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Universidade de São Paulo

Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos


Departamento de Zootecnia
Disciplina: Forragicultura II - ZAZ2328

Estudo de caso (ZAZ2328)


Grupo 5: Fazenda FZEA de produção de leite de búfala

Docentes:
Controle de daninhas e pragas: 1,0 Lilian Elgalise Techio Pereira
Etapas do Preparo de solo: 1,0
Valdo Rodrigues Herling
Correção e adubação: 0,7
Dimensionamento dos módulos: 0,6
Texto e apresentação do trabalho: 1,0 Discentes:
Brenda Santos de Oliveira - 11845473
Nota Final: 4,3
Gabriela Ramos Mendes - 11794696
Laís Aveniente Silva - 11794546

Pirassununga
2023
Universidade de São Paulo
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
Departamento de Zootecnia
Disciplina: Forragicultura II - ZAZ2328

1. Análise de Contexto
O trabalho consiste na realização de uma recomendação da Fazenda FZEA
de produção de leite de búfala. Como apresentado nas instruções sobre a Fazenda
FZEA, a área apresenta pastagens predominantes de gramíneas em monocultivo,
sendo a principal espécie Brachiaria decumbens cv. Basilisk, na qual há presença
concomitante de pontos de subpastejo e superpastejo. Nessa situação, devido ao
monocultivo, pode ocorrer redução da diversidade vegetal, maior susceptibilidade a
pragas e doenças e menor suporte a condições adversas. Ademais, os pontos de
sub e superpastejo é um indicativo de manejo incorreto da pastagem, resultando em
perda da cobertura vegetal, compactação do solo e aumento da infestação de
plantas invasoras, para isso, é necessário que a taxa de lotação seja adequada para
determinada pastagem, que a disposição de cochos e bebedouros esteja correta,
rotação de áreas de pastejo e realização de adubação e correção de solo.

Nas áreas sem uso indefinido, com característica declivosas, a mecanização


não pode ser realizada pelo tipo de topografia presente no terreno que dificulta no
manejo dessa área e também na recuperação da pastagem inserida nesse solo.
Nessas áreas declivosas será necessário estabelecer medidas de controle de
erosão, como curvas de nível ou terraços, que irão diminuir a perda de solo e auxiliar
na melhora no estabelecimento de novas vegetações ou forragens que irão ser
fixadas na área.

Nas áreas de estágio avançado de degradação é observado a infestação


pelas plantas daninhas, que indica a necessidade de um programa de recuperação
de pastagem, realizando o manejo integrado com as plantas invasoras: Guanxuma
(Sida spp.), Capim-amargoso (Digitaria insularis) e o Caruru-branco (Amaranthus
hybridus var. patulus). Essas plantas invasoras identificadas na área, representam
uma dominância em relação a gramínea já estabelecida pois, apresentam
resistência aos herbicidas e grande facilidade de disseminação, pois se adapta bem
ao clima, competindo por luz, água, nutrientes e espaço com a gramínea já
estabelecida, que irá reduzir a produtividade e qualidade dessa forrageira. Portanto
sendo necessário a utilização de uma estratégia específica para o combate dessas
plantas invasoras, com o uso de herbicidas ou controle mecânico.
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Podemos observar ainda, que a presença de Guanxuma (Sida spp.) identifica


um solo compactado e suas sementes apresentam dormência específica que facilita
a proliferação dessa invasora. Já a presença de Capim-amargoso (Digitaria
insularis) apresenta uma disseminação rápida de sementes por causa da sua
“plumagem” e também apresenta resistência a herbicidas pela grande utilização
nessas plantas. O caruru-branco (Amaranthus hybridus var. patulus) também possui
resistência a herbicidas e possui um crescimento e desenvolvimento muito rápido

