicados nos jornais “Valor Econômico”, páginas G34 a
Relatório da Administração e Relatório dos Auditores Independentes, referentes ao exercício social encerrado em 31 de sumária; (b) Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações
G36 e “Valor Econômico Digital”, ambos em suas edições de 31/03/2023. MESA: Presidente:
dezembro de 2022; (ii) deliberar acerca da proposta da Administração do Banco para a destinação do resultado do financeiras; (c) Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31/12/2022 e
Hilke Janssen; e Secretário: Diego Julio Novellino. ORDEM DO DIA: (a) Lavrar a ata na forma
exercício social findo em 31 de dezembro de 2022; (iii) eleger os membros do Conselho de Administração; (iv) eleger a distribuição de dividendos; (d) Eleger os membros da Diretoria; e (e) Definir o montante global a ser
os membros do Conselho Fiscal e indicar o membro que deverá ocupar a Presidência; (v) fixar a remuneração global sumária; (b) Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações
pago a título de remuneração aos Diretores. QUÓRUM DAS DELIBERAÇÕES: As deliberações
dos administradores da Sociedade; (vi) fixar a remuneração dos membros do Conselho de Administração; e (vii) fixar financeiras; (c) Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício encerrado em 31/12/2022
foram tomadas por unanimidade de votos do acionista presente. DELIBERAÇÕES: Foram aprovadas:
a remuneração dos membros do Conselho Fiscal. ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA: (i) nomear o Ouvidor do e a distribuição de dividendos; (d) Eleger os membros da Diretoria; e (e) Definir o montante global a
(a) A lavratura da presente ata na forma sumária, nos termos do § 1º, do artigo 130, da Lei nº 6.404,
Conglomerado Financeiro Votorantim. 6. DELIBERAÇÕES: Após apreciarem as matérias constantes da Ordem do Dia, ser pago a título de remuneração aos Diretores. QUÓRUM DAS DELIBERAÇÕES: As deliberações
com alterações posteriores; (b) As contas dos administradores, o relatório anual da Diretoria a
os acionistas presentes à Assembleia Geral deliberaram aprovar: EM PAUTA ORDINÁRIA: (i) O Relatório da Adminis- foram tomadas por unanimidade de votos do acionista presente. DELIBERAÇÕES: Foram aprovadas:
respeito dos negócios sociais e principais fatos administrativos, o Balanço Patrimonial e as demais
tração, o Balanço Patrimonial, a Demonstração do Resultado e as demais Demonstrações Contábeis referentes ao exer- (a) A lavratura da presente ata na forma sumária, nos termos do § 1º, do artigo 130, da Lei nº 6.404,
Demonstrações Financeiras da Sociedade, referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2022;
cício social encerrado em 31/12/2022. (ii) A proposta de destinação do resultado da Sociedade, no montante de R$ com alterações posteriores; (b) As contas dos administradores, o relatório anual da Diretoria a (c) A destinação do lucro líquido da Sociedade no valor de R$ 120.968.155,95 (cento e vinte milhões,
1.493.234.908,04 (um bilhão, quatrocentos e noventa e três milhões, duzentos e trinta e quatro mil, novecentos e oito respeito dos negócios sociais e principais fatos administrativos, o Balanço Patrimonial e as demais novecentos e sessenta e oito mil, cento e cinquenta e cinco reais e noventa e cinco centavos), da
reais e quatro centavos), relativo ao exercício social encerrado em 31/12/2022, da seguinte forma: (a) R$ 74.661.745,41 Demonstrações Financeiras da Sociedade, referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2022; seguinte forma: • R$ 6.048.407,80 (seis milhões, quarenta e oito mil, quatrocentos e sete reais e
(setenta e quatro milhões, seiscentos e sessenta e um mil, setecentos e quarenta e cinco reais e quarenta e um centa- (c) A destinação do lucro líquido da Sociedade no valor de R$ 5.244.052,93 (cinco milhões, duzentos oitenta centavos), destinados à Reserva Legal; • R$ 114.919.748,15 (cento e quatorze milhões,
vos) para a reserva legal, nos termos do Artigo 193 da Lei 6.404/76; (b) R$ 500.000.000,00 (quinhentos milhões de e quarenta e quatro mil, cinquenta e dois reais e noventa e três centavos), da seguinte forma: novecentos e dezenove mil, setecentos e quarenta e oito reais e quinze centavos), destinados à
reais) para distribuição aos acionistas, sendo que, conforme deliberações do Conselho de Administração de 31/03/2022 • R$ 262.202,65 (duzentos e sessenta e dois mil, duzentos e dois reais e sessenta e cinco centavos), Reserva Especial de Lucros para futura destinação. (d) A eleição dos membros da Diretoria, com
e 30/09/2022: (i) o valor bruto de R$ 169.491.581,62 (cento e sessenta e nove milhões, quatrocentos e noventa e um destinados à Reserva Legal; • A não distribuição de dividendos, consoante demonstrações mandato até a Assembleia Geral Ordinária 2024, que examinar as Demonstrações Financeiras
mil, quinhentos e oitenta e um reais e sessenta e dois centavos) foi distribuído antecipadamente a título de juros so- financeiras relativas ao exercício findo em 31/12/2022, tendo em vista que o lucro do exercício foi relativas ao exercício a se encerrar em 31/12/2023, a saber: Sra. Hilke Janssen, casada, diretora
bre o capital próprio, resultando em juros líquidos de R$ 144.067.844,38 (cento e quarenta e quatro milhões, sessen- utilizado para amortizar prejuízos acumulados; (d) A eleição dos membros da Diretoria, com mandato presidente, portadora do Registro Nacional Migratório RNM n F3372238, emitido pela SIAPRO/
ta e sete mil, oitocentos e quarenta e quatro reais e trinta e oito centavos); e (ii) o valor bruto de R$ 330.508.418,38 até a Assembleia Geral Ordinária 2024, que examinar as Demonstrações Financeiras relativas ao DELEMIG/SR/SP, inscrita no CPF sob o n 244.805.958-64, para o cargo de Diretora Presidente; Sr.
(trezentos e trinta milhões, quinhentos e oito mil, quatrocentos e dezoito reais e trinta e oito centavos) foi distribuído exercício a se encerrar em 31/12/2023, a saber: Sra. Hilke Janssen, casada, diretora presidente, Diego Julio Novellino, argentino, casado, contador, portador da Cédula de Identidade para
antecipadamente a título de juros sobre o capital próprio, resultando em juros líquidos de R$ 280.932.155,62 (duzen- portadora do Registro Nacional Migratório RNM n F3372238, emitido pela SIAPRO/DELEMIG/SR/ Estrangeiros RNE n G163739-I, emitida pela SIAPRO/DELEMIG/SR/SP e inscrito no CPF sob o nº
tos e oitenta milhões, novecentos e trinta e dois mil, cento e cinquenta e cinco reais e sessenta e dois centavos), com 238.016.408-84, para o cargo de Diretor sem designação específica; Sra. Tatiana Yokayama e Silva,
SP, inscrita no CPF sob o n 244.805.958-64, para o cargo de Diretora Presidente; Sr. Diego Julio
base na posição acionária verificada nas respectivas datas, proporcionalmente às participações detidas pelos acionis-
Novellino, argentino, casado, contador, portador da Cédula de Identidade para Estrangeiros RNE n brasileira, casada, economista, portadora de cédula de identidade RG nº 19.596.601-6 - SSP/SP e
tas no capital social, nos termos do Artigo 60, (v), do Estatuto Social da Companhia e do Artigo 202 da Lei 6.404/76; e
G163739-I, emitida pela SIAPRO/DELEMIG/SR/SP e inscrito no CPF sob o nº 238.016.408-84, para inscrita no CPF sob o nº 176.898.968-04, para o cargo de Diretora sem designação específica; Sr.
(c) R$ 918.573.162,63 (novecentos e dezoito milhões, quinhentos e setenta e três mil, cento e sessenta e dois reais e
o cargo de Diretor sem designação específica; Sra. Tatiana Yokayama e Silva, brasileira, casada, Marcello Larussa, brasileiro, casado, administrador, portador da Cédula de Identidade RG
sessenta e três centavos) para a Reserva Estatutária, prevista no Artigo 60, (vi), do Estatuto Social da Sociedade. (iii)
economista, portadora de cédula de identidade RG nº 19.596.601-6 - SSP/SP e inscrita no CPF sob nº 18.287.088-7 SSP/SP, inscrito no CPF sob o nº 214.857.358-66, para o cargo de Diretor sem
Para ocuparem os cargos no Conselho de Administração da Sociedade, indicados pelo acionista Banco do Brasil
o nº 176.898.968-04, para o cargo de Diretora sem designação específica; Sr. Marcello Larussa, designação específica; e Sra. Viviane Jacob, brasileira, casada, advogada, portadora da Cédula de
S.A., a eleição dos Srs. Felipe Guimarães Geissler Prince, Marco Geovanne Tobias da Silva e Tarciana Paula Gomes Me-
brasileiro, casado, administrador, portador da Cédula de Identidade RG nº 18.287.088-7 SSP/SP, Identidade RG nº 18.984.746-3 SSP/SP, inscrita no CPF sob o nº 154.063.628-36, para o cargo de
deiros; e indicados pelo acionista Votorantim Finanças S.A., a reeleição dos Srs. João Henrique Batista de
inscrito no CPF sob o nº 214.857.358-66, para o cargo de Diretor sem designação específica; e Sra. Diretora sem designação específica, todos residentes e domiciliados na cidade de São Paulo (SP),
Souza, Jairo Sampaio Saddi e Mauro Ribeiro Neto, todos adiante qualificados, para o próximo mandato bienal, que vi-
Viviane Jacob, brasileira, casada, advogada, portadora da Cédula de Identidade RG nº 18.984.746-3 com escritório na Avenida Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, CEP 09680-900, Paulicéia,
gorará até a posse dos eleitos pela Assembleia Geral Ordinária de 2025, passando referido órgão a ser composto da
SSP/SP, inscrita no CPF sob o nº 154.063.628-36, para o cargo de Diretora sem designação São Bernardo do Campo (SP). DECLARAÇÃO DE DESIMPEDIMENTO: Os eleitos declaram, sob as
seguinte forma: CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: Conselheiros: FELIPE GUIMARÃES GEISSLER PRINCE,
específica, todos residentes e domiciliados na cidade de São Paulo (SP), com escritório na Avenida penas da lei, não estarem impedidos, por lei especial, de exercerem a administração da sociedade,
brasileiro, casado, bancário, RG-SSP/MG 7.717.266, CPF 036.345.856-50, domiciliado em Brasília (DF), no Setor de Au-
Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, CEP 09680-900, Paulicéia, São Bernardo do Campo nem estarem condenados ou sob efeitos de condenação a pena que vede, ainda que temporariamente,
tarquias Norte – SAUN, Quadra 5, Bloco B, Edifício Banco do Brasil, Torre Norte, 15º andar, CEP 70040-912; JAIRO
SAMPAIO SADDI, brasileiro, casado, advogado, RG-SSP/SP 13.274.510, CPF 066.664.628-74, domiciliado em São (SP). DECLARAÇÃO DE DESIMPEDIMENTO: Os eleitos declaram, sob as penas da lei, não o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita, suborno, concussão,
Paulo (SP), na Rua Amauri, 255, 13º andar, “conjunto G”, Jardim Europa, CEP 01448-000; JOÃO HENRIQUE BATIS- peculato ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de
estarem impedidos, por lei especial, de exercerem a administração da sociedade, nem estarem
TA DE SOUZA SCHMIDT, brasileiro, casado, administrador de empresas, RG-SSP/PR 6.266.530-0, CPF 005.032.489- defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, consignando
condenados ou sob efeitos de condenação a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso
67, domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Amauri, 255, 13º andar, Jardim Europa, CEP 01448-000; MARCO GEOVAN- que as respectivas declarações de desimpedimento encontram-se arquivadas na sede da Companhia.
a cargos públicos, ou por crime falimentar, de prevaricação, peita, suborno, concussão, peculato ou
NE TOBIAS DA SILVA, brasileiro, casado, economista, RG-SSP/DF 718.147, CPF 263.225.791-34, domiciliado em Bra- (e) A remuneração dos Diretores no montante global anual de R$ 4.857.720,60 (quatro milhões,
contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
sília (DF), no Setor de Autarquias Norte – SAUN, Quadra 5, Bloco B, Edifício Banco do Brasil, Torre Norte, 15º andar, CEP oitocentos e cinquenta e sete mil, setecentos e vinte reais e sessenta centavos). LAVRATURA E
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, consignando que as
70040-912; MAURO RIBEIRO NETO, brasileiro, casado, advogado, RG-IIPC/MG 12.798.455, CPF 096.002.066-78, LEITURA DA ATA: Nada mais havendo a ser tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse
respectivas declarações de desimpedimento encontram-se arquivadas na sede da Companhia; fazer uso e, como ninguém a pedisse, foram suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à
domiciliado em São Paulo (SP), na Rua Amauri, 255, 13º andar, Jardim Europa, CEP 01448-000; e TARCIANA PAULA e (e) O não pagamento de remuneração aos Diretores tendo em vista receberem remuneração por
GOMES MEDEIROS, brasileira, divorciada, administradora de empresas, RG-SSP/DF 3778616, CPF 032.128.734-77, lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi lida, aprovada e por todos os presentes assinada.
outra instituição do conglomerado. LAVRATURA E LEITURA DA ATA: Nada mais havendo a ser São Bernardo do Campo (SP), 25 de maio de 2023. ASSINATURAS: Presidente da Mesa: Diego
domiciliada em Brasília (DF), no Setor de Autarquias Norte – SAUN, Quadra 5, Bloco B, Edifício Banco do Brasil, Torre tratado, foi oferecida a palavra a quem dela quisesse fazer uso e, como ninguém a pedisse, foram
Norte, 16º andar, CEP 70040-912. (a) O registro da não recondução dos Srs. Fausto de Andrade Ribeiro, José Ricardo Julio Novellino e Secretária da Mesa: Tatiana Yokayama e Silva; Acionista: Daimler Truck Financial
suspensos os trabalhos pelo tempo necessário à lavratura desta ata, a qual, reaberta a sessão, foi Services Brasil Holding S.A., representado por seus Diretores, Sr. Diego Julio Novellino e Sra.
Fagonde Forni e Renato Luiz Bellinetti Naegele aos cargos de membros do Conselho de Administração, os quais per-
lida, aprovada e por todos os presentes assinada. São Bernardo do Campo (SP), 18 de abril de 2023. Tatiana Yokayama e Silva. Certificamos que a presente é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio.
manecem nos respectivos cargos até a posse de seus substitutos, além do registro da não recondução da Sra. Andrea
ASSINATURAS: Presidente da Mesa: Hilke Janssen e Secretário da Mesa: Diego Julio Novellino; Diego Julio Novellino - Presidente da Mesa - Diretor; Tatiana Yokayama e Silva Secretária da
da Motta Chamma, que deixa o cargo nesta data, permanecendo temporariamente vago o cargo de membro indepen-
dente do Conselho de Administração. (b) A posse dos membros do Conselho de Administração em seus respectivos Acionista: Banco Mercedes-Benz do Brasil S.A., representado por sua Diretora Presidente, Sra. Hilke Mesa - Diretora. JUCESP nº 312.888/23-5 em 02/08/2023. Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
cargos fica condicionada à prévia homologação de seus nomes pelo Banco Central do Brasil, ocasião em que assina- Janssen e por seu Diretor, Sr. Diego Julio Novellino. Certificamos que a presente é cópia fiel da ata
rão os termos de posse correspondentes. Os membros do Conselho de Administração ora eleitos declararam, por ter- lavrada no livro próprio. Hilke Janssen - Presidente da Mesa; Diretora Presidente; Diego Julio
mos devidamente arquivados na sede da Sociedade, que não estão incursos em nenhum dos crimes previstos em lei Novellino - Secretário da Mesa - Diretor. JUCESP nº 202.861/23-5 em 19/05/2023. Maria Cristina
Frei - Secretária Geral.
VELOCE LOGÍSTICA S.A. - CNPJ/MF nº 10.299.567/0001-64 - NIRE 35.300.360.711
que os impeçam de exercer a atividade mercantil e que atendem às demais exigências constantes do Estatuto Social e ATA DA REUNIÃO DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO REALIZADA EM 11 DE JULHO DE 2023.
da legislação em vigor. (iv) Para ocuparem os cargos no Conselho Fiscal da Sociedade, indicado pelo acionista Data, Hora, Local: 11.07.2023, às 09hs, na sede, Avenida Luiz Merenda nº 215, Diadema/SP. Mesa: Takeshi Mitsui,
Banco do Brasil S.A., como membro efetivo, a reeleição do Sr. Daniel Alves Maria, permanecendo temporaria- Presidente, e Yusuke Shionoya, Secretário. Presença: Todos os membros do Conselho de Administração, fisicamente
mente vago o respectivo cargo de membro suplente; indicado pelo acionista Votorantim Finanças S.A., como AVISO DE LICITAÇÕES ou por conferência telefônica. Deliberações Aprovadas: (i) a eleição dos Srs.: Junji Hara, japonês, casado, do
membro efetivo, a eleição do Sr. Alexandre Witzel Ibrahim e, como membro suplente, a eleição do Sr. Luiz Apa- comércio, RNE G020000-8, CPF/MF 237.071.878-1, para o cargo de Diretor Vice Presidente de Segurança; e Tatshuya
recido Caruso Neto; indicados de comum acordo, como membro efetivo, a reeleição da Sra. Patricia Tiemi Ta- A CDHU comunica às empresas interessadas a abertura das seguintes licitações: Ito, japonês, casado, do comércio, RNE V126197-S, CPF/MF 176.069.098-81, para o cargo de Diretor Vice Presidente de
naka Tsukamoto e, como membro suplente, a eleição do Sr. Sergio Augusto Malacrida Júnior, todos adiante quali- Governança Corporativa; e (ii) a reeleição dos Srs.: Yusuke Shionoya, japonês, casado, do comércio, RNE V204412S,
ficados, para o próximo mandato anual que vigorará até a Assembleia Geral Ordinária de 2024, registrando-se que o PG 10.48.025 – Licitação nº 025/2023 – Contratação de empresa para execução de obras e CPF/MF 005.388.359-40, para o cargo de Diretor Presidente; Rosimeire de Souza da Fonte, brasileira, casada,
Sr. Daniel Alves Maria ocupará o cargo de Presidente do Conselho Fiscal, passando referido órgão a ser composto da serviços de engenharia para realização de Núcleo de Esportes e Lazer na área denominada contadora, RG 38.430.071-6, CPF/MF 016.219.187-18, para o cargo de Diretora Financeira; Rafael Domingues
seguinte forma: CONSELHO FISCAL: Presidente: DANIEL ALVES MARIA, brasileiro, casado, administrador, RG- Alvarenguinha, no município de São Bernardo do Campo/SP. O edital completo estará Matheus, brasileiro, casado, analista de sistemas, RG 101188415 IFP-RJ, CPF/MF 032.842.017-42, para o cargo de
-SSP/SP 19.328.220-3, CPF 087.747.768-00, domiciliado em Brasília (DF), na SAUN, Quadra 5, Lote B, Edifício Banco do Diretor de Operações; Damián Matias Arcidiácono, argentino, casado, do comércio, Passaporte nº AAF059782,
disponível para download no site www.cdhu.sp.gov.br a partir das 00h00min do dia
Brasil, Torre Sul, 4º andar, CEP 70040-912; Conselheiros efetivos: ALEXANDRE WITZEL IBRAHIM, brasileiro, ca- CPF/MF 717.604.371-07, para o cargo de Diretor Regional, considerando que o cargo de Diretor Administrativo foi
sado, engenheiro, RG-SSP/SP 19.638.343-2, CPF 122.946.278-30, domiciliado em São Paulo (SP), na Av. das Nações 11/08/2023 – Esclarecimentos até 28/08/2023 – Abertura: 04/09/2023 às 10h, na Rua Boa
extinto; e o cargo de Diretor de Projetos, permanecerá vago até a eleição de novo Diretor. Os diretores ora reeleitos
Unidas, 14.171, Torre A, 18º andar, Vila Gertrudes, CEP 04794-000; e PATRICIA TIEMI TANAKA TSUKAMOTO, bra- Vista, 175, Edifício CIDADE II – Térreo – Auditório da CDHU, Centro, São Paulo/SP.
cumprirão mandato até a realização da Assembleia Geral Ordinária de 2024, dispondo de todos os poderes necessários
sileira, casada, contadora, RG-SSP/SP 19.508.404-4, CPF 252.031.838-48, domiciliada em São Paulo (SP), na Av. das à administração, observadas, contudo, as restrições legais e as constantes do Estatuto Social. A proposta de remune-
Nações Unidas, 14.171, Torre A, 18º andar, Vila Gertrudes, CEP 04794-000. Conselheiros Suplentes: LUIZ APARE- PG 10.48.063 – Licitação nº 063/2023 – Contratação de empresa para execução de obras e ração global dos administradores será submetida à aprovação dos Acionistas. Encerramento: Nada mais. Diadema,
CIDO CARUSO NETO, brasileiro, casado, administrador, RG-SSP/SP 12.682.626-2-SSP/SP, CPF 022.667.778-82; e serviços de engenharia para instalações condominiais e urbanismo no empreendimento 11.07.2023. Conselheiros Presentes: Takeshi Mitsui, Presidente, Naoya Kubo, Vice-Presidente; Yusuke Shionoya,
SERGIO AUGUSTO MALACRIDA JÚNIOR, brasileiro, casado, economista, RG-SSP/SP 19.346.284-9 SSP/SP, CPF denominado São Sebastião “T/U”, no município de São Sebastião/SP. O edital completo estará Conselheiro e Shigeo Yanai, Conselheiro. JUCESP nº 301.149/23-9 em 24.07.2023, Maria Cristina Frei - Secretária Geral.
166.532.868-19, ambos domiciliados em São Paulo (SP), na Rua Amauri, nº 255, 10º andar, Itaim Bibi, CEP 01448-000. disponível para download no site www.cdhu.sp.gov.br a partir das 00h00min do dia
(a) O registro da não recondução dos Srs. Lupercio de Souza Izabel e José Luiz Gimenes Caiafa aos cargos de membro 11/08/2023 – Esclarecimentos até 25/08/2023 – Abertura: 01/09/2023 às 10h, na Rua Boa
efetivo e de membro suplente, respectivamente, do Conselho Fiscal da Sociedade. (b) A posse dos membros do Conse- Vista, 170, Edifício CIDADE I – 2º Subsolo – Auditório, Centro, São Paulo/SP.
lho Fiscal em seus respectivos cargos fica condicionada à prévia homologação de seus nomes pelo Banco Central do
Brasil, ocasião em que assinarão os termos de posse correspondentes. Os membros do Conselho Fiscal ora eleitos de-
clararam, por termos devidamente arquivados na sede da Sociedade, que não estão incursos em nenhum dos crimes
previstos em lei e na regulamentação em vigor que os impeçam de exercer a atividade mercantil e que atendem às de-
mais exigências constantes do Estatuto Social e da legislação em vigor. (v) A fixação do montante global e anual de
remuneração dos administradores da Sociedade em até R$ 150.000.000,00 (cento e cinquenta milhões de reais). (vi)
A manutenção da remuneração individual dos membros do Conselho de Administração da Sociedade em R$ 50.000,00
(cinquenta mil reais) por mês. (vii) A manutenção da remuneração individual dos membros do Conselho Fiscal da So-
ciedade em R$ 20.000,00 (vinte mil reais) por mês. EM PAUTA EXTRAORDINÁRIA: (i) A nomeação da Sra. Débora Go- DAIMLER TRUCK FINANCIAL SERVICES BRASIL HOLDING S.A.
mes de Souza Montalvão, brasileira, casada, advogada, RG-SSP/SP 34.452.295-7, CPF 338.487.408-00, domicilia- CNPJ 54.646.419/0001-44 - NIRE 35.300.108.311
da em São Paulo (SP), na Avenida das Nações Unidas, 14.171, Torre A, 18º andar, Vila Gertrudes, CEP 04794-000, para ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 28 DE ABRIL DE 2023
o cargo de Ouvidora do Conglomerado Financeiro Votorantim, com mandato que vigorará pelo prazo de 24 (vinte e Data, Hora e Local: Realizada aos 28 (vinte e oito) dias do mês de abril de 2023, às 10:00 horas, na sede social da Companhia, na cidade de São Bernardo
quatro) meses, estendendo-se até a posse do ouvidor nomeado pela Assembleia Geral Ordinária da Sociedade a reali- do Campo, estado de São Paulo, na Avenida Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, Paulicéia, CEP 09680-900. Mesa: Presidente: Diego Julio
zar-se em 2025. 7. ENCERRAMENTO: O Sr. Presidente franqueou o uso da palavra, não havendo, todavia, nenhuma Novellino e Secretária: Tatiana Yokayama e Silva. Presenças: Acionistas representando a totalidade do capital social da Companhia, conforme
manifestação. Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, que lida e achada conforme, foi por to- assinaturas constantes no livro de presença de acionistas. Convocação: Dispensada a convocação em razão da presença das acionistas detentoras da
dos assinada. (aa) Fausto de Andrade Ribeiro, Presidente; Rafael Norberto Fernandes, Secretário. Acionistas: p. Ban- totalidade das ações representativas do capital social da Companhia, observado o disposto no § 4 do artigo 124, da Lei n 6.404, de 15 de dezembro de
co do Brasil S.A.: Leonardo Elisei Faria; p. Votorantim Finanças S.A.: João Henrique Batista de Souza Schmidt e Mauro 1976 (“Lei de S.A.”). Publicação: O Relatório da Administração, as Demonstrações Financeiras e o Relatório dos Auditores Independentes referentes ao
Ribeiro Neto. Certificamos que este documento é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. São Paulo (SP), 28 de abril exercício social findo em 31/12/2022 foram publicados no jornal “Valor Econômico”, páginas E15 a E20 e “Valor Econômico Digital”, ambos em suas edições
de 2023. Rafael Norberto Fernandes - Secretário da Assembleia. Arquivo na JUCESP em 28.07.2023, sob nº de 28/04/2023. Ordem do Dia: Em Assembleia Geral Ordinária: Deliberar sobre: (a) As contas dos administradores, examinar, discutir e votar as
303.587/23-4. Maria Cristina Frei - Secretária Geral. demonstrações financeiras referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2022; (b) A destinação do lucro líquido do exercício social encerrado em
31/12/2022; e (c) A eleição de membros da Diretoria. Em Assembleia Geral Extraordinária: Deliberar sobre: (a) A alteração do Artigo 6º do Estatuto
Social, para prever o cargo de Diretor Presidente na composição da Diretoria; e (b) A consolidação do Estatuto Social. Deliberações: Após leitura, análise
BANCO BV S.A. e discussão das matérias em pauta, as acionistas aprovaram, sem quaisquer ressalvas ou restrições: Em Assembleia Geral Ordinária: (a) As contas dos
administradores, o Relatório da Administração e as Demonstrações Financeiras e correspondentes Notas Explicativas, relativas ao exercício social
CNPJ/MF 01.858.774/0001-10 - NIRE 35.300.150.082
encerrado em 31/12/2022, acompanhados do Relatório dos Auditores Independentes, considerando sanada a falta de publicação de anúncios, bem como
ATA DA ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDINÁRIA REALIZADA EM 28 DE ABRIL DE 2023
a inobservância dos prazos de publicação dos documentos da administração, nos termos do §4 do art. 133 da Lei das S.A. (b) A destinação do lucro líquido
1. DATA, HORÁRIO E LOCAL: Dia 28 de abril de 2023, às 17:00 horas, na sede social, 10 - NIRE 35.300.150.082 - CAPÍTULO I - DENOMINAÇÃO, SEDE E PRAZO:
do exercício social encerrado em 31/12/2022, no valor de R$ 1.412.865,46 (um milhão, quatrocentos e doze mil, oitocentos e sessenta e cinco reais e
