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COLÉGIO ESTADUAL TÚLIO DE FRANÇA

ANÁLISE CONTROLE E QUÍMICA AMBIENTAL

CURSO TÉCNICO EM QUÍMICA AMBIENTAL

METAIS PESADOS

PROFOSSOR: SILVIO
Metal pesado
Metais pesados são metais quimicamente altamente reativos e bioacumuláveis, ou seja,
os organismos não são capazes de eliminá-los.

Quimicamente, os metais pesados são definidos como um grupo de elementos situados


entre o cobre e o chumbo na tabela periódica tendo pesos atômicos ente 63,546 e
200,590 e densidade superior a 4,0 g/cm3.

Os seres vivos necessitam de pequenas quantidades de alguns desses metais, incluindo


cobalto, cobre, manganês, molibdênio, vanádio, estrôncio, e zinco, para a realização de
funções vitais no organismo. Porém níveis excessivos desses elementos podem ser
extremamente tóxicos. Outros metais pesados como o mercúrio, chumbo e cádmio não
possuem nenhuma função dentro dos organismos e a sua acumulação pode provocar
graves doenças, sobretudo nos mamíferos.

Quando lançados como resíduos industriais, na água, no solo ou no ar, esses elementos
podem ser absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, provocando graves
intoxicações ao longo da cadeia alimentar.

Principais metais pesados contaminantes

Mercúrio

 Arsênico

Causa problemas nos sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso.

 Chumbo

Atinge o sistema nervoso, a medula óssea e os rins.

 Cádmio

Causa problemas gastrointestinais e respiratórios.

 Mercúrio
Se concentra em diversas partes do corpo como pele, cabelo, glândulas sudoríparas e
salivares, tireóide, sistema digestivo, pulmões, pâncreas, fígado, rins, aparelho
reprodutivo e cérebro, provocando inúmeros problemas de saúde.

 Crómio

Provoca irritação na pele e, em doses elevadas, câncer.

 Manganês

Causa problemas respiratórios e efeitos neurotóxicos.

Arsênio
Arsênio
Germânio ← Arsênio → Selênio
P
↑ 3 As
3
As

Sb
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência

cinza metálico
O arsênio (português brasileiro) ou arsénio (português europeu) (do latim arsenium), também arsênico
(ou arsénico), é um elemento químico de símbolo As com número atômico 33 (33
prótons e 33 elétrons) e com massa atómica 75 u. É um semimetal (metalóide)
encontrado no grupo 15 (VA) da Classificação Periódica dos Elementos. Como
conservante da madeira numa fórmula de arseniato de cobre e crômio, é o uso que
representa, segundo algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial. Foi
descoberto em 1250 por Alberto Magno.

Principais Características
O arsênio apresenta três estados alotrópicos: cinza ou metálico, amarelo e negro. O
arsênio cinza metálico (forma α) é a forma mais estável nas condições normais e tem
estrutura romboédrica; é um bom condutor de calor, porém um péssimo condutor
elétrico. O arsênio amarelo (forma γ) é obtido quando o vapor de arsênio é esfriado
rapidamente. É extremamente volátil e mais reativo que o arsênio metálico e apresenta
fosforescência à temperatura ambiente. Também se denomina arsênio amarelo o mineral
trissulfeto de arsênio. Uma terceira forma alotrópica, o arsênio negro (forma β), de
estrutura hexagonal , tem propriedades intermediárias entre as formas alotrópicas
descritas, e se obtém da decomposição térmica da arsina ou resfriamento lento do vapor
de arsênio. Todas as formas alotrópicas, exceto a cinza, não apresentam brilho metálico
e apresentam uma condutibilidade elétrica muito baixa, comportando-se como metal ou
não-metal em função, basicamente, do seu estado de agregação.

. Reage violentamente com o cloro e se combina, quando aquecido, com a maioria dos
metais para formar o arsenieto correspondente; reage, também, com o enxofre. Não
reage com o ácido clorídrico em ausência de oxigênio, porém reage com o ácido nítrico
aquecido, estando concentrado ou diluído, e com outros oxidantes como o peróxido de
hidrogênio, o ácido perclórico e outros. É insolúvel em água, porém muitos de seus
compostos são solúveis. É um elemento químico essencial para a vida, ainda que tanto o
arsênio como seus compostos sejam extremamente venenosos.

Aplicações
Conservante de couro e madeira (arseniato de cobre e crômio), uso que representa,
segundo algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial. O arsenieto de
gálio é um importante semicondutor empregado em circuitos integrados mais rápidos e
caros que os de silício. Aditivo em ligas metálicas de chumbo e latão. Inseticida
(arseniato de chumbo), herbicidas (arsenito de sódio) e venenos. O dissulfeto de arsênio
é usado como pigmento e em pirotécnica. Descolorante na fabricação do vidro (trióxido
de arsênio). Recentemente renovou-se o interesse principalmente pelo uso do trióxido
de arsênio para o tratamento de pacientes com leucemia.

Papel biológico
Ainda não está claro que o arsênio seja um elemento químico essencial para todos os
organismos vivos, ou que sua deficiência gere complicações. Algumas formas de vida
mais simples como certos organismos unicelulares podem utilizar o arsênio como
catalisador em reações de oxi-redução para obtenção de energia. Entretanto, doses
extremamente baixas de arsênio, como 1 parte por bilhão (ppb) na água ou 7 partes por
milhão (ppm) no solo já afetam a saúde de plantas e animais, inclusive a saúde humana.
O arsênio pode desativar centenas de enzimas envolvidas em diversos processos
biológicos celulares. A presença de genes de resistência ao arsênio em virtualmente
todos os organismos vivos conhecidos, desde os unicelulares até os multicelulares é um
forte argumento contra a hipótese da essencialidade do arsênio. O efeito estimulante de
crescimento associado ao arsênio fornecido em altas doses a alguns animais de criação
como ratos, hamsters, cabras, porcos, galinhas e perus pode estar associado a uma
função fisiológica no metabolismo da metionina nestes animais, ou a outras funções
pouco compreendidas, desde fisiológicas e fisiopatológicas até antibióticas.

Em formas de vida

Em 2 de dezembro de 2010 a NASA revelou a descoberta uma nova forma de vida no


lago Mono, na Califórnia. Esta espécie de bactéria da família Halomonadaceae tem o
DNA diferente de qualquer outra criatura já descoberta até hoje, por ter suas ligações de
fósforo, conhecidas como ligações fosfodiéster, substituídas por arsênio (o DNA
atualmente é conhecido por ser composto por "pontes de hidrogênio" entre as fitas
simples de DNA e combinações de ligações covalentes, feitas exclusivamente de
carbono, hidrogênio, nitrogênio, oxigênio e fósforo).

O lago Mono tem uma alta concentração de arsênio no local, o que deve ter sido a causa
evolutiva da troca do fósforo por esse elemento.[1][2]

História
O arsênio (do grego άρσενιχόν, auripigmento amarelo) é conhecido desde tempos
remotos assim como alguns de seus compostos, especialmente os sulfetos. Dioscórides e
Plínio conheciam suas propriedades; Celso Aureliano, Galeno e Isidoro Largus sabiam
de seus efeitos irritantes, tóxicos, corrosivos e sua ação parasiticida, e observaram suas
virtudes contra a tosse, afecções da voz e dispneia. Os médicos árabes usaram também
compostos de arsênio em inalação, pílulas e poções, e também em aplicações externas.
Durante a Idade Média os compostos arsenicais caíram no esquecimento sendo
relegados aos curandeiros que os prescreviam contra algumas enfermidades. Roger
Bacon e Alberto Magno se detiveram no seu estudo. O primeiro que o estudou em
detalhes foi George Brandt en 1633, e Johann Schroeder o obteve em 1649 pela ação do
carvão sobre o ácido arsênico. A Jöns Jacob Berzelius se devem as primeiras
investigações acerca da composição dos compostos de arsênio. A partir do século XVIII
os compostos arsenicais conseguiram um posto de primeira ordem na terapêutica até
serem substituídos pelas sulfamidas e os antibióticos.

Abundância e obtenção
É o 20.º elemento em abundância da crosta terrestre e é encontrado na forma nativa,
principalmente sob forma de sulfeto em uma grande variedade de minerais que contém
ouro, cobre, chumbo, ferro ( arsenopirita ou mispickel ), níquel, cobalto e outros metais.
Na fusão de minerais de ouro, cobre, chumbo e cobalto se obtém trióxido de arsênio
( As2O3 ) que se volatiliza no processo e é arrastado pelos gases da chaminé, podendo
conter mais de 30% do óxido. Os gases da chaminé são refinados posteriormente
misturando-os a uma pequena quantidade de galena ou pirita para evitar a formação de
arsenitos, e pela queima se obtém trióxido de arsênio com 90 a 95% de pureza., por
sublimação sucessiva pode-se obter com uma pureza de 99%. Reduzido-se o óxido com
carbono obtém-se o metalóide (semi-metal arsênio), entretanto a maioria do arsênio é
comercializado como óxido. Praticamente a totalidade da produção mundial de arsênio
metálico é chinesa, que é também é o maior produtor mundial de trióxido de arsênio.
Segundo dados do serviço de prospecções geológicas estado-unidenses ( U.S.
Geological Survey ) as minas de cobre e chumbo contêm aproximadamente 11 milhões
de toneladas de arsênio, especialmente no Peru e Filipinas. O metalóide também é
encontrado associado com depósitos de cobre-ouro no Chile e de ouro no Canadá e
diversos outros países. As minerações de ouro em rocha arsenopirita são a principal
fonte de arsênio no mundo. Somente a mina de ouro a céu aberto de Paracatu (Minas
Gerais, Brasil) já liberou 300 mil toneladas de arsênio das rochas desde 1987 e deverá
liberar mais de 1 milhão de toneladas de arsênio para o ambiente em mais 30 anos de
exploração a partir de 2009. Existem centenas de milhares de pequenas minas de ouro
desativadas no mundo e centenas de grandes minas de ouro em operação. Dos 16 tipos
de depósitos de ouro geralmente reconhecidos, apenas 6 não têm associação com
arsênio.

Isótopos
Usa-se o arsênio-73 como traçador para estimar a quantidade de arsênio absorvido pelo
organismo e o arsênio-74 na localização de tumores cerebrais.

