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Escola de Ciências da Saúde

Curso de Graduação em Psicologia

Disciplina e Psicologia Hospitalar – Noturno

Professora Vitoria Nathalia do Nascimento

Aluna: Lia Maria Rocha Almeida

RESENHA

INTERFACE ENTRE PSICOLOGIA E ATENÇÃO HOSPITALAR

A interface entre a Psicologia e a Atenção Hospitalar é uma área de


atuação que busca integrar os conhecimentos e práticas da Psicologia com os
cuidados de saúde prestados em ambiente hospitalar. Essa interface tem como
objetivo principal promover o bem-estar emocional e psicológico dos pacientes,
bem como auxiliar na melhoria da qualidade de vida durante o processo de
tratamento e recuperação. Ainda objetiva dar voz a subjetividade, a travessia
do tratamento necessário, aproximar-se do paciente em sofrimento e trabalhar
no sentido de validar os sentimentos presentes.

A presença do psicólogo no contexto hospitalar é fundamental, pois ele


pode atuar em diversas frentes, como no suporte emocional aos pacientes e
seus familiares, no auxílio no enfrentamento de situações de doença e dor, no
apoio na adesão ao tratamento, na promoção de estratégias de enfrentamento
e na prevenção de transtornos psicológicos relacionados à hospitalização.

É comum o inconformismo, a negação, passividade e até a regressão


nestes casos de pacientes internados; cabe ao Psicólogo lidar com estas
questões, medidas terapêuticas baseada no suporte emocional, fazer
intervenções clinicas breves que favoreçam reflexões que possibilitem novos
padrões adaptativos de acordo com a dificuldade do momento.

Além disso, a Psicologia também contribui para a equipe multidisciplinar,


fornecendo informações relevantes sobre o estado emocional e psicológico do
paciente, auxiliando na tomada de decisões clínicas e no planejamento do
cuidado integral.

A interface entre a Psicologia e a Atenção Hospitalar envolve a aplicação


de técnicas e abordagens específicas, como a psicoterapia breve, a terapia
cognitivo-comportamental, a terapia de grupo, entre outras. Essas intervenções
visam promover a saúde mental e emocional do paciente, bem como melhorar
a adesão ao tratamento e a qualidade de vida.

Em resumo, a interface entre a Psicologia e a Atenção Hospitalar é uma


área de atuação que busca integrar os cuidados de saúde física e emocional,
visando promover o bem-estar e a qualidade de vida dos pacientes durante o
processo de tratamento e recuperação hospitalar.

ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA NOS HOSPITAIS

A atuação do psicólogo no contexto hospitalar não se refere apenas à


atenção direta ao paciente, refere-se também atenção que é dispensada à
família e a equipe de saúde, dentro de sua atuação profissional. A atuação do
psicólogo hospitalar promove mudanças, atividades curativas e de prevenção,
diminui o sofrimento que a hospitalização e a doença causam ao sujeito.

             Os diagnósticos de cada caso são feitos a partir da representação que


o paciente tem da doença e em particular da sua doença, e que envolve os
aspectos de sua formação cultural, social e individual. O psicólogo hospitalar,
deve-se estar alerta, principalmente, para a maneira como o paciente reage
frente ao diagnóstico de sua doença, como a sua vida psíquica e sua vida
social interfere na dinâmica subjetiva, e também como se estabelecem as
relações psicológicas entre o paciente, a família e a equipe de saúde.

De acordo com Cabral citando Rodríguez e Marín (2003) a Psicologia


Hospitalar é um conjunto de contribuições científicas, educativas e profissionais
que as várias correntes da psicologia oferecem para prestar uma assistência
de maior qualidade aos pacientes hospitalizados. O psicólogo hospitalar é o
profissional que detém esses saberes e técnicas para aplicá-los de forma
sistemática e coordenada, sempre com o intuito de melhorar a assistência
integral do sujeito hospitalizado. O trabalho do psicólogo hospitalar é
especificamente direcionado ao restabelecimento do estado de saúde do
doente ou, ao controle dos sintomas que comprometem bem-estar do paciente.
Ainda segundo esse mesmo autor existem seis tarefas básicas do psicólogo
hospitalar:

 A função de coordenação, relacionadas às atividades com os


funcionários da instituição.
 A função de auxílio à adaptação, intervindo na qualidade do processo
de adaptação e recuperação      do paciente internado.
 A função de inter-consulta:  auxiliando outros profissionais a lidarem
com o paciente.
 A função de enlace, de intervenção, por meio de delineamento e
execução de programas com os      demais profissionais, para
modificar ou instalar comportamentos adequados      dos pacientes.
 Assistência direta: atua diretamente com o paciente.
 A função de gestão de recursos humanos: aprimora os serviços dos
profissionais da instituição, o      que contribui de forma significativa
para a promoção de saúde.
             No contexto hospitalar, o psicólogo deve buscar estabelecer um
contato mais próximo com outras profissões. A saúde não é de competência de
um único profissional, ela é uma prática interdisciplinar e os profissionais das
muitas e diferentes áreas de atuação, devem agregar-se em equipes de saúde.
De acordo com Chiattone (2003) tendo como objetivos comuns estudar as
interações somatopsicossociais e encontrar métodos adequados que propiciem
uma prática integradora, tendo como enfoque a totalidade dos aspectos inter-
relacionados à saúde e à doença.

          Conjuntamente com o enfoque da humanização do atendimento em


saúde, a interdisciplinaridade é uma das bases da tarefa do psicólogo que
adentra ao hospital, pois partindo do pressuposto de que o ser doente deve ser
considerado biopsicossocial. “Essas três esferas interdependem e inter-
relacionam-se à outra, mantendo o ser doente, intercâmbios contínuos com o
meio em que vive, num constante esforço de adaptação à sua nova condição
de doente […]." (CHIATTONE, 2003, p. 32).

Amaral et al., (2012, p. 136) ratifica este pensamento dizendo: Muitos


vivenciam esse processo de forma desadaptativa, e é nesse contexto que atua
a(o) psicóloga(o) hospitalar, trabalhando no intuito de propiciar um olhar
diferenciado ao doente, buscando melhora da doença a partir do
reconhecimento do doente como ser biopsicossocial.

  Está abrangência multidisciplinar e estratégica da atuação do psicólogo


hospitalar, pelo reconhecimento do campo de saúde como uma realidade
complexa, e que necessita de conhecimentos distintos integrados é que define
a necessidade de intervenção de forma imediata. Portanto, estas ações
deveriam envolver profissionais de diferentes áreas em uma rede de
complementaridade onde são mantidas as exigências organizacionais unitárias.

O Psicólogo Hospitalar e a Família do Paciente


O acompanhamento psicológico junto á família do paciente é muito
importante pois, o familiar vivencia um momento de crise acometido pelo
sentimento de impotência frente a moléstia de seu ente querido, e também seu
temor pelo falecimento; pela dificuldade em compreender o que se passa com
o paciente; pela distância imposto pelo ambiente hospitalar ( o que impossibilita
o familiar de cuidar, ele mesmo do paciente); a dor da impotência diante o
sofrimento do outro.

Em relação a importância de se prestar uma assistência psicológica á


família do doente, Chiattone ressalta o seguinte:

No hospital, o psicólogo hospitalar também estará realizando avaliação


e atendimento psicológico aos familiares, apoiando-os e orientando-os em suas
dúvidas, angústias, fantasias e temores. Junto à família, o psicólogo deverá
atuar apoiando e orientando, possibilitando que se reorganize de forma a poder
ajudar o paciente em seu processo de doença e hospitalização. Não se pode
perder de vista a importância da força afetiva da família. Ela representa os
vínculos que o paciente mantém com a vida e, é, quase sempre, um importante
força de motivação para o paciente na situação de crise. (CHIATTONE, 2006,
p. 32)

Nesse sentido, pode-se acrescentar que o psicólogo avalia o estado


emocional do paciente e da família e o impacto do adoecimento e da
internação para ambos. Avalia também as possíveis crenças ou idéias
distorcidas que os familiares têm em relação ao quadro clinico do paciente, e a
relação do paciente e da família com a equipe profissional, uma vez que todos
esses fatores podem influenciar no tratamento. A partir destas considerações o
profissional da psicologia fará suas intervenções.