em São Paulo (SP), na Avenida das Nações Unidas, 14.171, Torre A, 12º andar, parte, Vila Artigo 1º - A companhia fechada regida por este Estatuto Social é denominada
quarenta e seis centavos), acrescido de R$ 164.642.481,11 (cento e sessenta e quatro milhões, seiscentos e quarenta e dois mil, quatrocentos e oitenta e
Gertrudes, CEP 04794-000 (“Sociedade”). 2. CONVOCAÇÃO E PRESENÇA: Convocação BANCO BV S.A. (“Companhia”), tem sede e foro em São Paulo (SP) e prazo
um reais e onze centavos), referente aos ajustes de avaliação patrimonial, totalizando R$ 166.055.346,57 (cento e sessenta e seis milhões, cinquenta e
dispensada em virtude da presença do acionista que representa a totalidade do capital indeterminado de duração, podendo, por deliberação da Diretoria, abrir, transferir
cinco mil, trezentos e quarenta e seis reais e cinquenta e sete centavos), da seguinte forma: • O montante de R$ 8.302.767,32 (oito milhões, trezentos e
social, conforme assinaturas lançadas no livro “Presença de Acionistas”. Presentes, ou encerrar dependências em qualquer parte do território nacional. CAPÍTULO II
dois mil, setecentos e sessenta e sete reais e trinta e dois centavos) destinados à constituição de Reserva Legal; • O montante de R$ 157.752.579,25
também, os administradores da Sociedade e representantes da PricewaterhouseCoopers - OBJETO SOCIAL: Artigo 2º - A Companhia tem por objeto social a prática de
(cento e cinquenta e sete milhões, setecentos e cinquenta e dois mil, quinhentos e setenta e nove reais e vinte e cinco centavos) permanecerá em
Auditores Independentes. 3. MESA DIRIGENTE: Marcella Rigamonti Urada Coimbra, operações ativas, passivas e acessórias inerentes às carteiras autorizadas (Comercial
Reservas de Lucros para futura destinação. (c) A eleição dos seguintes membros para compor a Diretoria da Companhia: Hilke Janssen, casada,
Presidente; e Rafael Norberto Fernandes, Secretário. 4. PUBLICAÇÕES: Os documentos e de Arrendamento Mercantil), previstas pelas normas legais e regulamentares em
diretora presidente, portadora do Registro Nacional Migratório RNM n F3372238, emitido pela SIAPRO/DELEMIG/SR/SP, inscrita no CPF sob
previstos no §3º do Artigo 133 da Lei nº 6.404/76 foram publicados de forma resumida vigor. Parágrafo Único - A Companhia poderá participar de outras sociedades, como
o n 244.805.958-64, no cargo de Diretora Presidente; Diego Julio Novellino, argentino, casado, contador, portador da cédula de identidade de estrangeiro
na página E3 do Jornal “Valor Econômico “ e divulgados em sua íntegra na página do sócia ou acionista, participação essa condicionada às limitações estabelecidas pela
RNE n G163739-I (SIAPRO/DELEMIG/SR/SP), inscrito no CPF sob o n 238.016.408-84, no cargo de Diretor; Tatiana Yokayama e Silva, brasileira,
“Valor Econômico” na internet, em 29/03/2023. 5. ORDEM DO DIA: ASSEMBLEIA legislação em vigor. CAPÍTULO III - CAPITAL SOCIAL E AÇÕES: Artigo 3º - O
casada, economista, portadora da cédula de identidade RG n 19.596.601-6 - SSP/SP e inscrita no CPF sob o n 176.898.968-04, no cargo de
GERAL ORDINÁRIA: (i) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar capital social, totalmente subscrito e integralizado, é de R$ 2.500.131.002,04 (dois
Diretora; (d) Marcello Larussa, brasileiro, casado, administrador, portador da Cédula de Identidade RG nº 18.287.088-7 SSP/SP, inscrito no CPF sob o
as demonstrações financeiras, o Relatório da Administração e o Relatório dos Auditores bilhões, quinhentos milhões, cento e trinta e um mil, dois reais e quatro centavos),
nº 214.857.358-66 no cargo de Diretor; e (e) Viviane Jacob, brasileira, casada, advogada, portadora de cédula de identidade RG nº 18.894.746-3 SSP/SP
Independentes, referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2022; (ii) deliberar dividido em 1.601.913 (um milhão, seiscentas e uma mil, novecentas e treze) ações
e inscrita no CPF sob o nº 154.063.628-36, no cargo de Diretora; todos residentes na cidade de São Paulo, estado de São Paulo, com endereço profissional
sobre a destinação do resultado do exercício findo em 31/12/2022; (iii) eleger os membros ordinárias, nominativas, sem valor nominal. Parágrafo Único - Cada ação ordinária
na Avenida Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, Paulicéia, São Bernardo do Campo (SP), CEP 09680-900. Todos os diretores ora eleitos
da Diretoria; e (iv) fixar a remuneração global dos administradores. ASSEMBLEIA GERAL dará direito a um voto nas deliberações das Assembleias Gerais. CAPÍTULO IV -
terão mandato de 1 (um) ano, até a Assembleia Geral Ordinária de 2024, que examinar as demonstrações financeiras relativas ao exercício a se
EXTRAORDINÁRIA: (i) aumento do capital social da Sociedade; e (ii) alterar o Estatuto ASSEMBLEIA GERAL: Artigo 4º - A Assembleia Geral será presidida por qualquer
encerrar em 31/12/2023, sendo permitida a reeleição por igual período, devendo permanecer nos cargos até a posse de seus respectivos sucessores. Os
Social para refletir o aumento do capital social. 6. DELIBERAÇÕES TOMADAS: Instalada diretor e secretariada por qualquer pessoa escolhida pelo presidente da mesa dentre
Diretores ora eleitos declaram, sob as penas da lei, que não estão impedidos por lei especial, ou condenados por crime falimentar, de prevaricação, peita
a Assembleia, após a análise das matérias constantes da Ordem do Dia, foram aprovados: os presentes. Parágrafo Único - Dos trabalhos e deliberações da Assembleia Geral,
ou suborno, concussão, peculato, contra a economia popular, a fé pública ou a propriedade, ou a pena criminal que vede, ainda que temporariamente, o
EM PAUTA ORDINÁRIA: (i) O Relatório da Administração, o Balanço Patrimonial, a será lavrada, em livro próprio, ata a ser assinada pelos membros da mesa e pelos
acesso a cargos públicos, ou por quaisquer outros crimes que os impediriam de exercer atividades mercantis, consignando que as respectivas declarações
Demonstração do Resultado e as demais Demonstrações Financeiras referentes ao acionistas presentes. Da ata serão extraídas certidões para os fins legais, que poderão
de desimpedimento encontram-se arquivadas na sede da Companhia. Em Assembleia Geral Extraordinária: (a) A alteração do Artigo 6º do Estatuto
exercício social encerrado em 31/12/2022. (ii) A proposta de absorção do prejuízo do ser assinadas pelos membros da mesa ou por dois diretores da Companhia. CAPÍTULO
Social, para prever o cargo de Diretor Presidente na composição da Diretoria, que é ocupado pela Sra. Hilke Janssen, conforme deliberado em Assembleia
exercício, no valor de R$ 242.759.997,14 (duzentos e quarenta e dois milhões, setecentos V - ADMINISTRAÇÃO: Artigo 5º - A Companhia será administrada por uma Diretoria
Geral Ordinária desta data, passando tal Artigo a vigorar com a seguinte redação: Artigo 6º - A Sociedade será administrada por uma Diretoria constituída
e cinquenta e nove mil, novecentos e noventa e sete reais e catorze centavos), referente composta de, no mínimo, 02 (dois) e, no máximo, 15 (quinze) membros, acionistas ou
de, no mínimo 2 (dois) e, no máximo 5 (cinco) membros, sendo um deles Diretor Presidente e os demais não terão designação especial. (b) A consolidação
ao exercício social encerrado em 31/12/2022, da seguinte forma: (a) R$ 87.425.773,57 não, residentes no País, compreendendo os cargos de Diretor Presidente e de Diretor
do Estatuto Social da Companhia, que passa a vigorar com a redação constante do Anexo à presente Ata. Encerramento, Lavratura e Aprovação da Ata:
(oitenta e sete milhões, quatrocentos e vinte e cinco mil, setecentos e setenta e três reais sem designação específica, conforme venha a ser estabelecido pela Assembleia
Nada mais havendo a tratar, foi suspensa a sessão pelo tempo necessário à lavratura da presente ata, que, depois de lida e achada conforme, foi aprovada
e cinquenta e sete centavos) serão compensados pela Reserva Estatutária, nos termos Geral ao prover esses cargos, para um mandato unificado de 2 (dois) anos, admitida
e assinada. A presente ata foi lavrada na forma de sumário dos fatos ocorridos, nos termos do § 1 do artigo 130 da Lei das S.A. São Bernardo do Campo
do artigo 13, §2º, do Estatuto Social da Sociedade; (b) R$ 128.422.667,07 (cento e vinte a reeleição. Parágrafo 1º - Os Diretores serão investidos em seus cargos mediante
(SP), 28 de abril de 2023. Assinaturas: Diego Julio Novellino - Presidente da Mesa; Tatiana Yokayama e Silva - Secretária da Mesa. Acionistas:
e oito milhões, quatrocentos e vinte e dois mil, seiscentos e sessenta e sete reais e sete termo lavrado e assinado no livro próprio e permanecerão em seus cargos até a
Daimler Truck Financial Services GmbH e Daimler Truck Vergogens-und Beteiligungsgesellschaft, representadas por Diego Julio Novellino e Mychèlle
centavos) serão compensados pela Reserva Legal, nos termos do artigo 193, §2º da Lei posse dos substitutos. Parágrafo 2º - A verba global e anual de remuneração dos
Fortunato. Declaramos que a presente é cópia fiel da ata lavrada em livro próprio. Diego Julio Novellino - Presidente da Mesa; Tatiana Yokayama e Silva
6.404/76; e (c) O saldo restante, de R$ 26.911.556,50 (vinte e seis milhões, novecentos diretores será fixada pela Assembleia Geral. Artigo 6º - Em caso de impedimento
- Secretária da Mesa. JUCESP nº 177.459/23-2 em 12/05/2023. Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral. DAIMLER TRUCK FINANCIAL SERVICES
e onze mil, quinhentos e cinquenta e seis reais e cinquenta centavos) será mantido na ou ausência temporária do Diretor Presidente, caso tenha sido eleito, qualquer dos
BRASIL HOLDING S.A. - CNPJ 54.646.419/0001-44 - NIRE 35.300.108.311. ANEXO À ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA E EXTRAORDIÁRIA DE
conta de prejuízos acumulados para posterior amortização. (iii) Para compor a Diretoria Diretores remanescentes poderá assumir o cargo interinamente. No caso de vacância de
28/04/2023. ESTATUTO SOCIAL: Capítulo I - Denominação, Sede, Objeto e Duração: Artigo 1º - A sociedade denomina-se DAIMLER TRUCK
da Sociedade, a reeleição dos Srs. Gabriel José Gama Ferreira, Alberto Wagner Teixeira cargo na Diretoria, a Assembleia Geral poderá deliberar sobre o provimento do cargo.
FINANCIAL SERVICES BRASIL HOLDING S.A. e reger-se-á por este estatuto e pelas disposições legais que lhe forem aplicáveis. Artigo 2º - A Sociedade
Campos, Alexandre Luiz Zimath, Carlos Renato Bonetti, Daniel Baptistella Monteiro da Artigo 7º - Compete à Diretoria: (a) a administração e a gestão dos negócios sociais;
tem sede e foro na cidade de São Bernardo do Campo, estado de São Paulo, na Avenida Alfred Jurzykowski, nº 562, Prédio 20, 2º andar, Paulicéia, São
Silva, Flávio Suchek, José Roberto Salvini, Marcella Rigamonti Urada Coimbra, Marcelo (b) a representação da Companhia e prática de todos os atos e a realização de todas
Bernardo do Campo (SP), CEP 09680-900, e poderá, por deliberação da Diretoria, criar ou extinguir filiais, escritórios ou outros estabelecimentos no
Kenji Kuniy, Marcos Barros de Paula, Ricardo Sanfelice de Souza, Roberto Gonçalves as operações que se relacionem com seus objetivos; (c) distribuir “ad referendum”
território nacional ou no exterior. Artigo 3º - A Sociedade tem por objeto social a participação em outras sociedades, na qualidade de sócia, quotista ou
Jábali e Ronaldo Medrado Helpe, todos adiante qualificados, para o próximo mandato da Assembleia Geral, dividendos e juros sobre o capital próprio intermediários ou
acionista. Artigo 4º - A Sociedade vigorará por prazo indeterminado. Capítulo II - Capital Social: Artigo 5 - O capital social, integralmente realizado, é de
bienal que vigorará até a posse dos eleitos pela Assembleia Geral Ordinária de 2025, intercalares; e (d) o exercício das competências atribuídas ao Diretor Presidente, em
R$ 1.353.742.222,67 (um bilhão, trezentos e cinquenta e três milhões, setecentos e quarenta e dois mil, duzentos e vinte e dois reais e sessenta e sete
permanecendo referido órgão com a seguinte composição: DIRETORIA: Diretor caso de ausência, impedimento ou caso não tenha sido eleito pela Assembleia Geral.
centavos), dividido em 374.585.253 ações ordinárias nominativas, sem valor nominal. Capítulo III - Administração: Artigo 6º - A Sociedade será
Presidente: Gabriel José Gama Ferreira, brasileiro, casado, economista, RG-IFP/RJ Parágrafo 1º - A Diretoria se reunirá sempre que necessário, com a presença de, no
administrada por uma Diretoria constituída de, no mínimo 2 (dois) e, no máximo 5 (cinco) membros, sendo um deles Diretor Presidente e os demais não
09893891-3, CPF 082.823.607-08; Diretores: Alberto Wagner Teixeira Campos, mínimo, metade de seus membros empossados e deliberará pela maioria de votos dos
terão designação especial. Parágrafo 1º - O mandato dos Diretores será de 1 (um) ano, podendo haver reeleição. Parágrafo 2º - A investidura dos poderes
brasileiro, casado, matemático, RG-SSP/MG M4000465, CPF 607.952.126-15; Alexandre presentes. Parágrafo 2º - Compete ao Diretor Presidente, caso eleito: (a) convocar
far-se-á mediante termo lavrado no livro de “Atas das Reuniões da Diretoria”; os Diretores que forem reeleitos serão empossados pela Assembleia Geral
Luiz Zimath, brasileiro, casado, engenheiro, RG-SSP/SC 21.986.932, CPF 017.727.589- e presidir as reuniões as reuniões da Diretoria, nas quais tem voto de qualidade; (b)
Ordinária, dispensadas quaisquer outras formalidades. Parágrafo 3º - No caso de ausência ou impedimento temporário de qualquer um dos Diretores,
81; Carlos Renato Bonetti, brasileiro, casado, tecnólogo em processamento de dados, supervisionar a atuação dos demais diretores; (c) fixar a remuneração individual dos
poderá ser convocado pela Diretoria qualquer outro Diretor para substituí-lo durante a ausência ou impedimento. Cada Diretor poderá substituir,
RG-SSP/SP 18.845.436, CPF 092.198.248-84; Daniel Baptistella Monteiro da Silva, membros da Diretoria, observada a verba global aprovada pela Assembleia Geral; e
temporariamente, somente um Diretor. Parágrafo 4º - No caso de vaga por morte ou renúncia de qualquer Diretor, os Diretores remanescentes, se assim
brasileiro, casado, administrador, RG-SSP/SP 25.534.100-3, CPF 223.945.438-50; Flávio (d) estruturar as atividades da Companhia. Parágrafo 3º - Compete aos Diretores
julgarem necessário, nomearão dentre eles o substituto, que exercerá o cargo até a primeira Assembleia Geral, a qual elegerá o novo Diretor pelo tempo
Suchek, brasileiro, casado, engenheiro, RG-SSP/SP 30.478.126-5, CPF 220.163.058-51; o desempenho das funções que lhes forem atribuídas pela Diretoria e pelo Diretor
que restar do mandato. Parágrafo 5º - Ocorrendo vaga na Diretoria e ficando esta só com um Diretor, será imediatamente convocada Assembleia Geral
José Roberto Salvini, brasileiro, divorciado, advogado, RG-SSP/SP 19.277.003-2, CPF Presidente. Artigo 8º - Todos os atos que impliquem em assunção de responsabilidade
Extraordinária para a eleição dos substitutos, que exercerão os mandatos até completarem o tempo dos substituídos. Artigo 7º - Os Diretores terão a
129.538.808-10; Marcella Rigamonti Urada Coimbra, brasileira, casada, advogada, pela Companhia, inclusive a prestação de fianças, avais ou outras garantias em favor
representação ativa e passiva da Sociedade, competindo-lhes executar e fazer executar, dentro das suas respectivas atribuições, as deliberações da
RG-SSP/SP 32.981.595-7, CPF 221.497.038-07; Marcelo Kenji Kuniy, brasileiro, casado, de terceiros, serão sempre praticados: (a) por dois Diretores, em conjunto; (b) por um
Assembleia Geral e da Diretoria. Parágrafo Único - A Diretoria terá amplos poderes de administração e gestão dos negócios sociais, para a prática de todos
engenheiro, RG-SSP/SP 19.824.956-1, CPF 157.662.888-40; Marcos Barros de Paula, Diretor conjuntamente com um procurador; (c) por dois procuradores, em conjunto; ou
os atos e realização de todas as operações que se relacionarem com o objeto da Sociedade, podendo, inclusive, contrair empréstimo, renunciar a direitos,
brasileiro, casado, economista, RG-SSP/SP 29.630.713-0, CPF 250.120.628-25; Ricardo (d) por um único procurador, em casos especiais, investido de poderes específicos para
transigir, dar caução, avais e fianças, adquirir, alienar, hipotecar, empenhar e, por qualquer forma, onerar os bens da Sociedade, bem como constituir
Sanfelice de Souza, brasileiro, casado, engenheiro, RG-SESP/PR 5.530.792- 0, CPF a prática do ato para o qual foi constituído. Artigo 9º - A Companhia poderá, por dois
procuradores para agir em nome da Sociedade, observadas as disposições legais aplicáveis. Artigo 8º - As escrituras de qualquer natureza, as letras de
021.227.839-82; Roberto Gonçalves Jábali, brasileiro, casado, engenheiro, RG-SSP/ de seus diretores, nomear procuradores, fixando-lhes os poderes e o tempo de duração,
câmbio, os cheques, as ordens de pagamento, os contratos em geral, e quaisquer outros documentos que importem em responsabilidade da Sociedade,
SP 23.728.628-2, CPF 272.408.248-61; e Ronaldo Medrado Helpe, brasileiro, casado, que não excederá 1 (um) ano, ressalvados quanto ao prazo as procurações “ad judicia”.
só obrigarão a Sociedade quando assinados: a) por dois Diretores em conjunto; b) por um Diretor em conjunto com um procurador; ou c) por dois
administrador, RG-SSP/SP 34.085.131- 4, CPF 310.642.048-05, todos domiciliados em São Artigo 10 - São expressamente proibidos e serão nulos de pleno direito quaisquer
procuradores em conjunto, em conformidade com os poderes a eles outorgados. Parágrafo Único - Todas as procurações outorgadas pela Sociedade serão
Paulo (SP), na Avenida das Nações Unidas, 14.171, Torre A, 18º andar, Vila Gertrudes, CEP atos praticados por Diretores, procuradores ou empregados da Companhia que sejam
obrigatoriamente assinadas por 02 (dois) Diretores. Artigo 9º - A Diretoria reunir-se-á quantas vezes forem necessárias, mediante a convocação feita por
04794-000. A posse dos Diretores em seus respectivos cargos fica condicionada à prévia estranhos ao objeto social e aos negócios da Companhia. CAPÍTULO VI - CONSELHO
qualquer Diretor, lavrando-se ata de tudo quanto for tratado em cada reunião e que terá a assinatura de todos os Diretores presentes à reunião. Parágrafo
homologação de seus nomes pelo Banco Central do Brasil, ocasião em que assinarão FISCAL: Artigo 11 - A Companhia terá um Conselho Fiscal de funcionamento não
Único - A Diretoria poderá deliberar se estiverem presentes 2 (dois) Diretores. As suas resoluções serão tomadas por maioria de votos dos presentes.
os termos de posse correspondentes. Os membros da Diretoria ora eleitos declararam, permanente, composto de 3 (três) a 5 (cinco) membros efetivos e igual número
Artigo 10 - A Assembleia Geral fixará a remuneração dos membros da Diretoria. Capítulo IV - Assembleia Geral: Artigo 11 - A Assembleia Geral reunir-
por termos devidamente arquivados na sede da Sociedade, que não estão incursos em de suplentes. Sua instalação e funcionamento atenderá aos preceitos legais e
se-á, ordinariamente, nos quatro primeiros meses após o término do exercício social, para fins previstos em lei e, extraordinariamente, sempre que o
nenhum dos crimes previstos em lei que os impeçam de exercer a atividade mercantil regulamentares aplicáveis. CAPÍTULO VII - EXERCÍCIO SOCIAL E LUCROS: Artigo
interesse da Sociedade o exigir, e será convocada na forma da legislação em vigor. Parágrafo Único - Os acionistas, após a assinatura do livro de presença,
e que atendem às demais exigências constantes do Estatuto Social e da legislação em 12 - O exercício social coincide com o ano civil, encerrando-se em 31 de dezembro de
escolherão o Presidente e o Secretário que formarão a mesa e que dirigirá os trabalhos da Assembleia. Capítulo V - Conselho Fiscal: Artigo 12 -
vigor. (iv) A fixação do montante global e anual de remuneração dos administradores cada ano, ocasião em que se procederá a elaboração das Demonstrações Financeiras,
O Conselho Fiscal, com as funções fixadas em lei, será composto de 3 (três) membros efetivos e de 3 (três) suplentes, e somente se instalará a pedido
da Sociedade em até R$ 7.340.625,00 (sete milhões, trezentos e quarenta mil, seiscentos de acordo com os preceitos legais e regulamentares, as quais serão submetidas à dos acionistas, na forma da lei. Parágrafo Único - A remuneração dos membros do Conselho Fiscal será fixada pela Assembleia Geral que os eleger,
e vinte e cinco reais). EM PAUTA EXTRAORDINÁRIA: (i) O aumento do capital social da aprovação da Assembleia Geral. Parágrafo único - A Companhia poderá levantar observado o disposto no Parágrafo 3º do artigo 162 da Lei n 6.404 de 15.12.76. Capítulo VI - Exercício Social: Artigo 13 - O exercício social encerrar-
Sociedade, totalmente subscrito e integralizado pelo acionista Banco Votorantim S.A., em balanços semestrais e intermediários em qualquer data. Artigo 13 - Juntamente com se-á no dia 31 de dezembro de cada ano. Ao fim de cada exercício social serão elaboradas as demonstrações financeiras da Sociedade, com a observância
moeda corrente nacional, no montante de R$ 1.200.000.000,00 (um bilhão e duzentos as Demonstrações Financeiras, a Diretoria proporá a destinação do lucro líquido do das prescrições legais. Parágrafo Único - Do lucro líquido verificado, destinar-se-ão 5% (cinco por cento) para a constituição da reserva legal, até que esta
milhões de reais), que passa de R$ 1.300.131.002,04 (um bilhão, trezentos milhões, cento exercício, observados os preceitos legais e as seguintes disposições: (a) 5% (cinco alcance o limite previsto em lei. Artigo 14 - Aos acionistas será atribuído, obrigatoriamente, um dividendo mínimo de 25% (vinte e cinco por cento)
e trinta e um mil, dois reais e quatro centavos) para R$ 2.500.131.002,04 (dois bilhões, por cento) do lucro líquido serão destinados à constituição da Reserva Legal, que não calculado sobre o lucro líquido ajustado nos termos do inciso I do artigo 202 da Lei n 6.404 de 15.12.76, a ser pago anualmente, ressalvada a ocorrência
quinhentos milhões, cento e trinta e um mil, dois reais e quatro centavos) mediante a excederá 20% (vinte por cento) do capital social; (b) 25% (vinte e cinco por cento) das hipóteses previstas nos parágrafos 3º e 4º do artigo 202 da mesma Lei. Artigo 15º - A Sociedade poderá levantar ao fim de cada trimestre um balanço
emissão de 779.143 (setecentas e setenta e nove mil, cento e quarenta e três) novas do lucro líquido, diminuído ou acrescido dos valores previstos no artigo 202 da Lei correspondente aos meses do exercício até então decorridos e poderá declarar, por deliberação da Diretoria, dividendos à conta do lucro apurado neste
ações ordinárias, nominativas, sem valor nominal, ao preço de emissão de R$ 1.540,153 6.404/76, serão declarados e pagos como dividendo mínimo obrigatório aos acionistas; balanço. Parágrafo Único - Ainda por deliberação da Diretoria, poderão ser declarados dividendos intermediários, a conta de lucros acumulados ou de
por ação. O preço de emissão foi fixado de acordo com os parâmetros do Artigo 170, e (c) o saldo poderá ser aplicado na constituição da Reserva Estatutária ou ter outra reservas de lucros existentes no último balanço anual ou no balanço levantado conforme disposto neste artigo. Capítulo VII - Dissolução: Artigo 16 -
§ 1º, inciso II, da Lei 6.404/76, conforme o balanço patrimonial da Companhia de destinação proposta pela Diretoria, “ad referendum” da Assembleia Geral. Parágrafo A Sociedade será dissolvida nos casos previstos em lei ou em virtude de deliberação da Assembleia Geral. Parágrafo Único - Compete à Assembleia
31/03/2023. (ii) A alteração do Artigo 3º, caput, do Estatuto Social da Sociedade para 1º - A Diretoria poderá deliberar sobre o pagamento de dividendos ou de juros sobre Geral estabelecer o modo de liquidação e eleger os liquidantes que deverão funcionar durante o período de liquidação, fixando-lhes a remuneração.
refletir o aumento de capital ora deliberado, bem como a consequente consolidação o capital próprio, tanto intermediários como intercalares, imputando-se o valor bruto
de referido Estatuto Social, o qual passará a vigorar conforme Anexo à presente ata. 7. dos juros sobre o capital próprio ao valor do dividendo obrigatório. Parágrafo 2º -
ENCERRAMENTO: O Sr. Presidente concedeu o uso da palavra, não havendo, todavia, A Reserva Estatutária será constituída com a finalidade de (a) absorver prejuízos de
nenhuma manifestação. Os trabalhos foram suspensos para a lavratura da presente ata, exercícios subsequentes; (b) efetuar investimentos estratégicos para a Companhia; (c)
que vai assinada pelo Presidente, Secretário e acionista presente. (aa) Marcella Rigamonti realizar aumentos de seu capital social; e (d) pagar dividendos e juros sobre o capital
Urada Coimbra, Presidente; Rafael Norberto Fernandes, Secretário. Acionista: p. Banco próprio. Artigo 14 - À Assembleia Geral é lícito atribuir aos Diretores da Companhia
Votorantim S.A., José Roberto Salvini e Marcella Rigamonti Urada Coimbra. A presente participação nos lucros apurados, desde que pago o dividendo obrigatório. CAPÍTULO
transcrição é cópia fiel da ata lavrada no livro próprio. São Paulo (SP), 28 de abril de 2023. VIII - DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO: Artigo 15 - A Companhia será dissolvida e
Rafael Norberto Fernandes - Secretário da Assembleia. Arquivo na JUCESP em entrará em liquidação nos casos previstos em Lei, competindo à Assembleia Geral
28.07.2023, sob nº 303.773/23-6, Maria Cristina Frei - Secretária Geral. determinar o modo pelo qual deva ser processada, inclusive nomeando o liquidante e o
ANEXO - ESTATUTO SOCIAL DO BANCO BV S.A. - CNPJ/MF 01.858.774/0001- Conselho Fiscal que a conduzirão durante o período de liquidação.
E4 | Valor | São Paulo | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

