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PC Actual Vinho 2019
PC Actual Vinho 2019
MONDLANE FACULDADE DE
ENGENHARIA
TÍTULO:
Dimensionamento e análise da viabilidade económica de um Sistema fotovoltaico
conectado à rede para um condominio residencial-Maputo
Autor:
Vinho, Lavumó Augusto
Supervisor:
FACULDADE DE ENGENHARIA
Projecto do curso
TÍTULO:
Dimensionamento e análise da viabilidade económica de um Sistema fotovoltaico conectado à
rede para um condomínio residencial-Maputo
Autor:
Vinho, Lavumó Augusto
Supervisor:
défice1.
1.1 Objectivos:
1
O défice de um Sistema de geração de energia eléctrica ocorre quando a demanda é maior que a oferta do
Sistema.
2
Com Balanço energético refere-se a igualdade da eneria produzida e consumida num mesmo periodo de
tempo.
1.1.2 Objectivos específicos:
1.2 Problematização
A falta de energia eléctrica publica na localidade de Vundissa, distrito de Moamba, para alem de
tornado a vida da população daquele povoado mais cara e desconfortante também limita o seu
desenvolvimento, pois estes não conseguem congelar seus alimentos, são mais sujeitos a assaltos e
desinformação.
1.3 Justificativa
A energia a nível mundial, provém maioritariamente de fontes não renováveis, tais como o
petróleo e o carvão mineral. Por estas serem energias não limpas, várias discussões têm sido
levantadas, como por exemplo a poluição do ambiente pelo efeito estufa e o facto de serem finitas
coloca em choque o futuro energético mundial, sendo assim a preocupação de buscar investir em
fontes renováveis e limpas.
Portanto, nesse contexto, a principal razão da escolha desse é pela falta de energia eléctrica da
rede pública na localidade associado ao facto de ser uma fonte de energia limpa e renovável.
Sistemas fotovoltaicos são sistemas de geração de energia que utilizam o sol como fonte
primária de energia. É um sistema de geração descentralizada pelo facto de que diferentemente das
grandes usinas geradoras onde se geram enormes quantidades de energia numa região normalmente
distante dos grandes centros consumidores, esses sistemas normalmente têm suas unidades de
consumo próximas à sua área.
Um sistema fotovoltaico isolado, como mostra a figura 1, é aquele que não tem contato com a
rede de distribuição de eletricidade das concessionárias. Os sistemas isolados podem ser
classificados em Híbridos ou Puros. Os sistemas isolados podem ser com, ou sem armazenamento
elétrico. Um sistema fotovoltaico híbrido trabalha em conjunto com outro sistema de geração
elétrica, que pode ser um aerogerador (no caso de um sistema híbrido solar-eólico), um moto-
gerador a combustível líquido (ex.: diesel), ou qualquer outro sistema de geração elétrica.
A radiação proveniente do Sol incide nos módulos solares, onde dá início ao efeito fotovoltaico e
ocorre a geração da energia. Em seguida, a tensão, produzida em corrente contínua, chega ao
inversor, onde este faz a conversão CC-CA e enviará a energia para circuito residencial/comercial
ou à rede elétrica.
O inversor, além de realizar a conversão CC-CA, tem como função também, controlar a corrente
a ser injetada na rede, de modo que tenha o formato senoidal e esteja sincronizada com a frequência
da rede, além de atender os requisitos de operação impostos pela concessionária de energia.
Caso o prédio em questão utilize toda a energia produzida pelo sistema gerador, não haverá
excedente para ser injetado na rede. Caso contrário, a energia passará por um relógio bidirecional,
localizado no padrão de entrada, que irá realizar a medição e o balanço da quantidade de energia que
está sendo enviada para a rede.
