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Metais Pesados 2013
Metais Pesados 2013
METAIS PESADOS
PROFOSSOR: SILVIO
Metal pesado
Metais pesados são metais quimicamente altamente reativos e bioacumuláveis, ou seja,
os organismos não são capazes de eliminá-los.
Quando lançados como resíduos industriais, na água, no solo ou no ar, esses elementos
podem ser absorvidos pelos vegetais e animais das proximidades, provocando graves
intoxicações ao longo da cadeia alimentar.
Mercúrio
Arsênico
Chumbo
Cádmio
Mercúrio
Se concentra em diversas partes do corpo como pele, cabelo, glândulas sudoríparas e
salivares, tireóide, sistema digestivo, pulmões, pâncreas, fígado, rins, aparelho
reprodutivo e cérebro, provocando inúmeros problemas de saúde.
Crómio
Manganês
Arsênio
Arsênio
Germânio ← Arsênio → Selênio
P
↑ 3 As
3
As
↓
Sb
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência
cinza metálico
O arsênio (português brasileiro) ou arsénio (português europeu) (do latim arsenium), também arsênico
(ou arsénico), é um elemento químico de símbolo As com número atômico 33 (33
prótons e 33 elétrons) e com massa atómica 75 u. É um semimetal (metalóide)
encontrado no grupo 15 (VA) da Classificação Periódica dos Elementos. Como
conservante da madeira numa fórmula de arseniato de cobre e crômio, é o uso que
representa, segundo algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial. Foi
descoberto em 1250 por Alberto Magno.
Principais Características
O arsênio apresenta três estados alotrópicos: cinza ou metálico, amarelo e negro. O
arsênio cinza metálico (forma α) é a forma mais estável nas condições normais e tem
estrutura romboédrica; é um bom condutor de calor, porém um péssimo condutor
elétrico. O arsênio amarelo (forma γ) é obtido quando o vapor de arsênio é esfriado
rapidamente. É extremamente volátil e mais reativo que o arsênio metálico e apresenta
fosforescência à temperatura ambiente. Também se denomina arsênio amarelo o mineral
trissulfeto de arsênio. Uma terceira forma alotrópica, o arsênio negro (forma β), de
estrutura hexagonal , tem propriedades intermediárias entre as formas alotrópicas
descritas, e se obtém da decomposição térmica da arsina ou resfriamento lento do vapor
de arsênio. Todas as formas alotrópicas, exceto a cinza, não apresentam brilho metálico
e apresentam uma condutibilidade elétrica muito baixa, comportando-se como metal ou
não-metal em função, basicamente, do seu estado de agregação.
. Reage violentamente com o cloro e se combina, quando aquecido, com a maioria dos
metais para formar o arsenieto correspondente; reage, também, com o enxofre. Não
reage com o ácido clorídrico em ausência de oxigênio, porém reage com o ácido nítrico
aquecido, estando concentrado ou diluído, e com outros oxidantes como o peróxido de
hidrogênio, o ácido perclórico e outros. É insolúvel em água, porém muitos de seus
compostos são solúveis. É um elemento químico essencial para a vida, ainda que tanto o
arsênio como seus compostos sejam extremamente venenosos.
Aplicações
Conservante de couro e madeira (arseniato de cobre e crômio), uso que representa,
segundo algumas estimativas, cerca de 70% do seu consumo mundial. O arsenieto de
gálio é um importante semicondutor empregado em circuitos integrados mais rápidos e
caros que os de silício. Aditivo em ligas metálicas de chumbo e latão. Inseticida
(arseniato de chumbo), herbicidas (arsenito de sódio) e venenos. O dissulfeto de arsênio
é usado como pigmento e em pirotécnica. Descolorante na fabricação do vidro (trióxido
de arsênio). Recentemente renovou-se o interesse principalmente pelo uso do trióxido
de arsênio para o tratamento de pacientes com leucemia.
Papel biológico
Ainda não está claro que o arsênio seja um elemento químico essencial para todos os
organismos vivos, ou que sua deficiência gere complicações. Algumas formas de vida
mais simples como certos organismos unicelulares podem utilizar o arsênio como
catalisador em reações de oxi-redução para obtenção de energia. Entretanto, doses
extremamente baixas de arsênio, como 1 parte por bilhão (ppb) na água ou 7 partes por
milhão (ppm) no solo já afetam a saúde de plantas e animais, inclusive a saúde humana.
O arsênio pode desativar centenas de enzimas envolvidas em diversos processos
biológicos celulares. A presença de genes de resistência ao arsênio em virtualmente
todos os organismos vivos conhecidos, desde os unicelulares até os multicelulares é um
forte argumento contra a hipótese da essencialidade do arsênio. O efeito estimulante de
crescimento associado ao arsênio fornecido em altas doses a alguns animais de criação
como ratos, hamsters, cabras, porcos, galinhas e perus pode estar associado a uma
função fisiológica no metabolismo da metionina nestes animais, ou a outras funções
pouco compreendidas, desde fisiológicas e fisiopatológicas até antibióticas.
Em formas de vida
O lago Mono tem uma alta concentração de arsênio no local, o que deve ter sido a causa
evolutiva da troca do fósforo por esse elemento.[1][2]
História
O arsênio (do grego άρσενιχόν, auripigmento amarelo) é conhecido desde tempos
remotos assim como alguns de seus compostos, especialmente os sulfetos. Dioscórides e
Plínio conheciam suas propriedades; Celso Aureliano, Galeno e Isidoro Largus sabiam
de seus efeitos irritantes, tóxicos, corrosivos e sua ação parasiticida, e observaram suas
virtudes contra a tosse, afecções da voz e dispneia. Os médicos árabes usaram também
compostos de arsênio em inalação, pílulas e poções, e também em aplicações externas.
