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Curso de RADIOTECNICO E au Te) Cary OSCILADORES .... O que sao osciladores? ..... MULTIVIBRADORES ... Multivibrador astavel . Multivibrador monoestével .... Multivibrador biestavel ... Diferengas entre os tipos de multivibrador ..... CIRCUITO FLIP-FLOP OU FF we 21 Amplificadores operacionais Circuito integrado oscilador 555 C.I. 555 em sua func&o como multi C.I. 555 em sua func&o como multivibrador monoestavel FUNDAMENTOS DOS AMPLIFICADORES OPERACIONAIS .. Operacées basicas do amplificador operacional ..... Conexéo do amplificador operacional .... Circuitos fundamentais dos amplificadores operacionais .... 37 Realimentacéo negativa ... Circuito amplificador inversor .... Circuito amplificador nao-inversor ... Seguidor de tens&o .... As simbologias basicas dos diversos circuitos obtidos com o OP-AMP (em resumo) ... OSCILADORES © QUE SAO OSCILADORES? Sons s&o produzidos quando uma corrente elétrica, que muda cons- mente de sentido ou, ainda, sofre variacdes periddicas de intensidade, 2 através de um transdutor apropriado, como, por exemplo, a capsula um fone de ouvido ou um alto-falante. Para que tenhamos sons audiveis, Uéncia dessa corrente deve estar, aproximadamente, entre 15 hertz ¢ 25.000 hertz. Mas, como existe animais que podem perceber freqiiéncias s, 0 espectro de dudio ndo é limitado somente por esses valores. Em nica, a frequéncia de Audio, isto é, a freqiiéncia da faixa de audio, vai oximadamente, 100.000 hertz, conforme mostra a figura 4.1. Espectro das audiofreqiiéncias. INFRA- som som AUDIVEL UETRA;SONS i5 15.000 100.0007 7 Hz Figura 4.2 ifra-som & um som muito grave, tSo grave que nds, os humanos, nseguimos ouvir; somente alguns animais conseguem ouvi-lo. Som audivel é o que nés, humanos, conseguimos ouvir, desde o mais (grave), até o mais alto (agudo). A maioria dos animais também ue ouvi-lo. ra-som é um som de freqiiéncia muito alta, e que nés, humanos, nseguimos ouvir; porém existem animais cujo sistema auditivo per- ouvir sons de freqiiéncia altissima, como, Por exemplo, cachorro, mosquito, morcego, etc. outro lado, para que tenhamos ondas de rédio ou ondas eletro- cas, é preciso que correntes, também variaveis, de alta frequién- té bilhdes de hertz, sejam aplicadas a uma antena. As freqtiéncias xa formam o espectro das radiofreqiiéncias, ou RF, conforme mos- Espectro das radiofreqiiéncias MF(OM) HF10Q VHF UHF SHF | 100k 1M 10M 100M 1G 10G Figura 4.2 4 IPR Para produzir correntes elétricas com freqiéncia que compreenda tanto a faixa das audiofreqiiéncias (AF) como das radiofrequéncias (RF), s&o usados circuitos denominados osciladores. Basicamente, um oscilador é um amplificador que é ligado de tal ma- neira que, em sua saida, temos um sinal com freqiiéncia e amplitude de- finidas. As propriedades elétricas dos transistores permitem que esses com- ponentes sejam usados em osciladores. O modo como cada tipo de osci- lador funciona caracteriza seu tipo, e existem muitos deles. Veremos os principais nesta lic&o. Para que um transistor oscile, a técnica usada é muito simples: to- mamos 0 sinal amplificado na saida de um transistor, usado como amplifi- cador, e o aplicamos de volta a sua entrada, ou seja, fazemos um circuito com realimentacio positiva. O sinal de saida volta para a entrada e é, novamente, amplificado, resultando em um novo sinal de saida, que volta entrada, num ciclo que dura indefinidamente (enquanto o circuito for alimentado), produzindo, assim, as oscilagdes, conforme sugere a figura 4.3. Estrutura de um oscilador AMPLIFICADOR AW 1 OSCILAGOES REALIMENTAGCAO |—1 Figura 4.3 A velocidade com que o sinal é aplicado a entrada determina o te de percurso do sinal num ciclo completo e, portanto, @ freqiiéncia de ope- ragao do oscilador. Veja que é de fundamental importancia que 0 “ganho” do amplificador seja maior que 1, ou seja, 0 sinal de saida deve ser mais forte que 0 de entrada. Dizemos que um amplificador tem “ganho 1” quando o si inal pre: em sua saida tiver 2 mesma amplitude e a mesma poténcia qu presente em sua entrada. Dizemos que um amplificador tem “ganho 2” quan: sinal presente em sua saida for o dobro da amplitude do s! sua entrada, Dizemos que um amplificador sinal presente em sua safda fo! do sinal presente em sua entrada. m “ganho 5 ) vezes mai IPR 5 E, assim por diante, para os amplificadores de ganho 8, 10, 15, 100, etc. Se tivermos um circuito com ganho menor que 1, o sinal de saida sera mais fraco que o de entrada e ndo mais conseguira excitar o circuito com a mesma intensidade no ciclo seguinte, que se enfraquece um pouco mais. O novo ciclo, ainda mais fraco, s6 dara origem a uma saida ainda menor. O sinal gerado vai, entéo, reduzindo de intensidade, dando origem ao que chamamos “oscilagdo amortecida”, conforme mostra a figura 4.4. Aqui termina a oscilacao. AMPLIFICADOR a NH i i COM GANHO < osciAcks AMORTECIDA < © ganho insuficiente impede a continuidade das oscilagées. Figura 4.4 E evidente que um circuito com ganho exatamente de uma vez n&o serve para uma aplicacao pratica, pois ndo podemos “tirar” qualquer par- cela desse sinal para uso externo. Se fizermos isso, jé teremos um sinal mais fraco na entrada, e as oscilagdes amortecem. Para que possamos usar 0 sinal gerado, é preciso que 0 ganho seja bem maior que “1”, para “sobrar” uma boa parte desse sinal para uso externo. Uma outra condicdo importante para se projetar um oscilador é que 0 sinal reaplicado na entrada tenha fase apropriada, isto é, que a fase desse sinal seja da mesma polaridade da fase da entrada. Nao basta ligar, simplesmente, a saida (coletor) de um transistor (na configuracao de emissor comum) na sua entrada (base) para que o circuito entre em oscilagao (figura 4.5). COLETOR ie Ngo hd oscilacéo. Condicao insuficiente ara haver oscilagéo. BASE e ee Figura 4.5 6 IPR Conforme estudamos em licGes anteriores (no curso de eletrénica ba- sica analdgica), nessa configurac&o, o transistor inverte a fase do sinal, 0 que significa que, para 0 circuito, o sinal reaplicado a entrada nao provoca reforco, mas o cancelamento do sinal original, j4 que sabemos muito bem que um sinal negativo, confrontado a um sinal positivo, anula este. Em um caso desses, nao ha oscilagao. Num circuito como este, para haver oscilacgao ao reaplicar o sinal & entrada, é preciso intercalar um sistema qualquer que inverta a fase do sinal, conforme mostra a figura 4.6. oscilacaio nu inversor ™L defase | Condigao necessai para haver oscilacao. fase invertida Figura 4.6 Os diversos tipos de oscilador vao se diferenciar segundo a forma como o sinal é retirado da saida e reaplicado & entrada e como ocorrem as inver- ses de fase quando necessarias. Todos os osciladores tém suas limitaces, 0 que os torna aplicaveis em determinadas faixas de freqiiéncia e circuito. MULTIVIBRADORES MULTIVIBRADOR ASTAVEL Em seus estudos de eletrénica basica analégica, vocé aprendeu como sdo feitos e como funcionam todos os tipos de circuito oscilador utilizados na eletrénica analdgica. Como, agora, estamos estudando a eletrénica digital basica, vamos relembrar 0 funcionamento basico dos circuitos osciladores analégicos e vamos estudar, mais detalhadamente, os circuitos osciladores encontrados com encapsulamento na forma de CIs (Circuitos Integrados) e usados em circuitos da eletrénica digital. Analisemos, agora, uma configuracdo que produz sinais de maneira muito especial, pois, além