Segundo (VILLALVA; GAZOLI, 2012), há duas orientações básicas que devem ser seguidas
para a correcta instalação de um módulo solar:
1. Sempre que possível, orientar o módulo com sua face voltada para o norte geográfico, o
que maximiza a produção média diária de energia;
2. Ajustar o ângulo de inclinação correcto do módulo com relação ao solo para optimizar a
produção de energia ao longo do ano. Para isso, deve-se levar em conta a latitude geográfica
da localidade onde o sistema é instalado.
Para quem encontra-se no hemisfério sul, essa trajetória é visualizada sempre ao norte. Por esse
motivo, é imprescindível a orientação do módulo solar a essa direção. A figura 2 ilustra esse facto.
Figura 2: Movimento aparente do Sol observado a partir do hemisfério norte (esquerda) e sul
(direita)
Fonte:
Com relação à orientação número 2, o planeta Terra possui uma leve inclinação em seu eixo de
23,5˚C, e adicionado ao facto de que a superfície do planeta é curva, temos como resultado a
incidência não uniforme dos raios solares ao longo de sua superfície. Para compensar esse facto, é
necessário encontrar um ângulo de inclinação de tal forma a captação dos raios solares seja
optimizada. Um ângulo com inclinação não ideal implicaria no não total aproveitamento do recurso
solar. O ângulo em questão depende da latitude em que se encontra o local de instalação do sistema
fotovoltaico. Latitudes maiores implicam em ângulos de inclinação maiores.
A capacidade que um gerador fotovoltaico tem de alimentar as diversas cargas, está sujeita a
algumas perdas inerentes ao Sistema. De entre as quais, aquelas que têm maior expressão são as que
se referem às perdas nas cablagens e as perdas no inversor e regulador de carga. Portanto, pela
inferência padrão, tem-se como rendimento total de 83%, distribuída em:
Alem destas perdas existem outros factores que interferem no cálculo do dimensionamento do
Sistema fotovoltaico, visto que a radiação solar insidente varia ao longo do ano, é necessário
identificar o valor da intensidade da radiação solar insidente
(mês mais desfavorável ou média dos últimos 12 ou mais meses) para a qual o Sistema FV deve
ser dimensionado.
O sol é a principal fonte de energia para terra. Alem de ser responsável pela manutenção da vida
no planeta, a radiação solar constitui-se numa inesgotável fonte de energética, havendo um enorme
potencial de sua utilização por meio de sistemas de captação e conversão em outra forma de energia,
como por exemplo a térmica e eléctrica.
Anualmente o planeta Terra recebe 1,5 x 1018 kWh de energia solar, valor 10.000 vezes maior
que o consumo mundial de energia neste período. Este fato indica que, além de ser responsável pela
manutenção da vida na Terra, a radiação solar representa uma inesgotável fonte energética,
possuindo assim um enorme potencial de utilização por meio de sistemas de captação e conversão
em outras formas de energia (térmica, elétrica, etc). Uma das possíveis formas de conversão da
energia solar é conseguida através do efeito fotovoltaico
que ocorre em dispositivos conhecidos como células fotovoltaicas PRADO, JÚNIOR (2004) apud
TIRAPELLE, G. A. H (2013)
Radiação solar é a designação dada à energia radiante emitida pelo Sol, em particular aquela que
é transmitida sob a forma de radiação eletromagnética. A translação da terra é o movimento elíptico
que a terra realiza ao redor do sol. Esse movimento, juntamente com a inclinação do eixo de rotação
da Terra, é responsável pelas estações do ano.
A Terra recebe 174 Petawatts de radiação solar na zona superior da atmosfera. Dessa radiação,
cerca de 30% é refletida para o espaço, enquanto o restante é absorvido pelas nuvens, marés e
massas terrestres. O espectro da luz solar na superfície da Terra é mais difundida em toda a gama
visível e infravermelho e uma pequena gama de radiação ultravioleta (SANCHEZ, 2010) apud
TIRAPELLE, G. A. H (2013).
