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ESPERTA
Uma Criança Esperta
Copyright © 2006, Licyomar Hugo Ulrich
UMA CRIANÇA
ESPERTA
1ª Edição
Curitiba
Licyomar Hugo Ulrich
2014
Para minha amada esposa
Carla Fink Ulrich
Inspirado na música A Smart Kid, da banda Porcupine
Tree, do álbum Stupid Dream.
Prólogo
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no passado, como uma boa história deve ser
contada, mesmo que essa não seja lá uma
história assim tão boa.
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1 - ELE CAMINHAVA
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cromado. Ele parou por alguns segundos e
abraçou o fuzil com devoção, intuindo que era
o único objeto que ainda lhe restava. Ele
estava certo.
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2 - CAMINHOU POR HORAS
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retorcido. Encontrou entre os destroços
muitos livros espalhados, em meio aos
pedaços de concreto e placas de metal
retorcidas cobertas de fuligem branca. Alguns
livros estavam parcialmente destruídos, mas
muitos estavam inteiros. Ele entreteve-se por
horas com alguns livros, até perder o
interesse e seguir em frente.
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3 - ATRAVESSOU A PRAÇA
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mas não conseguiu formar nenhuma ideia
objetiva sobre aquilo.
Baixou a cabeça, abraçou o fuzil com
devoção e seguiu em frente. Tudo destruído,
desértico e gélido. Não cruzou com nenhum
vestígio de ser humano ou qualquer coisa
viva.
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4 - CRUZOU UMA PONTE
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5 - ELE QUIS MUITO
APROXIMAR-SE
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se espalhavam pelo chão, às costas do
monumento.
6 - DE LÁ CONTEMPLOU A
PAISAGEM ABAIXO
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razão, ele sabia que aquele inverno já
perdurava por cinco longos anos.
Contemplando o céu cinza, um temor de que
o sol não aparecesse nunca mais passou
pela sua mente.
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7 - ELE SENTOU-SE À BEIRA
DO PENHASCO
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8 - ELE PERCEBEU QUE
NÃO SABIA
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9 - POUCOS SEGUNDOS
DEPOIS
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- Onde estão todos os seres humanos?*
Ele percebeu que não estava apto a
responder àquela pergunta. Os pensamentos
em sua mente, perturbada pelos cinco anos
de inverno solitário, rodavam e rodavam, mas
não paravam em nenhuma resposta.
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10 - MAS HOUVE UM
MOMENTO
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que havia sido uma criança esperta, e isso
permitiu que ele respondesse dessa vez de
forma objetiva. Com grande satisfação,
orgulho e um sorriso nos lábios ele
respondeu:
- Houve uma guerra. Uma grande
guerra. A maior de todas... E eu venci essa
guerra...*
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11 - ANTES DE TER SUA
MEMÓRIA DISPERSA
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12 - DEPOIS DESSA
REJEIÇÃO
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como que conversando com aquela figura, ele
disse:
- Eu vou esperar por você. Até o céu
ficar novamente azul...*
E abraçou o fuzil com devoção.
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EPÍLOGO
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se arrependeu do mal que havia feito e
admitiu sinceramente que não era ele próprio
o senhor de sua existência.
Como eu já disse, contei essa história
no tempo passado, como se já tivesse
acontecido, por uma questão de conveniência
literária. Em relação a você essa história
acontece no futuro. Em relação a mim essa
história transcende o tempo. Na verdade o
que transcende o tempo sou eu e não a
história.
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