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Brenda, Gabriela, Lais - Comentada
Brenda, Gabriela, Lais - Comentada
Docentes:
Controle de daninhas e pragas: 1,0 Lilian Elgalise Techio Pereira
Etapas do Preparo de solo: 1,0
Valdo Rodrigues Herling
Correção e adubação: 0,7
Dimensionamento dos módulos: 0,6
Texto e apresentação do trabalho: 1,0 Discentes:
Brenda Santos de Oliveira - 11845473
Nota Final: 4,3
Gabriela Ramos Mendes - 11794696
Laís Aveniente Silva - 11794546
Pirassununga
2023
Universidade de São Paulo
Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos
Departamento de Zootecnia
Disciplina: Forragicultura II - ZAZ2328
1. Análise de Contexto
O trabalho consiste na realização de uma recomendação da Fazenda FZEA
de produção de leite de búfala. Como apresentado nas instruções sobre a Fazenda
FZEA, a área apresenta pastagens predominantes de gramíneas em monocultivo,
sendo a principal espécie Brachiaria decumbens cv. Basilisk, na qual há presença
concomitante de pontos de subpastejo e superpastejo. Nessa situação, devido ao
monocultivo, pode ocorrer redução da diversidade vegetal, maior susceptibilidade a
pragas e doenças e menor suporte a condições adversas. Ademais, os pontos de
sub e superpastejo é um indicativo de manejo incorreto da pastagem, resultando em
perda da cobertura vegetal, compactação do solo e aumento da infestação de
plantas invasoras, para isso, é necessário que a taxa de lotação seja adequada para
determinada pastagem, que a disposição de cochos e bebedouros esteja correta,
rotação de áreas de pastejo e realização de adubação e correção de solo.
2. Escolha do Pasto
a. gramínea: Brachiaria brizantha cv. marandu consorciada com
leguminosa Puerária (Pueraria phaseoloides):
A gramínea possui crescimento em forma de touceiras, com um crescimento
robusto com folhas eretas, pode atingir de 1,5 m a 2,5 m de altura. Possui alta
resistência a pragas como às cigarrinhas-das-pastagens, uma boa produção
forrageira, faz a rebrotação e consegue tolerar frio, seca e ao fogo. Sendo uma boa
gramínea para pastejos rotacionados, é bem aceita por bubalinos mas exige um solo
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Disciplina: Forragicultura II - ZAZ2328
drenado que possua uma boa fertilidade que pode ser corrigida pela adubação e
correção, produzindo cerca de 8 a 20 toneladas de MS/ha no ano. A leguminosa
Puerária (Pueraria phaseoloides) é uma planta perene de clima tropical, possui talos
rasteiros e com crescimento trepador, tem um bom valor nutricional e resiste a
pequenos períodos de seca, e também incorpora nitrogênio ao solo.
A consorciação dessas duas plantas apresenta bom resultados pela boa
susceptibilidade e também pela alta produção de MS, a Puerária apresenta boa
compatibilidade com o cv. Marandu proporcionando uma maior quantidade forrageira
do que seria só com a gramínea. A Puerária apresenta valores de proteína bruta de
15% a 18% nas épocas de águas.
b. Capim-elefante:
O Capim-elefante foi escolhido para ser utilizado na área de capineira, sendo
uma gramínea perene que apresenta um crescimento cespitoso, com presença de
touceiras e possuindo uma grande quantidade de perfilhos. Tem boa adaptabilidade
a diferentes temperaturas, apenas não suportando geadas, necessita de solos com
boa fertilidade e tem pouca tolerância à seca. Importante especificar qual cultivar é
recomendado.
A utilização do Capim-elefante como capineira é uma boa opção para os
rebanhos de búfalas leiteiras pois tem uma boa quantidade de forragens quando
cortada e fornecida no cocho, como vai ser fornecida na época da seca as alturas de
pastejos e de manejos devem ser feitas seguindo as recomendações corretas.
3. Resoluções de Problemas
O manejo incorreto das pastagens deve ser a principal preocupação do
produtor por causar graves prejuízos ao pasto e aos animais. Sendo assim, diversos
fatores devem ser levados em consideração para o manejo adequado da forrageira,
dentre eles destaca-se a taxa de lotação, a qual está diretamente relacionada à
capacidade de suporte do pasto e à quantidade de animais que podem ser mantidos
em uma determinada área de pastagem por um período de tempo específico. Nesse
sentido, o pasto formado por Brachiaria decumbens cv. Basilisk submetido a uma
taxa de lotação baixa, causou áreas de subpastejo e superpastejo.
