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Apostila

HISTÓRIA DE
PERNAMBUCO
Vol. 2

CONCURSO POLÍCIA MILITAR

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

QUESTIONÁRIO DE HISTÓRIA

NordestHi Concursos
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO 03

QUESTÕES UPENET 04 - 23

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

OCUPAÇÃO PRÉ-COLONIAL EM PERNAMBUCO 24 - 25


CAPITANIAS HEREDITÁRIAS 26
ORGANIZAÇÃO POLÍTO-ADMINISTRATIVA 27

ECONOMIA 28

HISTÓRIA DE PERNAMBUCO INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA 29-30

PARA O CONCURSO DA "GUERRA DOS BÁRBAROS" 31

POLÍCIA MILITAR
GUERRA DOS MASCATES 32

LAVOURA AÇUCAREIRA E MÃO DE OBRA ESCRAVA 33


INDEPENDÊNCIA DO BRASIL 34
PRIMEIRO REINADO 35
PERNAMBUCO NO CONTEXTO DA INDEPENDÊNCIA 36-37
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR 38
SEGUNDO REINADO 39
REVOLUÇÃO PRAIERA 40
CRISE DA LAVOURA CANAVIERA 41
TRÁFICO DE ESCRAVOS EM PERNAMBUCO 42
COTIDIANO E RESISTÊNCIA ESCRAVA EM PERNAMBUCO 43

ABOLICIONISTAS E ABOLIÇÃO EM PERNAMBUCO 44

PRIMEIRA REPÚBLICA (1889-1930) 45-46


ERA VARGAS (1930 - 1945) 47-48

INTERVENTORIA DE AGAMENON MAGALHÃES 49

PRESIDENTES DO BRASIL A PARTIR DE 1964 50-54

MOVIMENTOS SOCIAIS E REPRESSÃO (1964-1985) 55

HERANÇA AFRO-DESCENDENTE EM PERNAMBUCO 56


DESENVOLVIDO POR
PROCESSO POLÍTICO EM PERNAMBUCO (2001-2015) 57
NORDESTHI CONCURSOS

WWW.YOUTUBE.COM/C/NORDESTHICON
CURSOS QUESTÕES DIVERSAS 58-67

+ QUESTÕES UPENET 68-73

SPOTIFY.COM/NORDESTHICONCURSOS
ANEXO
NHCONCURSOS.BLOGSPOT.COM
Edital 2018 Esquematizado 74

NORDESTHI.CURSOS@GMAIL.COM
APRESENTAÇÃO

Olá, concurseiro(a)! Como estão os estudos?

Sou o professor Jadson, administrador do

Canal NordestHi Concursos. Quero

parabenizá-lo(a) pela aquisição deste

material. Ele é o segundo volume da

Apostila de História de Pernambuco que foi

desenvolvida para o concurso da Polícia

HISTÓRIA DE PERNAMBUCO
Militar no ano de 2018.

Além do conteúdo que foi disponibilizado na


PARA O CONCURSO DA
POLÍCIA MILITAR
primeira versão, que teve como base aquele

Certame, esta nova edição está acrescida de

mais questões de História da banca

UPENET de provas que foram aplicadas

após o concurso de 2018. Também estão

contidas as que compuseram a prova da

PMPE 2018.

Em suma, aqui você encontrará o conteúdo

com a seguinte distribuição: questões

UPENET anteriores a prova 2018, e seus

respectivos gabaritos comentados; o

conteúdo programático daquele Edital;

questões de outras bancas e, por fim,

questões UPENET de seleções posteriores

ao último Certama.
DESENVOLVIDO POR
NORDESTHI CONCURSOS

Que este material possa ser um importante subsídio WWW.YOUTUBE.COM/C/NORDESTHICON


em seus estudos e um eficaz instrumento para
CURSOS
corroborar no êxito e sucesso da sua aprovação.

SPOTIFY.COM/NORDESTHICONCURSOS
Bons estudos,

NHCONCURSOS.BLOGSPOT.COM
Prof. Jadson

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NORDESTHI.CURSOS@GMAIL.COM
Junho de 2022, Maceió-AL.
Brasil Colônia
Capitanias Hereditárias
As constantes incursões de outras nações no território
português na América, principalmente franceses,
incentivou a proposta de colonização dessas terras. As
capitanias foram quatorze, embora divididas em maior
número de lotes. Começavam pelo litoral, e prosseguiram
com a mesma largura inicial para o ocidente, ou interior
da costa, até a linha divisória das possessões
portuguesas e espanholas acordada em Tordesilhas,
linha não demarcada até então, nem haveria possibilidade
de demarcação com os conhecimentos do tempo.
Aquele que recebia a doação das terras denominava-se
donatário. Constituía a autoridade máxima dentro da
própria capitania, tendo o compromisso de desenvolvê-la
com recursos próprios, embora não fosse o seu
proprietário. Elas eram hereditárias pois poderiam ser
transmitidas de pai para filho, mas não poderiam ser
vendida.
Essa relação era juridicamente instituída por meio de
dois documentos: a Carta de Doação, que conferia a
posse, e a Carta Foral que determinava direitos e deveres,
inclusive os tributos a serem pagos pelos colonos.
A Coroa detinha o monopólio do comércio do pau-
brasil e de especiarias. O donatário podia doar
sesmarias aos cristãos que pudessem colonizá-las e
defendê-las, tornando-se assim colonos.

Os donatários eram, em sua quase totalidade, fidalgos da Casa Real. Alguns deles tinham se distinguido
no desempenho de funções militares e navegações, como Duarte Coelho, Francisco Pereira Coutinho, Vasco
Fernandes Coutinho, Antônio Cardoso de Barros, Martim Afonso de Sousa e Pero Lopes de Sousa, enquanto
outros eram ligados à Coroa por terem ocupado importantes cargos na burocracia estatal, como João de
Barros e Jorge de Figueiredo Correia. A doação das capitanias se constituiu, dessa maneira, como uma
forma de o monarca recompensar aqueles que o tinham bem servido." (http://mapa.an.gov.br)
O donatário devia fundar vilas, distribuir terras a quem desejasse cultivá-las e construir engenhos. Além
da autoridade administrativa também exercia poder jurídico. O sistema foi bom para a Coroa, mas nem tanto
para os donatários. Estes enfrentavam desde o início grandes dificuldades, tendo de desenvolver a colônia
com poucos recursos, prejudicados pela distância de Portugal e os constantes ataques indígenas.
"O empreendimento colonizador teve êxito em apenas duas capitanias, São Vicente e Pernambuco.
Muitas não foram sequer colonizadas e em outras as iniciativas resultaram em uma colonização precária ou
redundaram em fracasso, que teve causas diversas, envolvendo, principalmente, conflitos com índios e
dissensões entre colonos ou destes com os donatários." (Arno Wehling. Formação do Brasil Colonial)

A Capitania da Baía de Todos os Santos, por morte de


seu donatário, foi vendida pela viúva à Coroa, para fins da
instalação da sede do governo-geral, com a fundação da
cidade do Salvador (1549). Um pouco mais tarde, ainda na
região, foram doadas em 1556: a ilha de Itaparica, a
D. António de Ataíde, conde de Castanheira,
constituindo a Capitania de Itaparica; a região do rio
Paraguaçu, a D. Álvaro da Costa, constituindo a Capitania
do Paraguaçu, também denominada como Capitania do
Recôncavo da Baia.

Trecho do Mapa de Luís Teixeira sobre as Capitanias Hereditárias. 1574.

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Brasil Colônia
Organização Político-administrativa
A colônia organizou-se em Feitorias, Capitanias Hereditárias
e Governo-Geral. As feitorias, mecanismos já estabelecidos na
costa da África e funcionava como entreposto comercial com os
nativos, não foram suficientes para proteger o litoral brasileiro
do contrabando e da invasão de outros países.
"As duas instituições básicas que, por sua natureza, estavam
destinadas a organizar a colonização do Brasil foram o Estado e
a Igreja Católica. Uma estava ligada à outra, sendo o catolicismo
reconhecido como religião do Estado. Ao Estado coube o papel
fundamental de garantir a soberania portuguesa sobre a
Colônia, dotá-la de uma administração, desenvolver uma política
de povoamento, resolver problemas básicos como o da mão-de-
obra, estabelecer o tipo de relacionamento que deveria existir
entre Metrópole e Colônia. A Igreja tinha em suas mãos a
educação das pessoas, o 'controle das almas' era um
instrumento muito eficaz para veicular a idéia geral de
obediência e mais restritamente de obediência ao poder do
Estado." (Boris Fausto. História do Brasil)
O fracasso das capitanias tornou mais claros os problemas
da precária administração da América lusitana. Em 1549
chegaram ao país o governador-geral e os jesuítas. A sua
primeira ação foi promover a construção de Salvador. Essa
cidade foi instituída como capital do Brasil, status que ocupou
durante mais de 200 anos. Sua localização geográfica era
estratégica pela posição centralizada na colônia, o que facilitaria
o contato com as diferentes capitanias e, na década seguinte, as
plantações de tabaco e de cana-de-açúcar no litoral começaram
a dar os primeiros sinais de sucesso.
A instituição do governo-geral iria representar um passo importante na organização administrativa da
colônia, mas essa medida não implicou na extinção das capitanias hereditárias, tendo como objetivo a
centralização da administração colonial.
Tomé de Sousa, primeiro governador-geral, chegou à Bahia acompanhado de mais de mil pessoas,
inclusive quatrocentos degredados, trazendo com ele longas instruções por escrito. Foram criados alguns
cargos, sendo os mais importantes o de ouvidor, a quem cabia administrar a justiça, o de capitão-mor,
responsável pela vigilância da costa, e o de provedor-mor, encarregado do controle e crescimento da
arrecadação. O governador-geral assumiu muitas funções que antes eram desempenhadas pelos
donatários. A partir de 1720, os governadores receberam o título de vice-reis. O governo-geral permaneceu
até a vinda da família real para o Brasil, em 1808.
" Em 1551, no governo de Tomé de Sousa, foi criado o 1º Bispado do Brasil, com sede na capitania real,
sendo nomeado bispo D. Pero Fernandes Sardinha. Foram também instaladas as Câmaras Municipais,
compostas pelos "homens bons": donos de terras, membros das milícias e do clero. Nesse período, ainda
foi introduzida, nessa capitania, a criação de gado e instalados engenhos. Com essas medidas, o governo
português pretendia reafirmar a soberania e a autoridade da metrópole e consolidar o processo
de colonização." (http://multirio.rio.rj.gov.br)
No governo de Duarte da Costa (1553-1558) foi fundado o Colégio de São Paulo, em 25 de janeiro de 1554,
pelos jesuítas Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, deu origem à cidade de São Paulo. Mem de Sá (1558-
1572), terceiro governador-geral, fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro em 1565; juntamente
com seu sobrinho, Estácio de Sá, expulsou os franceses do Rio de Janeiro. É considerado o melhor
governador-geral do século XVI.
Em 1763 a capital do Brasil foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro como consequência da
descoberta do ouro que colocou aquela cidade como principal ponto de entrada e saída das minas.

