Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A Pedagogia Do Oprimido de Paulo Freire É Um Livro Sobre Edu
A Pedagogia Do Oprimido de Paulo Freire É Um Livro Sobre Edu
FREIRE, Paulo
PEDAGOGIA DO OPRIMIDO Rio de Janeiro: Edições Paz e Terra, 84ª. Ed. 2019 -256 páginas.
A Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire é um livro sobre educação. Ele fala como a
educação tradicional apoia e mantém o status da sociedade. Nesse cenário, o poder fica na
mão dos poderosos por muito tempo. No entanto, para libertar os oprimidos de sua opressão,
precisamos educá-los de maneira diferente. Essa nova forma de educação tem como foco a
conscientização e o diálogo entre alunos e professores. Para que, juntos, eles se humanizem
na hora de ensinar e aprender.
No livro, Paulo Freire fala sobre como a educação pode preservar a ordem social atual ou
transformá-la. Suas teorias são dirigidas a um público que deseja mudar sua sociedade. E
não só isso, mas também para ele próprio em que seus compromissos se desenvolveram ao
longo de anos alfabetizando trabalhadores no Brasil e no Chile. Agora, vamos saber mais
sobre as ideias de Freire.
A obra de Freire começa com um prefácio. Ele afirma a importância da conscientização como
um meio para que os oprimidos saibam sobra a sua opressão. Além disso, que eles possam
se comprometer a superá-la. Ele também adverte contra o sectarismo que pode minar o
propósito revolucionário. Para que as pessoas sejam livres, elas precisam se sentir humanas.
Desse modo, a opressão os faz sentir-se desumanizados e fracos. Por isso, é importante que
essas pessoas saiam de sua falsa consciência – a maneira como a opressão os fez pensar.
E não só isso, que elas realizem o seu verdadeiro potencial no processo de aprender. Freire
fala que devemos humanizar a nós mesmos e aos outros. Só podemos fazer isso exercitando
nosso livre arbítrio para criar um mundo melhor por meio de nosso trabalho. Os oprimidos
têm a tarefa histórica de se libertar, tornando-se sujeitos do processo histórico e superando
a dominação. Ao fazer isso, eles podem superar sua falsa consciência de opressão e
desvendar suas estruturas e causas.
Freire diz que a educação tradicional é um método “bancário”. Nessa forma de educação, os
professores assumem que os alunos são recipientes passivos para o conhecimento.
Os professores são os que têm conhecimento e os alunos os que não tem. Por isso, eles
estão em uma hierarquia estrita e isso é opressor. Pois, enfraquece o aluno ao doutriná-lo a
aceitar uma ordem social opressora. A educação problematizadora é uma abordagem
humanística da aprendizagem que se concentra no diálogo e no pensamento crítico. Incentiva
os alunos a questionar seu ambiente, o que os leva à uma ação social.
A função do professor é facilitar o processo de criação de conhecimento. Colocando
problemas para que os alunos compartilhem o ato de propor soluções. Dessa forma, este
método ajuda a trabalhar a consciência crítica entre os grupos oprimidos. Além disso, permite
que eles trabalhem em direção à revolução por meio da cooperação entre professor e aluno.
Segundo Paulo Freire, a educação deve envolver o público e ajudá-lo a descobrir seus
problemas. Os professores devem usar métodos sociológicos para ver a vida das pessoas,
assim como métodos antropológicos. Desta maneira, eles podem então saber esses temas
em um formato simples que ajude as pessoas a saber a sua própria opressão na sociedade.
No entanto, Freire prossegue dizendo que o revolucionário deve usar táticas “dialógicas” para
lutar contra a invasão cultural do opressor. Sendo assim, as táticas dialógicas são:
cooperação; unificação; organização.
A pedagogia é um conceito importante para Freire. Pois, é a prática de educar e capacitar os
outros para que se levantem contra a opressão. Além disso, como uma forma de pensar a
educação em geral. Dessa forma, a pedagogia pode ser opressora ou libertadora. Isso
dependerá de quem está ensinando, levando em conta: o que ensina; a quem; como está
fazendo; por fim, quais os motivos.
Os oprimidos têm o direito de usar a pedagogia para lutar contra seus opressores. No entanto,
as pessoas com poder político podem implementar uma pedagogia que ajudará a libertar os
oprimidos. Mas os pequenos projetos de educação podem funcionar melhor do que esforços
de reforma em larga escala. Paulo Freire enfatiza que é preciso trabalhar a teoria dialógica,
contrária à manipulação das classes menos favorecidas pela “cultura” por meio da mídia. A
própria população deve ser conduzida ao diálogo, que é o principal canal de libertação da
injustiça e da opressão atual.
HOFFMANN, Jussara
AVALIAR PARA PROMOVER: AS SETAS DO CAMINHO Porto alegre: Edição Mediação, 17ª.
