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Modalidade: Presencial
Considerações Gerais:
Os milagres de Jesus realmente aconteceram?
Atualmente, alguns teólogos têm repercutido a ideia de que os milagres de Jesus
não aconteceram realmente. Para esses modernos, os milagres descritos nos Novo
Testamento teriam sido apenas realidades simbólicas. Para entender de onde
surgiu tal pensamento e de como ele adentrou a Igreja Católica é necessário fazer
uma retrospectiva.
Nesse viés, ao ler os Evangelhos, Bultmann deduziu que eles estavam permeados
pela mentalidade da época, ou seja, mentalidade mitológica que cria em milagres,
em seres invisíveis. Deste modo, os primeiros cristãos interpretaram o Jesus
histórico a partir da sua visão de mundo (que acreditava em demônios, milagres,
contos de fada). Bultmann afirmou, nesse sentido que “é impossível usar a luz
elétrica e o rádio ou, quando doente, recorrer ao auxílio da medicina ou das
descobertas científicas e, ao mesmo tempo, acreditar no mundo de espíritos e
milagres apresentados pelo Novo Testamento."
Por isso, assim como os primeiros cristãos interpretaram Jesus histórico a partir de
sua hermenêutica, Bultmann diz que essa mesma atitude deve ser tomada hoje, ou
seja, para Bultmann, Jesus deve ser interpretado à luz da visão existencialista.
Após a morte de Bultmann, a visão existencialista de Jesus por ele proposta, deu
lugar à hermêutica marxista, principalmente nos países da América Latina e
pontualmente em alguns países da Europa. Também na linha marxista os milagres
de Jesus não podem ser tomados como verdadeiros, pois esperando por eles, o povo
de Deus deixaria de lutar, ou seja, se fixaria apenas no transcendente.
Jesus não é uma ficção, uma realidade que cada um interpreta da forma que bem
quiser. Não. Jesus é Deus que se fez homem e este é o centro do Evangelho. Deus
Todo-Poderoso se fez homem de maneira extraordinária. Veio no ventre de uma
Virgem, sem interferência humana. O milagre dos milagres. Não acreditar em
milagre faz de qualquer um um ser não-cristão. Não é uma pequena heresia, mas
sim a apostasia. Bultman não pode ser considerado cristão ou referência para
subsídios teológicos, pois ele não crê, verdadeiramente, no milagre da Encarnação
de Jesus, portanto, é um apóstata da fé.
Os milagres de Jesus realmente ocorreram e são sinais que apontam para verdade
de Deus, a qual transcende àqueles momentos históricos e atinge todas as gerações
de todos os séculos, seja qual for a mentalidade da época. Trata-se de uma
mensagem sempre válida que deve ser acolhida com fé. Em consonância com os
trabalhos do teólogo e sarcedote católico jesuíta Karl Rahner, a exemplo do seu
livro “Não extingais o Espírito”, o autor faz um apelo candente em favor do bramir
do Espírito na Igreja, um bramir que dissolve toda espécie de petrificação para fazer
aflorar os diversos dons do Espírito, impedindo o fechamento às influências
externas e o isolamento na rotina habitual. A palavra programática de Rahner
continua atual, merecendo ser ouvida e vivida. Da mesma forma, o Papa emérito
Bento XVI, também um importante nome da Teologia do século XX, indica
claramente em suas obras e escritos e a pertinência dos milagres de Jesus e da fiel
intrepretação desses eventos como reais e mistérios divinos, sendo, portanto,
dogmas da Igreja Católica.
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Rev.mo. Sr. Bispo de Fortaleza – D. Antônio Tosi Marques
Assunto: Refutação Teológica
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Antonio Garcia