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Disciplina: Forragicultura II - ZAZ2328
As áreas de superpastejo são preferidas pelos animais devido ao crescimento
lento da gramínea, a qual possui melhor valor nutritivo e, consequentemente,
preferida pelos animais. Por outro lado, aquelas submetidas à subpastejo
apresentam baixo aproveitamento da forragem disponível, com isso, há o
desperdício da pastagem devido à baixa produção animal por área e crescimento
excessivo do capim, resultando em alto teor de fibra, reduzindo a digestibilidade e o
valor nutritivo e, consequentemente, diminuição no consumo alimentar dos animais.
As áreas de subpastejo e superpastejo, também favorece a infestação de plantas
invasoras (guanxuma, caruru-branco e capim-amargoso), assim como, promove o
desenvolvimento de pragas (montículos de cupim e cigarrinhas).
O controle das plantas daninhas deve ser feito antes de qualquer plantio ou
correção do solo, já que a eliminação dessas plantas invasoras deve anteceder o
estabelecimento das gramíneas forrageiras. Como dito anteriormente, a Guanxuma
(Sida spp.), o Caruru-branco (Amaranthus hybridus var. patulus) e o
Capim-amargoso (Digitaria insularis) presentes na área estão em estágio
reprodutivo, ou seja, o ideal é fazer a roçada antes da aplicação do herbicida para
essas plantas daninhas, pois ele pode ser pouco efetivo se utilizado antes da
roçada, pelas plantas apresentarem desenvolvimento rápido e dormência em suas
sementes. A roçada deve ser realizada juntamente com os manejos de correção do
solo, para o revolvimento da terra e na inversão das leiras para que as sementes
dessas daninhas fiquem abaixo de 4 cm do solo, dificultando sua em emergência.
Os herbicidas utilizados vão realizar o dessecamento das plantas após a roçada
para incrementar o processo e certificar que não sobrará resquícios de daninhas nas
áreas desejadas. A aplicação do herbicida deve ser feita após a aração com a
junção dos produtos “Glifosato e Flumioxazin”, podendo também ser feita uma
segunda aplicação antes da semeadura das plantas nas áreas desejadas.
Após a análise de solo, controle dos cupins e controle das invasoras o solo
encontra-se apto para a recuperação direta com destruição total da vegetação, uma
vez que a pastagem encontra-se em estágio avançado de degradação com solo
descoberto e presença de pragas e daninhas. Para iniciar o processo deve-se
realizar o preparo primário do solo. Essa etapa, realizada entre julho e agosto, é feita
para revolver as camadas do solo e incorporar resíduos a este, mas antes de ser
feita deve-se utilizar um penetrômetro para testar a compactação física do solo e
assim, definir qual o melhor implemento agrícola de preparo primário de solo para
aquela situação em específico.
Figura 2: Plantio de estacas com três nós em covas, com posição lateral das gemas.
No caso do Capim-Elefante, seu primeiro corte deve ser feito apenas após 90
dias de crescimento após o plantio para evitar retardamento ou até a falha no
estabelecimento do capim. Além disso, na realização dos cortes, a capineira deve
ser sempre dividida em talhões, sendo que esses talhões devem ser utilizados por
totalidade durante uma semana e descansar por um período de um mês e meio a
dois meses, em que quanto menor for o período de descanso, maior será o valor
nutritivo, porém menor a produção forrageira, sem contar que cortes com intervalos
mais curtos podem diminuir a vida útil da forrageira.