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Brasil Colônia
Economia
"Nos anos iniciais, entre 1500 a 1535, a principal atividade econômica
foi a extração do pau-brasil, obtido principalmente mediante troca com os
índios. As árvores não cresciam juntas em grandes áreas, mas se
encontravam dispersas. A medida que a madeira foi se esgotando no
litoral, os europeus passaram a recorrer aos índios para obtê-la. O
trabalho coletivo, especialmente a derrubada de árvores, era uma tarefa
comum na sociedade tupinambá. Assim, o corte do pau-brasil podia
integrar-se com relativa facilidade aos padrões tradicionais da vida
indígena. Os índios forneciam a madeira e, em menor escala, farinha de
mandioca, trocadas por peças de tecido, facas, canivetes e
quinquilharias." (Boris Fausto. História do Brasil)
A madeira também era extraída por outras nações, principalmente franceses. Pois estes não reconheciam
a partilha feita por Portugal e Espanha no Tratado de Tordesilhas(1494). Eles entraram no comércio do
paubrasil e praticaram a pirataria, ao longo de uma costa demasiado extensa para que pudesse ser
guarnecida pelas patrulhas portuguesas. Em momentos diversos, iriam mais tarde estabelecer-se na
Guanabara (1555-1560) e no Maranhão (1612-1615).
"Foi rápida a decadência da exploração do pau-brasil. Em alguns decênios esgotara-se o melhor das
matas costeiras que continham a preciosa árvore, e o negócio perdeu seu interesse. Assim mesmo
continuar-se-á a explorar esporadicamente o produto, sempre sob o regime do monopólio real, realizando
uma pequena exportação que durará até princípios do século XIX." ( Caio Prado Jr. História Econômica)
Porém, a atividade econômiica que
proporciona maiores margens de lucro
para a coroa portuguesa é a exploração
da cana-de-açúcar. O cultivo se iniciou
em São Vicente, em 1533, quando o
primeiro engenho foi montado. Logo se
percebeu o sucesso do cultivo, a boa
adaptação da planta ao ambiente
brasileiro e o modelo de exploração da
cana de açúcar se espalhou pelo litoral
brasileiro.

O pioneirismo coube ao Nordeste, principalmente as regiões de Pernambuco e Bahia. Nesses locais, os


engenhos se espalharam e obtiveram grande crescimento econômico. As relações entre a metrópole
portuguesa e a colônia brasileira eram baseada no Pacto Colonial, que
constituía um acordo unilateral imposto pela metrópole a sua colônia. Exclusivismo colonial é outro termo at
ribuído a esta relação. A colônia constituía uma fornecedora de matéria prima à metrópole e somente a ela
poderia vendê-la e somente dela comprar. A dinâmica de funcionamento da economia açucareira
funcionava por meio de um mecanismo denominado Sistema Plantation.
Grandes extensões de terras, os latifúndios, eram utilizados predominantemente para a plantação de um
produto, ou monocultura, utilizando a mão de obra escrava e tinha por finalidade a comercialização com o
mercado externo.
O declínio da produção açucareira ocorrerá após a expulsão dos holandeses do nordeste brasileiro em
1654, pois estes se instalaram nas Antilhas e tiveram êxito ocasionando concorrência no mercado e
consequente queda nos preços. A economia portuguesa na colônia brasileira irá retomar a expansão com a
descoberta do ouro no final do século XVII.
Ao lado do açúcar, o algodão e o fumo desempenharam importante papel para a economia das mais
importantes regiões baianas. Desde o século XVI a Bahia produziu e exportou algodão em menor quantidade
que o açúcar, já que o comércio, externo para o qual toda a colônia devia servir, interessa-se menos pelo
algodão, no momento. Em relação ao fumo, a Bahia manteve de estável a crescente a produção que não era
direcionada ao mercado europeu, mas sim ao africano. diversos outros produtos foram produzidos e
exportados pela Bahia nos séculos XVI,XVII e XVIII como couros, aguardente, mel, diversos grãos e
produtos da mandioca.

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Brasil Imperial

Independência do Brasil
A chegada de Dom João VI ao Brasil, em 1808, mais do que marcar
a transferência de uma Corte Real, transformou radicalmente a
condição da economia brasileira. Desobrigada de manter negócios
somente com Portugal, os grandes produtores agrícolas brasileiros
atingiram marcas de lucro mais significativas com a inserção de seus
produtos no livre-mercado. Além disso, a chegada dos produtos
ingleses ao Brasil estabelecia um novo padrão de vida e consumo no
país.
Em 1821, Dom João VI deixou o governo no Brasil nas mãos de D.
Pedro I para participar do processo de reforma política que tomava
conta de Portugal, desde 1820. Aqui no Brasil, essa mesma notícia
teve importantes conseqüências históricas. Entre os anos de 1821 e
1822, Dom Pedro I ocupou o cargo de príncipe regente do Brasil.

Durante seu governo, ficou claro o duplo caráter da Revolução do Porto: liberal, mas apenas para
Portugal, para o Brasil ela propunha a recolonização, sendo, portanto, conservadora. O projeto
recolonizador defendido pelas Cortes começou com medidas econômicas como a elevação das taxas
alfandegárias sobre produtos ingleses. Essa medida, que aparentemente representava esforço do governo
português para eliminar predominância inglesa no Brasil, revelava, por outro lado a intenção de
se recuperar o monopólio do comércio brasileiro. Também passaram a exigir o retorno de D. Pedro a
Portugal, assim como tinha ocorrido com D. João VI.
Os aristocratas brasileiros formaram o
Partido Brasileiro com o intuito de mobilizar
forças que preservassem seus interesses de
ordem econômica. Uma das primeiras
medidas desse novo partido foi agrupar um
conjunto de assinaturas que exigiam a
permanência de Dom Pedro no Brasil.
Vislumbrando o controle político sobre o
território brasileiro, Dom Pedro I, em 9 de
janeiro de 1822, declarou sua fidelidade aos
brasileiros no pronunciamento que ficou
conhecido como Dia do Fico.

Para as Cortes portuguesas que tentaram anular sua autoridade, determinando que as províncias
ficassem subordinadas diretamente a portugueses, D. Pedro lançou o “Cumpra-se“, isto é, nenhuma lei ou
decreto de Portugal teria validade sem a anuência do príncipe regente.
Com a popularidade de Dom Pedro I em alta, para benefício dos brasileiros que não queriam mais ser
colônia pela autonomia comercial já adquirida assim como os avanços obtidos desde a vinda da corte,
ficaram a seu favor e o príncipe ficou visto como um defensor do país.

Em junho de 1822, Dom Pedro resolveu compor uma Assembléia Constituinte que deveria formar um
conjunto de leis básicas a serem aplicadas em todo território nacional. Tal medida colocava em evidência a
diferença de interesses entre Brasil e Portugal. Em agosto, o governo português enviou um novo decreto
anulando as decisões tomadas pelo príncipe regente e exigindo seu imediato retorno. Aconselhado por José
Bonifácio e sua esposa, Dona Leopoldina, Dom Pedro não via alternativa a não ser a declaração de
independência. Naquela mesma tarde de 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, Dom Pedro I
proclamou o Brasil um país independente de Portugal.
Com a declaração da independência, uma série de regiões no Brasil demonstrou sua insatisfação e
rebelou-se contra o processo de independência. Eram movimentos “não adesistas”, isto é, movimentos que
eclodiram nas províncias que não aderiram ao processo de independência e que se mantiveram leais a
Portugal. Aconteceram campanhas militares e os combates contra as forças que não aderiram à
independência estenderam-se até 1824.

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Brasil Imperial

Primeiro Reinado(1822-1831)
De maneira informal a Inglaterra reconheceu a independência do Brasil, pois tinha interesse econômico
na relação entre os países. Os Estados Unidos reconheceram a independência do Brasil em 1824. O
reconhecimento de Portugal ocorreu em agosto de 1825 após um acordo em que o Brasil pagaria uma
indenização 2 milhões de libras.
O debate político central nos dois
primeiros anos após a independência do país
se concentrou em torno da aprovação de uma
constituição. A Constituinte começou a se
reunir no Rio de Janeiro em maio de 1823.
Logo surgiram desavenças entre a assembleia
e D. Pedro girando em torno do campo de
atribuições do Poder Executivo e do
Legislativo.
Os constituintes queriam que o Imperador
não tivesse o poder de dissolver a futura
Câmara dos Deputados, forçando assim,
Coroaçãp de D.Pedro I. Jean Baptiste Debret
quando julgasse necessário, novas eleições.
A disputa entre os três poderes acabou resultando na dissolução da Assembleia Constituinte por D.
Pedro, com apoio na tropa. Foram presos vários deputados. Logo a seguir, cuidou-se de elaborar um projeto
de Constituição que resultou no texto promulgado em 25 de março de 1824. A Constituição de 1824 vigorou
com algumas modificações até o fim do Império. Definiu o sistema político como monárquico, hereditário e
constitucional. A religião católica romana continuava a ser a religião oficial, permitindo-se apenas o culto
particular de outras religiões.
Um importante órgão da estrutura política era o Conselho de Estado, composto de conselheiros vitalícios
nomeados pelo Imperador dentre cidadãos brasileiros com idade mínima de 40 anos, renda não inferior 800
mil réis. A ideia da instituilção de um Poder Moderador provinha do escritor francês Benjamin Constant que
defendia a separação entre o Poder Executivo e o poder propriamente imperial, chamado neutro ou
moderador.

