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Curso de RADIOTECNICO & ELETRONICA OR Introdugéo ..... Funcionamento e manejo ... Medida das grandezas fundamentais ... Entradas e conexées ... Entrada e controle do osciloscépio de duplo trago .... Pontas de prova .... Oficina ..... Medida de tens&o continua ... Medida de tensdo alternada .... Medida do ngulo de fase .. Medida da freqiiéncia e do periodo ... Dicas de manutengao ... IPR 3 INTRODUCAO Este trabalho pretende ser apenas um manual didatico de nivel profissiona- "zante, focalizando diferentes abordagens sobre o funcionamento e utilizag&o do sc6pio. Por isso no contempla os diversos modelos desse tipo de equipa- mento nem inclui varios experimentos em diferentes areas da eletrénica. Com o objetivo de se tornar prético, o texto nao se detém a longas discus- 2s sobre a aplicacao do instrumento em laboratério, procurando, apenas, orien- ‘ar os técnicos da area de eletroeletrénica na aprendizagem de conceitos basicos, cnicas @ manuseio do osciloscépio. Nossa meta principal € ajudar todos aqueles estudantes ¢ profissionais da eletr6nica que nao disponibilizam muito tempo para estudos do osciloscépio e necessitam transformar as varias informacées, quanto ao emprego desse instru- mento, em conhecimentos que os capacitem a enfrentar, com sucesso, situagdes futuras. Os tempos mudaram e, certamente, continuaréo mudando. Atualmente, o iécnico em eletrdnica necesita desse importante instrumento para maior rapidez do diagnéstico. Novas tecnologias Ihe sao oferecidas a cada dia, obrigando-o a ampliar 0 seu conhecimento quanto ao funcionamento, aplicagao e manutengao de aparelhos modernos. 0 osciloscépio possibilita amplo estudo de fendmenos fisicos que, converti- dos em pulsos elétricos, podem ser reproduzidos na tela de um tubo de raios ca- tédicos. E, por isso, um dos instrumentos destinados & medida, andlise e afericéo de grandezas elétricas, da técnica moderna de manutengao. Na manutenc&o dos equipamentos modernos, sem dtivida, ele é uma das mais importantes ferramentas. Uma de suas principais vantagens é permitir que a amplitude de sinais elétricos (sejam eles voltagem, corrente, poténcia, etc.) possa ser mostrada em uma tela, em forma de uma figura, principalmente em fungao do tempo. 4 IPR O OSCILOSCOPIO MANUAL PRATICO DO OSCILOSCOPIO FUNCIONAMENTO E MANEJO Medida das grandezas fundamentais A finalidade de um osciloscépio é produzir, na tela do tubo de raios catédicos, uma imagem que represente, graficamente, um fendmeno diné- mico, cujo valor varie com relagdo ao tempo. Exemplo: pulso de tensao, a descarga de um capacitor, etc. O osciloscdpio basico pode permiti: lizagdo de fendmenos que durem desde alguns segundos, até ocorram milhdes de vezes por segundo. No desenvolvimento de andlise de circuitos eletrénicos, 0 osciloscdpio é um instrumento bastante versatil, pois pode ser considerado como um voltimetro, que apresenta, numa tela, a tensdo do sinal testado em forma de grafico. Dessa forma, pode-se analisar a forma de onda e freqiléncia co sinal apresentado na tela, bem como o seu nivel de tensdo. O voltimetro mede tensdes AC apenas de sinais senoidai osciloscépio pode medir o valor de pico a pico de sinais n3o sen A capacidade de um osciloscépio apresentar na sua tela curtissimos é dada pela sua resposta de freqiiéncia. Instrume tipo, que operam na faixa de 20 a 100MHz, sdo os mais comuns e para o desenvolvimento de projetos e manutencdo da maioria dos mentos. Osciloscépio HM303-6 Osciloscépio Analégico MHz Standardde 35 Modelo: MO-1225 Funcionamento O funcionamento do osciloscépio baseia-se na emissdo de um feixe de elétrons que, ao chocar-se contra uma tela fluorescente, emite luz, for- mando uma figura. Pelo método de comparacao, a figura formada na tela pode ser considerada ideal, possibilitando a redugdo da drea danificada em um circuito eletrénico. IPR 5 As unidades com as quais 0 osciloscépio trabalha sdo 0 VOLT (V), que mede a voltagem, e 0 HERTZ (Hz), que serve para medir freqiiéncias. A dependéncia com 0 tempo do feixe se resolve, fazendo o feixe de elétrons ser defletido em um eixo de coordenadas, similar ao sistema car- tesiano “X e Y”, Por via de regra, 0 eixo “X” corresponde & deflexdo do feixe com velocidade ou taxa de deslocamento constante em relacdo ao tempo, ja 0 eixo “Y” apresenta a mudanca de posig&o do feixe luminoso como resposta aum sinal de entrada, como, por exemplo, uma tens&o aplicada a entrada vertical. O resultado é a variacdo da tensdo de entrada depen- dente do tempo, permitindo resposta da ordem de microssegundos. Podemos considerar o tubo de raios catédicos a parte principal de um osciloscépio. Entretanto, ele necessita usar uma série de circuitos auxilia- res para poder controlar o feixe, desde a sua gerac&o até o ponto onde este incidiré sobre a tela. O osciloscépio é composto das seguintes partes: 1. Fonte de alimentagéo 2, Tubo de raios catédicos 3. Base de tempo 4. Amplificador horizontal 5. Amplificador vertical 1. Fonte de alimentacao A fonte de alimentacao fornece diversos niveis de tensdo CC exigidos pelo tubo de raios catédicos para promover as ac6es de controle, acelera- Co, focalizag&o e deflexaéo, bem como fornece outras tensées necessdrias @ operagao dos demais circuitos do osciloscépio. Assim como 0 tubo de imagem de um aparelho de TV, 0 osciloscépio necessita de uma tens&o muito elevada para acelerar o feixe de elétrons, enquanto uma tens&o CA de 6,3V é aplicada no filamento para o aqueci- mento. Para a alimentacao dos outros circuitos, diferentes niveis de tensdo s&o exigidas e, em geral, nunca ultrapassam algumas dezenas de volts. A fonte fornece as seguintes tensées ao osciloscépio: ° baixa tens&o para o filamento do TRC * baixa tensdo para os demais circuitos do osciloscépio 2. Tubo de raios catédicos E um tipo especial de valvula na qual os elétrons, emitidos do catodo, se reordenam num feixe estreito e se aceleram a alta velocidade antes de se chocarem contra uma tela recoberta de fésforo. A tela se torna fluores- cente no ponto em que o feixe eletrénico se choca e proporciona, assim, uma indicagao visual. E 0 caso do radar, do sonar e da televisdo. Em geral, um TRC possui as seguintes partes ou eletrodos: filamento; catodo; grade de controle; anodo de focalizacgao e aceleracdo; placas de deflexdo horizontal e vertical e tela fluorescente. 6 IPR O conjunto formado pelo filamento, 0 catodo, a grade de controle e os nodos de focalizago e de acelerac&o formam o que se chama de “canhao eletrdnico”. A figura mostra 0 esquema de um tubo de raios catédicos. Revestimonto | de aquadeg | Placas de | deflexao, vertical Primeito Filamento — anode Segundo Places de Grade gnodo._deflexdo tha | horizontal 2.1 Filamento (aquecedor) E 0 elemento responsavel pela energia calorifica necesséria ao des- prendimento de elétrons no catodo. A tensao do filamento, normalmente, é CA de 6,3V. 2.2 Catodo E 0 elemento responsavel pela emiss&o dos elétrons (cerca de seis bilhdes de elétrons por segundo s&o emitidos). Possui um alto potencial negativo. 2.3 Grade de controle E 0 elemento que regula a passagem de elétrons procedentes do ca- todo em diregéo ao anodo. Possui 0 mesmo potencial que o 4nodo. Quando se controla o potencial dessa grade, verifica-se um aumento ou diminuicao do brilho da imagem. 