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NOVO TESTAMENTO I - MATEUS

O NOME MATEUS: Dádiva de Yahweh. Mateus apareceu em 04 listas dos


apóstolos de Jesus. Era um coletor de impostos quando foi chamado por
Jesus.

AUTOR:

Mateus Levi. Mesma pessoa.

Testemunhas cristãs afirmando a autoria de Mateus:

1. Papias (140 d.C.)


2. Ireneu (180 d.C.)
3. Tertuliano (200 d.C.)
4. Clemente de Alexandria (200 d.C.)
5. Orígenes (Início do século III d.C.)
6. Eusébio de Cesaréia (263/340 d.C.)

LOCAL DE ORIGEM:

Conforme Kümmel, a composição deste evangelho na Palestina é dificilmente


admitida. A maioria dos estudiosos segue a linha de que Mateus compôs seu
evangelho em Antioquia.

DATA:

Alguns teólogos da Patrística defenderam a tese de Mateus escreveu primeiro,


entretanto, o relato de Papias foi importante ao testemunhar que Mateus se
valeu de Marcos.

Há hoje possibilidades:

1. Logo após Marcos – 60 a 70 d.C.


2. Início dos anos 70 d.C.
Fontes: É bem possível que Mateus tenha usado o próprio evangelho de
Marcos como fonte básica. Mateus citou 60 vezes o Antigo Testamento.

Não encontramos no evangelho nenhuma referência como encontramos nas


cartas paulinas ou nos escritos joaninos (cartas e apocalipse) afirmando a
autoria de Mateus.

Historicamente, pais da igreja (líderes da igreja após a morte dos apóstolos)


sempre afirmaram que Mateus, Levi, coletor de impostos era o autor deste
evangelho.

Livro escrito para uma comunidade judaico-gentílica, alguns anos depois da


primeira guerra judaico-romana (66-70 d.C.).

A ruptura entre judaísmo e cristianismo estava quase completa quando o livro


foi produzido.

Segundo o comentário bíblico Broadman, vários problemas ameaçavam esta


comunidade que leria o evangelho de Mateus. Dentre estes problemas dois
foram: As origens judaicas com seu farisaísmo e o libertinismo ou antinomismo
(ausência de qualquer lei).

O principal objetivo de Mateus foi mostrar que o Cristo era a pessoa de


Jesus conforme as expectativas veterotestamentária, e o criador de um
novo povo, uma igreja indestrutível.

Mateus afirmou a validade contínua da lei. O que o apartou do farisaísmo foi a


sua declaração de que em Cristo há uma melhor compreensão da Lei (Mateus
5-7).

A Guerra Judaico-Romana elevou os pontos de tensão entre os seguidores de


Jesus.

Mateus procurou mostrar como as alianças de Deus com Abraão e Davi se


cumpriram em Jesus.
A aliança abraâmica centrava na ideia do universalismo (em ti serão benditas
todas as famílias da terra), retidão e justiça (Gênesis 18.18).

A aliança davidica prometia que o seu reino seria para sempre. E agora, o reino
eterno estava na pessoa de Jesus.

Cinco discursos principais:

1. Sermão do monte (5—7)


2. Apostolado (10)
3. Parábolas do reino (13)
4. Disciplina eclesiástica (18)
5. Escatológico (24 e 25)

Cada discurso é seguido por uma declaração interessante: “Tendo Jesus


concluído estas palavras” (7.28; 11.1; 13.53; 19.1 e 26.1)

Temas Principais:

1. A pessoa de Jesus – Mateus quis apresentar Jesus através do seu


evangelho. Com isso ele usou inúmeros títulos, como: “Filho de Davi, Senhor
de Davi, Rei dos Judeus, Emanuel, Filho de Deus, Senhor e Cristo”.

Mateus mostrou Jesus como homem e divino. Nascido de uma virgem, mas
também filho de Abraão e Davi. Estava preocupado com o Jesus de Nazaré e o
Senhor ressuscitado.

