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Forragicultura II - ZAZ 2328

Estudo de Caso - Fazenda FZEA de produção de leite em pasto


(novilhas, vacas secas e vacas em lactação)

Docentes: Prof. Dra. Lilian Elgalise Techio Pereira


Prof. Dr. Valdo Rodrigues Herling

Discentes: Alessandro de Paula Filho - 11794682


Beatriz Franco Tassoni - 11877792
Gabriel Martins Gandin - 11937983
Leonardo Severino Morallis - 11794702
Milena Lucia Cornejo - 5280764

Controle de daninhas e pragas: 1,0


Etapas do Preparo de solo: 0,7
Correção e adubação: 0,8
Dimensionamento dos módulos: 0,5
Texto e apresentação do trabalho: 1,0

Nota Final: 4,0

Pirassununga 2023
Sumário

1. Introdução...........................................................................................................................3
2. Escolha de espécies forrageiras...................................................................................... 4
2.1 Panicum Maximum cultivar Tanzânia........................................................................... 4
2.2 Brachiaria Decumbens cultivar Basilisk....................................................................... 5
2.3 Milho BM 930............................................................................................................... 5
2.4 Feijão Guandu..............................................................................................................6
3.Controle de pragas e daninhas..........................................................................................6
3.1 Plantas daninhas em pastagens.................................................................................. 7
3.2 Danos provocados pelas plantas daninhas..................................................................8
3.3 Manejo das plantas daninhas - Estratégias de controle...............................................9
3.4 Uso adequado dos herbicidas na pastagem.............................................................. 10
4. Práticas corretivas........................................................................................................... 13
4.1 Resultado da Análise................................................................................................. 14
4.2 Área de Brachiaria Decunbens cv. Basilisk...............................................................14
4.3 Área de capineiras - Milho BM930............................................................................ 16
4.4 Área sem uso- Panicum Maximum cv. Tanzânia e Feijão Guandu............................ 17
5.Preparo de solo................................................................................................................. 19
5.1 Área declivosa............................................................................................................19
5.2 Aréas com plantio de Brachiaria decunbens cv Basilisk............................................ 20
5.3 Áreas de capineiras e sem uso.................................................................................. 20
6. Época de preparo do solo............................................................................................... 20
6.1 Preparo das sementes............................................................................................... 21
6.2 Adubação de Cobertura............................................................................................. 22
6.3 Manejo de formação...................................................................................................23
7. Descrição das áreas da propriedade e desafios específicos...................................... 25
7.1 Módulo 1.....................................................................................................................26
7.2 Módulo 2.....................................................................................................................27
7.3 Módulo 3.....................................................................................................................28
8. Considerações sobre cupins e cigarrinha das pastagens...........................................29
8.1 Impacto dos cupins e medidas para mitigar os danos causados por eles................. 29
8.2 Impacto das cigarrinhas e medidas para mitigar os danos causados por elas..........32
9. Conclusão......................................................................................................................... 33
10. Referências.....................................................................................................................35

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1. Introdução

Sabe-se que a produção de leite com vacas a pasto é uma prática tradicional
da indústria leiteira. Diferente do método intensivo de produção (em confinamento),
as vacas a pasto encontram todos os nutrientes necessários para produção na
pastagem, esta deve ser de boa qualidade e sua escolha é dependente de diversos
fatores. Segundo Holmes (1995), a pastagem é uma excelente fonte de nutrientes,
além de ser um sistema muito mais econômico quando comparado com a produção
intensiva. Outrossim é a utilização racional das pastagens, que auxiliam na
preservação dos recursos renováveis, permitindo uma produção de leite sob
condições mais naturais.
Pode-se afirmar que quando bem manejadas, pastagens de alto valor
nutritivo e produtivo podem proporcionar o retorno superior por vaca em lactação de
30% quando comparado com sistemas intensivos. (Vilela, et al., 1996)
Um bom manejo de pastagens e gestão das diferentes áreas produtivas
garantem alimento durante todo o ano para os animais, inclusive no período de
seca. Técnicas como diferimento, manejo de pastejo rotacionado com controle de
altura, suplementação alimentar durante a seca e entre as outras técnicas devem
ser exploradas para que se maximize o potencial produtivo e evite gastos
desnecessários por mal uso da terra.
Nossa propriedade localiza-se na cidade de Pirassununga no estado de São
Paulo, esta é caracterizada por um relevo plano em sua maioria, com algumas
áreas declivosas. O solo de nossa propriedade se tipifica como latossolo vermelho e
argiloso e possui como principais características grande profundidade e boa
capacidade de dreno. No geral, esses solos apresentam boa fertilidade natural para
o crescimento vegetal.
No tocante às pragas, as mais comuns são as cigarrinhas das pastagens,
cupins de montículo que se não controlados podem tomar a pastagem, as formigas
saúvas também se tornam uma potencial praga que oferecem perigos à pastagem.
O clima de Pirassununga é considerado subtropical úmido, o verão é quente,
com precipitações e céu parcialmente coberto, o inverno é curto e ameno. A estação
quente permanece por 3,3 meses com temperatura média de 26ºC, o mês mais frio

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do ano na cidade é junho com temperatura média e mínima de 11ºC. Já a seca
perdura por 6,6 meses, onde julho se caracteriza como mês menos chuvoso. As
precipitações estão concentradas nos meses entre outubro e março, onde também
há maior aumento da temperatura e umidade do ar.

2. Escolha de espécies forrageiras

2.1 Panicum Maximum cultivar Tanzânia


O Panicum maximum cultivar Tanzânia, também conhecido como
capim-Tanzânia, é uma forrageira de destaque devido às suas características
favoráveis. Pertencente à família Poaceae, essa planta apresenta ciclo perene e é
cultivada em solos férteis, sendo uma das vantagens do capim-Tanzânia é a sua
resistência à cigarrinha das pastagens, um inseto que pode causar danos
significativos em outras variedades de plantas, como nos outros módulos da
propriedade.
O crescimento do Panicum Maximum cultivar Tanzânia é entouceirado e
cespitoso, atingindo alturas de 1 a 2 metros. Suas folhas são longas, finas e
estreitas, o que contribui para a palatabilidade e aceitação pelos animais,
apresentando também sistema radicular do tipo fasciculado. Quanto à
produtividade, o capim-Tanzânia pode apresentar rendimentos de 11 a 29
ton/ha/ano (DOS et al., 2343).
Essa forrageira apresenta como vantagem o seu porte baixo, o que contribui
para um pastejo mais uniforme pelos animais, evitando a formação de reboleiras e
assim diferenças. O plantio do capim-Tanzânia é recomendado durante o período
de chuvas, sendo a semeadura a lanço a prática comum, com profundidade de
plantio recomendada entre 2 a 4 centímetros. O manejo inicial da pastagem após a
semeadura é fator determinante para uma boa formação, bem como para a
persistência, produtividade e longevidade da pastagem. Após a semeadura ou
plantio, a área deve ser submetida ao seu primeiro pastejo, que geralmente ocorre
entre 50 a 60 dias após o plantio. Para nosso manejo de pastejo, temos um
sistema rotacionado, utilizando então uma altura de entrada dos animais é de 70
cm, enquanto a altura de saída é de 35 cm, garantindo um manejo adequado do
capim-Tanzânia e um melhor aproveitamento da pastagem pelos animais
(PANICUM MAXIMUM CV. TANZÂNIA-1, 2023).