OPEA SECURITIZADORA S.A.

CNPJ nº 02.773.542/0001-22
EDITAL DE CONVOCAÇÃO - ASSEMBLEIA ESPECIAL DE TITULARES DOS CERTIFICADOS DE RECEBÍVEIS
IMOBILIÁRIOS DA 380ª SÉRIE DA 1ª EMISSÃO (IF 21I0801132) DA OPEA SECURITIZADORA S.A.
Ficam convocados os Srs. titulares dos Certificados de Recebíveis Imobiliários da 380ª Série da 1ª Emissão da
Opea Securitizadora S.A., inscrita no CNPJ sob o nº 02.773.542/0001-22 (“Titulares dos CRI”, “CRI” e “Emissora”,
respectivamente), nos termos do Termo de Securitização de Créditos Imobiliários dos Certificados de Recebíveis
Imobiliários da 380ª Série da 1ª Emissão da Emissora, celebrado em 23 de setembro de 2021, conforme aditado
(“Termo de Securitização”), a reunirem-se em Assembleia Especial de Titulares dos CRI (“Assembleia”), a realizar-se
no dia 30 de agosto de 2023, às 10:00 horas, de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams, sendo o acesso disponibilizado pela Emissora individualmente para os Titulares dos CRI devidamente
habilitados, nos termos deste Edital de Convocação, conforme a Resolução da Comissão de Valores Mobiliários
(“CVM”) nº 60, de 23 de dezembro de 2021 (“Resolução CVM 60”), a fim de deliberar sobre as seguintes matérias da
Ordem do Dia: (i) a autorização para a venda, pela Devedora a terceiro, de uma fração ideal livre do Imóvel Neumarkt,
que poderá variar de 4,67% (quatro inteiros e sessenta e sete centésimos por cento) a 12,00% (doze por cento) do
Imóvel Neumarkt (“Parte Ideal Livre do Imóvel - Não Alienada Fiduciariamente” e “Transação”, respectivamente),
com a consequente liberação de até 17% (dezessete por cento) dos Direitos Creditórios atualmente vinculados à
garantia de Cessão Fiduciária, a ser realizada na mesma proporção do percentual da Amortização Extraordinária
Facultativa, afastando-se assim os efeitos do Evento de Vencimento Antecipado Não Automático das Debêntures,
previsto na Cláusula 8.5.2, item (xiii), da Escritura de Emissão de Debêntures, sendo que deverá ser realizado, pela
Devedora, a Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures, e consequentemente dos CRI, de até 17,35%
(dezessete inteiros e trinta e cinco centésimos por cento) do saldo devedor das Debêntures, e consequentemente
dos CRI; e (ii) caso aprovado o item (i) acima, a dispensa de atendimento do aviso prévio de 60 (sessenta) dias para
fins da Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures, prevista na Cláusula 8.2 da Escritura de Emissão de
Debêntures, e do aviso prévio de 5 (cinco) Dias Úteis para amortização extraordinária dos CRI, prevista na Cláusula
6.4 do Termo de Securitização, sendo que (a) o evento da Amortização Extraordinária Facultativa das Debêntures
poderá ocorrer até 30 de novembro de 2023, mediante envio, pela Devedora, de notificação com no mínimo 3
(três) Dias Úteis de antecedência da data pretendida para a realização da Amortização Extraordinária Facultativa;
e (b) o evento da amortização extraordinária dos CRI ocorrerá em até 2 (dois) dias úteis após pagamento das
Debêntures. As matérias acima indicadas deverão ser consideradas pelos Titulares dos CRI de forma independente
no âmbito da Assembleia, de modo que a não deliberação ou a não aprovação a respeito de qualquer uma delas,
não implicará automaticamente a não deliberação ou não aprovação de qualquer das demais matérias constantes
da ordem do dia. A Assembleia será realizada de forma exclusivamente digital, por meio da plataforma Microsoft
Teams e seu conteúdo será gravado pela Emissora. O acesso à plataforma será disponibilizado pela Emissora
individualmente para os Titulares dos CRI que enviarem à Emissora e ao Agente Fiduciário, por correio eletrônico
para ri@opeacapital.com e af.assembleias@oliveiratrust.com.br, identificando no título do e-mail a operação (CRI
380ª Série da 1ª Emissão - IF 21I0801132), a confirmação de sua participação na Assembleia, acompanhada dos
Documentos de Representação (conforme abaixo definidos) até 2 (dois) dias antes da realização da Assembleia.
Para os fins da Assembleia, considera-se “Documentos de Representação”: a) participante pessoa física: cópia
digitalizada de documento de identidade do Titular dos CRI; caso representado por procurador, também deverá
ser enviada cópia digitalizada da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com
certificado digital, com poderes específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um)
ano, acompanhada do documento de identidade do procurador; e b) demais participantes: cópia digitalizada
do estatuto/contrato social (ou documento equivalente), acompanhado de documento societário que comprove
a representação legal do Titular dos CRI (i.e. ata de eleição da diretoria) e cópia digitalizada de documento de
identidade do representante legal; caso representado por procurador, também deverá ser enviada cópia digitalizada
da respectiva procuração com firma reconhecida ou assinatura eletrônica com certificado digital, com poderes
específicos para sua representação na Assembleia e outorgada há menos de 1 (um) ano, acompanhada do documento
de identidade do procurador. Os Titulares dos CRI poderão optar por exercer seu direito de voto, sem a necessidade de
ingressar na videoconferência, enviando à Emissora e ao Agente Fiduciário a correspondente manifestação de voto
à distância, nos correios eletrônicos ri@opeacapital.com e af.assembleias@oliveiratrust.com.br, respectivamente,
conforme modelo de Manifestação de Voto à Distância anexo à Proposta da Administração, disponibilizada pela
Emissora na mesma data de divulgação deste Edital de Convocação em seu website (www.opeacapital.com) e no
website da CVM. A manifestação de voto deverá estar devidamente preenchida e assinada pelo Titular dos CRI ou
por seu procurador, conforme aplicável e acompanhada dos Documentos de Representação. Os votos recebidos
até o início da Assembleia por meio da Manifestação de Voto à Distância serão computados como presença para
fins de apuração de quórum e as deliberações serão tomadas pelos votos dos presentes na plataforma digital,
observados os quóruns previstos no Termo de Securitização. Contudo, em caso de envio da manifestação de voto
de forma prévia pelo Titular dos CRI ou por seu procurador com a posterior participação na Assembleia via acesso à
plataforma, o Titular dos CRI, caso queira, poderá votar na Assembleia, caso em que o voto anteriormente enviado
deverá ser desconsiderado. Os termos ora utilizados iniciados em letras maiúsculas que não estiverem aqui definidos
têm o significado que lhes foi atribuído nos Documentos da Operação. São Paulo, 10 de agosto de 2023. OPEA
SECURITIZADORA S.A. - Nome: Flávia Palacios Mendonça Bailune - Cargo: Diretora de Relações com Investidores.
Embalagens Aluguel Rumo ao interior Quiosque
Marie Tarrisse, da Reajustes acima Investidor se Modelo ganha
Arcos Dorados: da inflação volta para espaço por ser
desde 2017, redução garantem projetos em mais acessível
de 1.700 toneladas aumento das municípios que o de loja
no uso de plástico F8 receitas F2 menores F4 convencional F7
Valor F
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Shopping centers
Negócios Empreendimentos são cada vez mais
identificados como locais de entretenimento
onde é possível resolver questões do dia a dia