Durante a Idade Média os compostos arsenicais caíram no esquecimento sendo
relegados aos curandeiros que os prescreviam contra algumas enfermidades. Roger
Bacon e Alberto Magno se detiveram no seu estudo. O primeiro que o estudou em
detalhes foi George Brandt en 1633, e Johann Schroeder o obteve em 1649 pela ação do
carvão sobre o ácido arsênico. A Jöns Jacob Berzelius se devem as primeiras
investigações acerca da composição dos compostos de arsênio. A partir do século XVIII
os compostos arsenicais conseguiram um posto de primeira ordem na terapêutica até
serem substituídos pelas sulfamidas e os antibióticos.
Abundância e obtenção
É o 20.º elemento em abundância da crosta terrestre e é encontrado na forma nativa,
principalmente sob forma de sulfeto em uma grande variedade de minerais que contém
ouro, cobre, chumbo, ferro ( arsenopirita ou mispickel ), níquel, cobalto e outros metais.
Na fusão de minerais de ouro, cobre, chumbo e cobalto se obtém trióxido de arsênio
( As2O3 ) que se volatiliza no processo e é arrastado pelos gases da chaminé, podendo
conter mais de 30% do óxido. Os gases da chaminé são refinados posteriormente
misturando-os a uma pequena quantidade de galena ou pirita para evitar a formação de
arsenitos, e pela queima se obtém trióxido de arsênio com 90 a 95% de pureza., por
sublimação sucessiva pode-se obter com uma pureza de 99%. Reduzido-se o óxido com
carbono obtém-se o metalóide (semi-metal arsênio), entretanto a maioria do arsênio é
comercializado como óxido. Praticamente a totalidade da produção mundial de arsênio
metálico é chinesa, que é também é o maior produtor mundial de trióxido de arsênio.
Segundo dados do serviço de prospecções geológicas estado-unidenses ( U.S.
Geological Survey ) as minas de cobre e chumbo contêm aproximadamente 11 milhões
de toneladas de arsênio, especialmente no Peru e Filipinas. O metalóide também é
encontrado associado com depósitos de cobre-ouro no Chile e de ouro no Canadá e
diversos outros países. As minerações de ouro em rocha arsenopirita são a principal
fonte de arsênio no mundo. Somente a mina de ouro a céu aberto de Paracatu (Minas
Gerais, Brasil) já liberou 300 mil toneladas de arsênio das rochas desde 1987 e deverá
liberar mais de 1 milhão de toneladas de arsênio para o ambiente em mais 30 anos de
exploração a partir de 2009. Existem centenas de milhares de pequenas minas de ouro
desativadas no mundo e centenas de grandes minas de ouro em operação. Dos 16 tipos
de depósitos de ouro geralmente reconhecidos, apenas 6 não têm associação com
arsênio.
Isótopos
Usa-se o arsênio-73 como traçador para estimar a quantidade de arsênio absorvido pelo
organismo e o arsênio-74 na localização de tumores cerebrais.
Precauções
O arsênio e seus compostos são extremamente tóxicos, especialmente o arsênio
inorgânico. Milhões de pessoas no mundo inteiro adoecem e morrem sem saber que a
causa de suas doenças é o envenenamento crônico por arsênio. As doenças que mais
matam no mundo podem ser causadas por arsênio: doenças cerebrovasculares, diabetes
e câncer, entre outras. Em Bangladesh ocorreu uma intoxicação em massa, a maior da
história, devido à construção de milhares de poços tubulares de água que estão
contaminados com arsênio. Em vários outros lugares do mundo onde existiu ou ainda
existe mineração de ouro e carvão mineral em rocha dura ocorre poluição permanente
de ar, solo e águas superficiais e subterrâneas e envenenamento crônico da população
por arsênio, mesmo décadas ou séculos após o encerramento das atividades de
mineração. É o caso de Nova Lima (Minas Gerais, Brasil), onde está instalada a mais
antiga mina de ouro subterrânea do mundo, e Paracatu (Minas Gerais, Brasil), onde está
instalada a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil. Apenas a mina de ouro de
Paracatu deverá liberar mais de um milhão de toneladas de arsênio nas cercanias da
cidade de 85000 habitantes até 2039. Como a arsenopirita é o principal minério de
arsênio, uma campanha mundial defende o banimento da mineração em rocha
arsenopirita.
Toxicologia
O arsênio é absorvido pelo organismo humano principalmente por inalação e ingestão.
Os compostos orgânicos de arsênio são menos tóxicos que os inorgânicos. O arsênio
inorgânico trivalente (As3+), interage fortemente com grupos sulfidrilas de moléculas
orgânicas. Diversas enzimas são afetadas com isso, ocasionando danos em vários
sistemas celulares. Basta uma dose de 140 miligramas de arsênio inorgânico trivalente
para causar a morte de um ser humano adulto por dano à respiração celular, em poucas
horas ou dias. O arsênio pode induzir a produção de metalotioneína, uma proteína que
se liga a esse metal e também ao cádmio, mercúrio e a muitos metais essenciais.