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2.2 Brachiaria Decumbens cultivar Basilisk
A Brachiaria decumbens cultivar Basilisk é uma gramínea altamente
aclimatada, sendo uma opção agressiva para a contenção da erosão. Ela
apresenta boa digestibilidade e palatabilidade para os animais. O plantio é
recomendado durante o período de chuvas, realizado a lanço com uma
profundidade de 2 cm e utilizando de 10 a 12 kg de sementes por hectare.
Essa forrageira é uma variedade de gramínea altamente adaptada a solos
de fertilidade média a baixa, com crescimento decumbente e ciclo vegetativo
perene, possui um porte baixo, atingindo cerca de 1 metro de altura. É resistente
ao pisoteio, sendo indicada para áreas de pastejo intenso, porém requer
monitoramento devido à baixa resistência à cigarrinha-das-pastagens.
Através de pesquisas, percebemos que o uso de sementes Revestidas é o
melhor para nosso cenário, com taxa de semeadura de 11 kg por hectare em
condições de média fertilidade. Essa variedade apresenta alta tolerância à seca e
requer uma precipitação anual superior a 800 mm para um bom desenvolvimento.
Esse tipo de semente apresenta um período de estabelecimento de 40 a 90 dias,
com uma profundidade de semeadura recomendada entre 2,5 a 5 cm. Em termos
de produtividade de matéria seca, essa variedade pode alcançar de 8 a 20
ton/ha/ano.
No manejo de pastejo, é indicado adotar um sistema rotacionado, com
entrada dos animais quando a planta atinge uma altura de 25 cm e saída com 15
cm. Essa estratégia permite um melhor aproveitamento da forragem e contribui
para a manutenção da planta (BRACHIARIA DECUMBENS CV. BASILISK –
REVESTIDA (EMBALAGEM 12KG), 2023).

2.3 Milho BM 930

A partir das pesquisas pela busca de um milho que se insira no nosso


módulo de produção para silagem, em até 110 dias, achamos na Biomatrix a
semente Milho BM 930, com produção superprecoce dentro das nossas
necessidades. Esse tipo de cultivar apresenta como característica um grão
semidentado, no qual o recomendado para silagem são os grãos do tipo dentado.

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Por isso, nossa silagem será de grão úmido para melhor qualidade de alimentação
às vacas em lactação, vacas secas e novilhas (NOSSOS PRODUTOS -
SEMENTES BIOMATRIX).

2.4 Feijão Guandu

Após realizar uma pesquisa em nosso sistema de produção, identificamos a


necessidade de uma leguminosa para proteção do solo, mesmo que não seja
utilizada exclusivamente para pastejo. Por isso, escolhemos o Feijão Guandu
cultivar BRS Mandarim da SafraSul Sementes.
Essa escolha se deve ao fato de que o Feijão Guandu cultivar Mandarim é
uma leguminosa forrageira altamente adaptada, com alta tolerância à acidez do
solo e à seca. Além disso, possui características como adubação verde e
capacidade de suportar longos períodos de estiagem. Apesar de ter uma cobertura
inicial mais lenta, o feijão guandu é adequado para cobertura do solo em sistemas
consorciados, protegendo-o e contribuindo para sua recuperação em áreas
degradadas. Portanto, essa leguminosa atende aos nossos objetivos de proteção
do solo quando descoberto e busca pela recuperação de áreas degradadas
(FEIJÃO GUANDU CV. BRS MANDARIM, 2023).

3.Controle de pragas e daninhas

As chamadas plantas invasoras, ervas daninhas ou até mesmo de plantas de


crescimento espontâneo, são quaisquer plantas que cresçam em um local onde não
é desejada e pode interferir direta ou indiretamente nas culturas de interesse da
propriedade, onde podem apresentar problemas na produtividade das pastagens, e
até mesmo para o animal. As pastagens naturais ou cultivadas são principalmente
constituídas de gramíneas, as quais são consideradas importantes plantas daninhas
em vários sistemas de produção.
Para a implantação das pastagens e o sistema de manejo sendo realizado de
forma inadequada e com a utilização de práticas erradas, levam ao surgimento de
plantas daninhas nas pastagens, as quais são constituídas por plantas
dicotiledôneas arbustivas e arbóreas.
As principais características das plantas daninhas, segundo LET Pereira, VR
Herling (2021) são: muitas espécies de plantas daninhas apresentam mais de um

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tipo de reprodução; estas crescem e produzem sementes em uma ampla variedade
de condições climáticas e edáficas; algumas espécies produzem um grande número
de sementes por planta e mais de uma geração por ano; as sementes apresentam
vários mecanismos de dispersão e dormência; as sementes apresentam diversos
mecanismos de dormência e de dispersão; apresentam grande longevidade das
sementes e descontinuidade de germinação; apresentam crescimento inicial rápido
e sistema radicular abundante; são dotadas de grande habilidade competitiva por
água, luz e nutrientes; algumas espécies apresentam alelopatia e podem
desenvolver resistência aos métodos de controle.

3.1 Plantas daninhas em pastagens


Os animais possuem o costume de se alimentar das plantas mais palatáveis,
deixando as plantas daninhas completarem seu ciclo reprodutivo, produzindo
sementes que irão se incorporar ao banco de sementes no solo. Portanto, as
pastagens necessitam de um manejo adequado para a manutenção da gramínea
forrageira.
Alguns fatores que podem influenciar a dinâmica de população das plantas
daninhas em algumas pastagens, estes são:

1) A alta pressão de pastejo: uma maior relação unidades animais/ha do que o


pasto pode suportar, pode levar à uma futura degradação do pasto.
Normalmente, o sobrepastoreio acontece em épocas de seca, podendo
alterar possíveis resultados nas épocas de chuva, onde ocorre uma maior
infestação;

2) A adaptação da gramínea forrageira: onde as pastagens pouco adaptadas


ao clima e solo, não produzem biomassa de forragem suficiente para ocupar
o espaço proposto, deste jeito, não promovendo a competição com as
plantas daninhas, com o passar do tempo, as plantas daninhas vão evoluindo
e ganhando espaço. É muito importante na hora da escolha da forrageira,
optar por uma espécie mais adaptada às condições climatológicas do local.

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3) O controle inadequado das plantas daninhas: existem diversos métodos
para controle destas plantas, porém, não são utilizados de forma adequada
em nossas condições.

4) A fertilidade e umidade disponíveis inadequadas: na implantação, é muito


importante que a fertilidade da espécie forrageira seja adequada, para que
ajude a forrageira na ocupação da superfície do solo. Devemos prestar
atenção também, na umidade disponível na superfície do solo, pois é muito
importante para o estabelecimento e manutenção da forrageira, o
sobrepastoreio ligada às condições de seca levam à situações de espaços
livres na propriedade, as quais serão ocupadas pelas plantas daninhas.

3.2 Danos provocados pelas plantas daninhas

As plantas daninhas se não manejadas corretamente, apresentam diversos


danos à produção forrageira, estes são:

1) Competição: as plantas daninhas competem o pasto com outras espécies


forrageiras ali implantadas, como por exemplo: os fatores essenciais de
crescimento, como a luz (quando as plantas daninhas provocam um
sombreamento na espécie forrageira), água (quando a disponibilidade no
solo é limitada) e nutrientes (quando a disponibilidade no solo é limitada).
Se a planta forrageira se estabelecer primeiro no solo, poderá cobrir
o solo rapidamente, assim, reduzindo o crescimento das plantas invasoras,
mas claro que dependendo da espécie forrageira, da velocidade de
crescimento e da densidade de plantio.

2) Intoxicação pelas plantas tóxicas: é a planta que possui interesses


pecuários e se ingerida por animais domésticos da propriedade, em
condições naturais causa danos à saúde ou morte. É aconselhável que os
proprietários tenham ciência destas plantas e adotem as medidas possíveis
de prevenção e erradicação.

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3) Ferimento nos animais: diversas plantas daninhas apresentam espinhos
em sua estrutura, podendo provocar ferimentos nos animais quando estes
forem buscar acesso para consumir as plantas forrageiras; nas tetas,
podendo provocar mastites e queda na produção de leite.

4) Ambiente favorável para o desenvolvimento de parasitas externos: as


plantas podem favorecer o aparecimento e desenvolvimento de parasitas
externos, como bernes e carrapatos.