Setor amplia oferta

de lazer e serviços e De volta às compras

retoma crescimento
Shoppings retomam movimento e
expandem negócios após pandemia

Categorias com maior

Katia Simões
Para o Valor, de São Paulo
Os shopping centers vêm se
tornando cada vez mais um re-
trato da cidade, com diversidade
de ofertas de serviços, lazer, en-
tretenimento, alimentação dife-
renciada e um bom mix de lojas.
A estratégia vem dando certo. “Se
somarmos os percentuais de visi-
tas motivadas por alimentação e
lazer, chegamos a 52% do total,
contra 43% das que vão pelas
compras”, afirma Glauco Humai,
presidente da Associação Brasi-
leira de Shopping Centers
(Abrasce). “Fica claro que o con-
sumidor identifica cada vez mais
os shoppings como centros de
convivência do que de compras.”
Os números confirmam: 36% dos
visitantes avaliam o shopping co-
mo local prático para resolver as
necessidades rotineiras.
Os dados constam do levanta-
mento “O Comportamento dos
Frequentadores de Shopping
Centers”, realizado pela Abrasce
em conjunto com a Frontes Pes-
quisa. Pela primeira vez a pesqui-
sa cobriu as 248 cidades onde há
pelo menos um mall. “O estudo
nos trouxe sinais importantes,
que confirmam que o setor en-
tendeu as mudanças de compor-
tamento do consumidor”, diz o
executivo. “Os players já enxer-
gam o shopping cada vez mais
atrelado ao entretenimento e à
oferta de uma experiência com-
pleta ao visitante, daí incremen-
tarem seus equipamentos como
novas opções de lazer e serviços.”
Os 628 shoppings em opera-
ção no país, que totalizam
115.817 lojas, alcançaram R$
191,8 bilhões de faturamento no
ano passado, 20,5% mais do que
em 2021, o que garantiu um cres-
cimento real de 14,7%, desconta-
da a inflação. O volume de visi-
tantes mensais também aumen-
tou, saltando de 397 milhões pa-
ra 443 milhões, segundo a Abras-
ce. De acordo com o Índice Cielo
crescimento de vendas
Foi a partir desse olhar que a cio diretor da Gouvêa Malls, o de-
no primeiro trimestre de
JHSF criou uma “rua” de restau- safio está em buscar atrações que 2023 - em %
rantes diferenciados no Shop- sejam relevantes, capazes de ge-
ping Cidade Jardim e, recente- rar tráfego identificado e qualifi- 33,5
mente, inaugurou um espaço cado. “Não basta aumentar o flu-
home & design, com 11 mil m2, xo, é preciso saber qual a expec-
integrando o universo da arqui- tativa de quem circula pelos cor- 21,3
tetura ao de moda e lifestyle. redores”, adverte o executivo.
“Inauguramos um shopping ver- É o que vem fazendo a Alians- 14,4
tical, com apenas 6.500 m2 e um ce Sonae +brMalls, que trabalha
mix único de gastronomia e mo- em várias frentes para captura e
da”, afirma. Lá está a única loja análise de dados. O volume é
da Gucci no Brasil com produtos grande. São 62 shoppings no
para casa e o primeiro endereço portfólio, 2,5 milhões de metros Conveniência Entretenimento Alimentação
e serviços
na América Latina do Caviar Kas- quadrados de ABL, 11 mil lojas e
pia, de Paris. cerca de 60 milhões de visitas Segmentos que mais abriram novas unidades
Com 14 shopping centers no por mês. Expansão no primeiro trimestre - em %
portfólio, dois premium outlets e “O objetivo é transformar a
quatro torres comerciais, além companhia com foco em dados”, Alimentação e 36
do e-commerce Iguatemi 365, a afirma o vice-presidente Leandro
bebidas
Iguatemi S.A acompanha a trans- Lopes. “Temos um banco pro-
Vestuário 14
formação dos malls de acordo prietário com mais de 21 mil
Perfumaria e 6
com o novo perfil do consumi- marcas de varejo de 34 segmen-
cosméticos
dor; conta com 48% da área bruta tos, o que nos permite analisar
Artigos para o lar, 5
locável (ABL) ocupada por lojas e quais têm mais aderência às nos-
decoração e
52% por serviços e lazer. sas operações, as que mais cres-
presentes
“Esse movimento de mudança cem”, diz o executivo. Iniciativas
Calçados 4
não é novo e vem acompanhado digitais e programas de fidelida-
Serviços estéticos 4
da transformação da própria ar- de completam o pacote. Com is-
Acessórios 4
quitetura, que passa de uma cai- so, afirma, conseguem ajustar os
Entretenimento 4
xa fechada para um espaço mais malls ao mercado.
Telefonia e 3
aberto, integrado às áreas exter- O ajuste, na concepção do
acessórios
nas”, afirma André Moreno, di- Shopping Cidade de São Paulo,
Artigos esportivos 2
retor de operações da Iguatemi passa pela omnicanalidade. O
Serviços médicos 2
S.A. “Soma-se a isso uma cone- que não significa exclusivamen-
Relojoaria e joalheria 2
xão mais forte com os eventos te investir em um super app ou
da cidade. A Exposição Barbie aprimorar a logística de última
Dreamhouse Experience, em milha de entrega do e-commer-
Quem frequenta os shoppings - em %
cartaz no JK Iguatemi, por exem- ce. O shopping foi um dos pri-
plo, teve esgotamento de ingres- meiros a trazer marcas nativas
Gênero Formação Idade
sos antes de abrir. Mudamos o digitais para uma loja física com
horário de funcionamento por o projeto Qdig. 47% 53% 56% 38% 27% 26%
conta da demanda”, diz. A mos- “Trata-se de uma experiência Homens Mulheres Ensino Ensino Entre 30 e Entre 20 e
tra vendeu 55 mil ingressos em única de varejo tanto para as superior médio 44 anos 29 anos
uma quinzena. marcas quanto para os consumi-
Com mais de 20 anos de opera- dores”, afirma a superintendente
ção, o Shopping Vitória, na capi- Maria Flávia Alvarenga. “Faze- 12% 18%
tal capixaba, viu na mudança da mos uma curadoria apurada, sa- 60 ou Entre 45
mais e 59 anos
arquitetura uma oportunidade bemos que pelo porte, muitas 6% 17%
não teriam condições de ter um Ensino fundamental Entre 17 e 19 anos
ponto no shopping. A experiên-
“É preciso saber cia funciona como laboratório”,
relata. Preferência pelo Motivação para ir ao
qual a expectativa O espaço, que se consolidou shopping - em % shopping - em %
de quem circula como um hub de marcas digi-
tais, foi inaugurado em outubro
Localização 24 Compras 43

de Varejo em Shopping Centers
(ICVS-Abrasce), os bons ventos
continuam a soprar em 2023. O
setor registrou um acréscimo de
6,8% nas vendas, alta de 0,3% em
relação a 2019, pré-pandemia.
O desempenho foi puxado pe-
los resultados das lojas de con-
veniência e serviços (33,5%), en-
tretenimento (21,3%) e alimen-
tação (14,4%). Apenas entre ja-
neiro e março, 831 marcas inau-
guraram lojas em shoppings e a
expectativa é que esse número
ultrapasse as 4.000 registradas
em 2022, uma vez que dez novos
malls têm abertura prevista para
este ano, e desses, cinco já estão
funcionando.
“O shopping que colherá bons
resultados será aquele que apre-
sentar uma razão para a visita do
consumidor e não uma ida por
necessidade, porque a necessida-
de deixou de existir com o e-
commerce”, afirma Thiago Alon-
so de Oliveira, CEO da JHSF, que
tem no portfólio, entre outros, o
Shopping Cidade Jardim e o
Shops Jardins, em São Paulo.
pelos corredores”
Luiz A. Marinho
de atualização. A primeira trans-
formação ocorreu com a retoma-
da do espaço antes ocupado por
duas salas de cinema, que foi
aberto para a área externa e des-
de o final de 2022 abriga um res-
taurante da rede Camarada Ca-
marão. A mais recente, entregue
em junho, com a abertura da
área infantil Take Kids.
“É o que chamamos de facha-
da rentável, com acesso inde-
pendente, integrada à área ex-
terna, com operações dentro do
contexto de entretenimento e
serviço”, diz o diretor geral Ra-
phael Brotto. “Temos um perfil
de público muito diverso e o de-
safio é trabalhar a estrutura dis-
ponível para cada grupo.” Com
450 lojas e vendas anuais em
torno de R$ 1 bilhão, o Vitória
recebe em média de 1 milhão de
pessoas por mês.
Para Luiz Alberto Marinho, só-
de 2021. Já recebeu 17 marcas, Mix de lojas 22 Lazer 31
hoje conta com 10, que movi-
mentaram R$ 300 mil no pri- Segurança 46 Alimentação 21
meiro semestre do ano.
A composição do mix, porém, Praticidade 36 Serviços 5
passa também pelo filtro das
marcas que, cientes de que a
conversão de visitas em vendas é
hoje um dos maiores desafios do
varejo, analisam no detalhe on-
de querem colocar suas opera-
ções. Com 32 lojas e faturamen-
to de R$ 62 milhões no braço de
varejo em 2022, a fabricante de
portas Pormade sabe exatamen-
te onde se posicionar. “A opção
recai sobre shoppings especiali-
zados, cuja jornada de compra
do cliente inclui o nosso produ-
to”, diz João Ricardo Olinque-
vicz, diretor comercial. “Recebe-
mos diversas ofertas de espaço
para novos malls, mas é preciso
ter conexão com nosso traba-
lho”. Segundo ele, a assertivida-
de é tamanha que as três unida-
des em shopping centers res-
ponderam em 2022 por mais de
10% do faturamento da divisão.
Fonte: Abrasce Danilo Kako
Movimentaram R$ 8 milhões.
F2 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Especial Shopping centers
Gestão Para pequenos lojistas, descompasso entre taxas elevadas e
vendas fracas reforça tendência de migração para comércio de rua
Reajuste de aluguel acima da
inflação traz bom resultado
Leda Rosa
Para o Valor, de São Paulo
A renovação dos aluguéis, em
muitos casos acima da inflação, foi
determinante para o bom desem-
penho financeiro dos shoppings
no primeiro semestre, em especial
o de algumas das maiores empre-
sas do segmento. Mesmo com a
majoração, para boa parte dos lo-
jistas, o custo de ocupação caiu por
conta do aumento das vendas.
Para este semestre, a perspectiva
é de continuidade da boa perfor-
mance locatária, embalada por da-
tas como Natal e Black Friday. Para
as lojas satélites, entretanto, a rea-
lidade é outra: os índices reforçam
a tendência de migração para o co-
mércio de rua e strip malls.
Na Iguatemi, empresa de shop-
ping centers focada em alta renda,
os aluguéis continuam crescendo
acima da inflação, pautados em
leasing spreads (percentual de va-
riação do aluguel reajustado) posi-
tivos que alcançaram 5,1% no se-
gundo trimestre deste ano, frente
ao mesmo período de 2022, e na
continuidade da retirada dos des-
contos. Segundo balanço divulga-
do, a receita líquida atingiu R$
302,6 milhões entre abril e junho,
alta de 19,3% sobre o mesmo pe-
ríodo do ano passado. No primeiro
semestre, o indicador somou R$
572,9 milhões, avanço de 18,9% em
relação a 2022. Da receita bruta de
R$ 313,5 milhões (alta de 14,6% so-
bre 2022) do segundo trimestre,
Demanda por lazer facilita negociação de contratos
Marco Aurélio Canônico
Para o Valor, do Rio
A busca dos shopping centers
por atrações para toda a família
tem feito um dos setores mais
atingidos pela covid-19, o do en-
tretenimento e lazer, experi-
mentar uma retomada, com em-
presas do ramo encontrando
condições mais favoráveis na
hora de negociar contratos. “O
setor de entretenimento foi o úl-
timo a voltar da pandemia, mui-
tos operadores caíram nessa
época”, diz Andrea Biasotto, só-
cia da BN Entretenimentos, que
trabalha com parques itineran-
tes e espaços de recreação em
shoppings há 18 anos. “Estamos
vendo alta demanda pelo lazer,
as pessoas cada vez mais querem
ir ao shopping para brincar, co-
mer. Então esses segmentos es-
tão melhores para negociação
do que um lojista de roupa”, diz.
Ela prevê um cenário ainda
mais favorável nos próximos
dois anos, e sua empresa vai in-
vestir R$ 3 milhões para lançar
três novos parques em 2024 e
modernizar os cinco atuais. “Ca-
da vez mais os shoppings vão
atrás de experiências. Eles têm o
maior interesse em levar a famí-
lia toda, porque ela compra uma
casquinha de sorvete, vai ao ci-
nema, compra uma roupa.”
Situação semelhante é vivida
por Jonathan Benitez, CEO da
Cellairis Brasil — franquia de
acessórios para celulares com 52
pontos de venda —, que também
investe em uma rede de comida
japonesa, a Saiko Club, com dois
restaurantes em shoppings e um
terceiro a ser inaugurado em se-
tembro, todos no Rio. “Hoje, em-
presas voltadas para o lazer, gas-
tronomia, conseguem contratos
muito mais vantajosos. Nos
meus restaurantes, tenho nego-
ciações de custos locatícios mui-
to mais baixos em relação ao me-
tro quadrado”, afirma Benitez.
“Em contrapartida, não são ne-
gociações fáceis porque o shop-
ping tem mais concorrentes no
meu segmento, é mais fácil con-
seguir outro candidato.”
O interesse dos shoppings, po-
rém, nem sempre é suficiente para
viabilizar a entrada de novas lojas,
diz Eduardo Bachur, diretor de ex-
DIVULGAÇÃO
paração com igual período de
2022, indo a R$ 159 milhões.
Com reajuste médio nos últimos
12 meses de 3,4% no aluguel base, o
Iguatemi fechou o segundo trimes-
tre com custo de ocupação de
11,3% e inadimplência de 0,1%. Se-
gundo a empresa, “em um cenário
onde tivemos reajustes de aluguéis
fortes no passado e retirada de des-
contos aos lojistas, o crescimento
contínuo das vendas foi suficiente
para acomodar o crescimento do
aluguel e manter o indicador em
nível saudável para os lojistas.”
Com receita líquida de R$ 973,8
milhões no semestre, a Multiplan
cresceu 13,7% frente ao mesmo pe-
ríodo de 2022. A locação responde
por 73,5% da receita bruta. O au-
mento real do aluguel foi 3,6% no se-
“Reajustes muito gundo semestre na comparação
com 2022. No conglomerado, a
elevados maior receita de locação foi do Barra
Shopping (RJ), com R$ 117 milhões
ficaram quase no primeiro semestre, alta de 10,3%
insustentáveis para versus igual período de 2022.
“Crescemos sobre uma base
pequenas redes” muito forte de 2022”, diz Armando
d’Almeida, diretor vice-presidente
Mauro Francis e de relações com investidores da
Multiplan. No segundo trimestre,
o custo de ocupação de 13,6% su-
77,5% vieram da locação. perou levemente o de 2022 (+31
O destaque no portfólio é o pontos base).
Shopping Iguatemi, em São Paulo, Entre janeiro e março deste ano,
cuja receita de aluguel (soma de a Aliansce Sonae + brMalls, a
aluguel mínimo, percentual sobre maior companhia do setor no país,
vendas e locação temporária, divi- teve receita líquida de R$ 607,5 mi-
didos pela área bruta total) por m2 lhões, crescendo 9,2% em relação a
cresceu 8,9% no semestre na com- 2022. Com 73,2% desse montante
pansão da Petland, marca ameri- tro desafio é que, em alguns shop-
cana há nove anos no Brasil, com pings, animais não podem entrar.
60 lojas — só três em shoppings Mas tenho sentido os administra-
(dois em Vitória/ES e um em Ara- dores mais abertos a negociar.”
caju/SE). “Temos procura grande, é Abrir um ponto de vendas em
um segmento emocional, impor- um shopping é um teste de matu-
tante para o shopping que preza a ridade do negócio para pequenos
família. Mas existem barreiras. Pa- e médios lojistas. “É uma mudança
ra quem está investindo R$ 500 mil total, é levar a empresa para outro
numa franquia, R$ 60 mil em taxa patamar”, diz Laís Pascon, sócia da
de entrada [no shopping] é um va- rede Zazulê, que imprime fotos em
lor significativo”, diz Bachur. “Ou- azulejos e tem hoje 25 quiosques
Na telona
Raio-x dos cinemas no Brasil
Público - em milhões
200 177,263
163,521
150
97,436
100
52,813
40,228
50
2018 2019 2020 2021 2022
Bilheteria - em R$ bilhões
3
2,46 2,803
1,846
2
0,914
1 0,646
2018 2019 2020 2021 2022
Salas em shoppings
4.000
2.974 3.086 2.941 3.045
3.000
2.000
1.627
1.000
2018 2019 2020 2021 2022
Salas de rua
500
421
373 370
400
325
300
200
233
100
2018 2019 2020 2021 2022
Fontes: Ancine/Abraplex/ComScore
vindo de locação, o relatório da
corporação informa que “o resul-
tado reflete, especialmente, as per-
formances de aluguéis e estaciona-
mento no período. A receita de lo-
cação somou R$ 477,6 milhões,
acréscimo de 7,9% versus o primei-
ro trimestre de 2022, impulsiona-
da pela retirada massiva de des-
contos nos últimos trimestres.” No
primeiro trimestre, o conglomera-
do tinha 4,6% de inadimplência lí-
quida (queda de 2,2 pontos per-
centuais. frente ao ano anterior) e
custo de ocupação de 11,5%, queda
de 0,7 pontos percentuais.
“Nosso resultado reforça a com-
plementaridade de portfólios.
Houve bom crescimento nas recei-
tas de aluguel, com redução signi-
ficativa de descontos, já em níveis
comparáveis aos patamares de
2019, pré-pandemia, e alta taxa de
ocupação, o que inclui demanda
por novas lojas e expansão de al-
gumas redes importantes”, diz Da-
niella Guanabara, diretora finan-
ceira e relações com investidores,
da Aliansce Sonae + brMalls.
“O impacto financeiro do rea-
juste dos aluguéis foi menos preo-
cupante do que os lojistas tinham
em mente no fim do ano passado”,
diz Luis Augusto Ildefonso, diretor
institucional da Associação Brasi-
leira de Lojistas de Shopping
(Alshop), que reúne 25 mil asso-
ciados instalados em 628 shop-
pings. “Retomamos reajustes com
base no IGP-M, mas IGP-DI e IPCA
também são usados.”
em shoppings, além de duas lojas
de rua, incluindo a original, em
Ilhabela (SP). “O fluxo de gente que
eles trazem eu não consigo encon-
trar em mais nenhum lugar.” Os
custos para fazer este salto, no en-
tanto, podem ser “superassustado-
res”, segundo ela. “Saímos de alu-
guéis de R$ 3.500 para R$ 9.000”,
diz. “O que mais assusta na hora de
entrar é o valor de luva, que hoje
eles costumam chamar de mídia
Cinemas perdem público e
custos de locação dobram
Do Rio
Um dos setores mais afetados
pela pandemia da covid-19, os
cinemas permaneceram fecha-
dos por mais de um ano e, desde
a reabertura definitiva, ainda
não retomaram os patamares de
público de 2019. Com isso, têm
enfrentado uma situação econô-
mica delicada, que os leva a ten-
tar renegociar contratos de loca-
ção com os shoppings centers,
onde estão quase 90% das 3.454
salas existentes no Brasil.
Com acordos locatícios mais ex-
tensos do que os da maioria das
lojas — em geral, são de dez anos
ou mais — e firmados em uma rea-
lidade econômica diversa da dos
últimos anos, exibidores viram os
custos fixos de aluguel passarem
de cerca de 12% para mais de 25%
do faturamento, em média, segun-
do a Associação Brasileira das Em-
presas Exibidoras Cinematográfi-
cas Operadoras de Multiplex
(Abraplex). Além do mínimo fixo,
há percentual sobre bilheteria e
bomboniere, que varia de 10% a
15%, e despesas de condomínio,
fundo de promoção e IPTU.
“Os operadores de shoppings
precisam entender que nosso se-
tor tem uma dinâmica própria,
ainda está se recuperando dos
efeitos da pandemia e, portanto,
carece de um modelo de negócio
diferenciado”, afirma Marcos
Barros, presidente da Abraplex e
CEO da Rede Cinesystem, quinta
maior exibidora do país.
A dinâmica própria a que o exe-
Em expansão
Basil deve ganhar 15 novos shoppings em 2023
Shoppings no país
800
601 620 628
600
400
200
2020 2021 2022
Número de lojas - em milhares
120
110,94 112,74 115,82
80
40
2020 2021 2022
Fluxo de visitantes - em milhões/mês
800
600
443
397
400
341
200
2020 2021 2022
Shoppings inaugurados
10,0
9 4.000
7
7,5
5
5,0
2,5
2020 2021 2022
Fonte: Abrasce
Para a Associação Brasileira de Lo-
jistas Satélites de Shoppings (Ablos),
o cenário é menos confortável. A
Ablos representa lojas de até 230 m2,
e tem mais de cem marcas associa-
das em mais de 5 mil pontos de ven-
da. “Redes pequenas nem sempre
conseguem negociar e acabam ar-
inaugural. No nosso caso, foi o va-
lor de mais um aluguel. No dia em
que você entra, chega o boleto do
aluguel antecipado e o da mídia.”
A cobrança da taxa de entrada
pode chegar a 12 aluguéis, de acor-
do com a Associação Brasileira de
Shopping Centers (Abrasce). O va-
lor, bem como o aluguel, variam
conforme o preço por m2, calcula-
do segundo o tempo de retorno
projetado para o investimento. “A
cutivo se refere diz respeito não só
à extensão dos contratos, mas à
oferta do produto — a produção
de filmes é um processo de longo
prazo, o que explica porque em
2022 foram exibidos 220 filmes a
menos do que em 2019. “Apesar
de operarmos a plena capacidade
atualmente, os efeitos da covid
permanecem. Além de a indústria
ter se endividado de forma inédita
para sobreviver, a produção de fil-
mes ficou interrompida e está
muito mais lenta do que gostaría-
mos”, diz Marcelo Bertini, CEO da
Cinemark, maior rede do país, que
não demitiu durante a pandemia,
mas fechou dois complexos (no
Rio e em Manaus) recentemente.
“Percebemos que existe uma von-
tade dos shoppings de entender,
mas não foi concretizada em al-
gum tipo de alívio para o setor.”
Exibidores e administradores
de shoppings admitem uma rela-
ção de dependência mútua entre
os negócios — 90% dos shoppings
têm cinemas, segundo a Associa-
ção Brasileira de Shopping Cen-
ters (Abrasce) — e apostam que a
situação negativa atual é transi-
tória, citando como exemplo o
recente sucesso de “Barbie”, que
90%
dos shoppings têm
salas de exibição,
segundo a Abrasce
Faturamento - em R$ bilhões
200
159,2 191,8
150 128,8
100
50
2020 2021 2022
Área bruta locável - milhões de m2
20 16,9 17,2 17,5
15
10
5
2020 2021 2022
Empregos gerados - em milhares
1.200
1.100
1.019,90
1.043,80
998,6
1.000
900
2020 2021 2022
Salas de cinema
2.983 3.019 3.051
3.000
2.000
1.000
2020 2021 2022
cando com reajustes elevados, que
ficaram quase insustentáveis”, afir-
ma Mauro Francis, presidente da
Ablos. Segundo ele, a alta nas vendas
não ocorreu até agora para a grande
maioriadoslojistaseodescompasso
reforça a tendência de migração pa-
ra o comércio de rua e strip malls.
força do lojista na negociação é di-
retamente proporcional à sua im-
portância para o shopping”, diz
Luis Augusto Ildefonso, presidente
da Associação Brasileira de Lojistas
de Shopping (Alshop). “Mas ela é
relativa, porque o custo do m2 já
foi definido com base no investi-
mento feito. Só se houver vacância
acima da média ou interesse extre-
mo em pegar uma bandeira nova
que vai enriquecer o mix de lojas.”
se tornou a segunda maior es-
treia de todos os tempos no Bra-
sil, atraindo 4,15 milhões de es-
pectadores em seu primeiro fim
de semana (20 a 23 de julho).
“Temos uma expectativa de
que, em mais dois anos, o volu-
me de filmes estará normaliza-
do. E não temos a menor dúvida
de que o cliente voltará quando
os filmes voltarem”, diz Barros.
O retorno dos campeões de bi-
lheteria, no entanto, não é sufi-
ciente para pacificar as discus-
sões sobre o futuro do hábito de
assistir a filmes nas telonas, pos-
to em xeque pela ascensão do
streaming. A Abraplex diz ser
uma “falácia” considerar que os
negócios sejam concorrentes; os
shoppings têm dúvidas.
“Internamente, discutimos se
vale ter cinemas tão grandes. Dado
que o hábito do espectador de al-
guma forma mudou, faz sentido
ter tantas salas e ocupando áreas
tão espaçosas?”, questiona Felipe
Andrade, diretor comercial da
Aliansce Sonae + brMalls, maior
grupo de shoppings do país, que
abriga mais de 50 cinemas. “En-
tendemos que cinemas são impor-
tantes, o sucesso de ‘Barbie’ é um
exemplo, aumentou o fluxo de
pessoas e ajudou nas vendas e no
resultado do empreendimento co-
mo um todo. Mas as redes têm de
estudar formas de otimizar as
áreas que ocupam. Por que não co-
locar um restaurante numa área
de um cinema de 5.000 m², para
fazer uma dobradinha de gastro-
nomia e entretenimento?” (MAC)