O semicondutor mais usado é o silício. Seus átomos se caracterizam por possuírem quatro
elétrons que se ligam aos vizinhos, formando uma rede cristalina. Se o material for dopado com
elementos como o fósforo, que possui 5 elétrons de ligação, haverá um elétron em excesso que não
poderá ser emparelhado e que ficará ligado fracamente a seu átomo de origem. Isto faz com que,
com pouca energia térmica, este elétron seja livre, indo para a banda de condução. Diz-se assim, que
o fósforo é um dopante doador de elétrons e denomina-se dopante tipo n. Porém, caso o material
seja dopado com elementos que possuem apenas três elétrons de ligação, como o boro, haverá falta
de um elétron para satisfazer as ligações com os átomos de silício da rede. Esta falta de elétron é
denominada lacuna. Com pouca energia térmica, um elétron de uma região vizinha pode passar a
ocupar esta posição, fazendo com que a lacuna se desloque. Diz-se, portanto, que o boro é um
dopante tipo p.
Se, partindo de um silício puro, forem introduzidos átomos de boro em uma metade e de fósforo
na outra, será formado o que se chama junção pn. O que ocorre nesta junção é que elétrons livres do
lado n passam ao lado p onde encontram os buracos que os capturam. Isto faz com que haja um
acúmulo de elétrons no lado p, tornando-o negativamente carregado e uma redução de elétrons do
lado n, que o torna electricamente positivo. Estas cargas aprisionadas dão origem a um campo
eléctrico que dificulta a passagem de mais elétrons do lado n para o lado p. Este processo alcança
um equilíbrio quando o campo eléctrico forma uma barreira capaz de barrar os elétrons livres
remanescentes no lado n.
Se uma junção pn for exposta a fótons com energia maior que o gap, ocorrerá a geração de pares
elétron-lacuna. Quando isso ocorre na região onde o campo elétrico é diferente de zero, as cargas se
deslocam, gerando assim, uma diferença de potencial nas extremidades
do semicondutor. Se estas extremidades forem conectadas entre si, haverá circulação de elétrons,
caracterizando uma corrente elétrica. Esta é a base do funcionamento das células fotovoltaicas, que é
mostrado na figura abaixo.
Sua unidade característica é o Watt-pico, que é a potência gerada pelo painel quando submetido
as condições padronizadas de teste STC (Standard Test Conditions). A STC considera temperatura
As células fotovoltaicas são os elementos responsáveis pela conversão direta da luz solar em
eletricidade. É neles que ocorre o efeito fotovoltaico. As primeiras células produzidas possuíam
baixo rendimento, em torno de 2%. Atualmente já se pode encontrar células com rendimento
próximo a 20% dependendo do material utilizado, como por exemplo o arseneto de gálio, e com
custo médio tendendo a diminuir cada vez mais. Podendo ser fabricadas usando-se diversos tipos de
materiais semicondutores. As mais utilizadas são as de silício, que podem ser constituídas e
classificadas de acordo com a sua estrutura molecular, que são os monocristalinos, policristalinos e
silício amorfo.
Dentre as diferentes tecnologias de módulos fotovoltaicos, as principais são: disseleneto de
cobre e índio (CIS), disseleneto de cobre, gálio e índio (CIGS), telureto de cádmio, silício amorfo
hidrogenado, silício monocristalino e silício policristalino. Na figura 5 encontram-se a distribuição
da produção total em MWp e a participação das tecnologias utilizadas no mundo em 2010. Nesse
gráfico o silício standard representa as tecnologias de silício (mono e policristalinos), o super
monocristalino é uma tecnologia que está despontando, e se compõe por módulo monocristalino
com contacto no lado posterior, back contact.
É importante analisar a finalidade e o meio em que o sistema fotovoltaico será instalado para se
determinar o tipo de módulo fotovoltaico mais adequado.