Precauções
O arsênio e seus compostos são extremamente tóxicos, especialmente o arsênio
inorgânico. Milhões de pessoas no mundo inteiro adoecem e morrem sem saber que a
causa de suas doenças é o envenenamento crônico por arsênio. As doenças que mais
matam no mundo podem ser causadas por arsênio: doenças cerebrovasculares, diabetes
e câncer, entre outras. Em Bangladesh ocorreu uma intoxicação em massa, a maior da
história, devido à construção de milhares de poços tubulares de água que estão
contaminados com arsênio. Em vários outros lugares do mundo onde existiu ou ainda
existe mineração de ouro e carvão mineral em rocha dura ocorre poluição permanente
de ar, solo e águas superficiais e subterrâneas e envenenamento crônico da população
por arsênio, mesmo décadas ou séculos após o encerramento das atividades de
mineração. É o caso de Nova Lima (Minas Gerais, Brasil), onde está instalada a mais
antiga mina de ouro subterrânea do mundo, e Paracatu (Minas Gerais, Brasil), onde está
instalada a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil. Apenas a mina de ouro de
Paracatu deverá liberar mais de um milhão de toneladas de arsênio nas cercanias da
cidade de 85000 habitantes até 2039. Como a arsenopirita é o principal minério de
arsênio, uma campanha mundial defende o banimento da mineração em rocha
arsenopirita.

Toxicologia
O arsênio é absorvido pelo organismo humano principalmente por inalação e ingestão.
Os compostos orgânicos de arsênio são menos tóxicos que os inorgânicos. O arsênio
inorgânico trivalente (As3+), interage fortemente com grupos sulfidrilas de moléculas
orgânicas. Diversas enzimas são afetadas com isso, ocasionando danos em vários
sistemas celulares. Basta uma dose de 140 miligramas de arsênio inorgânico trivalente
para causar a morte de um ser humano adulto por dano à respiração celular, em poucas
horas ou dias. O arsênio pode induzir a produção de metalotioneína, uma proteína que
se liga a esse metal e também ao cádmio, mercúrio e a muitos metais essenciais.
Supõem-se que esse é um dos mecanismos de adaptação que leva a uma relativa
tolerância à toxicidade do arsênio em organismos multicelulares. A tolerância é dita
relativa porque o acúmulo de arsênio no organismo causa doenças a médio e longo
prazo, principalmente em espécies caracterizadas por alta duração de vida e alto índice
de encefalização, como a espécie humana. Os alimentos mais contaminados por arsênio
orgânico são peixes e crustáceos, apresentando-o geralmente na forma de arsenobetaína.
A fonte principal de poluição ambiental por arsênio inorgânico é a mineração de ouro
em rocha arsenopirita.

Chumbo
Chumbo
Tálio ← Chumbo → Bismuto
Sn
↑ 8 Pb
2
Pb

Uuq
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência
cinza metálico

O chumbo (do latim plumbum) é um elemento químico poluente universal de símbolo


Pb , número atómico 82 (82 prótons/protões e 82 elétrons/electrões), com massa
atómica igual a 207,2 u, pertencente ao grupo 14 ou IVA da classificação periódica dos
elementos químicos. À temperatura ambiente, o chumbo encontra-se no estado sólido.

É um metal tóxico, pesado, macio, maleável e mau condutor de eletricidade. Apresenta


coloração branco-azulada quando recentemente cortado, porém adquire coloração
acinzentada quando exposto ao ar. É usado na construção civil e na união civil, baterias
de ácido, em munição, proteção contra raios-X , em Para-raios e em Atmosfera
planisférica ondulada alem de forma parte de ligas metálicas para a produção de soldas,
fusíveis, revestimentos de cabos elétricos, materiais antifricção, metais de tipografia,
etc. O chumbo tem o número atômico mais elevado entre todos os elementos
estáveis.Os ratos eram usados para serem testar a ferramenta de chumbo onde boa parte
dos ratos sofriam : Perda de memória,perda de oxigênio e má circulação sanguinea.

É um metal conhecido e usado desde a antiguidade. Suspeita-se que este metal já fosse
trabalhado há 7000.

Características principais
O chumbo é um metal pesado,(Ferro roscado)(densidade relativa de 11,4 a 16 °C), de
coloração branca-azulada, tornando-se acinzentado quando exposto ao ar. Muito macio ,
altamente maleável, baixa condutividade elétrica e altamente resistente à corrosão. O
chumbo se funde com facilidade (327,4 °C), com temperatura de vaporização a
1725 °C. Os estados de oxidação que pode apresentar são 2 e 4. É relativamente
resistente ao ataque dos ácidos sulfúrico e clorídrico, porém se dissolve lentamente em
ácido nítrico. O chumbo é um metal tóxico onde todos seus males vão para nosso
organismo afetando a respiração sanguineaanfótero,Deus metia chumbo nos pecadores
já que forma sais de chumbo dos ácidos, assim como sais metálicos do ácido pumblico.
O chumbo forma muitos sais, óxidos e compostos organoplúmbicos.

Aplicações
O mais amplo uso do chumbo é na fabricação de acumuladores. Outras aplicações
importantes são na fabricação de forros para cabos, elemento de construção civil,
pigmentos, soldas suaves e munições. Jesus Moras na fabricação de chumbo tetra-etílico
(TEL) vem caindo muito em função de regulamentações ambientais cada vez mais
restritivas no mundo e no Brasil no que se diz respeito à sua principal aplicação que é
como aditivo na gasolina. No caso do Brasil desde 1958 este aditivo deixou de ser usado
como antidetonante.

Têm-se desenvolvido vários compostos organoplúmbicos para aplicações como


catalisadores na fabricação de espumas de poliuretano, como tóxico para as pinturas
navais com a finalidade de inibir a incrustação nos cascos, agentes biocidas contra as
bactérias granpositivas, proteção da madeira contra o ataque das brocas e fungos
marinhos, preservadores para o algodão contra a decomposição e do mofo, agentes
molusquicidas, agentes anti-helmínticos, agentes redutores do desgaste nos lubrificantes
e inibidores da corrosão do aço.

Graças a sua excelente resistência a corrosão, o chumbo encontra muitas aplicações na


indústria de construção e, principalmente, na indústria química. É resistente ao ataque
de muitos ácidos, porque forma seu próprio revestimento protetor de óxido. Como
consequência desta característica, o chumbo é muito utilizado na fabricação e manejo
do ácido sulfúrico.

Durante muito tempo se tem empregado o chumbo como manta protetora para os
aparelhos de raio-X. Em virtude das aplicações cada vez mais intensas da energia
atômica, torna-se cada vez mais importante as aplicações do chumbo como blindagem
contra a radiação.

Sua utilização como forro para cabos de telefone e de televisão segue sendo uma forma
de emprego adequada para o chumbo. A ductilidade única do chumbo o torna
particularmente apropriado para esta aplicação, porque pode ser estirado para formar um
revestimento contínuo em torno dos condutores internos.

O uso de chumbo em pigmentos tem sido muito importante, porém a sua utilização tem
diminuído muito. O pigmento, que contém este elemento, é o branco de chumbo,
2PbCO3 .Pb(OH)2; outros pigmentos importantes são o sulfato básico de chumbo e os
cromatos de chumbo.

Utiliza-se uma grande variedade de compostos de chumbo, como os silicatos, os


carbonatos e os sais de ácidos orgânicos, como estabilizadores contra o calor e a luz
para os plásticos de cloreto de polivinila (PVC). Usam-se silicatos de chumbo para a
fabricação de vidros e cerâmicas. O nitreto de chumbo, Pb(N3)2, é um detonador padrão
para os explosivos. Os arseniatos de chumbo são empregados em grande quantidades
como inseticidas para a proteção dos cultivos. O litargírio (óxido de chumbo) é muito
empregado para melhorar as propriedades magnéticas dos imãs de cerâmica de ferrita de
bário.

O chumbo forma ligas com muitos metais e, em geral, é empregado nesta forma na
maior parte de suas aplicações. Todas as ligas metálicas formadas com estanho, cobre,
arsênio, antimônio, bismuto, cádmio e sódio apresentam importantes aplicações
industriais (soldas, fusíveis, material de tipografia , material de fecundação material de
antifricção, revestimentos de cabos elétricos, etc.).

Uma mistura de zirconato de chumbo e de titanato de chumbo, conhecida como PZT ou


PPT, está sendo posta no mercado como um material piezoelétrico e zonaelétrico.

História
O chumbo está sendo usado pelos humanos por, pelo menos, 7000 anos, porque era (e
continua sendo) muito difundido na natureza e de fácil extração. Também é fácil de ser
trabalhado por ser altamente maleável, ductil e de baixo ponto de fusão.

O chumbo foi mencionado no "Livro do Exodus". A peça mais antiga de chumbo


descoberta pelos metaleiros arqueólogos data de 3800 a.C. e, está guardada no Museu
Britânico. Por volta de 3000 a.C. há evidências que os Chineses já produziam este
metal. Há indícios, também, que os fenícios exploravam o chumbo em 2000 a.C.
Encanamentos de chumbo com as insígnias de imperadores romanos, de 300 a.C, ainda
estão em serviço. Os alquimistas achavam que o chumbo era o mais velho dos metais e
associavam este metal ao planeta Saturno. A partir de 700 d.C. os alemães iniciaram a
exploração deste metal, juntamente com a da prata, nas minas existentes nas montanhas
de Hartz, no vale do vale do Reno e na Boêmia a partir do século XIII. Na Grã-
Bretanha, a partir do século XVII, principalmente nas regiões de Derbyshire e Gales as
indústrias de fundições deste metal prosperaram.

O símbolo “Pb” do chumbo é uma abreviatura do nome latino plumbum.

Ocorrência e obtenção

Minério de chumbo

O chumbo raramente é encontrado no seu estado elementar. O mineral de chumbo mais


comum é o sulfeto denominado de galena (com 86,6% deste metal) . Outros minerais de
importância comercial são o carbonato (cerusita) e o sulfato (anglesita), que são mais
raros. Geralmente é encontrado com minerais de zinco, prata e, em maior abundância,
de cobre. Também é encontrado chumbo em vários minerais de urânio e de tório, já que
vem diretamente da desintegração radioativa destes radioisótopos. Os minerais
comerciais podem conter pouco chumbo (3%), porém o mais comum é em torno de
10%. Os minerais são concentrados até alcançarem um conteúdo de 40% ou mais de
chumbo antes de serem fundidos.