Segundo estudiosos, na linha de pensamento de Mateus, Jesus preferiu


usar mais o título “Filho do Homem” (Daniel 7.13) do que propriamente
“Messias”, porque Messias estava ligado mais a questão política do que ao
representante de Deus. O termo “Cristo” apareceu 13 vezes, já “Filho do
Homem”, 31.
2. Reino dos Céus ou de Deus – É a mesma coisa, entretanto, Mateus
optou por usar “dos céus”. Deus não se tornará Rei, mas já é. Mateus
compreendeu que o Reino de Deus se iniciou na pessoa de Jesus. O reino dos
céus é ao mesmo tempo dádiva e exigência. Inclusão ou exclusão, dele não é
um destino imposto à pessoa, mas uma decisão a ser tomada.

O Reino é uma realidade tanto presente quanto ainda não totalmente.

3. Igreja e Reino – A igreja e o reino se relacionam, mas não são


idênticos. O reino é o governo soberano de Deus. A igreja é a família de
pessoas submissas ao reino de Deus. O reino é mais amplo que a igreja. A
igreja não traz nem edifica o reino. O reino cria e sustenta a igreja.

Interessante é a visão que alguns teólogos têm quanto aos discursos de


Jesus. Encontramos 05 discursos bem claros espalhados nos 28 capítulos de
Mateus. E para cada final de discurso há uma linguagem comum que na
maioria das Bíblias está traduzida assim: “Quando Jesus acabou de dizer estas
coisas”. Encontramos isso em:

1. Mateus 7.28;
2. Mateus 11.1;
3. Mateus 13.53;
4. Mateus 19.1;
5. Mateus 26.1.

 O PRIMEIRO DISCURSO: MATEUS 5—7

Mateus 4.23 = 9.35

Entre o primeiro discurso e o segundo discurso de Jesus, isto é, capítulo 7


ao 10, há 10 relatos de ações sobrenaturais de Jesus.

1. Um leproso;
2. O servo de um centurião;
3. A sogra de Pedro;
4. Muitos endemoninhados e doentes (Mateus 8.16);
5. Acalmando a tempestade;
6. Dois endemoninhados;
7. Paralítico;
8. Filha de Jairo;
9. Mulher com fluxo de sangue;
10. Dois cegos e um endemoninhado mudo;

Os judeus definiram em cima do texto de Isaías 35 quais seriam os três


sinais messiânicos:

1. A cura de um leproso – Primeiro sinal relatado por Mateus;


2. Expulsão um demônio mudo – Último sinal relatado no primeiro bloco de
Mateus;
3. Cura de um cego de nascença – Relatado por João 9;

 O SEGUNDO DISCURSO: MATEUS 10

Quando analisamos os capítulos seguintes ao segundo discurso (Mt. 10)


vemos ações contundentes de Jesus, como:

1. “os cegos veem, os aleijados andam...” (11.5);


2. O Filho do Homem é Senhor do sábado (12.8);
3. Curou um homem no sábado (12.13);
4. Mais curas e reforço profético – Isaías 42.1-4 (12.15);
5. Curou novamente um endemoninhado cego e mudo (12.22);

 O TERCEIRO DISCURSO: MATEUS 13


Encontramos alguns sinais importantes entre o 3º e 4º discurso, como:
1. Primeira multiplicação dos pães e peixes;
2. Andando sobre o mar novamente;
3. A cura da filha de uma mulher Siro-Fenícia;
4. Outra multiplicação dos pães e peixes;
5. A cura de mais um endemoninhado;
 O QUARTO DISCURSO: MATEUS 18

Podemos verificar mais alguns milagres de Jesus entre o 4º e 5º


discurso de Jesus. Não foram tantos, mas significativos:

1. Dois cegos curados – Ambos os cegos repetiam algo que os bons não
conseguiam “Filho de Davi”;
2. Purificou o templo, cegos e mancos curados e crianças cantando.

 O QUINTO DISCURSO: MATEUS 24—25


Há após este último discurso um único sinal, o maior de todos:
RESSURREIÇÃO.

A impressão que temos é que Mateus ao escrever o evangelho utilizou


alguns estilos literários do Antigo Testamento e quis reforçar Jesus como o
Cristo citando profecias do Antigo Testamento.

Alguns teólogos divergem quanto aos sinais após os discursos, especulam


que foram escolhidos aleatoriamente, não há nada relacionado com o propósito
do livro de Mateus.

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