Os atos de D. Pedro I, dissolvendo a Constituinte e decretando uma Constituição, simbolizaram o


predomínio do Imperador, dos burocratas e comerciantes, muitos deles portugueses, que faziam parte do
círculo dos íntimos. Essa postura do Imperador desencadeou um movimento republicano e separatista em
Pernambuco: a Confederação do Equador. Ela não teve condições de se enraizar e de resistir militarmente às
tropas do governo, sendo derrotada nas várias províncias do Nordeste até terminar por completo em
novembro de 1824.
Muitos membros da elite brasileira se colocaram ao lado de D. Pedro, por desconfiarem do liberalismo,
por terem assumido cargos na administração e recebido títulos honoríficos, fartamente concedidos pelo
Imperador. Entretanto, no correr dos acontecimentos, os brasileiros foram engrossando cada vez mais as
críticas liberais, enquanto os portugueses se apegavam à figura do imperador. Na população urbana e no
Exército, o sentimento antiluso teve um forte poder mobilizador. Havia no ar uma suspeita de que Dom Pedro
tentaria voltar aos tempos do Reino Unido(1815-1822), especialmente porque com a morte de D. João VI, em
1826, abria-se a possibilidade de ele assumir também como filho mais velho, o trono português.
Em março de 1831, a temperatura política subiu no Rio de Janeiro. O imperador regressava de uma
viagem a Minas Gerais, onde fora recebido com a maior frieza. Os Portugueses decidiram realizar festejos
promovidos pela sociedade secreta Coluna do Trono para demonstrar-lhe seu apoio. Houve reação dos
brasileiros, daí nascendo os primeiros tumultos, que se prolongaram por cinco dias. Os comandantes
militares brasileiros de maior prestígio, como os irmãos Lima e Silva adeiram a revolta. Por fim, D. Pedro foi
forçado a abdicar em favor de seu filho, D. Pedro II, a 7 de abril de 1831.
O período posterior à abdicação de D. Pedro I é chamado de Regência porque nele o país foi regido por
figuras políticas em nome do Imperador até a maioridade antecipada deste, em 1840. A pricípio os regentes
eram três, passando a existir um único regente a partir de 1834.
(Texto adaptado de Boris Fausto: História do Brasil)

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Brasil Imperial

Segundo Reinado
A vitória de Pedro de Araújo Lima para a Regência Una, simbolizou o início
do "regresso". A palavra indica a atuação da corrente conservadora, desejosa
de "regressar" à centralização política e ao reforço da autoridade.
A antecipação da maioridade de D. Pedro II foi promovida pelo Congresso
através de uma intrepretação arranjada do Ato Adicional. Assim, ainda
adolescente, Pedro II assumiu aos 14 anos o trono do Brasil, em julho de 1840.
O Conselho de Estado foi reestabelecido e o Código de Processo Criminal
modificado, em 1841. Todo o aparelho administrativo e judiciário voltou às
mãos do governo central, com exceção dos juízes de paz.
O processo de centralização política e de reforço da figura do imperador-
objetivos principais do "regresso"- completou-se com a reforma da Guarda
Nacional. Os oficiais passaram a ser escolhidos pelo governo central ou pelos
presidentes de província, aumentando-se as exigências de renda para
assumirem os postos.
Em 1848, irrompeu em Pernambuco a Revolução Praieira. A denominação deriva de um jornal liberal cuja
sede ficava na rua da Praia. O ano de 1848 não foi um ano qualquer, pois em seu curso uma série de
revoluções democráticas varreu a Europa. Em Olinda e Recife respirava-se o que um autor anônimo,
adversário das revoluções, chamara muitos anos antes de "maligno vapor pernambucano". O vapor se
compunha agora também de crítica social e ideias socialistas. A Praieira não era porém uma revolução
socialista. Precedida por manifestações contra os portugueses, das quais originaram-se várias mortes no
Recife, teve como base, no campo, senhores de engenho ligados ao partido liberal. A Praieira foi a última
das rebeliões provinciais.
O tema da centralização ou da descentralização do poder dividiu conservadores e liberais. As medidas do
"regresso" e a maioridade de D. Pedro, promovida pelos próprios liberais, assinalaram a vitória do modelo
centralizador. Daí pra frente, os dois partidos aderiram a ele, embora os liberais insistissem da boca para
fora em defender a descentralização.
Em torno de 1870 as transformações socioeconômicas haviam gerado uma classe baseada na produção
cafeeira que assumiu com tada a consequência um dos aspectos principais da descentralização: a defesa da
autonomia provincial. Ao mesmo tempo, entre grupos de base social diversa, como burguesia cafeeira e a
classe média urbana, surgia uma convicção nova. Ela consistia na descrença de que reformas
descentralizadoras ou de ampliação da representação política pudesse ocorrer nos quadros da Monarquia.
Nascia assim o movimento republicano. Do ponto de vista socioeconômico, o complexo cafeeiro abrangia
um leque de atividades que deslocou definitivamente o polo dinâmico do país para o centro-sul.
A partir da década de 1870, começou a surgir uma série de sintomas de crise no Segundo Reinado, como
o início do movimento republicano e os atritos do governo imperial com o Exército e a Igreja. Além disso, o
encaminhamento do problema da escravidão provocou desgastes nas relações entre o Estado e as suas
bases sociais de apoio.
A extinção da escravatura foi encaminhada por etapas até o final, em 1888. A maior controvérsia quanto
às medidas legais não ocorreu em 1888, mas quando o governo propôs a chamada Lei do Ventre Livre, em
1871. Essa lei tornava os filhos das escravas livres nascidos a partir daquela data.
A partir de 1880 o movimento abolicionista ganhou força, com a aparição de
associações, jornais e o avanço da propaganda em geral. Enquanto o
abolicionismo crescia, as províncias do Norte se desinteressavam da
manutenção do sistema escravista, a ponto de o Ceará ter declarado extinta a
escravidão por conta própria, em 1884.
O fim do regime monárquico resultou de uma série de fatores cujo peso não é
idêntico. Duas forças, de características muito diversas, devem ser ressaltadas:
o Exército e um setor expressivo da burguesia cafeeira de São Paulo, organizado
politicamente no Partido Republicano Paulista. O Episódio de 15 de novembro
nasceu da iniciativa quase exclusiva do Exército, que deu um pequeno mas
decisivo empurrão para apressar a queda da Monarquia. (Texto adaptado de
Boris Fausto: História do Brasil)

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Brasil República
Primeira República(1889-1930
Governo Provisório - Assembleia Constituinte - Presidência de Deodoro da Fonseca
Os militares tiveram bastante influência nos primeiros anos
da República. O marechal Deodoro da Fonseca, que a
proclamou em 15 de novembro de 1889, tornou-se chefe do
Governo Provisório e algumas dezenas de oficiais foram
eleitos para o Congresso Constituinte. Mas não constituiam um
grupo homogêneo. Havia rivalidade entre o Exército e a
Marinha. Além da rivalidade existente entre os grupos no
interior do Exército. Mas eles se aproximavam em um ponto
fundamental: não expressavam os interesses de uma classe
social, como era o caso dos defensores da República liberal. Benedito Calixto. Proclamação da República.

Eram sim, antes de mais nada, os porta-vozes de uma instituição que era parte do aparelho do Estado.
Pela natureza de suas funções, pelo tipo de cultura desenvolvida no interior da instituição, os oficiais do
Exército, positivistas ou não, situavam-se como adversários do liberalismo. Para eles, a República deveria
ser dotada de um Poder Executivo forte ou passar por uma fase mais ou menos prolongada de ditadura. A
autonomia das províncias tinha um sentido suspeito, não só por servir aos interesses dos grandes
proprietários rurais como por envolver o risco de fragmentar o país.
Os partidários da República liberal apressaram-se em garantir a
convocação de uma Assembleia Constituinte, temerosos do prolongamento
de uma semiditadura sob o comando pessoal de Deodoro. O novo regime fora
recebido com desconfiança na Europa e era necessário dar uma forma
constitucional ao país para garantir o reconhecimento da República e
obtenção de créditos no exterior. A primeira Constituição republicana,
promulgada em fevereiro de 1891, inspirou-se no modelo norte-americano,
consagrando a República federativa liberal.
A Constituição inaugurou o sistema presidencialista de governo. O Poder
Executivo, que antes coubera ao Imperador, seria exercido por um presidente
da República, eleito por um período de quatro anos. O Legislativo foi dividido
Marechal Deodoro da Fonseca em Câmara do Deputados e Senado, este cargo deixou de ser vitalício.
Fixou-se o sistema do voto direto e universal, suprimindo-se o censo econômico. Foram considerados
eleitores todos os cidadãos brasileiros maiores de 21 anos, excluídas certas categorias, como os
analfabetos, os mendigos, os praças. A Constituição não faz referência às mulheres, mas considerou-se
implicitamente que elas estavam impedidas de votar. Estado e Igreja passaram a ser instituições separadas.
O primeiro ano da República foi marcado por uma febre de negócios e de especulação financeira, como
consequência de fortes emissões e facilidade de crédito. De fato, o meio circulante era incompatível com as
novas realidades do trabalho assalariado e do ingresso em massa de imigrantes. Formaram-se muitas
empresas, algumas reais outras fantasmas. A especulação cresceu nas Bolsas de Valores e o custo de vida
subiu fortemente. No início de 1891 veio a crise, com a derrubada do preço das ações, a falência de
estabelecimentos bancários e empresas. Essa crise ficou conhecida por Encilhamento.
Em plena crise, o Congresso elegeu Deodoro da Fonseca para a Presidência da República e Floriano para
a Vice-Presidência. Deodoro entrou em choque com o congresso ao pretender reforçar o Poder Executivo,
tendo como modelo o extinto Poder Moderador. Fechou o Congresso, prometendo para o futuro novas
eleições e uma revisão da Constituição visando fortalecer o Poder Executivo e reduzir a autonomia dos
Estados. O êxito dos planos de Deodoro dependia da unidade das Forças Armadas, o que não ocorria.
O almirante Custódio de Melo aponta os canhões dos navios que estão na Baía de Guanabara para a
capital federal, Rio de Janeiro, exigindo a renúncia de Deodoro. Perante a reação dos florianistas, da
oposição civil e de setores da Marinha, Deodoro acabou renunciando em 23 de novembro de 1891. Subia ao
poder o vice-presidente Floriano Peixoto. Floriano passaria à história como Marechal de Ferro, por ter
enfrentado com êxito movimentos armados de expressão como a Revolução Federalista no Sul do país e a
Revolta da Armada e ter procedido à derrubada de quase todos os governadores de estado.
(Texto adaptado de Boris Fausto: História do Brasil e Jorge Ferreira: O Brasil Republicano)