Através da ustulação do minério de chumbo, galena, obtém-se como produto o óxido de


chumbo que, num alto forno, é reduzido com a utilização de coque, fundente e óxido de
ferro. O chumbo bruto obtido é separado da escória por flotação. A seguir, é refinado
para a retirada das impurezas metálicas, que pode ser por destilação. Desta forma pode-
se obter chumbo com uma pureza elevada (99,99%).

Os principais depósitos de minérios de chumbo estão localizados nos EUA , Austrália,


Canadá, Peru, México, Bolívia, Argentina, África do Sul, Zâmbia, Espanha, Suécia,
Alemanha, Itália e Sérvia, sendo os principais produtores os Estados Unidos, Austrália,
Canadá, Peru e México

Isótopos
O chumbo tem 4 isótopos naturais estáveis que, com a respectiva abundância natural,
são: Pb-204 (1.4%), Pb-206 (24.1%), Pb-207 (22.1%) e Pb-208 (52.4%). O Pb-206, Pb-
207 e o Pb-208 são os produtos finais de uma complexa cadeia de decaimento que se
inicia com o U-238, U-235 e Th- 232, respectivamente. As correspondentes meias-vida
destes esquemas de decaimento são : 4.47 x 109, 7.04 x 108 e 1.4 x 1010 anos,
respectivamente. Cada um deles é documentado em relação ao 204Pb, o único isótopo
natural radioativo, que devido a sua longa meia-vida pode ser considerado estável. As
escalas de relações isotópicas para a maioria de materiais naturais são 14.0-30.0 para
Pb-206/Pb-204, 15.0-17.0 para Pb-207/Pb-204 e 35.0-50.0 para Pb-208/Pb-204, embora
numerosos exemplos fora destas escalas sejam relatados na literatura.

Precauções
O chumbo pode ser encontrado na água potável através da corrosão de encanamentos de
chumbo. Isto é comum de ocorrer quando a água é ligeiramente ácida Este é um dos
motivos para os sistemas de tratamento de águas públicas ajustarem o pH das águas para
uso doméstico. O chumbo não apresenta nenhuma função essencial conhecida no corpo
humano. É extremamente danoso quando absorvido pelo organismo através da comida,
ar ou água.

O chumbo pode causar vários efeitos indesejáveis, tais como:

 Perturbação da biossíntese da hemoglobina e anemia;


 Aumento da pressão sanguínea;
 Danos aos rins;
 Abortos;
 Alterações no sistema nervoso;
 Danos ao cérebro;
 Diminuição da fertilidade do homem através de danos ao esperma;
 Diminuição da aprendizagem em crianças;
 Modificações no comportamento das crianças, como agressão, impulsividade e
hipersensibilidade.
O chumbo pode atingir o feto através da placenta da mãe, podendo causar sérios danos
ao sistema nervoso e ao cérebro da criança .

O seu uso durante o Império Romano em encanamentos de água (e seu sal orgânico,
acetato de chumbo, conhecido como “açúcar de chumbo”, usado como adoçante em
vinhos) é considerado por alguns como causa da demência que afetou muitos dos
imperadores romanos.

Devido à elevada toxicidade do chumbo e dos seus compostos, ações para prevenir e
reparar contaminações ambientais são comuns nos tempos atuais. Materiais e
dispositivos que contém chumbo não podem ser descartados ao ambiente. Devem ser
reciclados.

A reciclagem por sua vez trata-se de um processo com desafios muito grandes a serem
enfrentados diante dos resíduos gerados durante o processo de reciclagem. No caso da
reciclagem das baterias de automóveis, por exemplo, primeiro os componentes das
baterias (plástico e metal) são separados hidraulicamente. Depois, o metal é fundido.

Ao longo desse trabalho, ocorrem emissões de gases e efluentes, ambos contaminados


com o chumbo. Muito tem-se desenvolvido para reduzir ao máximo essas
contaminações e minimizar o impacto desse processo. Também ocorre a geração de
escória ao longo do processo. Estima-se que de cada tonelada de metal reaproveitada
são gerados cerca de 150 a 300 kg de resíduo sólido contaminado com chumbo. Uma
das opções que se tem pensado como solução para este segundo caso é o uso deste
resíduo no lugar da brita após tratamento adicional de imobilização do metal.

Toxicologia
Vias de exposição

As principais vias de exposição são a oral, inalatória e cutânea. A ingestão é a principal


via de exposição para a população em geral, sendo especialmente importante nas
crianças. No caso da exposição ocupacional a via de maior importância é a inalação.
Contudo, os efeitos tóxicos são os mesmos, qualquer que seja a via de exposição. A via
cutânea tem apenas um papel importante na exposição ao chumbo orgânico. Outra via
de exposição que pode influenciar os níveis de chumbo na corrente sanguínea é a
endógena. Uma vez absorvido, o chumbo pode ser armazenado no tecido mineralizado
(ossos e dentes) por longos períodos. Quando há necessidades de cálcio esse chumbo
pode ser novamente libertado na corrente sanguínea; isto acontece sobretudo na
gravidez, lactação e osteoporose e é especialmente perigoso para o feto em
desenvolvimento.

Toxicocinética

A absorção do chumbo depende do estado físico e químico do metal e é influenciada


pela idade, estado fisiológico e nutricional e factores genéticos. Nos adultos, 5 a 15% do
chumbo ingerido é absorvido no tracto gastrointestinal, enquanto nas crianças essa
absorção pode ultrapassar os 50%. A absorção de partículas de chumbo após inalação
envolve a deposição das partículas no tracto respiratório e a sua absorção e libertação
para a circulação. A via de absorção tem pouco efeito na distribuição do chumbo. O
chumbo absorvido é transportado pelo sangue e distribuído por três compartimentos:

 Sangue;
 Tecidos mineralizados (ossos e dentes);
 Tecidos moles (fígado, rins, pulmões, cérebro, baço, músculos e coração).

Mais de 90% do chumbo no sangue encontra-se nos glóbulos vermelhos. O tempo de


semi-vida do chumbo no sangue varia entre 28 a 36 dias. Os ossos e dentes dos adultos
contêm cerca de 94% da quantidade total de chumbo no organismo; nas crianças, esta
quantidade é de aproximadamente 73%. As maiores acumulações de chumbo nos
tecidos moles encontram-se no fígado e rins. O tempo de semi-vida do chumbo nos
tecidos moles é de 40 dias. O chumbo orgânico pode ser metabolizado a chumbo
inorgânico pelo sistema hepático citocromo P450. O chumbo inorgânico não é
metabolizado, no entanto pode sofrer conjugação com a glutationa. Aproximadamente
90% do chumbo é eliminado pelas fezes antes de ser absorvido. O chumbo absorvido é
excretado pela urina (76%), bile (25-30%), fezes (16%), cabelos, unhas e suor (8%),
independentemente da via de exposição. Geralmente a excreção do chumbo é
extremamente lenta o que favorece a sua acumulação no organismo.

Mecanismos de toxicidade

Dos vários órgãos afectados pelo chumbo o mais importante é o sistema nervoso central
(SNC). Muita da sua toxicidade no SNC pode ser atribuída à alteração de enzimas e
proteínas estruturais, mas existem outros alvos. O chumbo é um cátion (catião)
divalente que se liga aos grupos sulfidrilo das proteínas e interfere com a formação da
mielina, a integridade da barreira hematoencefálica, a síntese de colagénio e a
permeabilidade vascular. Em doses elevadas pode levar a edema e hemorragia cerebrais.
No cérebro, o cálcio é um componente crítico de numerosas funções bioquímicas e
metabólicas e o chumbo tem a capacidade de mimetizar e competir com o cálcio
alterando essas funções: bloqueia a entrada de cálcio para os terminais nervosos, inibe
as ATPases do cálcio, sódio e potássio, afectando o transporte membranar, inibe a
utilização de cálcio pelas mitocôndrias diminuindo a produção de energia essencial às
funções cerebrais e interfere com os receptores do cálcio acoplados a segundos
mensageiros. Normalmente o cálcio induz uma mudança conformacional na
calmodulina, convertendo-a na sua forma activa; o chumbo activa de forma
inapropriada a calmodulina, podendo alterar as vias relacionadas com o cAMP. O
chumbo activa a proteocinase C, a qual está envolvida em muitos processos importantes
para a transmissão sináptica como a síntese de neurotransmissores, interacções ligando-
receptor e ramificação dendrítica.

O chumbo induz uma anemia microcítica hipocrómica frequentemente observada em


crianças e que é morfologicamente semelhante à que resulta da deficiência em ferro.
Esta anemia resulta de dois factores: diminuição do tempo de semi-vida dos eritrócitos e
inibição da síntese do heme. A diminuição do tempo de semivida dos eritrócitos deve-se
possivelmente ao aumento da fragilidade mecânica das membranas celulares. O chumbo
é um potente inibidor da enzima ácido delta aminolevulínico desidratase (ALA-D), da
coproporfirinogénio oxidase e da ferroquelatase, enzimas que catalizam,
respectivamente, o segundo, sexto e último passos da biossíntese do heme.A inibição de
ALA-D aumenta os níveis do ácido delta aminolevulínico (ALA-U) na urina. A ALA-D
é uma enzima octamérica contendo zinco que catalisa a condensação de duas moléculas
do ácido 5-aminolevulínico (ALA) numa molécula de monopirrol porfobilinogénio
(PBG). O chumbo desloca o zinco do local activo da enzima. A inactivação da ALAD
resulta na acumulação do ALA, responsável por um efeito neuropatogénico ao actuar
como agonista dos receptores GABA no SNC (diminui a libertação de GABA por
inibição pré-sináptica). A ALAD, que é codificada por um gene localizado na região
cromossómica 9q34, é uma enzima polimórfica com dois alelos, ALAD1 e ALAD2. Da
expressão dos genes da ALAD1 e ALAD2 resultam três fenótipos diferentes: ALAD1-
1, 1-2 e 2-2. Em alguns estudos verificou-se que os indivíduos com o fenótipo 1-2 ou 2-
2 exibiam níveis sanguíneos de chumbo mais elevados do que os indivíduos
homozigóticos para o alelo ALAD1. Estas evidências sugerem que a ALAD2 é
determinante para aumentar a susceptibilidade à toxicidade do chumbo. O chumbo inibe
a pirimidina 5’ nucleotidase resultando numa acumulação de nucleótidos e consequente
hemólise e anemia.