5) Redução na qualidade do leite: as plantas daninhas podem apresentar


quedas na produção e na qualidade do leite, pela coloração e odor.

6) Favorecem a erosão do solo: na escassez do capim, pode favorecer a


erosão do solo, assim como também diminuir sua fertilidade.

3.3 Manejo das plantas daninhas - Estratégias de controle

Para que o manejo das plantas daninhas seja realizado de forma adequada,
é necessário uma combinação de medidas preventivas aliado à medidas de
controle.
Como estratégias de controle, temos algumas modalidades, como os
controles: cultural, mecânico, biológico e químico.

Controle Cultural
Para realizar este tipo de controle, é necessário a utilização de qualquer
prática que auxilie a espécie forrageira no quesito ocupação do solo disponível,
deste modo, rendendo uma maior habilidade competitiva com as plantas daninhas.
Como exemplos de controles culturais, temos: uso de sementes de
qualidade; um manejo adequado do pasto, deixando sempre adequada a reserva
fisiológica; as forrageiras devem estar devidamente adaptadas ao clima e solo da
propriedade; adubação adequada, assim permitindo um melhor desenvolvimento
das forrageiras; quando o gado é movido de uma área com plantas daninhas para
um curral livre destas, deve executar a manutenção deste gado por 48 horas; o uso

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do consórcio de leguminosas e gramíneas possibilita uma ocupação mais rápida do
solo, assim, diminuindo a infestação das plantas daninhas.

Controle Mecânico
É realizado com a utilização dos equipamentos: foice, roçadeira, rolo-face,
correntão e trilho. A utilização de cada equipamento vai variar dependendo do tipo
de vegetação, do porte e também da densidade de infestação.
A foice necessita de bastante mão-de-obra e ocorre a reinfestação
rapidamente, o que faz com que os fazendeiros avaliem os custos. A utilização da
roçadeira é bastante restrito a áreas destocadas e sua declividade adequada,
deve-se abaixar o pasto com o pastoreio e fazer o uso de preferência no início do
período chuvoso, pois a umidade disponível irá propiciar a recuperação rápida
gramínea forrageira.

Controle Biológico
Este método de controle biológico leva em consideração o uso de
inimigos naturais como os insetos, fungos, bactérias, ácaros, vírus, peixes, aves e
mamíferos no controle de plantas daninhas.

Controle Químico
É realizado com o uso de produtos químicos, chamados de herbicidas,
os quais resultam na morte ou impedem o desenvolvimento dos arbustos. Estes
herbicidas controlam os arbustos e são seletivos às gramíneas forrageiras, esta
seletividade ocorre pelos aspectos morfológicos das plantas, assim como a
habilidade da forrageira em degradar metabolicamente parte do herbicida o qual é
absorvido.
Segundo Victoria Filho (2014), os herbicidas são sistêmicos, após a absorção
necessitam ser translocados até o local de ação na planta daninha.

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3.4 Uso adequado dos herbicidas na pastagem

Para que uma aplicação de herbicida em pastagens seja adequado, ele deve
seguir algumas diretrizes:

1) Identificação das espécies: primeiramente, devemos identificar as


espécies que estão infestando as pastagens e tomar conhecimento
destas plantas.

2) Escolha do herbicida: deve-se levar em consideração a sensibilidade


das principais espécies presentes aos herbicidas que estão
disponíveis para compra, a seguir, deve-se avaliar o custo e também a
formulação do produto a ser utilizado.

3) Escolha do equipamento: devemos considerar para a escolha do


equipamento, como também a calibração, coisas muito importantes
para obter um sucesso do controle químico, pois, muitas falhas
acontecem por conta de subdoses ou doses muito acima da
recomendada.

4) Condições ambientais na aplicação: o estágio de desenvolvimento


das plantas daninhas é o primeiro estágio a se avaliar. Para provocar a
morte da planta, esta deve ter um porte adequado para que absorva
uma quantidade razoável para que possa ser translocada até o
sistema radicular, além de estar em atividade seu crescimento.

CAPIM AMARGOSO (Digitaria insularis)


O Capim amargoso é uma espécie proveniente do Continente Americano e
sempre foi classificada como invasora no Brasil. É uma planta de grande potencial
como invasora, a qual aumenta pela probabilidade das sementes serem levadas
pelo vento a grandes distâncias e por seu bom poder germinativo por conta de seu
biótipo resistente e pelo uso de subdoses, é também de difícil controle por conta de
suas características vegetativas de sobrevivência, condições de clima mais seco e
devido à sua resistência ao glyphosate.

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Segundo Machado (2006), a formação dos rizomas de plantas de capim
amargoso, quando são provenientes de sementes, acontece na média de 45 dias
após sua emergência, então, ocorre a tolerância desta espécie ao glyphosate. Um
controle eficaz deve ser realizado com a aplicação deste herbicida até os 40 dias
após sua emergência, o qual os rizomas ainda não foram completamente formados.

GUANXUMA (Slida rhombifolia)


A guanxuma, planta daninha nativa do continente americano, porém abrange
a ampla América do Sul. Esta daninha, no Brasil, infesta áreas de cultivos anuais,
perenes e pastagens. Além de ser muito disseminada e de difícil controle em
diferentes regiões agrícolas, a competição por recursos do ambiente, como água,
luz e nutrientes, esta planta dificulta a colheita mecanizada, por conta de seus
caules extremamente lignificados e resistentes, e causam a virose das malváceas e
é bem tóxica para animais que pastam.
Em um estudo realizado por J Constantin e RS de Oliveira Junior (2007),
concluiu-se, que o flumiclorac-pentil, quando utilizado em subdoses em aplicações
sequenciais, teve um efeito superior a aplicações em dose única, mesmo quando
estas, no final representavam a mesma dose do herbicida por unidade de área.

CARURU (Amaranthus viridis)


Esta daninha é caracterizada por seu difícil controle, fácil reprodução, rápido
crescimento e desenvolvimento, uma grande produção de sementes e possui uma
resistência pelo glyphosate e até mesmo outros herbicidas.
Para o controle destas daninhas, a eficácia por herbicidas pós-emergentes é
muitas vezes aliada ao momento de aplicação, a dose e também a não resistência
destas ao herbicida. Para o caruru, o controle em pós emergência é bastante
eficiente quando o herbicida é aplicado até 3 a 4 folhas de desenvolvimento da
planta, mais do que isto a eficiência de controle pode ser comprometida.
Em um trabalho realizado por Pedroso; Avila Neto; Dourado Neto (2020), é
observado que o herbicidas Diclosulam; Flumioxazin; Flumioxazin + imazethapyr,
Sulfentrazone e Mesotrione apresentam uma eficiência elevada para o controle do
caruru, principalmente quando aplicados na modalidade de aplique-e-plante. Assim,

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foi mostrada a eficiência destes herbicidas para o controle do caruru, independente
do modo de aplicação.
Em um estudo realizado por Carvalho, S. J. P. (2006), foi concluído que as
espécies de Amaranthus avaliadas (A. spinosus, A. viridis, A. hybridus e A.
retroflexus) possuem diferenças suscetíveis aos herbicidas aplicados em
pós-emergência, principalmente ao trifloxysulfuron-sodium e ao chlorimuron-ethyl,
em que A. deflexus foi a espécie menos suscetível.