Supõem-se que esse é um dos mecanismos de adaptação que leva a uma relativa
tolerância à toxicidade do arsênio em organismos multicelulares. A tolerância é dita
relativa porque o acúmulo de arsênio no organismo causa doenças a médio e longo
prazo, principalmente em espécies caracterizadas por alta duração de vida e alto índice
de encefalização, como a espécie humana. Os alimentos mais contaminados por arsênio
orgânico são peixes e crustáceos, apresentando-o geralmente na forma de arsenobetaína.
A fonte principal de poluição ambiental por arsênio inorgânico é a mineração de ouro
em rocha arsenopirita.
Chumbo
Chumbo
Tálio ← Chumbo → Bismuto
Sn
↑ 8 Pb
2
Pb
↓
Uuq
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Aparência
cinza metálico
É um metal conhecido e usado desde a antiguidade. Suspeita-se que este metal já fosse
trabalhado há 7000.
Características principais
O chumbo é um metal pesado,(Ferro roscado)(densidade relativa de 11,4 a 16 °C), de
coloração branca-azulada, tornando-se acinzentado quando exposto ao ar. Muito macio ,
altamente maleável, baixa condutividade elétrica e altamente resistente à corrosão. O
chumbo se funde com facilidade (327,4 °C), com temperatura de vaporização a
1725 °C. Os estados de oxidação que pode apresentar são 2 e 4. É relativamente
resistente ao ataque dos ácidos sulfúrico e clorídrico, porém se dissolve lentamente em
ácido nítrico. O chumbo é um metal tóxico onde todos seus males vão para nosso
organismo afetando a respiração sanguineaanfótero,Deus metia chumbo nos pecadores
já que forma sais de chumbo dos ácidos, assim como sais metálicos do ácido pumblico.
O chumbo forma muitos sais, óxidos e compostos organoplúmbicos.
Aplicações
O mais amplo uso do chumbo é na fabricação de acumuladores. Outras aplicações
importantes são na fabricação de forros para cabos, elemento de construção civil,
pigmentos, soldas suaves e munições. Jesus Moras na fabricação de chumbo tetra-etílico
(TEL) vem caindo muito em função de regulamentações ambientais cada vez mais
restritivas no mundo e no Brasil no que se diz respeito à sua principal aplicação que é
como aditivo na gasolina. No caso do Brasil desde 1958 este aditivo deixou de ser usado
como antidetonante.
Durante muito tempo se tem empregado o chumbo como manta protetora para os
aparelhos de raio-X. Em virtude das aplicações cada vez mais intensas da energia
atômica, torna-se cada vez mais importante as aplicações do chumbo como blindagem
contra a radiação.
Sua utilização como forro para cabos de telefone e de televisão segue sendo uma forma
de emprego adequada para o chumbo. A ductilidade única do chumbo o torna
particularmente apropriado para esta aplicação, porque pode ser estirado para formar um
revestimento contínuo em torno dos condutores internos.
O uso de chumbo em pigmentos tem sido muito importante, porém a sua utilização tem
diminuído muito. O pigmento, que contém este elemento, é o branco de chumbo,
2PbCO3 .Pb(OH)2; outros pigmentos importantes são o sulfato básico de chumbo e os
cromatos de chumbo.
O chumbo forma ligas com muitos metais e, em geral, é empregado nesta forma na
maior parte de suas aplicações. Todas as ligas metálicas formadas com estanho, cobre,
arsênio, antimônio, bismuto, cádmio e sódio apresentam importantes aplicações
industriais (soldas, fusíveis, material de tipografia , material de fecundação material de
antifricção, revestimentos de cabos elétricos, etc.).
História
O chumbo está sendo usado pelos humanos por, pelo menos, 7000 anos, porque era (e
continua sendo) muito difundido na natureza e de fácil extração. Também é fácil de ser
trabalhado por ser altamente maleável, ductil e de baixo ponto de fusão.
Ocorrência e obtenção
Minério de chumbo
Isótopos
O chumbo tem 4 isótopos naturais estáveis que, com a respectiva abundância natural,
são: Pb-204 (1.4%), Pb-206 (24.1%), Pb-207 (22.1%) e Pb-208 (52.4%). O Pb-206, Pb-
207 e o Pb-208 são os produtos finais de uma complexa cadeia de decaimento que se
inicia com o U-238, U-235 e Th- 232, respectivamente. As correspondentes meias-vida
destes esquemas de decaimento são : 4.47 x 109, 7.04 x 108 e 1.4 x 1010 anos,
respectivamente. Cada um deles é documentado em relação ao 204Pb, o único isótopo
natural radioativo, que devido a sua longa meia-vida pode ser considerado estável. As
escalas de relações isotópicas para a maioria de materiais naturais são 14.0-30.0 para
Pb-206/Pb-204, 15.0-17.0 para Pb-207/Pb-204 e 35.0-50.0 para Pb-208/Pb-204, embora
numerosos exemplos fora destas escalas sejam relatados na literatura.
Precauções
O chumbo pode ser encontrado na água potável através da corrosão de encanamentos de
chumbo. Isto é comum de ocorrer quando a água é ligeiramente ácida Este é um dos
motivos para os sistemas de tratamento de águas públicas ajustarem o pH das águas para
uso doméstico. O chumbo não apresenta nenhuma função essencial conhecida no corpo
humano. É extremamente danoso quando absorvido pelo organismo através da comida,
ar ou água.
O seu uso durante o Império Romano em encanamentos de água (e seu sal orgânico,
acetato de chumbo, conhecido como “açúcar de chumbo”, usado como adoçante em
vinhos) é considerado por alguns como causa da demência que afetou muitos dos
imperadores romanos.