Ed.2011- 160 páginas
Mais recentemente, a avaliação está também muito em pauta em função das várias
iniciativas tomadas por mantenedoras, públicas ou privadas, no sentido de reverter este
quadro de fracasso escolar. Entendemos, todavia, que a discussão sobre avaliação não pode
ser feita de forma isolada de um projeto político-pedagógico, inserido num projeto social mais
amplo.
Esta leitura nos aproximamos intensa e especificamente, das práticas concretas de avaliação
da aprendizagem, através das representações e, sobretudo, pelas observações do cotidiano
escolar. As formas de mediação que trazemos representam uma sistematização de práticas
que já vêm ocorrendo, só que, muitas vezes, de maneira dispersiva, inconsciente,
fragmentada ou mesmo contraditória.
O professor normalmente espera sugestões, propostas, orientações para sua tão desafiadora
prática; muitos gostariam até de algumas “receitas”; sabemos, no entanto, que estas não
existem, dada a complexidade e dinâmica da tarefa educativa. Entendemos que é necessário
o professor desenvolver um método de trabalho, justamente para não ficar escravo de
simples técnicas e procedimentos, que podem variar muito de acordo com a “onda” do
momento.
FILMES
Outra história real. Essas são as melhores, né? “Entre os muros da Escola” é baseado no livro
de mesmo título do escritor francês François Bégaudeau. Nesse longa que se passa nos
subúrbios de Paris, vários alunos de origens distintas não conseguem conviver bem por conta
das diferenças. Asiáticos, árabes e franceses lidam com o clima hostil que rola na Europa
atualmente. Entre os muros da escola não falta tensão. Não faltam também excelentes
personagens, de grande complexidade. Em uma escola da França, na qual quase nenhum dos
alunos tem descendência francesa, os conflitos estão escancarados desde o instante em que
se abrem as portas da sala de aula. Entramos na sala de aula como se assistíssemos a um
reality show de uma escola periférica francesa.
“Professor, eu não aprendi nada”, esta é uma das últimas frases da aluna que interage com o
professor no filme “Entre os muros da escola”, obra que retrata o cotidiano de uma escola
situada na França. Inspirado no livro do professor François Bégaudeau, o filme aborda as
dificuldades vivenciadas por professores e alunos no contexto escolar. Esta obra desmitifica
a ideia de que somente no Brasil o cotidiano da escola é complexo e desafiador. Por outro
lado, possibilita a identificação com a personagem de François que se depara com situações
semelhantes as vivenciadas por qualquer professor. François é um professor que, como
tantos outros, não tem respostas prontas para as situações com as quais se depara no
exercício de sua profissão, porém, busca alternativas no relacionamento com seus alunos
para auxiliá-los no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Entre acertos e erros
podemos destacar a utilização de fotos em uma atividade com seus alunos, percebendo que
muitos tinham dificuldades no domínio da língua francesa ele recorre a este recurso para
facilitar a adesão a atividade proposta. Retomando a emblemática frase da aluna no final do
filme, podemos refletir sobre: pra que serve a educação? Será que se destina a mera
reprodução e imitação de conteúdos ensinados em sala de aula? Se for este o caso, o valor
disto será percebido somente no momento da avaliação. Como podemos observar no filme,
François se mostra surpreso e contradiz a garota, possivelmente ele estava se referindo ao
fato dela ter sido aprovada. Entretanto, quando o valor da educação é reduzido desta maneira,
estes ensinamentos têm pouca utilidade para os alunos, daí a conclusão da menina. A
aprendizagem é relacional e dialética, o processo não é universal e tanto professor quanto
aluno saem modificados deste processo, vale ressaltar também que ambos estão se
desenvolvendo e aprendendo, uma vez que este processo não para de ocorrer ao longo da
vida. Neste cenário, entre professor e aluno, temos ainda uma parcela da sociedade que trata
o professor como uma “persona non grata”, talvez esta parcela, tal qual a garota do filme,
também não tenha aprendido nada, não tenha aprendido que a educação é uma janela para
o mundo, um espaço no qual diferentes lentes coexistem para se interpretar a realidade e o
mundo a sua volta. Porém, como dito anteriormente, ainda há tempo, uma vez que o
desenvolvimento e a aprendizagem continuam a ocorrer ao longo da vida e que o ser humano
se encontra em constante movimento. Resta saber se assim como a garota do filme estas
pessoas terão humildade para dialogar e ultrapassar os muros que construíram em torno de
si.
A Onda – A contaminação Fascista (2008)
16Anos 107 minutos
Direção: Dennis Gansel
Título, Die Welle (Original)
Gênero, Drama Thriller
Ano produção, 2008
Países de Origem, Alemanha
Sinopse
Rainer Wegner, professor de ensino médio, deve ensinar seus alunos sobre autocracia.
