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COLÉGIO ESTADUAL YÊDA BARRADAS CARNEIRO

ATIVIDADE DE PRATICAS INTEGRADORAS Data _____/_____/ 23


PROFESSOR (A): LÌLIAN LIBERATO
Atividade:
Iniciação Científica – III UNIDADE
2ª SÉRIE Turma: _______ Nota: ___________

Alunos (as)__________________________________________________________________________________

Experimentos controlados
BNCC.EMCiencias: EM13CNT301

Como os cientistas conduzem experimentos e fazem observações para testar hipóteses.


Introdução
Os biólogos e outros cientistas usam o método científico para pesquisar o mundo natural. O método
científico começa com uma observação, o que leva o cientista a fazer um questionamento. Depois ele
apresenta uma hipótese, que é uma explicação a ser testada para responder à questão.
Uma hipótese não está necessariamente certa. Na verdade é uma 'melhor opção', e o cientista deve testa-la
para verificar sua correção. Cientistas testam hipóteses fazendo predições: Se a hipótese X é correta,
então Y deve ser verdadeiro. Daí eles fazem experimentos ou observações para verificar se as suas predições
estão corretas. Se estiverem, a hipótese é mantida. Se não estiverem, talvez seja hora para uma nova
hipótese.
Como as hipóteses são testadas?
Quando possível, os cientistas testam suas hipóteses usando experimentos controlados. Um experimento
controlado é um teste científico feito sob condições controladas, o que significa que apenas um (ou poucos)
fatores são alterados a cada vez, enquanto todos os outros são mantidos constantes. Veremos em detalhes os
experimentos controlados na próxima seção.
Em alguns casos, não há uma boa forma de se testar uma hipótese usando um experimento controlado (por
razões práticas ou éticas). Neste caso, um cientista pode testar a hipótese fazendo predições sobre padrões
que podem ser observados na natureza se a hipótese está correta. Então, ele pode coletar dados para verificar
se o padrão realmente existe.
Experimentos Controlados
Quais são os elementos principais de um experimento controlado? Para ilustrar, vamos considerar um
exemplo simples (mesmo sendo bobo).
Suponha que eu decida plantar feijão na minha cozinha, perto da janela. Eu ponho sementes de feijão num
vaso com terra, coloco o vaso junto à janela e espero as sementes germinarem. Porém, após algumas
semanas, não há nenhum broto. Por que não? Bem, ....acontece que eu esqueci de regar as sementes. Então
eu formulo a hipótese de que elas não germinaram por falta de água.
Para testar a minha hipótese eu faço um experimento controlado. Neste experimento eu monto dois potes
iguais. Ambos contêm 10 sementes de feijão plantadas no mesmo tipo de terra e ambos colocados na mesma
janela. De fato, só há uma coisa diferente que faço a esses dois potes:
 Um pote de sementes é regado todas as manhãs.
 O outro pote de sementes nunca recebe água.
Após uma semana, 9 das 10 sementes no pote regado germinaram, enquanto que nenhuma semente no pote
seco germinou. Parece que a hipótese de que as "sementes precisam de água" é provavelmente correta.
Vamos ver como este simples exemplo ilustra as partes de um experimento controlado.
Painel 1: Dois potes idênticos são preparados. 10 sementes de feijão são adicionadas a cada pote. Os potes são colocadas perto da janela.
Painel 2: Um pote (grupo experimental) é regado. O outro pote (grupo de controle) não é regado. A variável independente é a quantidade de água usada.
Painel 3: No pote experimental (regado), 9/10 semente germinam. No pote controle (não regado), 0/10 semente germina. A fração de sementes que germina é a
variável dependente.
Grupos Controle e Experimental
Há dois grupos no experimento e eles são idênticos, exceto que um recebe um tratamento (água) enquanto o
outro não. O grupo que recebe o tratamento num experimento (neste caso o pote regado) é chamado
de grupo experimental, enquanto o grupo que não recebe o tratamento (neste caso o pote seco) é chamado
de grupo controle. O grupo controle fornece um padrão, ou referência, que permite avaliar se o tratamento
tem um efeito.

Variáveis Independentes e Dependentes


O fator que é diferente entre os grupos de controle e experimental (neste caso a quantidade de água) é
conhecido como a variável independente. Esta variável é independente porque ela não depende do que
acontece no experimento. Ao invés, ela é algo que o pesquisador aplica ou escolhe ele mesmo.