de os sinais terem uma forma de onda retangu- lar, sdo usados dois transistores. Na figura 4.7, temos a configuracao basica de um multivibrador asté- vel com dois transistores NPN. MULTIVIBRADOR ASTAVEL COM TRANSISTORES NPN Figura 4.7 Os dois transistores sao ligados de tal forma que, a cada instante, quando um esté no corte, o outro estara, obrigatoriamente, saturado, ou seja, apenas um dos transistores pode conduzir. No multivibrador astavel, conforme o nome sugere, a condugdo dos transistores néo é uma situac&o estavel, de modo que cada transistor sé pode ficar por tempo limitado nessa condic&o. Isso faz com que os dois transistores do circuito fiquem, constantemente, trocando de estado, pas- sando do corte para a saturacdo e vice-versa, numa velocidade que de- pende dos componentes usados. Na figura 4.8, temos uma idéia do efeito produzido pelo multivibrador astavel. Q2 QL (corte) (corte) a oes a a2 (saturado) (saturado) | Quando um transistor conduz (saturado), 0 outro, obrigatoriamente, estard desligado (no corte). Figura 4.8 8 TPR Tomando, como base, 0 circuito da figura 4.7, vejamos como ele fun- ciona. Ao estabelecermos a alimentac&o, os dois transistores séo polariza- dos de modo a irem a saturagao pelos seus resistores de base. No entanto, devido a diferencas de caracteristica dos componentes do circuito, um de- les conduz mais que 0 outro e logo satura. Com isso, 0 outro transistor é impedido de conduzir e permanece no corte. Supondo que, no inicio, Q1 va a saturacSo e, portanto, Q2 volte para o corte, com Q1 saturado (conduzindo), em seu coletor, havera o potencial GROUND, 0 voit. Com isso, 0 capacitor C2, tendo um de seus terminais ligado ao negativo, 0 volt, e 0 outro ligado ao potencial positivo, que pas- sa pelo resistor RB2, comega a se carregar até o instante em que alcanca uma tensdo suficiente para polarizar Q2, no sentido de fazé-lo conduzir. Veja bem que, no mesmo tempo em que C2 estava se carregando, C1 estava se descarregando através da junc&o Base/Emissor de Q1, quando, entdo, Q2 passa a conduzir o circuito comuta, e Q1, cujo capacitor C1 esta descarregado, passa ao corte. Nesse momento, é C1, com um de seus terminais ligado ao GROUND por Q1, que comeca a se carregar, através de RB1, até que 0 transistor Q1 seja levado @ conducéo. O circuito ficaré trocando de estado por tempo indeterminado (en- quanto houver alimentacao), numa velocidade que vai depender dos valo- res dos capacitores e dos resistores utilizados no circuito, Como a comutaco dos transistores ocorre de forma muito répida, o sinal produzido tem a forma de uma onda retangular. Veja que podemos retirar o sinal do circuito, tanto do coletor de Q1 como do coletor de Q2. No entanto esses sinais estaréo com niveis Idgicos diferentes. Assim, no instante em que a tensao, no coletor de Q1, estiver préxima do positivo da alimentacdo (corte, ndo conduzindo), ou seja, quando tivermos um nivel alto (nivel Idgico “1), no coletor de Q2, que estara em zero volt (satura- Gao, conduzindo), teremos um nivel baixo, nivel ldgico “0”. Dizemos que as saidas séo complementares e as representamos por Q (indicando a saida principal) e P (coloca-se uma barra sobre 0 Q para indicar a situagdo complementar (saida complementar), ou, como também se diz, situag&o inversa (ou contréria). A expressdo “P” tem como prontin- cia “Que Barra”. Se os capacitores e os resistores usados forem iguais, 0 tempo de condugao e corte de cada transistor sera 0 mesmo, e teremos, entao, um sinal “quadrado”, ou seja, com tempo de niveis alto e baixo iguais, confor- me mostra a figura 4.9. IPR 9 __ transistor no corte transistor ~ saturado «-- _ transistor no corte tame transistor ~ saturado Figura 4.9 No entanto podemos usar componentes com valores diferentes nos ramos do circuito, 0 que nos leva a tempos diferentes de conduc&o para os transistores. Assim, em lugar de um “ciclo ativo”, ou seja, tempo em que o nivel baixo e o nivel alto sfo 50% cada um, poderemos ter outras propor- Ses, conforme sugere a figura 4.10. DIFERENTES CICLOS ATIVOS OBTIDOS COM UM MULTIVIBRADOR ASTAVEL 50% py ciclo ativo 50% ciclo ativo 30% ciclo ativo 70% Figura 4.10 10 IPR A freqiiéncia de um multivibrador astavel sera tanto maior quanto menores forem os valores dos capacitores usados. Na pratica, com tran- sistores comuns, 0 limite superior para a freqiiéncia de operacdo desse circuito esta em torno de 5 MHz. Na figura 4.11, temos uma versdo de multivibrador astavel com tran- sistores PNP, observando-se que se invertem apenas os sentidos de circu- lado da corrente. Os multivibradores astaveis sféo muito usados em circuitos ldgicos que, conforme ja explicamos, admitem sinais de apenas dois nfveis de ten- so. Eles funcionam como cadenciadores clocks, que, em inglés, significa reldgios, isso porque esse trem de pulso determina 0 ritmo ou a velocidade de operac&o de um circuito. Lembramos que cadenciador é sinénimo de marcador de tempo, de ritmo, de cadéncia. Sao usados, na eletrénica digi- tal, para fornecer um trem de pulsos de onda quadrada de um determinado valor de frequéncia (velocidade) e sido chamados, simplesmente, clock. MULTIVIBRADOR ASTAVEL COM TRANSISTORES PNP = Figura 4.11 Na figura 4.12, temos 0 desenho de um clock ou trem de pulsos. nivel 1 nivel 1 nivel 1 nivel 0 nivel 0 nivel 0 | nivel 0 Figura 4.12 1 ciclo IPR 1 Como se vé na figura 4.12, um clock, ou trem de pulsos, é um sinal obtido por um determinado circuito oscilador que nos fornece, repetitiva- mente, em sua saida, um sinal cujo nivel de tensdo é, inicialmente, de 0 volt, durante um certo tempo. A seguir, e repentinamente, o nivel de ten- so passa a ser de +Vcc (tens&o do circuito), também durante um certo tempo. Volta, entao, ao nivel 0 volt e, a seguir, para um nivel de +Vcc igual ao anterior. Novamente, retorna a um nivel 0 volt e, mais uma vez, +Vcc , assim, sucessivamente: nivel baixo “0”, nivel alto “1”, nivel “0”, nivel "1", ndefinidamente. Assim como no caso da corrente alternada, quando um ciclo comple- to era composto de um semiciclo negativo e de um semiciclo positivo, um clo completo de um clock ou trem de pulsos digital é formado de seus dois niveis representativos, um nivel baixo mais um nivel alto, um nivel “0” mais um nivel “1”. Na figura 4.13 podemos comparar a forma de um ciclo de corrente alternada, (figura 4.13a) com a forma de um ciclo de um trem de pulsos digital ou clock (figura 4.13b). 