2.4 Anodos de focalizagio e de aceleragdo Possuem forma cilindrica com pequenos orificios (para a passagem do feixe de elétrons) e um alto potencial positivo (em relac&o ao catodo), a fim de que os elétrons sejam acelerados a uma grande velocidade, 0 que tornaré muito maior a tendéncia de se deslocarem em feixe que a tendén- cia a se divergirem. Entre os 4nodos de focalizag&o e de acelerac&o existe um campo ele- trostatico que atua como uma lente biconvexa, convergindo o raio a um IPR 7 determinado ponto. Esse efeito é observado quando um raio de luz passa por uma lente biconvexa. Essa lente eletrénica atua na distancia focal do raio. 2.5 Placas de deflexdo horizontal e vertical Todos os pontos da tela devem ser alcancados, e isso sé é possivel devido ao sistema defletor do raio de elétrons. Caso nao existisse esse sistema, 0 raio de elétrons incidiria no centro da tela, ficando imével no mesmo ponto. Todo 0 principio de funcionamento da deflexdo do raio esta baseado no principio da deflex&o eletrostética. No osciloscépio, a deflexo eletrostatica emprega duas paredes de placas defletoras montadas em Angulo reto entre si. Quando n&o ha campo elétrico entre as placas de cada par, o feixe de elétrons incide no centro geométrico da tela. Se for aplicada uma diferenca de potencial (ddp) a um par de placas, o feixe se deslocara para a placa com 0 potencial positivo e esse desvio sera tanto maior quanto maior for a ddp aplicada as placas. Se for invertida a polaridade das placas, logica- mente, a deflexdo do feixe se dara inversamente, obedecendo 4s mesmas leis. Essas consideragées sao validas tanto para placas horizontais quanto para verticais, e cada uma deve atuar independente uma da outra. Se aplicarmos a um dos pares de placa uma tensdo periédica (por exemplo, uma tensdo senoidal), 0 ponto na tela deslocar-se-a continua- mente (na vertical ou na horizontal). Se a freqiiéncia de tensdo aplicada for baixa, poderemos ver o ponto se movendo na tela. Se, por outro lado, a freqiiéncia for muito alta ou, mesmo, superior a “persisténcia do olho humano", observaremos, na tela, uma linha, mesmo que, na verdade, se trate de um ponto se movendo rapidamente. ‘Trama formada sobre atela de uma valvula de raios ceatédicos 2.6 Tela fluorescente A tela é 0 estagio final de todo 0 processo executado pelo osciloscé- 8 IPR pio, pois é nela que se visualizam as imagens que ser&o, posteriormente, analisadas. Ela pode ser circular ou retangular, com dimensdes variadas que dependem da necessidade da aplicag0. Sao de vidro e, no seu inte- rior, se deposita um material fluorescente, como o fésforo ou o sulfeto de zinco. Ao receberem o impacto do feixe de elétrons, emitem luz. Os materiais fluorescentes possuem outra caracteristica que é a da fosforescéncia, que faz com que os materiais continuem a emitir juz mes- mo depois da exting&o do bombardeamento dos elétrons. O intervalo em que permanece a fosforescéncia 6 chamado “persist@ncia do fésforo”. A intensidade luminosa emitida pela tela é denominada “luminancia” e de- pende dos seguintes fatores: e Numero de elétrons que bombardeiam a tela. e Energia com que os elétrons atingem a tela, que, por sua vez, de- pende da aceleracdo dos mesmos. e Tempo em que o feixe permanece no mesmo ponto da tela, que depende da varredura. ° Caracteristicas do fésforo (dadas pelo fabricante). Portanto, alterando esses fatores, podemos ter um traco luminoso com mais ou menos brilho, mais ou menos persistente e, ainda, com cores diferentes. DICAS DE MANUTENCAO a) Se um feixe de alta densidade de carga atinge o fésfo- ro da tela por muito tempo, um dano permanente pode ocorrer, “queimando-se” aquele ponto e reduzindo-se a emissdo de luz. b) Para prevenir-se desse dano podemos controlar a den- sidade do feixe, através do controle de intensidade do foco e do astigmatismo. ) Mantendo baixa a intensidade luminosa e a breve ex- posi¢ao do feixe, evitamos a destruicgéo da camada de fésforo, | prolongando, assim, a vida Gtil do equipamento. Para que possam ser feitas calibrag6es do traco luminoso (tanto verti- cais quanto horizontais), um quadriculado é colocado na tela. As linhas do quadriculado devem ficar mais proximas da camada de fésforo para evitar erros de paralaxe. O tubo de raios catédicos funciona da seguinte maneira: “O feixe eletrénico 6 produzido pelo conjunto filamento-catodo, sen- do, depois, regulado em intensidade pela grade de controle, enforcado pelo anodo de focalizagéo”. Sua aceleracao é feita pelo 4nodo acelerador, e depois é desviada na horizontal ou na vertical pelas placas defletoras para, finalmente, se chocar com a camada fosforescente da tela, permitindo, assim, a visualizagéo da imagem. IPR 9 3. Base de tempo O circuito de base de tempo tem atuaco junto as placas de deflexéo horizontais, pois essas placas comandam o deslocamento do feixe na dire- cao horizontal. Esse circuito é necessario para que o deslocamento do feixe na direg&o horizontal (eixo “X") seja dependente do tempo. O circuito de tempo deve fazer o ponto luminoso se deslocar, periodi- camente e com velocidade constante, na direc&o horizontal, da esquerda para a direita, voltando, 0 mais rapidamente possivel, a sua posico origi- nal e, assim, sucessivamente. Para efetuar esse percurso, o circuito de base de tempo proporciona as placas horizontais uma tensao varidvel denominada “dente-de-serra’”. Com 0 passar do tempo, a tenséo aumenta de valor, progressivamen- te, até atingir um ponto maximo e, logo em seguida, cai bruscamente para 0 seu valor inicial. O tempo transcorrido desde que se inicia a elevacdo de tensdo até o valor maximo chama-se tempo de exploraco ou de varre- dura. Esse tempo é 0 mesmo que 0 ponto leva para ir da esquerda para a direita. O tempo que vai do valor maximo até o valor inicial leva o nome de retorno, sendo necessério para que o ponto volte da direita para a esquer- da novamente. Como se nota, o tempo de varredura é maior que o tempo de retorno, Pois 0 que nos interessa é reproduzir, da esquerda para a direita, a trajeté- ria do ponto luminoso na tela e fazé-la voltar o mais depressa possivel. Quanto menor o tempo de retorno, melhor se poderd reproduzir, na tela, 0 sinal que se deseja ana- Como a freqliéncia da tenséo em dente-de-serra da base de tempo é relativamente elevada, 0 ponto luminoso deslocar-se-a horizontalmente pela tela com grande rapidez, de forma que o efeito dptico sera igual 4 presenca de uma linha na tela, e néo um ponto. O circuito de base de tempo para o osciloscépio deve proporcionar uma base de tempo de freqiiéncia variavel, pois, dessa forma, é possivel analisar uma ampla gama de freqiiéncias, desde as mais baixas (cujo com- primento de onda é muito longo) até as muito elevadas (cujo comprimento de onda s&o extremamente curtos). Normalmente, essa possibilidade de variar a freqii€ncia da base de tempo se processa por meio de uma chave seletora que controla um circuito RC e é capaz de realizar essa fungdo. Existe uma grande variedade de circuitos capazes de fornecer on- das dente-de-serra. Entretanto, um problema muito comum € 0 fato de a 10 IPR imagem se tornar instavel na tela, o que torna a leitura dificil ou, mesmo, impossivel de ser feita Para se obter uma imagem estavel e possivel de se analisar, é preciso que a freqiiéncia da tenséo em dente-de-serra se sincronize com a freqiiéncia do sinal a medir. Quando a freqiiéncia a ser medida é relativamente baixa (menor que 150kHz), esse problema é de facil soluco, porém, ao se tratar de altas freqiiéncias, em que os tempos s8o extremamente curtos. é mais dificil. necessitando de circuitos mais complexos. Tensao ‘ Perloao ae 1 Perioao de ' (— tragado de le tragadodo onda siclo seguinte Penoao or catome > tema Representaco gréfica de uma onda dente-de-sere cielo f<— completo 1 espns, | Aproximadamente | | _Aproximadamente — 575s mc I ' i ' 6p A freqiéncia da onda dente-de-serra, aplicada as placas de deflexdo vertical, é muito mais lenta (somen- “rarodode ‘| te 60 hertz). te__Periodo de i Tear. il ae Aproximadamente 1 iregots) 1 10? do ciclo 7 = completo Representacdo gréfica de uma onda dente-de-serra horizontal 4. Amplificador horizontal (tempo/div) O circuito do amplificador horizontal é muito similar ao do vertical. Seu objetivo é proporcionar aos sinais procedentes do circuito de base de tempo uma amplitude suficiente para o desvio do feixe de elétrons a toda largura da tela. O amplificador horizontal deve amplificar tanto os sinais em dente- de-serra procedentes da base de tempo, como os sinais procedentes do exterior aplicados a entrada X (horizonta!), aue possui a maioria dos osci- IPR at loscépios. O sinal horizontal a amplificar deriva-se, normalmente, da base de tempo do exterior ou da rede (60Hz). Para sua seleco, recorre-se a um comutador de duas ou trés posicgées que se intercala entre o amplificador horizontal e as fontes de sinal. A amplificacéio dos sinais em dente-de-serra deve ultrapassar amplamente as bordas da tela, o que permite observar, com nitidez, as fragées da curva. 