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Era Vargas (1930-1945)


Em 1929, iniciou-se um novo processo de sucessão presidencial. Tudo indicava que as regras que
norteavam o funcionamento da política até então seriam mais uma vez cumpridas: as forças da situação, por
meio do presidente da República, indicariam um candidato oficial, que deveria ser apoiado por todos os
grupos dominantes nos estados. Dessa vez, contudo, a cisão se processaria no cerne do próprio grupo
dominante. Washington Luís, resolvido a fazer sucessor, indicou Júlio Prestes, paulista como ele e então
presidente do estado, como candidato oficial. Com isso, rompia-se o acordo tácito com Minas, que esperava
ocupar a Presidência da República.
Nesse contexto, em julho de 1929, contando com o apoio mineiro, foi lançada a candidatura de Getúlio
Vargas, governador do Rio Grande do Sul, tendo como vice na chapa dissidente o governador da Paraíba,
João Pessoa. Estava formada a Aliança Liberal, uma coligação de forças políticas e partidárias pró-Vargas. A
acirrada disputa eleitoral foi agravada pela profunda crise econômica mundial provocada pela quebra, em
outubro de 1929, da bolsa de Nova York. Fábricas fecharam no Rio de Janeiro e em São Paulo. A agricultura
cafeeira foi atingida fortemente pela queda dos do café.
As eleições se realizaram em março de 1930 e a vitória
coube a Júlio Prestes. Passadas as eleições,, setores da
Aliança Liberal, inconformados com a derrota, buscaram
uma aproximação com lideranças do movimento
tenentista que, embora derrotados, continuavam sendo
uma força importante por sua experiência militar e
prestígio.
Um acontecimento inesperado deu força à
conspiração revolucionária. Em 26 de julho de 1930, o
candidato a vice da Aliança Liberal, João Pessoa, foi
assassinado em Recife. Embora a razões do crime
tenham sido passionais, e não políticas, ele foi
transformado em mártir do movimento que se articulava.
Nos meses seguintes a conspiração recrudesceu com a
Getúlio Vargas(1930) adesão de importantes quadros do Exército.
A conspiração acabou estourando em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul no dia 3 de outubro de 1930.
Em seguida, ela se alastrou para vários estados do Nordeste. Foi constituída uma Junta Provisória de
Governo, que tentou permanecer no poder mas a pressão das forças revolucionárias vindas do sul e das
manifestações populares obrigaram-na a entregar o país a Getúlio Vargas, empossado na Presidência da
República em novembro de 1930, dando início a uma nova fase da história política brasileira.
As primeiras medidas adotadas pelo Governo Provisório foram intervencionistas e centralizadoras,
inspiradas nas reivindicações dos setores tenentistas. Entre eles estava o Sistema de Interventorias.
Diferentemente do pré-1930, quando o governo era eleito e próximo das classes dominantes locais, no pos-
1930 o interventor era nomeado e subordinado diretamente ao presidente da República.
Na área social, o Governo Provisório também fez investimentos significativos. Ainda em novembro de
1930 foram criados o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio, chamado Ministério da Revolução, e o
Ministério da Educação e Saúde Pública. Foi promulgado uma série de decretos e leis de proteção ao
trabalhador. Num primeiro momento, trabalhadores e patrões resistiram à política trabalhista de Vargas.
Mas aos poucos as resistências foram diminuindo. Ao mesmo tempo que afastava antigas lideranças
operárias, anarquistas e comunistas, comprometidas com a autonomia sindical do passado, o governo
estimulava a emergência de novas lideranças que pudessem compactuar com o seu projeto.
No campo econômico, as medidas adotadas no imediato pós-1930 também foram centralizadoras e
intervencionistas. O governo desejava exercer um controle maior sobre a produção e comercialização dos
principais produtos agrícolas brasileiros. O primeiro semestre de 1932 foi marcado por agitações e crises
sucessivas no meios civis e militares. Pressionado, em fevereiro, o governo editou o Código Eleitoral.
Em julho de 1932 eclodiu a revolução constitucionalista em São Paulo. Os paulistas exigiam o fim do
regime ditatorial e maior autonomia. No dia 2 de outubro, os paulistas cercados por tropas federais se
renderam. Mas apesar da derrota militar, tiveram ganhos políticos.

(Texto adaptado de Marieta de Moraes Ferreira: A Crise dos anos 1920 e a Revolução de 1930; Dulce Chaves
Pandolfi: Os anos 1930 e as incertezas do regime)

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Dominada a Revolução Constitucionalista, no final do
ano de 1932 e começo de 1933 a campanha eleitoral para a
Assembléia Nacional Constituinte tomou conta do país. As
forças políticas se reorganizaram para aquela que seria a
primeira eleição desde a vitória da Revolução de 1930. A
Assembléia Nacional Constituinte instalou-se em novembro
de 1933.
Após oito meses de discussões, finalmente, no dia 16 de
julho de 1934, foi promulgada a nova Constituição. A
importância dos estados foi assegurada pela vitória do
princípio federalista. A Constituição estabeleceu que a
primeira eleição presidencial após sua promulgação seria
feita indiretamente, pelo voto dos membros da Assembléia
Nacional Constituinte. Assembleia Nacional Constituinte de 1934 (Imagem CPDOC)

As futuras eleições deveriam realizar-se pelo voto direto. No dia 17 de julho Getúlio Vargas foi eleito. A
Constituição de 1934 teve vida curta. Ao mesmo tempo em que tentou estabelecer uma ordem liberal e
moderna, buscou também fortalecer o Estado e seu papel diretor na esfera econômico-social. O resultado
não agradou a Vargas, que se sentiu tolhido em seu raio de ação pela nova carta. Em seu primeiro
pronunciamento, Getúlio tornou pública sua insatisfação; em círculos privados, chegou a afirmar que estava
disposto a ser o "primeiro revisor da Constituição".
As futuras eleições deveriam realizar-se pelo voto direto. No dia 17 de julho Getúlio Vargas foi eleito. A
Constituição de 1934 teve vida curta. Ao mesmo tempo em que tentou estabelecer uma ordem liberal e
moderna, buscou também fortalecer o Estado e seu papel diretor na esfera econômico-social. O resultado
não agradou a Vargas, que se sentiu tolhido em seu raio de ação pela nova carta. Em seu primeiro
pronunciamento, Getúlio tornou pública sua insatisfação; em círculos privados, chegou a afirmar que estava
disposto a ser o "primeiro revisor da Constituição".
Os meses que se seguiram à promulgação da Constituição foram marcados pelo avanço do movimento
sindical e pela radicalização política. A partir de abril de 1935, com a aprovação pelo Congresso da Lei de
Segurança Nacional - que deu carta branca ao governo para combater os subversivos, essa política
intervencionista recebeu um novo impulso, prolongando-se até a década de 1940, em pleno Estado Novo.
O período autoritário que ficou conhecido como Estado Novo teve
início no dia 10 de novembro de 1937 com um golpe liderado pelo
próprio presidente Getúlio Vargas e apoiado, entre outros, pelo
general Góes Monteiro. Para que ele fosse possível, foi preciso
eliminar as resistências existentes nos meios civis e militares e
formar um núcleo coeso em torno da idéia da continuidade de Vargas
no poder. Esse processo se desenvolveu, principalmente, ao longo
dos anos de 1936 e 1937, impulsionado pelo combate ao comunismo
e por uma campanha para a neutralização do então governador
gaúcho Flores da Cunha, considerado, por seu poder político e
militar, um obstáculo ao continuísmo de Vargas e à consolidação de
um Exército forte, unificado e impermeável à política.
Para o Estado Novo, a entrada do Brasil na guerra ao lado dos Aliados teve efeitos contraditórios. De um
lado, o regime ganhou tempo. O estado de guerra representava um bom argumento para o governo adiar por
tempo indeterminado a consulta popular que deveria validar a Constituição de 1937. De outro, a opção por
lutar contra o nazi-fascismo colocou em xeque a manutenção de uma ditadura no país. A partir de 1943 a
oposição passou a se movimentar com maior desenvoltura, a despeito da ação da censura e de outros
órgãos repressivos. Durante todo o ano sucederam-se passeatas de estudantes, promovidas pela UNE,
contra o nazi-fascismo. As oposições procuraram aproveitar o desgaste do governo decorrente dessa
contradição para retomar a iniciativa. Foi nesse quadro de redefinições que o Estado Novo entrou em crise e
finalmente caiu em outubro de 1945. No dia 29 de outubro, Getúlio Vargas foi deposto pelo Alto Comando do
Exército. No dia seguinte, José Linhares, presidente do Supremo Tribunal Federal, assumiu a presidência da
República, para transmiti-la, em janeiro de 1946, ao candidato vitorioso nas eleições, Eurico Dutra.

