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Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Departamento de Engenharia Química – DEQ


Química Industrial

ELETROFLOCULAÇÃO DE CORANTE DISSOLVIDO EM ÁGUA


Terceiro Relatório de Aula Prática - Química Experimental

Aluna
Maiara Guilherme Ferreira Paixão

Professor
Antônio Demóstenes de Sobral

Recife, 18 de julho de 2023.


Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Departamento de Engenharia Química – DEQ
Química Industrial

ETROFLOCULAÇÃO DE CORANTE DISSOLVIDO EM ÁGUA

1. OBJETIVO

Retirada do corante verde brilhante de uma solução de água utilizando método de


eletrofloculação.

2. INTRODUÇÃO
Atualmente, com a crescente industrialização e a produção em larga escala de roupas,
embalagens e produtos sintéticos, a sociedade enfrenta um sério dilema relacionado ao
excesso de resíduos. A questão do reaproveitamento e tratamento desses resíduos ganhou
destaque em diversas áreas de pesquisa e tem sido implementada em várias indústrias.
Entre os tipos de resíduos preocupantes, destacam-se os corantes, amplamente
empregados nas indústrias têxtil e alimentícia. A remoção desses componentes da água
representa um desafio considerável, pois alguns deles podem ser prejudiciais tanto para o
consumo humano quanto para a preservação do meio ambiente.
A eletrólise é um dos métodos mais utilizados para abordar essa questão,
solucionando diversos problemas na indústria. Contudo, sua eficácia em grande escala é
limitada devido ao alto consumo de energia, tempo e recursos financeiros necessários
para sua implementação. Apesar dessas limitações, a eletrólise desempenha um papel
fundamental em análises e experimentos laboratoriais, sendo amplamente empregada na
separação eficaz de misturas.

3. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Para realizar o experimento foram utilizados os seguintes materiais:
• 300 ml de água; 0.3 g de corante verde brilhante; Eletrodos de ferro; fios
e fonte de 18W; 2 Becker de 300ml; Becker de 100 ml; Papéis de filtro;
Tubos de ensaio; Pipeta graduada 5ml; termômetro de mercúrio; funis, um
grande e um pequeno; carvão ativado; suporte para os eletrodos e um
suporte para funil

Inicialmente, 0,3 gramas do corante verde brilhante foram dissolvidos em 300 mL


de água, resultando em uma concentração significativamente elevada do corante. A água
adquiriu uma tonalidade esverdeada, quase preta, devido a essa alta concentração. Em
seguida, dois eletrodos de ferro foram fixados em garras que estavam conectadas a uma
fonte de 18W e inseridos no recipiente (becker), sendo ligados à fonte de energia para dar
início à reação.
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Os estudantes receberam instruções do professor para observar o processo de


floculação e retiraram 2 mL da solução para filtragem usando papel de filtro. Essa etapa
foi repetida a cada cinco minutos ao longo de um período de trinta minutos, totalizando a
transferência da solução filtrada para seis tubos de ensaio (conforme ilustrado na Figura
1). O objetivo era acompanhar as mudanças na coloração da água durante o progresso da
eletrólise. No entanto, uma falha ocorreu devido ao uso do mesmo papel de filtro nas três
primeiras filtragens, o que impediu a observação das mudanças esperadas na cor da água.

Figura 1 – Solução filtrada em seis tubos de ensaio.

Após 30 minutos, o processo de eletrofloculação estava praticamente finalizado,


e tornou-se claramente visível a presença de três fases distintas (conforme ilustrado na
Figura 2). Para realizar a separação dessas fases da água, utilizaram-se dois filtros de
papel e um segundo recipiente (becker) com capacidade para 300 mL.

Figura 2 – Separação do corante na água


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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Ao término dos trinta minutos de filtração sem a aplicação de carvão ativado, a


água apresentava uma coloração praticamente incolor, com apenas um leve matiz
amarelado, que provavelmente era resultado de resíduos decorrentes do processo de
decomposição do corante durante a eletrólise (conforme ilustrado na Figura 3).
Figura 3 – Água após a filtração.

O processo da eletrofloculação pode ser dividido em três etapas distintas.


Na primeira etapa, ocorre a geração de um coagulante através da oxidação de um ânodo
metálico de sacrifício (M). Assim que os cátions correspondentes são gerados na fase
anódica, eles reagem com as moléculas de água, formando hidróxidos e poli-hidróxidos
correspondentes. O material utilizado como ânodos de sacrifício foi o de ferro, devido à
sua disponibilidade, eficácia e custo acessível. Paralelamente, ocorre a eletrólise da água,
resultando na formação de microbolhas de oxigênio no ânodo e de hidrogênio no cátodo.
Essas bolhas transportarão, na etapa final, o material floculado para a superfície.
No ânodo:

No cátodo:
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Na segunda etapa, os hidróxidos recém-formados se adsorvem às partículas


coloidais, dando origem aos flocos, e essas espécies transportam-se em direção às
impurezas. A remoção dos poluentes pode acontecer tanto por meio de complexação
quanto por atração eletrostática, seguida pela coagulação subsequente.
Na fase final do processo, ocorre a flotação, resultante da formação de microbolhas
geradas pela eletrólise da água, que pode ser filtrada para retirar a impureza.

5. CONCLUSÃO

Portanto, concluímos que a eletrofloculação é uma abordagem viável e eficiente


para a remoção de corantes dissolvidos em água, com potencial para aplicações práticas
em tratamento de água industrial e potável. Sua implementação pode ser uma solução
valiosa para enfrentar os desafios crescentes relacionados à poluição por corantes e à
preservação dos recursos hídricos.

6. REFERÊNCIAS

Fogaça, J. R. V. (2011, setembro 1). Eletrólise. Mundo Educação.


https://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/eletrolise .htm

TRATAMENTO DE RESÍDUOS DE CORANTE POR


ELETROFLOCULAÇÃO: UM EXPERIMENTO PARA CURSOS DE GRADUAÇÃO
EM QUÍMICA. Treatment of waste dye by electroflocculation: an experiment for
undergraduate in chemistry, [s. l.], 5 maio

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