Nas células o chumbo liga-se a uma variedade de proteínas, algumas das quais têm sido
implicadas na sua toxicidade. A formação de corpos de inclusão intranucleares no
túbulo proximal renal é uma das características da nefrotoxicidade do chumbo. Outra
dessas características é a alteração da estrutura das mitocôndrias das células do túbulo
proximal renal. O chumbo entra na mitocôndria como substrato do transportador de
cálcio, interferindo com o metabolismo energético e favorecendo a formação de radicais
livres que levam ao stress oxidativo. Por promover a abertura do poro de
permeabilidade transitória leva à libertação do citocromo C para o citoplasma activando
a morte celular por apoptose.

Efeitos tóxicos

O chumbo é um dos mais perigosos metais tóxicos pela quantidade e severidade dos
seus efeitos. É classicamente uma toxina crónica, sendo observados poucos efeitos após
uma exposição aguda a níveis relativamente baixos. Pode ter efeitos no sangue, medula
óssea, sistema nervoso central e periférico e rins, resultando em anemia, inapetência
(anorexia), encefalopatia, dores de cabeça; dificuldade de concentração e memorização,
depressão, tonturas, sonolência, fadiga, irritabilidade, cólicas abdominais e dores
musculares, dores nos ossos e articulações, insuficiência renal e hipertensão; é tóxico
para a reprodução e desenvolvimento humanos. A exposição das crianças, mesmo a
níveis baixos de chumbo, pode ao longo do tempo provocar redução do QI, dificuldades
de aprendizagem ou problemas de comportamento. As mulheres grávidas devem ter
especial cuidado porque o feto em desenvolvimento é muito sensível aos efeitos da
exposição ao chumbo. Chumbo inorgânico ataca com maior violência os ossos,
enquanto o chumbo orgânico, por ser mais lipossolúvel que o anterior, causa distúrbios
de ordem neurológica. O aumento no chumbo no sangue é progressivo e lento, sendo
que não é normal aumentos com mais de 40% de diferença em um período inferior a 30
dias, podendo neste caso caracterizar contaminação por ingestão direta. Na instrução
normativa Nº 15, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2000 do INSS, é citado que cessada a
exposição os níveis de chumbo no sangue tendem a cair e normalizar em no máximo 6
meses.[1]

Limites Máximos de Tolerância de chumbo em alimentos


Alimento In natura (mg/kg) Industrializado (mg/kg)
Aves 0,20 1,00
Carnes 0,50 1,00
Pescado 2,00 2,00
Ovos 0,10 0,20
Bulbos 0,50 0,50
Raízes e tubérculos 0,50 0,50
Oleaginosas 0,20 0,20
Chocolate não adoçado - 2,00
Café torrado e moído - 1,00
Alimento infantil - 0,20

Cádmio
Cádmio
Prata ← Cádmio → Índio
Zn
↑ 48 Cd
Cd

Hg
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência

cinza prateado metálico

Barra de cristal de cádmio de pureza 99,999%.

O cádmio é um elemento químico de símbolo Cd de número atômico 48 (48 prótons e


48 elétrons) e de massa atómica igual a 112,4 u. À temperatura ambiente, o cádmio
encontra-se no estado sólido.

Está situado no grupo 12 (2 B) da classificação periódica dos elementos. É um metal


branco azulado, relativamente pouco abundante. É um dos metais mais tóxicos, apesar
de ser um elemento químico essencial, necessário em quantidades muito pequenas,
entretanto, sua função biológica não é muito clara. Normalmente é encontrado em minas
de zinco, sendo empregado principalmente na fabricação de pilhas. Foi descoberto em
1817 por Friedrich Strohmeyer.

Características principais
O cádmio é um metal branco azulado, dúctil e maleável. Pode-se cortá-lo facilmente
com uma faca. Em alguns aspectos é similar ao zinco.

A toxicidade que apresenta é similar a do mercúrio; possivelmente se liga a resíduos de


cisteína. A metalotioneina, que apresenta resíduos de cisteína, se liga seletivamente com
o cádmio.

Seu estado de oxidação mais comum é o +2. Pode apresentar o estado de oxidação +1,
mas que é muito instável.

Aplicações
 Aproximadamente 75% do cádmio produzido é empregado na fabricação de
baterias, especialmente nas baterias de níquel-cádmio.
 25% é empregado em galvanoplastia ( como revestimento ).
 Alguns sais são utilizados como pigmentos. Por exemplo, o sulfato de cádmio é
empregado como pigmento amarelo.
 É usado em algumas ligas metálicas de baixo ponto de fusão (ligas de Newton e
Wood, principalmente).
 Devido ao seu baixo coeficiente de fricção é muito resistente a fadiga, sendo
utilizado em ligas para almofadas.
 Muitos tipos de solda contém este metal.
 Em barras de controle em fissão nuclear.
 Alguns compostos fosforescentes de cádmio são empregados em televisores.
 É empregado em alguns semicondutores.
 Alguns compostos de cádmio são empregados como estabilizantes de plásticos
como, por exemplo, no PVC.

História
O cádmio (do latim, cadmia, e do grego kadmeia, que significa "calamina", o nome que
recebia antigamente o carbonato de zinco) foi descoberto na Alemanha em 1817 por
Friedrich Strohmeyer, observando que algumas amostras de calamina com impurezas
mudavam de cor quando aquecidos, o que não ocorria com a calamina pura. O novo
elemento, cádmio, foi encontrado como impureza neste composto de zinco. Durante uns
cem anos a Alemanha foi o principal produtor deste metal.
Na Conferência Internacional de Pesos e Medidas ocorrida em 1927 se redefiniu o
metro segundo uma linha espectral do cádmio. Entretanto, esta definição foi mudada
posteriormente.

Abundância e obtenção
O cádmio é um elemento escasso na crosta terrestre. As reservas são difíceis de serem
encontradas e existem em pequenas quantidades. Nos minerais normalmente é
substituído pelo zinco devido à semelhança química. O cádmio é geralmente obtido
como subproduto da obtenção do zinco. É separado do zinco pela precipitação com
sulfatos ou mediante destilação. Geralmente o zinco e o cádmio estão nos minerais na
forma de sulfetos que queimados originam uma mistura de óxidos e sulfatos, e o cádmio
é separado aproveitando-se a maior facilidade que apresenta para sofrer redução.

O mineral mais importante de zinco é a esfalerita, (Zn, Fe)S, semelhante ao mineral de


cádmio denominado greenockita ou grinoquita, CdS. O cádmio, além de ser obtido da
mineração e metalurgia do sulfeto de zinco, também é obtido, em menor quantidade, das
de chumbo e cobre. Existem outras fontes secundárias de obtenção do cádmio, uma
delas é a partir de sucatas recicladas de ferro e aço, donde se obtém aproximadamente
10% do cádmio consumido.

O cádmio é um elemento encontrado de forma natural na crosta terrestre. É um metal


macio com um brilho muito semelhante ao da prata, porém dificilmente encontrado na
forma elementar. Em geral, este metal é encontrado ligado a outros elementos, tais
como oxigênio, cloro ou enxofre, formando compostos. Todos estes compostos são
sólidos estáveis que não se evaporam. Somente o óxido de cádmio é encontrado na
atmosfera na forma de pequenas partículas.

Uma grande parte do cádmio utilizado com fins industriais é obtido como produto da
fundição de rochas que contêm zinco, cobre ou chumbo. O cádmio apresenta várias
aplicações industriais, porém é frequentemente usado para a produção de pigmentos,
pilhas elétricas e plásticos.

Pequenas quantidades de cádmio são encontradas naturalmente no ar, na água, no solo e


nos alimentos. Para a maioria das pessoas, a comida é a principal fonte de exposição ao
cádmio porque muitos alimentos tendem a absorve-lo e retê-lo. As plantas absorvem
este elemento principalmente do solo e da água.

Toxicidade do cádmio
O cádmio é um metal pesado que produz efeitos tóxicos nos organismos vivos, mesmo
em concentrações muito pequenas.

A exposição ao cádmio nos humanos ocorre geralmente através de duas fontes


principais: a primeira é por via oral (por água e ingestão de alimentos contaminados), e
a segunda por inalação. Os fumantes são os mais expostos ao cádmio porque os cigarros
contêm este elemento.
Alguns órgãos vitais são alvos da toxicidade do cádmio. Em organismos intensamente
expostos, o cádmio ocasiona graves enfermidades ao atuar sobre estes órgãos. Existem
actualmente algumas descrições de possíveis mecanismos de toxicidade do cádmio,
entretanto, o modo real pelo qual este elemento age como agente tóxico tem sido pouco
estudado.

A aplicação de certos fertilizantes ou de excrementos de animais no solo destinado ao


cultivo de alimentos pode aumentar o nível de cádmio que, por sua vez, causa um
aumento no nível deste elemento nos produtos cultivados. O cádmio não é encontrado
em quantidades preocupantes na água, entretanto pode ser contaminada quando flui
através de encanamentos soldados com materiais que contêm este metal ou quando entra
em contato com lixos químicos.

A fonte mais importante de descarga do cádmio para o meio ambiente é através da


queima de combustíveis fósseis (como carvão e petróleo) e pela incineração de lixo
doméstico. O cádmio também contamina o ar quando se fundem rochas para extrair
zinco, cobre ou chumbo. Trabalhar ou viver à proximidade de uma destas fontes
contaminantes pode resultar numa exposição significativa ao cádmio.

Fumar é outra importante fonte de exposição ao cádmio. Como as demais plantas, o


tabaco contém cádmio que é inalado pelo fumante. Muitos fumadores contêm o dobro
de cádmio em seus organismos comparado aos não fumadores.

O cádmio entra na corrente sanguínea por absorção no estômago ou nos intestinos logo
após a ingestão do alimento ou da água, ou por absorção nos pulmões após a inalação.
Muito pouco cádmio entra no corpo através da pele. Usualmente só é absorvido pelo
sangue aproximadamente 1 a 5% do cádmio ingerido por via oral, entretanto é
absorvido de 30 a 50% quando inalado.