Devido à elevada toxicidade do chumbo e dos seus compostos, ações para prevenir e
reparar contaminações ambientais são comuns nos tempos atuais. Materiais e
dispositivos que contém chumbo não podem ser descartados ao ambiente. Devem ser
reciclados.
A reciclagem por sua vez trata-se de um processo com desafios muito grandes a serem
enfrentados diante dos resíduos gerados durante o processo de reciclagem. No caso da
reciclagem das baterias de automóveis, por exemplo, primeiro os componentes das
baterias (plástico e metal) são separados hidraulicamente. Depois, o metal é fundido.
Toxicologia
Vias de exposição
Toxicocinética
Sangue;
Tecidos mineralizados (ossos e dentes);
Tecidos moles (fígado, rins, pulmões, cérebro, baço, músculos e coração).
Mecanismos de toxicidade
Dos vários órgãos afectados pelo chumbo o mais importante é o sistema nervoso central
(SNC). Muita da sua toxicidade no SNC pode ser atribuída à alteração de enzimas e
proteínas estruturais, mas existem outros alvos. O chumbo é um cátion (catião)
divalente que se liga aos grupos sulfidrilo das proteínas e interfere com a formação da
mielina, a integridade da barreira hematoencefálica, a síntese de colagénio e a
permeabilidade vascular. Em doses elevadas pode levar a edema e hemorragia cerebrais.
No cérebro, o cálcio é um componente crítico de numerosas funções bioquímicas e
metabólicas e o chumbo tem a capacidade de mimetizar e competir com o cálcio
alterando essas funções: bloqueia a entrada de cálcio para os terminais nervosos, inibe
as ATPases do cálcio, sódio e potássio, afectando o transporte membranar, inibe a
utilização de cálcio pelas mitocôndrias diminuindo a produção de energia essencial às
funções cerebrais e interfere com os receptores do cálcio acoplados a segundos
mensageiros. Normalmente o cálcio induz uma mudança conformacional na
calmodulina, convertendo-a na sua forma activa; o chumbo activa de forma
inapropriada a calmodulina, podendo alterar as vias relacionadas com o cAMP. O
chumbo activa a proteocinase C, a qual está envolvida em muitos processos importantes
para a transmissão sináptica como a síntese de neurotransmissores, interacções ligando-
receptor e ramificação dendrítica.
Nas células o chumbo liga-se a uma variedade de proteínas, algumas das quais têm sido
implicadas na sua toxicidade. A formação de corpos de inclusão intranucleares no
túbulo proximal renal é uma das características da nefrotoxicidade do chumbo. Outra
dessas características é a alteração da estrutura das mitocôndrias das células do túbulo
proximal renal. O chumbo entra na mitocôndria como substrato do transportador de
cálcio, interferindo com o metabolismo energético e favorecendo a formação de radicais
livres que levam ao stress oxidativo. Por promover a abertura do poro de
permeabilidade transitória leva à libertação do citocromo C para o citoplasma activando
a morte celular por apoptose.
Efeitos tóxicos
O chumbo é um dos mais perigosos metais tóxicos pela quantidade e severidade dos
seus efeitos. É classicamente uma toxina crónica, sendo observados poucos efeitos após
uma exposição aguda a níveis relativamente baixos. Pode ter efeitos no sangue, medula
óssea, sistema nervoso central e periférico e rins, resultando em anemia, inapetência
(anorexia), encefalopatia, dores de cabeça; dificuldade de concentração e memorização,
depressão, tonturas, sonolência, fadiga, irritabilidade, cólicas abdominais e dores
musculares, dores nos ossos e articulações, insuficiência renal e hipertensão; é tóxico
para a reprodução e desenvolvimento humanos. A exposição das crianças, mesmo a
níveis baixos de chumbo, pode ao longo do tempo provocar redução do QI, dificuldades
de aprendizagem ou problemas de comportamento. As mulheres grávidas devem ter
especial cuidado porque o feto em desenvolvimento é muito sensível aos efeitos da
exposição ao chumbo. Chumbo inorgânico ataca com maior violência os ossos,
enquanto o chumbo orgânico, por ser mais lipossolúvel que o anterior, causa distúrbios
de ordem neurológica. O aumento no chumbo no sangue é progressivo e lento, sendo
que não é normal aumentos com mais de 40% de diferença em um período inferior a 30
dias, podendo neste caso caracterizar contaminação por ingestão direta. Na instrução
normativa Nº 15, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2000 do INSS, é citado que cessada a
exposição os níveis de chumbo no sangue tendem a cair e normalizar em no máximo 6
meses.[1]
Cádmio
Cádmio
Prata ← Cádmio → Índio
Zn
↑ 48 Cd
Cd
↓
Hg
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência
Características principais
O cádmio é um metal branco azulado, dúctil e maleável. Pode-se cortá-lo facilmente
com uma faca. Em alguns aspectos é similar ao zinco.
Seu estado de oxidação mais comum é o +2. Pode apresentar o estado de oxidação +1,
mas que é muito instável.
Aplicações
Aproximadamente 75% do cádmio produzido é empregado na fabricação de
baterias, especialmente nas baterias de níquel-cádmio.
25% é empregado em galvanoplastia ( como revestimento ).
Alguns sais são utilizados como pigmentos. Por exemplo, o sulfato de cádmio é
empregado como pigmento amarelo.
É usado em algumas ligas metálicas de baixo ponto de fusão (ligas de Newton e
Wood, principalmente).
Devido ao seu baixo coeficiente de fricção é muito resistente a fadiga, sendo
utilizado em ligas para almofadas.
