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1˚ RELATÓRIO TÉCNICO

MODELAGEM DA DEMANDA POR


TRANSPORTE PÚBLICO NO
MUNICÍPIO DE PONTAL DO
CEARÁ – CE

ENTIDADE EXECUTORA
NORDTRANS CONSULTORES ASSOCIADOS

EQUIPE TÉCNICA

Anselmo Ramalho Pitombeira Neto, M.Sc


Éder Gerardo Quinõnes Sanchez
Hermania Saskia de Oliveira Furtado
APRESENTAÇÃO

Este documento contém o 1˚ Relatório do Estudo de Modelagem da Demanda


por Transportes do Município de Pontal do Ceará – CE, desenvolvido pela
NORDTRANS, atendendo ao Termo de Referência n˚01/2011, publicado em
15/09/2011, pelo Instituto de Planejamento do Município de Pontal do Ceará –
IPLAM.
Dentro do cronograma estabelecido pelo órgão gestor de planejamento serão
apresentados os seguintes documentos e respectivos conteúdos:
03/10/11 - 1˚ Relatório: Consolidação da Base de Dados e Modelagem da
Geração de Viagens;
17/10/2011 - 2˚ Relatório: Modelagem da Distribuição de Viagens;
31/10/11 - 3˚ Relatório: Modelagem da Escolha Modal;
12/12/11 - 4˚ Relatório: Modelagem da Escolha das Rotas.
1. INTRODUÇÃO
O município de Pontal do Ceará está localizado no litoral cearense, possui
17.200 habitantes e sua economia gira em torno da pesca, do turismo e das
atividades do porto.
A cidade vive momentos de desenvolvimento em decorrência do crescimento
econômico da região Nordeste e dos preparativos para a Copa de 2014,
durante a qual pretende ser sede de treinamento de uma seleção.
Em virtude de seus atrativos naturais, empresários se voltaram para investir na
cidade com a previsão de construção de um Hotel 5 estrelas, um Resort (com
campo de golfe e um parque aquático) e um Shopping Center, que deverão
estar prontos em 2013.
Além disso, a Prefeitura dará início à instalação do Distrito Industrial e
Tecnológico de Pontal do Ceará, com a construção de duas grandes indústrias
do setor de componentes eletrônicos, que deverão entrar em operação em
janeiro de 2013, gerando 250 empregos diretos cada uma. Espera-se ainda
que, em 4 anos, mais 3 indústrias sejam implantadas, incrementando o número
de empregos em 10% ao ano.
No âmbito público, foi assinado convênio com os Governos Estadual e Federal
para a construção de 700 unidades habitacionais, atendendo a necessidade da
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Com o crescimento econômico esperado para os próximos 5 anos, aliado ao
crescimento populacional, estima-se que sérios problemas de tráfego
começarão a ocorrer em um futuro próximo, pois a cidade não possui
planejamento neste setor. Muito provavelmente o aumento do poder aquisitivo
fará com que o número de automóveis aumente, podendo acarretar problemas
de tráfego, como congestionamentos e aumento dos acidentes.
Outro problema refere-se à ligação Pontal do Ceará e Fortaleza, que
atualmente é feita através de uma rodovia de pista simples com uma faixa de
tráfego por sentido e que possivelmente, não conseguirá suprir a demanda
intermunicipal, pois a expectativa é que haja um incremento nas viagens diárias
entre os dois municípios.
Nesse sentido, o Estudo de Modelagem da Demanda por Transporte Público
do Município de Pontal do Ceará deve avaliar a implantação de um Sistema de
Transporte Público Urbano em Pontal que atenda plenamente a demanda por
deslocamento, bem como o acesso entre Pontal do Ceará e a Capital, de forma
a garantir a qualidade de vida e a manutenção do crescimento econômico de
Pontal e reduzir os custos percebidos das viagens.
2. ÁREA DE ESTUDO

2.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO


O município de Pontal do Ceará possui uma população de 17.200 habitantes
(IBGE, 2010), distribuídos em sete bairros. Atualmente não dispõe de sistema
de transporte público e a maioria dos deslocamentos é realizada pelo modo a
pé.

