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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TRANSPORTES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE TRANSPORTES

DISCIPLINA: MODELAGEM DA DEMANDA

RELATÓRIO DE AULA – SEMESTRE: 2011.2 DATA: 05/09/2001

HERMANIA SASKIA DE OLIVEIRA FURTADO

QUESTÃO 1: Equilíbrio Oferta-Demanda: É possível planejar o sistema de transportes a


longo prazo?

Aspectos Positivos

Se a demanda e a oferta se mantem aproximadamente constantes durante o período


de estudo, qualquer intervalo pode ser usado como período de referência e os
resultados obtidos da modelagem desse período poderia ser extrapolado para todo o
período de análise. (Vasconcelos)

Aspectos Negativos

Existe uma dificuldade de fazer previsões confiáveis devido à falta de dados


apropriados e da instabilidade social e econômica dos países em desenvolvimento. Os
dados utilizados pelo planejamento são: população, renda, emprego, escolarização,
índice de motorização e são frequentemente incompletos ou estão agregados em
níveis inadequados para a modelagem. A instabilidade econômica altera o hábito de
deslocamento das pessoas, provocando variações na vida social e econômica om
impactos diretos na demanda de transportes. Além disso, alguns estudos tem sido
feitos para afirmar a tomada de decisão, por conta da urgência em implantar
determinadas medidas.(Vasconcelos)

QUESTÃO 02: A modelagem matemática é fundamental no planejamento de


transportes?

Aspectos Positivos:

De acordo com Cascetta, os modelosmatemáticos de sistemas de transportes


representam para um dado sistema real ou hipotético, os fluxos da demanda, o
funcionamento dos elementos físicos e organizacionais, a interação entre eles e os
efeitos sobre o mundo externo. Os modelos matemáticos e os métodos envolvidos na
sua aplicação pra os sistemas reais são ferramentas fundamentais para ações de
avaliação e/ou projetos que afetam elementos físicos e componentes organizacionais
dos sistemas de transporte.
Aspectos negativos:

Segundo Vasconcelos, os modelos são formas simplificadas de representação da


realidade e tem várias fontes de erros na coleta de dados, na definição da amostra e
na calibração dos modelos, ou seja, no ajuste de respostas dos modelos ao
comportamento dos usuários. A complexidade do modelo influencia diretamente nos
erros, o que requer boa sensibilidade sobre o nível de complexidade dos modelos que
levará a erros aceitáveis dentro das limitações do processo de planejamento. Em geral,
quanto mais complexo o modelo, mais próximo da realidade, entretanto, aumenta a
possibilidade de erros na previsão.

QUESTÃO 03: O modelo 4 etapas representa bem o processo de tomada de decisão


dos usuários do sistema de transportes?

Aspectos Positivos:

Segundo Oppenheim, sim quando não se verifica congestionamento na rede porque


não há dependência de fatores entre as etapas de modelagem.

Aspectos Negativos:

Conforme Vasconcelos o modelo apresenta uma sequência rígida das etapas que pode
não representar o comportamento dos usuários, além de permitir pouca interação. E
mais, desde o início o processo é orientado para gerar aumentos de capacidade sem
analisar o que aconteceria se nada fosse feito a nível operacional.

Problemas específicos de cada etapa:

Geração de viagens: Essa fase não permite que se considere o efeito do sistema de
transportes sobre a demanda.

Distribuição de viagens: a hipótese que as demandas para motivos e destinos


diferentes são independentes é uma simplificação que não reflete o comportamento
das pessoas.

Escolha modal: supõe uma estabilidade no tempo do comportamento dos usuários ao


definir suas preferências , não permitindo a avaliação de inconsistências e variações
aleatórias. Nos países em desenvolvimento a maioria não tem escolha modal,
limitando a utilidade do modelo. Além disso os custos de transporte que afetam
diretamente a escolha modal podem variar abruptamente.

Atribuição das viagens: nessa fase, assume-se que as pessoas escolhem as rotas em
função apenas do tempo mínimo em detrimento de outros fatores.
Segundo Oppenheim o modelo não se baseia em uma razão que explica os aspectos da
demanda conjunta e na presença de congestionamento.

QUESTÃO 04: Ainda faz sentido aplicar modelos agregados na modelagem da


demanda?

Aspectos Positivos:

Segundo Vasconcelos as matrizes OD são um exemplo de agregação de dados,


baseados em entrevistas domiciliares que precisam ser resumidas para efeito de
cálculo e previsão de viagens(Representam o comportamento de uma
população).Depende de qual nível de estratificação é necessário para resolver o
problema, do nível de detalhes necessário para medir algumas variáveis, para
conhecer a origem e destino dos usuários para modelar seu comportamento.

Aspectos negativos:

Às vezes o nível de agregação de dados impede a análise do processo de decisão sobre


os deslocamentos que dependem de fatores sociais, econômicos e culturais.

QUESTÃO 05: O transporte não motorizado (a pé e de bicicleta) tem que ser modelado
separadamente do transporte motorizado( individual e coletivo)?

Aspectos Positivos:

Sim, se o objetivo é conhecer a demanda de forma separada, por exemplo, para


estudos que envolvem área pequenas como o entorno de um shopping center.

Aspectos negativos:

Não pois segundo Vasconcelos, esse tipo de transporte é considerado como uma
impedância ao transporte não motorizado, como se não existisse, o que se sabe que
não é verdade e que existe uma parcela considerável dos deslocamentos feito de
modo não motorizado. Se o objetivo é induzir o modo não motorizado, então é
necessário modelar de forma conjunta para mostrar as vantagens de trocar o modo
motorizado pelo não motorizado.

QUESTÃO 06: Dá para modelar os efeitos do congestionamento na malha viária sobre


as decisões de viagem dos usuários?

Aspectos positivos:

Aspectos negativos:

Não, pois existe um componente aleatório muito forte no comportamento da


demanda. Existe a possibilidade de a escolha do usuário não ser alterada pelo evento
congestionamento, pela ausência de opções ou pelo fator custo.

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