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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA

CAMPUS PARAGOMINAS
CURSO DE GRADUAÇÃO ZOOTECNIA

Plantas de ação radiomimética


Genero Pteridium
Discente:
Alberthania de Almeida
Iara Maciel
Marcos Cavalcante Docente: Dr. Núbia de Fátima Alves
Olivia Costa
Ronilson Martins
Introdução
 A planta Pteridium spp. popularmente conhecida como
samambaia, caracteriza-se por ser perene, rizomatosa,
herbácea e ramificada, medindo entre 50cm e 180cm. É
comumente encontrada em solos ácidos e tóxica em
toda sua extensão.
 A área pastoril do Rio Grande do Sul é composta por Fonte: flickr

quase 70% de campo nativo.


 prática das queimadas.
Introdução

 Caule é a parte mais tóxica.

 Nas partes aéreas a toxidez é maior na brotação

 Ptaquilósidio

 atividade carcinogênica e mutagênica

 A samambaia não é uma planta palatável.

 A ocorrência da intoxicação e os sinais clínicos observados:

 Quantidade e tempo de exposição.


Introdução
 A ação radiomimética é relacionada a quadros clinico
patológicos de carcinoma epidermoide, diátese hemorrágica
e hematúria enzoótica bovina.
 Superaguda, aguda, subaguda ou crônica.
 A forma aguda é evidenciada quando ocorre a ingestão Fonte:Bakugan-games

diária: 10g/kg de peso vivo durante três semanas a poucos


meses
 Já a forma crônica, o animal ingere quantidade menor, porém
por período mais longo de meses a anos
Fonte: Florafinder.org
Introdução

 Apresenta hematúria enzoótica e formação de carcinomas

epidermoides no trato digestivo superior.

 Em animais que apresentam carcinomas epidermóides.

 Quando tumores estão presentes na região orofaríngea.

 Disfagia, regurgitação, ptialismo, halitose, tosse e dispneia

 Quando presentes no esôfago ou cárdia

 Timpanismo ruminal intermitente devido a falha na eructação


Introdução
 Danos a medula óssea, elementos figurados do sangue.
 Grave leucopenia e trombocitopenia
 O animal manifesta quadro hemorrágico generalizado
 Hemorragias nasal, oral ou vaginal.
 As mucosas podem apresentar petéquias, sufusões e há relatos de
hematidrose que evolui para quadro de hipertermia.
 Existem evidencias de que o efeito radiomimético de P. aquilinum também
se manifeste em seres humanos.
Material e métodos
Os casos relatados neste artigo são provenientes de pequenas propriedades rurais
localizadas na região da serra gaúcha nos municípios de Caxias do Sul e São
Marcos, atendidos na Clínica médica de Ruminantes da Universidade de Caxias
do Sul.
Foram divididos em 2 casos:
 Caso 1
 Caso 2
Caso 1
 Em setembro de 2016, foi atendido uma fêmea bovina, com cerca de 7 anos de idade e cerca de 350kg
de peso corpóreo;

 Era mantido em sistema extensivo, em pastagem de campo nativo, que no inverno é composto por
espécies como o capim caninha (Andropogon lateralis), da barba-de-bode (Aristida sp.), do gravatá
(Eryngium sp), além de leguminosas nativas, com destaque para o pega-pega
Caso 1
 Relatou- se que o animal apresentava emagrecimento progressivo, diarreia, disfagia, sialorreia,
refluxo e halitose.
 Os sinais clínicos tiveram início há cerca de um ano e nenhum tratamento foi instituído. Ao
realizar exame físico o animal, observou-se baixo escore de condição corporal 2 (escala de 1 a
5), anorexia, desidratação (superior a 8%), mucosas hipocoradas a ictéricas, taquicardia,
taquipneia, hipomotilidade ruminal, normotermia e timpanismo discreto.
Caso 1
 Ao exame da cavidade orofaríngea, foi possível
visualizar a presença de tumorações halitose e
estenose do lúmen esofágico
Caso 1
 Exame clinico completo e exames complementares; chegou-se à conclusão que o diagnóstico
mais provável era de intoxicação crônica por consumo de samambaia;

 instituiu-se tratamento sintomático utilizando-se diclofenaco de sódio (1 mg/kg-1) via


intramuscular (IM) durante 3 dias e oxitetraciclina L.A. (20 mg/kg1 ) via IM a cada 48h em três
aplicações, além da administração de solução de cálcio glicosado IV (frasco com volume de 500
mL) e hidratação via oral, através de sondagem orogástrica e administração de uma solução
energética e hidroeletrolítica balanceada, com volume total de 30 litros em uma única aplicação.
Caso 2
Raça Brangus
 Hiporexia, escore corporal 2 (escala de 1-5), disfagia, desidratação de 8%,
mucosas hipocoradas e diarreia a cerca de três meses.
 Oroesofágica
 Presença de estenose esofágica.
 Técnica Gordon & Whitlock segundo Ueno & Gonçalves (1994), o qual
revelou a presença de oocistos de Eimeria (1200), ovos de Monieza (400) e
estrongilideos (1200). No hemograma, observou-se anemia normocítica
normocrônica, e, no leucograma, leucocitose por neutrofilia.
Caso 2
 Técnica laparotomia exploratória, seguida de rumenotomia.