5. Amplificador vertical (volts/div) Um osciloscépio deve ser capaz de analisar sinais elétricos dos va- lores mais diversos. Normalmente, a sensibilidade de desvio do feixe no TRC, costuma ser de 20V/cm de altura e de 30V/cm de altura, quando for corrente alternada. E ldgico pensar que, quando o sinal aplicado entrada vertical for da ordem de milivolts, por exemplo, 0 desvio vertical mal sera notado. Portanto, é preciso ter, entre a entrada de sinal e as placas defletoras verticais, um circuito amplificador que mostre o valor adequado do sinal que se quer analisar. A sensibilidade de deflexéo do osciloscépio é uma das caracteristicas essenciais que valorizam o aparelho. Logo, quanto maior a sensibilidade da de- flexdo, melhor seré o aparelho. Em osciloscopio de servigo, uma sensibilidade de 10mV/cm é mais que suficiente. Geralmente, 0 amplificador vertical de um osciloscépio consta das seguintes partes: 1. Atenuador 2. Seguidor catédico 3. Amplificador 5.1 Atenuador Diminui a amplitude do sinal de entrada quando este possuir um va- lor excessivo que ponha em perigo a fidelidade do sinal, ou seja, quando puder produzir alguma distorco. O circuito atenuador reduz o valor do sinal de entrada, geralmente, em 10, 100 ou 1.000 vezes, 5.2 Seguidor catédico O atenuador provoca um enfraquecimento brusco dos sinais de entra- da (10, 100, 1.000 vezes). Com a intengao de suavizar essa atenuaciio, o atenuador dispde de um seguidor catédico que faz o casamento de impe- dancias. 12 IPR 5.3 Amplificador O amplificador consta, geralmente, de trés circuitos: a) Circuito pré-amplificador O pré-amplificador é uma etapa amplificadora de tensdo que afeta, diretamente, 0 amplificador final, pois esto acoplados diretamente, atra- vés de uma secGo de filtros ou seco corretora. b) Circuito compensador Uma caracteristica muito importante para a escolha de um osciloscé- pio é a largura de banda passante do amplificador vertical. Quanto maior a largura de banda passante, melhor sera sua qualidade. Compensador de baixas freqiiéncias - Esse circuito facilita a Passa- gem das freqliéncias mais baixas da curva de resposta para a etapa se- guinte, com um ganho mais uniforme e com menor defasagem. A constan- te de tempo desse circuito deve ser elevada para nao diminuir o ganho nas freqiiéncias mais baixas e evitar a distorc&o de fase. Compensador de altas freqiiéncias - A compensaco em altas fre- qiiéncias permite reduzir 0 efeito das capacitancias Parasitas, causa princi- pal da limitacao de freqiiéncia na parte alta da banda passante. Compensador misto - E a juncdo dos compensadores de baixa fre- qiiéncia com os de alta freqiiéncia. O uso de compensadores mistos au- menta muito a largura da banda passante, pois abrange desde as baixas frequncias até altas freqtiéncias, ¢) Circuito amplificador final O amplificador final é o responsavel pela atuacdo das placas de de- flexdo vertical do osciloscépio. E importante ressaltar que todas as cone- xées, quando se tratar de deflexdo assimétrica, devem ser efetuadas com condutores blindados e tela ligada 4 massa, a fim de reduzir o perigo de captacao e de influéncias exteriores que poderiam desfigurar a imagem do sinal analisado. A figura, a seguir, representa a tela de um osciloscépio. Vocé deve observar que existem algumas linhas na tela que a dividem, tanto no sen- tido vertical como no horizontal, formando o que se denomina “reticula ou grade”, A separacéo entre duas linhas consecutivas da reticula é uma divisao. Normalmente, na tela, ha 10 divisdes horizontais por 8 verticais de mesmo tamanho (1cm), 0 que torna a tela mais larga. Na linha do centro, tanto no sentido horizontal (eixo “X”) como no sentido vertical (eixo “Y”), existem divisdes (ou quadrados) que as dividem em cinco partes iguais. IPR 13 Marcas (medidas dos lados) 490|-..-|-... |... eeebeasul orva| tsa] sano »'90 ” 10) os L_| sat ea f ‘subdivisao divisfo Alguns osciloscépios possuem marcas horizontais de 0%, 10%, 90% € 100% para facilitar as medidas do tempo de subida e de descida dos lados da figura. Isso é medido entre 0 10% e 0 90% da amplitude de pico a pico. Outros osciloscépios também visualizam, em sua tela, quantos volts representa cada divisao vertical e quantos segundos representa cada divi- s&o horizontal. De um modo simples, vamos descrever as técnicas de medidas ba- sicas que podem ser realizadas com um osciloscépio. E bom lembrar que alguns osciloscopios digitais possuem um software interno que permite realizar as medidas de forma automatica. Entradas e conexédes Existem muitos tipos de osciloscépio. Descrever todos os com. ‘dos. de todos os tipos de aparelho existentes seria invidvel. Entretanto, com o conhecimento de alguns controles, considerados basicos, é possivel operar diversos osciloscépios. Os controles e entradas do osciloscépio podem ser divididos em cinco grupos: Controle da fonte de alimentacgaio Controle de ajuste do traco ou ponto na tela Controle e entrada de atuacao vertical Controle e entrada de atuacao horizontal Controle de entrada de sincronismo Se GS ee 14 IPR, Vejamos, entdo, cada um desses controles: 1. Controle da fonte de alimentagao a) Interruptor Sua fungdo é interromper ou estabelecer a corrente no primario do transformador de forca. Sua atuagao, normalmente, é acompanhada por uma lampada piloto que serve de aviso visual sobre a situacao do circuito (ligado ou desligado). Geralmente, esse interruptor se encontra acoplado 20 potenciémetro de controle de brilho. b) Comutador de tensdo Sua fungo é selecionar a tens&o de funcionamento do osciloscépio (127/ 220V). Permite utilizar o instrumento sem a necessidade de recorrer a um transformador abaixador ou elevador de tensdo. 2. Controle de ajuste do traco ou ponto na tela a) Brilho ou luminosidade Eo controle que ajusta a luminosidade do ponto ou do traco. O controle do brilho é feito por meio de um potenciémetro, situado no circuito da grade de controle do TRC, mediante o qual se regula o potencial dessa grade. Em alguns osciloscépios esse controle esté acoplado chave liga- desliga do instrumento. Deve-se evitar 0 uso de brilho excessivo, sob pena de se danificar a tela. b) Foco E 0 controle que ajusta a nitidez do ponto ou traco luminoso, O ajus- te do foco é conseguido mediante a regulagem de um potenciémetro que regula a polarizacao do eletrodo de enfoque. Esse controle deve ser ajustado de forma a se obter um traco fino e IPR 15 nitido na tela. Os ajustes de foco e de brilho so considerados ajustes basicos e devem ser efetuados sempre que se utilizar o osciloscépio. Os ajustes de brilho e de foco sao ajustes ba- sicos que devem ser feitos sempre que se for usar 0 osciloscépio. Britho ou Tuminagao luminosidade da reticula Foco 3. Controle e entrada de atuagao vertical FOSGION POuON @! le» Vous piv vous ov : aa 3 ac = 0 git Ban ae a lw 20 ee ee SND B oc 2 10 2 1 oC 5 ar 8 -_ c 16 IPR a) Entrada de sinal vertical Nessa entrada, é conectada a ponta de prova do osciloscépio. As va- riagdes de tenso aplicadas nessa entrada aparecem sob forma de figura na tela. b) Chave de selegao de modo de entrada (CA-GND-DC) Essa chave é selecionada de acordo com o tipo de forma de onda a ser observada. A posic&o adicional “GND” ou “0” é usada para a realiza- Gao de ajustes do traco do osciloscopio em algumas situacdes, como, por exemplo, quando se deseja uma referéncia na tela. Em alguns osciloscépios essa chave possui somente duas posigées (CA-CC ou AC-DC). cc) Chave seletora de ganho (Volts/Div.) Essa chave permite que se “aumente” ou que se “diminua” a altura da imagem, isto é, a amplitude de projecao na tela do osciloscdpio. Geralmente, esses instrumentos possuem ajuste fino do ganho verti- cal, cujo controle pode estar acoplado a parte central do préprio boto da chave seletora de ganho ou em um controle separado. Assim, enquanto 0 seletor de ganho provoca variagdes definas de amplitude, o ajuste fino atua de maneira linear (mais suave). Variac&o vertical (Voits/Divisao) TTT TT Ett ee eT TT Te WSCC TAT RIA tH — Oi | EHH Sinal ampliado Sinal normal Sinal reduzido d) PosigSo vertical Permite movimentar a imagem para cima ou para baixo na tela, ndo interferindo na forma da figura projetada na tela. Qs sinais de entrada podem variar desde uns poucos milivolts até dezenas de volts. Dependendo da construcao do tubo, entretanto, as vol- tagens para as placas de deflexdo vertical podem estar na ordem de cen- tenas de volts. Cabe ao amplificador vertical proporcionar o ganho