Por ser um material robusto, confiável e eficiente, o silício cristalino é a tecnologia fotovoltaica
mais tradicional e mais produzida comercialmente. No entanto, o custo de produção destes módulos
solares é bastante elevado e as possibilidades de reduzi-los já foram praticamente esgotadas. Razão
pela qual, essa tecnologia é considerada inviável quando comparada com outras formas de geração
de energia em larga escala. Os silícios utilizados na produção das células podem ser de dois tipos,
monocristalino (m-Si) ou policristalino (p-Si).
O silício monocristalino é obtido a partir de um banho de silício fundido de alta pureza (na
ordem de 99,99%) em reatores sob atmosfera controlada e com velocidades de crescimento do
cristal extremamente lentas e temperaturas na ordem de 1400˚C. O consumo de energia neste
processo é extremamente intenso e o chamado energy pay-back time (tempo necessário para que o
módulo gere energia equivalente à utilizada em sua fabricação) é superior a dois anos, dependendo
dos níveis de radiação solar do local onde os módulos forem instalados. RÜTHER, (2004) apud
CAMARGO, L.T (2017).
O silício policristalino, por sua vez, apresenta menor eficiência de conversão, porém com um
custo mais baixo de produção, já que a pureza é menor se comparado m-Si e o
processamento mais simples. O material de partida é o mesmo que para o m-Si, que é fundido e
posteriormente solidificado direcionalmente, o que resulta em um bloco com grande quantidade de
grãos ou cristais, no contorno dos quais se concentram os defeitos que tornam este material menos
eficiente. RÜTHER, (2004) apud CAMARGO, L.T (2017).
Mesmo com um eficiência menor, a tecnologia p-Si tem visto sua participação crescer no
mercado fotovoltaico e cada vez mais inovações são criadas para facilitar e diversificar seu uso,
como por exemplo as fitas ou tiras fotovoltaicas, produzidas com tecnologia p-Si a partir de um
banho líquido de silício sem a necessidade de seu fatiamento em lâminas. RÜTHER, (2004) apud
CAMARGO, L.T (2017).
Módulos fotovoltaicos não se comportam como uma fonte elétrica convencional, pois não
apresentam uma tensão de saída constante em seus terminais. A tensão elétrica depende de sua
corrente e vice-versa.
O ponto de operação de um módulo fotovoltaico depende do que está conectado aos seus
terminais. Se conectarmos um aparelho que demanda muita corrente, a tensão de saída do módulo
tenderá a cair. Por outro lado, se conectarmos uma carga que demanda pouca corrente, a tensão do
módulo será mais elevada, tendendo à tensão de circuito aberto (tensão máxima do módulo).
A figura 10 a seguir mostra a relação entra a tensão e a corrente de saída de um módulo (curva I-
V), bem como a variação da potência em função da tensão do módulo (curva P-V) em um módulo
de silício cristalino.
Figura 11: Curvas I-V e P-V de uma célula fotovoltaica de silício cristalino
Fonte: (PINHO; GALDINO, 2014)
Dispositivos fotovoltaicos podem ser associados em série e/ou paralelo, de forma a obter
corrente e tensão desejados. Na conexão em série, o terminal positivo de um dispositivo é conectado
ao terminal negativo do outro dispositivo, e assim, por diante. Para dispositivos idênticos e
submetidos à mesma irradiância, quando a ligação é em série, as tensões são
somadas e a corrente eléctrica não é afectada. Na associação em paralelo, os terminais positivos são
interligados entre si, assim como os terminais negativos. As correntes eléctricas são somadas, e a
tensão permanece inalterada.
A figura 12 a seguir mostra o comportamento das curvas I-V de duas células fotovoltaicas de
silício cristalino para essas conexões.
Figura 13: Curvas I-V de duas células fotovoltaicas de silício cristalino quando conectadas (a)
em série e (b) em paralelo;
Fonte: CRESESB (2014)
Quando os módulos são conectados em série e depois em paralelo, tem-se a soma, tanto da
tensão de saída quanto da corrente fornecida, resultando em uma maior potência. Fatores naturais
também interferem no funcionamento dos módulos, como a radiação solar e a temperatura.