Apenas seis ruas são asfaltadas (vias principais denominadas avenidas), com
pista simples, com uma faixa de tráfego/sentido. Em Pontal existe um trecho de
via férrea ligando o porto à Capital, possibilitando o transporte de carga ao
longo da qual foi respeitada uma faixa de domínio para possível expansão da
malha ferroviária.

2.2 PREMISSAS ADOTADAS NO ESTUDO

Diante da realidade apresentada e das possíveis propostas de alteração da


realidade do município, o estudo de Modelagem do Transporte Publico de
Pontal do Ceará – TPPC deve atender às seguintes premissas:

 O horizonte de projeto do estudo do TPPC é de 20 anos;


 O ano-base de projeto é o ano de 2031, devendo ser apresentadas
soluções para o ano de 2014, quando da realização da Copa do Mundo
no Brasil; e soluções posteriores a médio prazo;
 As projeções assumem uma taxa média de crescimento populacional na
ordem de 7% ao ano, para os próximos 20 anos (horizonte de projeto);
 O estudo de viabilidade econômica das propostas assume que a taxa
de juros para o investimento será de 10% a.a e que o Estado, na política
de valorização do transporte ferroviário, arcará com 60% dos custos de
operação e manutenção deste sistema, caso opte por esta alternativa;
3. OBJETIVOS

3.1 GERAL

Realizar estudos e propor medidas referentes ao planejamento do transporte


urbano do município de Pontal do Ceará e à ligação entre o município e
Fortaleza, que visem garantir o bem estar da população, bem como assegurar
o crescimento econômico da cidade.

3.2 ESPECÍFICOS

 Verificar a necessidade de melhorias/adequação na infraestrutura viária


da cidade (alargamento, aumento do número de faixas, ampliação da
malha);
 Estudar a demanda por viagens e a necessidade de implantação de um
sistema de transporte público em Pontal;
 Avaliar possibilidades de melhoria do acesso entre Pontal e Fortaleza
que incluem a implantação de uma ponte, de um VLT, transporte por
balsa e duplicação do acesso existente, apresentando soluções isoladas
ou em conjunto.
4. CONSOLIDAÇÃO DA BASE DE DADOS
A base de dados do município de Pontal do Ceará foi consolidada no software
TRANSCAD, a partir do mapa em extensão dwg (formato de arquivo do
AutoCAD) e dos dados contidos no Termo de Referência, fornecidos pela
Prefeitura. O TRANSCAD permite a criação de várias camadas no mapa
contendo informações referentes às zonas, ruas e ferrovia do município. Na
Figura 01 visualiza-se o mapa do município dividido nas respectivas zonas,
com ruas e ferrovia.

Figura 01: Mapa de Pontal do Ceará no TRANSCAD.


O quadro 1 relaciona os atributos da camada geográfica referente às sete
zonas da cidade.
Quadro 1: Atributos das zonas de Pontal
NOME DESCRIÇÃO
Id Número da zona
Área Área da zona
Nome Nome do bairro
Renda Média anual Renda média da zona
Vagas emprego Número de empregos
Vagas escola Número de vagas na escola
Veículos/dom Número de veículos por domicílio
Viagens_trabalho/dom Número de viagens_trabalho/domicílio
Viagens_escola/dom Número de viagens_escola/domicílio
Viagens_outro/dom Número de viagens outros motivos/domicílio
Pessoas/dom Número de pessoas por domicilio
Idade 25+ Número de pessoas com idade acima de 25 anos
Idade< 5 Número de pessoas com idade abaixo de 5 anos
População População da zona
Pop.masculina População masculina da zona
Pop.feminina População feminina da zona
Tempo médio de viagem intrazonal Témpo médio de viagens entre zonas

Essas informações foram fornecidas para a época atual e a seguir foram


estimadas para o ano horizonte pela taxa de crescimento da população,
também fornecida pela Prefeitura da cidade.
O quadro 2 mostra os atributos referentes à camada de ruas de Pontal e suas
descrições. A cidade possui 6 (seis) vias asfaltadas (vias principais
denominadas avenidas), com pista simples, com uma faixa de tráfego/sentido.
Em Pontal existe um trecho de via férrea ligando o porto à Capital,
possibilitando o transporte de carga ao longo da qual foi respeitada uma faixa
de domínio para possível expansão da malha ferroviária.