necessdrio para que o sinal de entrada possa deflexionar 0 feixe de elétrons. IPR 17 4. Controle e entrada de atuag&o horizontal POSTION ¢—> TIME/DIY [aro | Now| GLOPE COUPLING SOURCE [ | HT R255 e Qo a) Chave seletora de base de tempo (Tempo/Div.) A chave seletora de tempo é calibrada em valores de tempo por di- visdo (ms/div e us/div). Esse controle permite variar 0 tempo de desloca- mento horizontal do ponto na tela, ou seja, ela determina quanto tempo o ponto leva para recorrer uma divisdo da tela no sentido horizontal. Através do controle de Base de Tempo, é possivel reduzir ou ampliar, horizontalmente, a figura projetada na tela do osciloscdpio. Se a chave seletora da base de tempo esta posicionada em 1 ms/div, © ponto leva 1 milisegundo para se deslocar num espaco de uma divisdo, no sentido horizontal da tela do osciloscépio. Sempre que for necessario conhe- a cer o tempo de deslocamento horizontal o do ponto, o ajuste fino da base de tempo tem que estar na posig&o “calibrado”. — Em alguns osciloscépios essa chave seletora tem uma posicao iden- tificada como EXT (externa), possibilitando que o deslocamento horizontal possa ser controlado por circuito externo ao osciloscépio, através de uma entrada especifica. Quando a posicao externa é selecionada, n&o ha forma- cao do traco na tela, obtendo-se apenas um ponto. Variac&o horizontal (Tempo / Divis&o) CTI i f f A : } EEA FE i tH 1 il Sinal reduzido Sinal normal | Sinal ampliado b) Posicao horizontal E 0 ajuste que permite controlar horizontalmente a forma de onda na tela. Girando 0 controle de posigao horizontal para a direita, o traco move- se horizontalmente para a direita e vice-versa. Assim como o controle de posi¢ao vertical, o controle de posi¢&o horizontal ndo interfere na forma da figura projetada na tela. A deflexdo horizontal do feixe de elétrons deve levar a uma velocida- de constante. Dessa forma, cada divisdo na tela corresponde a intervalos iguais de tempo. Com a escala de tempo (Tempo por Divisdo), determina- se a velocidade com a qual o feixe de elétrons percorre cada divisdo hori- zontal, e, portanto, a tela completa da esquerda para a direita. c) Ajuste fino da base de tempo Geralmente, os osciloscépios possuem um ajuste fino que permite ao operador identificar, com maior precisdo, o tempo de deslocamento do ponto na tela. Em alguns instrumentos, esse ajuste esté acoplado com a chave seletora de tempo. E importante ressaltar que esse ajuste fino nado possui escala e, por- tanto, quando utilizado, n&o é possivel saber, com precisdo, o tempo que o ponto leva para se deslocar numa divisao horizontal da tela. Dessa forma, durante uma leitura de precisdo, esse ajuste deve per- manecer na posigéo denominada calibrador. Ja o tempo de deslocamento do ponto no sentido horizontal é determinado somente pela posic&o da chave seletora da base de tempo. 5. Controle de entrada de sincronismo A fonte de sincronismo pode ser o sinal proveniente do amplificador vertical, um sinal externo ou 0 sinal da linha de energia da concessionéria O circuito de disparo (TRIGGER) toma a fonte de sincronismo e a compa- ra com um nivel de voltagem e uma pendente de referéncia. Quando $40 iguais, gera um pulso chamado “pulso de sincronismo”, que serve como entrada para o circuito de gatilho. IPR 19 Os controles de entrada de sincronismo se destinam a fixar a imagem na tela do osciloscépio, utilizados, principalmente, para observar sinais alternados. POSTION g=—) TIME/DIV GLOPE COUPLING SOURCE A i. ac ficm ae fi cuz us : Ww fine level . oc ff ext Os controles de sincronismo sao a) Chave seletora de fonte de sincronismo - seleciona onde sera tomado 0 sinal de sincronismo para fixar a imagem na tela do osciloscépio. Normalmente, essa chave possui trés posicées, pelo menos: CH1, Rede e Externo. © Posigao CH1: o sincronismo é controlado pelo sinal aplicado ao canal 1. Posicgaéo CH2: o sincronismo é controlado pelo sinal aplicado ao canal 2. ° Posicdo rede (ou LNG): realiza o sincronismo com base na fre- quéncia da rede de alimentac&o do osciloscépio (60Hz). Nessa po- sicéo, consegue-se, facilmente, sincronizar, na tela, sinais aplicados na entrada vertical que sejam obtidos a partir da rede elétrica. ® Posicgao externa: na posicdo externa, o sincronismo da figura é obtido a partir de outro equipamento externo, conectado ao osci- loscépio. O sinal que controla o sincronismo na posig&o externo é aplicado 4 entrada de sincronismo. b) Chave de modo de sincronismo - normalmente, essa chave tem duas ou trés posicdes: e Auto: nesta posicao, 0 osciloscopio realiza o sincronismo automa- ticamente, com base no sinal selecionado pela chave seletora de fonte de sincronismo. e Normal (+): 0 sincronismo é positivo, ajustado manualmente pelo controle de nivel de sincronismo (TRIGGER), de modo que o primei- ro pico que apareca na tela seja 0 positivo. Normal (-): 0 sincronismo é negativo, também ajustado manual- mente, entretanto, o primeiro pico a aparecer é 0 negativo. 20 IPR c) Controle de nivel de sincronismo (TRIGGER) - é um controle manual que permite o ajuste do sincronismo quando nado se consegue um sincronismo automéatico. Tem atuac3o nas posig6es NORMAL (+) e NOR- MAL (-). A fungao do circuito de sincronismo é fazer com que a figura apre- sentada na tela do osciloscdpio seja estavel. A estabilidade da imagem € necesséria para que o sinal possa ser medido e detalhado. Entrada e controle do osciloscépio de duplo trago Existem osciloscépios que permitem a visualizacao simultanea de dois sinais na tela. Esses tipos de instrumento séo denominados “osciloscépios de duplo trago”. 0 osciloscépio de duplo traco possui alguns controles comuns aos dois tracos e outros individuais. Os controles de brilho, foco, base de tempo € po- sic&o horizontal séo controles comuns aos dois tragos. As diferencas entre os osciloscépios de traco simples e de duplo traco situam-se, basicamente, nas entradas e controles do vertical. nos controles e entrada de sincronismo. 1. Entradas e controles do vertical Para que se possa observar dois sinais simultaneamente, é necessario que se aplique uma tensao em cada uma das entradas verticais. osciloscépio duplo traco dispée de dois grupos de controle vertical. Um grupo para o canal “A” ou canal 1 (CH1) e um grupo para 0 canal “B” ou canal 2 (CH2). Cada grupo controla um dos sinais na tela (amplitude, posicao verti- cal, etc.) e, geralmente, sdo iguais. Cada canal dispde de: - entrada vertical - chave seletora CA-0-CC - chave seletora de ganho vertical (Volts/Div) - posi¢do vertical Um osciloscépio de duplo trago pode, ainda, ser utilizado como um osciloscdépio de traco simples. Uma chave seletora permite que se possa selecionar cada canal, individualmente, ou os dois, simultaneamente. Essa chave possui, pelo menos, trés posig6es: - CH1: na posic&o CH1 aparecera apenas a imagem na tela que esti- ver sendo aplicada na entrada vertical do canal 1. CH2: na posico CH2 aparecera apenas a imagem na tela que esti- ver sendo aplicada na entrada vertical do canal 2. DUAL (ou Chopper): na posicéo DUAL aparecem as duas ima- gens. Em osciloscépios mais sofisticados, gssa chave pode possuir mais posigdes de modo a permitir outras alternativas de uso. Na posic¢S0 CH1 é projetado, na tela do osciloscépio, apenas o sinal IPR 21 que estiver sendo aplicado na entrada vertical do canal 1. Na posigao CH2, é projetado, na tela do osciloscépio, apenas o sinal que estiver sendo apli- cado na entrada vertical do canal 2. Na posicg&o DUAL (Chopper) serao projetados os sinais aplicados nas duas entradas verticais. Alguns osciloscépios dispdem, ainda, de um controle denominado in- versor (invert), que permite inverter a figura apresentada na tela. 2. Controles e entrada de sincronismo Realizam as mesmas fungées do osciloscépio traco simples, que é a de fixar a imagem na tela. O que diferencia é 0 fato de que, na chave se- letora de fonte, existe uma posicdo adicional de modo a poder sincronizar a figura na tela do osciloscépio. Pontas de prova As pontas de prova sao utilizadas para interligar 0 osciloscopio aos pontos de medida. Uma das extremidades da ponta de prova é conectada a uma das en- tradas do osciloscdpio através de um conector. A extremidade livre serve para conexéo aos pontos de medida. Chave