2.4 Parâmetros externos que afectam as características elétricas
intensidade da radiação solar que incide sobre suas células. Com uma irradiância solar de 1kW/m2,
o módulo é capaz de fornecer a corrente máxima especificada em seu catálogo (na temperatura de
25oC).
A figura 14 mostra como a irradiância solar incidente afecta a curva I-V de uma célula FV de
silício, mantida a temperatura de 25oC. a corrente eléctrica gerada por uma corrente FV aumenta
linearmente com o aumento da Irradiância solar incidente, enquanto que a tensão do circuito aberto
(VOC) aumenta de forma logarítmica (pela equação 1), se mantida a mesma temperatura.
G
I Sc =I Sc ×
STC
1000
Onde:
ISC(A)-Corrente de curto-circuito do modulo, para a irradiância G e temperatura de 25oC;
ISCstc(A)- Corrente de curto-circuito do modulo nas condições padrões;
Figura 14: Influência da radiância solar na curva I-V de uma célula fotovoltaica de silício
cristalino na temperatura de 25oC
Fonte: CRESESB, 2014
2.4.2 Influencia da temperatura
Figura 15: Influência da temperatura na curva I-V de uma célula fotovoltaica de silício cristalino
para irradiância de 1000W/m2
Fonte: CRESESB, 2014
Uma vez que as condições-padrão de ensaio (STC) não representam, na maioria dos casos,
condições operacionais reais, as normas definem uma temperatura nominal para a operação das
células nos módulos, na qual as características elétricas podem se aproximar mais das características
efetivas verificadas em campo. Cada módulo tem uma temperatura nominal para suas células, que é
obtida quando o módulo é exposto em circuito aberto a uma irradiância de 800 W/m2 em um
ambiente com temperatura do ar a 20°C e sofrendo ação de vento incidindo com velocidade de 1
m/s. Esta temperatura também é muitas vezes encontrada nas folhas de dados técnicos dos módulos,
normalmente identificada pela sigla
Onde:
Kt(°C/W.m-2) coeficiente térmico para o módulo;
NOCT(°C) Nominal Operating Cell Temperature do módulo;
20(°C) temperatura ambiente definida para medida da NOCT; 800
(W/m2) irradiância definida para a medida da NOCT;
Os sistemas fotovoltaicos podem ser implantados em qualquer localidade que tenha radiação
solar suficiente. Sistemas fotovoltaicos não uilizam combusíveis, não possuem partes móveis, e por
serem disposiivos de estado sólido, requerem menor manutenção. Durante o seu funcionamento não
produzem ruído acústico ou eletromagnético, e muito menos emitir gases tóxicos ou outro tipo de
poluição ambiental.
A confiabilidade dos sistemas fotovoltaicos é tão alta, que são utilizados em locais inóspitos
como: espaço, desertos, selvas, regiões remotas, etc.
Os sistemas isolados de geração de energia contam também com uma unidade responsável pelo
controle e condicionamento de potência composta por inversor e controlador de carga.
É geralmente instalado em regiões onde a rede de distribuição de energia não consegue atender o
consumidor, normalmente em zonas rurais que têm na energia fotovoltaica sua única fonte de
electricidade. Tais sistemas podem ser de geração apenas para uma residência ou pode ser instalado
em mini-redes para atender uma pequena comunidade.
3.7 Proteção
Na caixa de junção geral do gerador são ligadas as fileiras individuais entre si, além desses cabos
são ligados ainda o cabo principal CC e, caso necessário, o condutor de 12 ligação equipotencial. A
caixa de junção geral do gerador contém terminais, dispositivos de interrupção e, se necessário,
fusíveis de fileira e diodos de bloqueio das fileiras. Frequentemente é também instalado um
descarregador de sobretensões para desviar as sobretensões para a terra. Esta é a principal razão pela
qual a ligação equipotencial ou o condutor de terra são ligados à caixa de junção geral. Por vezes,
também é alojado o interruptor principal DC. Esta caixa deve ser de proteção classe II, e ter os
terminais positivo e negativo claramente separados no interior da caixa. No caso de ser instalada no
exterior, deverá estar protegida, no mínimo, com proteção IP 54.