Amaral et al., (2012, p. 136) ratifica este pensamento dizendo: Muitos


vivenciam esse processo de forma desadaptativa, e é nesse contexto que atua
a(o) psicóloga(o) hospitalar, trabalhando no intuito de propiciar um olhar
diferenciado ao doente, buscando melhora da doença a partir do
reconhecimento do doente como ser biopsicossocial.
O Psicólogo Hospitalar e a Equipe Multidisciplinar

                Nas instituições de saúde são indispensáveis que os papéis, e as


tarefas profissionais de cada membro da equipe sejam claramente delimitados.
Principalmente porque a indefinição ou a ambigüidade relativa ao papel
profissional podem gerar conflitos na equipe, ao se acumularem expectativas
inadequadas ou mal delimitadas entre seus membros. A respeito disso
Chiattone ressalta:

[…] a delimitação do papel profissional acompanha as expectativas dos outros


membros da equipe quanto ao papel que o profissional em questão deve
exercer, acrescidas das próprias expectativas do profissional sobre sua
capacidade de realização e de interpretação das expectativas dos outros. Em
geral, no hospital geral, é muito comum ocorrerem conflitos em equipes
compostas por profissionais com distintos graus de instrução e conhecimentos
sobre as outras especialidades, sendo que o potencial conflitivo torna-se
aumentado se não houver compreensão das capacidades dos membros, se o
profissional visualizar a tarefa como invasão de terreno dos outros
profissionais, se assumir um comportamento defensivo em prol das
prerrogativas profissionais e se acreditar na falha de utilização plena das
qualificações dos outros membros. (CHIATTONE, 2006, p. 33)
               A postura diante ao trabalho, devem ser delineadas pela disposição
de compartilhar os diversos saberes, ter flexibilidade, vontade de aprender e
disposição decisões conjuntas. O respeito e a confiança também são
essenciais, assim como os atributos pessoais de cada membro da equipe
(autoconfiança, boa capacidade de comunicação, e profissionalismo).

               O trabalho em equipe deve ser compreendido pela maneira como a


equipe exerce suas tarefas, acrescentado da análise de cada funções, regras e
valores, aspectos que dizem respeito à liderança e decisões, definição de
objetivos, interação e exercício de poder.

Considerações Finais
              
Os psicólogos hospitalares atuam como intérpretes das demandas do
paciente, da família e da equipe profissional. Ele atua como facilitador do
diálogo entre essa tríade, e dispensa apoio psicológico a família, assim como
esclarecimento de suas dúvidas.  A inserção do psicólogo no hospital gera
qualidade, e amplia a promoção da saúde e a melhor qualidade nos
atendimentos hospitalares.

      A psicologia no contexto hospitalar atua para a melhor integração, e


compreensão das diferentes práticas teóricas, minimiza os espaços entre as
diversidades dos saberes, e lapida o cuidado à saúde e a prevenção de
doenças. Assim é possível estabelecer as condições adequadas de
atendimento aos pacientes, familiares e melhor desempenho das equipes de
saúde no hospital.

REFERÊNCIAS

CHIATTONE. H. B. de C. Prática Hospitalar. In: Encontro Nacional de


Psicólogos da Área Hospitalar, 08, 2003, São Paulo. Anais… São Paulo:
Associação Brasileira de Psicologia da Saúde e Hospitalar, 2003, p. 20 – 32.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para atuação


de psicólogas(os) nos serviços hospitalares do SUS. Conselhos regionais de
psicologia e Centro de Referência técnica em Psicologia e Políticas Públicas 1.
Ed. Brasília: 2019. Capítulo 2 e 3. ServHosp_web1.pdf (cfp.org.br)

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