Quadro 2: Atributos referentes à camada de ruas


NOME DESCRIÇÃO
Em Pontal existe um ID Identificador da via
trecho de via férrea
ligando o porto à Capital,
possibilitando o Comprimento extensão da via transporte de carga
Nome Nome da via
ao longo da qual foi respeitada uma faixa de domínio para possível expansão
da malha ferroviária.
O quadro 3 apresenta os atributos referentes à camada geográfica da ferrovia.
Quadro 3: Atributos da camada geográfica referente à ferrovia.
Nome Descrição
ID Identificador da linha

A partir desses atributos e através de análises dos dados disponíveis foi


possível proceder à modelagem da geração de viagens.
5. MODELAGEM DA GERAÇÃO DE
VIAGENS

A etapa de modelagem da geração de viagens foi realizada no software


TRANSCAD, a partir da base de dados consolidada do município. A geração
de viagens consiste na atração e produção de viagens por zonas, por
diferentes propósitos. Segundo Ortúzar (2011), tanto a produção quanto a
atração devem ser modeladas separadamente por propósitos e para cada um
deles existem variáveis que ajudam a explicar cada um dos fenômenos. A
modelagem adotada para a produção de viagens é baseada na técnica de
regressão linear, que explica uma variável dependente através de outras
variáveis chamadas independentes ou explicativas. A escolha da regressão
linear se deve à disponibilidade de dados amostrais quanto à produção de
viagens no nível de zona. Com relação à atração de viagens, devido à
ausência de dados quanto às viagens atraída, decidiu-se trabalhar com fatores
de crescimento. É importante ressaltar também que não se consideraram as
viagens geradas pela zona externa, as quais serão levadas em conta em
etapas posteriores do trabalho.

5.2 MODELO UTILIZADO


De acordo com Devore (2006), o objetivo da análise de regressão é explorar a
relação entre duas ou mais variáveis, a fim de obtermos informações sobre
uma delas por meio dos valores conhecidos da(s) outra(s). Os cálculos servem
para investigar se as variáveis estudadas estão relacionadas de forma
determinística, ou seja, se o conhecimento do valor de uma delas implica no
conhecimento do valor da outra, mas em muitos casos as variáveis podem
parecer relacionadas, mas não de maneira determinística, ou seja, para o valor
fixo de uma delas, o valor da outra variável será aleatório. A variável cujo valor
é fixado pelo pesquisador é chamada variável independente, previsão ou
explicativa e a variável aleatória é chamada dependente ou resposta.
De acordo com Montgomery e Runger (2009), análise de regressão é uma
técnica estatística para modelar e investigar a relação entre duas ou mais
variáveis. Na regressão linear simples considera-se um único regressor ou
preditor x e uma variável de resposta y. Um modelo de regressão que contém
mais de um regressor é chamado de modelo de regressão múltipla.
O modelo de regressão linear múltipla que descreve a relação entre os x’s e y
é dado por:
Y = β0 + β1X1 + β2X2 + ε

Em que Y é a variável resposta, X 1 e X2 são os regressores ou preditores, β 0 é


o intercepto, β1 e β2 são os coeficientes parciais de regressão porque β 1 mede
a variação esperada em y por unidade de variação em X 1 quando X2 é mantido
constante e β2 mede a variação esperada em Y por unidade de variação em
X2, quando X1 é mantido constante. Ainda segundo os mesmos autores, em
geral, a variável dependente ou de resposta y pode estar relacionada à K
variáveis dependentes ou regressoras.
O termo linear é usado porque a equação que relaciona X e Y é uma função
linear dos parâmetros desconhecidos β0, β1 e β2 e a variável ε ée chamada de
desvio ou erro aleatório.
Enquanto uma regressão simples de duas variáveis resulta na equação de uma
reta, um modelo de três variáveis descreve um plano no espaço tridimensional
de Y, X1 e X2 e um modelo de K variáveis descreve um hiperplano no espaço
K-dimensional das variáveis regressoras.
A seguir são apresentados os modelos obtidos para cada uma das etapas de
produção e atração de viagens por diferentes propósitos.