Especial Shopping centers
Conjuntura Expectativas do setor para os próximos meses seguem
em queda, o que reduz intenções de investimento e contratações
Shoppings mudam mix
para driblar crise do varejo
Anna França
Para o Valor, de São Paulo
Duramente afetados pela pan-
demia, os shoppings estão dri-
blando a crise que abala o varejo
desde o início deste ano — e que re-
sultou no fechamento de até 400
lojas de grandes redes — e vêm se
recuperando por meio de mudan-
ça do mix de lojas e ampliação dos
serviços. No primeiro trimestre, as
vendas cresceram 6,8% sobre igual
período de 2022, segundo a Asso-
ciação Brasileira de Shopping Cen-
ters (Abrasce), com base no Índice
Cielo de Varejo em Shopping Cen-
ters (ICVS), retornando aos níveis
pré-pandemia.
Em conferência com analistas, o
diretor-presidente da Aliansce So-
nae +brMalls, Rafael Sales, disse
que num cenário mais restritivo,
com juros acima de 13%, é natural
que a saúde financeira de muitos
lojistas esteja prejudicada. Porém,
segundo ele, a maior parte dos
produtos de shopping não depen-
de de crédito. “As lojas que depen-
dem de financiamento estão so-
frendo, mas a gente vem direcio-
nando essas áreas para outros ti-
pos de oferta, como restaurantes,
que estão indo super bem”, afir-
mou. O lucro líquido do grupo no
primeiro trimestre — o primeiro
resultado após a fusão das duas
empresas, em janeiro — somou R$
2,97 bilhões. No mesmo período
de 2022, a Aliansce sozinha havia
lucrado R$ 52,3 milhões. Em abril,
as vendas no grupo subiram 7%.
A Iguatemi S.A. encerrou o pri-
meiro trimestre com taxa de ocu-
Cofre inteligente
oferece agilidade e
segurança a lojistas
Voltada aos shopping centers, solução criada
pela TBForte otimiza a prestação de contas
e permite guardar valores sem riscos
O uso de meios digitais
para a realização de pa-
gamentos aumentou nos
últimos anos, mas cerca
de 44% dos brasileiros ain-
da preferem utilizar di-
nheiro em espécie no dia a
dia. É o que aponta a pes-
quisa “Relação dos brasi-
leiros com serviços finan-
ceiros e com caixas eletrô-
nicos”, realizada pelo Ins-
tituto Locomotiva.
Diante disso, vem cres-
cendo entre os lojistas a pre-
ocupação com a segurança
e a logística no transporte
desses valores. Para aten-
der às necessidades do se-
tor, a TBForte, empresa de
transporte de valores que
desenvolve soluções cus-
tomizadas para garantir
mais eficiência, autonomia
e segurança, lança o Cofre
Inteligente Multi CNPJ,
uma solução que permi-
te agregar dois ou mais
CNPJs na utilização de um
mesmo equipamento.
pação de 92,7%, “praticamente es-
tável em meio à crise de varejistas”,
informou. No balanço do segundo
trimestre (ocupação de 92,4% e lu-
cro de R$ 85,5 milhões, 86,6% aci-
ma de um ano antes), a empresa
disse que a receita líquida do vare-
jo subiu 19,7%. “Acreditamos que a
Iguatemi continua bem posiciona-
da às adversidades de mercado
apresentadas no primeiro semes-
tre, com um portfólio resiliente e
de qualidade”, afirmou.
Para o consultor especializado
em varejo Alberto Serrentino, os
shoppings perceberam rapida-
mente a dificuldade dos lojistas e
começaram a mexer no mix, abrin-
do espaços para áreas como servi-
ços, alimentação, entretenimento
e lazer. Uma questão que fica para
o futuro é se essa mudança não
comprometerá a receita, uma vez
que o aluguel desses setores é mais
barato que o do comércio. Serren-
tino lembra que crises são comuns
no varejo, com a quebra de compa-
nhias como Mappin e Mesbla. “Is-
so, inclusive, abriu espaço para re-
des como Renner e Riachuelo, que
se nacionalizaram em superfícies
que não estariam disponíveis em
outras circunstâncias”, explica.
Para o presidente da Sociedade
“Crises com
quebra de
companhias são
comuns no varejo”
Alberto Serrentino
“O Multi CNPJ é um cofre
compartilhado por diversos
estabelecimentos de um
shopping ou centro comer-
cial, com total segurança.
Ao fazer o depósito no cofre,
o lojista já tem a garantia de
que seu valor está protegi-
do e que será creditado em
sua conta-corrente”, explica
Luciano Faria, gerente exe-
cutivo de negócios e relacio-
namento da TBForte. Ele
destaca, ainda, que a solu-
ção permite que a operação
de cada CNPJ seja acompa-
nhada individualmente, de
forma automática, trans-
parente e segura, pois cada
cliente possui login e senha
em apartado para acompa-
nhar toda a movimentação.
FOCO NA SEGURANÇA
A preocupação com a guar-
da e o transporte dos valo-
res é ainda maior entre os
lojistas de shopping centers
e centros comerciais que
não contam com agências
Eduardo Terra, da SBVC: ciclos colocaram as estratégias de gestão à prova
Brasileira de Varejo e Consumo
(SBVC), Eduardo Terra, a situação
do varejo deve continuar delicada.
A recuperação está mais lenta do
que o esperado, diz. “O setor vive
há cinco anos numa montanha-
russa e este ciclo de altos e baixos
colocou todas as estratégias de
gestão à prova”, afirma. Mas a crise
não foi igual para todos. O varejo
essencial, como supermercados e
farmácias, passou meio ao largo
dos problemas. E quem já tinha se
antecipado conseguiu surfar na
onda digital durante o lockdown.
Redes que administraram melhor
o caixa não sofreram tanto com o
aumento dos juros. Vivara e Arez-
zo se deram bem, segundo Terra.
Mesmo assim, as sucessivas no-
tícias de dificuldades das varejistas
— como da Polishop, com fecha-
CONTEÚDO PATROCINADO POR
bancárias nas proxi-
midades, como o Catari-
na Fashion Outlet, com o
qual a TBForte fechou re-
centemente parceria. Lo-
calizado no quilômetro 60
da Rodovia Castelo Bran-
co, em São Roque, o em-
preendimento encontrou
no Cofre Inteligente Multi
CNPJ a solução ideal pa-
ra facilitar a logística dos
depósitos e aumentar a se-
gurança dos lojistas, sem a
necessidade de se locomo-
ver com o dinheiro para fo-
ra do complexo.
AGILIDADE E
REDUÇÃO DE CUSTOS
Nos centros comerciais
e shopping centers, as
transportadoras de valo-
res podem realizar a cole-
ta somente entre 8h e 10h,
antes da abertura das lo-
jas, e é preciso deslocar um
funcionário do estabeleci-
mento para acompanhar
o processo. “Isso implica
DIVULGAÇÃO
mento de mais de cem lojas e pro-
cessos judiciais por falta de paga-
mento de aluguéis — levanta preo-
cupação. O Índice de Confiança do
Empresário do Comércio (Icec), da
Confederação Nacional do Comér-
cio de Bens, Serviços e Turismo
(CNC), chegou a 107,5 pontos em
julho. Mesmo que ainda na zona
do otimismo, houve queda mensal
de 1%, a terceira redução consecu-
tiva, e de 12,7% na comparação
anual. Os indicadores que medem
a visão do varejista sobre o mo-
mento atual e as expectativas para
os próximos seis meses seguem em
queda, o que tem reduzido as in-
tenções de investimento e contra-
tação de funcionários. Entre os no-
ve indicadores do Icec, oito tive-
ram variações negativas no mês
passado e no total do ano.
Luciano Faria, gerente
executivo de negócios e
relacionamento da TBForte
gastos com hora extra e a
implementação de uma lo-
gística complexa por parte
da segurança do shopping”,
detalha Faria.
O Cofre Inteligente Multi
CNPJ, no entanto, elimina
atividades de liberação do
carro-forte e possibilita a
customização do horário
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Grandes encolhem
Crise no varejo leva redes a fechar lojas
Rede
Magazine Luiza
Polishop
Marisa
Americanas
Renner*
TokStok
Grupo SBF (dono da Centauro)
Fonte: Empresas. *13 da Camicado, 4 da Renner e 3 da Youcom
Expansão gourmet não
compete com franquias
Mônica Magnavita
Para o Valor, do Rio
Antes restritos a praças de ali-
mentação, os restaurantes come-
çam a ocupar outras áreas dos
shoppings, movimento capitanea-
do por empreendimentos famo-
sos ou de chefs renomados. Essas
novas opções não estão afetando
as tradicionais redes de franquias,
segundo o setor. “As franquias, em
geral, ficam nas praças, voltadas
para quem procura refeições mais
rápidas e baratas. Os restaurantes
estão em espaços gourmet, procu-
rados para um momento mais es-
pecial”, afirma Adriana Auriemo,
vice-presidente da Associação Bra-
sileira e Franchising (ABF).
Para ela, a ida de redes de res-
taurantes a shoppings está ligada
mais à necessidade de segurança e
comodidade, concorrendo com
restaurantes de rua. “Entre as re-
des de franquias, a procura por
shoppings continua. A maior par-
te está lá, não em lojas de rua”, diz
Auriemo. Dados da ABF mostram
que 52% das franquias de alimen-
tação estão em shoppings, 39% em
ruas e 9% em galerias.
Segundo a executiva, há dois
movimentos paralelos. Muitas
franquias aproveitam a vacância
provocada pela pandemia para
de coleta. “O sistema possui
dispositivos de segurança
que inibem o contato físico
com o dinheiro em espécie
e contadoras que realizam
a contagem das cédulas an-
tes do depósito, com acio-
namento da confirmação
para a sua efetivação, além
de ter capacidade de recebi-
Cofre Inteligente Multi
CNPJ é compartilhado, com
segurança, por diversas lojas
PRODUZIDO POR
| Valor | F3
Lojas fechadas em 12 meses
175
100
91
48
20
17
10
0 50 100 150
chegar aos shoppings. Já os pontos
alternativos são mais voltados a
bairros ou cidades de menor por-
te, que muitas vezes não dispõem
desses espaços. “A participação do
ponto shopping para franquias
cresceu de 20% em 2022 para
22,2% em 2023”, diz a executiva.
Após um período difícil duran-
te a pandemia, as atividades do co-
mércio de alimentação e bebidas
abriram 36% mais lojas entre ja-
neiro e março de 2023 do que no
mesmo período do ano passado,
puxando a expansão do varejo no
primeiro trimestre, segundo o IB-
GE. O setor foi o que exibiu maior
crescimento entre os diversos seg-
mentos abrigados pelos malls, se-
gundo a Associação Brasileira de
Shopping Centers (Abrasce), prin-
cipalmente entre restaurantes e
lanchonetes de franquias.
As redes levam em conta a
evolução no modelo de negócios
dos shoppings, que passam a
contar com novas opções de la-
zer, entretenimento e serviços,
atraindo mais visitantes, avalia o
presidente da Abrasce, Glauco
Humai. Para a ABF, o setor de
franquias e os shoppings têm
parceria duradoura, já que as re-
des trazem marcas reconhecidas
que compõem o portfólio de ser-
viços nos shoppings.
mento de até 10 mil cédulas,
aceitando todas as denomi-
nações”, explica Faria.
Ainda segundo o executi-
vo, o Multi CNPJ represen-
ta uma importante redução
nos custos, pois o lojista
vai arcar apenas com sua
cota, em vez de contratar
um cofre e transporte de
valores individualmente.
“A solução é interessante,
principalmente para quem
não tem alta rentabilidade.
Outra vantagem do produto
é que, no caso de uma rede
de lojas, o setor financeiro
pode acompanhar todos os
depósitos feitos naquele co-
fre inteligente. Através do
sistema alojado na nuvem,
é possível identificar o valor
depositado, quem efetuou a
transação e o número de ca-
da cédula”, ele conclui.
GLAB.GLOBO.COM
F4 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Especial Shopping centers
Negócios Dos dez shoppings inaugurados ou
previstos para 2023, seis ficam em municípios
menores, segundo levantamento da Abrasce
Empreendimentos
de grande porte
crescem no interior
Marina Lang
Para o Valor, do Rio
Cidades do interior do Brasil
estão na mira dos empreendedo-
res de shopping centers. Dados
divulgados pelo Censo Demo-
gráfico 2022 indicam que 56%
dos centros de compra estão lo-
calizados em municípios que
não são as grandes capitais do
país. Em 47,9% deles, tratam-se
de estabelecimentos de grande
porte. Dos dez shoppings já inau-
gurados ou previstos para 2023
no Brasil, seis são no interior, se-
gundo a Associação Brasileira de
Shopping Centers (Abrasce).
Em um período de dez anos,
houve um avanço significativo
para localidades menores, já que
pesquisas anteriores apontavam
uma proporção equivalente da
quantidade desses negócios em
grandes e pequenas metrópoles.
Isso mostra que o crescimento foi
veloz em mercados mais carentes
de opções de compra e diversão.
É o caso de Lagarto, interior
de Sergipe, cuja população de
101,5 mil habitantes vai receber,
Modelo de outlets se espalha pelo país
Rejane Aguiar
Para o Valor, de São Paulo
Ficou no passado o tempo em
que, para conseguir comprar pro-
dutos com bons descontos, o con-
sumidor precisava ir até galpões
de aparência duvidosa e garimpar
prateleiras desorganizadas. A in-
dústria de outlets se profissionali-
zou e passou a oferecer uma com-
binação de conforto com preços
reduzidos. Há no país 14 unidades
desses centros de compras, com
quase 280 mil m2 somados, segun-
do a Associação Brasileira de Shop-
ping Centers (Abrasce). Mais três
devem ser inaugurados neste ano,
e o total deve chegar a 19 em 2024.
Demanda do consumidor e ne-
cessidade do lojista de desocupar
espaços na loja do shopping para
novas coleções ajudam a explicar
essa tendência. “Mercadoria para-
da na loja gera perdas para o lojis-
ta, e o outlet é uma alternativa para
momentos de trocas de coleções”,
Geração Z aumenta frequência de visitas
Martina Medina
Para o Valor, de São Paulo
A assessora de comunicação Isa-
bella Anunciação, 24 anos, gastou
R$ 100 em lojas enquanto espera-
va o horário da exposição do pin-
tor holandês Vincent Van Gogh, no
Shopping Del Rey, em Belo Hori-
zonte (MG). “Já é a segunda vez na
semana que venho ao shopping.
Prefiro resolver as coisas aqui por
conta do horário, já que trabalho
durante o dia”, afirma. “E essa jun-
ção de cultura e comércio enrique-
ce ainda mais a experiência.”
A consumidora faz parte da ge-
ração Z, de pessoas nascidas entre
1995 e 2010. Esse foi o segundo
grupo que mais recuperou o rit-
mo de visitas ao shopping em re-
lação ao período pré-pandemia,
segundo pesquisa da Brain Beha-
vior. Esses jovens encontram no
shopping um espaço de socializa-
ção e de contato físico, interrom-
pidos na pandemia, explica a pu-
blicitária Tiziana Weber, coorde-
nadora das pesquisas da Brain.
“Nesses dois anos, as pessoas des-
sa faixa etária cresceram, passa-
ram a ter mais autonomia e maior
em novembro, um complexo
com 634 espaços, que incluem
área para supermercado, facul-
dade, quatro salas de cinema,
parque infantil, praça de ali-
mentação com 34 lojas e um ho-
tel anexo, em mais de 43 mil m2
de área construída. Como fica às
margens da BR-349, que interli-
ga a Bahia ao Estado vizinho, os
empresários esperam atrair o
fluxo turístico e de viajantes que
costumam trafegar pela rodovia.
O CentroSul Shopping Center,
cujo investimento gira em torno
de R$ 180 milhões, deve gerar
1.100 empregos diretos.
“As capitais já estão saturadas de
empreendimentos dessa natureza.
Isso torna o interior um atrativo de
grande potencial para centros co-
“As capitais já
estão saturadas de
empreendimentos
dessa natureza”
Gerardo Andrade
diz Thiago Alonso de Oliveira, CEO
da JSHF, dona do Catarina Fashion
Outlet, em São Roque (SP). “Tudo o
que não é perecível entra nessa ló-
gica do outlet. Para o lojista, ele re-
presenta a possibilidade de recu-
perar o investimento que fez nas
coleções que serão substituídas”. O
Catarina, inaugurado em 2014 e
parte do grupo que detém o Shop-
ping Cidade Jardim, em São Paulo,
está prestes a dobrar a sua área.
Diferentemente dos shop-
pings, que precisam oferecer
compras, ambientação, serviços
e entretenimento, os outlets es-
tão fundamentados na ideia dos
descontos, principalmente de
marcas conhecidas. “Mas o ou-
tlet, como ponto de distribuição
de produtos de coleções passa-
das, também representa uma
porta de entrada para os consu-
midores conhecerem produtos
de marcas aspiracionais”, aponta
o vice-presidente de operações
da Iguatemi S.A., Charles Krell.
poder aquisitivo”, avalia Weber.
Anunciação diz preferir os malls
pela variedade de lojas, além da
qualidade superior dos produtos e
da garantia de segurança. Segun-
do o levantamento da Brain, segu-
rança e atendimento são os princi-
pais atrativos para três de quatro
frequentadores desses espaços.
Apesar de 63% dos jovens da
faixa etária de Anunciação fre-
quentarem shoppings, são eles os
que menos gastam. Luciana Flo-
rêncio, professora de experiência
e comportamento do consumi-
dor da ESPM, aponta que a gera-
ção Z, nascida na era digital e a
que mais posta nas redes sociais,
também frequenta os shoppings
para acompanhar e compartilhar
tendências na internet.
De acordo com o estudo da
Brain, cerca de 35% dos consumi-
dores reduziram a frequência de
visitas aos malls, mas a maior par-
cela, 47%, manteve seus hábitos
após a pandemia, frequentando
uma vez por mês. A geração Z foi a
que mais recuperou a frequência
(24%), mas também concentra
uma parcela grande de pessoas
que frequentam menos (39%) os
merciais porque as pessoas que-
rem, mas simplesmente não têm
onde ir. Essa expansão traz resulta-
do muito positivo ao consumi-
dor”, avalia Gerardo Andrade, su-
perintendente da AG Malls, que
administra o CentroSul.
Rio das Ostras, no interior flu-
minense, também vai receber seu
primeiro centro de compras. Ra-
fael Bousquet, empreendedor e
presidente do Shopping Plaza, diz
que o local será o ponto nuclear de
um inédito bairro planejado do
município, com escolas, hotéis, ro-
doviária, um local de decoração e
loteamento de casas e prédios.
Com investimento de R$ 100
milhões e previsão de geração de
mil empregos na cidade de 156
mil habitantes, a inauguração da
área total construída de mais de
30 mil m2 (segmentada em 193
operações que vão de cinema e
lojas-âncora a lojas-satélite) está
prevista para dezembro. “As pes-
soas vão ganhar fácil acesso a lo-
jas e marcas que antes só exis-
tiam na capital ou em municí-
pios vizinhos, que são semelhan-
tes em tamanho e potencial eco-
Outlets normalmente são ergui-
dos fora das cidades, preferencial-
mente ao lado de rodovias. Isso fa-
cilita o acesso de compradores que
saem dos centros urbanos atrás de
descontos (e às vezes também para
um bate e volta de fim de semana)
e de turistas retornando para casa.
O Iguatemi, por exemplo, apostou
nessa estratégia ao selecionar as
locações para os dois outlets do
grupo: o Fashion Outlet Novo
Hamburgo, na rodovia que liga
Gramado a Porto Alegre, no Rio
Grande do Sul, e o Fashion Outlet
Santa Catarina, entre Balneário
Camboriú e Florianópolis.
“A instalação de um outlet re-
quer uma área ampla, então as
proximidades de rodovias aten-
dem mais adequadamente às ne-
cessidades dos empreendimen-
tos”, afirma Francisco Ritondaro,
CEO da General Shopping e Ou-
tlets. A empresa é dona do Outlet
Premium, em Itupeva, no interior
de São Paulo, e deve inaugurar no
Isabella Anunciação: “Junção de cultura e comércio enriquece experiência”
shoppings pós-pandemia. Segun-
do Weber, o dado reflete a prefe-
rência de uma parte desta faixa
etária pelas compras on-line e por
consumir localmente, hábitos in-
centivados durante a pandemia.
Os mais velhos são os que mais
frequentam — 67% dos baby boo-
mers, nascidos de 1945 a 1964 —,
mas quem mais gasta são aqueles
O futuro Shopping Plaza, em Rio das Ostras (RJ), em bairro planejado com escolas, hotéis, rodoviária e residências
nômico, o que deixava a cidade
defasada”, afirma Bousquet.
No interior, o shopping tende
também a ser um programa mais
familiar. Na capital paulista, 66%
frequentam o shopping com a fa-
mília, enquanto no interior esse
índice sobe para 73%, segundo
pesquisa sobre o comportamento
do consumidor feita pela Abrasce.
“Considerando apenas o Esta-
do de São Paulo, há diferenças
importantes: a localização é me-
nos importante no interior, on-
de as pessoas estão dispostas a ir
mais longe para usufruir do
shopping. O entretenimento é
mais importante para o frequen-
tador do interior, porque em ge-
ral há menos divertimento na ci-
dade”, avalia Janice Mendes, di-
retora-executiva da Gouvêa
primeiro semestre de 2024 o Ou-
tlet Premium Imigrantes, em São
Bernardo do Campo, no ABC pau-
lista. “O outlet deve estar situado
em uma área de fácil acesso para
o público que deseja atingir cida-
des do entorno para aumentar a
zona de atração potencial de no-
vos clientes”, ressalta.
Os outlets sempre estão longe
dos shoppings, para evitar con-
corrência, mas quando se trata
de ambientação também ten-
dem a oferecer espaços confor-
táveis para os clientes. Em vez
dos espaços com vários pisos co-