Um fumador que consome um maço de cigarros por dia pode absorver, durante esse
tempo, quase o dobro de cádmio absorvido por um não fumador.

De qualquer forma, uma vez que o cádmio é absorvido é fortemente retido, inclusive
baixas doses deste metal podem constituir um nível significativo no organismo se a
exposição se prolonga durante um longo período de tempo.

Um vez absorvido, o cádmio é transportado pela corrente sanguínea até o fígado, onde
se une a uma proteína de baixo peso molecular. Pequenas quantidades desse complexo
proteína-cádmio passam continuamente do fígado para a corrente sanguínea, para ser
transportado até os rins e filtrado através dos glomérulos, para posteriormente ser
reabsorvido e armazenado nas células tubulares dos rins. Este último órgão excreta de 1
a 2% do cádmio obtido diretamente das fontes ambientais. A concentração do metal nos
rins é aproximadamente 10 mil vezes mais alta que a da corrente sanguínea. A excreção
fecal do metal representa uma mínima quantidade do cádmio não absorvido no sistema
gastrointestinal. Por outro lado, se estima que a vida biológica do cádmio nos humanos
varia de 13 a 40 anos.

Não se sabe que o cádmio tenha algum efeito benéfico, porém pode causar alguns
efeitos adversos para a saúde. Embora as exposições prolongadas sejam extremamente
raras atualmente, a ingestão de altas doses é causa de severas irritações no estômago
provocando vômitos e diarreias, e sua inalação causa graves irritações nos pulmões.

Causam maior preocupação os efeitos a baixas exposições durante muito tempo. Alguns
efeitos de vários níveis e durações de exposição são os seguintes:

 Em pessoas que têm sido expostas a um excesso de cádmio através da dieta ou


pelo ar se têm observado danos nos rins. Esta enfermidade renal normalmente
não é mortal, porém pode ocasionar a formação de cálculos e seus efeitos no
sistema ósseo se manifestam através de dor e debilidade.
 Em trabalhadores de fábricas, onde o nível de concentração de cádmio no ar é
alta, têm sido observados severos danos aos pulmões, tais como enfisema
pulmonar.
 Em animais expostos durante muito tempo ao cádmio por inalação, se tem
observado o aparecimento de câncer de pulmão. Estudos em seres humanos
também sugerem que uma inalação prolongada de cádmio pode resultar num
aumento do risco de contrair câncer pulmonar, como no caso dos fumantes. Não
há evidências de que a ingestão de cádmio por via oral possa causar câncer.
 Também tem sido observada uma alta pressão arterial em animais expostos ao
cádmio, embora se desconheça a importância da exposição a este metal na
hipertensão humana.
 Outros tecidos também são danificados por exposição ao cádmio em animais ou
humanos, incluindo o fígado, os testículos, o sistema imunológico, o sistema
nervoso e o sangue. Efeitos na reprodução e no desenvolvimento têm sido
observados em animais expostos ao cádmio, porém não foram verificados ainda
nos seres humanos.

É importante tomar medidas preventivas para regular as descargas de cádmio ao


ambiente. Assim mesmo, devem-se proteger as pessoas que por outros motivos estejam
expostas a este metal. Também deve-se considerar aumentar a informação acerca do
cádmio para a população em geral.

Apesar de serem claras as evidências da toxicidade do cádmio, não foram realizados


estudos formais acerca das consequências reais que tem a ação deste metal sobre os
organismos vivos, especialmente no humano. É possível que alguns dos nossos males,
tais como câncer, enfermidades renais, hepáticas, pulmonares e outras, estejam ligados
com a exposição prolongada ao cádmio. A pesquisa ajudaria a aprofundar o
conhecimento sobre os mecanismos básicos que determinam os danos causados por este
metal, permitindo um maior conhecimento da sua toxicidade e o possível tratamento.

Mercúrio (elemento químico)


Ouro - Mercúrio - Tálio
Cd

Hg
Cn

tabela periódica

Geral
Nome, símbolo, número Mercúrio, Hg, 80
Classe, série química metal , metal de transição
Grupo, período, bloco 12, 6 , d
Densidade, dureza 13579,04 kg/m³, 1,5
Branco prateado

Cor e aparência

Mercúrio é um metal líquido à temperatura ambiente, conhecido desde os tempos da


Grécia Antiga. Também é conhecido como hidrargírio[1], hidrargiro[2], azougue[3] e
prata-viva, entre outras denominações. Seu nome homenageia o deus romano
Mercúrio, que era o mensageiro dos deuses. Essa homenagem é devida à fluidez do
metal. O símbolo Hg vem do latim "hydrargyrum" que significa prata líquida.

O mercúrio é um elemento químico de número atômico 80 (80 prótons e 80 elétrons) e


massa atómica 200,5 u. É um dos seis elementos que se apresentam líquidos à
temperatura ambiente ou a temperaturas próximas. Os outros elementos são os metais
césio, gálio, frâncio e rubídio e o não metal bromo. Dentre os seis apenas o mercúrio e o
bromo são líquidos nas Condições Padrão de Temperatura e Pressão.

O mercúrio pertence ao grupo (ou família) 12 (anteriormente chamada 2B) e faz parte
da classe dos metais de transição. Tal grupo é ainda chamado família do zinco, na tabela
periódica.

Normalmente utilizado em instrumentos de medidas (termômetros e barômetros),


lâmpadas fluorescentes e como catalisador em reações químicas.

Características gerais
É um líquido prateado que na temperatura normal é metal e inodoro. Não é um bom
condutor de calor comparado com outros metais, entretanto é um bom condutor de
eletricidade. Estabelece liga metálica facilmente com muitos outros metais como o ouro
ou a prata produzindo amálgamas. É insolúvel em água e solúvel em ácido nítrico.
Quando a temperatura é aumentada transforma-se em vapores tóxicos e corrosivos mais
densos que o ar. É um produto perigoso quando inalado , ingerido ou em contato,
causando irritação na pele, olhos e vias respiratórias. É compatível com o ácido nítrico
concentrado, acetileno, amoníaco, cloro e com outros ametais.

História
Descoberto ainda na Grécia antiga, foi um dos primeiros elementos estudados e tem
sido de interesse para os estudantes de química desde os dias da alquimia até a
atualidade. Pode ser usado em termômetros, barômetros, lâmpadas, medicamentos,
espelhos, detonadores, corantes e outros.

Em grego, hydro significa "água" e argyros era o nome grego da "prata". Os romanos
latinizaram o nome para hidrargirium. E como os símbolos químicos são dados pela
inicial maiúscula (e uma segunda letra em minúsculo para diferenciação) do nome em
latim, seu símbolo ficou sendo Hg (para não confundir com o símbolo do hidrogênio,
H).

Formas físico-químicas
O mercúrio, está presente em diversas formas (Hg metálico, orgânico, inorgânico) e
pode encontrar-se em três estados de oxidação (0, +1, +2), em geral facilmente
interconversíveis na natureza. Tanto os humanos, como os animais estão expostos a
todas as formas através do ambiente.

O mercúrio metálico ou elementar, no estado de oxidação zero (Hg0) existe na forma


líquida à temperatura ambiente, é volátil e liberta um gás monoatómico perigoso: o
vapor de mercúrio. Este é estável, podendo permanecer na atmosfera por meses ou até
anos, revelando-se, deste modo, muito importante no ciclo do mercúrio, pois pode
sofrer oxidação e formar os outros estados: o mercuroso, Hg+1, quando o átomo de
mercúrio perde um elétron e o mercúrico, Hg+2, quando este perde dois elétrons.

Quando se combina com elementos como o cloro, enxofre ou oxigénio, obtêm-se os


compostos de mercúrio inorgânico, também designados como sais de mercúrio (sais
mercurosos e mercúricos). Por outro lado, se um átomo de mercúrio se liga
covalentemente, a pelo menos um átomo de carbono, dá origem a compostos de
mercúrio orgânico (metilmercúrio, etilmercúrio, fenilmercúrio).

Ocorrência e obtenção
A jazida mais importante de mercúrio é o cinábrio cujas maiores reservas minerais são
encontradas na Espanha, nas minas de Almadén.

O mercúrio pode estar associado com hidrocarbonetos gasosos e líquidos (petróleo,


betumes) e também com jazidas de carvão mineral. É um elemento de origem profunda
(manto terrestre) que possivelmente ascende na forma de metil ou dimetil mercúrio.
Também possui relação com gás hélio. Nos depósitos vulcanogênicos, quando há
disponibilidade de enxofre pode precipitar como sulfeto de mercúrio (HgS) que é o
cinábrio.

Outra forma de obtenção de Mercúrio se dá por ustulação do sulfeto ou cinábrio. Nesta


reação, o enxofre do mineral se oxida a SO2 e o metal livre se conduz a grandes
condensadores metálicos refrigerados com água. Os depósitos de mercúrio são de
origem relativamente recente, mas aparecem em rochas de todas as idades.

Vias de exposição

Termômetro de mercúrio

O mercúrio metálico ou elementar, no estado de oxidação zero (Hg0), existe na forma


líquida à temperatura ambiente, é volátil e liberta um gás monoatómico: o vapor de
mercúrio. Este é quimicamente estável, podendo permanecer na atmosfera por um longo
período de tempo, onde sofre oxidação e origina os compostos inorgânicos (compostos
mercurosos e mercúricos).

O vapor de mercúrio presente na atmosfera é, eventualmente, convertido na forma


solúvel em água e retorna à superfície terrestre nas águas da chuva. A partir daqui duas
importantes mudanças químicas podem ocorrer. O metal pode ser reduzido novamente a
vapor de mercúrio e retorna à atmosfera ou pode ser metilado pelos micro-organismos
presentes nos sedimentos da água, incluindo a água doce ou do mar.

A principal fonte de mercúrio (na forma de vapor de mercúrio) na atmosfera é o


desgaste natural da crosta terrestre.

O mercúrio metálico, na sua forma volátil, está presente na atmosfera e na água de


beber e aqui os seus níveis são tão baixos que a exposição humana é negligenciável.
Desta forma, as duas principais vias de exposição humana por inalação são a
ocupacional (essencialmente a exposição crónica) e através de amálgamas dentárias.