Quando uma célula fotovoltaica dentro de um módulo estiver sombreada, a potência de saída do
módulo cairá drasticamente que, por estar ligada em série, comprometerá todo o funcionamento das
demais células no módulo. Para que toda a corrente de um modulo não seja limitada por uma célula
sombreada, usa-se um díodo de passo ou de "bypass". Este díodo serve como um caminho
alternativo para a corrente e limita a dissipação de calor na célula defeituosa. Geralmente o uso do
díodo bypass é feito em grupamentos de células, tornando muito mais barato comparado ao custo de
se conectar um díodo em cada célula.
As células mais modernas já são equipadas com díodos de bypass, tendo em vista que são de
extrema importância para uma correta operação do SF.
3.7.1.3 Disjuntores
São dispositivos que atuam na proteção contra sobrecorrentes. Quando ocorre um curto-circuito
ou sobrecarga, eles atuam, automaticamente, isolando o circuito. A grande diferença entre um
fusível e um disjuntor é que, após serem acionados, apenas o disjuntor pode ser rearmado, já o
fusível deve ser trocado.
O
n
d
e
:
ED - representa a energia total consumida por dia;
Pi – representa a potência (W) de um determinado equipamento;
A tabela a seguir apresenta (para um plano horizontal), os valores médios mensais referentes a
radiação solar incidente (G) e temperatura média do ar (Ta) para a cidade de Maputo.
Estimativa da radiação solar incidente para uma superfície com inlinação óptima
Para efectuar cálculo da radiação solar em superficies inclinadas, a partir dos valores registados
para superficies horizontais. A inclinação da superfície óptima (βopt), é habitualmente tomada como
sendo igual a latitude do lugar (ϕ).
O painel deve ser instalado na direcção do Norte geográfico, para localidades que estão no
hemisfério sul do nosso planeta.
O gerador FV deverá ter uma potência PFV que deverá garantir a satisfação das necessidades de
consumo diário de energia que constam na Tabela 4.1. Por outro lado, o dimensionamento deverá
ser efectuado de modo a considerar o mês mais desfavorável (menor número de horas de sol
equivalentes à radiação padrão de 1000 W/m2). Neste sentido, a potência do gerador FV calcula-se
de acordo com a seguinte equação:
𝐸𝐷
𝑃𝐹𝑉 = 3.9
ƞ𝑡𝑜𝑡 × 𝐼(𝛽)
𝑎𝑙
Onde:
Ƞreg+inv - o Rendimento do regulador mais do inversor
ED - é a energia total consumida por dia
I(β) - Ganho por radiação solar: média mensal do total diário (kWh/m2/dia)
Quantidade de Painéis
𝑷𝒎𝒂𝒙
𝑵𝑺𝒆𝒓𝒊𝒆 =
𝒊𝒏𝒗 3.11
𝑷𝒐𝒄
𝒑𝒂𝒊𝒏𝒆𝒍
Pode ser necessário reduzir a quantidade de painéis em série para formar arranjos convenientes,
ou seja, reduzir a quantidade de painéis nas cadeias para depois os conectar em paralelo. No entanto,
é importante garantir uma quantidade mínima de painéis conectados em série alcançar a tensão
mínima de rastreamento MPPT do inversor.
A quantidade máxima de cadeia de painéis em paralelo (Nparalelo) pode ser calculado pelo
menor valor inteiro da relação entre a capacidade de corrente do inversor (I inv) e a corrente de
curto-circuito (ISC paineis) da cadeia de painéis.