muns nos grandes centros de
compras das cidades, entretan-
to, os outlets são térreos, com as
lojas divididas por corredores
com áreas abertas e espaços ver-
des. A intenção é dar ao consu-
midor a ideia de estar passeando
por alamedas com lojas. Uma se-
melhança está nas praças de ali-
mentação, em geral com redes
que o comprador já conhece.
FELLYPE WILLYAM
da geração Y, os millenials (nasci-
dos de 1982 a 1994); quase quatro
de cada dez deles deixam R$ 500 a
cada visita, e 20% gastam mais de
R$ 1.000 a cada ida ao shopping. A
geração X, nascida entre 1965 e
1981 e que está no auge da trajetó-
ria profissional, é a que menos fre-
quenta os shopping centers (55%).
Mesmo sendo os que mais fre-
Malls, empresa integrada à Gou-
vêa Ecosystem, onde coordena
projetos desenvolvidos e aplica-
dos em centros de consumo no
Brasil e na América Latina.
Segundo um estudo conduzido
pela Brain Behavior, o público do
interior teve uma taxa de aumento
da frequência a shoppings maior
do que o público das capitais no
pós-pandemia, embora não seja o
canal preferido para compras.
“O público do interior tem o la-
zer como motivação da ida. Há três
segmentos extremamente impor-
tantes em um shopping: entreteni-
mento, serviços e alimentação.
Quando se olha para o futuro, a
busca pelo passatempo no interior
é maior do que nas capitais”, expli-
ca Mendes. “O Shopping Partage,
em Campina Grande, na Paraíba, é
Ponta de estoque
País terá mais quatro outlets neste ano
Existem no país*
14 outlets
Quantidade de lojas
1.261
Área bruta locável
273.919 m2
Onde estão
Nordeste
3
Centro-Oeste
1 clientes também são alguns dos
Sul Sudeste
3 7
Fonte: Abrasce.*Até julho
quentam shoppings, nascidos de
1945 a 1964 tiveram a menor re-
cuperação de visitas pré-pande-
mia (11%). O dado pode ser inter-
pretado como o receio dessa ge-
ração de lugares fechados e suas
consequências para a saúde, se-
gundo Florêncio, da ESPM.
O estudo, que entrevistou 1.200
pessoas de 21 a 71 anos com renda
acima de R$ 3.000, concluiu ainda
que nove em cada dez pessoas con-
somem sempre ou quase sempre
em praças de alimentação, en-
quanto quase a metade nunca vai a
eventos em shoppings. Calçados e
roupas são os itens mais procura-
dos, traduzindo a importância da
experimentação nesses locais.
Outra janela de oportunidade
são as cidades do interior, onde
49% dos entrevistados vão ao
shopping e 13% têm nesse espaço
seu principal canal de compra,
contra 64% e 25%, respectiva-
mente, nas capitais. “A compra
on-line ganha dos shoppings no
interior, com 31% contra 13%.
Trazer as grandes marcas encon-
tradas on-line para um shopping
em cidades menores é uma gran-
de oportunidade”, diz Weber.
DIVULGAÇÃO
a grande vitrine da cidade: tudo o
que acontece é lá. Há um papel de
cultura no interior, portanto. Exis-
te um comportamento diferente
em relação à alimentação, que re-
cebe um grande incremento e vira
o principal consumo nos fins de
semana”, afirma a executiva.
A situação se replica em outros
centros do interior, diz ela, porque,
diferentemente das capitais, nes-
sas cidades há mais tempo de cozi-
nhar nos demais dias. Quando os
dados da pesquisa da Abrasce são
estratificados para o interior, 100%
dos entrevistados dizem consumir
os serviços da praça de alimenta-
ção. Normalmente, porém, o con-
sumidor interiorano também usu-
frui tanto de lazer quanto dos ser-
viços nas ocasiões em que vai a es-
ses centros de compras regionais.
Multiuso
reúne lazer,
trabalho e
residência
Mônica Magnavita
Para o Valor, do Rio
Morar, trabalhar, fazer compras,
ir a médicos, cinema, teatro ou a
shows e praticar esportes. Tudo em
um único shopping center. O mo-
delo mixed-use, com atividades di-
versas, vem ganhando espaço por
oferecer a praticidade de atender
as demandas do dia a dia aliada à
segurança e ao conforto de morar
a poucos passos do trabalho. Valo-
rização do imóvel, receita maior
com aluguel e maior circulação de
principais atrativos do multiuso.
A Domini inaugurou há nove
meses o OKA Floripa, primeiro mi-
xed-use do sul de Florianópolis, fo-
cado no público da região, que
procura uma vida mais comunitá-
ria. O shopping, com 50 lojas e 12
restaurantes, numa área de 27 mil
m2, tem uma torre residencial de
84 apartamentos — também usa-
dos para aluguel de temporada —
e outra com 64 escritórios, ambas
com terraços verdes e piscina de
borda infinita. Não tem lojas-ân-
cora ou grandes marcas, e aposta
em gastronomia variada. “A ideia é
termos algo diferente. Somos pal-
co para manifestações culturais e
artísticas. O local é um grande ca-
talisador”, afirma Miguel Rosa, ge-
rente de marketing do grupo.
A JHSF, voltada para a alta ren-
da, tem vários projetos mixed-use,
como Cidade Jardim e Fazenda
Boa Vista, em São Paulo. “Os shop-
pings passaram a ser tão relevantes
para a comunidade que vive ao re-
dor que várias delas quiseram se
conectar fisicamente a ele”, diz
Thiago Alonso de Oliveira, CEO da
JHSF. “O espaço do shopping se in-
tegra ao cotidiano das famílias.”
Os próximos investimentos do
grupo incluem um shopping de 25
mil m2 para atender os proprietá-
rios das mais de mil casas do Com-
plexo Boa Vista, no interior de São
Paulo, caracterizado como uma se-
gunda residência. O projeto conta-
rá com prédios de escritórios, ho-
téis, lazer — incluindo piscina para
a prática de surf — escola e um hos-
pital. Outros empreendimentos
preveem mais entretenimento.
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023 | Valor | F5
F6 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
Especial Shopping centers
Mercado financeiro Para analistas, captação no
semestre tem chance de dobrar com corte na Selic,
inflação controlada e perspectiva de reformas
Juros menores podem
alavancar captação de
fundos imobiliários
Juliana Colombo
Para o Valor, de São Paulo
O corte de 0,5 ponto percen-
tual na taxa Selic, para 13,25%, e a
expectativa de novas reduções
nos próximos meses devem ter
um impacto positivo na indús-
tria dos fundos imobiliários
(FIIs), incluindo os fundos de ti-
jolo, especialmente os de shop-
pings centers. Some-se a isso
uma inflação baixa e registra-se o
cenário perfeito para aqueles in-
Na bolsa
Perspectiva é de alta no retorno de fundos imobiliários de shoppings
Resultado acumulado (4/abr/2017 a 25/jul/2023) - em %
Retorno Acumulado em 2023
100
87,1
80
55,79
60
40
20 7,42 11,18
CDI Ibovespa
Índice dos shoppings tem alta superior à do CDI no ano
CDI Ibovespa IFIX IFIX (Tijolo - Shopping)
120
100
80
60
40
20
0
0
03/abr 18/mar
2017 2020
Fonte: Quantum Finance
Debêntures formaram colchão durante a pandemia
São Paulo
Se o momento atual para os
fundos imobiliários de shop-
pings é de emissões de cotas, em
um passado bastante recente o
cenário era de emissão de dívi-
das para suportar as medidas de
isolamento social impostas pela
crise da covid-19 que fecharam
completamente os centros de
compras. Cerca de 20 emissões
de debêntures foram efetuadas
pelas principais empresas de
shoppings de 2014 até 2022.
Metade dessas emissões ocorre-
Mercado espera mais fusões e aquisições no setor
Rosangela Capazoli
Para o Valor, de São Paulo
O ritmo de fusões e aquisições
(M&A, na sigla em inglês) envol-
vendo shopping centers ganha
força no mercado. Novo concor-
rentes, os fundos de investimentos
imobiliários (FIIs) do setor, em ple-
na recuperação, assumem papel
relevante nas transações. Na pri-
meira metade do ano, o FII Vinci
Shopping Centers, por exemplo,
assinou compromisso para a ven-
da de participação em três com-
plexos em um negócio avaliado
em R$ 297,5 milhões. Os fundos,
que responderam por 3% das cap-
tações em 2022, subiram para 7%
neste primeiro semestre, segundo
levantamento da gestora de recur-
sos Hedge Investments.
“Com a expectativa da queda
dos juros, os fundos de investi-
mentos estão voltando a captar, o
que significa que terão dinheiro
em caixa para aquisição de imó-
veis. Com isso, novas transações
devem surgir”, afirma Raphael Mo-
reira Espírito Santo, sócio da área
vestidores que haviam migrado
para a renda fixa destinarem par-
te de seus aportes para a renda
variável, avaliam especialistas.
O índice de Fundos Imobiliários
(Ifix) já subiu cerca de 11% na bolsa
neste ano. O retorno em 2023 dos
principais fundos de shoppings
chega a 20%. As perspectivas para
os próximos meses, segundo os
analistas, são otimistas. Dentre os
investidores em FIIs, 75% são pes-
soas físicas, segundo a B3.
Se os cortes continuarem de for-
71,62
57,99
20,11
11,01
IFIX IFIX
(Tijolo - Shopping)
87,1
71,6
58
55,8
24/jun 25/jul
2021 2023
ram apenas de 2020 a 2022, du-
rante a pandemia, e também com
valores maiores. O volume foi de
R$ 3,25 bilhões no período, R$ 1
bilhão mais do que o registrado
de 2014 a 2019. “A receita dos
shoppings se degradou na pande-
mia e tinha uma incerteza grande
sobre quanto tempo iam ficar fe-
chados. As empresas de shop-
pings viram necessidade de se ca-
pitalizar”, diz Angelo Ferraretto,
head de research imobiliário da
Integral Brei.
A taxa Selic nas mínimas histó-
ricas durante a pandemia — os ju-
de direito imobiliário do Veirano
Advogados. Investidores institu-
cionais e pessoas físicas, ressalta,
estão entre os maiores interessa-
dos na área de shoppings.
A tração das operações deverá
ganhar ainda mais robustez a
partir do segundo semestre, da-
das as condições econômicas fa-
voráveis, segundo Juliano Zorzi,
head das áreas de direito imobi-
liário e ambiental do Mello Torres
Advogados. “Superado o período
crítico da pandemia, as fusões e
aquisições no setor continuam
em alta, impulsionadas por estra-
tégias de expansão, perspectiva
de redução da taxa Selic e aumen-
to do consumo”, afirma.
Os tradicionais compradores —
grupos fortes do segmento — te-
rão que disputar daqui para fren-
te com os fundos de investimen-
tos. “Nos últimos anos, os fundos
de investimentos imobiliários fo-
cados em shopping centers, como
o HSI Malls, o BTG Pactual Shop-
pings, o Hedge Brasil Shopping e
o XP Malls, registraram vários ne-
gócios”, reforça Patriccia Maestra,
ma consistente, chegando a uma
taxa Selic em torno de 8% a 9%, as
empresas conseguirão rodar de
uma maneira mais leve, com mais
margem, e menor custo de capital
para se financiarem, avalia Marcos
Baroni, analista-chefe de fundos
imobiliários da Suno Research. Pe-
lo lado dos consumidores, a queda
também tende a beneficiar o co-
mércio. “Com menos juros você li-
bera mais dinheiro para as famí-
lias, fazendo com que as pessoas se
sintam mais confortáveis para
consumir”, aponta Baroni.
Além da baixa nos juros, outros
fatores estão influenciando o inte-
resse por renda variável e a disposi-
ção por parte dos fundos de emitir
mais cotas — o ambiente macroe-
conômico está mais propício, se
comparado a 2020, na pandemia,
quando os shoppings fecharam
completamente e os fundos zera-
ram o pagamento de dividendos.
“O segmento de shoppings é o seg-
mento mais alavancado. E aí o mo-
vimento mais recente que temos
visto são os gestores se movimen-
tando no sentido de endereçar es-
sa alavancagem, com venda de ati-
vos e novas emissões de cotas para
aliviar esse indicador num curto
prazo”, avalia Larissa Nappo, ana-
lista de FIIs do Itaú BBA.
O mais recente anúncio de
emissão de cotas foi no fim de
julho, pela Hedge Investments.
O FII Hedge Brasil Shopping
(HGBS11) aprovou a realização
da nona emissão, que inicial-
mente pretende captar até R$
510 milhões, de acordo com fato
relevante divulgado pela gesto-
ra. No início do mês, o fundo
ros chegaram a 2% no segundo se-
mestre de 2020 — também serviu
de estímulo, o que não acontece
hoje, aponta o analista. “Como es-
tamos hoje com um patamar de
Selic muito mais alto, temos visto
muitos shoppings sofrendo com o
aumento do custo da dívida. O que
está acontecendo é algumas em-
presas vendendo participação e
fundos imobiliários comprando.
Dá até para dizer que, de certa ma-
neira, os fundos também estão
ajudando a financiar as empresas
de shopping”, diz.
A Iguatemi S.A fez uma emis-
advogada de consultivo imobiliá-
rio do Mello Torres.
Enquanto em 2022 os M&A se
caracterizavam mais por um movi-
mento atrelado à necessidade de
os grupos reduzirem alavancagem
e pelo surgimento de compras de
oportunidade, agora são impul-
sionadas pela perspectiva de reto-
mada da economia. Com vendas
minguadas e público reduzido em
2020 e em 2021, a vacância média
nos shoppings chegou a passar a
marca de 10%. Esse cenário favore-
ceu a consolidação, que no ano
passado, registrou oito negócios
contra cinco, em 2021, de acordo
com dados da KPMG.
Já neste ano as vendas do pri-
meiro trimestre deslancharam e
fecharam em alta de 6,8% sobre o
mesmo intervalo de 2022. A pro-
jeção é de um aumento de 14,6%
nas vendas em 2023. Se a previsão
se concretizar, a receita atingirá
R$ 219,8 bilhões, de acordo com a
Associação Brasileira de Shop-
ping Centers (Abrasce). Será um
novo recorde, que vai ultrapassar
a marca de R$ 192,8 bilhões regis-
Larissa Nappo, do Itaú BBA: gestores estão se movimentando no sentido de endereçar alavancagem dos shoppings
concluiu a compra de 40% do
Shopping Jardim Sul, na zona
sul de São Paulo. Pela fração, pa-
gou R$ 217 milhões.
“Devemos ter um segundo se-
mestre muito diferente do pri-
meiro, no mínimo, com o dobro
do volume captado. Nos últimos
noventa dias, as notícias são to-
das positivas. Seja no campo eco-
nômico, macroeconômico, apro-
vação do arcabouço, endereça-
mento da reforma tributária, as
bolsas lá fora subindo mais… Tu-
do isso vai criando um momento
positivo para a renda variável”,
diz André Freitas, sócio e presi-
dente da Hedge Investments, que
tem participação em 17 empre-
endimentos e patrimônio líqui-
do de R$ 2,2 bilhões. Segundo
ele, a captação dos fundos de
shopping em 2022 representou
3% do total de captações. Já neste
ano, somente no primeiro se-
mestre, esse percentual já está
em 6,2%, ou R$ 437 milhões.
Também em julho, a XP Asset fez
sua segunda emissão do ano em
FIIs — a nona da gestora, conside-
rando todos os fundos. Foram ne-
gociadas cotas do FII XP Malls
(XPML11), no valor de R$ 450 mi-
lhões, com a finalidade de aquisi-
ção de novos imóveis, otimização
da estrutura do fundo e expansão
de ativos imobiliários em carteira.
são em 2020 de R$ 500 milhões.
“Fizemos essa emissão para pri-
vilegiar e manter o caixa com li-
quidez alta, mas também fize-
mos outras operações, como no-
ta promissória”, conta Guido Oli-
veira, CFO da Iguatemi.
A Aliansce Sonae, que em mar-
ço integrou a brMalls e virou uma
gigante com 69 shoppings reuni-
dos no grupo Alliance Sonae +br-
Malls, afirma que desde 2021
emitiu aproximadamente R$ 3,8
bilhões não somente em debên-
tures, mas também CRIs. Os re-
cursos foram destinados para in-
DIVULGAÇÃO
Stark, da Gazit: busca por sinergias
trada em 2019, o último ano an-
tes do início da covid-19.
Mia Stark, CEO da Gazit Brasil,
empresa do grupo israelense G-
City, diz que o micro e o macro es-
tão dando sinais bastante positi-
vos para M&A neste ano e tam-
bém no próximo. “Precisamos es-
tar preparados. Acreditamos que
A emissão anterior, em junho, su-
perou a expectativa inicial de R$
300 milhões e captou R$ 375 mi-
lhões, dos quais R$ 90 milhões fo-
ram utilizados para amortização
de dívida. No fim do mês passado,
a gestora elevou sua participação
no Shopping Cidade Jardim, em
São Paulo, de 17% para 19,99%, in-
vestindo no fundo da JHSF Capital.
O XP Malls tem participações mi-
noritárias em 16 shoppings.
Em junho e julho também hou-
ve o lançamento de dois fundos ex-
clusivos de malls. A JHSF Capital
lançou seu primeiro fundo do tipo
com a compra da participação de
33% da Gazit no Cidade Jardim, so-
mando valor patrimonial de R$
800 milhões. Já a Capitânia come-
çou com seu primeiro fundo imo-
biliário de tijolo, o Shoppings AAA
FII (CPSH11), que já captou pouco
mais de R$ 200 milhões. Comprou
as participações minoritárias do
FII Vinci Shopping Center
(VISC11), no Vila Romana (10%),
“Os fundos terão
janela de captação
e emissão nos
próximos 24 meses”
Caio Araújo
vestimentos em novas participa-
ções, manutenção, revitalização e
expansão de shoppings. Parte do
valor também foi utilizado para
renegociações de dívidas e forta-
lecimento de caixa.
Neste ano, a empresa fez a cap-
tação de um CRI de R$ 612 mi-
lhões, superando em 22% o volu-
me inicial de R$ 500 milhões. “A
companhia permaneceu ativa em
manter uma forte posição de caixa
e alta liquidez para gerenciamen-
to de passivos e capital de giro. Tal
estratégia permitiu a captura de
ganhos de eficiência de taxa, a re-
teremos menos projetos green-
field e mais um movimento de
consolidação com venda e com-
pra de ativos, por razões que vão
da busca por sinergias após a cri-
se até revisões de portfólio e foco
maior no ‘core’ das empresas”, diz
a executiva. O grupo imobiliário
Gazit Globe vendeu recentemen-
te a sua participação de 33% no
Shopping Cidade Jardim para um
fundo de investimento adminis-
trado pela JHSF Capital. Segundo
fontes do mercado, valor da ope-
ração foi de R$ 562 milhões.
Claudio Felisoni de Angelo,
presidente do Instituto Brasileiro
de Executivos do Varejo (Ibe-
var/FIA), avalia que os negócios
em M&A adquirem cada vez mais
musculatura. “Os movimentos
de fusões e incorporações devem
continuar, pois, nesse cenário, é
mais vantajoso adquirir algo
existente, mas desvalorizado, do
que levantar uma operação do
zero. O crescimento no número
de operações será mantido”, diz.
Otimista, Thiago Sandim, só-
cio da área de fusões e aquisições
DIVULGAÇÃO
em Florianópolis, no Iguatemi For-
taleza (9%) e no Ribeirão Shopping
(5%), em Ribeirão Preto (SP). “É
uma questão de diligência muito
maior. Você tem que estar nas reu-
niões de condomínio, acompa-
nhar os investimentos, acompa-
nhar o que está acontecendo com
os lojistas, com os inquilinos.
Eventualmente os imóveis preci-
sam de alguma reforma, investi-
mento, às vezes, expansão. Então,
[ter um fundo exige] estar mais
presente do que simplesmente ser
um cotista”, afirma Caio Conca, só-
cio da Capitânia.
Com a perspectiva positiva na
macroeconomia e passada a crise
inicial com as empresas varejistas
do começo do ano, a expectativa é
que mais transações sejam realiza-
das no setor. São esperadas novas
aquisições do portfólio da Alians-
ce Sonae +brMalls, após a fusão
das duas empresas no ano passa-
do, negócio que nasceu avaliado
em R$ 12 bilhões e que conta com
69 shoppings “Os fundos já estão
muito próximos dos seus respecti-
vos valores patrimoniais e terão
uma janela de captação e emissão
de cotas nos próximos 12 a 24 me-
ses, casando com o encerramento
de carências. Isso pode gerar um
novo impulso de liquidez das car-
teiras”, avalia Caio Araújo, analista
de FIIs da Empiricus Research.
dução do custo médio e o alonga-
mento da duration das nossas dí-
vidas”, afirma Daniella Guanaba-
ra, diretora financeira e relações
com investidores do grupo.
“A debênture é um tipo de fi-
nanciamento imobiliário que a
companhia pode lançar mão para
fazer frente a momentos mais difí-
ceis de captação de recursos onde
existe uma restrição muito grande
de crédito. O administrador do
shopping tem uma demanda in-
tensiva de caixa para manutenção
da estrutura”, avalia Carlos Ferrari,
sócio do NFA Advogados. (JC)
do Demarest Advogados, prevê
crescimento do segmento e o
deslocamento da capital para o
interior de São Paulo. “Os gran-
des negócios nessa área já acon-
teceram em São Paulo e os
players de porte, instalados no
interior, serão a bola da vez”, afir-
ma. Dos 628 shoppings no Brasil,
322 estão na região Sudeste e 66
no Centro-Oeste. “Essa grande
concentração poderá elevar o
número de fusões e aquisições
no país”, prevê Sandim.
A Gazit Brasil, que administra
seis dos principais shoppings de
São Paulo e com participação em
mais um, manterá o pé firme em
São Paulo, de acordo com Stark. “A
companhia investe apenas na ca-
pital paulista, o que nos permite
realizar uma gestão proativa e
mais eficiente, focada e próxima
não apenas dos ativos, mas tam-
bém de nossos lojistas”, diz a CEO.
Ainda de acordo com Sandim,
do Demarest, em se tratando de
empresas, além dos FIIs, as princi-
pais compradoras são aquelas
com ações listadas em bolsa.