A amálgama dentária é constituída por uma mistura de metais geralmente nas


proporções de 50% de mercúrio metálico, 35% de prata, 9% estanho, 6% de cobre e
vestígios de zinco. Deste modo, é inserida nos dentes para cobrir os espaços vazios
resultantes de cáries e adquire uma estrutura sólida em 30 minutos. Neste caso, a
exposição ao mercúrio deve-se à libertação de pequenas partículas da amálgama por
processos vulgares como a corrosão, a mastigação e a fragmentação. Esse mercúrio vai
ser então inalado como vapor de mercúrio ou deglutido dissolvido na saliva. Contudo,
não foi provado qualquer efeito adverso para a saúde que provenha das amálgamas,
encontrando-se apenas casos raros de alergia.
Como fontes antropogénicas encontramos geradores de electricidade a carvão, ETARs,
refinarias, fábricas de adubos, lâmpadas de vapor de mercúrio, pilhas e extracção do
ouro. Por outro lado, cerca de 2000 a 3000 toneladas são libertadas anualmente para a
atmosfera devido a actividades humanas, onde os incineradores de resíduos hospitalares
e urbanos contribuem com cerca de 50% das emissões de mercúrio total para o ar.

Certos rituais religiosos e étnicos em que se usam o mercúrio líquido também podem
levar à libertação de vapor de mercúrio.

Riscos à saúde
Geralmente quem foi intoxicado pelo vapor do mercúrio pode apresentar sintomas como
dor de estômago, diarreia, tremores, depressão, ansiedade, gosto de metal na boca,
dentes moles com inflamação e sangramento na gengiva, insônia, falhas de memória e
fraqueza muscular, nervosismo, mudanças de humor, agressividade, dificuldade de
prestar atenção e até demência. Mas pode contaminar-se também através de ingestão.
No sistema nervoso, o produto tem efeitos desastrosos, podendo dar causa a lesões leves
e até à vida vegetativa ou à morte, conforme a concentração.

Polêmicas sobre Autismo

Em 1999, o médico Andrew Wakefield publicou o artigo MMR vaccination and autism,
estabelecendo uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo[4]. Diversos
estudos médicos foram conduzidos desde então a fim de se comprovar ou não essa
relação, sendo que não houve evidências nesses novos estudos acerca dessa hipótese.
Em 2010, o Conselho Médico Geral britânico considerou que o dr. Wakefield agiu de
maneira antiética e desonesta ao vincular a vacina tríplice ao autismo. Ainda de acordo
com o Conselho Médico Geral britânico, a sua conduta trouxe má reputação à profissão
médica depois que ele coletou amostras de sangue de jovens na festa de aniversário de
seu filho pagando-lhes £5. Considera-se também que o sarampo tenha ressurgido no
Reino Unido devido ao receio dos pais em aplicarem a vacina trípice em seus filhos: as
taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença tornaram-se
comuns[5]. Outra corrente acusa a influente indústria farmacêutica de fazer lobby para
"abafar" essa informação[6].

Compostos
Os sais mais importantes são:

 Fulminato (Hg(CNO)2): usado como detonante. É muito corrosivo e altamente


venenoso.
 Cloreto de mercúrio (I) ou calomelano (Hg2Cl2): composto branco, pouco
solúvel em água. Tem-se usado como purgante, anti-helmíntico e diurético, e o
cloreto de mercúrio (II), ou sublimado corrosivo, empregado como
desinfetante. Foi o primeiro remédio eficaz contra a sífilis.
 Sulfeto de mercúrio ou cinábrio (HgS): mineral de cor vermelho púrpura,
translúcido, utilizado em instrumental científico, aparatos elétricos, ortodontia,
etc.
 Timerosal (COO-Na+(C6H4)(S-Hg-C2H6)): usado como agente bacteriostático
análogo ao merthiolate.
 Mercúrio vermelho. Provavelmente usado na fabricação de bombas sujas.

Aplicações
Seu uso mais antigo, desconsiderando a sua aplicação na mineração do ouro e da prata,
foi na fabricação de espelhos, ainda usado atualmente. Também é utilizado em
instrumentos de medidas (termômetros e barômetros), lâmpadas fluorescentes e como
catalisador em reações químicas. É utilizado na indústria de explosivos e em
odontologia como elemento principal para obturação de dentes. Atualmente foi
substituído nos tratamentos dentários pelo bismuto que apresenta propriedades
semelhantes, porém ligeiramente menos tóxico.

Também apresenta aplicações em medicina através do mercoquinol


(oxiquinolinsulfonato de mercúrio) e do hidrargirol (parafeniltoniato ou
parafenolsulfonato de mercúrio), este último como anti-séptico, assim como outros
compostos de mercúrio: hidrargol, hidrargiroseptol, iodeto mercúrico, cloroiodeto
mercúrico, mercuriol, entre outros.

O mais importante de todos os usos modernos para o mercúrio está na fabricação de


instrumentos para laboratórios. Estes instrumentos fazem uso das suas mais diversas
propriedades físicas, tais como peso específico, fluidez, condutividade elétrica, grande
coeficiente de dilatação além da sua facilidade de purificação. Entre os intrumentos,
destaca-se na fabricação de termômetros, eletrodos, barômetros, instrumentos para
medir pressão do sangue e como catalisador (células de mercúrio para solda eletrolítica;
em energia atômica).

Precauções
O mercúrio é transportado no estado líquido, código do A.D.R.: 8,66,c. Deve ser
armazenado em locais frios, secos, bem ventilados, protegido da radiação solar e de
fontes de calor e ignição. Deve estar fora do contato de ácido nítrico concentrado,
acetileno, amoníaco e cloro. Deve ser guardado em recipientes resistentes a corrosão e
fechados hermeticamente. Pode ser armazenado em recipientes de aço inoxidável,
plásticos, vidro e porcelana. Deve ser evitado armazená-lo em recipientes de chumbo,
alumínio, cobre, estanho e zinco.

O mercúrio armazenado deve estar etiquetado com as frases R: R 23 ("Tóxico por


inalação") e R 33 ("Perigo de efeitos acumulativos"). Também deve conter as frases S:
S 1/2 ("Conserve sob chave e manter fora do alcance de crianças"), S 7 ("Manter o
recipiente bem lacrado") e S 45 ("Em caso de acidente ou mal-estar, chame
imediatamente o médico (se possível mostre-lhe a etiqueta)").

Em caso de acidente, os primeiros socorros são:

 Inalação: transladar a vítima para o ar fresco. Buscar auxílio médico.


 Contato com a pele. Retirar a roupa contaminada. Lavar a área afetada com água
e sabão. Buscar auxílio médico.
 Contato com os olhos: Lavar imediatamente os olhos com água. Buscar auxílio
médico.
 Ingestão: Enxaguar a boca com água. Buscar auxílio médico.

Toxicologia
As intoxicações por mercúrio apresentam uma graduação de efeitos proporcionais a sua
ingestão e/ou acumulação.

As intoxicações mesmo leves por mercúrio caracterizam-se por causar anemia,


anorexia, depressão, dermatite, fadiga, dores de cabeça, hipertensão, insônia, torpor,
irritabilidade, tremores, fraqueza, problemas de audição e visão.

Intoxicações mais severas podem levar a inúmeros problemas neurológicos graves,


inclusive paralisias cerebrais.

As enfermidades ou lesões associadas ao mercúrio recebem a denominação de:


hidrargirismo ou mercurialismo e hidrargiria.

Mecanismo de toxicidade
O mercúrio geralmente é uma toxina protoplásmica. A patofisiologia da toxicidade do
mercúrio é diretamente relacionada com a sua ligação covalente aos grupos tiol das
diferentes enzimas celulares nos microssomas e na mitocôndria, o que leva à
interrupção do metabolismo e da função celular. Como as proteínas que têm grupos tiol
existem tanto nas membranas extracelulares, como nas intracelulares e ainda nas
organelas e, uma vez que estes grupos representam uma parte integral na estrutura ou
função da maioria das proteínas, o alvo exacto para o mercúrio não é facilmente
determinado, isto se realmente houver um alvo específico.

O órgão mais vulnerável é o sistema nervoso central (SNC), mas o sistema renal e o
sistema pulmonar também são susceptíveis à toxicidade.

De entre os possíveis mecanismos de toxicidade podemos enumerar a inactivação de


várias enzimas, proteínas estruturais ou processos de transporte, ou alteração da
permeabilidade da membrana celular pela formação de mercaptides. O mercúrio tem
também afinidade, embora inferior, para se ligar aos grupos carboxilo, amida, amina e
fosforilo das enzimas o que contribui para a sua toxicidade.

Tem sido investigado uma variedade de alterações induzidas pelo mercúrio, incluindo o
aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica, inibição da polimerização e
formação dos microtúbulos, interrupção da síntese de proteínas, paragem da replicação
do DNA e interferência na actividade da DNA polimerase e na fosforilação-
desfosforilação, defeito na transmissão sináptica, rompimento da membrana,
desregulação do sistema imunitário e mudança na homeostase do cálcio. Estas
alterações podem ocorrer individualmente ou em conjunto.

O mercúrio origina uma depleção dos níveis de glutationa, superóxido dismutase,


catalase e glutationa peroxidase, o que confere uma menor protecção das células
relativamente ao fenómeno de stress oxidativo. Além disso, através das alterações no
estado dos tióis intracelulares, o mercúrio pode induzir a peroxidação lipídica, disfunção
mitocondrial e mudanças no metabolismo do grupo heme.

O HgCl2 pode causar a despolarização da membrana interna mitocondrial, com


consequente aumento na formação de H2O2. Estes acontecimentos estão ligados à
depleção de glutationa mediada pelo Hg2+ e com a oxidação do nucleótido piridina, o
que leva a uma condição de stress oxidativo caracterizado pelo aumento da
susceptibilidade da membrana mitocondrial à peroxidação lipídica, dependente do ferro.
Sabe-se também que as alterações provocadas pelo mercúrio na homeostase
mitocondrial do cálcio podem exacerbar o stress oxidativo induzido pelo Hg2+ nas
células renais. Como resultado do aumento da formação radicais livres e da peroxidação
lipídica, o dano oxidativo no rim pode originar numerosas mudanças bioquímicas,
incluindo a excreção em excesso de porfirinas na urina (porfirinúria).