1 ciclo ativo de corrente AC i Iciclo digital =; 1 ciclo de clock Figura 4.130, Figura 4.138 Sabemos que 0 valor nominal de uma freqiiéncia de sinal analdgico é 2 velor representativo da quantidade de ciclos completos (dois semiciclos, =m negativo e um positivo, para cada ciclo), realizados em um periodo de =mpo de um segundo (1s). A corrente elétrica, no Brasil, € de 60 hertz rque acontecem 60 ciclos alternados, completos, a cada segundo. A fre- cia do oscilador do circuito horizontal de um televisor em cores é de 734 hertz (quinze mil setecentos e trinta e quatro ciclos) de pulso de dente de serra” a cada segundo. Do mesmo jeito, um clock digital, ou trem de pulsos de onda quadrada, € dito de 60 Hz quando fornecer ses- ciclos completos (dois niveis, um nivel “0” e um nivel “1”) no periodo empo de um segundo. E dito clock de 100 Mhz quando fornecer cem 100.000.000) de ciclos completos a cada segundo. gura 4.14 temos a demonstrac&o grafica de um clock de 20Hz IPR CLOCK DE 20 HERTZ 6 17 18 19 20 ttn 10 41 12 13 14 15 1 ra : a 20 ciclos < vy 1 segundo Figura 4.14 Até agora, falamos de trens de pulsos de onda quadrada, cujos niveis apresentavam tempo de duracdo igual: “2” e °0". Mas nem sempre os dois niveis, “1” e “0”, tem a mesma duracao, pois, as vezes, 0 tempo de duraco do nivel “0” é bem maior que o tempo de duracao do nivel “1”. E, também, as vezes, 0 tempo de duracdo do nivel “1” é bem maior que o tempo de durac&o do nivel “0”. Na figura 4.15, mostramos exemplos desses trés tipos de clock. torre pg omP2 7 tomo Po 50m. iad Sey irae rt clock de niveis Nivel > t 4 4. e 0 de igual tempo de duraco NIVEL O > 7 : clock cujo NIVEL 1 > nivel item duragao menor que 0 nivel 0 NivELO > asain geen bape > ft i; if +7 clock cujo eae nivel 0 tem duragdo menor NIVEL 0 > que o nivel 1 Figura 4.15 IPR 13 MULTIVIBRADOR MONOESTAVEL Como sabemos um multivibrador monoestavel é um circuito que tem dois estados, um estado estavel e um estado instavel, isto é, ligada a ali- mentagdo 0 circuito iré para o estado estdvel ai permanecendo até que uma ac&o externa, o leve para outra situacao na qual permaneceré por um tempo definido. Apdés o término desse tempo o circuito voltara sozinho para o estado estavel. 0 circuito pode ser colocado no estado instavel através de um sinal de entrada. O tempo que o circuito pode ficar no estado instavel normal- mente é controlado pela carga ou descarga de um capacitor através de um resistor, A figura a seguir apresenta um circuito tipico do multivibrador mo- noestavel alimentado apenas por uma fonte de alimentacdo Vcc (existem monoestaveis com fontes simétricas): — + ot Vee Alimentagao Ret Rb2 Re2 s SAIDA L Ce F*_pulso de di te L lisparo Observe que este circuito possui apenas um elo de realimentacao, puramente resistivo, entre o coletor de T2 e a base de T1. O outro elo de realimentacao ocorre através de um capacitor. Em geral nao é possivel garantir 0 estado inicial do multivibrador mo- noestavel a partir da alimentac&o, por isso, para uma analise do seu fun- cionamento, sera tomada como ponto de partida a condicao estavel, cuja condic&o, tera os transistores “T2” saturado e “T1” cortado. Neste caso, 0 disparo é responsavel pela passagem do monoestavel para o estado semi- estavel. Acorrente de base necessaria para a saturacdo de T2 (1B2) é fornecida 14 IPR através de Rb2. A tensdo Vbe de T1 (0,6 V) é muito pequena para provocar a conduc&o na juncao base-emissor de T1, 0 que garante que Ti permane- ca cortado. Este estado é estavel e permanecera inalterado enquanto nao houver um disparo. Alguns chamam este estado de ESTADO DE REPOUSO. Admitindo-se a tensdo de alimentacao (Vcc) seja de +10 volts e que a corrente de emissor do transistor saturado (T2) provoque uma queda de tensdo de 1,7V sobre Rb2, as tensdes do circuito em relacdo ao terra, na condicao estavel, seriam: ~ a tensdo no capacitor C1 é de 8,3V (10V — 1,7V = 8,3V). O lado A de C1 é 8,3V positivos em relacdo ao lado B. Para disparar o monoestavel temos: - um pulso positivo no emissor dos transistores; - um pulso negativo na base do transistor saturado. Assim, um pulso positivo nos emissores dos transistores, 0 qual pode ser obtido através de um circuito diferenciador de forma semelhante ao usado nos biestaveis, provoca um siibito aumento na tensdo do emissor fazendo com que a tensdo Vbe de T2 caia instantaneamente a zero. O transistor T2 passa instantaneamente da saturac&o para o corte, de forma que seu Vce aumenta rapidamente. A tensdo alta no coletor de T2 provoca uma corrente de base em Ti que satura (comportando-se como chave) € 0 circuito troca de estado. Como o pulso de disparo é de curta duracdo, o circuito tenderia a vol- ta imediatamente ao seu estado estavel, entretanto, 20 saturar o transis- tor T1 conecta o lado A do capacitor aos emissores, portanto, o lado B do capacitor fica aproximadamente 8,3V negativos em relac&o aos emissores dos transistores. Como 0 lado B do capacitor esta conectado a base de T2, a base de T2 fica negativa em relagao ao emissor. ‘A tensdo negativa na base mantém T2 ‘em corte mesmo apés 0 término do pulso de disparo. O circuito permanece no estado semi-estavel, também denominado ATIVADO. © tempo que o monoestdvel permanece ativado, depende do capaci- tor C1 e do resistor Rb2, porque assim que T1 satura, Cl comega a carre- gar positivamente através de RB2. A corrente de carga do capacitor Cl comeca a reduzir o potencial negativo do lado B desse capacitor € também da base de T2. Apés algum tempo, o potencial do lado B do capacitor chega a zero e comeca a tornar- se positivo novamente. Quando o lado B do capacitor atinge um potencial de 0,6 V aproximadamente, a base de T2 é aproximadamente 0,6 V positi- va em relac&o ao emissor, T2 comeca a conduzir novamente, cortando T1, © circuito volta instantaneamente ao estado estavel. O tempo de permanéncia ativado é independente da largura do pulso do disparo, dependendo apenas do tempo que Ci leva para carregar apés o disparo. Como o tempo de carga de C1 depende do seu valor e da resis- téncia que limita a carga, a equacdo que define o tempo no estado semi- estavel é expressa por: T = 0,69 x Rb2 x Cl IPR 15 Um circuito monoestdvel muito conhecido é um temporizador ou ti- mer muito utilizado em nosso dia-a-dia. MULTIVIBRADOR BIESTAVEL Um circuito biestavel, também conhecido por multivibradores biesta- veis ou flip-flop, abreviadamente FF, pode ser definido como um circuito que possui dois estados estaveis de funcionamento, passando de um pri- meiro estado ao segundo estado pela acdo de um estimulo propicio, perma- necendo indefinidamente neste segundo estado, mesmo apés a retirada de tal estimulo, até que seja forgado a retornar ao primeiro estado pela acao de outro estimulo, aplicado ou nao, no mesmo ponto do estimulo inicial. Dessa maneira, os estimulos e os estados estaveis traduzem-se em estados ldgicos que se apresentam nas entradas e saidas dos flip-flops e, como sa- bemos, a cada um desses estados costuma-se associar um valor algébrico, normalmente “0” e “1” - geralmente o estado “0” corresponde a auséncia de tens&o e 0 estado “1” 4 presenca de um valor bem definido de tens&o. Os multivibradores biestaveis (Flip-Flop - FF) podem ser constituidos por elementos eletrénicos, como o transistor. Neste caso, os dois transis- tores iguais operam em comutacao e sempre se encontram em estados opostos, de forma que, quando um conduz, o outro esta em corte (bloque- ado), e vice-versa. O esquema basico de um multivibrador biestavel é mostrado na figura a seguir. ° Ri R2 Q 6 R3 R4 Qi Q2 = Vejamos entao a analise do funcionamento do circuito quando se liga a fonte de alimentacdo VCC. Supomos que 0 transistor Q2 assuma o estado de conducao (satura- 16 IPR co) e Q1 o de corte (néo condugao). Ainda que dois transistores sejam iguais, é impossivel que suas caracteristicas sejam idénticas e, portanto, um deles sera mais rapido que o outro, justificando a nossa hipotese de Q2 estar conduzindo. O fato de Q2 conduzir, leva Q1 ao corte, isto porque a tens&o de coletor (saida Q) diminui em sentido de terra, anulando a po- larizacg3o de base do transistor Q1, com o qual este transistor ndo pode conduzir e, em conseqiiéncia, em seu coletor (saida Q) se apresenta a tens&o VCC volts da bateria, tensdo esta que é aplicada através de R4 a base de Q2 que mantém este Ultimo transistor na saturacdo (note a forte realimentac&o entre os transistores). Dessa