Especial Shopping centers
Novos negócios Demanda pelo formato, que possibilita entrada rápida no shopping, aumenta 20%
Mais baratos, quiosques ganham corredores
Leda Rosa
Para o Valor, De São Paulo
Mais baratos para o comercian-
te que a implantação de lojas con-
vencionais, os quiosques vêm ga-
nhando espaço nos shopping cen-
ters, que também veem no modelo
uma forma de capitalizar espaços
vazios em corredores e ampliar o
mix de oferta para seus frequenta-
dores. Mesmo durante a pande-
mia, a demanda por esse tipo de
estabelecimento cresceu — e a ten-
dência é que a expansão continue,
segundo expectativa do setor.
“Da pandemia para cá, obser-
vamos alta de 20% na demanda
por quiosques”, afirma Iacy Belo,
executiva comercial do Shopping
Boa Vista, localizado no centro do
Recife. Com 23 mil m2 de área
bruta locável, o mall recebe cerca
de 45 mil visitantes diários, fator
determinante para que o empre-
endimento estimule novas mar-
cas do modelo. “Os quiosques,
que representam aquela compra
mais rápida, têm uma presença
robusta por causa disso e são uma
opção valiosa para a diversifica-
ção do mix dos shoppings, pro-
porcionando aos visitantes uma
experiência de compra mais rica
e variada”, afirma Belo.
No River Shopping, em Petroli-
na (PE), o formato se tornou a
porta de entrada mais rápida pa-
ra o novo empreendedor. “Já faz
Aplicativos são adaptados a novo
cenário após boom na pandemia
Hygino Vasconcellos
Para o Valor, de Balneário Camboriú
Um boom de lançamentos de
aplicativos de shoppings ocorreu
um pouco antes e, principalmente,
durante a crise da covid-19, impul-
sionado pelas restrições impostas
pelo vírus. Com o fim da pande-
mia, o público voltou a frequentar
os centros de compras, mas as ad-
ministradoras de shoppings pas-
saram a perceber uma mudança
no comportamento do consumi-
dor e mantiveram os investimen-
tos nessas plataformas.
A diretora de planejamento es-
tratégico e operações da Associa-
ção Brasileira de Shopping Centers
(Abrasce), Gabriella Oliveira, diz
que a pandemia acelerou a digita-
lização e fez com que soluções cria-
das no período pandêmico fossem
aprimoradas. “O cliente quer in-
formação na palma da mão, de for-
ma centralizada, e ganhar agilida-
de”, afirma. Hoje, 35% dos frequen-
tadores têm app de shopping, con-
tra 10% antes da pandemia, segun-
do pesquisa da associação.
Os downloads do app da Multi-
plan saltaram de 144 mil em 2019,
quando foi lançado, para 3,6 mi-
lhões no ano passado. Os acessos
cresceram 1.918%, de 631,3 mil pa-
ra 12,74 milhões. O app reúne fun-
cionalidades como acesso ao esta-
cionamento (via cadastro do car-
ro) e sistema para pagamento. Em
seis shoppings da rede, já há pistas
Recarga de elétricos, hoje gratuita, poderá ser cobrada
Eliane Sobral
Para o Valor, de São Paulo
Novidade do Salão do Auto-
móvel do longínquo ano de
1974, o Gurgel Itaipu E150, pri-
meiro carro elétrico construído
no Brasil, tinha um problema
central: onde recarregar a bate-
ria? Quase 50 anos depois, o de-
safio é outro: a necessidade de
descarbonização da frota. Segun-
do a Associação Brasileira do Veí-
culo Elétrico (ABVE), o país tem
hoje 158,6 mil automóveis eletri-
ficados. E a recarga não apenas
deixou de ser um problema co-
mo virou estratégia de negócio,
tanto para montadoras quanto
para centros comerciais que pas-
saram a oferecer postos de carre-
gamento sem custo como estra-
tégia de atrair e reter o cliente.
anos que trabalhamos com va-
cância zero, sem vagas para novas
lojas, mesmo no período da pan-
demia. A alternativa, então, são os
quiosques que, oportunamente,
terminam ocupando espaços de
lojas”, diz o superintendente Wel-
ton Carvalho. Segundo ele, essas
operações cresceram 23,33% no
River, desde a pandemia.
Como mostram os exemplos
dos shoppings pernambucanos,
os consumidores cada vez mais
vão encontrar quiosques nos
malls. “A expansão desse modelo
tende a continuar”, diz Fabiana Es-
trela, diretora executiva da Asso-
ciação Brasileira de Franchising
(ABF). O dia a dia das operações
endossa a perspectiva de alta
apontado pela entidade. Sinôni-
mo de quiosque, a marca america-
na Nutty Bavarian chegou ao Brasil
em 1996, com o plano de abrir, no
mínimo, cinco operações até 2001.
A meta foi batida já em 1997, mes-
“Os quiosques têm
uma presença
robusta e são uma
opção valiosa para
a diversificação do
mix dos shoppings”
Iacy Belo
Fiedler, do Almeida Junior: ticket de quem tem app é até sete vezes maior
expressas — sem cancelas — para
quem usa o aplicativo. Também é
possível cadastrar notas fiscais pa-
ra campanhas promocionais.
“Entendemos ao longo desses
anos é que a força do shopping es-
tá no shopping. Temos casos de cu-
pons de desconto [oferecidos pelo
programa de fidelidade] que au-
mentaram em 50% o tráfego nas
lojas participantes”, afirma o dire-
tor de estratégia digital da Multi-
plan, Richard Svartman.
Eletrificação
Pontos de recarga públicos e semipúblicos
12.000
9.000
6.000
3.000
350 500 800
Dez/ Mar/ 2º sem
2020 2021 2021
Fonte: Grupo de Infraestrutura da ABVE/Tupinambá Energia. *Expectativa
“O tempo que o consumidor fi-
ca nos shoppings onde há pontos
de recargas é 30% maior na com-
paração aos que não oferecem es-
sa opção”, diz Davi Bertoncello,
CEO da Tupinambá Energia, ci-
mo ano em que virou franquia.
“O formato de quiosque é um
excelente negócio, principal-
mente devido à estrutura enxuta
da operação, o que torna o traba-
lho mais simples e eficiente”, diz
André Novaes Farias, COO da
Nutty Bavarian, rede que conta
com 142 unidades no país, sendo
83 sediadas em shoppings (qua-
se 60% do total dos pontos de
venda). Desde 2018, foram inau-
gurados 33 novos quiosques da
marca em shopping centers.
“É uma operação ganha/ganha,
na qual o investimento acaba sen-
do de 30% a 40% menor de capex
[investimento em bens de capital]
e tem venda similar à das lojas
[convencionais], fazendo com que
o payback [retorno estimado] seja
mais rápido — geralmente, em me-
nos de três anos”, afirma Renata
Rouchou, diretora de expansão de
operações da Casa Bauducco. “Os
quiosques em shoppings também
garantem um diferencial na fatia
de compra por impulso”, diz.
Além de ter um mix maior de
ofertas, com quiosques, os malls
conseguem aproveitar áreas de
corredores com estabelecimen-
tos que exigem menos infraes-
trutura e que dão retorno finan-
ceiro. De acordo com a ABF, o alu-
guel por metro quadrado cobra-
do do quiosque é, em média, 40%
acima da loja tradicional. O custo
final para o empreendedor, en-
DIVULGAÇÃO
No app do Iguatemi, o cliente
pode trocar pontos por produtos
e pagar o estacionamento, o que
antes não era possível. O aplicati-
vo existe há 14 anos, mas passou
por um redesenho há três anos,
sendo ampliado para outras uni-
dades da rede e com três catego-
rias (silver, gold e black) que dis-
ponibilizam serviços como acesso
a lounges e estacionamentos gra-
tuitos. Com a pandemia, investi-
mentos de outros setores, como
10.000
3.503
2.862 2.955
1.250
Fev/ Out Dez Jun/ 2025*
2022 2023
tando pesquisa da empresa. E aí
está a justificativa para a oferta
gratuita. Dos 500 pontos admi-
nistrados pela Tupinambá, 55%
estão em shoppings, outros 35%
em supermercados e 10% em
Farias, da Nutty Bavarian: estrutura enxuta e trabalho mais eficiente
eventos, foram direcionados para
a equipe de marketing, que ge-
rencia o Iguatemi One, segundo
Alexandre Biancamano, diretor
de marketing da Iguatemi S.A.
A rede Aliansce Sonae + brMalls
lançou os primeiros apps em 2020,
inicialmente para sete shoppings.
Agora, 25 unidades da rede já pos-
suem aplicativo. Passada a pande-
mia, o diretor de inovação e tecno-
logia da rede, Leonardo Cid, perce-
be um engajamento maior do con-
sumidor frente às iniciativas digi-
tais. Ele avalia que quanto mais be-
nefícios forem disponibilizados
nos apps, maiores serão as vendas.
“Já reconhecemos mais de 30% das
vendas que acontecem nos shop-
pings que possuem o Programa de
Relacionamento”, afirma. Entre-
tanto, a empresa percebeu perda
de fôlego nas vendas pelas plata-
formas digitais no atual momento
pós-pandemia, frente a uma quan-
tidade maior das vendas físicas.
O app do Grupo Almeida Jú-
nior, que tem seis shoppings em
Santa Catarina, criado em 2016,
foi relançado no final do ano pas-
sado com mais funcionalidades,
incluindo pagamento de estacio-
namento por Pix, um pedido dos
consumidores, e um programa
de fidelidade. “Hoje o ticket mé-
dio de quem já se relaciona comi-
go pelo app chega a ser sete vezes
maior do que os dos outros clien-
tes”, diz o diretor de marketing e
relacionamento, Rafael Fiedler.
condomínios. Bertoncello estima
que haja mais de 3.000 pontos de
recargas no Brasil. O chamado ca-
nal conveniência, onde entram
shoppings e supermercados, re-
presenta uma de cada cinco re-
cargas de veículos elétricos — e
cresceu 20% no primeiro trimes-
tre, segundo o executivo.
O Shopping Bourbon, em São
Paulo, instalou dez estações gra-
tuitas em abril. “O projeto atual
prevê mais de 50 carregadores
instalados em menos de um
ano, e ao menos em mais três
empreendimentos da rede”,
diz Roberto Manuel Zaffari, di-
retor da Airaz, que administra o
mall, galerias comerciais e ou-
tros dez shoppings.
Para que os elétricos tivessem
mercado, as montadoras banca-
vam a implantação dos eletro-
Quinta-feira, 10 de agosto de 2023
DIVULGAÇÃO
IA otimiza operações e é
utilizada até para limpeza
Para o Valor, de Balneário Camboriú
Shoppings adotam inteligência
artificial para otimizar operações,
melhorar o atendimento e econo-
mizar. A IA está sendo usada até
no gerenciamento da limpeza de
banheiros. O sistema, desenvolvi-
do pela Evolv Tec, envia a equipe
de limpeza após um determinado
número de pessoas terem usado o
espaço, contabilizado a partir de
feixe de infravermelho. A opera-
ção já gerou economia entre 20% e
40% do custo de limpeza (mão de
obra, água e produtos) nos cinco
shoppings onde está instalada, em
São Paulo, Guarulhos (SP) e Forta-
leza. Em um dos casos, a economia
foi de 60%, o que é considerado
um ponto fora da curva pelo CEO
da empresa, Leandro Simões.
“Os banheiros de shoppings,
hospitais e aeroportos são limpos
no mundo inteiro há décadas do
mesmo jeito: um batalhão de gen-
te que faz uma ronda cega tempo-
ral super ineficiente, porque não
sabe quando precisa ir realmente
lá”, afirma. A empresa ainda ofere-
ce um botão vermelho para que a
equipe de limpeza seja acionada
diretamente pelos clientes, reco-
mendada para situações pontuais.
No MorumbiShopping, a IA
monitora equipamentos com sen-
sores que coletam dados como
temperatura e vibração e, em caso
de necessidade, solicita o reparo.
Antes, um funcionário precisava
checar cada equipamento pessoal-
mente e os reparos eram feitos pe-
riodicamente, a partir de uma pro-
postos, enquanto os malls paga-
vam a energia. Zaffari não diz se
a companhia pretende manter o
serviço gratuito, mas Gustavo
Tannure, fundador e CEO da Easy
Volt, avalia que a tendência é que
a recarga passe a ser cobrada, já
que os contratos entre montado-
ras e shoppings começam a ven-
cer. “O custo de implantação
desses pontos gira em torno de
R$ 20 mil, e cada carro consome,
em média, R$ 30 em recarga. É
uma conta que se paga em dois
ou três anos”, diz ele.
Isso não quer dizer, afirma,
que o serviço deixe de ser pres-
tado. Segundo Tannure, o consu-
midor tende a optar por shop-
pings onde possa recarregar o
carro enquanto faz compras, in-
dependentemente da cobrança
pela recarga ou não.
| Valor | F7
tretanto, acaba sendo menor
porque, em grande parte dos ca-
sos, não é necessário pagar luvas
(adiantamento ao locatário) e,
em alguns casos, nem mesmo ta-
xas de condomínio. Mesmo que o
custo por m2 seja maior do que o
das lojas, como os quiosques são
menores, o gasto total com alu-
guel também costuma ser infe-
rior. Além disso, o capital inicial
do projeto, reformas, gastos com
móveis e decoração são muito
menores, assim como o custo
com colaboradores.
Apesar das vantagens, há ris-
cos a serem considerados. Luis
Augusto Ildefonso, diretor insti-
tucional da Associação Brasileira
de Lojistas de Shopping
(Alshop), frisa a insegurança pa-
ra o empreendedor. Os shop-
pings têm a prerrogativa de mu-
dar de lugar, ou mesmo romper o
contrato, de estabelecimentos
que julgarem que não estão dan-
do certo. “Os quiosques crescem
na amplitude permitida pelo
shopping, no período que achar
interessante. Para o lojista, não é
seguro porque a localização po-
de mudar à sua revelia, segundo
o que o shopping achar melhor”,
aponta. “Se os vizinhos reclama-
rem, por exemplo, pode ser mu-
dado. É um modelo que funciona
para o lojista que está entrando
no shopping e quer avaliar se va-
le a pena abrir uma loja ali.”
gramação predefinida. Agora, se-
gundo Eduardo Spinelli Vitaglia-
no, diretor de operações da Multi-
plan, administradora do shop-
ping, as ordens de serviço (OS) são
disparadas a partir do que é indi-
cado pelo sistema. "Conseguimos
reduzir em torno de 60% o núme-
ro de OS”, afirma Vitagliano.
Uma das aplicações da tecnolo-
gia é nas centrais de água de refri-
geração. A IA, segundo Vitagliano,
atua para melhorar a eficiência
energética da máquina. Antes da
automação, as centrais consu-
miam cerca de 5,6 milhões de
kWh por ano, volume que será re-
duzido para 3,8 milhões de kWh
— uma economia de R$ 483 mil,
que pode crescer mais de R$ 200
mil com ajustes dos sensores atra-
vés da IA. O uso da tecnologia nas
centrais de água começou no Mo-
rumbiShopping na pandemia, e
hoje já é utilizada em 80% dos
shoppings da rede Multiplan.
Outro sistema, desenvolvido
pela Engineering Brasil, usa IA
associada a câmeras em duas lo-
jas de telefonia em shoppings de
São Paulo para analisar o com-
portamento do consumidor,
identificando interesses e rea-
ções, e também melhorar o aten-
dimento. "A câmera é um sensor,
mas o grande poder dela é reunir
vários sensores em um único
equipamento. Posso rastrear e
classificar vários objetos ao mes-
mo tempo com um único sensor.
E a câmera é não-invasiva", diz o
head de dados, arquitetura e AI,
Thiago Nobre Mascarenhas. (HV)
DIVULGAÇÃO
“Custo de
implantação desses
pontos gira em
torno de R$ 20 mil”
Gustavo Tannure
F8 | Valor | Quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Especial Shopping centers