A interacção sinérgica entre as mudanças na homeostase intracelular do cálcio e o


estado dos tióis intracelulares, culmina em peroxidação lipídica, activação da proteólise
dependente do Ca2+, activação da endonuclease e hidrólise dos fosfolípidos.

Tratamento

Os agentes quelantes são usados farmacologicamente no tratamento de toxicidade com


metais pesados. Os quelantes são moléculas que se ligam fortemente numa estrutura em
anel aos metais. Um bom quelante clínico deve ter baixa toxicidade, ligar-se
preferencialmente aos metais pesados com uma grande constante de estabilidade e ter
uma taxa de excreção mais elevada do que os ligandos endógenos, assim favorecendo a
rápida eliminação do metal tóxico.

DMPS e DMSA são agentes quelantes ditiol usados no tratamento de toxicidade de


mercúrio. O DMPS não está aprovado pelo FDA para qualquer uso clínico. Contudo
está a ser utilizado para tratar a toxicidade provocada pelo mercúrio. O DMSA está
aprovado para uso pediátrico, no tratamento de toxicidade por chumbo.

DMPS - 2,3-dimercaptopropanossulfato de sódio

O DMPS foi aprovado como fármaco pela União Soviética em 1958, mas não estava
disponível no Ocidente até por volta de 1978. Este é um ditiol solúvel em água. Tem
sido utilizado no tratamento de envenenamento por arsénio, chumbo, mercúrio e cádmio
e também na doença de Wilson. Como formas de administração temos a forma oral e a
intravenosa e, é biotransformado nos humanos em dissulfureto acíclico e cíclico.

Foi primeiramente assumido que o DMPS se ligava ao mercúrio na razão 1:1. No


entanto, estudos de espectrometria de absorção de raio-X demonstraram que essa
estrutura não era possível. Assim teriam de ser formadas estruturas mais complexas
usando pelo menos duas moléculas de DMPS e dois átomos de mercúrio.
Em caso de intoxicação recente, como primeira medida a ser realizada, deve-se realizar
uma lavagem gástrica , usando-se água albuminosa ou leite de magnésia. Dar laxante e
eméticos.Pode-se usar água morna com vomitivos(não para o caso de cloreto de
mercúrio(HgC12)por ser caustico.

DMSA - ácido meso-2,3-dimercaptossuccínico

O DMSA é administrado via oral, é rapidamente mas, incompletamente absorvido. Tem


sido usado para quelatar, entre outros metais, o chumbo, arsénio, cádmio e o mercúrio.
É extensivamente metabolizado, sendo excretado principalmente pela urina e em
pequenas quantidades pela bílis e pulmões.

Mais de 95% do DMSA no sangue encontra-se ligado às proteínas (principalmente


albumina) e mais de 90% deste excretado na urina está na forma de dissulfureto ligado à
L-cisteína.

Tal como o DMPS, pensava-se que o DMSA se ligava na razão de 1:1 com o mercúrio.
Todavia mais tarde descobriu-se que forma um complexo binuclear Hg2(DMSA)2 in
vitro. O DMSA não quelata o mercúrio no cérebro.

Os efeitos adversos do DMSA incluem desordens gastrointestinais, rash cutâneo e


sintomas gripais. Aconselha-se uma contagem de células sanguíneas completa durante a
terapia, uma vez que tem sido descrita neutropenia média a moderada em alguns
pacientes. A função renal e hepática deve ser analisada antes de começar o tratamento.

Contudo, considera-se o agente quelante DMPS menos tóxico.

Este fármaco tem um tempo de semivida de 3,2 horas e sabe-se que quelata os minerais
essenciais cobre e zinco. (.)(.)

Crômio
Crômio
Vanádio ← Crômio → Manganês

↑ 2 Cr
4
Cr

Mo
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Aparência

prateado metálico

O crômio/cromo (formas aceitas com predileção por crômio[1]PB ou crómioPE), do


grego χρώμα, pronunciado como "chróma", significando cor, é um elemento químico de
símbolo Cr, número atômico 24 (24 prótons e 24 elétrons) e massa atômica 52 u, Sólido
em temperatura ambiente.

É um metal encontrado no grupo 6 (6B) da Classificação Periódica dos Elementos,


empregado especialmente em metalurgia em processos denominados eletrodeposição.
Alguns de seus óxidos e cromatos são usados como corantes. Foi descoberto em 1797
por Louis Nicolas Vauquelin no mineral crocoíta encontrado na Rússia.

Características principais
O crômio é um metal de transição, duro, frágil, de coloração cinza semelhante ao aço. É
muito resistente à corrosão.

Seu maior estado de oxidação é +6, ainda que estes compostos sejam muito oxidantes.
Os estados de oxidação +4 e +5 são pouco frequentes, enquanto que os estados mais
estáveis são +2 e +3. Também é possível obter-se compostos nos quais o crômio
apresenta estados de oxidação mais baixos, porém são bastante raros
Aplicações
 O crômio é empregado principalmente em metalurgia para aumentar a
resistência à corrosão e dar um acabamento brilhante.
o Em ligas metálicas. O aço inoxidável, por exemplo, apresenta
aproximadamente 8% de crômio.
o Em processos de cromagem que é depositar sobre uma peça uma capa
protetora de crômio através da eletrodeposição. Também é utilizado em
anodizado de alumínio.
 Seus cromatos e óxidos são empregados em corantes e pinturas. Em geral, seus
sais são empregados, devido às suas cores variadas, como mordentes.
 O dicromato de potássio ( K2Cr2O7 ) é um reativo químico usado para a limpeza
de materiais de vidro de laboratório e em análises volumétricas.
 É comum o uso do crômio e de alguns de seus óxidos como catalisadores, por
exemplo, na síntese do amoníaco ( NH3 ).
 O mineral cromita ( Cr2O3·FeO ) é empregado em moldes para a fabricação de
ladrilhos, geralmente materiais refratários. Entretanto, uma grande parte de
cromita é empregada para obter o crômio ou em ligas metálicas.
 No curtimento de couros é comum empregar o denominado "curtido ao crômio",
sendo este o produto de maior consumo na curtição de couros e peles,
consistindo em utilizar o hidroxisulfato de crômio(III) ( Cr)(OH)( SO4 ) .
 Para preservar a madeira costuma-se utilizar substâncias químicas que se fixam
a ela, protegendo-a. Entre essas substâncias, aquela usada para proteger a
madeira é o óxido de crômio(VI) ( CrO3 ).
 Quando no coríndon ( α-Al2O3 ) se substituem alguns íons de alumínio por íons
de crômio, obtém-se o rubi. O rubi pode ser empregado, por exemplo, em
laseres.
 O dióxido de crômio ( CrO2 ) é usado para a produção do material magnético
empregado em fitas-cassetes para gravação de som, produzindo melhores
resultados do que aquelas com óxido de ferro ( Fe2O3 ), devido a sua maior
coercitividade.

História
Em 1761, Johann Gottlob Lehmann encontrou nos Urais (Rússia) um mineral de cor
laranja avermelhada que denominou de "chumbo vermelho da Sibéria". Esse mineral era
a crocoíta ( PbCrO4 ), e acreditou-se, na época, que era um composto de chumbo com
selênio e ferro.

Em 1770, Peter Simon Pallas escavou no mesmo lugar e encontrou o mineral,


verificando ser muito útil, devido às suas propriedades, como pigmento, em pinturas.
Essa aplicação como pigmento difundiu-se rapidamente.
Em 1797, Louis Nicolas Vauquelin recebeu amostras desse material. Foi capaz de, a
partir dele, produzir o óxido de crômio (CrO3) misturando crocoíta com ácido clorídrico
( HCl ).

Em 1798, descobriu que se podia isolar o crômio aquecendo o óxido em um forno de


carvão. Também pôde detectar traços de crômio em pedras preciosas, como por
exemplo, em rubis e esmeraldas. Denominou o elemento de crômio (do grego "chroma",
que significa "cor"). devido às diferentes colorações que apresentam os compostos desse
elemento.

O crômio foi empregado principalmente como corante em pinturas. No final do século


XIX começou a ser utilizado como aditivo em aço. Atualmente, em torno de 85% do
crômio consumido é utilizado em ligas metálicas.

Compostos
O dicromato de potássio, é um oxidante enérgico utilizado para limpeza de materiais de
vidro de laboratório, eliminando qualquer tipo de resto orgânico que possa conter. O
"verde de crômio" ( óxido de crômio) é um pigmento empregado em pinturas
esmaltadas e na coloração de . O "amarelo de crômio" também é usado como pigmento.
Não é encontrado na natureza o ácido crômico e nem o dicrômico, porém seus ânions
são encontrados numa ampla variedade de compostos. O trióxido de crômio, CrO3, que
deveria ser o anidrido do ácido crômico, é vendido comercialmente como "ácido
crômico". O dicromato de amônio, é o principal material que é expelido dos vulcões em
erupção. É um sólido alaranjado.

Papel biológico
Em princípio, se considera o crômio (em seu estado de oxidação +3) um elemento
químico essencial, ainda que não se conheça com exatidão suas funções. Parece
participar do metabolismo dos lipídios e dos hidratos de carbono, assim como em outras
funções biológicas.

Tem-se observado que alguns dos complexos do crômio parecem participar da


potencialização da ação da insulina, sendo, por isso, denominado de "fator de tolerância
à glicose", devido à relação com a atuação da insulina. A ausência de crômio provoca
intolerância à glicose e, como consequência, o aparecimento de diversos distúrbios.

Até hoje não foi encontrada nenhuma metaloproteína com atividade biológica que
contenha crômio, por isso ainda não se pode explicar como atua.

Sua carência nos seres humanos pode causar ansiedade, fadiga e problemas de
crescimento. Em contraposição, seu excesso (em nível de nutriente) pode causar
dermatites, úlcera, problemas renais e hepáticos. [2][3]

Por outro lado, os compostos de crômio no estado de oxidação +6 são muito oxidantes e
são cancerígenos.

Abundância e obtenção
Obtém-se crômio a partir da cromita (FeCr2O4). O crômio é obtido comercialmente
aquecendo a cromita em presença de alumínio ou silício mediante o processo de
redução. Aproximadamente metade da produção mundial de cromita é extraída na
África do Sul. Também obtém-se em grandes quantidades no Cazaquistão, Índia e
Turquia.