de fenda de ajuste Ponta intercambidvel a Corpo da sonda Ponteira com pinga retratil as Ponta de prova Conector a para ciruito integrado Pinga tipo garra jacaré /_desmontavel para a massa Observe que a extremidade livre possui uma garra jacaré, chamada terra da ponta de prova, que deve ser conectada a terra do circuito, e uma ponta de entrada de sinal, que deve ser conectada no ponto que se deseja medir. Existem dois tipos de ponta de prova: Ponta de prova A ponta de prova :1 caracteriza-se por aplicar 4 entrada do osciloscé- 22 IPR pio a mesma tensdo ou forma de onda que é aplicada 4 ponta de medicao. Ponta de prova 10:1 Utilizando esse tipo de ponta de prova, o valor de entrega ao oscilos- copio é de apenas a décima parte da tens&o aplicada & ponta de medicgao As pontas de prova 10:1 permitem que o osciloscépio consiga observar tens6es dez vezes maiores que a sua capacidade. Exemplo: um osciloscé- pio que permite a leitura de tensdes de 50V com ponta de prova 1:1, com Ponta de prova 10:1 podera medir tensdes de até 500V (10x50V). Existem pontas de prova que dispdem de um boto no qual se pode selecionar 10:1 ou 1:1 SECy, Gy GS 9g Quando néo se tem total certeza da grandeza da tenso envolvida, é aconselhavel iniciar a medicSo com a posigao 10: Oficina Estimado aluno, nosso objetivo, a partir de agora, é familiarizd-lo e orienta-io no manuseio do osciloscépio. Mas lembre que existem varios modelos do aparelho, e, por isso, é importante que vocé leia o manual de instruc&o para saber as principais caracteristicas do mesmo, antes de coloca-lo em servico. O primeiro passo sera com a identificacdo dos diversos controles do osciloscépio, até aqui estudados. 1. Identificagaéo dos controles A figura, a seguir, apresenta um modelo de osciloscdpio com painel de controle e entradas de sinal em primeiro plano. Observando-a, podemos identificar os controles e entradas listados abaixo. 1 - chave liga-desliga (POWER) 2 - controle de brilho (INTENS) 3 - controle de foco (FOCUS) 4 - entrada(s) vertical(ais) 5 - chave(s) de selecéo do modo de entrada (DC/AC/GND) 6 - chave(s) seletora(s) de ganho vertical (AMPL. ou Volts/div) 7 - chave seletora da base de tempo (TIME BASE ou tempo/div) 8 - controle(s) de posic&o vertical (Y-POS I e Y - POS II) [PR 23 9 - ajuste fino da base de tempo 10 - controle(s) de posic&io horizontal (X- POS) 11 - entrada de sincronismo externo 12 - controles de sincronismo (LEVEL) 2. Alimentacao Antes de conectar 0 cabo de alimentago do osciloscépio a rede elétri- ca, devemos observar se a tens&o da rede confere com a da chave seletora (110/220v). 3. Obtenc&o do traco a) Posicione a chave seletora de base de tempo (7) em ims/div. b) Coloque o controle de posic&o horizontal (10) na metade do cur. so. c) Na chave seletora de sincronismo (Trigger Selector), selecione Line (rede). d) Na seletora de modo vertical, selecione DUAL. Pode-se usar so- mente um trago, selecionando-o em ALT / CHOPPER. €) Posicione os controles verticais (8) dos dois canais na metade do cursor. f) Ligue 0 osciloscépio e ajuste os controles de brilho (2) e de foco (3) 24 TPR até obter um trago fino e nitido. OBSERVAGAO Nesse processo deve-se aguardar aproximadamente 1 mi- nuto para que 0 osciloscépio atinja a condicSo normal de trebe- Iho. Apés esse tempo, deverdo aparecer dois tracos horizontals na tela (tragoi e 2). Caso isso n&o aconteca, movimente um controle de posicao vertical de cada vez até localizar cede um dos tracos. g) Ao girar o controle de posicdo horizontal (10), observe, na tela, que o sinal se move para os lados. h) Mudando a posicao da chave seletora de base de tempo (7), obser- ve a variacéo no comprimento do traco na tela. Operaco traco duplo - trago simples i) Movimente o controle vertical (8) do canal 1 € observe o que ocor- re. j) Movimente 0 controle vertical do canal 2 € observe que o traco se desloca para cima ou para baixo, conforme o sentido do movimento. OBSERVAGAO Como podemos ver, quando selecionamos CH1 ou CH2, te- mos osciloscépio traco simples. 1) Para desconectar o cabc do osciloscépio da rede elétrica é impor- tante que as conexées sejam desfeitas, e que o instrumento esteja desli- gado. 4. Trago de senéide com altura desajustada Ao realizar uma medigao, utilizando um osciloscépio, 0 primeiro item a ser ajustado é a altura do sinal apresentado na sua tela. Se o traco esti- ver comprimido verticalmente, sem que os picos e vales preencham a tela de cima até embaixo, conforme mostra a figura a, a escala de tensdo esta em valor muito grande. Nesse caso, deve-se ajustar a chave seletora de ganho vertical (Volts/Div) para uma escala menor, que faca os picos do trago quase atingirem a borda superior da tela e os seus vales chegarem até o piso. Ao contrario, quando o traco do sinal na tela estiver muito esticado, desaparecendo e reaparecendo sem continuidade nas bordas superior e in- ferior da tela, conforme mostra na figura b, a escala de tensdes esta muito baixa. A correc&o consiste em ajustar a chave seletora de ganho vertical (Volts/Div) para uma escala maior, que faca os vales e picos do traco se enquadrarem no tamanho vertical da tela. IPR 25 Embora o botdio de ajuste de posicionamento vertical varie a al- tura do trago, nesse caso ele ndo pode ser usado, porque descalibra- ria a relago volts x diviséo. 5. Traco de sendide com largura desajustada (a) comprimida (b) esticada O préximo item a ser ajustado é a largura do sinal. Quando 0 oscilos- copio é ajustado em uma escala de base de tempo (Tempo/Div) muito pequena, o traco mostraré varios ciclos em poucas divisdes, 0 que resulta na compress&o horizontal do sinal, como é mostrado na figura a, ficando, algumas vezes, impossivel identificar a forma de onda. A correc&o, nesse caso, é feita na chave seletora da base de tempo (Tempo/ Div), colocando-a numa escala maior, que faca a tela apresentar somente um ou dois ciclos do sinal. Quando a largura do sinal fica esticada, € conseqiiéncia da base de tempo muito grande, muitas vezes caracteri- zando-se por apresentar um sinal incompleto, em que somente parte de 1 ciclo é visivel, como se vé na figura b. Para esse tipo de deficiéncia deve-se ajustar a escala de base de tempo (Tempo/Div) para uma escala menor, que resulte em 1 ou 2 ciclos completos na tela do osciloscépio. Conhecendo os controles e entradas do osciloscépio, o passo seguinte é a aplicacao direta do instrumento. Para isso, passaremos alguns pro- 26 IPR cedimentos que, certamente, transformardo as informagSes mencionadas até aqui em conhecimentos que o ajudaréo no desenvolvimento do seu aprendizado. Medida de tensdo continua Para determinar o valor de tensdo medida, multiplica-se 0 ntimero de divisées que o trago movimentou (na vertical em relacdo a um referencial), pelo valor indicado pela posig&o da chave seletora de ganho vertical. Em circuitos em que o terra é conectado ao pélo negativo da fonte de alimentagao, as tensées lidas s&o positivas, de forma que o trago na tela se desloca para cima da posigio da linha de referéncia, na tela do osciloscé- pio. Caso contrario, ou seja, quando o terra é conectado ao pdlo positivo, o traco se desloca para baixo da referéncia, na tela, porque as tensées lidas sdo negativas. © £ > Quando o osciloscépio € empregado para medi- ie ?- da de tensées continuas é importante que o operador ey estabeleca uma posicéo de refer€ncia para o traco, na tela. Nesse caso, 0 traco deve ser posicionado sobre uma das linhas horizontais, para cujo ajuste é utilizado © controle de posicéo vertical. DESENVOLVENDO O CONHECIMENTO Para melhor fixar a leitura de uma tenso continua com 0 osciloscépio, vamos simular uma situacéio pratica de medicao. Medigdo de tensées CC positiva Supondo-se que 0 osciloscépio esteja ajustado do seguinte modo: chave de base de tempo para 1ms/div ° trago no centro da tela serd a linha de refer€ncia ponta de prova conectada em um dos canais (CH1 ou CH2) chave CA-0-CC no canal selecionado, posicionada em CC Exercicio 1 Imagine uma fonte de DC ajustada para uma determinada tensdo de sai- da, cujo deslocamento da linha luminosa seja de 2 divisdes acima do ponto de referéncia. A ponta de prova do osciloscépio é conectada nos bornes de saida da fonte, de modo que a garra de terra esteja conectada ao borne negativo da fonte © a ponta da ponteira de prova, ao seu borne positivo. Nessas condigdes, qual sera IPR Pd a leitura da tensdo na tela do osciloscépio, considerando que a chave seletora de ganho vertical esteja na posi- Go de 5Volts por divis&o (5V/ Div)? Veja como é facil realizar essa medicao. Basta prestar atencéio nos seguintes itens: 19) Qual 0 objetivo da mediga0? 