Nesta propriedade o solo possui áreas de superpastejo, o que favorece o


desenvolvimento de capim-amargoso e guanxuma e a infestação de cupins, já que a
vegetação encontra-se enfraquecida devido ao pastejo excessivo. Além disso, o
capim-amargoso é altamente adaptado a condições de baixo manejo e possui alta
capacidade de produção de sementes, da mesma forma que a guanxuma, a qual
possui alta capacidade de competição com as forrageiras, comprometendo sua
produtividade e qualidade. Por outro lado, as áreas de subpastejo, onde a pastagem
não é utilizada de forma adequada, estimulam o surgimento de cigarrinhas uma vez
que, a vegetação está enfraquecida e com menor resistência natural. Nessas áreas
também pode-se observar infestação de caruru, no entanto, essa infestação é
favorecida quando há deposição de fezes e urina no solo, o que fornece matéria
orgânica a essa planta daninha. Portanto, a presença de áreas de subpastejo e
superpastejo proporcionam condições favoráveis para a infestação de pragas e
plantas invasoras de forma agressiva e competitiva.

2. Escolha do Pasto
a. gramínea: Brachiaria brizantha cv. marandu consorciada com
leguminosa Puerária (Pueraria phaseoloides):
A gramínea possui crescimento em forma de touceiras, com um crescimento
robusto com folhas eretas, pode atingir de 1,5 m a 2,5 m de altura. Possui alta
resistência a pragas como às cigarrinhas-das-pastagens, uma boa produção
forrageira, faz a rebrotação e consegue tolerar frio, seca e ao fogo. Sendo uma boa
gramínea para pastejos rotacionados, é bem aceita por bubalinos mas exige um solo
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drenado que possua uma boa fertilidade que pode ser corrigida pela adubação e
correção, produzindo cerca de 8 a 20 toneladas de MS/ha no ano. A leguminosa
Puerária (Pueraria phaseoloides) é uma planta perene de clima tropical, possui talos
rasteiros e com crescimento trepador, tem um bom valor nutricional e resiste a
pequenos períodos de seca, e também incorpora nitrogênio ao solo.
A consorciação dessas duas plantas apresenta bom resultados pela boa
susceptibilidade e também pela alta produção de MS, a Puerária apresenta boa
compatibilidade com o cv. Marandu proporcionando uma maior quantidade forrageira
do que seria só com a gramínea. A Puerária apresenta valores de proteína bruta de
15% a 18% nas épocas de águas.

b. Capim-elefante:
O Capim-elefante foi escolhido para ser utilizado na área de capineira, sendo
uma gramínea perene que apresenta um crescimento cespitoso, com presença de
touceiras e possuindo uma grande quantidade de perfilhos. Tem boa adaptabilidade
a diferentes temperaturas, apenas não suportando geadas, necessita de solos com
boa fertilidade e tem pouca tolerância à seca. Importante especificar qual cultivar é
recomendado.
A utilização do Capim-elefante como capineira é uma boa opção para os
rebanhos de búfalas leiteiras pois tem uma boa quantidade de forragens quando
cortada e fornecida no cocho, como vai ser fornecida na época da seca as alturas de
pastejos e de manejos devem ser feitas seguindo as recomendações corretas.

3. Resoluções de Problemas
O manejo incorreto das pastagens deve ser a principal preocupação do
produtor por causar graves prejuízos ao pasto e aos animais. Sendo assim, diversos
fatores devem ser levados em consideração para o manejo adequado da forrageira,
dentre eles destaca-se a taxa de lotação, a qual está diretamente relacionada à
capacidade de suporte do pasto e à quantidade de animais que podem ser mantidos
em uma determinada área de pastagem por um período de tempo específico. Nesse
sentido, o pasto formado por Brachiaria decumbens cv. Basilisk submetido a uma
taxa de lotação baixa, causou áreas de subpastejo e superpastejo.
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As áreas de superpastejo são preferidas pelos animais devido ao crescimento
lento da gramínea, a qual possui melhor valor nutritivo e, consequentemente,
preferida pelos animais. Por outro lado, aquelas submetidas à subpastejo
apresentam baixo aproveitamento da forragem disponível, com isso, há o
desperdício da pastagem devido à baixa produção animal por área e crescimento
excessivo do capim, resultando em alto teor de fibra, reduzindo a digestibilidade e o
valor nutritivo e, consequentemente, diminuição no consumo alimentar dos animais.
As áreas de subpastejo e superpastejo, também favorece a infestação de plantas
invasoras (guanxuma, caruru-branco e capim-amargoso), assim como, promove o
desenvolvimento de pragas (montículos de cupim e cigarrinhas).

