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prevenção e tratamento
Marcio Hipolito
hipolito@biologico.sp.gov.br
Centro de P&D de Sanidade Animal
Número 98 - 03/04/2009
Entretanto, os fungos podem ser um sério problema para peixes e anfíbios quando estes
se encontram estressados ou doentes por diversos motivos: condições ambientais
inadequadas; falhas nutricionais; condições higiênicas sanitárias deficientes; má
qualidade da água ou quando feridos. Em todas estas situações de fragilidade orgânica
ou de lesão tecidual, os fungos podem infectar os peixes e anfíbios, podendo também
invadir as ovas e os ovos destes animais.
Os fungos são agrupados pela morfologia de seus vários estágios de vida. Todos
produzem esporos e é por meio destes que a sua presença e, em alguns casos, as doenças
causadas por eles são disseminadas. Os esporos são resistentes ao calor, à seca, à
desidratação, a desinfetantes e às defesas naturais dos peixes e anfíbios.
Por natureza, esses micro-organismos não são agentes patogênicos primários para os
peixes e anfíbios e não apresentam um comportamento epidêmico. Seu processo
agressivo está sempre associado a prévias condições estressoras, ferimentos, de
debilidade orgânica ou doença presente na criação animal e a principal via de
transmissão é pelo ambiente contaminado ou alterado.
Outros fungos, como Rhizopus sp., Dermocystidium sp., Exophiala sp., Hyphomycetes,
etc, também podem causar doenças e um dos fatores de susceptibilidade dos peixes a
esses agentes é a retirada de parte de seu muco protetor.
Saproleniose: micose dérmica causada pelos fungos Saprolegnia sp. e Achlya sp.,
ocorrendo principalmente em girinos de rã-touro.
Diagnóstico
Pode ser feita através de medidas como o descarte e/ou o isolamento de animais
infectados; manutenção das boas condições higiênico-sanitárias das instalações e
utensílios; manutenção da boa qualidade da água e boas práticas de criação animal;
limpeza e proteção das fontes e reservatórios de água. Condições adequadas de
manuseio e transporte dos animais e a eliminação ou minimização de fatores
estressantes também são formas de prevenção. Deve-se destacar ainda a importância
quando da aquisição de novos exemplares que serão colocados nos tanques ou como
reposição na criação, sendo a prática da quarentena uma das medidas a serem aplicadas.
O uso de um período como “vazio sanitário” também deve ser aplicado quando da
despesca e retirada de lotes, com seu consequente procedimento de limpeza e,
obrigatoriamente, quando da ocorrência de uma doença causada por fungos.
O descarte de animais comprometidos, após seu sacrifício, deve ser feito em uma área
isolada e cercada da propriedade. Os corpos destes animais devem ser incinerados ou se
colocados sob terra, em um buraco, devem ser cobertos com cal virgem. Nunca devem
ser reaproveitados, mesmo para alimentação animal.
Tratamento
Todo tratamento deve sempre ser acompanho por um médico veterinário. Para tal,
utilizam-se sal e produtos químicos como permanganato de potássio, azul de metileno,
formalina, sulfato de cobre e verde de malaquita, além de produtos desinfetantes à base
de iodo e cloro, sempre em forma de banho em tanque próprio. O uso desses produtos e
de medicamentos antifúngicos específicos como, por exemplo, micostatina e seus
derivados, sempre devem ser levado em consideração pelo valor do animal, número de
indivíduos comprometidos, doses, modo de aplicação, custos, sistema de criação,
destino do animal e presença de resíduos.
O Instituto Biológico, por meio do Centro de P&D de Sanidade Animal, possui forte
atuação em ranicultura por meio de consultorias; de procedimentos que envolvem o
manejo zootécnico, nutricional e higiênico-sanitário; de orientações sobre métodos e
atividades preventivas e profiláticas, além da realização de diversos exames
laboratoriais.
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