forma, pode ser caracterizado 0 estado de repouso do nosso circuito biestavel. Saida “O”em nivel baixo, aproximadamente 0 volts (Q = L); Saida “1” em nivel alto, aproximadamente VCC volts (Q). Para alterar 0 estado de funcionamento dos transistores e fazer con- duzir Q1, é necessario aplicar um estimulo externo @ base desse transistor - esse estimulo nada mais é do que um pulso de amplitude positiva. —~ + Vee Volts Com esse estimulo, Q1 é levado a saturag&o e 0 potencial de seu co- letor tende para o potencial terra, retirando a polarizacao positiva da base de Q2 que passa, praticamente, ao estado de corte. Assim, Q2 cortado, a tensdo da saida Q é praticamente VCC volts que realimentara a base de Q1, fazendo-o conduzir ainda mais. E, menor se tornaré 0 potencial do seu coletor (saida Q), obrigando Q2 a conduzir ainda menos, elevando ainda mais o potencial do seu coletor (saida 0) saturando, ainda mais, o tran- sistor Q1. Apds uma série dessas interagdes progressivas que ocorrem em curtissimo tempo, temos as seguintes condigdes de saida: QeLlLe Q>H Essas condig6es caracterizam 0 estado de ativagdo ou ON do circui- to. Do mesmo modo constata-se que, apés 0 circuito ter atingido esse novo estado, o estimulo inicial de disparo nao é mais necessario, pois o circuito 0 auto-regenera. O biestavel permanecera indefinidamente neste Ultimo estado até o momento que um outro estimulo, também positivo, seja aplicado a base de Q2, fazendo-o conduzir, quando, entdo, o ciclo aci- ma se repetird de forma andloga a descrita. IPR 17 DIFERENCAS ENTRE OS TIPOS DE MULTIVIBRADOR Vamos explicar, detalhadamente, as diferencas entre os trés tipos de multivibrador: biestavel, monoestavel e astavel. 1) Multivibrador astavel: é aquele que muda, continuamente, de estado, apresentando, em sua saida “Q” (principal), alternadamente, nivel 1", nivel “0”, nivel “1”, nivel “0”, nivel “1”, nivel “0”... E, assim, sucessiva- mente (enquanto estiver energizado), até que um comando externo faga-o parar. Porém, assim que 0 comando externo é interrompido, o multi dor astavel reinicia seu “efeito gangorra”. Portanto, o multivibrador astavel é instavel em seus dois estados, nao se conserva em nenhum deles e alterna seus niveis de saida continuamente. O multivibrador astavel (nome dado a esse circuito na eletrénica ana- légica), quando empregado na eletrénica digital, é, comumente, chamado FLIP-FLOP. Na préxima ligéo, explicaremos melhor como polarizar um multivibra- dor, conforme a func&o desejada de seu funcionamento. 2) Multivibrador monoestavel: como o nome indica, é estavel em um sé (mono) de seus niveis de saida, e isso conforme a polarizacdo do circuito escolhido pelo projetista e de acordo com a necessidade e com a fungdo desejada. Em um tipo de polarizagao, 0 multivibrador monoestavel apresenta, digamos, um estado de nivel “1” em sua saida principal “Q” e assim perma- nece até que um comando externo, manual ou automatico, venha ordenar- Ihe a mudanga de estado. Sua saida “Q” passa, entao, a ter nivel “0”. Diferentemente do multivibrador biestavel, estudado anteriormente, © multivibrador monoestavel ndo permanece em nivel “0” e nao necessita de comando externo para retornar ao nivel “1”. Ele muda sozinho de es- tado, isto é, volta ao nivel “1” téo logo um capacitor, que existe em sua polarizagéo, complete sua carga e, com isso, acione, automaticamente, o multivibrador, fazendo-o mudar de estado automaticamente. O multivi- brador monoestavel conserva-se, ent&o, nesse nivel “1”, que era seu nivel inicial, e que chamamos “nivel de descanso”, até que receba um novo co- mando externo (manual ou vindo de outro circuito) que o faga mudar de estado e passar para o nivel “0”, onde permaneceré por curto tempo: o tempo da carga do capacitor mencionado. Em outra polarizacao, o multivibrador monoestavel apresenta estado estavel, com saida em nivel “0” (em vez de nivel “1”) e um estado instavel com a saida em estado “1” (em vez de “0”). Isso depende do tipo de pola- 18 IPR rizac&o escolhida pelo projetista do circuito e das necessidades da funcdo desejada. Portanto, o multivibrador monoestavel é estavel em apenas um de seus estades e instével no outro. 3) Multivibrador biestavel: como se pode perceber pelo nome, esse multivibrador é estével em seus dois niveis de sada (bi). Isto é, apos ser acionado, temos, por exemplo, na saida principal “Q”, um nivel Alto “1” que fica assim, nesse nivel “1”, até que, manual ou automaticamente, receba um comando externo ordenando-Ihe para mudar de estado. Nesse momento, ele muda de estado e passa, portanto, a ter nivel “0” em sua sa- ida principal e continua nesse nivel até que um outro comando, manual! ou automatico, venha ordenar-Ihe nova mudan¢a de estado, quando, entéo, O Multivibrador biest4vel, portanto, se conserva es- tavel até receber um comando externo, ordenando a mu- danga de estado. tar um capacitor e um indutor juntos. Sabernos que os capacitores armazenam energia na forma de um campo eletrostatico enquanto os indutores utilizam uma forma de campo magnético. Para um oscilador funcionar, a energia precisa pas- sar de uma forma de energia para outra. Assim, se carre- garmos 0 capacitor com uma bateria e inserirmos o indu- tor dentro do circuito, verificaremos ‘A) que o capacitor comecara a descarregar através do indutor, produzindo um campo magnético. B) que, quando 0 campo do indutor € nulo, 0 capacitor foi recarregado, mas com polaridade oposta. C) As duas alternativas esto corretas. J QUESTAO 1 Para fazer um simples oscilador, 6 preciso conec- AN ® IPR 19 Comentario O capacitor comeca a descarregar através do indutor, que produz um campo magnético. Assim que o capacitor se descarrega, o indutor tenta manter o fluxo de corrente no circuito, carregando a outra placa do capacitor. Quando 0 campo do indutor é nulo, o capacitor foi recarregado, mas com polaridade oposta. Sendo assim, ele se descarrega novamente através do indutor. A oscilacio continua até que o circuito fique sem energia devido resisténcia no fio. A alternativa correta é a letra A. QUESTAO 2 Um oscilador 6 um cir- cuito que produz uma forma de onda periédica, somen- te com uma tenséo de CC a alimentar o circuito. A re- alimentagao de um circuito oscilador é um processo que L=. Circuito de consiste em Realimentagao UW A) injetar parte da ten- so de entrada na saida para que 0 nivel de sinal fique cada vez mais alto. B) injetar, novamente, uma pequena porcdo do sinal de safda na sua entra- da, com a finalidade de regular o nivel do sinal de saida. C) bloquear a tensdo de saida toda vez que o nivel de entrada for alterado. lam plificadoy> Comentario © circuito de realimentac&o pode ser construido com componentes RC ou Lc. Para um bom funcionamento, o oscilador necessita de um Desvio de Fase de 360°. O amplificador fornece um Desvio de Fase de 180°, e cada circuito RC é desenhado para fornecer um Desvio de Fase de 60°. Desvio de Fase é a diferenca, em graus angulares, entre dois sinais com a mesma freqiiéncia. Observe, na figura, que a forma de onda 2 esta atrasada em relacdo & forma de onda 1 por um determinado tempo. Dividindo a diferenca des- se tempo pelo periodo da forma de onda T e multiplicando o resultado por 360°, podemos obter essa diferenca no tempo em graus angulares, que, no caso dessa figura, é de 60°. ‘A freqiiéncia de oscilaco deste oscilador ¢ calculada pela sequinte formu- la: Onde a resisténcia R = Ri = R2 = R3 ea Capaciténcia C = C1 = C2 = C3. A freqtiéncia é 0 inverso do Perfodo T:|T = ¢ 20 IPR } 7 Circuito de fee A alternativa correta é a letra B. QUESTAO 3 O multivibrador é um circuito ele- trénico que apresenta dois estados, ou modos de funcionamento. No modo mo- noestavel podem gerar temporizacdes de valor bem definido, com base num sinal de “disparo” externo (trigger). No modo astavel tem, também, dois estados, mas nenhum dos dois é estavel, comportan- do-se, portanto, como um oscilador. Analisando o circuito da figura, podemos afirmar que A) 0 tempo gasto em cada estado é controlado pela carga ou descarga de um capacitor através de um resistor. B) o transistor QL comeca a conduzir somente quando a tenséo sobre o capacitor C2 é maior do que zero volt. C) As duas alternativas estao corretas. Comentario No circuito oscilador astdvel da referida questo, para analisar o seu funcio- namento, consideremos, como ponto de partida (t = 0), 0 instante em que o tran- sistor Q1, estando cortado, passa a saturado, ocorrendo o oposto com o transistor Q2. 