5.2 MODELOS DE PRODUÇÃO DE VIAGENS


Na modelagem da produção de viagens, dividiram-se as viagens produzidas
em três classes, de acordo com o motivo: viagens por “motivo trabalho”,
viagens por “motivo escola”, e viagens por “motivo outros”. Para cada uma das
classes, foi calibrado um modelo de regressão linear a partir dos dados para
cada zona (amostra de 7 zonas). A seleção de variáveis se deu a partir de
hipóteses sobre as relações de causa-e-efeito entre os fatores sócio-
econômicos e as produção de viagens. Para cada classe, testaram-se modelos
com combinações diferentes das variáveis selecionadas, e escolheram-se os
modelos que possuíam coeficiente de determinação ajustado maior que 0,5, ou
seja, mais de 50% da variabilidade dos dados é explicada pelo modelo. O
coeficiente de determinação ajustado penaliza o modelo pelo número de
variáveis regressoras, reduzindo o efeito do aumento do coeficiente de
determinação ao se adicionar mais variáveis. Ademais, nos modelos não se
forçou o termo constante a assumir valor zero, de forma a obter um melhor
ajuste aos dados.

5.2.1 Produção de viagens por motivo trabalho


Para modelar as viagens por trabalho, consideraram-se como variáveis
explicativas: a renda, o número de veículos por domicílio e o número médio de
pessoas com idade acima de 25 anos, por se considerar que níveis mais altos
dessas variáveis devem resultar em uma produção maior de viagens.
Com relação à variável renda, em particular, decidiu-se trabalhar com o
logaritmo dos valores, pois em testes preliminares, nos quais se utilizaram os
valores originais, não foram obtidos resultados satisfatórios, devido aos valores
da variável renda serem muito altos em relação aos valores das outras
variáveis. A equação de regressão calibrada é dada a seguir:

YT= - 5,439 – 0,7397Nve +0,3795 Pop25+ + 1,956 log (Renda)


Em que:

YT – Número médio de viagens por motivo trabalho por domicílio na zona


Nve/dom – Número médio de veículos por domicílio
Pop25+ - População maior que 25 anos por domicílio
Renda – Renda média por domicílio

Coeficiente de determinação ajustado:


r² ajustado = 0,7695

5.2.2 Produção de viagens por motivo escola


Para esse modelo foram escolhidas como variáveis explicativas: o número de
pessoas com idade abaixo de 5 anos e o número de veículos por domicílio.
Inicialmente foi também utilizada a renda, entretanto não foram obtidos valores
satisfatórios do coeficiente de determinação, mesmo quando se calibrou um
modelo de regressão simples entre o número de viagens e a renda, concluindo-
se que a renda não é um fator explicativo para a produção de viagens por
motivo escola neste caso. A equação calibrada consta a seguir:

YE = - 0,352 + 5, 008 Pop5- – 0,0544 Nve

Em que:
YE – Número médio de viagens por motivo escola por domicílio na zona
Nve/dom – Número médio de veículos por domicílio
Pop5- - População menor ou igual a 5 anos de idade por domicílio

Coeficientes de determinação ajustado:


r² ajustado = 0,9711

5.2.3 Produção de viagens por motivos outros


Para explicar a produção de viagens por motivos outros, quer sejam lazer,
compras, esporte, etc... foram escolhidas como variáveis explicativas: o
logaritmo da renda, o número de pessoas por domicílio, o número de veículos
por domicílio e a população feminina por domicílio, sendo calibrada a seguinte
equação:
YO = 1,4564 + 0,1186 log(Renda) – 1,3848 Pop + 0,5118N ve+1,95Popfem

Em que:

YO - Número médio de viagens por motivo outros por domicílio na zona


Nve/dom – Número médio de veículos por domicílio
Pop - População por domicílio
Popfem – População feminina por domicílio
Renda – Renda média por domicílio

Coeficientes de determinação ajustado:


r² ajustado = 0,8177
6. PROJEÇÃO DA GERAÇÃO DE
VIAGENS PARA O ANO-HORIZONTE
(2031)
Para projetar o número de viagens produzidas no ano-horizonte de 2031,
projetaram-se as variáveis explicativas para o referido ano, e em seguida
obtiveram-se as viagens produzidas a partir dos modelos de regressão linear
correspondentes.
No caso das viagens atraídas, considerou-se o fator de crescimento
populacional para projetar o número de viagens.

