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São varias as versões sobre a origem da palavra Carnaval.

No dialeto milanês, Carnevale


quer dizer " o tempo em que se tira o uso da carne ", já que o carnaval é propriamente a
noite anterior à Quarta-Feira de Cinzas. No Brasil, o evento é a maior manifestação de
cultura popular, ao lado do futebol. É um misto de folguedo, festa e espetáculo teatral, que
envolve arte e folclore. Na sua origem, surge basicamente como uma festa de rua. Porém,
na maioria das grandes capitais, acaba concentrado em recintos fechados, como
sambódromos e clubes.

Viagem no Tempo

A origem do Carnaval vem de


uma manifestação popular anterior
à era Cristã, tendo se iniciado na
Itália com o nome de Saturnálias -
festa em homenagem a Saturno.
As divindades da mitologia greco-
romana BACO e MOMO dividiam as
honras nos festejos, que
aconteciam nos meses de
novembro e dezembro.
Durante as comemorações em
Roma, acontecia uma aparente
quebra de hierarquia da sociedade,
já que escravos, filósofos e tribunos
misturavam-se em praça pública.
Com a expansão do Império
Romano, as festas tornaram-se
mais animadas e freqüentes. Na
época ocorriam verdadeiros
bacanais.

No início da era Cristã, começaram a surgir os primeiros sinais


de censura aos festejos mundanos na medida em que a Igreja
Católica se solidificava. Querendo impor uma política de
austeridade, a igreja determinava que esses festejos só deveriam
ser realizados antes da Quaresma.
Os italianos adotaram, então, a palavra Carnevale, sugerindo
que se poderia fazer Carnaval - "ou o que passasse pelas suas
cabeças" antes da Quaresma, numa espécie de abuso da carne.
A festa chegou a Portugal nos
séculos XV e XVI, recebendo o
nome de Entrudo - isto é,
introdução à Quaresma, através
de uma brincadeira agressiva e
pesada. O evento tinha uma
característica essencialmente
gastronômica e era marcado por
um divertimento entremeado
com alguma violência. Fazia-se
esferas de cera bem finas com o
interior cheio de água-de-cheiro
e depois atirava-se nas pessoas.

Os mais ousados, no entanto, começaram a injetar no interior


das "laranjinhas ou limões-de-cheiro", substâncias mau cheirosas e
impróprias e a festa foi perdendo sua alegria. Foi exatamente esse
Entrudo violento que aportou no Brasil.

Na segunda metade do século XIX, o jornal Diário


da Bahia e a Igreja Católica criticavam e pediam
providências às autoridades policiais contra o
Entrudo. Quando se aproximava o domingo anterior
à Quaresma, todo mundo "entrudava". Apareciam
pelas ruas em forma de bandos os "Caretas" envoltos
em cobertas, esteiras de catolé, folhas de árvores e
abadás - uma espécie de camisa de manga curta
bastante folgada, atingindo a curva dos joelhos, que
os negros usavam. No Entrudo, molhava-se quantos
andassem pelas ruas, invadia-se casas para molhar
pessoas e não se importava que fosse gente doente
ou idosa.
Em 1853 o Entrudo passou a ser reprimido com
ordens policiais. Mesmo assim, as "laranjinhas" e
gamelas com água continuavam existindo. Foi
exatamente neste período que o Carnaval começou a
se originar de forma diferente, dividindo-se em duas
classes: o Carnaval de Salão e o Carnaval de Rua. O
Carnaval de Salão tinha a participação de brancos e
mulatos de classe média; o Carnaval de Rua, contava
com negros e mulatos pobres.

Em 1860 o Teatro São João começou


a realizar arrojados bailes de mascarados,
na noite de sábado, iniciando as festas
com músicas baseadas em trechos da
ópera italiana "La Traviata". Em seguida,
eram tocadas valsas, polcas e quadrilhas.
O evento contava com a participação das
pessoas de bom nível social, que
trocavam os bailes realizados em suas
casas pelo do teatro.