As áreas de capineira desta propriedade encontram-se em estágio avançado


de degradação com infestação de plantas invasoras e ocorrência de montículos de
cupim, essas áreas são caracterizadas por gramíneas de porte cespitoso
(crescimento por touceiras), o que promove partes de solo descoberto, porém, se
bem manejadas, possuem alto poder de perfilhamento reduzindo o espaço para o
desenvolvimento de plantas invasoras e pragas. Como as capineiras dessa
propriedade estão em estágio avançado de degradação, percebe-se a falta de
manejo adequado cometido pelo proprietário, uma vez que não foi feita a devida
correção de solo, a altura de corte não feita em frequências corretas e a adubação e
correção do solo não foram feitas, ou feitas de forma incorreta.

Tendo em vista os fatores prejudiciais e a atual situação em que a área se


encontra, considerando estar no mês de março, a primeira ação a ser tomada é a
análise de solo (já fornecida), a partir dos resultados obtidos é possível decidir as
próximas etapas de preparo do solo. Em seguida, entre os meses de março e abril,
deve-se fazer o controle dos montículos de cupim e das plantas daninhas antes da
mecanização no solo. As plantas invasoras devem ser controladas através das
técnicas mencionadas anteriormente, já os montículos de cupim, necessitam ser
submetidos a controle biológico, por meio do fungo “Metarhizium anisopliae” e,
posteriormente, com controle químico. Antes da aplicação do inseticida
“Cipermetrina”, é necessário fazer a abertura de pelo menos 10 cupinzeiros para
determinar o padrão de ninho e assim determinar a forma de aplicação. Após a
aplicação, utiliza-se implementos agrícolas para a destruição mecânica dos

Se for utilizar controle químico para cupins, não faz


sentido aplicar o biológico antes. "segundo relatos: O
fungo mata os cupins que entram em contato com ele,
contudo este fungo não chega a ser levado para o ninho
eliminado-o completamente.
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montículos em 30 a 45 dias após controle químico, com auxílio da
“broca-cupinzeira”.

O controle das plantas daninhas deve ser feito antes de qualquer plantio ou
correção do solo, já que a eliminação dessas plantas invasoras deve anteceder o
estabelecimento das gramíneas forrageiras. Como dito anteriormente, a Guanxuma
(Sida spp.), o Caruru-branco (Amaranthus hybridus var. patulus) e o
Capim-amargoso (Digitaria insularis) presentes na área estão em estágio
reprodutivo, ou seja, o ideal é fazer a roçada antes da aplicação do herbicida para
essas plantas daninhas, pois ele pode ser pouco efetivo se utilizado antes da
roçada, pelas plantas apresentarem desenvolvimento rápido e dormência em suas
sementes. A roçada deve ser realizada juntamente com os manejos de correção do
solo, para o revolvimento da terra e na inversão das leiras para que as sementes
dessas daninhas fiquem abaixo de 4 cm do solo, dificultando sua em emergência.
Os herbicidas utilizados vão realizar o dessecamento das plantas após a roçada
para incrementar o processo e certificar que não sobrará resquícios de daninhas nas
áreas desejadas. A aplicação do herbicida deve ser feita após a aração com a
junção dos produtos “Glifosato e Flumioxazin”, podendo também ser feita uma
segunda aplicação antes da semeadura das plantas nas áreas desejadas.

Após a análise de solo, controle dos cupins e controle das invasoras o solo
encontra-se apto para a recuperação direta com destruição total da vegetação, uma
vez que a pastagem encontra-se em estágio avançado de degradação com solo
descoberto e presença de pragas e daninhas. Para iniciar o processo deve-se
realizar o preparo primário do solo. Essa etapa, realizada entre julho e agosto, é feita
para revolver as camadas do solo e incorporar resíduos a este, mas antes de ser
feita deve-se utilizar um penetrômetro para testar a compactação física do solo e
assim, definir qual o melhor implemento agrícola de preparo primário de solo para
aquela situação em específico.