Muitos tipos de solda contém este metal.
Em barras de controle em fissão nuclear.
Alguns compostos fosforescentes de cádmio são empregados em televisores.
É empregado em alguns semicondutores.
Alguns compostos de cádmio são empregados como estabilizantes de plásticos
como, por exemplo, no PVC.
História
O cádmio (do latim, cadmia, e do grego kadmeia, que significa "calamina", o nome que
recebia antigamente o carbonato de zinco) foi descoberto na Alemanha em 1817 por
Friedrich Strohmeyer, observando que algumas amostras de calamina com impurezas
mudavam de cor quando aquecidos, o que não ocorria com a calamina pura. O novo
elemento, cádmio, foi encontrado como impureza neste composto de zinco. Durante uns
cem anos a Alemanha foi o principal produtor deste metal.
Na Conferência Internacional de Pesos e Medidas ocorrida em 1927 se redefiniu o
metro segundo uma linha espectral do cádmio. Entretanto, esta definição foi mudada
posteriormente.
Abundância e obtenção
O cádmio é um elemento escasso na crosta terrestre. As reservas são difíceis de serem
encontradas e existem em pequenas quantidades. Nos minerais normalmente é
substituído pelo zinco devido à semelhança química. O cádmio é geralmente obtido
como subproduto da obtenção do zinco. É separado do zinco pela precipitação com
sulfatos ou mediante destilação. Geralmente o zinco e o cádmio estão nos minerais na
forma de sulfetos que queimados originam uma mistura de óxidos e sulfatos, e o cádmio
é separado aproveitando-se a maior facilidade que apresenta para sofrer redução.
Uma grande parte do cádmio utilizado com fins industriais é obtido como produto da
fundição de rochas que contêm zinco, cobre ou chumbo. O cádmio apresenta várias
aplicações industriais, porém é frequentemente usado para a produção de pigmentos,
pilhas elétricas e plásticos.
Toxicidade do cádmio
O cádmio é um metal pesado que produz efeitos tóxicos nos organismos vivos, mesmo
em concentrações muito pequenas.
O cádmio entra na corrente sanguínea por absorção no estômago ou nos intestinos logo
após a ingestão do alimento ou da água, ou por absorção nos pulmões após a inalação.
Muito pouco cádmio entra no corpo através da pele. Usualmente só é absorvido pelo
sangue aproximadamente 1 a 5% do cádmio ingerido por via oral, entretanto é
absorvido de 30 a 50% quando inalado.
Um fumador que consome um maço de cigarros por dia pode absorver, durante esse
tempo, quase o dobro de cádmio absorvido por um não fumador.
De qualquer forma, uma vez que o cádmio é absorvido é fortemente retido, inclusive
baixas doses deste metal podem constituir um nível significativo no organismo se a
exposição se prolonga durante um longo período de tempo.
Um vez absorvido, o cádmio é transportado pela corrente sanguínea até o fígado, onde
se une a uma proteína de baixo peso molecular. Pequenas quantidades desse complexo
proteína-cádmio passam continuamente do fígado para a corrente sanguínea, para ser
transportado até os rins e filtrado através dos glomérulos, para posteriormente ser
reabsorvido e armazenado nas células tubulares dos rins. Este último órgão excreta de 1
a 2% do cádmio obtido diretamente das fontes ambientais. A concentração do metal nos
rins é aproximadamente 10 mil vezes mais alta que a da corrente sanguínea. A excreção
fecal do metal representa uma mínima quantidade do cádmio não absorvido no sistema
gastrointestinal. Por outro lado, se estima que a vida biológica do cádmio nos humanos
varia de 13 a 40 anos.
Não se sabe que o cádmio tenha algum efeito benéfico, porém pode causar alguns
efeitos adversos para a saúde. Embora as exposições prolongadas sejam extremamente
raras atualmente, a ingestão de altas doses é causa de severas irritações no estômago
provocando vômitos e diarreias, e sua inalação causa graves irritações nos pulmões.
Causam maior preocupação os efeitos a baixas exposições durante muito tempo. Alguns
efeitos de vários níveis e durações de exposição são os seguintes:
Hg
Cn
tabela periódica
Geral
Nome, símbolo, número Mercúrio, Hg, 80
Classe, série química metal , metal de transição
Grupo, período, bloco 12, 6 , d
Densidade, dureza 13579,04 kg/m³, 1,5
Branco prateado
Cor e aparência
O mercúrio pertence ao grupo (ou família) 12 (anteriormente chamada 2B) e faz parte
da classe dos metais de transição. Tal grupo é ainda chamado família do zinco, na tabela
periódica.
Características gerais
É um líquido prateado que na temperatura normal é metal e inodoro. Não é um bom
condutor de calor comparado com outros metais, entretanto é um bom condutor de
eletricidade. Estabelece liga metálica facilmente com muitos outros metais como o ouro
ou a prata produzindo amálgamas. É insolúvel em água e solúvel em ácido nítrico.
Quando a temperatura é aumentada transforma-se em vapores tóxicos e corrosivos mais
densos que o ar. É um produto perigoso quando inalado , ingerido ou em contato,
causando irritação na pele, olhos e vias respiratórias. É compatível com o ácido nítrico
concentrado, acetileno, amoníaco, cloro e com outros ametais.
História
Descoberto ainda na Grécia antiga, foi um dos primeiros elementos estudados e tem
sido de interesse para os estudantes de química desde os dias da alquimia até a
atualidade. Pode ser usado em termômetros, barômetros, lâmpadas, medicamentos,
espelhos, detonadores, corantes e outros.