Na época, havia o perigo do homem


formado e do negociante serem vistos
mascarados. Em razão disso, casas de
fantasias e cabeleireiros, como os
famosos "Pinelli" e "Balalaia" mantinham
especialistas em disfarces.
Como os bailes carnavalescos não
estavam ao alcance de todos, nem de
acordo com a moral de muitos, era
necessário estimular a sua ida para a
rua. Por isso, os sub-delegados foram
autorizados a distribuir gratuitamente
máscaras a quem quisesse brincar o
Carnaval. Várias comissões passaram
a ser nomeadas pelo chefe de polícia
e a comissão central, juntamente
com outras comissões paroquianas
que distribuíam máscaras, facilitavam
a aquisição de outros adereços, bem
como a providência de banda de
música. Os comerciantes logo
aderiram à idéia de olho no melhor
faturamento, e começaram a adotar o
Carnaval em substituição ao Entrudo.
Em 1870 os mascarados avulsos,
estimulados pela polícia, e os bailes
públicos começaram a ganhar
terreno, embora o Entrudo ainda se
mantivesse vivo. O ambiente para a
realização do Carnaval passou a ficar
melhor com o surgimento do "Bando
Anunciador", que saía às ruas
convidando todos para os festejos.

Nos clubes e teatros, foram surgindo competições entre os


grupos e famílias que ostentavam roupas e jóias para mostrar
quais associações e entidades eram mais elegantes e grã-finas. O
pioneiro Teatro São João passou a organizar seus bailes com um
ano de antecedência.

Em 1878, o grupo de Carnaval de rua, "Os Cavaleiros da


Noite", aparecia pela primeira vez num salão em grande forma, no
Teatro São João, causando um verdadeiro "ti, ti, ti". Dois anos
depois - com um número maior de bailes por toda a cidade -,
Salvador contava com 120 mil habitantes, que concentravam
recursos financeiros e grande poder político. Havia, portanto,
dinheiro, poder e fartura, e todo esse esplendor passou, então, a
ser retratado nos salões e bailes de Carnaval. Só para se ter uma
idéia, as roupas, adereços, enfeites, chapéus, bebidas, jóias,
sapatos e meias usadas nas festas eram importadas das melhores
casas de Paris e Londres.

Cinco anos antes da


Proclamação da República, a
cidade, habitada por cerca de
170 mil pessoas, organizou o
seu primeiro grande Carnaval
de rua. Era uma festa com
grande influência européia,
como quase tudo o que existia
no Brasil naquela época, com
luxo, requinte e comentários
elogiosos. Fortemente
influenciado pelo requintado
Carnaval de Veneza, na Itália, e
mesclando a presença de tipos
do popular Carnaval de Nice, na
França, o Carnaval de Salvador
deu o primeiro passo rumo à
popularização com a
participação de muita gente nas
ruas.
Ao mesmo tempo, palanques e
bandas de música proliferavam na
cidade. Surgiam também vários clubes
uniformizados, como "Zé Pereira", "Os
Comilões" e "Os Engenheiros",
fantasiados com "Cabeçorras" e outras
máscaras. Como as comemorações
cresciam, convencionou-se que o
Campo Grande seria o lugar para os
mascarados se reunirem nos dias de
Carnaval e, de lá, saírem em bandos.

Em 1882, o comércio iniciou o


costume de fechar as portas na terça-
feira de Carnaval, a partir das 13
horas. O Carnaval de máscaras e o
desfile dos clubes, ficavam então, mais
animados depois das 14 horas.
O Grande Carnaval de 1884

O ano de 1884 é considerado como o marco


decisivo para o carnaval da Bahia. Embora a festa já
possuísse considerável porte - principalmente nos
salões - é nesse ano que teve início a organização
dos festejos de ruas e os desfiles de clubes, corsos,
carros alegóricos e de vários populares. A partir daí
ocorre a intensificação da participação do povo e
aclamação do carnaval de rua, que até hoje
caracteriza esta festa na Bahia.

O Carnaval de 1884 pegou Salvador num período


de crescimento rápido, provocado pelo progresso da
agricultura em outras regiões e pelas exigências de
um melhor ordenamento do espaço urbano com o
êxodo rural. Respirava-se progresso e os
comerciantes já utilizavam a publicidade nos jornais
durante a festa. Tanto as pessoas que se fantasiavam
como as que esperavam o cortejo vestiam-se a rigor,
algumas em ternos de linho, polainas e chapéus.

Fundado em
1º de março de
1833, o Clube
Carnavalesco Cruz
Vermelha só veio
a participar do
Carnaval em
1884. O clube
organizou um
cortejo com
rapazes e moças
ricamente trajados
e a novidade foi a
presença de um
carro alegórico,
com o tema
"Crítica ao Jogo de
Loteria",
ricamente
decorado com
peças importadas
da Europa. O
cortejo saiu de
uma das ruas do
Comércio, subiu a
Montanha, passou
em frente à
Barroquinha, rua
Direita do Palácio
(rua Chile), Direita
da Misericórdia,
Direita do Colégio
e retornou rumo
ao Politeama de
Baixo (Instituto
Feminino).