Em seguida, aplica-se metade da quantidade necessária de calcário + gesso


e posterior passagem do arado, promovendo a inversão de leivas em
aproximadamente 30 cm de profundidade, o que promove melhor controle das
plantas daninhas. Após, deve-se passar a grade aradora para realizar a aração e a
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gradagem em apenas uma etapa com a penetração dos discos no solo até cerca de
20 cm. Após o uso do arado, seguido de grade aradora, deve-se aplicar a outra
metade do calcário + gesso para que, em seguida, seja feita mais uma gradagem
para incorporação dos corretivos na camada superficial do solo (0-20 cm), como
última etapa do preparo primário, deve ser feita a subsolagem do solo, a fim de
romper camadas compactadas a maiores profundidades. Após o preparo primário,
deve-se realizar o preparo secundário do solo durante o mês de setembro, iniciando
com o rolo destorroador, visando o destorroamento proveniente do preparo primário
nas camadas superficiais do solo, em seguida é necessário corrigir os teores de P e
K e, por fim, deve-se utilizar uma grade niveladora para garantir a uniformidade do
solo e descompactação das camadas mais superficiais, reduzindo o risco de erosão
Até aqui, as operações de preparo de solo
e melhorando o contato das sementes com o solo. se aplicam às áreas da capineira e onde
estava a decumbens, mas não servem para
a área declivosa.

A semeadura da brachiaria brizantha então deve ser preparada em outubro


para ser iniciada de fato em novembro, e considerando as sementes com 80% de
valor cultural, ao realizarmos um plantio em sulcos espaçados de 0,6 a 1,0 m entre
si, teremos uma taxa de semeadura de 4 kg de sementes por hectare, sendo
importante não colocar mais sementes para não reduzir a plantação da consorciação
com Puerária. As sementes do cv Marandu devem ter de 2 a 3 cm de profundidade
de semeadura e depois ser incorporadas com grade niveladora fechada após a total
distribuição das mesmas na área, e como teremos a consorciação, após a
distribuição das sementes e passar a grade niveladora fechada, realiza-se a
Operações
distribuição das sementes de leguminosas e por fim, o rolo compactador. separadas para
distribuição das
sementes?
O tempo de formação dessas sementes é de cerca de 90 a 120 dias após a
germinação, realizando-se um primeiro pastejo com animais mais leves por volta dos
90 dias, com uma altura do pasto de aproximadamente 60 cm de entrada e saída
dos animais quando estes atingirem 30 cm do solo. Para sua utilização em pastejo
rotacionado, deve-se atender a altura de entrada de 25 cm e a altura de saída de 15
cm com o pasto em condição de correção e adubação de solo.

Após a implantação, deve-se realizar uma primeira adubação, conhecida


como adubação de plantio, e 90 dias depois, no primeiro pastejo, realizar uma
adubação com nitrogênio, e por fim, 60 dias depois, agora na implantação de
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pastejos regulares, realizamos uma adubação de manutenção. Além disso, no
período de primeiro pastejo e início de pastejos regulares, devemos realizar o
monitoramento de cigarrinhas, em que se o número de adultos/m² for menor que 10
e o número de ninfas/m² for menor que 6, não há necessidade de se realizar o
controle. Agora em casos de números superiores, sendo de adultos entre 10 e 20/m²
e ninfas de 6 a 25/m², tem-se a necessidade de aplicação de fungos em faixas de 10
metros, e em caso de números superiores a estes, aplicar fungicida em área total, e
primeira geração de adultos
em números superiores a 30/m², aplicar inseticida nas reboleiras. se utiliza o controle químico