Fonte: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/apresentacao

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Os Presidentes do Brasil de 1964 à atualidade


João Belchior Marques Goulart (7.9.1961 - 31.3.1964) - O presidente João Goulart assumiu a presidência do
país sob regime parlamentarista, tendo como primeiro-ministro Tancredo Neves. Em 1964, em meio às
tensões sociais e à pressão externa, precipitaram-se os acontecimentos. Em 13 de março, o presidente
discursou na Central do Brasil para 150 mil pessoas, anunciando reformas como a encampação de refinarias
particulares de petróleo. Em 19 de março, realizou-se, no Rio de Janeiro, a Marcha da Família com Deus pela
Liberdade, organizada pela Campanha da Mulher pela Democracia (Camde) e a Sociedade Rural Brasileira
(SBR), entre outras entidades. A marcha tinha como objetivo mobilizar a opinião pública contra a política
desenvolvida pelo governo de Jango, que conduziria, de acordo com seus opositores, à implantação do
comunismo no Brasil. Em 25 de março ocorreu a Revolta dos Marinheiros, quando marinheiros e fuzileiros
navais contrariaram ordens do ministro da Marinha e foram, posteriormente, anistiados por Goulart,
acirrando as tensões entre seu governo e os setores militares. No dia 30 de março, o presidente compareceu
a uma reunião de sargentos, discursando em prol das reformas pretendidas pelo governo e invocando o
apoio das forças armadas. Em 31 de março de 1964, o comandante da 4ª Região Militar, sediada em Juiz de
Fora, Minas Gerais, iniciou a movimentação de tropas em direção ao Rio de Janeiro. A despeito de algumas
tentativas de resistência, o presidente Goulart reconheceu a impossibilidade de oposição ao movimento
militar que o destituiu. O novo governo foi reconhecido pelo presidente norte-americano, Lyndon Johnson,
poucas horas após tomar o poder.
Pascoal Ranieri Mazzilli (2.4.1964 - 15.4.1964) - Em 2 de abril de 1964, o presidente da Câmara dos
Deputados, Ranieri Mazzilli, assumiu a presidência da República, por ocasião do golpe político-militar que
depôs o presidente João Goulart. Apesar disso, o poder de fato passou a ser exercido por uma junta,
autodenominada Comando Supremo da Revolução, composta pelo general Artur da Costa e Silva, almirante
Augusto Rademaker Grünewald e brigadeiro Francisco de Assis Correia de Melo. O regime instaurado com o
golpe de 1964 apresentava-se como uma intervenção militar de caráter provisório, que pretendia reinstaurar
a ordem social e retomar o crescimento econômico, contendo o avanço do comunismo e da corrupção.
No dia 9 de abril, o Comando Supremo baixou o ato institucional no 1 (AI-1). Redigido pelo jurista Francisco
Campos, o ato estabelecia: eleições indiretas para presidente da República; suspensão temporária da
estabilidade dos funcionários públicos; suspensão da imunidade parlamentar e cassação de mandatos
eletivos; suspensão dos direitos políticos por dez anos; fortalecimento do poder do presidente da
República, que poderia apresentar projetos de lei e emendas constitucionais que deveriam ser votadas em
trinta dias, do contrário seriam aprovadas por decurso de prazo; e decretação do estado de sítio sem
aprovação parlamentar.
Humberto de Alencar Castelo Branco (15.4.1964 - 15.3.1967) - O governo de Castelo Branco foi marcado pela
criação de um aparato legal que procurou legitimar o progressivo endurecimento do regime. As sucessivas
manifestações de oposição ao governo resultaram em intervenção em sindicatos, extinção de entidades de
representação estudantis, invasão de universidades, detenções e prisões indiscriminadas. Para muitos, a
saída foi o exílio. Uma das primeiras medidas do governo foi o rompimento de relações diplomáticas com
Cuba, assinalando a mudança de orientação da política externa brasileira, que passaria a buscar apoio
econômico, político e militar nos Estados Unidos.
Em janeiro de 1967 entrou em vigor a nova Constituição federal, que seria duramente criticada nos meios
políticos e praticamente derrogada, em dezembro de 1968, pelo ato institucional no 5. Em fevereiro de 1967
foi baixado o decreto que autorizou a entrada em circulação do cruzeiro novo, a nova unidade monetária e,
em março, entraram em vigor duas importantes leis que definiram os limites do novo regime: a Lei de
Imprensa, que restringia a liberdade de expressão, e a Lei de Segurança Nacional, que definiu os crimes
contra a segurança nacional e a ordem política e social.
Artur da Costa e Silva (15.3.1967 - 31.8.1969) Os dois primeiros anos do governo Costa e Silva foram de
intensa atividade política, pois crescia o movimento de oposição ao regime militar. O Partido Comunista
Brasileiro, reunido em seu VI Congresso, condenou a opção pela luta armada como forma de combate ao
governo, dando origem a várias dissidências na esquerda brasileira. Em 1967 foi descoberto o foco de
guerrilha rural na serra de Caparaó, Minas Gerais. O ano de 1968 foi marcado pela intensificação dos
protestos e a imediata reação do governo. Em setembro, o deputado Márcio Moreira Alves, do MDB,
discursou na Câmara dos Deputados, responsabilizando os militares pelas violências praticadas contra os
estudantes. Seu pronunciamento foi considerado ofensivo às forças armadas e resultou no pedido de
cassação de seu mandato pelo governo, negado pela Câmara dos Deputados em 13 de dezembro de 1968.

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A derrota do governo no episódio Moreira Alves e a intensificação das manifestações contra o regime
militar levaram à promulgação, ainda em 13 de dezembro, do ato institucional no 5 (AI-5), que ampliou os
poderes presidenciais, possibilitando: o fechamento do Legislativo pelo presidente da República, a
suspensão dos direitos políticos e g arantias constitucionais, a intervenção federal em estados e
municípios, a demissão e aposentadoria de funcionários públicos, entre outras medidas. O fechamento do
Congresso foi acompanhado pela cassação de diversos parlamentares.
Em 30 de agosto de 1969, Artur da Costa e Silva foi afastado da presidência da República, em virtude de
uma trombose cerebral. Como o Alto Comando das Forças Armadas temesse a reabertura do Congresso e a
suspensão dos atos institucionais em vigor, foi editado em 31 de agosto o ato institucional no 12 (AI-12), que
impedia a posse do vice-presidente Pedro Aleixo, sucessor natural de Costa e Silva, e dava posse à junta
militar. Em outubro, a junta editou o AI-16, que declarava extinto o mandato do presidente Costa e Silva e de
seu vice Pedro Aleixo, estabelecendo, ainda, um calendário para a nova eleição presidencial.
Emílio Garrastazu Médici (30.10.1969 - 15.3.1974) O período foi marcado pelo recrudescimento da repressão
política, da censura aos meios de comunicação e pelas denúncias de tortura aos presos políticos. A
esquerda intensificou sua ação, com várias organizações optando pela luta armada. Durante o governo
Médici, foram combatidos dois focos de guer rilha rural: Ribeira, em São Paulo, e Araguaia, no Pará.
Verificou-se também a intensificação da guerrilha urbana, com assaltos a bancos, sequestro de aviões e de
diplomatas estrangeiros. Em resposta à radicalização das organizações armadas de esquerda, o governo
transferiu o comando das operações repressivas para a recém-criada Operação Bandeirantes (Oban), em
São Paulo, que passou a se chamar Comando de Operações de Defesa Interna (CODI) e coordenava as
atividades dos Departamentos de Operações e Informações (DOIs). O aparato repressivo do governo
contava, ainda, com os centros de informação das forças armadas: o Ciex, do Exército, o Cenimar, da
Marinha, e o Cisa, da Aeronáutica. Nesse período, assistiu-se à desestruturação das organizações de
esquerda, com a prisão, exílio ou morte de seus principais líderes.
Na área econômica, numa conjuntura internacional favorável, observou-se o chamado “milagre
brasileiro”, que consistiu na grande expansão da economia brasileira, expressa no vertiginoso crescimento
do PIB, na estabilização dos índices inflacionários, na expansão da indústria, do emprego e do mercado
interno.
Ernesto Geisel (15.3.1974 - 15.3.1979) O governo Geisel foi marcado, desde seu início, pelo processo
denominado pelo próprio presidente como de distensão lenta, gradual e segura, com vistas à reimplantação
do sistema democrático no país. O binômio desenvolvimento e segurança, formulado pela ESG, foi mantido
durante seu governo, caracterizado pela convivência entre uma política de tendência liberalizante e a
atuação dos órgãos de segurança implantados após o golpe militar de 1964.
Em 1974, o governo permitiu a realização de propaganda eleitoral, proibida desde a edição do AI-5, e os
candidatos do MDB à Câmara dos Deputados e ao Senado obtiveram uma expressiva vitória nos principais
estados do país, aumentando consideravelmente a bancada oposicionista nas duas casas. As iniciativas
liberalizantes não evitaram, entretanto, os recuos autoritários do governo, registrando-se, durante todo o
período Geisel, a repressão às organizações clandestinas e ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a
utilização, em diversas ocasiões, do AI-5.
No que se refere à política econômica, as principais metas do governo Geisel foram estabelecidas no II
Plano Nacional de Desenvolvimento, que priorizava os investimentos no setor energético e em indústrias
básicas, com o intuito de adequar a economia à crise internacional do petróleo e ao estágio de
desenvolvimento industrial do país, e de reduzir o capital estrangeiro em setores considerados
infraestruturais. Nesse sentido, foi lançado, em 1975, o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) e assinado
o acordo nuclear Brasil-Alemanha. Em 31 de dezembro de 1978, o presidente Geisel revogou o AI-5, dando
um passo decisivo no processo de redemocratização do país.
João Batista de Oliveira Figueiredo (15.3.1979 - 15.3.1985) O general Figueiredo assumiu a presidência da
República reafirmando o projeto de abertura política iniciado no governo anterior. Em agosto de 1979 foi
aprovada a Lei de Anistia que, apesar das restrições, beneficiou cidadãos destituídos de seus empregos,
presos políticos, parlamentares cassados desde 1964, permitindo a volta de exilados ao país. Foram também
anistiados os responsáveis pelos excessos cometidos em nome do governo e da segurança nacional. Em
novembro, foi aprovada pelo Congresso Nacional a nova Lei Orgânica dos Partidos que extinguia o
bipartidarismo. Em 1980, verificaram-se reações ao processo de abertura do regime, quando grupos de
direita foram responsabilizados por atentados a bomba em bancas de jornais que vendiam periódicos de
esquerda.