4. Práticas corretivas

A correção do solo é importante para a implantação das pastagens que serão


implantadas no caso já temos Brachiaria Decumbens cultivar Basilisk, e escolhemos
implantar: Panicum Maximum cultivar Tanzânia, Milho BM 930 e Feijão Guandu
cultivar Mandarim.
Para mantermos essas pastagens produtivas foi necessário avaliar a análise
de solo obtida, é de importância que tenha sido realizada após a época das chuvas
para um resultado mais satisfatório, por conta da lixiviação que o solo sofre, com
perdas significativas de cálcio, fósforo, nitrogênio, magnésio. A lixiviação em áreas
como Pirassununga, com épocas de alta precipitação, geram a acidez no solo.
É necessário realizar a calagem primeiramente, junto com as primeiras
práticas de preparação do solo, neste caso a aração, ajudando no controle de
plantas daninhas.
A calagem, feita com calcário, irá remover as partículas de hidrogênio que
estão no solo, substituindo então pelo Cálcio e Magnésio no lugar do Alumínio e
Ferro. Também corrige a acidez do solo, pois, causa alteração no ph do solo de
forma lenta, por essa razão também é necessário realizá-lo uns três meses antes da
gessagem junto com a aração de preferência.
A gessagem seria a segunda etapa, para neutralização do Alumínio, e em
maior profundidade forneceria Cálcio e Enxofre. Praticado para correção do solo em
camadas mais profundas de 20-60 cm de profundidade.
Os fertilizantes minerais realizam a correção de Fósforo, chamado de
fosfatagem. O fósforo não se perde por lixiviação e é de extrema importância para o
desenvolvimento inicial das plantas que serão introduzidas.

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A potassagem é utilizada para elevar os níveis de nutriente do solo, para
obter o rendimento máximo da cultura. Corrige o teor de potássio do solo por meio
da aplicação de fertilizantes na área superficial de 5cm-10cm com cloreto de
potássio, á lanço e realizando diversas vezes durante o ano. Se perde muito por
lixiviação logo não é recomendável passar de 100 kg/ha ao ano. deve-se aplicar
antes da gradagem uma parte da necessidade e outra com o adubo nitrogenado
depois de cada pastejo. A aplicação do potássio em cobertura deve ser feita até 30
dias após a germinação, junto com a adubação nitrogenada.
Deficiências de micronutrientes na soja são raras no Estado de São Paulo.
Na suspeita de sua ocorrência, realizar análise de solo e foliar e, uma vez
constatada a deficiência, pode-se aplicar, com a adubação de semeadura, as
seguintes quantidades: 5 kg/ha de Zn, e/ou 2 kg/ha de Cu, e/ou 1 kg/ha de B. (
Boletim Técnico Nº 100).

4.1 Resultado da Análise

4.2 Área de Brachiaria Decunbens cv. Basilisk

Analisando os resultados do solo, foi decidido manter a Brachiaria decunbens


cv. Basilisk, visando o melhoramento do solo já que estava caracterizada por áreas
de subpastejo e superpastejo. Estava com uma capacidade de troca de cátions
(CTC) de 59 mmolc dm-3 (CTC) , e saturação de 23% (V). Para saber o quanto de

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calcário deve ser aplicado, vimos seu grupo, de acordo com as suas exigências de
fertilidade de solo. A Brachiaria decumbens, entra no grupo de pouca exigência em
fertilidade do solo (grupo 3).
As porcentagem de %Ca e %Mg encontradas de acordo com com K, Ca e
Mg divididos pelo CTC potencial (SB+(Al+H)) de resultado 59,5% e multiplicados
por 100 para encontrar a porcentagem e definir qual melhor calcário foram:
%Ca= 15,12%
%Mg= 5,04%
%K= 2,52%
Recomendações:
%Ca/CTC: 40-60%
%Mg/CTC:10-20%
%K/CTC: 3-5%
Ca/Mg: 3 a 6:1

O Cálcio e o Magnésio estão muito abaixo do recomendado,porém o Cálcio


está preocupante. Sendo assim recomendado um calcário calcítico, com 80% de
PRNT, para uma correção de acidez efetiva e rápida nos 3 meses que serão
necessários (PRNT não está relacionado, no caso, com o Ca e Mg, apenas com a
neutralização do ph).
O poder de neutralização e tamanho das partículas (PRNT) foi estimado em
80% média dos produtos do mercado, logo temos: Notem que ao aplicar a quantidade
recomendada, para um V% de 40,
o solo ainda não atingirá os níveis
NC= CTC (V2- V2-VI) / 10x PRNT adequados de Ca e Mg após a
reação do Calcário. O problema se
NC= 59 (40-23)/10x80 intensifica com o gesso, qie irá
elevar o Ca no solo, mas acarretará
Necessidade de Calcário= 1,25 toneladas/ ha. em possível deficiência de Mg.

Sua aplicação será superficial, à lanço, ao final do período chuvoso, depois


também de realizar no período chuvoso a adubação nitrogenada, para evitar perdas
de nitrogênio para o ar. É necessário rebaixar o pasto nas áreas de superpastejo,
nas de subpastejo não será necessário.
Pode se realizar junto com a calagem também, a gessagem. Neste caso com
ajuda do arado também é implantado o gesso. Foi visto pela análise sua
necessidade por conta de sua saturação por Alumínio de 62% (M%) e Ca abaixo de

15
4mmolc/dm3. Sua correção pode ser feita em função do teor de Enxofre no solo, no
caso é 7, então será necessário aplicação de 750 kg/ha de gesso no solo.
A fosfatagem, ocorrerá posterior a calagem e gessagem, o nível de fósforo
deve ser elevado para cultura da Brachiaria, sendo uma planta exigente em níveis
nutricionais, logo a recomendação seria de no mínimo 20 mg/dm3 de P no solo.
Nesta área temos 6 mg/dm3 de P, sendo necessário aumentar 14 mg/dm3 de P x 10
kg de P2O5 ( a cada 10 kg de P2O5 eleva-se 1mg/dm3 de P).
Sendo necessário 140 kg/ha de P2O5. Essa quantidade será para o primeiro ano de
plantio, já no segundo será necessário elevar em 20-25 mg/dm³ de P2O5.
Deve ser realizada, antes da gradagem niveladora, depois de passar o arado.
Nesta área de Brachiaria, o potássio se encontra em 1,5 mmolc/dm3, sendo
necessário uma quantidade acima de 3 mmolc/dm3 ou 3%-5% do CTC, como estão
já nas recomendações e no resultado que está abaixo de 3%. Para suprir essa
necessidade, será aplicado 144 kg/ha K2O por parcela. (Antes da gradagem e
posteriormente com o adubo nitrogenado). ( 96K2O: 1 mmol/dm³) Vejam que a combinação das
estratégias de preparo do solo e
correção estão muito confusas,
além de falhas nas épocas de
4.3 Área de capineiras - Milho BM930 realização dos procedimentos....

Neste caso, por mais que já tenha área destinada para capineiras, já está em
alto grau de degradação, então será passado o arado para implantar uma nova
pastagem. As porcentagem de %Ca e %Mg encontradas de acordo com com K, Ca
e Mg divididos pelo CTC potencial (SB+(Al+H)) de resultado 56,4%, e multiplicados
por 100 para encontrar a porcentagem e definir qual melhor calcário foram:
%Ca= 28,4%
%Mg= 8,9%
%K= 2,48%
Recomendações:
%Ca/CTC: 40-60%
%Mg/CTC:10-20%
%K/CTC: 3-5%
Ca/Mg: 3 a 6:1