No caso da Puerária em consorciação, o plantio pode ser feito à lanço ou em


linhas espaçadas de 1,0 m, sendo que para uma melhor consorciação, deve ser feito
em linhas intercaladas com a gramínea Brachiaria Brizantha cv. Marandu, sendo que
estas possuem densidade de semeadura de 10 e 3 kg/ha, respectivamente para B.
brizantha cv. Marandu e P. phaseoloides. Recomenda-se para a semeadura em
consorciação com gramíneas a densidade de 2 a 3 kg de sementes/ha-1, sendo 2 a
3kg de sementes/ha-1 em linhas

Para a implantação do Capim-Elefante cv. Napier, o plantio é feito com


estacas de no mínimo 3 nós, sendo que este plantio deve ser feito no início do
período de chuvas, para garantir um bom período de umidade satisfatória. Além
disso, pode ser implantado de duas maneiras. No plantio em covas, a distância pode
ser de 1,0 m x 0,5 m ou 1,2 m x 0,5 m em covas de 10 cm de profundidade.
Plantando duas estacas no buraco em forma de "V", ficando dois nós enterrados,
tendo-se o cuidado de deixar as gemas para os lados, para permitir melhores
condições de aderência. O plantio em sulcos consiste em sulcos duplos com
profundidade de 10 cm, espaçamento de 1,2 m e distância interna de 0,8 m. Três
estacas com nós são colocadas horizontalmente e espaçadas 10 cm uma da outra
ao longo do sulco.

Figura 1: Distância no plantio entre covas


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Fonte: Capineira de Capim-Elefante

Figura 2: Plantio de estacas com três nós em covas, com posição lateral das gemas.

Fonte: Capineiras de Capim-Elefante

No caso do Capim-Elefante, seu primeiro corte deve ser feito apenas após 90
dias de crescimento após o plantio para evitar retardamento ou até a falha no
estabelecimento do capim. Além disso, na realização dos cortes, a capineira deve
ser sempre dividida em talhões, sendo que esses talhões devem ser utilizados por
totalidade durante uma semana e descansar por um período de um mês e meio a
dois meses, em que quanto menor for o período de descanso, maior será o valor
nutritivo, porém menor a produção forrageira, sem contar que cortes com intervalos
mais curtos podem diminuir a vida útil da forrageira.

4. Correção e Adubação
a. Correção:
Após a análise de solo previamente feita da área, podemos observar que o
tem-se a necessidade da correção do solo primeiramente antes de qualquer
atividade mecânica de preparo de solo. Observando os valores dos componentes
presentes no solo, o pH apresenta uma acidez muito alta e uma saturação por bases
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muito baixa, afirmando a degradação do solo. O magnésio presente no solo