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No que diz respeito à política econômica, registrou-se, durante o governo Figueiredo, o esgotamento do
modelo econômico adotado pelos governos militares, agravado pela nova crise do petróleo em 1979 e a
elevação dos juros no mercado internacional. Em 1979, o governo congelou as importações de petróleo e
criou o Conselho Nacional de Energia. Intensificaram-se, nesse período, as atividades do Proálcool e
estenderam-se os contratos de risco com empresas estrangeiras para a prospecção de petróleo a todo o
território nacional. Em 1981, o aumento da dívida externa, que girava em torno de 61 bilhões de dólares,
associado ao crescimento negativo do PIB e aos altos índices inflacionários geraram o fenômeno
denominado pelos economistas como estagflação, ou seja, estagnação das atividades econômicas e
produtivas aliada à inflação dos preços.
Em 1983 formou-se uma frente única que reuniu partidos e entidades de oposição numa campanha que
tomou o país, reivindicando eleições diretas para a presidência da República, era a campanha das “Diretas
já”. A emenda constitucional das diretas, de autoria do deputado peemedebista Dante de Oliveira, foi
derrotada na Câmara em abril de 1984. Em janeiro de 1985, Tancredo Neves e José Sarney foram eleitos
indiretamente pelo Colégio Eleitoral, respectivamente, presidente e vice-presidente da República, derrotando
os candidatos governistas Paulo Maluf e Flávio Marcílio.
José Sarney (15.3.1985 - 15.3.1990) O governo do presidente Sarney foi marcado, sobretudo, por duas
grandes tarefas que se impunham ao país: reconstruir a democracia e enfrentar a crise inflacionária. Assim,
em 1o de fevereiro de 1987 instalava-se a Assembleia Nacional Constituinte, iniciando suas atividades sob a
liderança do deputado Ulisses Guimarães. A nova Constituição foi promulgada em 5 de outubro de 1988,
tendo sido a mais democrática da história brasileira. A Carta estabeleceu eleições diretas em dois turnos
para presidente, governadores e prefeitos, adotou o presidencialismo como forma de governo, afirmou a
independência dos três poderes, restringiu a atuação das forças armadas, estendeu o voto aos analfabetos e
maiores de 16 anos, universalizou o direito de greve, entre diversas outras garantias civis, sociais e
trabalhistas, deixando lacunas, no entanto, no que se refere à reforma agrária.
No plano econômico, o governo Sarney anunciou, em 1o de março de 1986, uma ampla reforma monetária
que ficou conhecida como Plano Cruzado, em referência à nova moeda implantada. O Brasil vivia então os
efeitos da crise que atingiu amplamente a América Latina na década de 1980, quando o aumento da taxa de
juros americana e a recessão mundial atingiram as exportações br asileiras. Em consequência, verificou-se
a diminuição dos investimentos públicos, traduzidos em cortes orçamentários, e a retração da iniciativa
privada, dadas as altas taxas de juros e a reduzida perspectiva de consumo. Na política externa, foram
reatadas relações diplomáticas com Cuba e assinado o protocolo do Mercosul, em conjunto com a Argentina
e o Uruguai.
Fernando Afonso Collor de Melo (15.3.1990 - 2.10.1992) No primeiro dia de governo o presidente anunciou o
plano econômico de combate à inflação que confiscou provisoriamente contas de poupança, contas
correntes e outras aplicações financeiras, a partir de determinado valor. O programa de governo estabeleceu
também a extinção de órgãos públicos, a demissão e a disponibilidade de funcionários públicos federais,
além de promover a privatização de inúmeras empresas públicas. O enxugamento do meio circulante
reduziu drasticamente a inflação, e o déficit fiscal foi igualmente diminuído. A eliminação das tarifas
aduaneiras, uma das medidas implementadas pela equipe econômica chefiada por Zélia Cardoso de Melo,
ministra da Economia, teve grande impacto nas importações brasileiras, que, além de aumentarem,
passaram a incluir uma pauta de produtos supérfluos. O caráter pouco competitivo da indústria brasileira e a
valorização do cruzeiro, cotado acima da moeda americana, levariam à redução das exportações e à
diminuição das vendas no mercado interno. Anunciou-se, assim, uma recessão econômica, com a queda da
produção industrial do país, a expansão do desemprego e a redução do PIB de 453 bilhões de dólares, em
1989, para 433 bilhões em 1990.
Implementada com base em inúmeras medidas provisórias, a política econômica deu sinais de
esgotamento com a volta da inflação no final de 1990, o que obrigou o governo a instituir o chamado Plano
Collor II, em janeiro de 1991. Intensificou-se, então, a política de juros altos, a desindexação da economia, a
abertura para o mercado externo e o incentivo às importações. Essas medidas provocaram um “choque” na
indústria nacional, levando a uma crescente automação dos setores industrial e bancário, e à consequente
liberação de mão de obra e ao desemprego tecnológico. De modo geral, o projeto de “modernização”
implementado pelo governo, visando à diminuição de gastos públicos e o incentivo à economia de mercado,
ajustava-se à ideia de “Estado mínimo” e à nova ordem mundial que se impôs com o término da Guerra Fria,
conceituada como neoliberal.

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Em 1992 foi denunciada na imprensa a existência de um esquema de corrupção no governo, comandado por
Paulo César Farias, extesoureiro da campanha presidencial de Collor. A CPI instalada para investigar as
denúncias encerraria seus trabalhos recomendando o afastamento de Collor da presidência. Respaldada por
maciço apoio popular, a abertura do processo de impeachment foi proposta, então, pelos presidentes da
Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), e aprovada pela
Câmara dos Deputados em 29 de setembro de 1992. Afastado do cargo após a votação na Câmara, Collor foi
substituído interinamente pelo vicepresidente Itamar Franco.

Itamar Augusto Cautiero Franco (2.10.1992 - 1.1.1995) Com o afastamento definitivo de Fernando Collor,
Itamar Franco assumiu a presidência da República apoiado por um amplo leque partidário, num esforço
claro para a manutenção da ordem democrática e a superação dos graves problemas econômicos. Em
janeiro de 1993, Itamar reuniu-se com presidentes de 19 partidos, com o intuito de estabelecer um pacto de
governabilidade que permitisse enfrentar os problemas econômicos decorrentes da escalada inflacionária.
Em março, foi aprovado pelo Senado o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF) calculado.
Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), para assumir o
Ministério da Fazenda. De acordo com o novo ministro, o combate à inflação só poderia ser alcançado com a
reforma do Estado, que incluiria a redução dos gastos públicos e a intensificação do processo de
privatizações. Em fins de julho, foi decretado o corte de três zeros na moeda, que passou a se chamar
Cruzeiro Real. Em dezembro foi lançado o Plano de Estabilização Econômica que visava, entre outras
medidas, preparar a economia para a entrada em circulação de uma nova moeda, o Real, antecedida pela
adoção da Unidade Real de Valor (URV) que passou a vigorar, a partir de 10 de março de 1994, como um
indexador único da economia.
A estabilidade econômica alcançada com o Plano Real garantiu ao ministro Fernando Henrique Cardoso,
candidato do PSDB à sucessão de Itamar Franco, uma posição confortável na disputa presidencial.
Desincompatibilizado do cargo desde abril de 1994, Fernando Henrique elegeu-se no primeiro turno das
eleições presidenciais, realizado em 3 de outubro de 1994, conquistando 54,3% dos votos válidos.
Fernando Henrique Cardoso (1.1.1995 - 1.1.1999) Sob o impacto do êxito do Plano Real, o maior desafio do
governo Fernando Henrique Cardoso foi manter a estabilização da moeda e, ao mesmo tempo, promover o
crescimento econômico. Com esse objetivo, o governo submeteu à aprovação do Congresso Nacional uma
série de medidas visando alterar a Constituição Federal de 1988 e promover uma mudança estrutural na
feição do Estado brasileiro, na tentativa de adaptá-lo às novas realidades da economia mundial. Assim,
determinados temas passaram a fazer parte do cotidiano político nacional, tais como reforma administrativa
e previdenciária, desregulamentação de mercados, flexibilização das regras de contratação de mão de obra
e fim do monopólio estatal nas áreas de siderurgia, energia e telecomunicações.
Em 4 de junho de 1997, foi aprovada no Senado a emenda que permitia a reeleição para mandatos do
Executivo nos âmbitos federal, estadual e municipal. O presidente Fernando Henrique Cardoso
candidatouse à reeleição pela mesma coligação que o levara ao poder em 1994, formada pelo PSDB, PFL e
PTB, à qual se reuniu o PPB. Mais uma vez favorecido pela estabilidade econômico-financeira promovida
pelo Plano Real, Fernando Henrique venceu o primeiro turno das eleições realizadas em 4 de outubro de
1998, conquistando 53,06% dos votos. Tomou posse em 1o de janeiro de 1999.
O segundo mandato do presidente iniciou-se com uma ruptura na política cambial até então praticada:
em janeiro de 1999 o real sofreu uma desvalorização e o Banco Central adotou a livre flutuação do dólar, o
que contribuiu para o aumento das exportações e a redução da taxa de juros. A implementação do acordo
com o Fundo Monetário Internacional (FMI), assinado no ano anterior, exigiria do país o alcance de metas
rígidas, entre elas um superávit fiscal elevado. Sob esse aspecto, destacou-se a aprovação, pelo Congresso
Nacional, em maio de 2000, da Lei de Responsabilidade Fiscal, que dispôs sobre o planejamento, a execução
e a elaboração de relatórios orçamentários. Em 1999, o relatório do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) situou o Brasil no ápice da concentração de renda entre 174 países do mundo.
Luiz Inácio Lula da Silva (1.1.2003 - 1.1.2007) No princípio de 2003 o país enfrentou obstáculos ao
crescimento. Embora a primeira semana já anunciasse a queda expressiva do dólar, a inflação se
desacelerasse e as bolsas de valores demonstras sem confiança no governo, o cenário econômico foi
também de índices crescentes de desemprego e declínio da renda, do consumo e da produção. Entretanto,
ao longo do mandato, o cenário externo favorável associado à política econômica austera, que privilegiou o
controle da inflação, a estabilidade, a obtenção do superavit primário, trouxe um período bastante favorável
para o Brasil. Logo em 2003 foram promulgadas as emendas constitucionais que alteraram os sistemas
previdenciário e tributário.

