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Horácio Amade Frace

Sónia da Conceição Maúte

Resolução de Exercícios de Cálculo Diferencial em Rn

Universidade Rovuma

Nampula

2023
Horácio Amade Frace

Sónia da Conceição Maúte

Resolução de Exercícios de Cálculo Diferencial em Rn

(Curso de Licenciatura em Ensino de Matemática)

Trabalho de Carácter Avaliativo


da cadeira de Cálculo
diferencial em Rn, 2º ano, 1º
semestre, orientado pelo
docente: Mestre Alberto Tépulo

Universidade Rovuma

Nampula

2023

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Folha de Respostas

I-Espaços Métricos

1. Dê o conceito de espaço métrico.

Um espaço métrico é um par ordenado formado por um conjunto e uma métrica


definida em .

2. O que é uma métrica discreta?

Métrica discreta é todo o ponto do espaço métrico isolado. É uma métrica trivial,
normalmente só usada em contra-exemplos que estabelece que se é um conjunto não vazio,
uma métrica sobre X é a função:

Esta é chamada a métrica discreta sobre .

3. Dados os conjuntos A = [1 ; 2] e B = ]2; 3], de , determine a distância entre esses


conjuntos quando está munido (a) da métrica usual ou euclidiana e (b) da métrica discreta.

a) Determinando a distância entre esses conjuntos quando o está munido da métrica


euclidiana obtemos:

b) Quando munido da métrica discreta: por nos referirmos a um e


único ponto pode-se afirmar que , ou seja,

| |

2
| |

| | | |

4. Determine os pontos interiores, exteriores e fronteiros dos irracionais do intervalo

Sendo , temos:

5. Determine o interior, exterior, fronteiro, aderência ou fecho e derivado dos conjuntos:


a) O intervalo de .

b) O conjunto dos racionais.

6. Demonstre que uma bola em qualquer espaço métrico é um conjunto aberto.

Demonstração: Seja , então . Assim, é um número


Positivo.

Afirmação: De fato, seja então e portanto

. Logo, .

7. Demonstre que um conjunto A subconjunto de um espaço métrico X é aberto sse é


uma união de bolas abertas.

Demonstração: de facto se é uma união de bolas abertas, então A é um conjunto aberto em


X. Se A é reciprocamente um conjunto aberto, então pra cada podemos obter uma bola
aberta , o que se escreve também como . Tomando as
uniões, vem A = ⋃ ⋃ x . Logo, A= ⋃ x o que mostra todo conjunto
aberto é união de bolas abertas.

8. Seja X um espaço métrico qualquer, então:


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i) A união de qualquer família de subconjuntos abertos de X é um conjunto aberto.

Demonstração: Designemos por F uma colecção de conjuntos abertos e seja S a sua união
S ⋃ . Se X for um elemento qualquer de S, isto é, . Como é, por
hipótese, aberto, então X é um ponto interior de e, portanto, existe uma vizinhança de
, tal que . Mas como , Então:
e, portanto, X é um ponto interior de S , uma vez que X é arbitrário, significa
que a união de S é um conjunto aberto.

ii) A intersecção de números finitos de subconjuntos abertos de X é um conjunto


aberto.

Demonstração: Seja colecção finita de conjuntos abertos e designamos por S a


sua intersecção: ⋂ . Se a intersecção for vazia, nada há a demonstrar, visto que é
aberto. Suponhamos, porém, que assim não é e seja X um elemento arbitrário de S. Se ,
então para todo o , isto é, X é elemento comum a todos os conjuntos
intersectados. Mas como todos eles são abertos, então X é ponto interior a todos eles e, por
consequência, existe tais que .

Designando por o menor dos raios dessas vizinhanças, então estará contida em todo o
conjunto e será: . O que significa que S é aberto.

9. Mostre que em qualquer espaço métrico, o espaço inteiro (conjunto universo) e o


conjunto vazio são conjuntos fechados.

Num espaço métrico tem-se que X é o conjunto universo e portanto, contém todos os
elementos definidos nos espaços métricos, se X contém todos os elementos então também
contém os pontos interiores e os fronteiros, logo é um espaço fechado. De forma semelhante,
sobre o conjunto vazio: tem-se sempre Como o conjunto vazio é subconjunto
de qualquer conjunto, segue tambem que Segue assim que Prove
que sendo X um espaço métrico, um conjunto A X diz-se fechado se e só se o seu
complementar é aberto.

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Demonstração: De facto, se A é fechado, . Ora, como então
e, portanto, é aberto reciprocamente se é aberto, então está
contido em A e como segue-se que . E, portanto A é fechado.

10. Mostre que num espaço métrico qualquer o limite de uma sucessão se existe, é único.
Unicidade do limite

Demonstração: Seja uma sequência no espaço métrico M, Suponhamos que existam


distintos tais que e Assim, , tal que
. Existe também tal que .
Tomemos agora , para todo . Então:

Segue-se que para todo . Isto tem como resultado


pela condição de métrica temos, a = b. Então, no espaço métrico M tem-se
e para todo n, então a sequência é divergente no espaço métrico M – {a}.
Portanto, se existisse – tal que , então seria e a sequência
teria dois limites distintos a, b M.

