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ROTEIRO

Aula 8: Invalidade
dos Atos Jurídicos

CURSO DE DIREITO CIVIL

CAPÍTULO 03

AULA N. 08

Segundo a doutrina tradicional, que procura explicar nossa legislação, inválido


é o ato jurídico que contenha defeito, em virtude do qual seja nulo ou anulável.
Num apanhado geral, teríamos:
Nulidade de pleno Direito ou absoluta – É nulo o ato jurídico quando, em razão
de defeito grave que o atinja, não produza os efeitos que deveria produzir. Pode
até produzir efeitos, mas não aqueles efeitos desejados pelas partes
interessadas, aqueles efeitos que deveria produzir.
A Lei considera nulo o ato jurídico, quando praticado por pessoa
absolutamente incapaz, quando seu objeto for impossível ou ilícito, quando o
motivo for ilícito, ou quando não revestir forma adequada. Em outras palavras,
sempre que o ato não observar as condições de validade dos atos jurídicos.
Além desses casos, também se considera nulo o ato jurídico simulado.
Mas não só nestes casos os atos jurídicos serão nulos.
Além destes casos genéricos, serão nulos os atos jurídicos sempre que a Lei
assim o determinar, de maneira difusa.
Outra observação importante é a de que a nulidade pode ser total ou parcial. A
nulidade pode ser alegada por qualquer interessado, inclusive pelo Ministério
Público e pelo juiz, ex officio, a qualquer tempo.
Os efeitos da sentença de nulidade retroagem, ou seja, operam ex tunc. Por
fim, os defeitos graves, geradores de nulidade, não podem ser convalidados.
Na sequência, vem a anulabilidade ou nulidade relativa – O ato será anulável,
quando inquinado de defeito leve, passível de convalidação. O ato é
imperfeito, mas não tanto e tão profundamente afetado como nos casos de
nulidade, razão pela qual a Lei oferece aos interessados a alternativa de

Profº César Fiuza


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requerer sua anulação, ou deixar que produza seus efeitos normalmente.
São anuláveis os atos praticados por todas as pessoas relativamente incapazes,
e aqueles atos eivados de erro, dolo, coação, fraude contra credores, lesão e
estado de perigo.
Além desses casos, são anuláveis os atos jurídicos, sempre que a Lei assim o
determinar, de modo esparso.
A anulabilidade, ao contrário da nulidade, só pode ser requerida pelos que dela
se beneficiem, ou seja, pelos interessados; jamais de ofício, pelo juiz. Só pode
ser arguida no prazo decadencial de quatro anos, e os efeitos da sentença
anulatória não retroagem, ou seja, se operam ex nunc. Em outras palavras,
teoricamente, os efeitos já produzidos pelo ato serão mantidos.
Finalmente, os defeitos leves, geradores de anulabilidade, podem ser
convalidados.
Vamos, agora, ao estudo da ineficácia – O termo ineficácia pode ser entendido
em sentido amplo e em sentido estrito.
Em sentido amplo, ato jurídico ineficaz é ato jurídico inválido. Ineficácia em
sentido estrito é a ausência de efeitos perante terceiros.

Para encerrar, vejamos os atos jurídicos inexistentes.


A inexistência dos atos jurídicos ocorre sempre que o ato for tão
profundamente viciado que nem chegue a existir juridicamente. Sua existência
é apenas fática, não jurídica. As causas pelas quais um ato é considerado
inexistente são de difícil determinação, sendo a doutrina incerta e pouco
sistematizada.
Na verdade, são, em geral, inexistentes aqueles atos a que falte elemento
essencial.

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1.! O que é ato inválido, segundo nossa doutrina tradicional?


2.! O que se denomina teoria clássica das nulidades?
3.! O que é nulidade absoluta ou de pleno direito?
4.! Quais as hipóteses de nulidade absoluta?
5.! Quem pode alegar a nulidade? O juiz pode agir de ofício?
6.! Quais são os efeitos da sentença de nulidade?
7.! Os atos nulos podem ser convalidados?
8.! Em que consiste a anulabilidade ou nulidade relativa?
9.! Quais as hipóteses de anulabilidade?
10.!Quem pode requerer a anulação do ato anulável? O juiz pode agir de
ofício?
11.!Qual o prazo para o exercício do direito de anular o ato?
12.!Quais são os efeitos da sentença anulatória?
13.!Os atos anuláveis podem ser convalidados?
14.!O que é ineficácia em sentido amplo e em sentido estrito?
15.!Quais os efeitos da ineficácia em sentido estrito?
16.!Quando um ato jurídico será inexistente e quais os efeitos da
inexistência?

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