apresenta um valor muito baixo do recomendado e o valor de cálcio apresenta alto.
Analisando a área de capineira que vai ser implantado o Capim-elefante,
pensando na calagem do solo, o valor de Magnésio apresenta um valor menor que
5, ou seja, o calcário a ser utilizado de acordo com o Boletim 100 é o calcário
Caracterísicas
do calcário? dolomítico. A quantidade de calcário vai ser de 2,6 ton/ha, sendo 9,62 ton de calcário
em área total, sendo aplicado em lanço na área total no começo de julho,
respeitando os 90 dias de ação do calcário antes da semeadura de plantio do
Capim-Elefante. Para a Gessagem, sendo 25% da NC vai ser utilizado 638 Kg/ha
sendo 2360,6 ton em área total no solo, aplicando juntamente com o calcário no
começo de julho, 90 dias antes da semeadura de plantio. Já para as práticas de
Fosfatagem, a recomendação é de 556 Kg/ha de Superfosfato simples à 18% de
P2O5. Na Potassagem, o recomendado é a utilização de 265 Kg/ha de KCl, esses
dois procedimentos vão ser realizados após a calagem e gessagem, antes da
semeadura, no mês de setembro. Pasto consorciado do
grupo II?
Na área de Brachiaria brizantha cv. marandu consorciada com leguminosa
Puerária (Pueraria phaseoloides), o solo apresenta uma acidez muito alta de acordo
com o valor do pH e uma saturação muito baixa. O valor do Mg apresenta menor do
que 5, portanto para a calagem vai ser utilizado o calcário dolomítico, onde a
quantidade de calcário necessária vai ser de 3,1 ton/ha, multiplicando pelo valor da
área total da um valor de 11,47 ton de calcário, aplicado em lanço em julho 90 dias
antes da semeadura. Para a Gessagem vai ser necessário 770 Kg/ha de gesso, em
área total com um valor de 2849 ton, aplicado juntamente com a calagem na
utilização das mesmas técnicas no começo de julho. Na Fosfatagem vai ser utilizado
90 Kg/ha sendo a cada 1 mg/dm3 aplicar 10 Kg P2O5, para Potassagem vai ser
utilizado 144 Kg/ha, tanto a fosfatagem como a potassagem vão ser colocadas antes
Fontes?
da semeadura, no mês de setembro.
b. Adubação de formação:
Para a área de capineira vai ser utilizado 444 Kg/ha de SS de fósforo em 18%
de P2O5. Para a área consorciada, vai ser utilizado 178 Kg/ha de fósforo em 45% de
P205, ambos sendo aplicados em outubro antes do plantio. 667 kg/ha de SS no
capim elefante ....
Faltou KCl em ambas
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c. Adubação nitrogenada:
Para a área de capineira serão utilizados 45 Kg/ha de MS de uréia, 100 Kg/ha
de sulfato de amônia e 61 Kg/ha de nitrato de amônio, aplicados após o primeiro
pastejo. Faltou adubação de manutenção..

5. Dimensionamento e Orçamentação
Para o dimensionamento de áreas destinadas às pastagens para produção
animal leva-se em consideração diversos fatores como: taxa de lotação,
produtividade da pastagem, capacidade de suporte das espécies de plantas,
exigências nutricionais de cada categoria animal, entre outros. Dessa forma,
primeiramente deve-se estimar a demanda total de pasto necessária para suprir as
exigências nutricionais dos animais de acordo com cada categoria animal, no caso
desta propriedade, será implementada a criação de doze búfalas leiteiras juntamente
a doze bezerros, o peso médio desses animais é de 500 kg e 150 kg,
respectivamente. Além disso, o consumo total estimado de MS (%PV) por esses
animais é, respectivamente, 3,0% e 1,8%. A partir deste consumo estimado e do
consumo de concentrado, obtém-se o valor da demanda efetiva de pasto. Assim:
➢ Período das Águas:
○ Bezerros
Nº animais = 12
Peso médio = 150kg
Consumo MS (%PV) = 1,8%
Aqui temos um probleminha:
Demanda total (animal/dia) = 3,7 kg MS/dia Demanda total por animal= 150 * 0,018=2,7
Concentrado = 1 kg
Ração suplementar = 1 kg Demanda de pasto por animal = 1,7 kg

Demanda do lote = 1,7*12 = 20,4


Demanda de pasto = 2,7 kg MS animal/dia
Demanda de lote = 12 x 2,7 = 32,4 kg MS/dia

○ Fêmeas Lactantes
Nº animais = 12
Peso médio = 500 kg
Consumo MS (%PV) = 3,0%
Demanda total (animal/dia) = 15 kg MS
Concentrado = 4 kg
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Demanda de pasto = 11 kg MS animal/dia
Demanda total de lote = (12 x 11)+(12 x 2,7) = 164,4 kg MS/dia
- Puerária
Massa de forragem pré pastejo = 7000 kg MS/ha
Resíduo + Perdas = 0,6 = 4200 kg MS/ha (efetivamente
disponível) Não entendi...não é um
pasto consorciado?
PD = 28 dias
PO = 2 dias
Nº lotes = 1
Nº piquetes = 14 + 1 = 15 piquetes
4200 kg MS -> 10000m²
164,4 x 2 dias -> 783 m² = 0,08 ha