2°) Durante a leitura com 0 osciloscépio, qual a po- sigdo da chave seletora de ga- nho vertical? 30) Sendo a medigao de um valor VDC, de quanto foi © deslocamento do trago Iu- minoso? coed EE re pry, | Solucio Para encontrar o valor da tensio de safda da fonte DC, vamos fazer 0 se- guinte raciocinio: Como se trata de uma fonte de VDC, certamente, a medicao sera de tensdo continua (VDC) e, nesse caso, na tela do osciloscépio, aparece apenas um traco luminoso. Outro ponto importante é a posi¢&o da chave seletora de ganho vertical, que, nesse exercicio, encontra-se 5 Volts por divisdo (5V/Div). O préximo fator a ser considerado esta no enunciado do exercicio. O traco luminoso se desloca 2 divisées acima do ponto de referéncia. Lembre-se de que, quando o deslocamento do traco luminoso for para cima da linha de referéncia, a tensao é positiva. Caso contrario, se 0 deslocamento for para baixo, a tensdo é negativa. Feita essa andlise preliminar, é possivel realizar a leitura. Sendo: VDC = n.° de divisdes X posic&o da chave seletora de ganho vertical. VDC = 2 x SV/div VDC = + 10 Volts DC Até aqui foi facil, nado é mesmo? Ent&o, vamos para uma outra situa- Exercicio 2 Suponha que, agora, a chave seletora de ganho vertical do osciloscépio este- ja ajustada para 2 volts por divisdo, e que uma linha luminosa tenha se deslocado 2% divisdes para a parte superior da linha de referéncia. Qual sera a leitura apresentada na tela do osciloscépio? 28 IPR : Solugdo t Vimos, anteriormente, que fo = VCC = n.° de divisées x E Sarr posic&o da chave seletora de ganho vertical. Se, na tela do osciloscépio, aparece apenas uma linha lumi- nosa € essa linha se desloca para cima da linha de refer€ncia, entio, trata-se de uma tensdo positiva, ‘ica Sendo esse desiocamento de 4 divides para cima da linha de re- feréncia e estando a chave seletora _| de ganho vertical ajustada para 2 Volts/diy, a leitura serd de VCC = n.° de divisées x posicao da chave seletora de ganho vertical. VEC = +4 x 2V/div VCC = + 8 Volts DC woo eee OBSERVACAO Dependendo do valor a se medir, existe uma posicSo da chave seletora de ganho vertical em que se torna mais facil a leitura, Dessa maneira, sempre que se for realizar algurna Ieitura de tensdo, deve-se procurar colocar a chave seletora de ganho verticai em um valor mais alto e, depois, ir ajustando até que a leitura se torne mais facil. Esse cuidado é valido para todos os instrumentos sob risco de se danificar 0 aparelho. Para finalizar a leitura em VDC, vejamos a seguinte situac&o: Exercicio 3 Suponha que, ao realizar a medic3o com um osciloscépio na saida de uma fonte de VDC cujo seletor de ganho vertical esteja ajustado para 20mV/div e a Ponta de prova conectada nos bornes de sada da fonte, de maneira que ~ borne negativo - entrada de sinal da ponta de prova, = borne positivo - terra da ponta de prova. Tendo como linha de referéncia 0 eixo horizontal no centro da tela do os- 7 ciloscépio, observa-se que a linha luminosa se movimentou para a Parte inferior da tela. Nessa situa- G0, qual o valor da leitura, sendo que 0 deslocamento da linha foi de trés divisdes? Tratando-se de uma fonte de VDC a medigao sera de tens&o con- tinua (VDC), e também nesse caso, na tela do osciloscépio deve apare~ cer apenas um traco luminoso. A posicéo da chave seletora de ganho vertical, nesse caso marca sere IPR 29 20 millivolts por divisdo (20mV/Div) e 0 traco luminoso se desioca trés divisdes para baixo do ponto de referéncia. Portanto, a leitura da tensdo medida é negativa. Sendo: VDC = namero de divisées multiplicado pelo valor da posicao da cha~ ve seletora de ganho vertical. VDC = -(3) x 20mV/Div. VDC = - 60mVvDC esee-eheree DESENVOLVA O SEU CONHECIMENTO Usando 0 mesmo raciocinio empregado nos exercicios anteriores, resolva agora os dois préximos exercicios: Exercicio 4 a) A apresentacdo mos- trada na tela do osciloscépio representa que tipo de tensao? b) Quantas divisées verti- cais tem o nivel de tensdo que aparece na tela? ¢) Qual o valor da chave seletora de ganho vertical? d) Qual o valor da tenséo medida? O traco branco na tela do osciloscépio representa uma tensdo DC. Tendo como linha de referéncia a 12 linha horizontal inferior, responda: aa he : 1 a) Quantas divisées verti- cais tem o nivel de tensdo que aparece na tela? b) Qual o valor da chave seletora de ganho vertical? ¢) Qual o valor da tensao medida? 30 IPR Medida de tensdo alternada Sem diivida, a aplicacéo mais comum de um osciloscépio é na obser- vacao de sinais alternados. Existem diversas formas de sinais alternados, muitos deles com for- ma bastante complexa. Os sinais senoidais possuem algumas caracteristi- cas de facil andlise. Basicamente, s&o trés as caracteristicas desse tipo de sinal: amplitude, freqiiéncia e fase. A freqiiéncia de uma tensdo alternada é igual & da corrente alterna- da. E a quantidade de ciclos completos, produzidos por segundo. Além da unidade de freqiiéncia, que é ciclo por segundo ou hertz (Hz), em radio também 6 utilizado 0 seu multiplo, o quilohertz (kHz). A tenséo alternada é representada por VAC. Conclui-se, entéo, que uma tensdo alternada produz uma corrente al- ternada cuja intensidade varia constantemente, segundo uma fungao perié- dica, e seu sentido também se inverte constantemente. Uma funcao perid- dica é aquela que se repete da mesma forma continuamente (sempre). Apés essas consideragées preliminares, vejamos alguns termos que vocé, certamente, ira usar durante a leitura de uma tensdo AC. Numericamente, a freqiiéncia (f) de uma corrente ou tensao alter- nada € 0 inverso do perfodo (T), ou seja, T= 1/f onde “T” é0 periodo e “f” &a freqiiéncia. Em nossa casa, por exemplo, a freqiiéncia da tensao fornecida pela concessionaria é de 60 hertz. Isso significa que a corrente alternada obtida nas tomadas de energia tem uma freqiiéncia de 60 hertz, ou seja, a cada segundo, a corrente é forcgada a circular em um sentido oposto, pois essa é a razdo da inversdo de polaridade. Quando se faz passar uma corrente alternada através de uma resis- téncia, a poténcia dissipada é tal como quando passa uma corrente con- tinua, ou seja, 6 o valor que deveria ter a tensdo ou a corrente, se fosse continua, para que fosse obtido o mesmo efeito, em termos de energia. Nesse caso, quando se trata de tens&o alternada, empregamos termos como valor da Tens&o Efetiva, valor Eficaz ou RMS, Num circuito com CA, para que seja calculada a poténcia elétrica, deve ser utilizada uma referéncia de tens&o apropriada. A fim de poder trabalhar, adequadamente, com valores de corrente e tens&o alternadas, empregamos o valor RMS, que, em inglés, significa Root Mean Square. O valor RMS é, matematicamente falando, a raiz quadrada da média dos quadrados. Esse valor é obtido, achando a raiz quadrada da soma de to- dos os valores instanténeos de uma onda senoidal, depois de esses valores terem sidos elevados ao quadrado (multipticados por ele mesmo). Para no ter todo esse trabalho, na pratica, o valor RMS é igual ao valor de pico (valor maximo) da corrente ou tensdo alternada, multiplicada pelo inverso da raiz quadrada de dois (= 1,414). Dessa forma teremos: 1/1,414 = 0,707. © valor de pico de uma onda senoidal é sempre maior que o valor RMS, com excegdo da onda quadrada, na qual o valor de pico é igual ao valor RMS. IPR 31 Se, para calibragdo, considerou-se uma tens&o alternada de valor efi- caz conhecido, a proporcao de alturas dara o valor eficaz da tensdo média, mediante a expressdo Tens&o Eficaz (RMS) = Tens&o Maxima x 0,707 70,7% do valor de pico ou clo positive valor de pico x 0,707 Valor méximo positive ou = valor de pico positive Nota: a corrente variou tanto Valor de referéncia de valor como de sentido Ciclo negativo Valor maximo negative ou valor de pico negativo Periodo de um ciclo Vejamos como isso fica na pratica: digamos que o valor de pico de uma onda seja de 25VCA, o seu valor efetivo ou valor eficaz sera 17,675V. Isso porque Tensao Eficaz (RMS) = Tensado Maxima x 0,707 Sendo Tens&o de pico = 25VCA Tens&o Eficaz (RMS) = 25 x 0,707 Tensiio Eficaz (RMS) = 17,675V Simples, néo é€ mesmo? Do mesmo modo, vocé podera calcular o valor maximo se tiver 0 valor efetivo ou eficaz. No exemplo, sendo o valor efetivo igual a 17,675, o valor de pico seré Tensao Eficaz (RMS) 0,707 Tens&o Maxima = 17,675 0,707 Tens&o Maxima = = 25 volts 1. Medig&o de tensao alternada Para efetuar a medida de uma tensdo alternada, ou seja, medir a sua amplitude, vocé deve proceder da seguinte maneira: 1. Aplique a tensdo a entrada vertical do osciloscépio. 