Devido ao desinteresse deles, propõe um experimento que explique na prática os
mecanismos do fascismo e do poder. Wegner se denomina o líder daquele grupo, escolhe o
lema “força pela disciplina” e dá ao movimento o nome de A Onda. Em pouco tempo, os
alunos começam a propagar o poder da unidade e ameaçar os outros. Quando o jogo fica
sério, Wegner decide interrompê-lo. Mas é tarde demais, e A Onda já saiu de seu controle.
Baseado em uma história real ocorrida na Califórnia em 1967.
“A Onda” é um filme alemão impressionante, especialmente por ser baseado em fatos reais.
A trama se inicia quando o professor Rainer Wenger (protagonizado por Jürgen Vogel),
simpatizante do anarquismo, é direcionado a assumir as aulas sobre autocracia – ideologia
que significa poder ilimitado e absoluto – para alunos do ensino médio. A história se
desenrola a partir de uma pergunta: É possível instituir um regime totalitário na Alemanha?
Percebendo o descrédito dos alunos, Wenger usou de sua criatividade e didática para
envolvê-los em um exercício de autocracia, para que entendessem como esta ideologia se
forma e como é fácil manipular as massas. Neste exercício pedagógico de uma semana, ele
mostrou na prática como se dá a manipulação ideológica de um conjunto de jovens que
seguem uma liderança forte, no caso, o professor.
Durante este exercício ele criou um movimento unificador com participação entusiástica dos
alunos, com símbolos, uniforme, saudações e preconceitos em relação aos alunos que não
aderiram ao movimento. A força da iniciativa cresce rapidamente e se espalha pela cidade,
com o grupo de alunos agindo como uma gangue, fazendo prevalecer os conceitos de nação
e raça sobre os valores individuais, tornando-se um modelo do fascismo, submetendo outros
alunos a um forte controle ditatorial.
Fica bem claro que por se tratar de um público de adolescentes, o grupo torna-se mais
influenciável pela figura do professor como líder e formador de opinião. Merecem destaque
também aspectos psicológicos, pois alunos que possuíam menos atenção familiar acabaram
por ter a figura do professor e as teorias pregadas em sala de aula como verdades absolutas
e que deveriam ser seguidas. O filme mostra como a massa pode ser manipulada e como
uma ideologia mal orientada e extremista pode causar estragos, principalmente numa
juventude que ainda está em formação, com problemas de identidade e em processo de
formação de personalidade.
É um filme sobre educação que abre espaço pra falas de professores, gestores e
especialistas no assunto. Ou seja, o documentário é riquíssimo pra quem quer entender como
a educação funciona no Brasil e quais são os desafios que ela enfrenta. O filme em questão
apresenta questionamentos acerca da educação brasileira atualmente. Em formato de
documentário, o filme traz “falas” de estudantes, educadores, gestores e pais. São muitos os
questionamentos ao longo dos noventa minutos de filme, mas o que mais se destaca é “O
que nós estamos fazendo para valorizar a educação no Ensino Médio?”.
Muitos dos depoimentos do filme mostram uma realidade preocupante. Adolescentes,
jovens sem perspectivas para realizar seus sonhos e planos para o futuro. Eles apresentam
um sistema educacional alienado aos seus anseios. Um dos entrevistados salienta que há
muitos projetos, porém, nunca saem do papel, nunca são executados ou colocados em
prática. A educação agrega muitos elementos a sua estrutura e para funcionamento. O Ensino
Médio é uma modalidade de ensino que é a última etapa da Educação Básica.
É gritante que o Ensino Médio oferecido pelas escolas públicas brasileiras está longe de
ser o ideal. A adolescência é uma fase da vida do sujeito onde sonhos e questionamentos
estão presentes com a mesma intensidade, em que a sociedade cobra posições e ações
imediatas. O filme mostra que a escola e o sistema de gestão educacional não trazem
amparo para esses adolescentes. Sempre ouvimos que nossos jovens são o “futuro da
nação”, como a educação pública, garantida pela constituição, está formando esse futuro?
Os jovens que são entrevistados ao longo do documentário tentam desmitificar a figura do
aluno de Ensino Médio. Vistos como preguiçosos e desinteressados, esses alunos têm que
lidar com o poder do tráfico de drogas nas comunidades onde vivem, gravidez precoce e falta
de educação sexual, racismo, machismo e homofobia. É uma realidade, que para muitos de
nós, não nos atinge, porém, são esses jovens que precisam lidar com esses problemas.
Mas o documentário não só aponta os problemas, apresenta possíveis soluções. Um
desses caminhos é o fato de que muitas escolas estão tentando se aproximar do aluno, da
sua realidade e dos seus anseios. Dar oportunidade para o jovem mostrar seus talentos,
questionar o sistema e trazer sua linguagem para dentro da sala de aula é um meio para se
aproximar do aluno.