O Cálcio e o Magnésio estão abaixo do recomendado,porém o Cálcio está


muito mais abaixo. Sendo assim recomendado um calcário calcítico, com 80% de

16
PRNT, para uma correção de acidez efetiva e rápida nos 3 meses que serão
necessários (PRNT não está relacionado, no caso, com o Ca e Mg, apenas com a
neutralização do ph).
O milho que será utilizado para produção de silagem entra na classificação
dos grupos,como carpinteiras, onde já estava estabelecida na Fazenda uma área
para isso, e com os resultados da análise foi estabelecido a necessidade de:
2,87 ton/ha. O poder de neutralização e tamanho das partículas (PRNT) foi
estimado em 80% média dos produtos do mercado, logo temos:
NC= CTC (V2- V2-VI) / 10x PRNT V2 de 70 para milho
NC= 59 (40-23)/10x80
A calagem pode ser realizada nesta área também, apresentando uma
saturação por Alumínio de 48%, e Ca em 4mmol/dm3. Será a mesma quantidade
que na área da decunbens, 750kg/ha.
A fosfatagem, ocorrerá posterior a calagem e gessagem, o nível de fósforo
deve ser elevado para produção de silagem, sendo necessário atingir no mínimo 20
mg/dm3 de P no solo. Nesta área temos 5 mg/dm3 de P no solo, sendo necessário:
150 kg/ha de P2O5.
O potássio se encontra em 1,4 mmolc/dm3, sendo necessário uma quantidade
acima de 3 mmolc/dm3 ou 3%-5% do CTC, como estão já nas recomendações e no
resultado que está abaixo de 3%. Para suprir essa necessidade, será aplicado 134,4
kg/ha de K2O por parcela. (Antes da gradagem e posteriormente com o adubo
nitrogenado).(96 K2O: 1 mmolc/dm³ no solo).
Vejam que essas
espécies não são
recomendadas
4.4 Área sem uso- Panicum Maximum cv. Tanzânia e Feijão Guandu para áreas
declivosas;

O Panicum Maximum, que será introduzido nas, “áreas sem uso”, classificado
no grupo como forrageira de alta exigência de fertilidade do solo, receberá 2,60
toneladas/ha de calcário.
E o feijão guandu que será uma leguminosa utilizada para evitar a exposição
do solo e erosão, também será aplicada nas “áreas sem uso”. Classificada nos
grupos como leguminosas de mediana exigência de fertilidade do solo, deverá
receber 1,02 ton/ha, porém como é menos exigente, batendo as exigências do
Panicum, as exigências do feijão também serão atendidas. Logo será aplicado 2,60
ton/ha.

17
As porcentagem de %Ca e %Mg encontradas de acordo com com K, Ca e
Mg divididos pelo CTC potencial (SB+(Al+H)) de resultado 63,1% e multiplicados
por 100 para encontrar a porcentagem e definir qual melhor calcário foram:

%Ca= 23,77%
%Mg= 9,5%
%K= 3,32%

Recomendações:
%Ca/CTC: 40-60%
%Mg/CTC:10-20%
%K/CTC: 3-5%
Ca/Mg: 3 a 6:1

Como nas outras áreas da Fazenda, irá recomendar-se o calcário calcítico,


com 80% de PRNT, para uma correção de acidez efetiva e rápida nos 3 meses que
serão necessários (PRNT não está relacionado, no caso, com o Ca e Mg, apenas
com a neutralização do ph).
Nesta área para o primeiro plantio por enquanto, não será necessário a
gessagem.
A fosfatagem, ocorrerá posterior a calagem, o nível de fósforo deve ser
elevado para pelo menos 20 mg/dm3 de P no solo, neste caso de forrageira
exigente nutricionalmente ( Panicum Maximum cv Tanzânia) e uma leguminosa
(Feijão Guandu).
Está é área com mais fósforo encontrado, de 12mg/dm3, ainda está baixo e o
plantio necessitará de mais fósforo. Será necessário 80kg/ha de P2O5 para suprir
essa necessidade.
O potássio se encontra em 2,1 mmolc/dm³, sendo necessário uma quantidade
acima de 3 mmolc/dm³ ou 3%-5% do CTC, como estão já nas recomendações e no
resultado que está abaixo de 3%. Para suprir essa necessidade, será aplicado 86
kg/ha de K2O por parcela. (Antes da gradagem e posteriormente com o adubo
nitrogenado). (96 K2O: 1 mmolc/dm3 no solo).

18
É importante, realizar a análise de solos, frequentemente, para saber o quanto está
sendo perdido para água, para o solo, o quanto o animal está consumindo, e quanto
ele devolve para o solo na forma de fezes, mesmo a porcentagem de retorno sendo
baixa e quanto as forrageiras estão aproveitando desses nutrientes, para
frequentemente realizar a sua reposição, sendo contínuos os processos de práticas
corretivas, mesmo após o plantio.

5.Preparo de solo

O preparo do solo tem como objetivo deixar o ambiente favorável para a


cultura. É necessário tomar cuidado com as consequências desse preparo, pois
dependendo do manejo, o solo pode ter a capacidade de retenção de água, aeração
do solo, podendo impactar diretamente na sua fertilidade. O sistema escolhido para
o preparo, será o sistema convencional, o mais utilizado no Brasil, nas áreas
declivosas que não permitem mecanização será oferecido a opção de
terraceamento.
Após análise do solo inicia-se o preparo propriamente dito, o preparo primário
possui por objetivo trabalhar as camadas mais superficiais do solo por meio do uso
de arados, grades e subsolador. A aração tem por finalidade revolver o solo,
tornando o mais permeável e aerado, além disso, essa atividade também acaba por
matar as possíveis plantas daninhas por abafamento. Já a gradagem tem por
objetivo romper os torrões formados pela pressão do arado, como consequência o
solo se torna mais plano após essa etapa. Para finalizar o preparo primário,
realiza-se a subsolagem, que irá mobilizar a camada subsuperficial do solo,
corrigindo-a e destruindo possíveis camadas compactas.

5.1 Área declivosa

Nesta área, será feito o terraceamento, que além de permitir que a


mecanização seja feita, auxilia em manter a terra fértil, retém água e evita erosão. É
feito com piquetes de madeira e mangueira de pedreiro.
O primeiro passo é pegar o piquete, fincar ele a parte mais alta do terreno,
posteriormente fixar o segundo piquete 30 metros descendo o terreno. Encher a
mangueira de água e colocar em ambos piquetes, medindo a extremidade da água
na mangueira até a superfície do solo, dos lados. Subtraindo o valor encontrado no

19
piquete abaixo pelo de cima e multiplicar por 100% para encontrar a declividade do
terreno. Caso o terreno tenha mais declividades, realizar o processo mais vezes.
De acordo com a tabela de espaçamento horizontal em relação a declividade
(%), de terrenos arenosos ou argilosos. Sabe-se a distância entre cada piquete a
serem colocados. Para o piqueteamento de curva em nível, deve-se pegar a
mangueira já com água, colocar no primeiro piquete, procurar o mesmo nível para
fincar o segundo piquete a 30 metros , e repetir isso na área total. Com a primeira
curva em nível já marcada, é necessário repetir o processo de 15m em 15m. Dessa
Curva de nivel e terraceamento
forma será permitido o uso de mecanização para o preparo. são coisas diferentes

Por último, passamos o arado de 3 discos, que o último disco realiza um


corte profundo de 30 cm pelo menos. O corte será feito da parte mais alta para a
mais baixa, e logo em seguida, volta da área mais baixa para a mais alta, realizando
esse processo de 6-10 vezes, para alcançar uma profundidade ideal.
Nessa área então será realizada a calagem e gessagem, 90 dias antes do
plantio de Panicum Maximum cv Tanzânia e Feijão Guandu. Deve ser realizado da
maneira mais uniforme possível. Lembrando que as leguminosas são exigentes.
Data estabelecida para 1 de agosto, ainda na época das secas.

5.2 Aréas com plantio de Brachiaria decunbens cv Basilisk.

Nestas áreas já com pastejo formado de Brachiaria decumbens, não será


utilizado mecanização, para incorporação profunda do calcário como recomendado,
mas sim será aplicado a calagem e gessagem, em duas épocas. A primeira
superficialmente, 0,625 ton/ha (exigência / 2) de calagem e 350 kg/ha de gesso
(exigência/2) , e a segunda podendo ser pós primeiro perfilhamento das novas
plantas de Brachiaria em 0,625 ton/ha de calcário e 350 kg/ha de gesso, sendo uma
boa alternativa pois estará em período de algumas chuvas e irá ocorrer absorção.

5.3 Áreas de capineiras e sem uso.