2. Coloque o seletor de varredura na freqiiéncia igual ou submultipla da tensao a se medir. Se a freqdiéncia de varredura é varias vezes inferior, temos, na tela, tantos ciclos quantas vezes seja superior a freqiiéncia do sinal em relacdo a de varredura. 32 IPR 3. Estabilize a imagem através do sincronismo. 4, Faca 0s ajustes basicos do traco (brilho, foco, etc.). Voltagem eficaz Tenha em mente que, ao medir tensdes alternadas num osci- loscépio, na tela do osciloscopio aparecer&o valores m&ximos ou de pico. Suponha que 0 objetivo seja a leitura da tens&o de saida de um equi- pamento que possibilita a variacdo da tensdo do sinal de entrada. Consi- derando que a tensdo de safda do circuito esteja ajustada para um certo valor de tensdo eficaz, e que a figura apresentada na tela do osciloscépio, é representada conforme o desenho, a seguir, qual é 0 valor maximo posi- tivo, maximo negativo e o valor de pico a pico. Primeiramente, deve ser feito 0 ajuste basico do trago e brilho, foco. £m seguida, posicionar a chave seletora de base de tempo em 5ms/div. A ponta de prova, do canal selecionado, deve ser conectada ao cir- cuito. A chave seletora de modo de entrada do osciloscépio deve ser coloca- da para a posigdéo AC ea chave de sincronismo, REDE. A chave seletora de ganho vertical deve ser ajustada para uma posi- do que se possa realizar a leitura com preciséo. Digamos que vocé tenha posicionado a chave seletora de ganho vertical para 5mV/div. Solugdo Estando a chave seletora de ganho vertical para a posigao de SmV por divis&o, cada diviséo (quadrinho) corresponderé a cinco milivolts (SmV) e, portanto, cada uma das subdivisdes (tracinhos) sobre o eixo vertical cor- responde a imV. Nesse exemplo, o ntimero de subdivisdes entre a linha de referéncia (eixo X) e 0 ponto maximo da tens&o é 7 e % subdivisées, correspondendo a um total de 3 divises verticais. Assim, teremos: TPR 33 Tenséo de pico positive (ou valor ma- ximo positivo) Tensdo de pico = 5mV + -- 2,5mV Tens&o de pico = 7,5mV Tenséo de pico negativo (ou valor ma- ximo negativo) Tensao de pico = (-5mV) + (- 2,5mV) Tensdo de pico = -7,5mV ogame Valor da tensao de pico a pico Conforme vimos anteriormente, tens&o de pico a pico é a variacdo entre o valor maximo positivo e o valor maximo negativo. Na figura ante- rior, podemos observar que, entre os dois pontos de maximos, houve uma variaco total de trés divisdes. Considerando que o valor de cada diviséo é 5mV, e que entre os dois pontos de maximo temos um total de 3 divisées, a tens&o de pico a pico sera: Tensao de pico a pico Tensao de pico a pico 3 divisées x 5mV/div i5mVAC Matematicamente, essa medig&o pode ser comprovada da seguinte maneira: Tensao de pico a pico = (Vmax. Positivo) — (Vmax. Negativo) Tensao de pico a pico = (+7,5mV) - (- 7,5mV) Tensao de pico a pico = +7,5mV + 7,5mV Tensio de pico a pico = 15mVAC ece-GhenceI DESENVOLVA O SEU CONHECIMENTO Nao esqueca que, quando mede tensdes alternadas com um osciloscépio, vocé deve ter em mente que, na tela, normalmente, aparecem valores maximos, ou de pico. 34 IPR Vejamos como isso fica na pratica e, para isso, ser preciso que vocé resolva os préximos exercicios. Exercicio 1 Observe a figura abaixo e respondas as questées: poy a) Qual a posic&io da cha- ve seletora de ganho vertical? b) Quanto vale cada sub- divisao vertical? c) Quantas divisées ver- ticais tm em um ciclo com- pleto? ’ : d) Qual o valor de pico do sinal apresentado na tela? e) Qual o valor de pico-a- pico desse sinal? \E E HHH 1 HHH +o ©: 58-6 ae | Exercicio 2 Supondo que a posic&o da chave seletora de ganho vertical esteja para 2V e, que durante a medicdo se obtenha essa mesma apresentacao na tela do oscilos- cépio, responda as questées: a) Quanto corresponderé cada subdivisao vertical? b) Qual o valor de pico do sinal que seré apresentado na tela? c) Qual o total de semiciclos completos que aparecem na tela do os- ciloscépio? Medida do Angulo de fase Algumas vezes torna-se necessdrio verificar a relagdo de fase entre duas tenses AC ou entre uma tensdo e uma corrente AC. Essa medicao pode ser feita através de um osciloscépio duplo trago, pois para observar simultaneamente a relacdo de fase entre duas tensdes, sdo necessarias a apresentaco de duas sendides na tela. 1. Medida do Angulo de fase sobre uma carga resistiva Numa carga resistiva, a medida de fase entre duas tensdes ou entre uma tensdo e uma corren- te pode ser realizada diretamente sobre a carga, desde que ambas as freqiiéncias (f) sejam iguais, ou seja, devem possuir o mesmo comprimento de onda (4). Esse procedimento no é possivel entre freqiiéncias diferentes, porque o angulo de fase esta em constante modificagao. IPR es A figura, representa a defasa- gem entre os sinais Si e S2, que é Nn de 90°, Embora as amplitudes dos sinais sejam diferentes da freqiién- am a cia, eles possuem o mesmo compri- ft — mento de onda e, portanto, a mesma ||| freqiiéncia. | ‘=90">, ‘290-2 AN | pai | 1 t i ai A ose St 82 Nf Na figura, a freqiléncia entre os si- nais Si e S2 é diferente, pois $2 tem o comprimento de onda menor. Nesse caso, T 0 Angulo de fase esta em constante modi- t 1 lest i ficagSo. ‘208 1 oF 1 82 st 82 Para que vocé possa observer as variages de fase entre uma tenséo e uma corrente, é preciso que as variagdes de corrente sejam transforma- das em variagdes de tensdo e, para essa conversao, pode ser utilizado um resistor. Por isso, ao verificar a forma de onda de uma corrente em um circui- to, coloque um resistor em série com esse circuito. A ponteira do oscilos- cépio deve ser colocada sobre o resistor, pois a forma de onda apresentada na tela, representaré a da corrente. Lembre-se de que a queda de tensdo entre os terminais de um resis- tor é proporcional ao fluxo de corrente, que passa através do resistor, que a corrente est em fase com a tensdo. Para evitar que o resistor interfira no resulted resistor empregado deve ser pequeno, aproximacame™ Zo, o valor do com rela- 36 IPR Ao 4 resisténcia da carga do circuito onde ele sera inserido. Supondo uma carga de 1.500 Ohms, 0 valor do resisto devera ser de + 150 Ohms. 2. Medida do Angulo de fase sobre uma carga indutiva Podemos definir INDUTANCIA como a propriedade fisica de o con- dutor procurar se opor & variacao do fluxo de corrente que por ele passa. Assim, num circuito de corrente alternada, essa propriedade estara sem- pre presente, tendo em vista que a corrente muda, constantemente, de amplitude e, periodicamente, de diregdo. Quando a corrente de um circuito é aumentada ou diminuida, a indutancia tende a se opor a essas va- riagdes do fluxo. Quanto maior é 0 valor da indutancia, tanto maior sera a oposicgaéo a essas mudancas. Para uma comparacéo de fase entre tens&o e corrente de um indutor, 0 procedimento ¢ o mesmo, sendo que 0 valor do resistor, que devera ser colocado em série com a car- ga indutiva, deverd ter 10% do valor da reatancia indutiva do indutor. X = (360°x 1): 10 X = 36° A diferenca entre os pontos de maxima negativa dos dois ciclos é de duas divisées e meia. Portanto, a defasagem entre as sendi- des sera de: Sendo Portanto 2 e V2 div = 36° + 36° + 18° 2e % div = 90° Observe, na figura, que a corrente (I) esta atrasada em relac&o a tens&o (V). Para efetuar a leitura da diferenca de fase entre as duas sendides, vocé deve pro- ceder da seguinte maneira: Observe, na figura, que um ciclo da se- néide de tens&o ocupa 10 divisées horizon- tais da tela. Como um ciclo completo de CA corresponde a 360°, pode-se elaborar a se- guinte regra de trés: a IPR 37 3. Medida do Angulo de fase sobre uma carga capacitiva A capacitancia possui um efeito oposto ao da in- dut&ncia. Quando aplicamos