- Capim Marandu
Massa de forragem pré pastejo = 4000 kg MS/ha
Resíduo + Perdas = 0,6 = 2400 kg MS/ha (efetivamente
disponível)
2400 kg MS -> 10000m²
164,4 x 2 dias -> x = 1370m² = 0,14 ha
Área total necessária = (783 + 1370) x 15 = 32295 m² = 3,2 ha

Dessa forma, no período das águas as fêmeas lactantes serão introduzidas


nos piquetes compostos por cv. Marandu e Puerária em consorciação com o total de
3,2 ha, nesse caso, como iremos utilizar pastejo rotacionado é necessário que essa
área seja composta por 15 piquetes, para as búfalas se alocarem quando forem
rotacionar de um para o outro, respeitando o período de descanso e o período de
ocupação. Além disso, os bezerros também usarão o capim marandu para
pastarem, mas em piquetes diferentes do que as mães se encontram.
Portanto, a Área 1 será dividida em 15 piquetes, sendo que os bezerros serão
separados das búfalas e apenas entrarão em contato quando ordenhadas. O
primeiro pastejo de ambas categorias animal ocorrerá no final de dezembro quando
o capim atingir 50-60 cm de altura, estimulando maior perfilhamento e entrada de luz
no dossel. Neste caso, os animais devem sair quando a altura da planta chegar a
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25-30 cm e após, deve-se realizar a adubação de manutenção, em superfície, na
área total. Já que o pasto se encontra infestado por plantas invasoras, será
necessário realizar a roçagem anual para controlar a infestação.
Essa área também será composta pela leguminosa Puerária, a qual será
utilizada em consorciação com o capim Marandu para enriquecer a dieta dos
animais e o solo. Na época das águas, a capacidade de suporte desta consorciação
deve ser de 2,5 UA/ha, enquanto na seca, deve ser de 1,0 UA/ha, sempre
respeitando o período de descanso de 28 dias com 2 dias de período de ocupação.
Assim, os animais entrarão em sistema serão criados em sistemas intermitentes
entre os 15 piquetes para promover períodos de descanso e de ocupação. Essa
leguminosa é diferenciada pela sua capacidade de consorciar-se com gramíneas de
porte alto, como o capim Marandu, ademais, cortes a 25 cm de altura favorecem a
recuperação dessa pastagem, dessa forma, como os animais deverão sair do
consórcio a uma altura de 25 cm, a recuperação de ambas as plantas será
favorecida pelo manejo.

➢ Período da Seca:
Na época das secas (abril - outubro) as búfalas leiteiras e os bezerros, devem
receber minerais e a massa de forragem do capim-elefante triturado direto no cocho
como suplementação. Nesta área, será implantado o capim-elefante que servirá
como suplemento na época de seca, uma vez que apresenta boa relação
folha/colmo e é resistente a essa época. Quando em pastejo, os animais devem
permanecer na nesta de um a três dias para não ocorrer a eliminação dos
meristemas apicais dos perfilhos. O primeiro corte deve ser feito quando a pastagem
atingir em torno de 1,5 m de altura na época da seca, assim essa área será utilizada
como capineira e fornecida aos animais de forma triturada no cocho na época de
seca (entre junho e julho).
A frequência e altura de cortes são fatores imprescindíveis para a
produtividade da pastagem, assim, a altura residual deve ser de 50 a 60 cm na
pastagem remanescente, promovendo o rebrote dos perfilhos e das reservas
orgânicas que favoreceram os novos crescimentos, e os cortes devem ser feitos em
intervalos de aproximadamente 42 dias. Deve estar disponível uma área de escape
equivalente a 15% da área total, para ser usada em períodos de deficiência de
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forragem, de chuvas excessivas, de estiagem prolongada, de ataques de pragas e
doenças etc.

6. Referências
Embrapa. Pastagem - Controle de cupim. YouTube. 28 de agosto, 2015.
Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=1eGUspZgSBc>. Acesso em: 9
de jul, 2023.
Cupim de montículos em pastagens. Embrapa: Gado de corte divulga. Campo
Grande, MS, maio de 1996 nº 18. Disponível
em:<https://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD18.html>. Acesso em: 9
de jul, 2023.
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