0 transistor Q1 comega a conduzir somente quando a tensao, no capacitor C2 (VC2), é maior que zero volt. Nesse instante, 0 capacitor C1 ja esta carregado. Logo, num instante posterior (t = 0+), os capacitores comegam a se carregar. A tensdo em C1 (VC1) tende para a tensdo de alimentacdo (+VCC), ea tensdo em C2 (VC2) tende para -VCC (de acordo com a polaridade indicada). A tensdo em CL comeca a ficar positiva, fazendo Q2 saturar, enquanto isso, C2 ja se carregou com 24 lor de tenso -VCC, Apés um tempo (T2), contado a partir do instante t = T1+, a tensdio em C2 mega a ficar novamente positiva, fazendo Q1 saturar, enquanto isso, C1 ja se Tregou com -VCC. Como podemos observar, 0 tempo gasto em cada estado é controlado pela carga ou descarga de capacitor através de um resistor. Analisando as alternativas A e B, concluimos que ambas esto corretas. Portanto, deve ser assinalada a alternativa C, ela 6 mais completa, pois contém 2s duas anteriores, CIRCUITOS FLIP-FLOP OU FF Na figura 5.1, apresentamos a simbologia do flip-flop digital e expli- camos 0 sentido da func&o de cada pino. Por quest6es de terminologia, convencionou-se que a saida principal, output (em inglés, co- locar fora), de qualquer Configuracéo de um flip-flop (FF) circuito, assim como de um flip-flop e de outros componentes _ digitais, é sempre tomada como ‘ 5 referéncia e é chamada Q, enquanto a outra sa- sAiDas ida, comumente de fase (OUTPUT) ou polarizacao contraria saida principal, é cha- u mada saida complemen- Bo ee tar, P (um Q sobreposto por uma barra horizon- tal), pronuncia-se: que Figura 5.1 barra. A sigla S (do inglés set) significa entrada do comando de inicializagdo ou de partida do circuito. A sigla R (do inglés reset) significa entrada do comando de parada ou de retorno ao ponto inicial de trabalho (reinicio das funcées). Portanto, no caso do flip-flop, dizemos que: } a) Quando Q = 0 e Q = 1, dizemos que o FF esta em | RESET ou resetado (R = “i”) i b) Quando Q = 1 e Q = 0, dizemos que o FF esta em | | SET ou setado (SE) (R = 0"). ; i ‘ i S=0 R=1 >>>5>>>>>> Q=0 S=1 R=0 >>>>>>>>>> Q=1 Qt | Q=0 | 22 IPR As alternativas possiveis de niveis légicos nos output (saidas) séio chamados ESTADOS LOGICOS ou NiVEIS LOGICOS. Antes de apresentarmos e explicarmos o funcionamento e as polari- zacg6es de um flip-flop em invdlucro de C.1., temos que apresentar, de ma- neira bem simplificada (neste ponto do curso), 0 amplificador operacional, j que existe um dentro daquele C.I. que vamos estudar. AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Simbologia Antes de tudo, o op-amp ou amplifi- cador operacional é, como indica seu nome, um amplifica- dor. Mas, diferente- mente de um ampli- ficador comum, que se limita a amplificar um sinal presente em sua entrada, 0 op-amp pode ser empregado de diversas maneiras, adquirindo varias fun- ges diferentes, con- forme a necessidade dos circuitos em que ele vai trabalhar, isso em razdo da estrutura de seu circuito interno, que é alimentado por duas fontes e possui duas entradas de funcgées adversas e, conforme as polarizagées externas escolhidas pelo projetista, de acordo as necessidades de emprego. Quando entra um sinal na entrada inversora, obtemos, na saida, um sinal invertido. Nesse caso, o amplificador operacional op-amp passa a se chamar amplificador inversor. Quando entra um sinal na entrada n&o-inversora, obtemos, na sada, um sinal igual ao de entrada ou maior. Nesse caso, o amplificador ope- racional op-amp passa a se chamar amplificador néo-inversor. Quando entra um sinal nas duas entradas (inversora e ndo-inver- sora), 0 amplificador operacional op-amp faz uma comparac&o entre os valores negativos e os positivos (de suas duas entradas) e oferece, em sua saida, 0 sinal correspondente & comparagao efetuada, amplificado, ne- gativo ou positivo, conforme o caso (isso sera explicado, detalhadamente, mais adiante). Nesse caso, 0 amplificador operacional op-amp passa a se chamar comparador, termo que se explica por si sé. Essas explicagbes sobre 0 op-amp sdo, por enquanto, suficientes para a boa compreensao do estudo do préximo capitulo. AMPLIFICADOR OPERACIONAL (OP-AMP) +Vce (alimentagao positiva) entrada néo-inversora Sy > saida entrada inversora Vee (alimentacao negativa) Figura 5.2 IPR 23 CIRCUITO INTEGRADO OSCILADOR (555) E um exemplo de oscilador completo (flip-flop), acomodado em um Unico invélucro chamado circuito integrado (um faz tudo). O encapsulamento mais usual em que se apresenta esse integrado obedece a disposigao duplo em linha (dua/ in line - DIL), com apenas cito pinos, como mostra a figura 5.3, com a respectiva identificagéo nu- mérica de seus pinos. Esse tipo de mecanica (entende-se por mecanica a aparéncia fisica e funcional, tanto pela pinagem como por suas funcdes operacionais) é perfeitamente compativel com a dos circuitos integrados convencionais, principalmente os da area digital, quer da familia TTL, quer da familia CMOS, entre outras. O integrado 555, porém, também pode se apresentar com a mecdnica mostrada na figura 5.4. Vista superior do C.1, 555 em encapsulamento tipo “duplo em linha” Si lide 6) 15: marca ou chanfro —_—_—_ XXX 555 Figura 5.3 12 3 4 Vista superior do C.I. 555 em encapsulamento tipo "metalico” aren ou eee chanfro 1 Figura 5.4 4 As principais caracteristicas desse integrado sao a estabilidade fun- cional (independente de flutuagées de tensdo, corrente ou temperatura), a simplicidade em usé-lo num circuito e 0 baixissimo custo. 24 IPR Outra caracteristica que torna ainda mais versatil esse integrado é a que se refere ao valor da tensao de alimentacgdo, que pode estender-se des- de 4 volts até 18 volts (na maioria dos projetos, é usual adotar o valor de 12 volts, que é intermediario aos extremos permissiveis, além de ser, diga- mos, padronizado). Por outro lado, esse C.I. pode manipular diretamente, sob certas condicdes, cargas de até 200mA, segundo as especificagées da maioria dos fabricantes. Na pratica, convém cargas que manipulem corren- tes n&o superiores a 100mA, sem nos preocuparmos com as condicées. Devido a essas caracteristicas apresentadas, o C.I. 555 tanto é com- pativel com a légica TTL (baixa tensdo e alta corrente), como com a Iégica MOS (elevada tensao e baixa corrente). 