II-Topologia

1. Conceitue o espaço Topológico e de espaços Normados


Espaço Topológico
Espaço topológico é um par (X; T) onde X é um conjunto e T é uma topologia em X, com as
seguintes propriedades:

i) eX T;
ii) Se então
iii) Dada uma família arbitrária ( L com A T para cada L, tem-se

Espaços normados

Uma norma sobre um espaço E sobre é uma função que associa cada x E um número real
não negativo indicados por ‖ ‖.

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Norma de x tal que E de maneira que:

i) ‖ ‖ =0 x = 0;
ii) ‖ ‖ = ‖ ‖ ‖ ‖, e E;
iii) ‖ ‖ ‖ ‖ + ‖ ‖, E. Assim ‖ ‖=√ .
2. Determine todas as topologias possíveis sobre o conjunto X = {a, b, c}.
O conjunto tem as seguintes topologias possíveis, ou seja, possui os seguintes
subconjuntos: Seja A o espaço de subconjunto de X: A = { ;( a, b, c); (a); (b); (c); (a,
b); (a, c); (b ,c)}.
3. Por definição, um subconjunto F de um espaço topológico X é dito ser fechado sse o
conjunto A = X\F é aberto.

Exemplo: Dado um intervalo fechado o seu subconjunto também é fechado,


assim o complementar de F é , Portanto aberto.

4. Demostre o teorema. Seja X um espaço topológico. São consequências imediatas da


definição de interior de um conjunto (mostre):

Em qualquer conjunto, , existirá tal que . Como


, segue .

é aberto ;BX

Dizemos que , ou que B é uma vizinhança de , se existir tal que


, portanto o interior de qualquer conjunto é aberto.

B é aberto se, e somente se, para todo existir tal que . Seja I um
conjunto qualquer, Basta mostrarmos que dado qualquer Existe tal que
. Mas, de fato, dado existe algum tal que . Como, por
hipótese, B é aberto, existirá algum tal que . Logo, .

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Seja , existirá tal que . Uma vez que , segue que
, e portanto .

5. Mostre que a intersecção de duas vizinhanças de um ponto é uma vizinhança deste


ponto.

é interior a A se, além de , todos os pontos suficientemente próximos de pertencem


a A. é imediato que se e A é vizinhança de , então B também é vizinhança de .
Alternativamente, se e ponto interior de A e , então também é um ponto interior
de B.

III-Espaços Vectoriais

1. O que será um espaço vectorial? Dê exemplos claros.

Seja um conjunto V não vazio sobre o qual estão definidas duas operações, adição e
multiplicação por escalar, satisfazendo as seguintes propriedades, V é considerado um espaço
vectorial:

Em relação a adição:

A1.

A2.

A3.

A4.

Em relação a multiplicação por escalar:

M1.

M2.

M3.

M4 .

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Exemplo: o conjunto , é um espaço vectorial que verifica todos os oito
axiomas.

2. Fale do vector, sua norma, adição e subtracção de vectores, três tipos de produtos com
vectores.
Um vector no plano é a colecção de todos os segmentos orientados equipolentes a um
segmento orientado dado. Se AB é um segmento orientado, o vector que consiste de todos os
segmentos orientados equipolentes a AB é designado por ⃗⃗⃗⃗⃗ .

Norma de um Vector é o comprimento de qualquer uma das suas representações e é denotado


pelo símbolo | | ou ‖ ‖. Aplicado para o cálculo de distância ou comprimento de um
segmento do vector, dá-se pela seguinte fórmula: Seja :

‖ ‖ √

Adição de vectores

Sejam A um ponto qualquer do plano, AB o um vector com origem em A, e BC um vector


com origem no ponto B. O vector soma de AB e BC, designado por ⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗ , é o vector
representado pelo segmento orientado AC:

⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗ ⃗⃗⃗⃗⃗

As coordenadas do vector soma são obtidas somando as coordenadas respectivas das parcelas.
Isto é, se e⃗ , então:

Para a subtracção, é o mesmo que a adicionar um vector negativo (dado como o simétrico de
um vector).

Nos vectores, podemos ter três tipos de produtos, o produto escalar cujo resultado é dado por
um número real; o produto vectorial, realizado por intermédio de matrizes dando como
resultado também um vector; e o produto misto que é obtido primeiro efectuando o produto
vectorial e depois multiplicando o terceiro vector tendo como resultado um escalar.

3. Como tornar um vector qualquer em um unitário?

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Para tornar um vector unitário, basta definir o seu versor. O versor é obtido multiplicando o
vector dado pelo inverso da sua norma, isto é, dado um vector v, o versor de v ou seja, o
vector unitário obtido a partir de v, é: | |

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