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Nesse período, o governo e o Congresso Nacional atravessaram crises políticas resultantes de denúncias
de compra de votos e financiamento de campanhas eleitorais. Instaladas as Comissões Parlamentares de
Inquérito dos Correios e do Mensalão, procedeu-se também nos demais poderes à averiguação da matéria,
gerando em alguns casos o afastamento de ocupantes de cargos no Executivo e a perda de mandatos
parlamentares. Em 2004, como parte da força militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do
Haiti (MINUSTAH), tropas brasileiras desembarcaram no Haiti. No âmbito do Mercosul, o Brasil investiu em
relações diversificadas traduzidas no Fórum de Diálogo Índia, Brasil e África do Sul (IBAS) e na realização da
Cúpula América do Sul-Países Árabes. Em 2006, candidato pelo Partido dos Trabalhadores, o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito.
Dilma Rousseff (2011-2016) Primeira mulher a se tornar presidente do Brasil, a mineira Dilma Rousseff foi
eleita duas vezes, mas não conseguiu completar o segundo mandato. Dilma prosseguiu com as políticas
sociais de Lula, mas enfrentou forte retração na economia mundial, sendo que suas decisões para enfrentar
o problema foram muito criticadas. Dilma sancionou algumas leis, entre elas, a Lei de Acesso à Informação.
Essa lei obriga órgãos públicos a prestarem informações sobre suas atividades e disponibilizá-las para o
público. Mesmo após ter sido reeleita, sua popularidade passou a cair, também graças às seguidas
denúncias de corrupção em seu governo. Vítima de um controverso processo de impeachment, foi afastada
em 2016. A candidatura de Dilma para a Presidência foi oficializada em junho de 2010.
A ministra era uma alternativa à falta de quadros do PT. Na época, os principais nomes da cúpula do
partido respondiam por crimes de corrupção.Apesar das denúncias contra o PT, Dilma foi eleita pela maioria
de votos. Tinha 63 anos quando assumiu a Presidência em 2010, juntamente com o vice, Michel Temer. A
chapa vence o candidato do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), José Serra. Foi eleita
novamente em 2014, assumindo a gestão do país em 2015. Disputou a eleição no segundo turno com Aécio
Neves, também do PSDB.
Michel Temer (2016-2018) Vice-presidente de Dilma Rousseff, o paulista Michel Temer assumiu no lugar da
ex-presidente. Seu governo prosseguiu marcado por inúmeras denúncias de corrupção e por sérias
dificuldades para alavancar a economia e gerar empregos. Entre as suas propostas de governo, destacaram-
se as mais polêmicas: Reforma da Previdência e a Reforma Trabalhista. Nos dois anos de governo, Michel
Temer enfrentou uma série de desafios políticos e econômicos. Foi o presidente pior avaliado pelos
brasileiros, com um índice de 6% de popularidade.
air Bolsonaro (2019-) No dia 28 de outubro de 2018, foi eleito o 38º presidente da República, o capitão da
reserva Jair Bolsonaro. Apoiado por empresários e por diversos setores das Forças Armadas, o paulista de
Glicério ganhou a eleição com um forte discurso contra a corrupção e a favor da população se armar para
combater o crime.

Fontes:
Os Presidentes e a República: Deodoro da Fonseca a Luiz Inácio Lula da Silva - 4a ed. revista e ampliada. -
Rio de Janeiro: O Arquivo, 2009.
https://www.gestaoeducacional.com.br/presidentes-do-brasil/
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/presidentes-do-brasil
https://www.todamateria.com.br/historia/historia-do-brasil/presidentes-do-brasil/

NordestHi Concursos
Questões UPENET
1. (PMPE – 2018) “Curiosamente, a modalidade inicial que o sentimento nativista assume nas crônicas
do primeiro século de colonização (1532-1630) não consiste, como ocorrerá adiante, na afirmação da
originalidade da nova terra, mas ao contrário no orgulho pela lusitanidade que já caracterizaria a vida
cotidiana nos principais núcleos de povoamento.” (MELLO, Evaldo Cabral. “Uma Nova Lusitânia. In:
MOTA, Carlos Guilherme. Viagem Incompleta: a experiência brasileira (1500-2000).
Em relação ao primeiro século de colonização, assinale a alternativa CORRETA.

A) A expansão territorial da capitania de Pernambuco se deveu mais ao seu primeiro donatário, Duarte
Coelho, que a seus filhos e cunhado, Jerônimo de Albuquerque. Estes se detiveram a consolidar a região
habitada.
B) A conquista da porção interiorana da capitania de Pernambuco, principalmente a região designada
por sertões, foi facilitada pela docilidade dos grupos indígenas que ali habitavam.
C) Em Igarassu, ainda na primeira metade do século XVI, os colonos portugueses enfrentaram a
resistência dos nativos, que cercaram essa vila por muitos dias, tendo que contar com o apoio dos que
habitavam em Itamaracá para romper o cerco indígena.
D) Os franceses foram grandes aliados dos portugueses na defesa do norte do Brasil e da Guiana
Francesa. Em Pernambuco, por exemplo, as tropas dessas duas nações repeliram os caetés.
E) Como a sociedade era extremamente patriarcal, o comando da capitania de Pernambuco, quando da
ausência de Duarte Coelho, ficava sob a responsabilidade do seu cunhado, uma vez que D. Beatriz de
Albuquerque, sua esposa, era considerada inapta à tarefa.

2. (PMPE – 2018) “O ponto alto sobre as tensões entre a açucarocracia de Olinda e a Coroa se dá quando
esta resolve em 1709 criar uma nova municipalidade vizinha à olindense: a Câmara Municipal do Recife.
Desde a segunda metade do século XVII, havia uma clara oposição entre os comerciantes reinóis do
Recife e os senhores de engenho de Olinda, estes representantes da nobreza das terras...”
(https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/7578/1/arquivo6576_1.pdf)
O texto acima faz referência à “Guerra dos Mascates”, conflito, que colocou, em lados opostos, os
senhores de engenho e os comerciantes reinóis. Em relação a esse episódio, é CORRETO afirmar que

A) a criação de uma nova municipalidade em atendimento às demandas dos comerciantes reinóis


gerou grande insatisfação à açucarocracia olindense, que queria reservar a si não apenas honrarias e
privilégios especiais como também o controle político da capitania.
B) mesmo tendo saído derrotados na “Guerra dos Mascates”, os senhores de engenho de Olinda não se
abateram, pois não perderam o controle sobre a recém criada Câmara do Recife.
C) com seu fim, as elites comerciais de Recife e as latifundiárias de Olinda restabeleceram os laços
graças à ativa influência da administração lusa, a quem não interessava financeiramente a desunião de
comerciantes e produtores de açúcar.
D) influenciados pelas ideias revolucionárias que circulavam pela Europa, os senhores de engenho de
Olinda defenderam os interesses da capitania, reafirmando o sentimento de identidade nacional do
Brasil.
E) considerado pela historiografia como um movimento liberal, buscava conservar a maior autonomia
da Câmara de Olinda em relação à administração lusitana, algo que os pernambucanos conservavam
desde o período duartino.

3. (PMPE – 2018) Para Celso Furtado, “Cada um dos problemas referidos – técnica de produção, criação
de mercado, financiamento, mão-de-obra – pôde ser resolvido no tempo oportuno, independentemente
da existência de um plano geral preestabelecido. O que importa ter em conta é que houve um conjunto
de circunstâncias favoráveis sem o qual a empresa não teria conhecido o enorme êxito que alcançou.”
(FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil.)
Em relação à economia açucareira no período colonial, assinale a alternativa CORRETA.
Questões UPENET
A) Sem possuir uma experiência concreta no cultivo e produção do açúcar, Portugal, inicialmente, teve
dificuldades em implementar o empreendimento açucareiro no território da Capitania de Pernambuco.
B) A mentalidade da colonização portuguesa fez com que os recursos obtidos no comércio do açúcar
fossem transferidos para a metrópole, não permitindo o desenvolvimento da Capitania de Pernambuco
nem altos investimentos na produção açucareira.
C) Muito importante para a comercialização do açúcar durante o “Período holandês”, os cristãos novos
de origem judaica praticamente não tiveram acesso ao tráfico do açúcar no período colonial em
Pernambuco, pois a Santa Inquisição proibia a participação destes.
D) Os escravos africanos, ao contrário dos indígenas da América Portuguesa, não estavam habituados a
manejar lavouras destinadas à produção capitalista, o que dificultou, mas não impossibilitou, a
introdução daqueles no empreendimento do açúcar.
E) Duarte Coelho assumiu um papel agressivo no lançamento do empreendimento açucareiro na
Capitania de Pernambuco, trazendo para esta artesãos e especialistas das ilhas do Atlântico.

4. (PMPE – 2018) Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que
posteriormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente
deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país escravista.”
(Charles Darwin). A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o
que ela representou para seu desenvolvimento econômico e cultural.
Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que

A) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia uma série de
produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco, rumo aos portos
africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas europeias e norte-
americana.
B) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a partir daquela
data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes continuaram sendo
desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização.
C) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto a
Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram
consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma queda de
cinquenta por cento em relação a 1815.
D) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico de
escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar mais a entrada
de africanos escravizados pós 1850.
E) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania de
Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a pressão
internacional.

5. (PMPE – 2018) “Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a
revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos terem se
formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados, outros tantos
resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por exemplo, o caso de
Palmares.” (REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.)
Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência escrava em
Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele. Todavia, ele não foi a única
forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram em solo pernambucano.
Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que

A) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um escravo que
trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade em relação ao horário,
possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono soubesse o que, de fato, havia
acontecido.
Questões UPENET
B) o quilombo do Catucá, que se localizava nas proximidades das cidades do Recife e Olinda, foi um dos
maiores problemas para as autoridades provinciais durante quase toda a segunda metade do século
XIX.
C) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela não era praticada pelos escravos como forma
de resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de diversão.
D) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a religião africana
praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram os escravos que resistiam e
continuavam a homenagear os orixás.
E) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a população de
Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos moldes do que ocorreu.