Como está área, será totalmente remanejada, com retirada das pastagens
anteriores mortas, matéria orgânica e tudo que está presente, é interessante utilizar
o arado aiveca com uso de trator, que permite uma boa inversão do solo, com boa
profundidade para primeira aplicação da calagem e gessagem.

20
6. Época de preparo do solo

Entende-se por preparo do solo a sequência de operações mecanizadas que


afetam as características biológicas, físicas e químicas do solo, em síntese o
preparo do solo possui como objetivo criar condições propícias ao desenvolvimento
da cultura de interesse, associado à técnica de cultivo que preconizam a
conservação do solo.
Como a calagem e gessagem irão ocorrer em agosto, é recomendado iniciar
o preparo do solo no mês de abril, uma vez que este mês é caracterizado por queda
da temperatura, diminuição da precipitação e do fotoperíodo, formando um cenário
perfeito para preparo do solo, além de ser ideal já a aplicação de herbicidas contra
as plantas daninhas. Em tese essas condições vão até o mês de novembro,
proporcionando ao proprietário tempo suficiente para realizar um bom preparo, e
com tempo para as práticas corretivas e controle de daninhas.
Após todas essas dá-se início ao preparo secundário que irá tratar das
camadas mais superficiais, isto é, que terão contato inicial com as sementes e/ou
mudas. Recomenda-se iniciar este preparo poucas semanas antes da semeadura.
Junto com este manejo será realizada as adubações fosfatagem e potassagem,
recomendadas após a análise de solo.. Os maquinários utilizados nesta fase são
grades leves e rolos destorroadores compactador, estes melhoram o contato solo -
semente, nivelando o terreno.
No caso de reforma de um pasto já existente de Brachiaria Decunbens,,
pode-se realizar a seguinte sequência de operações:
Roçada próxima ao solo > Calcário+Gesso (meia dose) > Preparo
primário > Aplicação da meia dose restante + Fosfatagem > Preparo
secundário > Semeadura.
Nos demais será realizado:
Aração > Calcário + Gesso > Preparo primário > Fosfatagem > Preparo
secundário > Semeadura.

6.1 Preparo das sementes

É importante a regularidade das chuvas antes de fazer a implantação das pastagens


estabelecidas, pois a fisiologia da semente para se transformar em planta depende
da disponibilidade de água, oxigênio, luz, temperatura, permeabilidade do envoltório

21
das sementes, substâncias químicas e dormência das sementes. Sementes
menores precisam de semeaduras mais superficiais e as de maior tamanho
necessitam de semeaduras mais profundas. Logo é necessário: cortar a palhada,
preparar o leito para as sementes, semear em profundidade adequada, semear no
espaçamento adequado, e fechar o sulco. É recomendado que as sementes sejam
distribuídas de forma homogênea, nas áreas que não estão as vacas será
necessário passar um rolo compactador e onde estão os animais como por exemplo
no pasto da Brachiaria Decumbens, estas irão realizar a compactação.
Cada forragem tem seu preparo ideal das sementes. É necessário avaliar a
maturação fisiológica das sementes de cada espécie que será implantada, a
quantidade de impurezas dessas sementes. Além de ser ideal sementes de alto
valor cultural (CV%) com menor número de impurezas possíveis.

- A Brachiaria Decunbens será semeada a 2cm de profundidade, feito a lanço.


- O Panincum será implantando a 1cm de profundidade, feito a lanço
- O milho BM930 será implantado a 5cm de profundidade, por ser uma
semente grande, com espaçamento de 45 a 50 cm por planta.
- O Feijão guandu será implantado também a 5cm de profundidade por ser
uma semente grande, com espaçamento de 10 a 15 cm por planta.
Na compra das sementes é importante averiguar a porcentagem de impureza, o
teste de germinação é importante para saber o potencial de germinação, mas não
detecta as sementes inibidas por dormência. O teste é feito em 20-30 dias, logo é
necessário comprar as sementes pelo menos 2 meses antes, para caso não der um
resultado positivo, ou ocorra dormência, ainda resta um tempo para realizar a
semeadura ou repetir o processo ainda na época das chuvas.
Falta adubação de plantio

6.2 Adubação de Cobertura

A adubação nitrogenada pode ser feita 30 dias após a semeadura, a sulco ou a


lanço, quando já ocorreu germinação, realizada em média duas vezes por cultivo,
no caso de nossas culturas perenes. Podem ser utilizados Uréia, Sulfato de Amônia
e Nitrato de Amônia.
Cerca de 95% ou mais do N do solo faz parte da matéria orgânica, que
constitui o grande reservatório desse nutriente. No entanto, a capacidade do solo

22
de fornecer N às culturas depende da mineralização do N orgânico, função de
fatores climáticos, de difícil previsão. Assim, a análise de solo tem pouca utilidade,
até o momento, para ajudar a definir a adubação nitrogenada.
(Boletim Técnico 100).
Nosso solo foi caracterizado pela classificação de Média resposta esperada de
acordo com o Boletim Técnico. Sendo esperada, uma alta produtividade das
forrageiras, de 4-6 t/ha, e levando em conta sua classe, a adubação será de 30 N,
kg/ha.
Juntamente com a adubação nitrogenada ocorrerá, outras parcelas de adubação de
fósforo e potássio, nas doses já recomendadas e posteriormente nas doses
recomendadas na próxima análise de solo.

6.3 Manejo de formação

O manejo de formação é um ponto crucial para o sucesso da pastagem, pois


sua correta execução é responsável pela persistência, produtividade e longevidade
da vegetação, o que impacta diretamente na rentabilidade da propriedade. Essa
etapa surge após o preparo do solo, adubação e semeadura, levando em
consideração diversos fatores relacionados ao desenvolvimento da planta. É
importante compreender a interconexão desses fatores e dar atenção adequada a
cada um deles.
Ao planejar o manejo de formação, é essencial considerar a época do
primeiro pastejo, de acordo com o sistema de pastejo que será adotado, seja
lotação contínua com taxa fixa ou variável, ou até mesmo o pastejo
intermitente/rotacionado. É necessário avaliar a capacidade de suporte da área em
relação à produção de massa verde e sua sustentabilidade com os animais, levando
em conta perdas e resíduos de pastagem. Além disso, é preciso determinar a altura
de entrada e saída dos animais no sistema de lotação intermitente ou a quantidade
de piquetes para a lotação contínua, o tempo de diferimento, a data para o primeiro
pastejo e a demanda de matéria seca necessária para a quantidade de animais na
área.

23
Um planejamento cuidadoso e detalhado desses aspectos garantirá um
manejo de formação eficiente, estabelecendo as bases sólidas para o
desenvolvimento saudável da pastagem e o bom desempenho do sistema produtivo
a longo prazo (PEREIRA; HERLING; SILVA, 2020).

Dimensionamento de piquetes e áreas para produção de volumoso


complementar
Título: Dados animais

Fonte: Autoria própria

Título: Dimensionamento dos piquete


se 2800 kg/ha de MS estão em 10.000 m²
para atender a 722*PO---------x

X= ((722*2)*10.000)/2800
X= 5157 m² por piquete * 17

área requerida = ~8,8 ha

No caso, esse módulo seria apenas para


as vacas em lactação, correto?

Fonte: Autoria própria

Título: Dimensionamento dos piquetes

24
esse cálculo é
para a época
de águas

Fonte: autoria própria

7. Descrição das áreas da propriedade e desafios específicos

De acordo com o planejamento da propriedade, com o cenário proposto em


áreas decisivas, áreas com a presença de pastagens já implantadas como a
Brachiaria Decumbens cultivar Basilisk, áreas voltadas para capineiras, montamos a
seguinte estratégia.
Vamos adotar três módulos de produção, cada um com suas especificidades, no
qual o Mod. 1 será para os animais permanecerem na época das águas, o Mod. 2
para os animais permanecem na época das secas, e o Mod. 3 será para suporte
alimentar com produção de silagem de milho.

