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Bultmann fez uma palestra em 1941 numa conferência para pastores, que
posteriormente foi publicada, “O Novo Testamento e a Mitologia”. A tese de
Bultmann: a humanidade contemporânea, que se acostumou com os avanços da
ciência, não pode aceitar o conceito mitológico do mundo expresso nos escritos
bíblicos.
A história não percorre seu caminho constante e estabelecido pôr suas próprias
leis, mas obtêm seu movimento e direção dos poderes sobrenaturais. Este eón
encontra-se sob o poder de Satã, do pecado e da morte (que precisamente são
considerados “poderes”). Rapidamente ela se encaminha para seu fim, mais
explicitamente um fim próximo, que ocorrerá numa catástrofe cósmica. São
eminentes as “dores de parto”do tempo final, a vinda do juiz celestial, a
ressurreição dos mortos, o julgamento para a salvação e perdição.
A preocupação de Bultmann não era a eliminação dos mitos, pelo contrário, ele
procurou uma reinterpretação da linguagem mitológica da Bíblia. “É bem possível
que numa concepção mística passado do universo possam ser descobertas de
novo verdades que foram perdidas numa época de iluminismo” [3]. “O sentido do
mito não é o de proporcionar uma concepção objetiva do universo. Ao contrário,
nele se expressa como o ser humano se compreende em seu mundo. O mito não
pretende ser interpretado cosmologicamente, mas antropologicamente melhor; de
um modo existencialista”. [4]
Bultmann crê que o Novo Testamento contém a Kerigma [5] salvadora de Cristo. A
desmitologização consite em desnudar o mito do Novo Testamento e descobrir a
Kerigma original.
Sendo assim, poderia-se dizer que Jesus morreu na Historie, mas sua real
ressurreição se deu na Geschichte. Ou seja, ele não nega a existência do Jesus
histórico, como fez a antiga teologia liberal alemã, mas nega a realidade dos
eventos sobrenaturais que o envolveram.
Um Ponto Crítico
Segundo Gilbert Durand, “as idéias de Bultmann são típicas do círculo em que
mergulha todo pensamento que busca um sentido enquanto se satisfaz em dar
voltas lineares, prisioneiro da temporalidade histórica; em que a tradição passada
remete à existência presente e vice-versa, indefinidamente”.[6]
Bibliografia
NOTAS
[5] - Uma palavra grega que significa “proclamação”. Pode referir-se ao conteúdo
do evangelho, à mensagem do sermão ou à pregação propriamente dita. Na
erudição neotestamentária atual, o termo é usado para descrever o conteúdo da
mensagem cristã primitiva, contendo em seu escopo a vida e a obra de Jesus.
[6] - DURAND, Gilbert. A Fé do Sapateiro. Editora UnB. Brasília, DF. Pág. 155.
[7] - LADD. George E. Teologia do Novo Testamento. JUERP. Rio de Janeiro, RJ.
Pág. 22.
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