Em contraste, a variável dependente num experimento é a resposta que é medida para ver se o tratamento
tem um efeito. Neste caso, a fração de sementes de feijão que germinou é a variável dependente. A variável
dependente (fração de sementes germinando) depende da variável independente (a quantidade de água), e
não vice-versa.
Dados experimentais são as observações feitas durante o experimento. Neste caso, os dados coletados foram
o número de brotos de feijão em cada vaso depois de uma semana.
Variabilidade e Repetição
Das dez sementes de feijão regadas, apenas nove germinaram. O que aconteceu com a décima semente? Essa
semente pode estar morta, doente ou apenas ser lenta para germinar. Especialmente em biologia (que estuda
coisas complexas, vivas), muitas vezes há variação no material usado para um experimento – aqui, as
sementes de feijão – que o pesquisador não pode ver.
Devido a esse potencial de variação, experimentos biológicos precisam ter uma amostra de tamanho grande
e, de preferência, ser repetidos várias vezes. O tamanho da amostra refere-se ao número de itens
individuais testados num experimento - neste caso, 101010 sementes de feijão por grupo. Com mais
amostras e repetindo-se o experimento mais vezes, diminui-se a probabilidade de chegarmos a uma
conclusão errada, devida à variação aleatória.
Biólogos e outros cientistas também usam testes estatísticos para ajudá-los a distinguir diferenças reais de
diferenças devidas à variação aleatória (p.e., quando comparando grupos experimentais e controle).

Estudo de caso de experimento controlado: CO2 e branqueamento de coral


Como um exemplo mais realista de um experimento controlado, vamos examinar um estudo recente sobre o
branqueamento de corais. Os corais normalmente têm pequenos organismos fotossintetizantes vivendo
dentro deles, e o branqueamento acontece quando esses organismos saem do coral, tipicamente em resposta
a estresse ambiental. A foto abaixo mostra um coral branqueado na frente e um coral saudável atrás.

Foto mostrando um coral branco, branqueado na


frente e um coral acastanhado, sadio no fundo.
Crédito da imagem: "Keppelbleaching" (CC BY
3.0).
Muitas pesquisas sobre a causa do branqueamento
concentraram-se na temperatura da água. No
entanto, uma equipe de pesquisadores australianos
formulou a hipótese de que outros fatores também
poderiam ser importantes. Especificamente, eles
testaram a hipótese de que níveis elevados de CO2,
que tornam as águas oceânicas mais ácidas,
também poderiam promover o branqueamento.
Que tipo de experimento você poderia fazer para testar essa hipótese? Pense a respeito:
 Quais seriam os grupos controle e experimental
 Quais seriam as variáveis independentes e dependentes
 Quais os resultados que você poderia prever em cada grupo

Testes não experimentais de hipóteses


Alguns tipos de hipóteses não podem ser testadas em experimentos controlados por razões éticas ou práticas.
Por exemplo, uma hipótese sobre infecção viral não pode ser testada dividindo as pessoas saudáveis em dois
grupos e infectando um grupo: infectar pessoas saudáveis não é seguro nem ético. Da mesma forma, um
ecologista que estuda os efeitos das chuvas não conseguiria fazer chover em uma parte de um continente,
mantendo outra parte seca para controle.
Em situações como estas, os biólogos podem utilizar modelos não experimentais para teste de hipótese. Em
um teste não experimental de hipótese, um pesquisador prevê observações ou padrões que devem ser vistos
na natureza se a hipótese estiver correta. Então, o pesquisador coleta e analisa dados para verificar se os
padrões estão, de fato, presentes.
Estudo de caso: Branqueamento de corais e temperatura
Um bom exemplo de teste de hipótese baseado em observação são os primeiros estudos sobre o
branqueamento de corais. Como mencionado acima, o branqueamento ocorre quando os corais perdem os
microorganismos fotossintetizantes que vivem dentro deles, tornando-se brancos. Os pesquisadores
suspeitavam de que a água em temperatura mais elevada pudesse causar o branqueamento e testaram essa
hipótese experimentalmente em pequena escala (usando fragmentos de coral isolados em tanques).
O que os ecologistas mais queriam saber, no entanto, era se a temperatura da água estava causando
branqueamento para várias espécies diferentes de corais no seu ambiente natural. Essa questão mais ampla
não podia ser respondida experimentalmente, porque não seria ético (ou mesmo possível), mudar
artificialmente a temperatura da água ao redor dos corais.

Mapa colorido artificialmente para representar as


diferentes temperaturas da superfície oceânica ao
redor do globo. As cores quentes, principalmente perto
do Equador, representam as temperaturas mais
quentes; as cores frias, principalmente perto dos pólos,
representam temperaturas mais amenas.
Crédito da imagem: "Temperatura global da superfície oceânica," Fonte: NASA (domínio público).
Em vez disso, para testar a hipótese de que eventos de branqueamento naturais eram causados pelo aumento
na temperatura da água, uma equipe de pesquisadores desenvolveu um programa de computador que previa
eventos de branqueamento baseados em dados da temperatura da água em tempo real. Por exemplo, este
programa preveria o branqueamento de um determinado recife quando a temperatura da água na área do
recife ultrapassasse em 1ºC ou mais a média mensal de sua temperatura máxima.
O programa de computador foi capaz de prever eventos de branqueamento com semanas ou até meses de
antecedência ao seu relato, inclusive um grande evento de branqueamento que ocorreu em Great Barrier
Reef em 1998. O fato de que um modelo baseado em temperatura pudesse prever eventos de branqueamento
apoiou a hipótese de que a temperatura elevada da água provoca o branqueamento natural de recifes de
corais.

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