25
Fonte: autoria própria Não compreendi....o esquema está
bastante diferente da proposta feita
no texto.

7.1 Módulo 1

Neste módulo, vamos estabelecer um plantio de formação, por plantio a


lanço, com a forrageira Panicum Maximum cultivar Basilisk, conhecida por sua alta
produtividade e qualidade. Essa escolha se deve à sua capacidade de produzir
quantidades significativas de matéria seca, variando de 11 a 29 toneladas por
hectare/ano, atendendo às necessidades de nossos animais em termos de suporte
nutricional para a produção de leite. Além disso, a cultivar Basilisk também
apresenta alta resistência à cigarrinha.
No sistema de manejo proposto, serão utilizados 40 animais da raça
Girolando, em lactação, com peso médio de 450 kg, durante um período de 165
dias. De acordo com a literatura, animais dessa categoria e raça consomem cerca
de 3% de seu peso vivo, o que resulta em uma demanda de aproximadamente 13,5
kg de matéria seca por animal, por dia. Portanto, é necessário que o pasto produza
um total de 540 kg de matéria seca diariamente. Considerando que estamos no
período das chuvas, será adotado um sistema de lotação intermitente/rotacionado.
Esse sistema consiste em dividir a área em piquetes e alternar o uso desses
piquetes pelos animais. A entrada em cada piquete será feita quando a altura da
forrageira atingir 70 cm, e a saída ocorrerá quando a altura atingir 35 cm. Serão
necessários 17 piquetes de aproximadamente 3.857 m² cada, com um período de
ocupação de 2 dias e 32 dias de descanso.

26
Em suma, o tamanho total deste módulo será de 6,6 hectares, no qual
estabeleceremos um plantio de formação da forrageira Panicum Maximum cultivar
Tanzânia. Esse plantio atenderá às necessidades nutricionais dos 40 animais em
lactação da raça Girolando, garantindo a produção de leite, e oferecerá resistência à
cigarrinha. O sistema de lotação intermitente/rotacionado, com 17 piquetes, será
adotado para gerenciar a alimentação dos animais de forma eficiente durante o
período das chuvas.

7.2 Módulo 2

Neste módulo, aproveitamos uma área declivosa que já foi implantada com
Brachiaria Decumbens cultivar Basilisk. Devido à rusticidade dessa variedade e sua
adequação para um sistema de produção com lotação contínua, optamos por deixar
os animais pastejando durante a estação seca, transformando este módulo em uma
área dedicada a essa época do ano.
Durante o período de seca, os animais receberam suporte nutricional através
da utilização de silagem de milho produzida dentro da propriedade. Além dos
animais em lactação, incluiremos também 10 vacas secas e 10 novilhas nesse
módulo. Levando em consideração as condições do pasto, disponibilidade de
forragem e o período em questão, adotaremos uma lotação contínua com uma
amplitude de altura entre 25 e 30 cm. Os animais permanecerão nesse módulo por
225 dias.
Para atender às necessidades das vacas em lactação, será alocada uma
área de 13.57 hectares de pasto, além do fornecimento diário de 4 kg de silagem de
milho. Já para as vacas secas, utilizaremos uma área de 1 hectare, acompanhada
do fornecimento de 4 kg de silagem de milho. No caso das novilhas, elas também
receberão 4 kg de silagem de milho como suplementação, em uma área de 2.57
hectares. Assim, teremos uma área total de módulo de Brachiaria Decumbens
cultivar Basilisk de 17.2 hectares, com uma taxa de acúmulo de 56 Kg/MS/ha
(ANDRÉA BORGES CAVALCANTE, 2001).
Vale ressaltar que nesse módulo, os animais somente vão entrar na época
das secas, sendo necessário arrendar ou ainda rebaixar o pasto
mecanicamente/quimicamente na épocas das chuvas para fazer o diferimento e
preparar para a seca.

27
7.3 Módulo 3

Neste módulo, nossa principal meta é garantir a produção de alimentos para


os animais durante o período de seca, quando eles estarão no módulo 2.
Inicialmente, iremos produzir silagem de milho e, na segunda safra, iremos
implantar Milho e Feijão Guandu para a cobertura do solo após a colheita do milho
para ensilagem.
Considerando a suplementação de 4 kg de silagem para vacas em lactação,
4 kg de silagem para vacas secas e 4 kg de silagem para novilhas, precisaremos de
um total de 2700 kg de silagem para esse módulo durante os 225 dias. Com base
nas informações obtidas na literatura e nas aulas, observamos que a produtividade
do milho é de aproximadamente 15 toneladas por hectare. Portanto, teremos uma
quantidade excedente de silagem, que poderá ser utilizada para venda ou até
mesmo para aquisição de novos animais.
No entanto, devido a este módulo ser destinado principalmente para a
alimentação dos animais, é importante considerar que a cultivar de milho BM 930
produz cerca de 65.000 plantas por hectare, com uma média de 170 gramas por
grão de milho, resultando em uma produção de aproximadamente 11 toneladas por
hectare (ZATTI, 2021). Dessa forma, se tivermos 1 hectare de área disponível,
teremos 11 toneladas para venda da sobra de silagem. No entanto, se desejarmos
atingir a produção de 2700 kg necessária para o módulo, seria necessário plantar
apenas 0,24 hectares, embora essa opção não seja recomendada devido às perdas
que ocorrem durante o processo de ensilagem.

28
Título: Modelo propriedade

Fonte: Autoria própria

8. Considerações sobre cupins e cigarrinha das pastagens

8.1 Impacto dos cupins e medidas para mitigar os danos causados por
eles

Conforme destacado por Valério (2006), os cupins de montículo


desempenham papel importante na identificação de pastos degradados pois,
normalmente, a sua incidência aponta áreas com pastagens que não receberam o
manejo adequado ao longo do tempo, sendo essas mais comumente áreas de
pastagem mais antigas. Nessas áreas, é comum encontrar diversos montículos de
terra, conhecidos como "cupinzeiros", espalhados por toda a extensão dos pastos
destinados à criação de animais para produção.

29
Dentre as espécies mais comuns temos C. bequaerti, e principalmente C.
cumulans (Kollar), pertencentes ao gênero Cornitermes. A C. bequaerti tem como
característica mais marcante a construção das aberturas dos seus montículos em
formato de “chaminés” (Fontes 1998) e (FERNANDES et al., 1998), todavia, não são
tão comuns de serem encontrados se comparados com os C. cumulans. Valério
(2006) afirma que esta espécie é predominante nas pastagens da região Sudeste e
também pode ser encontrada nas demais regiões do país, sendo assim, é a mais
comum no Brasil, fazendo com que o termo “cupim-de-montículo” seja praticamente
100% relacionado ao Kollar. Além do Cornitermes, um outro gênero desses insetos
que carece por atenção é o Syntermes. O que lhes diferem dos C. bequaerti e C.
cumulans em questões estruturais é a forma com que os montículos afloram na
superfície do solo, sendo estes mais baixos e menos resistentes, podendo até ser
confundidos com ninhos de saúvas, e, além disso, os insetos também são muito
maiores e predominantemente subterrâneos (Constantino 1995). Apesar de ocorrer
em menor frequência, os cupins Syntermes spp. promovem grandes danos à
biomassa das pastagens, assim podendo causar uma redução na disponibilidade de
forragem uma vez que praticam forrageamento do pasto, isto é, o corte das folhas
verdes da pastagem, se assemelhando às formigas-cortadeiras tanto em estrutura
física quanto em comportamento.