A iniciativa foi
um verdadeiro
sucesso e ganhou
milhares de
aplausos e pétalas
de flores dos
populares que se
encontravam nas
ruas. O Cruz
Vermelha mudou
basicamente o
Carnaval.

Em março de
1884, um grupo
de jovens fundou
o Clube
Carnavalesco
Fantoches da
Euterpe.

O grupo era
encabeçado por
quatro figuras da
alta sociedade:
Antônio Carlos
Magalhães Costa
(bisavô de ACM),
João Vaz
Agostinho,
Francisco Saraiva
e Luís Tarqüínio.
(seu primeiro
presidente) .

Em 1885, a disputa entre os dois clubes foi ainda


maior. O Diário de Notícias, o jornal mais influente da
época, publicou um anúncio de um quarto de página,
a pedido do Cruz Vermelha, descrevendo a sua
passeata. O Fantoches reagiu publicando o seu
programa de festas em três colunas. Ambos foram às
ruas com temas maravilhosos e indumentárias vindas
da Europa. O carro-chefe do Cruz Vermelha
apresentava "A Fama" e o Fantoches, "A Europa".
Desfilaram também outros clubes, como "Saca
Rolhas", "Cavalheiros de Malta", "Clube dos Cacetes"
e "Grupo dos Nenês".

Na época, não havia uma comissão julgadora


para estabelecer quem vencia os desfiles e o
julgamento era determinado pela imprensa, que
media a aprovação da população através dos
aplausos. O Cruz Vermelha, mais popular, sempre
vencia, pois o Fantoches, mais ligado à aristocracia,
tinha uma torcida bem menor. Todas as outras
entidades representavam a classe média.

Em 1886, os negociantes resolvem não mais


abrir o comércio na terça-feira de Carnaval. Os
presidentes dos grandes clubes reuniram-se na
Associação Comercial com o objetivo de estudar um
itinerário único para todos os préstitos.

Dois anos depois, a cidade teve um dos carnavais


mais famosos. O Cruz Vermelha e o Fantoches,
deram em conjunto um grandioso baile no Politeama.
Chegou, enfim, o dia do grande domingo de
Carnaval. E havia muita gente pelas ruas; nas
janelas, o que mais imperava na cidade era a
ansiedade. O primeiro préstito a surgir foi o Cruz
Vermelha com coordenação, esplendor e luxo. A
multidão vibrava atirando flores sobre os carros. O
segundo a desfilar foi o préstito do Fantoches, com a
sua magnífica decoração dos carros alegóricos, a
graça, o luxo e o gosto artístico, que justificavam o
delírio de todos. Resultado: Fantoches e Cruz
Vermelha desfilando sobre chuvas de rosas. O
Carnaval já era uma verdadeira atração, uma
realidade conseguida com muita luta e anos de
esperança e já se podia afirmar que o vencera
definitivamente o Entrudo.

Em 1892 é introduzido no Carnaval do país, o


uso de "Confetes e Serpentinas".Os confetes eram
usados em retalhadas entre algumas entidades
carnavalescas da época, e as serpentinas vieram
para substituir as flores atiradas aos carros
alegóricos.

Em 1894, o Carnaval era eminentemente da elite


dos clubes Cruz Vermelha, Fantoches e outros, que
desfilavam pelas ruas e freqüentavam os bailes dos
Teatros São João e Politeama. A população pobre
continuava a fazer apenas algumas manifestações.
O Primeiro Afoxé

No ano seguinte, os negros


nagôs organizaram o primeiro
afoxé, denominado "Embaixada
Africana", que desfilou com
roupas e objetos de adorno
importados da África.

Em 1896, surgiu, então, o


segundo afoxé, o "Pândegos da
África", organizado também por
negros. Os grupos
representavam casas de culto de
herança africana e saíam às ruas
cantando e recitando seqüências
de músicas e letras.

Os afoxés exibiam-se na Baixa


dos Sapateiros, Taboão,
Barroquinha e Pelourinho,
enquanto os grandes clubes
desfilavam em áreas mais
nobres.

Nove anos mais tarde, um outro afoxé rompeu este tácito


compromisso e subiu a Barroquinha e a Ladeira de São Bento,
gerando protestos em que se lastimou a quebra deste pacto não
escrito da divisão espacial de classes e de ritmos no Carnaval. Neste
momento, verificava-se na cidade uma divisão espacial muito séria.
Dissidentes do Cruz Vermelha,
fundaram, em 1900, o Clube
Carnavalesco "Os Inocentes em
Progresso". O nome do clube foi
inspirado em um bando de meninos
que passavam no local cantando e
tocando em latas.