6.1 PROJEÇÃO DAS VARIÁVEIS EXPLICATIVAS

6.1.1 Projeção da renda média anual


A projeção da renda média anual por zona é dada pelo IPLAN, e neste relatório
é chamada de “renda média base”, uma vez que essa projeção não leva em
conta os novos domicílios a serem construídos nas zonas.
Para calcular a “renda média corrigida”, considerou-se a possível alocação
prevista de 700 novos domicílios nas áreas disponíveis para habitação em
cada zona. Para fins de projeção, considerou-se que os domicílios seriam
alocados em cada zona em ordem crescente de renda média, produzindo a
alocação indicada na Tabela 1.

Tabela 1 – Alocação de novos domicílios


Área disponível
Renda média ano- Alocação de
Zona (número de
base (2010) R$ domicílios
domicílios)
1 26040 50 10
2 78240 0 0
3 13296 50 50
4 24960 25 25
5 14616 175 175
6 20400 410 410
7 13260 30 30
Segundo informações do IPLAN, a renda média dos novos domicílios é de
R$1800,00. Dessa forma, a renda média projetada para 2031 foi corrigida
calculando-se a média ponderada entre a renda média base e a renda média
dos novos domicílios, em que os pesos são o número de domicílios com a
renda correspondente, produzindo a Tabela 2.

Tabela 2 –Projeção da renda média anual por domicílio para o ano-horizonte


2031
Zona Renda média base (R$) Renda média corrigida (R$)
1 27000 26924
2 100000 100000
3 20000 20046
4 27000 26933
5 50000 47715
6 25000 24339
7 15000 15098

6.1.2 Projeção da população


Neste caso, considerou-se a população total maior em cada zona no ano de
2010, e projetou-se esse valor para 2031, considerando-se a taxa de
crescimento populacional de 7% ao ano. Em seguida, a população total em
cada zona projetada para 2031 foi dividida pelo número de domicílios em cada
zona projetado para 2031. Os dados são exibidos na Tabela 3.

Tabela 3 – Projeção da população por domicílio para o ano de 2031


Zona População total (hab.) População/dom
1 6017 8.48
2 6756 5.20
3 10971 6.27
4 9906 4.89
5 6288 2.89
6 9562 4.53
7 17027 8.39
6.1.3 Projeção da população maior que 25 anos
Neste caso, o procedimento foi idêntico para o caso da população sem
consideração de faixa etária. Considerou-se a população total maior que 25
anos em cada zona no ano de 2010, e projetou-se esse valor para 2031,
considerando-se a taxa de crescimento populacional de 7% ao ano. Em
seguida, a população total maior que 25 anos em cada zona projetada para
2031 foi dividida pelo número de domicílios em cada zona projetado para 2031.
Os dados são exibidos na Tabela 4.

Tabela 4 – Projeção da população maior que 25 anos por domicílio para o ano
de 2031
Zona População (25+) População (25+)/dom
1 1200 1.69
2 1672 1.29
3 1354 0.77
4 1053 0.52
5 1161 0.53
6 1354 0.64
7 1935 0.95

6.1.4 Projeção da população menor que 5 anos


Adotando-se o mesmo procedimento do item 6.1.2, obteve-se os dados da
Tabela 5.

Tabela 5 – Projeção da população menor que 5 anos por domicílio para o ano
de 2031
Zona População (5-) População (5-)/dom
1 0.21 0.81
2 0.22 0.85
3 0.45 1.74
4 0.30 1.16
5 0.20 0.77
6 0.30 1.16
7 0.45 1.74
6.1.5 Projeção da população feminina
Adotando-se o mesmo procedimento do item 6.1.2, obteve-se os dados da
Tabela 6.