𝐼𝐼𝑛𝑣
𝑁𝑃𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑎 = 3.12
𝐼𝑆𝐶
𝑝𝑎𝑖𝑛𝑒𝑙
Inversor
Um inversor é um dispositivo eletrônico que fornece energia elétrica em corrente alternada (c.a.)
a partir de uma fonte de energia elétrica em corrente contínua (c.c.). A energia c.c. pode ser
proveniente, por exemplo, de baterias, células a combustível ou módulos fotovoltaicos. A tensão c.a.
de saída deve ter amplitude, frequência e conteúdo harmônico adequados às cargas a serem
alimentadas. Adicionalmente, no caso de sistemas conectados à rede elétrica a tensão de saída do
inversor deve ser sincronizada com a tensão da rede.
Existe uma diversidade grande de tipos de inversores em função das peculiaridades de suas
aplicações. No caso de sistemas fotovoltaicos, os inversores podem ser divididos em duas categorias
com relação ao tipo de aplicação: SFIs e SFCRs. Embora os inversores para SFCRs compartilhem os
mesmos princípios gerais de funcionamento que os inversores para SFIs, eles possuem
características específicas para atender às exigências das concessionárias de distribuição em termos
de segurança e qualidade da energia injetada na rede.
Inversores Centrais: inversores trifásicos de grande porte, com potência numa faixa que vai
de centenas de kWp até MWp, utilizados em Usinas Fotovoltaicas (UFVs).
Inversores Multistring inversores trifásicos ou monofásicos dotados de várias entradas
independentes com SPPMs para conexão de strings (fileiras) de módulos. São adequados a
instalações urbanas (telhados, fachadas) nas quais cada string pode estar submetida a diferentes
condições de irradiância e/ou sombreamento. Tem potência na faixa de dezenas de kWp.
Inversores de String: inversores monofásicos dotados de apenas uma entrada SPPM, adequados
a instalações de microgeração (até 10kWp);
Os inversores para SFCRs: normalmente efetuam SPPM em suas entradas c.c. como uma
forma de eficientização.
As principais funções do inversor conectado a rede são:
Conversão CC/CA;
Desconexão automática e manual da rede;
MPPT (maximum power point tracker);
Registro de dados operacionais;
Dispositivos de proteção CA e CC (anti-ilhamento, proteção de sobrecarga e
sobretensão, etc).
A potência máxima varia com as condições ambientais (temperatura e radiação) e com a tensão
aos terminais do módulo, sendo naturalmente desejável o funcionamento sempre à máxima potência.
Por forma a colocar o módulo fotovoltaico no ponto de operação correspondente à potência máxima,
os conversores fotovoltaicos são equipados com um sistema electrónico designado seguidor de
potência máxima.
Estes dispositivos são especialmente indicados no caso de sistemas isolados, devido à tensão ser
constante e imposta pela bateria, mas também são usados nas aplicações ligadas à rede. O MPPT
consiste num conversor DC/DC que, de acordo com as condições ambientais de temperatura e
radiação e com as condições impostas pela rede, ajusta a tensão de saída do módulo de modo a que o
funcionamento se processe no ponto correspondente à potência máxima.
Damodaran (2002) define o VAL de um projecto como “a soma dos valores presentes de cada
um dos fluxos de caixa – tanto positivos, quanto negativos – que ocorrem através da vida do
projecto”. Ele pode ser calculado através da seguinte fórmula:
9
𝐶𝐹𝑡
𝑽𝑨𝑳 = −𝑰𝟎 + ∑ 3.13
𝑛=1(1 + 𝑖)𝑛
Onde,
VAL = Valor presente liquido;
CFt = Fluxo de caixa no periodo t ; i
= taxa de desconto;
n = vida do projeto.