O prejuízo direto causado às pastagens pelo cupim Kollar ainda é muito


discutido uma vez que, apesar da alta infestação não se tem registros e nem
estudos que comprovem a presença de danos evidentes às pastagens (VALÉRIO
2006). Por outro lado, o que se sabe e o que mais preocupa os produtores é que a
presença de montículos de terra no pasto é um grande problema uma vez que, por
causarem desníveis no solo e o deixarem irregular, a ação de mecanização agrícola
na área se torna muito dificultosa, sendo praticamente impedida por completo de
ocorrer em alguns casos, complicando e muito o manejo do pasto além também de
reduzir a área útil da pastagem e, dependendo da situação, atrapalhar até a
locomoção e pastejo dos animais alocados naquele lugar.

A fim de mitigar os problemas causados pelos cupins, um dos métodos de


controle mais comuns a serem feitos é, em cupinzeiros ainda habitados pelos
insetos do gênero Cornitermes, é o uso de inseticidas químicos contendo princípios

30
ativos como por exemplo Fenthion, Imidaclopride, e Fosfato de Alumínio penas para
C. Cumulans e Fipronil tanto para C. Cumulans quanto C. Bequaerti. A aplicação
desses químicos deve ser feita através da perfuração dos cupinzeiros com o auxílio
de uma barra de ferro e uma marreta até que se atinja o núcleo dos mesmos e, feito
isso, pode-se aplicar o inseticida no interior dos montículos, provocando a morte dos
cupins em um breve intervalo de tempo e por sua vez o despovoamento do
cupinzeiro, tornando-o apto a ser destruído de forma mecanizada. Em casos onde
há presença de cupinzeiros de insetos do gênero Syntermes, o indicado é, ao
localizar o cupinzeiro, realizar uma perfuração de cerca de 20cm de profundidade
em relação à superfície do solo a cada metro quadrado do mesmo e, nessas
perfurações, aplicar o inseticida para que assim a ação do veneno ocorra no interior
destes cupinzeiros, acabando com toda a população que lá vive.

O controle mecanizado dos cupinzeiros é indicado a ser realizado quando os


cupinzeiros já não estão mais habitados pela população de insetos que inicialmente
vivia lá. Há alguns anos usava-se enxada para partir os montículos em alguns
pedaços, todavia, este método além de trabalhoso não era 100% eficiente. Com os
avanços tecnológicos alguns implementos agrícolas foram desenvolvidos a fim de
facilitar o trabalho e torná-lo eficaz.

Conhecendo todas as condições apresentadas anteriormente, o grupo optou


por realizar inicialmente o controle de populações de cupins os quais ainda habitam
os cupinzeiros presentes nas pastagens, para que dessa forma a presença e
incidência de cupins seja reduzida o máximo possível. Tal controle será realizado de
forma química por meio de inseticidas, seguindo as recomendações apresentadas
por Valério et al. (1998), onde montículos de Kollar (C. Cumulans) receberão a
aplicação de químicos de princípio ativo Fenthion, Imidaclopride, Fosfato de
Alumínio ou Fipronil em seu núcleo através da perfuração da camada mais grossa
dos mesmos com auxílio de barra de ferro e marreta. As dosagens variam de
acordo com as recomendações do fabricante, portanto, deve-se atentar a isso no
momento de realizar a ação. Para cupins C. Bequaerti o método de controle
adotado será o mesmo, também proposto por Valério et al. (1998), todavia, para
essa espécie o único químico indicado para ser utilizado é aquele que tem como
princípio ativo Fipronil.

31
Somado a isso, não podemos esquecer que cupins do gênero Syntermes
também são propensos a ocorrer e promover problemas à pastagem, portanto,
optamos por fazer o controle químico dos mesmos com a aplicação de inseticidas,
sempre seguindo as recomendações de Valério (2006), o qual afirma que uma barra
de ferro deve penetrar o solo atravessando a camada exposta, atingindo uma
profundidade de 20cm abaixo do nível do solo. Cada perfuração deve estar a uma
distância de 1 metro quadrado uma da outra.

Por fim, com os cupinzeiros vazios, aplicamos a ação de máquinas agrícolas


as quais trabalharão de modo a destruir e remover todo e qualquer montículo
existente na pastagem. Nos dias atuais contamos com incrementos modernos que
podem ser acoplados à tomada de força de tratores como a “broca cupinzeira” e
“demolidora de cupins”. Estes incrementos são de alta eficiência e agem destruindo
os montículos por completo, recuperando o nivelamento do solo além também da
área útil de pastagem, locomoção dos animais, facilitando a ação de demais
maquinários naquela área e reduzindo o risco de algum animal peçonhento se alojar
em um montículo “abandonado” pelos cupins.

8.2 Impacto das cigarrinhas e medidas para mitigar os danos causados


por elas

As cigarrinhas podem causar diversos danos à pastagem, quando jovens


esses insetos atacam a base da planta e raízes descobertas, sugam seiva e
exsudam uma espuma de coloração branca que as protege. Já os adultos vivem na
parte aérea da planta, sugando seiva, injetando uma toxina que bloqueia o xilema,
resultando em plantas com manchas necróticas, amarelamento das folhas, redução
da produção de biomassa e qualidade da forragem.
Algumas espécies de cigarrinhas são potenciais vetores de doenças como
mosaico, enanismo e enfezamento. Outro dano causado pelas cigarrinhas são a
redução da capacidade de rebrota, o que confere menor densidade do pasto e
menor recuperação após pastejo.
O controle dessa praga varia em função do número de ninfas e adultos numa
determinada área, para um controle eficaz deve-se identificar a espécie de
cigarrinha para aí sim definir a medida de intervenção mais adequada. Os métodos
de controle de cigarrinhas compreendem:

32
● Controle cultural/mecânico: Realizar manejo racional e/ou divisão de
piquetes, uso de fogo (somente em caso excepcionais e em grandes focos).
● Controle químico: Eficiente na primeira geração de adultos e deve ser
realizado na emergência dos mesmos. Recomenda-se o emprego desse
controle em pastagens de alto valor agregado, uma vez que o período de
carência deste defensivo deve ser respeitado.
● Controle biológico: O mais comum controle biológico se dá pelo uso do
Metarhizium anisopliae, um fungo que coloniza ninfas e adultos da praga.
Porém, vale salientar que o sucesso desse fungo no controle das cigarrinhas
depende de fatores ambientais como temperatura e umidade relativa
favoráveis. Uma vez que em condições favoráveis, o uso deste fungo supera
o emprego do controle químico.
Lagartas no milho?

9. Conclusão

Em síntese, o sucesso da propriedade tratada neste trabalho é única e


exclusivamente depende do bom manejo de pastagens em consonância a correta
gestão dos módulos presentes tanto na época de seca quanto nas águas. Todas as
etapas presentes, desde o controle de pragas e daninhas, preparo e correção do
solo, e manejo pós formação de pasto, merecem a devida atenção para que o
sistema produtivo gire como um todo e nossos animais sejam responsivos e a
propriedade traga lucros. Pode-se dizer que os meios de ação e as medidas
tomadas neste estudo se resumem em uma frase: “Um ser humano só cumpre o
seu dever quando tenta aperfeiçoar os dotes que a natureza lhe deu.” Herman
Hesse.

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Atentar-se que tal qual o animal, a planta também possui um ponto máximo
de produção e valor nutritivo, onde cabe a nós, profissionais da zootecnia explorar e
respeitar esse ponto. Tendo sempre em mente que devemos priorizar a entrada dos
animais no módulo no momento correto, fazendo o uso correto e eficiente da área,
para que tanto o animal quanto a planta estejam em equilíbrio e sejam igualmente
responsivos ao manejo empregado.
Com isso, um sistema com pastagens bem consolidadas e de baixo custo
quando comparados com sistemas intensivos de vacas confinadas, confere
segurança e lucratividade para o produtor rural. Outrossim são os cuidados que se
deve ter com o solo, que muitas vezes é ignorado e deixado de lado, assim como o
controle de pragas e plantas daninhas, que já se mostraram potentes vilões da
produção de um pasto de qualidade.

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10. Referências

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