0 diagrama em blocos do integrado pode ser apreciado na figura 5.5. De imediato, constatamos que o C.I. nao tem nada de complexo, pelo con- trério. Vejamos, entao, pino a pino, a fungao de cada uma das entradas (e saidas) do integrado. Diagrama em blocos C.I. 555 reciclagem +Vec (reset) Qo PINO 8 tenséode —pino AP comando. "'s comparador O sensor de nivel 6 20 FLIP-FLOP comparador PINO disparo, 2 oO descarga estagio de poténcia ura 5.5 IPR 25 ° Pinos i e 8: destinam-se a alimentagao do C.I., que, como vimos, pode situar-se entre 4 e 18 volts. No pino 1, temos a ligacao ao ground do Circuito, enquanto o pino 8 recebe a polarizacao positiva, +Vec do circuito. Pino 3: saida principal Q. Essa saida corresponde a saida princi- pal dos sinais gerados pelo integrado. Quando ele esta ativo, essa saida assume 0 nivel Idgico alto, nivel “4”, isto é, proximo ao valor de +Vcc, e, quando em repouso, 0 nivel de tensdo é praticamente nulo (zero volt), caracterizando nivel ldgico baixo, nivel “0”. e Pino 2: entrada disparo. Essa entrada possibilita situar 0 C.I. no ciclo ativo, nivel l6gico de safda alto, “1”, toda vez que a ela aplicarmos um nivel de tensio inferior a terca parte do valor da tensdo de alimentacao, (1/3 de +Vcc). Essa entrada é sensivel a niveis baixos, como pode ser visto pela presenca da bolinha associada a essa entrada (2° compara- dor, figura 5.5). ¢ Pino 6: entrada sensor de nivel. Ao contrario da precedente, essa entrada permite reciclar o integrado toda vez que aplicamos a esse pino uma tensdo em nivel ldgico alto, nivel “1”, no caso, superior a 2/3 de +Vcc (observe figura 5.5 que, a essa entrada, no esta associada a bo- linha, como ocorre com a entrada disparo). Podemos dizer, em poucas palavras, que a saida do C.I. retornaré ao estado de repouso (nivel baixo “Q”) ao aplicar-se, nessa entrada, uma tensdo superior a 2/3 de +Vcc. ° Pino 5: entrada de tensao de comando. Essa entrada é destinada a realizar desacoplamentos dos resistores “R” internos ao integrado (fi- gura 5.5). Permite, ainda, que sejam alterados os niveis de referéncia, em tenso, para cada um dos dois comparadores que compdem o integrado, possibilitando, assim, realizar modulac@es de sinais. Pino 4: entrada reciclagem. A funcdo desse comando é€ similar a do pino 6: o G.I. retornard ao seu estado de repouso (saida baixa, nivel “0”) se levarmos (por um comando manual externo, tipo push-button) essa entrada ao nivel ldgico baixo. Essa condig&o de repouso do integrado permanecera assim, independentemente dos estados légicos aplicados as outras entradas, os quais serao ignorados enquanto perdurar o aterra- mento, nivel ldgico “0”, nessa entrada. Pino 7: saida complementar “P”. Essa é uma saida do tipo coletor aberto, a qual acompanha as variacées do sinal do pino 3 (saida principal Q) do C.1., constituindo-se no que poderiamos chamar saida nao-oficial. Essa saida se mantém em nivel légico baixo, nivel “0” (transistor Q1 cor- tado) quando a saida principal do C.I., pino 3, estiver em nivel alto “1”, Das varias formas nas quais 0 integrado 555 pode operar, destacam-se 0 funcionamento como monoestavel e como astavel. O primeiro produz um atraso nos sinais de entrada que pode ser controlado externamente, variando uma resisténcia e/ou uma capacitancia. No funcionamento asta- vel (oscilador flip-flop), a largura dos pulsos gerados, bem como a frequién- cia dos mesmos, pode ser variada ao alterarmos convenientemente 0 valor resistivo de um ou dois resistores e/ou a capacitancia de um capacitor. 26 IPR C.I. 555 EM SUA FUNCAO COMO MULTIVIBRADOR ASTAVEL Vejamos, agora, como se comporta o integrado em questao, no fun- cionamento astavel, oscilador fornecendo um trem de pulsos digital de uma determinada freqiiéncia, para acionar um circuito. A configuracao tipica para o funcionamento do integrado, nessa condi- Gao (astavel), é mostrada na figura 5.6. Observamos que a entrada disparo (pino 2) e a entrada sensor (pino 6) foram interligadas. A base de tempo € fornecida pela carga e descarga do capacitor C, através dos resistores externos R1 e R2, conforme mostraremos. Oscilador astavel reciclagem +Vec (reset) O Ri fe baad comparador + R2 w[ | 2 FLIP-FLOP: comparador @ poténcia circuito de carga energizado pelo oscilador Figura 5.6 Inicialmente, supomos que o capacitor esteja descarregado, devido ao aterramento provocado pelo pino de descarga (pino 7). Nessas circunstan- cias, toda a corrente que circula por Ri externo é desviada para 0 ground, IPR através dessa entrada. Em conseqiiéncia, o capacitor C nao pode carregar- se. Acontece que, estando o capacitor descarregado, o potencial do pino 2 é praticamente nulo e, logicamente, menor que 1/3 de +Vcc. Isso, como sabemos, faz com que 0 segundo comparador comute o flip-flop que, por sua vez, obriga a saida principal “Q” do C.I., pino 3, a passar do nivel bai- xO para 0 nivel alto. Essa mudanga de nivel légico na saida “Q” do flip-flop, ao mesmo tempo, leva ao corte o transistor Q1, o qual retira o potencial de ground do pino 7, saida “P” e, entdo, o capacitor € comeca a carregar-se exponencialmente, através de R1 e R2 externos. Tao logo a tensdo entre os terminais do capacitor atinja um valor superior a 2/3 de +Vcc, o primeiro comparador faz comutar o nivel légico da saida “P” do flip-flop. Com isso, a saida principal “Q” do C.1., passa para o nivel baixo, ao mesmo tempo em que o transistor Q1 satura, aterrando 0 pino 7. Como conseqiiéncia, 0 capacitor comeca a descarregar-se, também exponencialmente, através de R2 externo e Q1. Logo que a tensdo entre os terminais do capacitor atinja um valor inferior a 1/3 de +Vcc, 0 segundo comparador faz comutar o flip- flop, repetindo-se o ciclo conforme descrito anteriormente. Formas de onda observadas sobre o capacitor ena sada do circuito da figura 5.6 tensaio 1/3 Vec-—-}-- { 1 | | | 0 na saida do integrado ‘tempo Figura 5.7 28 IPR A figura 5.7 mostra a forma de onda sobre o capacitor, assim como a forma de onda sobre a carga RC (circuito de carga energizado pelo pulso do oscilador). E mostrado, claramente, que o primeiro ciclo difere, ligei- ramente, dos subseqientes. Esse fendmeno provém do fato de estar o capacitor totalmente descarregado no primeiro ciclo, enquanto que, nos demais, n&o alcanga essa situagdo, jé que permanece com uma tensao residual em torno de 1/3 de +Vcc. O periodo de tempo tH (figura 5.7) em que a saida "Q” do G.I. per- manece em nivel alto (carga do capacitor) pode ser avaliado matematica- mente pela expressdo Equacao 5.1 tH 93 x (R1 + R2) x C = segundos Os valores de R1 e R2 sao expressos em ohms, o valor de C é expres- so em farads, e 0,693 é uma constante. De forma semelhante, 0 tempo “tL” (figura 5.7), em que a saida do integrado permanece em nivel baixo (descarga do capacitor), pode ser de- terminado pela expressdo Equacao 5.2 tL = 0,693 x R2 x C = segundos O valor de R2 é expresso em ohms, 0 valor de C é expresso em fara- ds, @ 0,693 6 uma constante. Um algebrismo elementar entre essas duas expressdes permite de- terminar a freqiiéncia tedrica de oscilacao. 