O cálculo do VAL pode ser feito sob duas perspectivas diferentes. A primeira seria a
perspectiva de todos os investidores da empresa que implementa o projecto e ela implica no cálculo
do Fluxo de Caixa Livre para Empresa como o fluxo de caixa dos diferentes períodos do projecto e
no uso taxa de desconto. A outra perspectiva que resta é daqueles que investiram somente nas
acções da empresa em questão de modo que o fluxo de caixa a ser utilizado é o Fluxo de Caixa Livre
para o Accionista e a taxa de desconto é o custo do capital desse acionista. Assim, é fundamental
que se tenha claro qual é a perspectiva adoptada e quais são os fluxos de caixa e taxa de desconto
que essa perspectiva implica pois uma confusão entre os diferentes tipos de fluxos de caixa e taxas
de desconto significa um cálculo totalmente equivocado do VAL.
O critério de decisão para a aceitação ou não do projecto é simples:
A TIR “trata-se da taxa de desconto que iguala o VAL de uma oportunidade de investimento a
zero (porque o valor presente das entradas de caixa se iguala ao investimento inicial)” (Gitman,
2004). Em outras palavras, a TIR calcula qual é a rentabilidade do projecto analisado.
9
𝐶𝐹𝑡
0 = −𝐼0 + ∑ 3.14
𝑛=(1 + 𝑖)𝑛
1
Onde,
CFt = Fluxo de caixa no periodo t; r
= TIR;
n = vida do projecto.
Os critérios de decisão baseados no uso da TIR são os seguintes:
Se TIR > taxa de desconto, deve-se aceitar o projecto;
Se TIR < taxa de desconto, deve-se rejeitar o projecto.
Assim como para o critério do VAL, aqui também é necessário manter a coerência entre os
fluxos de caixa e a taxa de desconto utilizados.
É importante ressaltar que nem sempre a TIR é capaz de calcular corretamente o retorno dos
projectos analisados. Isso pode acontecer quando ela é empregada no cálculo de projectos de
investimento não convencionais (onde há inversão no sinal do fluxo de caixa do projecto por mais
de uma vez), como comenta Assaf Neto (2008). Nessa situação, o cálculo da TIR – que,
observando-se novamente a equação 3, nada mais é do que a solução
para uma equação polinomial de grau t – pode levar a três tipos de soluções diferentes, que são:
projecto possui uma única TIR (o polinômio de grau t possui apenas uma raiz real);
projecto possui mais de uma TIR (o polinômio de grau t possui mais de uma raiz real);
Não é possível determinar a TIR do projeto (o polinômio de grau t não possui raiz real).
Finalmente, há uma última observação importante que deve ser feita sobre a TIR. Por se tartar de
uma ferramenta que mede o retorno de projectos em termos percentuais e não em valores monetários
(como é o caso do VAL), ela só pode ser utilizada para verificar se um projecto é viável ou não, ou
seja, se o seu retorno é maior que a taxa de desconto.
Indice de rentabilidade
DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA FOTOVOLTAICO PARA O CASO EM ESTUDO
146680
𝑃𝐹𝑉 = = 39589,74𝑊
4,94 × 0.75
O módulo fotovoltaico escolhido para ser utilizado neste projeto é o modelo KD325GX- LFB da
Kyocera Solar, cuja folha de dados encontra-se no Anexo I. De acordo com as especificações
elétricas em STC (Standard Test Conditions), esse módulo possui as seguintes características:
Máxima potência = 325 W;
Tensão de máxima potência = 40,3 V;
Tensão de circuito aberto = 49,7 V;
Corrente de máxima potência = 8,07 A.
Cada módulo é composto por 80 células, ocupando uma área de 2,27 m². Logo, para atender aos
casos propostos teremos os seguintes números de módulos:
39589,74
𝑁= = 121,81
325
Primeirante assumo que serão necessários aproximadamente 122 paineis solares de 325W.
Porém, carece de uma outra análise, ou seja, deve-se avaliar a economia para se ter conclusão final
no que concerne ao numero exacto de paineis fotovoltaicos necessarios.