Tabela 6 – Projeção da população feminina por domicílio para o ano de 2031


Zona População feminina População feminina
1 1.71 4.66
2 1.46 2.60
3 2.63 4.08
4 1.50 2.30
5 1.95 1.73
6 1.77 2.27
7 2.64 5.03

6.1.6 Projeção do número de veículos por domicílio


Neste caso, como não se conseguiu estabelecer correlação entre a renda
média anual por domicílio e o número médio de veículos, considerou-se o a
projeção do número médio de veículos por domicílio igual ao número médio de
veículos por domicílio no ano-base de 2010, constando na tabela 6.

Tabela 6 – Projeção do número médio de veículos por domicílio no ano de


2031
Número médio de veículos por
Zona
domicílio
1 1.87
2 2.03
3 0.50
4 1.10
5 0.70
6 1.25
7 0.60
6.2 PROJEÇÃO DA PRODUÇÃO DE VIAGENS POR MOTIVO TRABALHO
Neste caso, as variáveis explicativas projetadas foram: o número de pessoas
com idade abaixo de 5 anos e o número de veículos por domicílio.
Aplicando-se o modelo de regressão linear dado no item 5.2.2, obteve-se a
projeção do número de viagens por motivo trabalho por domicílio.
Multiplicando-se pelo número de domicílios, obteve-se o número total projetado
de viagens por motivo trabalho para o ano de 2031 (Tabela 7)

Tabela 7 - Projeção do número de viagens por motivo trabalho


Zona Número de Número de Número de
viagens/dom domicílios viagens na
zona
1 2.49 710 1767.9
2 3.33 1300 4329
3 2.9 1750 5075
4 2.61 2025 5285.25
5 3.44 2175 7482
6 2.48 2110 5232.8
7 2.65 2030 5379.5

6.3 PROJEÇÃO DA PRODUÇÃO DE VIAGENS POR MOTIVO ESCOLA


Neste caso, as variáveis explicativas projetadas foram: a renda, o número de
veículos por domicílio e o número médio de pessoas com idade acima de 25
anos.
Aplicando-se o modelo de regressão linear dado no item 5.2.2, obteve-se a
projeção do número de viagens por motivo escola por domicílio. Multiplicando-
se pelo número de domicílios, obteve-se o número total projetado de viagens
por motivo escola para o ano de 2031 (Tabela 8)
Tabela 8 - Projeção do número de viagens por motivo escola
Zona Número de Número de Número de
viagens/dom domicílios viagens na
zona
1 2.4 710 1704
2 1.49 1300 1937
3 3.13 1750 5477.5
4 1.89 2025 3827.25
5 0.51 2175 1109.25
6 1.53 2110 3228.3
7 3.92 2030 7957.6

6.4 PROJEÇÃO DA PRODUÇÃO DE VIAGENS POR MOTIVOS OUTROS


Neste caso, as variáveis explicativas projetadas foram: o logaritmo da renda, o
número de pessoas por domicílio, o número de veículos por domicílio e a
população feminina por domicílio.
Aplicando-se o modelo de regressão linear dado no item 5.2.3, obteve-se a
projeção do número de viagens por motivos outros por domicílio. Multiplicando-
se pelo número de domicílios, obteve-se o número total projetado de viagens
por motivos outros para o ano de 2031 (Tabela 9)

Tabela 9 - Projeção do número de viagens por motivos outros


Zona Número de Número de Número de
viagens/dom domicílios viagens na
zona
1 0.29 710 205.9
2 0.96 1300 1248
3 1.5 1750 2625
4 0.26 2025 526.5
5 1.74 2175 3784.5
6 0.77 2110 1624.7
7 0.45 2030 913.5

6.5 PROJEÇÃO DO TOTAL DE VIAGENS PRODUZIDAS NAS ZONAS


A projeção do total de viagens produzidas em cada zona no ano-horizonte de
2031 é dado pela soma das projeções das viagens produzidas por motivo
trabalho, escola e outros (Tabela 10).