Em grego, hydro significa "água" e argyros era o nome grego da "prata". Os romanos
latinizaram o nome para hidrargirium. E como os símbolos químicos são dados pela
inicial maiúscula (e uma segunda letra em minúsculo para diferenciação) do nome em
latim, seu símbolo ficou sendo Hg (para não confundir com o símbolo do hidrogênio,
H).
Formas físico-químicas
O mercúrio, está presente em diversas formas (Hg metálico, orgânico, inorgânico) e
pode encontrar-se em três estados de oxidação (0, +1, +2), em geral facilmente
interconversíveis na natureza. Tanto os humanos, como os animais estão expostos a
todas as formas através do ambiente.
Ocorrência e obtenção
A jazida mais importante de mercúrio é o cinábrio cujas maiores reservas minerais são
encontradas na Espanha, nas minas de Almadén.
Vias de exposição
Termômetro de mercúrio
Certos rituais religiosos e étnicos em que se usam o mercúrio líquido também podem
levar à libertação de vapor de mercúrio.
Riscos à saúde
Geralmente quem foi intoxicado pelo vapor do mercúrio pode apresentar sintomas como
dor de estômago, diarreia, tremores, depressão, ansiedade, gosto de metal na boca,
dentes moles com inflamação e sangramento na gengiva, insônia, falhas de memória e
fraqueza muscular, nervosismo, mudanças de humor, agressividade, dificuldade de
prestar atenção e até demência. Mas pode contaminar-se também através de ingestão.
No sistema nervoso, o produto tem efeitos desastrosos, podendo dar causa a lesões leves
e até à vida vegetativa ou à morte, conforme a concentração.
Em 1999, o médico Andrew Wakefield publicou o artigo MMR vaccination and autism,
estabelecendo uma suposta relação entre a vacina tríplice e o autismo[4]. Diversos
estudos médicos foram conduzidos desde então a fim de se comprovar ou não essa
relação, sendo que não houve evidências nesses novos estudos acerca dessa hipótese.
Em 2010, o Conselho Médico Geral britânico considerou que o dr. Wakefield agiu de
maneira antiética e desonesta ao vincular a vacina tríplice ao autismo. Ainda de acordo
com o Conselho Médico Geral britânico, a sua conduta trouxe má reputação à profissão
médica depois que ele coletou amostras de sangue de jovens na festa de aniversário de
seu filho pagando-lhes £5. Considera-se também que o sarampo tenha ressurgido no
Reino Unido devido ao receio dos pais em aplicarem a vacina trípice em seus filhos: as
taxas de vacinação nunca mais voltaram a subir e surtos da doença tornaram-se
comuns[5]. Outra corrente acusa a influente indústria farmacêutica de fazer lobby para
"abafar" essa informação[6].
Compostos
Os sais mais importantes são:
Aplicações
Seu uso mais antigo, desconsiderando a sua aplicação na mineração do ouro e da prata,
foi na fabricação de espelhos, ainda usado atualmente. Também é utilizado em
instrumentos de medidas (termômetros e barômetros), lâmpadas fluorescentes e como
catalisador em reações químicas. É utilizado na indústria de explosivos e em
odontologia como elemento principal para obturação de dentes. Atualmente foi
substituído nos tratamentos dentários pelo bismuto que apresenta propriedades
semelhantes, porém ligeiramente menos tóxico.
Precauções
O mercúrio é transportado no estado líquido, código do A.D.R.: 8,66,c. Deve ser
armazenado em locais frios, secos, bem ventilados, protegido da radiação solar e de
fontes de calor e ignição. Deve estar fora do contato de ácido nítrico concentrado,
acetileno, amoníaco e cloro. Deve ser guardado em recipientes resistentes a corrosão e
fechados hermeticamente. Pode ser armazenado em recipientes de aço inoxidável,
plásticos, vidro e porcelana. Deve ser evitado armazená-lo em recipientes de chumbo,
alumínio, cobre, estanho e zinco.
Toxicologia
As intoxicações por mercúrio apresentam uma graduação de efeitos proporcionais a sua
ingestão e/ou acumulação.
Mecanismo de toxicidade
O mercúrio geralmente é uma toxina protoplásmica. A patofisiologia da toxicidade do
mercúrio é diretamente relacionada com a sua ligação covalente aos grupos tiol das
diferentes enzimas celulares nos microssomas e na mitocôndria, o que leva à
interrupção do metabolismo e da função celular. Como as proteínas que têm grupos tiol
existem tanto nas membranas extracelulares, como nas intracelulares e ainda nas
organelas e, uma vez que estes grupos representam uma parte integral na estrutura ou
função da maioria das proteínas, o alvo exacto para o mercúrio não é facilmente
determinado, isto se realmente houver um alvo específico.
O órgão mais vulnerável é o sistema nervoso central (SNC), mas o sistema renal e o
sistema pulmonar também são susceptíveis à toxicidade.
Tem sido investigado uma variedade de alterações induzidas pelo mercúrio, incluindo o
aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica, inibição da polimerização e
formação dos microtúbulos, interrupção da síntese de proteínas, paragem da replicação
do DNA e interferência na actividade da DNA polimerase e na fosforilação-
desfosforilação, defeito na transmissão sináptica, rompimento da membrana,
desregulação do sistema imunitário e mudança na homeostase do cálcio. Estas
alterações podem ocorrer individualmente ou em conjunto.