5 Equacao 5.3 = 1 a 1,44 a ts tH + tL ~ {RIF (2 xR2)}KE bd a T Onde f (freqiiéncia em hertz), R1 e R2 em ohms e C em farads. Se vocé no quiser se envolver com cdlculos podera fazer uso do grafico apresentado na figura 5.8, que fornece diretamente a freqtiéncia “f” (freqiiéncia de oscilaco), para diversos valores da soma R = Ri + (2 x R2), e da capacitancia do capacitor €. Ainda que o valor da capaci- tancia possa ser t&o elevado quanto se quer, pelo menos teoricamente, o valor do resistor Ri (figura 5.6) ndo deverd ser inferior a 1KQ, devido as limitagdes do transistor Q1 interno do integrado. Através desse Abaco (ou da férmula anterior), podemos alterar, convenientemente, os valores dos resistores ou do capacitor, de forma a obtermos a freqiiéncia de oscilagéo desejada. As equac6es 5.1 e 5.2 nos mostram que o valor éhmico do resistor R2, tanto afeta tH como tL. Quando desejamos que o tempo em nivel alto IPR 29 tH) da saida seja muito maior que o de nivel baixo (tL), temos de fazer com que o valor de R1 seja muito maior que o de R2. Por outro lado, havendo interesse em que os dois tempos, tL e tH, sejam praticamente iguais, o valor de R2 tera de ser muito maior que o de R1. A expressdo da equacao 5.4 destina-se a mostrar a razado entre esses dois periodos, sendo, facilmente, dedutivel a partir das duas equacées 5.1 e5.2. tL = Equagio 5.4 tH ~ Ri + R2 Como podemos observar a partir da expressdo da equacdo 5.4, 0 pe- riodo em nivel alto, na saida do integrado, é sempre maior, devido a Ri, que o periodo em nivel baixo. Na realidade, através de alguns artificios, é possivel tornar exatamente iguais esses dois tempos, inclusive, pode-se fazer com que 0 tempo tL venha a ser maior que 0 tH; isso, porém, foge ao intuito dessa ligdo. 1000nF Abaco estabelecendo a relacdo entre capacitancia jisténcia para se obter uma determinada freqiiéncia de oscilacao do multivibrador da figura 5.6 100nF: 10uF R=R1+(2xR2) Figura 5.8 0,001nF: 0,0001nF aHz ‘LOHZ 100Hz 1KHZ, 10KHz ——-100KHz 30 IPR C.1. 555 EM SUA FUNCAO COMO MULTIVIBRADOR MONOESTAVEL O circuito tipico para 0 funcionamento do 555 como monoestavel esta apresentado na figura 5.9. A figura 5.10 apresenta as respectivas formas de onda em alguns dos pontos deste circuito. Analisemos, portanto, 0 com- portamento do C.I. nesta condicdo. Circuito monoestavel (temporizador) com C.1. 555 reciclagem +Vec (reset) 9 10 ‘comparador R R2 Re 20 FLIP-FLOP prem 2 s ¢ a~ La ¢ 7 sAiDA 5 poténcia ae de carga energizado pelo oscilador Figura 5.9 Devido ao resistor externo R2 da figura 5.9, 0 potencial da entrada- disparo do G.I. situa-se em um potencial préximo ao de +Vec; em conse- qiiéncia, a sua safda principal esta praticamente a zero volt, e 0 capacitor C se encontra ao potencial de ground através do pino 7 e do transistor QL do integrado. Calcando-se, ainda que brevemente, a chave CHL de con- tatos normalmente abertos, situaremos 0 potencial do pino 2 a zero volt, o que faz disparar o integrado e, portanto, como vimos anteriormente, a saida principal do C.I. passa para 0 nivel alto. Por outro lado, 0 capacitor C comeca a carregar-se exponencialmente através do resistor externo R1, ja que a comutacao do integrado eliminou a conexao a ground através da =F 31 a descarga pelo pino 7. Quando a DDP entre os bornes do capacitor superior a 2/3 de +Vcc, o primeiro comparador se encarrega de co- tar o estado baixo, ao mesmo tempo em que 0 capacitor se descarrega, 2 instantaneamente, através do transistor Q1 que, nessas circunstan- Sas, esta conduzindo. O intervalo de tempo T (figura 5.10), em que a saida do 555 se en- contra em nivel alto, pode ser determinado teoricamente por T (segundos) = 1,1 x RixC +Vec (pino 2) Figura 5.10 O processo de temporizacao pode ser interrompido quando aterrar- mos a entrada-reciclagem (pino 4), conforme ilustram as formas de onda da figura 5.10. Ainda por estas formas de onda, observamos que, se esta entrada for conectada ao ground, os pulsos de disparo aplicados ao pino 2 do C.I. passam a ser inoperantes, ou seja, 0 integrado permanece em re- pouso (saida em zero volt). Alias, essas consideracdes também sao validas em qualquer condic&o de funcionamento do integrado. As propriedades e caracteristicas acima, ainda que bastante gerais, permitem ter uma idéia do vasto campo de aplicacdo em que o integrado pode tomar parte. Quanto ao manuseio, o C.I. 555 é suficientemente robusto, tanto elétrica como mecanicamente, para suportar heroicamente qualquer desli- ze eventual com o integrado que possa ser cometido ao realizar montagens com o mesmo. No entanto, em um ponto, o integrado é altamente sensi- 32 IPR vel: quanto a inversdo de polaridade da tensdo de alimentagio. Caso isso ocorra, 0 C.I. sera, irremediavelmente, danificado. QUESTAO 4 Um circuito flip-flop possui dois estados estaveis de funcionamento, passan- do de um primeiro estado ao segundo pela aco de um estimulo propicio perma- necendo, indefinidamente, neste segundo estado, mesmo apds a retirada de tal estimulo, até que seja forcado a retornar ao primeiro estado, pela acdo de outro estimulo aplicado ou néo no mesmo ponto do estimulo inicial. Dentro da ldgica digital podemos dizer que: T- O estado 0 corresponde & auséncia de tens&o, e o estado 1, a presenga de um valor bem definido de tensao. TT. Os elementos eletrénicos que constituem o circuito flip-flop operam em comutacao e sempre se encontram no mesmo estado. TI - No circuito flip-flop, enquanto um dos elementos eletrénicos (transistor ou porta légica) conduz, 0 outro esté em corte (bloqueado), e vice-versa. Esta(do) correto(s) A) somente os itens Tell. B) somente o item II. C) somente os itens Ile UL Comentario Um circuito biestavel, também conhecido por multivibradores biestaveis ou flip-flop, abreviadamente FF, é um circuito que possul dois estados estaveis de fun- ‘cionamento que se costuma associar a um valor algébrico, normalmente 0 e 4. Esse circuito, quando alimentado, faz com que cada uma das saidas assuma estado oposto, permanecendo assim, indefinidamente, até que um estimulo exter no provoque a sua alteracéo. Com a retirada de tal estimulo, as saidas permanecem no novo estado, até que seja forcado a retornar ao primeiro estado pela aco de outro estimulo aplica- do ou nao no mesmo ponto do estimulo Inicial, Dessa maneira, os estimulos e os astados estaveis traduzem-se em estados ldgicos que se apresentam nas entradas © caidas dos flip-flops. Geralmente, o estado 0 corresponde a ausé: cia de tensdo, 20 estado 1, 4 presenca de um valor bem definido de tensao. ‘Os multivibradores biestaveis (flip-flop - FF) podem ser constituidos por ele- mentos eletrdnicos, como o transistor ou portas Idgicas. Nesse caso, os compo- hentes sdo iguais, operam em comutag&o e sempre se encontram em estados TPR 33 opostos, de forma que, quando um conduz, o outro esté em corte (bloqueado), e vice-versa. Analisando os trés itens mencionados, podemos dizer que somente os itens le III tratam corretamente do funcionamento de um circuito flip-flop. Portanto, a alternativa certa é a letra A. QUESTAO 5 Num circuito multivibrador biestdvel (flip-flop) os componentes sao iguais, operam em comutacao e sempre se encontram em estados opostos. Supondo que, ao ligar a fonte de alimentagao VCC, 0 transistor Q2 assume 0 estado de conducao (saturag3o), e Q1, o de corte (ndo- condugao). Para justificar a hipdtese de Q2 estar conduzindo, precisamos, ainda, que dois componentes ele- trénicos sejam iguais, 6 impossi- vel que suas caracteristicas sejam idénticas e, portanto, um deles sera mais rapido que o outro. Na andlise do funcionamento do circuito flip-flop, da figura apresenta- da, podemos dizer que: I- 0 fato de o transistor Q2 conduzir, leva Q1 ao corte, porque a tensdo no coletor de Q2 (saida Q’) diminui em sentido de terra, anulando a polarizacéo de base do transistor Q1. II - Com o corte do transistor Q1 a tensao no seu coletor (saida Q) se apre- senta com o valor da tensdo VCC da bateria (B1), em conseqiiéncia, essa tensiio é aplicada, através de R4 ,& base de Q2, mantendo-o na saturacao. III - Para alterar o estado de funcionamento dos transistores e fazer Qicon- duzir, € necessério aplicar, 4 base desse transistor, pulso de amplitude positiva. Nas trés andlises da situacéo de funcionamento apresentadas sobre esse circuito, podemos afirmar A) que, aplicando-se um estimulo externo, Q11 é levado a saturacdo e a ten- so, no seu coletor, tende para o potencial terra, retirando a polarizacao positiva da base de Q2. B) que, quando o transistor Q2 é cortado, a tens&o da saida Q é nula e rea- limentara a base de Q2, fazendo-o conduzir ainda mais. C) que as saidas Q e Q’ nao tem relacdio na polarizacao de base dos transis- tores Q1 e Q2. Comentario O estado de repouso do circuito biestavel, apresentado nessa questéo, pode ser, assim, caracterizado: * Saida 0 em nivel baixo, aproximadamente 0 volt; * Saida 1 em nivel alto, aproximadamente VCC volts. Analisando 0 funcionamento do circuito apresentado na referida questo, a0 ser ligada a fonte de alimentaco (VEC), supomos que 0 transistor Q2 assume o estado de conducdo (saturacdo), e Q1, 0 de corte (nao conduggo). O fato de Q2 conduzir leva Q1 ao corte, isso porque a tensao de coletor (saida Q) diminui em sentido de terra, anulando a polarizagao de base do transistor Q1, com o qual 34 IPR este transistor no pode conduzir e, em conseqliéncia, em seu coletor (saida Q), apresenta-se a tensdo VCC volts da bateria, tens&o que é aplicada através de R4 & base de Q2 que mantém este Ultimo transistor na saturacdo. Para alterar o estado de funcionamento dos transistores e fazer com que QL conduza, é necessério aplicar um estimulo externo & base desse transistor - esse estimulo nada mais é do que um pulso de amplitude positiva. Com esse estimulo, Q1 é levado a saturacao, € o potencial de seu coletor tende para o potencial terra, retirando a polarizag3o positiva da base de Q2, que passa, praticamente, ao estado de corte. Assim, com Q2 cortado, a tensdo da sai- da Q 6, praticamente, VCC volts, que realimenta a base de Q1 ea conduzir, ainda mais, tornando ainda menor o potencial do seu coletor (saida Q), e obriga Q2 a conduzir ainda menos, elevando, ainda mais, 0 potencial do seu coletor (safda 0) saturando, ainda mais, o transistor Q4. Com essa andlise so descartadas a alternativa b ec. A alternativa correta é a letra A. QUESTAO 6 0 circuito integrado 555 é um chip que admite os modos de funcionamento monoestavel, astavel e biestdvel. As ligagdes externas de componentes como re- sisténcias e condensadores é que selecionam 0 modo de funcionamento Como aplicacao desse circuito integrado, podemos citar A) 0s circuitos amplificadores de poténcia. B) os circuitos detectores de sinais de AM/FM. C) 08 circuitos temporizacao ou multivibradores (osciladores). Comentario O nome 555 foi adotado em alusio ao fato de que existe uma rede interna (divisor de tensao) de trés resistores de 5 kohm que servem de referéncia de ten- sao para os comparadores do circuito integrado. O circuito integrado 555 é um chip utilizado em uma variedade de aplicacbes de temporizaco ou como multivibrador. Usando apenas um capacitor e um resi: tor, o intervalo de temporizagdo, ou seja, 0 tempo durante o qual a sada perma- nece em nivel baixo, pode ser ajustado para a necessidade de cada aplicacao. De um modo geral 0 chip 555 tem trés modos de operacao. Sao eles: - No modo monoestavel, 0 C.I. 555 pode gerar temporizacdes, com base num sinal de disparo, funcionando como um disparador. Suas aplicacées incluem temporizadores, detector de pulso, chaves imunes a ruido, interruptores de toque, etc, - No modo astavel, 0 C.I. 555 opera como um oscilador. Os usos incluem pisca-pisca de LED, geradores de pulso, relégios, geradores de tom, alarmes de seguranca, etc. ~ No modo biestavel, 0 C.I. 555 pode operar como um flip-flop se 0 pino DIS* nao for conectado e se nao for utilizado capacitor. As aplicagées incluem interrup- tores imunes a ruido, etc. * DIS - Conectado a um capacitor cujo tempo de descarga influencia o inter- valo de temporizacdo, sua funcio é descarregar 0 condensador. A alternativa correta é a letra C. IPR 35 FUNDAMENTOS DOS AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Um dos componentes mais utilizados em circuitos da ELETRONICA DIGITAL, em razao de suas multiplas possibilidades funcionais, 6 0 ampli- ficador operacional chamado simplesmente de op-amp. O simbolo basico do op-amp esta visivel na figura 6.1 e, na seqiién- cia, explicamos detalhadamente tudo que se deve saber sobre esse com- ponente. AMPLIFICADOR OPERACIONAL {OP AMP) +Veo (Alimentagao Positiva) Entrada Nao Inversora Entrada Inversora =Vee (Alimentacgao Negativa) Figura 6.1 O op-amp é quase ou to empregado quanto o €.1. 555, estudado anteriormente. O C.I. 555, como vimos, pode ser empregado como chave eletrénica de multiplas fungdes, como chave eletrénica de fungdéo tem- porizada ou, mesmo, como oscilador flip-flop. O op-amp, por sua vez, é, basicamente, um simples amplificador. Mas, assim como o 555 e em razdo de suas caracteristicas e de suas duas entradas (a inversora e a nao- inversora) permite miultiplas aplicagdes bem diferentes entre si. Essas aplicagdes serao analisadas, detalhadamente, a seguir. Preste muita atencdo a esta ligao. Reestude-a varias vezes, se neces- sario, para adquirir 0 perfeito e completo conhecimento deste componente e de suas diversas funcées e aplicacdes, visto, como ja dissemos, ser de grande utilizagao em circuitos de eletrénica digital. E imprescindivel que o técnico reparador saiba, na leitura de um es- quema, identificar e reconhecer a funcdo realizada por um op-amp em- pregado em um circuito, pela observacéo de suas polarizacdes, a fim de compreender o funcionamento daquele circuito como um todo e, assim, poder descobrir qual a falha dele na hora do concerto de um aparelho, uti- lizando circuitos digitais. 36 IPR OPERACOES BASICAS DOS AMPLIFICADORES OPERACIONAIS Propriedades basicas do amplificador operacional 1. Ganho ilimitado de tenséo O ganho ideal de tensdo de um amplificador operacional é ilimitado, mas, na realidade, na safda, o sinal amplificado tem um valor entre 10¢ (100.000), cem mil vezes e 108 (1.000.000.000), um bilhdo de vezes o valor do sinal presente na entrada. 2. Impedancia de entrada infinita A impedancia de entrada de um amplificador operacional é infinita no caso de um amplificador operacional ideal. Contudo, na pratica, esté ao redor de 1MQ (2MQ no caso do HA741), devido aos componentes capaciti- vos, e, portanto, a corrente é praticamente zero. 3. Imped4ncia de saida é igual a 0 ohm A impedancia de saida ideal de um amplificador operacional é zero ohm (curto), embora, na pratica, seja menor que alguns ohms (75 ohms no caso do yA741), com 0 Circuito de realimentacdo negativa incluido. CONEXAO DO AMPLIFICADOR OPERACIONAL Basicamente, existem dois sistemas para excitar o amplificador ope- racional: fonte de alimentac&o simples e fonte de alimentacdo dupla. 1. Sistema com fonte de alimentac&o simples Como mostra a figura 6.2, 0 pino -VCC do amplificador operacional é conectado ao ground, e o pino +VCC ao positivo da fonte. Nessa configuracdo, a tensdo de saida é sempre positiva. Sistema com fonte de alimentagao simples Figura 6.2

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