6. (PMPE – 2018) “Ciente da importância política de Pernambuco, Vargas apontou como interventor no
estado precisamente o maior desafeto do governador deposto, Agamenon, figura de sua maior
confiança, empossado no dia 2 de dezembro de 1937...”. (SOUZA NETO, José Maria. Sonhos de
Nabucodonosor: um ensaio sobre Estado Novo e propaganda em Pernambuco).
Sobre o período da Interventoria de Agamenon Magalhães em Pernambuco, é CORRETO afirmar que

A) seguindo o que ocorria nacionalmente, a interventoria de Agamenon fazia do primeiro de maio uma
das datas mais comemoradas, instando trabalhadores e donos de fábricas a marcharem juntos, como
forma de demonstrar o sentimento cooperativista.
B) o Recife já em finais da década de 30 havia praticamente erradicado a pobreza; era agora a “Veneza
americana”, onde seus habitantes podiam usufruir das comodidades e facilidades de uma cidade
moderna.
C) durante o período que Magalhães esteve à frente do governo estadual, uma verdadeira expulsão da
pobreza teve lugar nas áreas centrais da cidade. Os moradores dos famosos mocambos foram
remetidos para casas doadas pelo Estado. A mentalidade é que tanto ricos como pobres deveriam ser
beneficiados igualmente pelo governo.
D) apesar da censura que existia nos meios de comunicação nacional, em Pernambuco, os jornais
praticamente não sofreram com tais medidas. Existia uma verdadeira admiração pela administração
de Agamenon, o que resultava em poucas críticas ao seu governo.
E) nesse período, houve um esforço por parte do governo para introduzir a cultura popular como traço
característico do povo de Pernambuco. Para isso, foram criadas exposições artísticas, em que se
apresentavam a arte popular, bem como a Liga Carnavalesca, visando incluir as camadas médias e as
elites no “brinquedo” do povo.
7. (PMPE – 2018) No dia 1 de abril de 1964, o Brasil começava a vivenciar uma história que se estenderia
até 1985, período esse denominado de ditadura, ditatorial ou ainda anos de “chumbo”; desse modo,
desenvolver-se-ia, assim, uma história de lutas de confrontos diretos e indiretos. Essas lutas se davam
no intuito de sobrepor o poder que o Estado exercia sobre a população através de um governo
opressor, evidenciando os constantes combates urbanos, que se davam na forma explícita de
repressão.
(http://www.sul2013.historiaoral.org.br/resources/anais/2/1267925985_ARQUIVO_Artigocompletoasere
nviadoaoXEncontroNacionaldeHistoriaOral.pdf).
Em relação a esse tema, assinale a alternativa CORRETA.
A) Dom Hélder Câmara, à frente da Arquidiocese de Recife e Olinda, adotou uma postura imparcial em
relação ao regime civil-militar instaurado em 1964. Ele fazia parte de setores da Igreja Católica que
buscavam se aproximar do regime, já que este defendia os ideais cristãos.
B) Durante muito tempo relacionada aos militares, a morte obscura do padre Henrique foi investigada
pela Comissão da Verdade e por alguns historiadores. Foi concluído, entretanto, que os militares não
tiveram envolvimento nesse episódio, contrariando, assim, a historiografia marxista.
C) Politicamente alheia às transformações e perturbações políticas que aconteciam, as camadas
populares, assim como ocorreu no episódio da proclamação da república, assistiram atônita à ruptura
democrática.
D) Francisco Julião (1965-1969), considerado por muitos como um dos mais radicais líderes de esquerda
no período pré-1964, no Brasil, dirigente das Ligas Camponesas e deputado socialista, foi exilado para o
México em 1965.
Questões UPENET

E) Após as investigações iniciadas pela inteligência das forças armadas, vários ex-integrantes das ligas
camponesas foram presos sob a acusação de serem guerrilheiros. De fato, documentos da época
comprovam a ida de vários deles para Cuba, onde receberam treinamento militar.

8. (PMPE – 2018) Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife
lembramos que a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e
seus descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da
diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja um jovem
estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da cultura negra na
região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no
Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora
do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do
que isso.”
(http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lugaresdemem
oriadaculturanegraguillen.pdf)
Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa CORRETA.

A) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados e libertos e
pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro-brasileiras. Em
Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de xangô.
B) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século XVI,
como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas.
C) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga carnavalesca e
de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os atuais grupos de maracatus
são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do século XIX.
D) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação entre os
escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros terem sido feitos na
Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do século XIX.
E) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa liberdade, o que
justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje.
9. (Casa do Estudando – 2019) “Há uma tradição na historiografia brasileira que enfatiza o caráter
monocultor da colônia como um destino ou uma imposição da classe dominante metropolitana, desde
o início da colonização. A partir daí, tem-se omitido o estudo sistemático da agricultura de alimentos,
atribuindo-lhe papel extremamente limitado no conjunto de uma economia que seria dominantemente
voltada para a lavoura comercial de exportação, ou seja, o “produto-rei” colonial, a cana-de-açúcar.”
(Pecuária, Alimentos e Sistemas Agrários no Brasil (Séculos XVII e XVIII) LINHARES, Maria Yedda Leite
Linhares, 2000.) Em relação à exploração do Brasil-Colônia, analise as afirmativas abaixo:

I. Desde os primeiros anos de colonização, a lavoura de alimentos, como as de feijão, arroz e hortaliças,
foi socialmente favorecida, possibilitando ganhos extras aos grandes monocultores do açúcar.
II. A agricultura de subsistência na América portuguesa permitiu, dentre outras coisas, a ocupação da
terra, desbravando-a e povoando-a; a produção de excedentes permitiu atender, progressivamente, às
necessidades dos núcleos urbanos em expansão, além de suprir as frotas que se dirigiam ao sul e à
África.
III. A mandioca, tradicional cultivo das primeiras populações indígenas da bacia amazônica; o milho
pré-colombiano, que correspondia às regiões em contato com as vertentes pré-andinas, e, finalmente,
a batata-doce, cujo grande núcleo de dispersão parece ter sido a região do Brasil central, são da
agricultura indígena pré-colombiana, incorporada aos hábitos alimentares dos novos habitantes
europeus e africanos.

Está CORRETO o que se afirma em


A) I e II, apenas. B) I e III, apenas. C) II e III, apenas D) I, II e III. E) I, apenas.
Questões UPENET
10. (Casa do Estudando – 2019) A partir de fins do século XVII, o sistema escravista brasileiro passou a
escorar-se em uma estreita articulação entre tráfico, transatlântico de escravos bastante volumoso e
número constante de alforrias. Nessa equação, era possível aumentar a intensidade do tráfico com a
introdução de grandes quantidades de africanos escravizados, sem colocar em risco a ordem social
escravista. (A dinâmica da escravidão no Brasil Resistência, tráfico negreiro e alforrias, séculos XVII a
XIX. MARQUESE, Rafael de Bivar.). Pode-se afirmar que o Sistema Escravista no processo mercantilista

I. teve como ideia norteadora o antigo sistema de escravidão empregado na Grécia Antiga e no Império
Romano.
II. só teve sucesso devido ao caráter monocultor das colônias europeias na América e à pequena
quantidade de nativos nessa região.
III. foi uma importante fonte de renda para todos os personagens envolvidos no tráfico de escravos.
Assim, africanos, europeus e brasileiros tinham interesse na manutenção deste.

Está CORRETO, apenas, o que se afirma em


A) I. B) II. C) III. D) I e II. E) II e III.

11. (Casa do Estudante – 2019) “... a razão da moderna nomenclatura para esses 19 anos de democracia
no Brasil (1946-1964) - República Liberal - baseia-se no fato de todos os importantes representantes do
cenário político do país terem ocupado o poder, ainda que em breves períodos. Costumava-se rotular
tal momento democrático como de predominantemente populista, pelas marcantes administrações de
Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, símbolos emblemáticos dessa corrente.” Disponível
em: (https://www.infoescola.com/historia/republica-liberal-no-brasil/).
Assinale a alternativa CORRETA sobre a gestão desses presidentes.

A) Juscelino Kubitschek criou a campanha designada “O Petróleo é Nosso”, visando conquistar os


gigantescos poços existentes na Venezuela.
B) Sobre forte pressão dos partidos da esquerda, o então presidente Getúlio Vargas perdeu parte
importante das atribuições do seu cargo, virando o Brasil desse período uma nação parlamentarista.
C) As elites brasileiras, inconformadas com as políticas sociais defendidas pelo presidente João Goulart,
as chamadas Reformas de Base, alinharam-se aos militares e deram um golpe, depondo Goulart e
inaugurando o período ditatorial no Brasil.
D) Com o fim da Alemanha nazista, o governo Vargas perdeu apoio, ficando praticamente insustentável
a permanência deste na Presidência. Foi então que, a partir de um conluio com o Partido Comunista
Brasileiro, Vargas fechou o Congresso e outorgou nova constituição.
E) Vargas, como um neoliberal convicto, sob o slogan “O Petróleo é Nosso”, pretendia desnacionalizar a
Petrobras. Kubitschek, membro do Partido Comunista Brasileiro, criou o slogan “cinquenta anos em
cinco”, como meta para estatizar todas as empresas privadas no Brasil.

12. (PREVUPE – 2019) Durante o período do governo militar (1964 a 1985), era comum a utilização dos
chamados Atos Institucionais, impostos pela repressão aos que fossem contrários ao regime.
Sobre os Atos Institucionais, é CORRETO afirmar que

A) representaram o que houve de mais democrático na República Brasileira.


B) eram aprovados pelo Congresso Nacional.
C) pregavam a maior participação da população na vida política do país.
D) tiveram apoio total de todas as classes políticas do país.
E) o mais famoso foi AI-5 (Ato Institucional Nº 5), decretado no governo do Presidente Costa e Silva, que
dava amplos poderes ao presidente da República de governar, bem como de suspender várias garantias
individuais.
Questões UPENET
13. (Prefeitura de Bom Conselho – 2022) Analise a charge abaixo:

Sobre a charge, assinale a alternativa CORRETA.

A) Trata-se de uma crítica ao voto de cabresto, tipo de voto no qual o eleitor era guiado” pelo coronel
ou político local, desenvolvido como estratégia para Getúlio Vargas se perpetuar no poder.
B) Consiste numa crítica preconceituosa das elites financeiras do país, que acusavam as camadas
populares de serem guiadas como cavalos na hora de votar, trocando seu voto por dinheiro ou favores.
C) Representa uma das características marcantes da Primeira República, marcadas também, dentre
outras coisas, pela presença de militares no governo dos primeiros anos republicanos e da política do
café com leite.
D) A charge representa o período da República Velha, também conhecida por Primeira República,
momento em que o país, pela primeira vez, conseguiu suplantar a agropecuária como principal
atividade econômica do país.
E) Publicada no início da Era Vargas, a imagem representa uma das mais tristes cenas, repetida à
exaustão até os dias atuais. Trata-se do “voto de cabresto”, prática que consistia em troca de favores,
objetos ou dinheiro pela indicação de um candidato a ser votado.

Gabarito

1-C 2-A 3 -E 4- A 5 -A 6 -A 7 -D 8- A 9- C 1-0 C 11- C 12 -A 13-C

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