Tratamento
O DMPS foi aprovado como fármaco pela União Soviética em 1958, mas não estava
disponível no Ocidente até por volta de 1978. Este é um ditiol solúvel em água. Tem
sido utilizado no tratamento de envenenamento por arsénio, chumbo, mercúrio e cádmio
e também na doença de Wilson. Como formas de administração temos a forma oral e a
intravenosa e, é biotransformado nos humanos em dissulfureto acíclico e cíclico.
Tal como o DMPS, pensava-se que o DMSA se ligava na razão de 1:1 com o mercúrio.
Todavia mais tarde descobriu-se que forma um complexo binuclear Hg2(DMSA)2 in
vitro. O DMSA não quelata o mercúrio no cérebro.
Este fármaco tem um tempo de semivida de 3,2 horas e sabe-se que quelata os minerais
essenciais cobre e zinco. (.)(.)
Crômio
Crômio
Vanádio ← Crômio → Manganês
↑ 2 Cr
4
Cr
↓
Mo
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência
prateado metálico
Características principais
O crômio é um metal de transição, duro, frágil, de coloração cinza semelhante ao aço. É
muito resistente à corrosão.
Seu maior estado de oxidação é +6, ainda que estes compostos sejam muito oxidantes.
Os estados de oxidação +4 e +5 são pouco frequentes, enquanto que os estados mais
estáveis são +2 e +3. Também é possível obter-se compostos nos quais o crômio
apresenta estados de oxidação mais baixos, porém são bastante raros
Aplicações
O crômio é empregado principalmente em metalurgia para aumentar a
resistência à corrosão e dar um acabamento brilhante.
o Em ligas metálicas. O aço inoxidável, por exemplo, apresenta
aproximadamente 8% de crômio.
o Em processos de cromagem que é depositar sobre uma peça uma capa
protetora de crômio através da eletrodeposição. Também é utilizado em
anodizado de alumínio.
Seus cromatos e óxidos são empregados em corantes e pinturas. Em geral, seus
sais são empregados, devido às suas cores variadas, como mordentes.
O dicromato de potássio ( K2Cr2O7 ) é um reativo químico usado para a limpeza
de materiais de vidro de laboratório e em análises volumétricas.
É comum o uso do crômio e de alguns de seus óxidos como catalisadores, por
exemplo, na síntese do amoníaco ( NH3 ).
O mineral cromita ( Cr2O3·FeO ) é empregado em moldes para a fabricação de
ladrilhos, geralmente materiais refratários. Entretanto, uma grande parte de
cromita é empregada para obter o crômio ou em ligas metálicas.
No curtimento de couros é comum empregar o denominado "curtido ao crômio",
sendo este o produto de maior consumo na curtição de couros e peles,
consistindo em utilizar o hidroxisulfato de crômio(III) ( Cr)(OH)( SO4 ) .
Para preservar a madeira costuma-se utilizar substâncias químicas que se fixam
a ela, protegendo-a. Entre essas substâncias, aquela usada para proteger a
madeira é o óxido de crômio(VI) ( CrO3 ).
Quando no coríndon ( α-Al2O3 ) se substituem alguns íons de alumínio por íons
de crômio, obtém-se o rubi. O rubi pode ser empregado, por exemplo, em
laseres.
O dióxido de crômio ( CrO2 ) é usado para a produção do material magnético
empregado em fitas-cassetes para gravação de som, produzindo melhores
resultados do que aquelas com óxido de ferro ( Fe2O3 ), devido a sua maior
coercitividade.
História
Em 1761, Johann Gottlob Lehmann encontrou nos Urais (Rússia) um mineral de cor
laranja avermelhada que denominou de "chumbo vermelho da Sibéria". Esse mineral era
a crocoíta ( PbCrO4 ), e acreditou-se, na época, que era um composto de chumbo com
selênio e ferro.
Compostos
O dicromato de potássio, é um oxidante enérgico utilizado para limpeza de materiais de
vidro de laboratório, eliminando qualquer tipo de resto orgânico que possa conter. O
"verde de crômio" ( óxido de crômio) é um pigmento empregado em pinturas
esmaltadas e na coloração de . O "amarelo de crômio" também é usado como pigmento.
Não é encontrado na natureza o ácido crômico e nem o dicrômico, porém seus ânions
são encontrados numa ampla variedade de compostos. O trióxido de crômio, CrO3, que
deveria ser o anidrido do ácido crômico, é vendido comercialmente como "ácido
crômico". O dicromato de amônio, é o principal material que é expelido dos vulcões em
erupção. É um sólido alaranjado.
Papel biológico
Em princípio, se considera o crômio (em seu estado de oxidação +3) um elemento
químico essencial, ainda que não se conheça com exatidão suas funções. Parece
participar do metabolismo dos lipídios e dos hidratos de carbono, assim como em outras
funções biológicas.
Até hoje não foi encontrada nenhuma metaloproteína com atividade biológica que
contenha crômio, por isso ainda não se pode explicar como atua.
Sua carência nos seres humanos pode causar ansiedade, fadiga e problemas de
crescimento. Em contraposição, seu excesso (em nível de nutriente) pode causar
dermatites, úlcera, problemas renais e hepáticos. [2][3]
Por outro lado, os compostos de crômio no estado de oxidação +6 são muito oxidantes e
são cancerígenos.
Abundância e obtenção
Obtém-se crômio a partir da cromita (FeCr2O4). O crômio é obtido comercialmente
aquecendo a cromita em presença de alumínio ou silício mediante o processo de
redução. Aproximadamente metade da produção mundial de cromita é extraída na
África do Sul. Também obtém-se em grandes quantidades no Cazaquistão, Índia e
Turquia.