Os depósitos ainda não explorados são abundantes, porém estão concentrados no


Cazaquistão e no sul da África.

Em 2000 foram produzidas aproximadamente 15 milhões de toneladas de cromita, da


qual a maior parte destina-se ao uso em ligas metálicas (cerca de 70%) como, por
exemplo, para a obtenção do ferrocromo, que é uma liga metálica de crômio e ferro,
com um pouco de carbono. Outra parte (cerca de 15% aproximadamente) emprega-se
diretamente como material refratário e o restante, na indústria química para a obtenção
de diferentes compostos de crômio.

Foram descobertos alguns depósitos de crômio metálico, embora de pequenas


quantidades. Numa mina russa (Udachnaya) produzem-se amostras do metal, devido ao
ambiente redutor, que facilita a produção de diamantes e crômio elementar.

Isótopos
São encontrados três isótopos estáveis na natureza: crômio-52, crômio-53 e crômio-54.
O mais abundante é o crômio-52 (83,789%). Estão caracterizados 19 radioisótopos,
sendo o mais estável o crômio-50 com meia-vida superior a 1,8 x 1017 anos, seguido do
crômio-51 com meia-vida de 27,7025 dias. Os demais têm meia-vida de menos de 24
horas, e, dentre esses, a maioria com menos de um minuto. Esse elemento também tem
dois meta-estados.

O crômio-53 é um produto do decaimento radioativo do manganês-53. Os conteúdos


isotópicos no crômio estão relacionados com os do manganês, o que se aplica em
geologia. As relações isotópicas de Mn-Cr reforçam a evidência de alumínio-26 e
paládio-107 na origem do sistema solar. As variações nas relações de
crômio-53/crômio-52 e Mn/Cr em alguns meteoritos indicam uma relação inicial de
53
Mn/55Mn, sugerindo que as relações isotópicas Mn-Cr resultam do decaimento in situ
de 53Mn em corpos planetários diferenciados. Portanto, o 53Cr fornece evidência
adicional de processos nucleossintéticos anteriores à formação do sistema solar.

O peso atómico dos isótopos do crômio varia de 43 u (crômio-43) até 67 u (crômio-67).


O principal modo de decaimento antes do isótopo estável mais abundante, o crômio-52,
é a captura eletrônica, enquanto que, nos posteriores a aquele, é a desintegração beta.

Precauções
Geralmente, não se considera que o crômio metálico e os compostos de crômio(III)
sejam, especialmente, um risco para a saúde. Trata-se de um elemento essencial para o
ser humano, porém em altas concentrações é toxico.
Os compostos de crômio(VI) são tóxicos quando ingeridos, sendo a dose letal de alguns
gramas. Em níveis não letais, o crômio(VI) (crômio hexavalente) é altamente
carcinógeno. A maioria dos compostos de crômio(VI) irritam os olhos, a pele e as
mucosas. A exposição crônica a compostos de crômio(VI) pode provocar danos
permanentes nos olhos.

A Organização Mundial da Saùde ( OMS ) recomenda desde 1958 uma concentração


máxima de 0.05 mg/litro de crômio(VI) na água de consumo. Este valor está sendo
revisado, havendo novos estudos sobre os seus efeitos a saúde.

Manganês
Manganês
Crômio ← Manganês → Ferro

↑ 2 Mn
5
Mn

Tc
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Aparência

prateado metálico
O manganês ( do francês manganèse ) ou manganésio ( designação preterida pela sua
semelhança com o magnésio), é um elemento químico, símbolo Mn, número atômico
25 ( 25 prótons e 25 elétrons ) e massa atómica 55 u, sólido em temperatura ambiente.

Situa-se no grupo 7 ( 7B ) da classificação periódica dos elementos. Usado em ligas


principalmente na do aço e, também, para a produção de pilhas. Foi descoberto em 1774
pelo sueco Johan Gottlieb Gahn, reduzindo o seu óxido com carbono.

Características principais
O manganês é um metal de transição de coloração branco cinzento parecido com o
ferro. É um metal duro e muito frágil, refratário e facilmente oxidável. O manganês
metálico pode ser ferromagnético, porém somente depois de sofrer um tratamento
especial.

Seus estados de oxidação mais comuns são +2, +3, +4, +6 e +7, ainda que encontrados
desde +1 a +7. Os compostos que apresentam manganês com estado de oxidação +7 são
agentes oxidantes muito enérgicos. Nos sistemas biológicos, o cátion Mn+2 compete
frequentemente com o Mg+2. É usado em liga com o ferro nos aços e em outras ligas
metálicas.

Aplicações
 É importante para a fabricação de aços. O manganês reage com o enxofre
presente formando sulfeto de manganês, MnS, evitando que o enxofre reaja com
o ferro, aumentando a fragilidade e tornando-o mais difícil de forjar, também o
excesso pode reagir com o carbono, originando carbetos de manganês,
melhorando as propriedades químicas do aço. Além disso, o manganês tem
propriedades desoxidantes evitando a formação de bolhas.
 A maior parte do manganês é empregado para a obtenção de ferromanganês, que
contém 80% de manganês. Esta liga metálica de ferro e manganês se obtém por
redução do trióxido de diferro, Fe2O3, e o dióxido de manganês, MnO2.
 Também se emprega na produção de siliciomanganês, uma liga com 60-70% de
manganês e uns 15-30% de silício.
 Pode estar presente em ligas metálicas, como por exemplo, com alumínio.
 O dióxido de manganês, MnO2, é usado como despolarizador em pilhas secas,
também chamadas de pilhas tipo Leclanché ou de zinco/carbôno (Zn/C).
Também é utilizado em pilhas alcalinas ou de zinco/dióxido de manganês
(Zn/MnO2).
 O MnO2 também se emprega na obtenção de pinturas e na descoloração de vidro
(tom esverdeado provocado pela presença de ferro).

História
Se tem encontrado dióxido de manganês, MnO2, em pinturas rupestres como pigmento
de coloração negra. Foram utilizados ao longo da história, por exemplo, pelos egípcios e
pelos romanos, compostos de manganês para descolorir o vidro ou dar-lhe coloração.

Foi encontrado manganês nas minas de ferro utilizadas pelos espartanos, o que explica
talvez o fato da especial dureza dos seus aços.

No século XVII, o químico alemão Johann R. Glauber produziu pela primeira vez o
permanganato, um reativo de laboratório bastante utilizado.

Em meados do século XVIII, o dióxido de manganês foi empregado para a produção de


cloro. O químico sueco Carl Scheele foi o primeiro a descobrir que o manganês era um
elemento, porém foi J. G. Gahn quem o isolou por redução do óxido com carbono.

No início do século XIX se começou a experimentar o uso do manganês em ligas de


aço. Em 1816 comprovou-se que o seu uso endurecia o aço, sem torná-lo mais frágil. É
uma elemento que é usado em grande escala como micronutriente em plantas de caráter
comercial, como soja (Glycine max), desempenhando papel fotossintético para a planta.

Papel biológico
O manganês é um oligoelemento. É um elemento químico essencial para todas as
formas de vida, nas quais tem funções tanto estruturais quanto enzimáticas.

A química biológica do manganês está intimamente associada à química do oxigênio,


em seus vários estados de oxidação. Nesse contexto, o manganês desempenha papel
fundamental nos processos fotossintéticos de produção de O2 (composto tetranuclear de
Mn no fotossistema II), na degradação oxidativa de lignina (via as Mn-ligninases), em
diversas reações de hidrólise e nos processos de proteção contra estresse oxidativo.
Entre essas enzimas de proteção, destacam-se a superóxido dismutase de manganês
(Mn-SOD), que catalisa o disproporcionamento de superóxidos, O2-, e a Mn-catalase,
que catalisa o desproporcionamento do peróxido de hidrogênio, H2O2. Na concavanila A
(da família das lectinas), o manganês tem um papel estrutural.

Em humanos, o manganês é absorvido no intestino delgado, acabando a maior parte no


fígado, de onde se dirige para as diferentes partes do organismo.

Sua carência nos humanos pode causar: perda de peso, fragilidade óssea, dermatite,
degeneração do ovário ou testículos e náuseas.

Seu excesso (em nível de nutriente) nos humanos pode causar: anorexia, alucinações,
dificuldade de memorização, insônia e dores musculares.[1][2][3][4]

Abundância e obtenção
É o segundo metal mais abundante na crosta terrestre, atrás apenas do ferro e encontra-
se amplamente distribuído.

É encontrado em centenas de minerais, embora apenas uma dezena apresente interesse


comercial. Destacam-se a: pirolusita (MnO2), psilomelana (MnO2·H2O), manganita
(MnO(OH)), braunita (3Mn2O3·MnSiO3), rodonita (MnSiO3), rodocrosita (MnCO3),
hübnerita (MnWO4), e outros. Também tem-se encontrado em leitos marinhos, onde o
conteúdo de manganês oscila entre 15 e 30%, de onde seria possível extraí-lo.

Jazidas
Os países com as maiores jazidas de minerais de manganês são: a África do Sul , a
Ucrânia , a China e o Brasil, que encontra - se recentemente em segundo lugar na
produção mundial de manganês.

O metal é obtido por redução dos óxidos com alumínio, e o ferromanganês se obtém
também reduzindo os óxidos de ferro e manganês com carbono.

Compostos
O permanganato de potássio, KMnO4, é um reativo de laboratório muito comum devido
às suas propriedades oxidantes.

O dióxido de manganês, MnO2, é usado como despolarizador em pilhas secas. Também


pode ser usado para descolorir vidros que apresentam coloração verde devido a presença
de traços de ferro. Também é usado para dar coloração ametista ao vidro. É o
responsável pela coloração da ametista que é uma variedade de quartzo. Além disso, é
utilizado na produção de cloro e oxigênio.

Precauções
O manganês é um elemento químico essencial, sendo necessário um consumo entre 1 a
5 mg por dia, quantidade que se consegue através dos alimentos.

O manganês em excesso é tóxico. Exposições prolongadas a compostos de manganês,


de forma inalada ou oral, podem provocar efeitos adversos no sistema nervoso,
respiratório e outros.

O permanganato de potássio, KMnO4, é corrosivo.


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