4. Correção e Adubação
a. Correção:
Após a análise de solo previamente feita da área, podemos observar que o
tem-se a necessidade da correção do solo primeiramente antes de qualquer
atividade mecânica de preparo de solo. Observando os valores dos componentes
presentes no solo, o pH apresenta uma acidez muito alta e uma saturação por bases
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5. Dimensionamento e Orçamentação
Para o dimensionamento de áreas destinadas às pastagens para produção
animal leva-se em consideração diversos fatores como: taxa de lotação,
produtividade da pastagem, capacidade de suporte das espécies de plantas,
exigências nutricionais de cada categoria animal, entre outros. Dessa forma,
primeiramente deve-se estimar a demanda total de pasto necessária para suprir as
exigências nutricionais dos animais de acordo com cada categoria animal, no caso
desta propriedade, será implementada a criação de doze búfalas leiteiras juntamente
a doze bezerros, o peso médio desses animais é de 500 kg e 150 kg,
respectivamente. Além disso, o consumo total estimado de MS (%PV) por esses
animais é, respectivamente, 3,0% e 1,8%. A partir deste consumo estimado e do
consumo de concentrado, obtém-se o valor da demanda efetiva de pasto. Assim:
➢ Período das Águas:
○ Bezerros
Nº animais = 12
Peso médio = 150kg
Consumo MS (%PV) = 1,8%
Aqui temos um probleminha:
Demanda total (animal/dia) = 3,7 kg MS/dia Demanda total por animal= 150 * 0,018=2,7
Concentrado = 1 kg
Ração suplementar = 1 kg Demanda de pasto por animal = 1,7 kg
○ Fêmeas Lactantes
Nº animais = 12
Peso médio = 500 kg
Consumo MS (%PV) = 3,0%
Demanda total (animal/dia) = 15 kg MS
Concentrado = 4 kg
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Demanda de pasto = 11 kg MS animal/dia
Demanda total de lote = (12 x 11)+(12 x 2,7) = 164,4 kg MS/dia
- Puerária
Massa de forragem pré pastejo = 7000 kg MS/ha
Resíduo + Perdas = 0,6 = 4200 kg MS/ha (efetivamente
disponível) Não entendi...não é um
pasto consorciado?
PD = 28 dias
PO = 2 dias
Nº lotes = 1
Nº piquetes = 14 + 1 = 15 piquetes
4200 kg MS -> 10000m²
164,4 x 2 dias -> 783 m² = 0,08 ha
- Capim Marandu
Massa de forragem pré pastejo = 4000 kg MS/ha
Resíduo + Perdas = 0,6 = 2400 kg MS/ha (efetivamente
disponível)
2400 kg MS -> 10000m²
164,4 x 2 dias -> x = 1370m² = 0,14 ha
Área total necessária = (783 + 1370) x 15 = 32295 m² = 3,2 ha
➢ Período da Seca:
Na época das secas (abril - outubro) as búfalas leiteiras e os bezerros, devem
receber minerais e a massa de forragem do capim-elefante triturado direto no cocho
como suplementação. Nesta área, será implantado o capim-elefante que servirá
como suplemento na época de seca, uma vez que apresenta boa relação
folha/colmo e é resistente a essa época. Quando em pastejo, os animais devem
permanecer na nesta de um a três dias para não ocorrer a eliminação dos
meristemas apicais dos perfilhos. O primeiro corte deve ser feito quando a pastagem
atingir em torno de 1,5 m de altura na época da seca, assim essa área será utilizada
como capineira e fornecida aos animais de forma triturada no cocho na época de
seca (entre junho e julho).
A frequência e altura de cortes são fatores imprescindíveis para a
produtividade da pastagem, assim, a altura residual deve ser de 50 a 60 cm na
pastagem remanescente, promovendo o rebrote dos perfilhos e das reservas
orgânicas que favoreceram os novos crescimentos, e os cortes devem ser feitos em
intervalos de aproximadamente 42 dias. Deve estar disponível uma área de escape
equivalente a 15% da área total, para ser usada em períodos de deficiência de
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forragem, de chuvas excessivas, de estiagem prolongada, de ataques de pragas e
doenças etc.
6. Referências
Embrapa. Pastagem - Controle de cupim. YouTube. 28 de agosto, 2015.
Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=1eGUspZgSBc>. Acesso em: 9
de jul, 2023.
Cupim de montículos em pastagens. Embrapa: Gado de corte divulga. Campo
Grande, MS, maio de 1996 nº 18. Disponível
em:<https://old.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD18.html>. Acesso em: 9
de jul, 2023.
Como acabar com o cupim de montículo de pastagens. Galpão Centro-oeste
produtos agropecuários e soluções. 26 de maio de 2017. Disponível
em:<https://galpaocentrooeste.com.br/blog/como-acabar-com-o-cupim-monticulo-em
-pastagens/>. Acesso em: 9 de jul, 2023.
Guanxuma (Sida rhombifolia). Syngenta Brasil. 4 de maio de 2021. Disponível
em:<https://portal.syngenta.com.br/noticias/glossario-de-alvos/guanxuma/>. Acesso
em: 9 de jul, 2023.
AOUAD et al. Criação de Búfalos. 1996. Disponível em:
https://dsti37.fmvz.unesp.br/bufalos/HPBufalos_files/Textos_Magazines/R-1.pdf.
Acesso em: 09 jun. 2023.
ARAUJO, Anacreonte Ávila de. Melhoramento das pastagens. 4. ed. Porto Alegre:
Editora Sulina, 1976. 209 p.