uma tenséo em um cir- cuito, contendo capacitancia, a corrente alcanga um valor maximo quase que instantaneamente, decres- cendo em seguida, gradativamente, na proporcéo em que a oposic&o aumenta, até anular-se. Podemos considerar que 0 capacitor sempre ofe- rece uma oposic&o retardada para a tensdo, isto é, acumula a energia elétrica quando a tensdo é removida. Assim, num circuito contendo capacitancia, quando a tensdo do ca- pacitor é NULA, a corrente é MAXIMA e, quando a tensdo do capacitor é MAXIMA, a corrente sera NULA. Para uma comparacao de fase entre tens&o e corrente de um capa- citor, o procedimento é 0 mesmo. O valor do resistor devera ser 10% do valor da reatncia capacitiva do capacitor. Observe, na figura, que, nesse caso, a corrente (I) aparece avancada em rela- so a tensZo (V). Medida da freqiténcia e do periodo A freqiiéncia e o periodo de um fe- némeno est&o intimamente relacionados. Com 0 osciloscépio, é possivel determinar a freqiiéncia de um sinal. A realizagao de tal medida é possivel porque esse instru- mento é capaz de determinar o perfodo de uma CA. Freqiiéncia (f): para uma corrente ou tens&o alternada, a freqtién- cia é definida como o numero de vezes em que ocorre a inversdo do seu sentido de circulacSio, ou seja, é 0 ntimero de ciclos completos que ocorre em cada segundo. Periodo (T): um ciclo de qualquer sendide representa uma quantida- de definida do tempo. Por exempio, em dois ciclos de uma onda senoidal que tem a freqiiéncia de 2 hertz os dois ciclos ocorrem em cada segundo. Assim, 1 ciclo deve requerer a metade de 1 segundo, e 0 outro ciclo, a outra metade. O tempo necessdrio para completar 1 ciclo da forma de onda é de- nominado PERIODO da onda, que, nesse exemplo, é de meio segundo. 1. Relagdo entre freqiiéncia e periode A relac&o entre essas duas grandezas é expressa pela equacdo = 1/T Pela equac&o, uma vez conhecida uma dessas grandezas, é possivel que se determine a outra. Vocé pode observar que, sendo o valor da freqiiéncia o inverso do perfodo, quando a freqiiéncia aumenta, 0 periodo diminui e vice-versa. 38 TPR 2. Determinacao do periodo de um sinal 0 eixo horizontal da tela do osciloscépio é denominado “eixo dos tem- po” porque, através das suas divisdes, pode-se determinar o periodo de for- mas de onda alternada. Para que o perfodo seja determinado com preciso, 0 controle de ajuste fino da base de tempo deve estar na posi¢&o “calibrado”. Outro detalhe importante é que quanto menor o numero de ciclos que aparece na tela, maior é a preciso da leitura do periodo. Isso pode ser conseguido no ajuste da base de tempo, através da chave seletora, qual Possibilita a expans&o ou compressdo da forma de onda apresentada na tela do osciloscépio. Para a leitura de periodo de uma forma de onda, o ideal é que seja projetado, na tela, apenas um ciclo, utili- zando apenas o controle de base de tempo. Com 0 sinal projetado na tela, deve-se estabelecer um Ponto inicial na figura, que sera considerado 0 inicio do ciclo. Utilizando o controle ajuste de posi¢ao horizontal e vertical, coloque um ponto escolhido como inicio da figura, exatamente sobre uma das divisdes do eixo horizontal. A partir dai, conte o ntimero de divisées ocupadas Paes T 7 pelo ciclo completo. E Para obter 0 periodo de um ciclo | i completo, multiplique o valor do tem- | po de cada divisdo horizontal, fornecido | 77} pela posic&o da chave seletora da base —/+#),4#4++ de tempo, pelo numero de divisdes ho- rizontais, lido na tela do osciloscépio ocupada pelo ciclo completo. T = BASE DE TEMPO XN.° DE DIVISCES, Considerando que a chave seletora da base de tempo esteja posiciona- da sobre 1mS (um milisegundo), e que um ciclo completo da figura contém cito divisées, o valor do periodo serd igual ao valor da chave seletora da base de tempo, multiplicado pela quantidade de divis6es de um ciclo. T= 1mS x8 div T=8ms Tendo 0 perfodo, pode-se calcular a freqiiéncia através da férmula (f=1/T). Como a freqiiéncia é dada em ciclos por segundo, ent&o, podemos con- verter 0 periodo para segundo. Nesse caso, para um periodo de T = 8mS, e sendo 1mS igual a 1/1.000 do segundo, teremos 8mS = 8 x 1/1.000 Seg. que é igual a 8/1.000 Seg ou 0,008 Seg. Como a freqliéncia é o inverso do periodo de uma onda alternada, teremos IPR 39 / T (1 dividido pelo perfode) / 0,008 Seg. 25 Hz mn mh ‘acil, nao é mesmo!? essey-eherce DESENVOLVA O SEU CONHECIMENTO Vimos até aqui como determinar um ciclo completo na tela do osciloscépio, identificar 0 valor indicado pela chave seletora da base de tempo e contar o nume- ro de divisdes que constitui esse ciclo. Agora, vocé é capaz de encontrar valores de periodo e freqliéncia, apresen- tados na tela de um osciloscdpio, em outros exercicios. Utilizando as seguintes consideragées: (T = Base de tempo X n.° de Divisdes) e (F = 1/T), responda as perguntas referentes as duas figuras seguintes: Exercicio 1 a) Quantos ciclos completos aparecem na tela do osciloseépio? b) Quantas divisées horizontais existem em um ciclo completo? c) Qual o valor da base de tempo? d) Qual o valor do periodo (T) do sinal? e) Qual o valor da freqiiéncia (f) do sinal? Exercicio 2 a) Quantos ciclos completos aparecem na tela do osciloscépio? b) Quantas divisdes horizontais existem em um ciclo completo? ¢) Qual o valor da base de tempo? ) Qual 0 valor do periodo (T) do sinal? e) Qual o valor da freqiiéncia (f) do si- nal? Dicas de manutencéo Na manuteng3o de um televisor, o aterramento do osciloscépio (preso ao mesmo cabo da ponta de prova) é fixado em alguma conexéo elétrica firme do chassi, enquanto a ponta de prova é manejada a pro- 40 IPR cura dos pontos de teste do circuito. Terra quente: também é conhecido como terra vivo do aparelho, pois no se encontra isolado da rede elétrica, a qual alimenta o primério da fonte de alimentacdo. Ent&o, ao fazer leitura de tens&o na fonte, utilize somente o terra quente. . Terra frio: também é chamado “terra isolado”. E considerado ponto de referéncia para a leitura da maioria das tensdes realizadas na parte que envolve o secundario da fonte de alimentagdo. Geralmente, 0 ponto mais facil para pér a ponteira do instrumento para a realizaco das medig6es é a blindagem do seletor de cana TUNER. Se os controles do osciloscépio ndo estiverem nas posi das, devem ser ajustados até a posig3o equivalente na escala Tanto na verificagéo da forma de onda, quanto na deter! freqiiéncia, o macete técnico esta na escolha adequada da base de tempo (Tempo/Div). Em caso de dtivida, selecione a menor fregiiéncia de de- flex&o horizontal, que corresponde a maior escala de Tempo/Div, e, aos poucos, va para uma selecdo de uma escala menor até que sé identifique, na tela, o sinal desejado. O televisor deve permanecer ligado durante todo o teste. A melhor técnica é escolher a programagao (do gerador de barras ou microcomputa- dor) que ressalte caracteristicas do sinal a ser analisado, pois o sina! sinto- nizado de uma estac&o de TV, percorrendo os circuitos da TV, seré varidvel como a imagem e o som transmitidos. Para medicdo de voltagens com 0 osciloscépio em televisSo € preciso, antes de tudo, que o sinal tenha um traco estavel na tela. Isso se conse- gue, escolhendo uma escala do ajuste da base de tempo (Tempo/Div) em que o periodo de deflexao horizontal (ntimero de divisdes x tempo de cada divisd0) seja multiplo inteiro do perfodo do sinal. Isso significa dizer que a freqiiéncia de deflexao horizontal deve ser submitltipla da freqtiéncia do sinal testado. A fim de melhor estabilizar o sinal, os controles de centralizacdo (POS Ve POS H) e a escala vertical (Volts/Div) sdo ajustados para uma melhor visualizacgaéo do traco (ou parte dele que interesse). Com sinais aperiddi- cos, nao é possivel estabilizar o sinal, ea leitura é realizada enquanto o trago se move na tela do osciloscopio. Em muitos casos, é suficiente, para o teste, a simples confirmac3o da existéncia do sinal, embora suas caracteristicas (tensdo e freqiiéncia) sejam imprecisas. “Nao existem pequenos objetivos, tudo o que ten- tamos realizar é tao grandioso que deve nos encher de alegria e satisfagao”. (H. Schindler) Boa sorte! | Fale coma rotessora | Regina pet teefne: Rua Ernesto Alves, 1087 - Caixa Postal 96 CET eR aOR etd

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