 Ainda no exame histopatológico, os fragmentos de fígado analisados

apresentaram áreas de necrose acompanhadas de infiltrados de neutrófilos,

classificado no exame morfológico como hepatite necrótica supurativa

multifocal.

 O tratamento instituído foi baseado no uso de ceftiofur (1mg/ kg) IM a

cada 24 horas durante 3 dias, Flunixina meglumina (2.2mg/kg) IM a cada

24 horas por 3 dias e fluidoterapia utilizou- se 10 litros ringer lactato,

250ml de glicose a 5% e 500ml de multivitamínico na velocidade de


Discussão
 Os dois bovinos eram provenientes de propriedades que
apresentavam grande quantidade de samambaia nas áreas de
pastoreio e manejo inadequado do solo em uma região declivosa.
 Em ambos os casos, os achados clínicos são condizentes com o que
está descrito na literatura (Souto et al., 2006; Gabriel et al. 2009;
Souza e Graça, 1993; Nogueira e Andrade, 2011; Plessers et al.,
2013).
 Intoxicação crônica por Pteridium arachnoideum foi baseado nos
aspectos clínicos, hematológicos e patológicos, e pela presença da
planta tóxica.
Discussão
Diagnóstico:
 Os dois animais apresentaram CCEs no trato alimentar superior (TAS),
apatia, hiporexia, disfagia e palidez das mucosas, o que caracteriza a forma
crônica da enfermidade ( Souto et al., 2006).

Quanto aos dados hematológicos, ocorre depressão da medula óssea induzida


pela samambaia, a qual resulta em leucopenia grave (particularmente
granulocitopenia) principalmente na forma aguda.

Já na forma crônica, as alterações hematológicas ocorrem principalmente em


decorrência do quadro de caqueixa induzido pela Intoxicação ( Gabriel et al.,
2009; Nicholas, 2011; Bischoff e Smith, 2011; Riet- Corrêa e Medeiros,
2011).
Discussão
 No caso 1
• Foi observado quadro de anemia normocítica normocrômica, com
linfopenia.
 No caso 2
• O animal também apresentou anemia normocítica normocrômica e
leucocitose por neutrofilia, justificado pela necrose hepática
supurativa multifocal (Radostits, 2006).
• A principal alteração hematológica observada nas formas crônicas da
Intoxicação é anemia arregenerativa, não sendo visto nos casos aqui
descritos, em alguns casos, podem ocorrer alterações no leucograma
(Riet- Corrêa e Medeiros, 2011).
Discussão

A forma crônica da Intoxicação é mais comum em animais acima dos


5 anos de idade.

A samambaia ativa os oncogênes das células do trato disgestório


superior e urinário ( Bischoff e Smith, 2011). Ambas as formas são
responsáveis por grandes perdas econômicas em regiões endêmicas,
porém a prevalência dessas formas varia de região para região
( Tokarnia et al., 1969; Riet-Corrêa e Medeiros 2011).
Discussão

 A ocorrência de CCE no trato alimentar é a forma de manifestação


crônica da enfermidade. Os CCEs ocorrem geralmente na base da
língua, esôfago, cárdia e rúmen.

 Os sinais clínicos mais comuns nesta forma da enfermidade, podem


incluir: apatia, anorexia, tosse, regurgitação, timpanismo, diarreia,
melena, hematoquezia, perda de peso progressiva e morte ( Riet-
Corrêa e Medeiros, 2011; Bischoff e Smith, 2011; Radostits, 2006).
Discursão
 No segundo caso, além da presença de carcinomas de células escamosas do trato
alimentar, característico da forma crônica da enfeermindade;
 Observando hepatite necrótica supurativa multifocal aleatória moderada. (Obs:
esse padrão pode ser observado na forma aguda da intoxicação por samambaia
devido a septicemia (Anjos et al., 2009)).

Fonte:Agropedia
Discursão
 O controle:

Pode-se retirar os animais da área que contém uma grande infestação


nas pastagens;
uso de herbicidas ou corte durante o inverno, são pontes estratégicos
para sua eliminação;

A maioria dos caso são de bovinos que estão inseridos em pequenas


propriedades que não estabelecem controle adequado das pastagenes
utilizadas (Rissi et al., 2007).

A onde os tumores no trato digestivo são descritos da forma mais


comum dos traços de intoxicação (Gava, 1993).
Discursão
 O riscos:

Os riscos a saúde humana não se restringe apenas ao consumo direto,


mas a ingestão de produtos de origem animal que está contaminado
com a toxina,

Segundo Shahin et al. (1999) o leite de vacas que ingeriram a


samambaia contém quantidades significativas de ptaquilosídeo e isto
representa um risco a saúde pública, pois possui propriedades
cancerígenas.
Considerações finais
A intoxicação por Pteridium spp. Gera grandes perdas significativas na
produção e econômica na propriedade. Manejo incorreto das pastagens,
solos e dentre outros, contribuem para alastrar a invasora.

A ingestão ocorre em momentos com baixa oferta de forragem com


grandes lotação por piquete. Ressalta a forma correto de manejo para
ajudar a predispor as pastagens a recuperar e mantém a sanidade dos
animais.
Pela atenção,
Obrigado

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