Resíduos Mudanças em praças de alimentação, troca de pratos

DIVULGAÇÃO

e talheres e treinamento ampliam o destino correto de dejetos

Reciclagem e adubo retiram

toneladas de lixo dos aterros
Lúcia Helena de Camargo
Para o Valor, de São Paulo
Nas praças de alimentação dos
628 shopping centers do país,
parte das comidas e bebidas são
servidas em embalagens e com
utensílios de plástico de uso úni-
co, como copos, pratos e talheres,
que, embora de difícil recicla-
gem, por serem geralmente des-
cartadas com restos de comida,
começam a ganham atenção em
iniciativas para que esses mate-
riais deixem de ser destinados
aos aterros sanitários.
A Associação Brasileira de Shop-
ping Centers (Abrasce) não dispõe
de dados sobre a geração de resí-
duos nas praças de alimentação,
apenas estabelece diretrizes.
“Orientamos nossos parceiros pa-
ra que façam a destinação adequa-
da desses materiais, visando a reci-
clagem ou reutilização”, diz Glau-
co Humai, presidente da entidade.
Assim, o avanço na pauta segue
apoiado em iniciativas isoladas,
como a do Pátio Alcântara, de São
Gonçalo (RJ) — administrado pela
Niad Shopping Centers —, que em
menos de um ano conseguiu saltar
do índice de 23% para 96% de apro-
veitamento dos resíduos gerados
pelas operações. Segundo Ulisses
Silva, líder da área de sustentabili-
dade do shopping, o programa
centrado no descarte correto foi
iniciado em setembro de 2022,
progredindo rapidamente, até
chegar, em junho, à quase totali-
dade de resíduos encaminhados à
reciclagem. Apenas ao longo do
ano de 2022, o volume de resíduos
foi de 101 toneladas de materiais
que deixaram de ser enviados para
aterros sanitários, prevenindo que
mais de 44 mil toneladas de carbo-
no fossem liberadas na atmosfera.
Silva afirma que a chave do su-
cesso está no treinamento de lojis-
tas e funcionários, principalmente
aqueles que atuam nas áreas de co-
zinha e limpeza. Partindo da cons-
tatação que os consumidores (em
todos os shoppings) jogam no lixo
restos de comida misturados às
embalagens, o centro de compras
retirou as lixeiras das praças de ali-
mentação, transferindo aos cola-
boradores a tarefa de fazer a tria-
gem dos materiais. “No paralelo,
desenvolvemos campanhas para
levar ao público o mesmo objetivo,
de reduzir a quantidade de lixo e
evitar desperdícios”, diz o líder.
De acordo com Thiago Morais,
gerente de operações do Shopping
Eldorado, empreendimento admi-
nistrado pela Aliansce Sonae +br-
Malls em São Paulo, são destinados
corretamente 95% dos resíduos. A
fórmula da eficiência ali também
passa por triagem feita por equi-
“Os restaurantes
foram convidados
a segregar seus
resíduos orgânicos”
Daniela Pavan
pes treinadas. “O shopping coleta e
destina corretamente 780 tonela-
das por ano de materiais reciclá-
veis, por meio de parceria com a
cooperativa Cooper Viva Bem, que
gera renda para 80 famílias”, afir-
ma o gerente. O Eldorado encami-
nha para a reciclagem também bi-
tucas de cigarro, transformadas
em papel artesanal; tampinhas
plásticas, doadas à ONG Ecopatas,
responsável pela castração de ani-
mais abandonados; além de lixo
eletrônico, processado pela em-
presa Green Eletron, que coletou
700 kg de e-lixo desde 2017.
O Center Norte e o Lar Center,
que integram o complexo Cidade
Center Norte, também em São
Paulo, têm concentrado esforços
em iniciativas de destinação corre-
ta dos resíduos que saem das pra-
ças de alimentação. “Desde 2017,
implantamos o projeto Resíduo
Zero, no qual todos os restaurantes
foram convidados a segregar seus
resíduos orgânicos para transfor-
mação em adubo”, diz Daniela Pa-
van, gerente executiva de sustenta-
bilidade dos shoppings. Em 2022,
houve aproveitamento de 13 tone-
ladas de restos de comida, trans-
formadas em fertilizantes para as
hortas nas quais são cultivados le-
gumes e verduras, depois doados a
moradores em situação de rua e
pessoas em vulnerabilidade social
do entorno. Pavan afirma ainda
que foram recolhidos e destinados
à reciclagem 3.000 toneladas dos
demais resíduos, principalmente
plásticos e papéis. A comercializa-
ção de recicláveis rendeu, de acor-
do com a gerente, R$ 473 mil para
investimentos em projetos de ge-
ração de emprego e renda na zona
norte de São Paulo, em 2022.
O Shopping da Bahia (Aliansce
Sonae + brMalls), em Salvador,
chegou ao patamar “aterro zero”,
com todas as 30 toneladas de resí-
duos produzidos mensalmente
destinados a reciclagem ou copro-
cessamento, incluindo os especiais
ou perigosos, como lâmpadas, pi-
lhas e óleo usado. E é na praça de
alimentação que ocorrem as ações
mais contundentes. Todo o lixo or-
gânico é recolhido e a orientação
da administração é para que seus
restaurantes deixem de oferecer
embalagens e utensílios de uso
único. “A grande maioria de pratos Marie Tarrisse, da Arcos Dorados: redução de 1.700 toneladas de plástico
e talheres usados nos restaurantes
e lanchonetes do shopping já não reciclagem correta de 100% das tuídos por apetrechos feitos com
são de material descartável, por- embalagens e itens descartáveis materiais à base de fibra (papel e
tanto são lavados e reutilizados”, utilizados”, diz. madeira), entre outras iniciativas.
diz Wilton Oliveira, superinten- A Política Nacional de Resíduos “Com essas ações, desde 2017
dente do Shopping da Bahia. Sólidos (PNRS) estabelece que a conseguimos reduzir mais de
Essa é linha de ação também de responsabilidade pela destinação 1.700 toneladas de plásticos de
redes como a Mania de Churras- correta dos resíduos é de todos, uso único”, diz Marie Tarrisse, ge-
co!. O total de resíduos descartá- do consumidor à grande corpora- rente sênior de impacto social e
veis em todos os 99 restaurantes da ção. Mas ações vindas de gigantes desenvolvimento sustentável da
marca, incluindo delivery, soma como o McDonald’s podem in- divisão Brasil da Arcos Dorados,
230 toneladas de papel e papelão e centivar avanços mais abrangen- operadora da rede McDonald’s
70 toneladas de plástico por mês, tes. A rede, presente em todas as em 20 países da América Latina e
segundo Alessandro Gonçalves Pe- praças de alimentação, já embala Caribe. A companhia estabele-
reira, sócio fundador da rede. “Co- os lanches apenas em papel certi- ceu a meta de ter, até o fim de
mo fazemos uso de pratos de louça ficado pelo FSC (Forest 2025, 100% de suas embalagens
e talheres convencionais em todos
os nossos restaurantes, a geração
Stewardship Council), que garan-
te produtos originados do bom
provenientes de fontes renová-
veis, recicladas ou certificadas
de lixo é pequena, mas ainda assim manejo florestal, 100% dos canu- em todos os territórios nos quais
iniciamos recentemente uma par- dos são feitos de papel; e os mexe- atua. O percentual hoje está em
ceria com a eureciclo para fazer a dores de plásticos foram substi- 88% da meta, segundo Tarisse.

Práticas de sustentabilidade trazem economia

DIVULGAÇÃO

Eliane Sobral
Para o Valor, de São Paulo
O uso racional de energia é ape-
nas um dos pontos em comum en-
tre os shoppings centers brasilei-
ros quando se trata da pauta ESG
(de responsabilidade ambiental,
social e de governança). Entre
2019 e 2020, a AD Shopping, que
administra 43 centros comerciais
no Brasil, investiu R+$ 3 milhões
para trocar 16 escadas rolantes do
Shopping Metro Tatuapé, em São
Paulo. Agora, os novos equipa-
mentos consomem 30% menos de
energia. Outra providência foi
atualizar os sistemas de resfria-
mento dos equipamentos de ar-
condicionado. Foram investidos
R$ 4 milhões, e 90% deles já passa-
ram pelo chamado retrofit. Em
comparação com o sistema antigo,
a modernização representa queda
de 40% no consumo de eletricida-
de dos refrigeradores.
As medidas de sustentabilidade
ambiental não começaram agora,
diz o Rubens Joaquim, coordena-
dor de operações da AD Shopping.
Desde 2005 a companhia vem mi-
grando do mercado cativo de
energia para o mercado livre, onde
estão, atualmente, 80% dos empre-
endimentos administrados pela
empresa. Só aqui a economia é da
ordem de 24% nos gastos com
energia e uma redução de 13 tone-
ladas na emissão de CO2, segundo
Joaquim. “É preciso olhar de forma
atenta ao que era moderno na épo-
ca da inauguração de cada shop-
ping e que hoje está obsoleto, es-
pecialmente na eficiência energé-
tica”, afirma Joaquim.
Em empreendimentos mais no-
vos, a pauta ESG já está presente no
projeto arquitetônico, como no
shopping ParkJacarepaguá, no Rio
de Janeiro, administrado pela Mul-
tiplan. Inaugurado em 2021, o
centro comercial foi projetado pa-
ra substituir a iluminação elétrica
pela luz natural. No centro do edi-
“É preciso olhar
de forma atenta
ao que hoje está
obsoleto”
Rubens Joaquim
fício, uma claraboia de 500 m2 e
outras duas de quase 700 m2 nas
laterais garantem redução do con-
sumo de energia durante o dia. O
shopping também foi inaugurado
com 3.800 painéis solares que res-
pondem por 20% da energia con-
sumida, segundo Vander Giorda-
no, vice-presidente institucional
da Multiplan. Ele diz que pratica-
mente todos os empreendimentos
da rede — a Multiplan administra
20 shoppings em sete cidades bra-
sileiras — têm geração própria de
energia, principalmente solar.
Em 2019, o grupo realizou a
construção da primeira usina fo-
tovoltaica externa para abastecer
o VillageMall, também no Rio,
que se tornou o primeiro shop-
ping da América Latina a produ-
zir 100% da energia que conso-
me. A usina está localizada em
Itacarambi, Minas Gerais. No ano
seguinte, a segunda usina, locali-
zada em Paty de Alferes (RJ), pas-
sou a responder pelo abasteci-
mento da sede da companhia.
Pelas contas do executivo, a eco-
nomia proporcionada pelas usi-
nas próprias foi de R$ 9 milhões e
menos 17 mil toneladas de CO2
lançadas na atmosfera. A energia
gerada no ano é suficiente para
abastecer cerca de 90 mil resi-
dências durante um mês.
Ao lado da gestão do consumo
de energia, o uso eficiente de re-
cursos hídricos está entre as prio-
ridades dos shoppings brasilei-
ros. No caso da Multiplan, diz
Giordano, são sete estações pró-
prias de tratamento de esgoto,
além de sistemas de reúso e de
captação de águas pluviais.
Na Aliansce Sonae +brMalls,
que administra 39 shoppings no
Brasil, 27 dos quais próprios, a
meta é chegar a 2030 com 100%
da água utilizada pelo sistema
de reúso, de acordo com a dire- Fonseca, da Aliansce Sonae +brMalls: mais negros em cargos de liderança
tora jurídica, Paula Fonseca. A
rede também está investindo na mentação (veja reportagem nes- Com seis marcas em seu portfó-
eficiência energética com a troca ta página). Segundo Fonseca, a lio, o grupo Almeida Júnior, de
da iluminação por lâmpadas de empresa quer ampliar a partici- Santa Catarina, por sua vez, se pre-
LED, que consomem menos pação de pessoas pretas e pardas para para reforçar sua governança.
energia. Atualmente, 96% das para 44% dos cargos de liderança A companhia está instituindo um
unidades compram energia re- — em 2022 eram 40% —, além de comitê de auditoria e gestão de ris-
novável no mercado livre. aumentar a presença de mulhe- cos e compliance e vai aderir às
A pauta ESG, porém, não se re-
sume a questões ambientais, que
res em postos de chefia. “O Brasil
não é um agressor ambiental,
práticas de governança corporati-
va do Novo Mercado da B3, que es-
incluem também a gestão de re- mas temos questões sociais mui- tabelece uma série de critérios de
síduos, especialmente os sólidos to graves e aí que vamos fazer a divulgações de resultados e de ou-
produzidos nas praças de ali- diferença”, afirma a executiva. tras ações administrativas.

Atos racistas mostram que inclusão precisa estar em pauta

Marina Lang
Para o Valor, do Rio
Com a popularização dos
smartphones e de câmeras de se-
gurança, denúncias de ataques
de cunho racista em ambientes
de shopping centers vêm ga-
nhando volume e levantando de-
bates sobre segurança e inclusão
de pessoas negras nesses locais.
Um caso recente tomou pro-
porções nacionais. O que era pa-
ra ser uma noite de relaxamento
e de enfrentamento do luto pela
recente perda do pai se tornou
um pesadelo para uma família de
mulheres negras em um bar no
Open Small The Square, shop-
ping a céu aberto em Cotia, re-
gião metropolitana de São Paulo.
Acompanhada de suas duas ir-
mãs, a cabeleireira Rozinei da Sil-
va Mendes, de 45 anos, dançava e
cantava no show da cantora Pau-
la Lima, também negra, quando
uma mulher começou a assediá-
la. A situação evoluiu a ponto da
mulher abordar o namorado da
vítima e questioná-lo sobre o
porquê dele estar acompanhado
de mulheres negras, chamá-la de
um adjetivo racista e imitar um
macaco diante delas.
Mendes chorou ao relembrar
da história, ocorrida no começo
de julho. “As pessoas têm que ter
respeito. Estamos em um mo-
“Há uma secção de
classes de quem
pertence ou não
àquele espaço”
José de Oliveira Jr.
mento de luto, de dor pela perda
do meu pai, e ela me xingou gra-
tuitamente”, desabafou ela ao
Valor. “O shopping não deu ne-
nhum tipo de assistência. Já sa-
biam que o ato estava acontecen-
do. Deveria ser tomada uma me-
dida para tirá-la de lá. Foram to-
talmente negligentes antes, du-
rante e depois. Não se sensibili-
zaram e não colaboraram.”
Advogado que assiste as víti-
mas, José Luiz de Oliveira Júnior
conta que a mulher foi indiciada,
mas segue em liberdade — a Lei
nº 14.532/2023, que equipara a
injúria racial ao crime de racis-
mo, prevê penas entre dois e cin-
co anos de prisão. “Chama aten-
ção a falta de treinamento da es-
trutura do shopping. Há uma
secção de classes no inconsciente
coletivo de quem pertence ou
não àquele espaço. O crime exis-
tiu, o restaurante colaborou e
forneceu as imagens, mas houve
não só omissão como leniência
ativa”, apontou. O advogado che-
gou a procurar o local oferecen-
do cursos para enfrentar o delito,
mas afirmou que a oferta foi re-
cusada. “Existe a sensação de que
o negro não é um consumidor.
Trata-se de um mecanismo de
poder econômico. Isso é fruto da
superestrutura da escravidão,
que perdurou por quase 400
anos na linha do tempo da hu-
manidade”, acrescentou.
Procurada pela reportagem, a
Associação Brasileira de Shop-
ping Centers (Abrasce) não in-
formou se há algum tipo de trei-
namento ou protocolo de com-
bate ao crime voltado aos mem-
bros. Em nota, o shopping Open
Small The Square disse que “não
compactua, como repudia qual-
quer ato discriminatório dentro
e fora de suas dependências”, e
informou que fará um curso de
reciclagem sobre o tema com
funcionários ainda neste mês.
Casos de racismo nesses am-
bientes se replicam pelo país. Dois
dias antes do episódio em que
Mendes foi vítima, um jornalista
de 44 anos foi expulso de um café
em um shopping de São Paulo. Em
janeiro, um jovem de 25 anos de-
nunciou que sofreu racismo em
um centro de Mogi das Cruzes (SP);
em maio, um de 26 anos disse que
foi expulso sem motivo de um es-
tabelecimento em Fortaleza (CE).
Humberto Adami, advogado es-
pecialista em questões raciais e
conselheiro da Ordem dos Advo-
gados do Brasil do Rio de Janeiro
(OAB-RJ), aponta que os malls, no
geral, são empresas muito grandes
que deveriam adotar medidas pa-
ra minimizar a exposição de seus
clientes negros. “Estamos falando
de uma tolerância com a ocorrên-
cia de crimes nos espaços. O que
eles poderiam fazer? Várias medi-
das, como sinalizações e campa-
nha de conscientização para a se-
gurança interna. Podem atuar em
outras direções, como diretrizes
sobre chamar a polícia para pren-
der em flagrante quem comete o
crime de racismo!”, aponta.
Ele também tece críticas à lei
aprovada neste ano. “Esticou a cor-
da para aumentar a pena, mas não
se prevê penas alternativas, como
prestação de serviços comunitá-
rios, que consigam dar alguma
sensação de repressão a esse crime.
Nenhum preso em flagrante per-
manece na prisão. A legislação de-
veria estabelecer medidas em esca-
la para que autoridades enqua-
drem o indiciado”, conclui.