Tabela 10 - Projeção do número de viagens produzidas por zona


Zona Número de Número de Número de
viagens/dom domicílios viagens na
zona
1 5.18 710 3678
2 5.78 1300 7514
3 7.53 1750 13178
4 4.76 2025 9639
5 5.69 2175 12376
6 4.78 2110 10086
7 7.02 2030 14251

6.6 PROJEÇÃO DAS VIAGENS ATRAÍDAS EM CADA ZONA


Para a projeção das viagens atraídas, adotou-se o método de fatores de
crescimento. Nesse método, as viagens projetadas em cada zona T i é dado
pela multiplicação de um fator de crescimento f i pelo número de viagens
atraídas no ano-base ti. O fator de crescimento adotado para as viagens
atraídas por motivo trabalho foi a razão entre o número de empregos
projetados e o número de empregos no ano-base, enquanto para as viagens
atraídas por motivo escola, o fator adotado foi a razão entre o número
projetado de vagas em escolas e o número de vagas no ano-base. (Tabela 11)

Tabela 11 – Fatores de crescimento para cada zona


Zona Fator de Fator de
crescimento crescimento
(trabalho) (escola)
1 1.74 1.30
2 1.60 1.30
3 11.20 1.30
4 1.94 1.30
5 22.67 1.30
6 6.67 1.30
7 5.00 1.30

Como não se dispõe de dados de viagens atraídas no ano-base, considerou-se


o número de viagens por motivo trabalho igual ao número de empregos atuais,
e o número de viagens por motivo escola igual ao número atual de vagas nas
escolas, do forma que a projeção do número de viagens atraídas é dado na
tabela 12.
Tabela 12 – Projeção de viagens atraídas em cada zona
Zona Viagens por motivo Viagens por Total de viagens
trabalho motivo escola
1 3300 7150 10450.00
2 4000 650 4650.00
3 5600 455 6055.00
4 3300 910 4210.00
5 6800 260 7060.00
6 2000 130 2130.00
7 1500 1235 2735.00

6.7 BALANCEAMENTO DOS TOTAIS DE VIAGENS PRODUZIDAS E


ATRAÍDAS
O número total de viagens produzidas e atraídas deve ser balanceado, de
forma que o número total de viagens seja o mesmo. Para isso, deve-se ajustar
o número de viagens atraídas, devido à maior imprecisão na projeção dessas
viagens. Para o balanceamento, as viagens atraídas em cada zona será
multiplicado pelo fator dado na equação abaixo:
T
f=
∑ Di
i

Em que:
f – Fator de balancemanto
T – Total de viagens produzidas
Di – Total de viagens atraídas pela zona i
A Tabela 13 exibe o número balanceado de viagens produzidas e atraídas por
cada zona, para o fator f = 1,897.

Tabela 13 – Total de viagens produzidas e atraídas por cada zona


(balanceado)
Zona Viagens produzidas Viagens atraídas
1 3678 19819
2 7514 8819
3 13178 11484
4 9639 7984
5 12376 13390
6 10086 4040
7 14251 5187
Total 70722 70722
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste relatório, apresentaram-se a consolidação dos dados geográficos e


sócio-econômicos do Município de Pontal do Ceará, e a modelagem da
geração de viagens. A base de dados e a representação espacial da área
foram desenvolvidas no software de SIG-T TransCAD. A modelagem da
geração de viagens utilizou as técnicas de regressão linear e fatores de
crescimento. Foram feitas projeções das viagens produzidas e atraídas para o
ano-horizonte de 2031, as quais podem ser consultadas na Tabela 13.
REFERÊNCIAS

DEVORE, J. L. Probabilidade e Estatística para Engenharia e Ciências. Thomson,


2006.

MONTGOMERY, D.C. E RUNGER, G.C. Estatística Aplicada e Probabilidade para


Engenheiros. 4a Ed. LTC, 2009.
ORTÚZAR, J.D.; WILLUMSEN, L.G. Modelling Transport. 4th Ed. John Wiley &
Sons, 2011.

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