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Psicologia Hospitalar

Escuta e Diagnóstico
Professora Vitoria Nathalia do Nascimento
doença adoecimento medo crise

trauma cuidado cura familiares

equipe rede sofrimento setting

mudanças
prontuários protocolos abordagem
de rotina
SUBJETIVIDADE
doença adoecimento medo crise

trauma cuidado cura familiares

MARCAS
equipe rede sofrimento saúde

mudanças prontuários protocolos abordagem


Mas o psicólogo só
conversa?
Para que serve a escuta?
Paciente religioso
Recusa do atendimento
Paciente que não fala
(ou não pode falar)
ESCUTA DO SUJEITO CONVERSA
• psicóloga • paciente

• Avaliação de risco • Fazer falar


• Estado mental e emocional • Alteridade
• Identificação de recursos • Curiosidade
• Relação com a equipe • Vínculo
• Relação com a rede de apoio
• Tratamento e
encaminhamentos
MANEJO
ESCUTA
SITUACIONAL

• Num ambiente onde • Mas que também exige


o sujeito tem pouca que o psicólogo saia de
possibilidade de uma neutralidade ou
agência passividade valorizada
na clínica
Associação livre Entrevista Mudanças

• Escutar o que o • Perguntas • É esperado que


paciente fala, objetivas, mas as pessoas
para além dos que fazem a tenham
seus sintomas; pessoa falar dificuldade
• Estabelecer para se adaptar
vínculo • É o resultado,
mas não o
objetivo
Diagnóstico

• Processo de avaliação
do estado psíquico
• O diagnóstico sem
prognóstico ou
indicação terapêutica é
apenas um rótulo
• Psicodiagnóstico X
diagnóstico em
psicologia hospitalar
Contribui para
Auxilia no
definir melhor
direcionamento do
estratégia
tratamento
terapêutica

Desenvolvimento
Comunicação
da pesquisa
entre a equipe
científica
• Conhecimento da
Diagnóstico doença através do • Não diagnosticamos doenças,
seus sintomas mas a relação sujeito – doença
médico • Utilizamos a descrição
abrangente dos processos que
influenciam e são
influenciados pela doença
• Trata-se de uma diretriz; uma
Diagnóstico • Conhecimento da hipótese, modo que o
em situação existencial e psicólogo dispõe para melhor
subjetiva da pessoa organizar seu pensamento,
psicologia em relação ao sua terapêutica
hospitalar adoecimento
Simonetti propõe:

I – Reacional
II – Médico
III – Situacional
VI - Transferêncial
Eixo 1. Diagnóstico do Transtorno Mental

Eixo 2. Diagnóstico de Personalidade e do Nível


Intelectual
Eixo 3. Diagnóstico de Distúrbios Somáticos
Eixos Associados
Multiaxiais de Eixo 4. Problemas Psicossociais e Eventos da Vida
Desencadeantes ou Associados
diagnóstico Eixo 5. Avaliação Global do Nível de
DSM - IV Funcionamento Psicossocial
Formulação Psicodinâmica do Caso

Formulação Cultural do Caso


I - Diagnóstico reacional
(“movimento em torno da doença”)
Negação
• “Isso não está acontecendo” “é uma bobagem” “vai ficar tudo
bem” “Não passa de um engano”
• Sujeito evita o medo, demonstra onipotência e adia o
enfrentamento da notícia;
• Comum não procurar ajuda, não aderir ao tratamento indicado,
ou ainda, não comunicar a qualquer outra pessoa sobre a sua
situação de saúde;
• O limite é psicológico, não de compreensão
Ex 1: Paciente com doença terminal em cuidados
paliativos, 64 anos, separado porém com união
estável não reconhecida legalmente, três filhos
adultos. Deseja falar do futuro, planejar a vida sem
a sua própria vida.

Ex 2: “Doutor, se for aquela doença, eu não quero


saber” – dupla negação da doença e da palavra.
Revolta
• “Não é justo que isso esteja acontecendo”
• A raiva é decorrente da impossibilidade da negação, que já foi
ultrapassada, mas que pode voltar a ocorrer;
• Pode se direcionar à doença, à equipe, contra si, a família, o
mundo...
• Perda da liberdade e frustração, mas evitando a tristeza;
• A pessoa está agitada, mas o foco nem sempre é a doença, com
reações muitas vezes impulsivas.
Como não pessoalizar a raiva?
“Paciente difícil”

Ex: sujeito nervoso, agredindo as pessoas, irrita-se


facilmente com a família
Ex: morte de ente querido: grita, chora bastante,
bate nas paredes, momento de crise/agudo, alívio
da angústia, possibilidade de catarse, pode ser
considerado produtivo
Depressão
• “Pra que fazer qualquer coisa? Nada vai dar certo”
• Esta fase equivale ao luto por uma alternativa de futuro
planejada que reconhecidamente não virá a se realizar;
• A pessoa se entrega, volta a si e entristece;
• Pode acompanhar: culpa; ausência de cuidados elementares
(alimentação, higiene); perda de interesse no mundo, desânimo
intenso; apatia; embotamento – paciente que requer cuidados
(risco de suicídio)
Ex: paciente se pergunta e
verbaliza à equipe: por que
continuar insistindo se isso não
vai mudar nada?
Enfrentamento
• “O que posso fazer”
• Encontro com a realidade, fluidez entre todas as
emoções;
• Oscilação entre luto (reação diante da perda) e luta
(reações diante do limite)
“O dia a dia de uma pessoa pode ser bastante
influenciado pela posição que ela assume em relação
a sua doença. Na negação ela se torna irritadiça e
angustiada, na revolta fica estressada e solitária, na
depressão não vê graça em nada e faz as coisas por
fazer; já no enfrentamento a pessoa aprende a
desfrutar o prazer das pequenas coisas… que a
primeira vista pode ser paradoxal diante sua
condição de enferma.”
Diagnóstico Médico
• Olhar o prontuário do
paciente ou falar
diretamente com a
equipe.
Diagnóstico
Situacional
• Abre a amplitude para a
vida da pessoa e uma
visão paranorâmica sobre
os impactos nas diversas
camadas de constituição.
Físico Psíquico Social Cultural

• Relação da pessoa • Aspectos de • Rede de relacionamentos • Localizar pontos


com o próprio personalidade interpessoais da pessoa, como religião,
corpo, possíveis • Histórico de saúde como conjugal, familiar, saberes populares,
alterações e mental financeira e profissional linguagem e
autocuidado • Aspectos de • Identificar situações de questões sociais
• É diferente do consciência, vida desencadeantes,
diagnóstico médico percepção e ganhos secundários e
memória, emoção figuras
e pensamento
Diagnóstico tranferencial
• Demanda e
solicitação
• A relação do
paciente com
os demais
atores
• As relações
paralelas
Estudo de Caso
• A partir das situações clínicas apresentadas:
• Realizar um esboço do Mapa da Doença;
• Propor objetivos terapêuticos e possibilidades de
intervenção.
Referências
• SIMONETTI, Alfredo. Manual de psicologia hospitalar. Casa do
psicólogo, 2004.

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