Isótopos
São encontrados três isótopos estáveis na natureza: crômio-52, crômio-53 e crômio-54.
O mais abundante é o crômio-52 (83,789%). Estão caracterizados 19 radioisótopos,
sendo o mais estável o crômio-50 com meia-vida superior a 1,8 x 1017 anos, seguido do
crômio-51 com meia-vida de 27,7025 dias. Os demais têm meia-vida de menos de 24
horas, e, dentre esses, a maioria com menos de um minuto. Esse elemento também tem
dois meta-estados.
Precauções
Geralmente, não se considera que o crômio metálico e os compostos de crômio(III)
sejam, especialmente, um risco para a saúde. Trata-se de um elemento essencial para o
ser humano, porém em altas concentrações é toxico.
Os compostos de crômio(VI) são tóxicos quando ingeridos, sendo a dose letal de alguns
gramas. Em níveis não letais, o crômio(VI) (crômio hexavalente) é altamente
carcinógeno. A maioria dos compostos de crômio(VI) irritam os olhos, a pele e as
mucosas. A exposição crônica a compostos de crômio(VI) pode provocar danos
permanentes nos olhos.
Manganês
Manganês
Crômio ← Manganês → Ferro
↑ 2 Mn
5
Mn
↓
Tc
Tabela completa • Tabela estendida
Aparência
prateado metálico
O manganês ( do francês manganèse ) ou manganésio ( designação preterida pela sua
semelhança com o magnésio), é um elemento químico, símbolo Mn, número atômico
25 ( 25 prótons e 25 elétrons ) e massa atómica 55 u, sólido em temperatura ambiente.
Características principais
O manganês é um metal de transição de coloração branco cinzento parecido com o
ferro. É um metal duro e muito frágil, refratário e facilmente oxidável. O manganês
metálico pode ser ferromagnético, porém somente depois de sofrer um tratamento
especial.
Seus estados de oxidação mais comuns são +2, +3, +4, +6 e +7, ainda que encontrados
desde +1 a +7. Os compostos que apresentam manganês com estado de oxidação +7 são
agentes oxidantes muito enérgicos. Nos sistemas biológicos, o cátion Mn+2 compete
frequentemente com o Mg+2. É usado em liga com o ferro nos aços e em outras ligas
metálicas.
Aplicações
É importante para a fabricação de aços. O manganês reage com o enxofre
presente formando sulfeto de manganês, MnS, evitando que o enxofre reaja com
o ferro, aumentando a fragilidade e tornando-o mais difícil de forjar, também o
excesso pode reagir com o carbono, originando carbetos de manganês,
melhorando as propriedades químicas do aço. Além disso, o manganês tem
propriedades desoxidantes evitando a formação de bolhas.
A maior parte do manganês é empregado para a obtenção de ferromanganês, que
contém 80% de manganês. Esta liga metálica de ferro e manganês se obtém por
redução do trióxido de diferro, Fe2O3, e o dióxido de manganês, MnO2.
Também se emprega na produção de siliciomanganês, uma liga com 60-70% de
manganês e uns 15-30% de silício.
Pode estar presente em ligas metálicas, como por exemplo, com alumínio.
O dióxido de manganês, MnO2, é usado como despolarizador em pilhas secas,
também chamadas de pilhas tipo Leclanché ou de zinco/carbôno (Zn/C).
Também é utilizado em pilhas alcalinas ou de zinco/dióxido de manganês
(Zn/MnO2).
O MnO2 também se emprega na obtenção de pinturas e na descoloração de vidro
(tom esverdeado provocado pela presença de ferro).
História
Se tem encontrado dióxido de manganês, MnO2, em pinturas rupestres como pigmento
de coloração negra. Foram utilizados ao longo da história, por exemplo, pelos egípcios e
pelos romanos, compostos de manganês para descolorir o vidro ou dar-lhe coloração.
Foi encontrado manganês nas minas de ferro utilizadas pelos espartanos, o que explica
talvez o fato da especial dureza dos seus aços.
No século XVII, o químico alemão Johann R. Glauber produziu pela primeira vez o
permanganato, um reativo de laboratório bastante utilizado.
Papel biológico
O manganês é um oligoelemento. É um elemento químico essencial para todas as
formas de vida, nas quais tem funções tanto estruturais quanto enzimáticas.
Sua carência nos humanos pode causar: perda de peso, fragilidade óssea, dermatite,
degeneração do ovário ou testículos e náuseas.
Seu excesso (em nível de nutriente) nos humanos pode causar: anorexia, alucinações,
dificuldade de memorização, insônia e dores musculares.[1][2][3][4]
Abundância e obtenção
É o segundo metal mais abundante na crosta terrestre, atrás apenas do ferro e encontra-
se amplamente distribuído.
Jazidas
Os países com as maiores jazidas de minerais de manganês são: a África do Sul , a
Ucrânia , a China e o Brasil, que encontra - se recentemente em segundo lugar na
produção mundial de manganês.
O metal é obtido por redução dos óxidos com alumínio, e o ferromanganês se obtém
também reduzindo os óxidos de ferro e manganês com carbono.
Compostos
O permanganato de potássio, KMnO4, é um reativo de laboratório muito comum devido
às suas propriedades oxidantes.
Precauções
O manganês é um elemento químico essencial, sendo necessário um consumo entre 1 a
5 mg por dia, quantidade que se consegue através dos alimentos.