Em 1949, ano do IV Centenário de


fundação da cidade de Salvador, é
fundado o afoxé "Filhos de Gandhy"
pelos estivadores do Porto de Salvador,
como forma de homenagear o grande
líder pacifista indiano assassinado em
1948, o Mahatma Gandhy.

Surge o Trio Elétrico

No ano seguinte, surgiu, então,


a famosa dupla elétrica. Após
observarem o desfile da famosa
"Vassourinha", entidade
carnavalesca de Pernambuco que
tocava frevo na rua Chile, e
empolgados com a receptividade do
bloco junto ao público, a dupla
elétrica formada por Adolfo Antônio
Nascimento - o Dodô e Osmar
Álvares de Macêdo - Osmar
resolveu restaurar um velho Ford
1929, guardado numa garagem. No
Carnaval do mesmo ano, saiu às
ruas tocando seus "paus elétricos"
em cima do carro e com o som
ampliado por alto-falantes. A
apresentação aconteceu às cinco
horas da tarde do domingo de
Carnaval, arrastando uma multidão
pelas ruas do centro da cidade.

O nome "trio elétrico"


surgiu em 1951, quando,
pela primeira vez,
apresentou-se no Carnaval
um conjunto de três
instrumentistas. A "dupla
elétrica" convidou o amigo e
músico Temístocles Aragão
para integrar o trio e tocar
nas ruas de Salvador numa
"pick up Chrysler", modelo
Fargo, maior que a "fobica"
do ano anterior, em cujas
laterais se liam em duas
placas: "O trio elétrico".
Osmar tocava a famosa
"guitarra baiana", de som
agudo; Dodô era responsável
pelo "violão-pau-elétrico", de
som grave, e Aragão, pelo
"triolim", como era conhecido o
violão tenor, de som médio.
Estava formado o trio musical.

Surge em 1961, o primeiro


desfile público do Rei Momo,
papel desempenhado pelo
motorista de táxi e funcionário
público Ferreirinha.

No ano seguinte, surgiu o


primeiro grande bloco de
Carnaval, denominado "Os
Internacionais", composto
apenas por homens. Nesta
época, a todo instante
"pipocava" um trio elétrico
novo, mas os blocos iam para
as ruas acompanhados somente
de baterias ou grupos de
percussão. Foi aí que também
apareceram as famosas cordas
e as mortalhas para brincar o
Carnaval. Em 1965 por decreto
presidencial é proibido o
fabrico, a comercialização e o
uso do lança-perfume,
introduzido em nosso carnaval
desde 1906, importado
inicialmente da França e depois
da Argentina.
Anos 70

Os anos 70 fizeram com que o apogeu do


Carnaval de Salvador fosse a Praça Castro Alves,
onde todas as pessoas se encontravam e se
permitiam fazer tudo. Foi a época da liberação
cultural, social e sexual.

Até esta época, os trios elétricos eram mais


veículos alegóricos, ornamentados quase que
exclusivamente com bocas sedan de alto-falantes.

Os amplificadores eram feitos com válvulas e, em cima do trio, ficavam


apenas músicos com a guitarra baiana, o baixo e a guitarra, não existindo ainda
a figura do vocalista.

Ainda nos anos 70, os "Novos Baianos"


ousaram e colocaram algumas caixas de som no
trio, além de equipamentos transistorizados. Baby
Consuelo surgiu cantando com um microfone
ligado ao cabo de uma guitarra.

A composição carnavalesca "Colombina" de


Armando Sá e Miquel Brito é reconhecida
oficialmente como o hino do Carnaval de Salvador.
Como se não bastasse tanta mudança, uma
ainda mais radical ocorreu no Carnaval 74, com o
surgimento do bloco "Afro Ilê Aiyê". A entidade que
deu início ao processo de reafricanização da festa
contribuiu com a aparição do afoxé "Badauê" e o
renascimento do afoxé "Filhos de Gandhy". Era o
começo do crescimento cultural do Carnaval de
Salvador; que passou a enfatizar os conflitos e a
protestar contra o racismo.

Em 1975 o trio elétrico "Dodô e Osmar"


comemorou o jubileu de prata e retornou
definitivamente à cena carnavalesca após um
período de 14 anos afastado. O trio voltou com
uma nova formação incluindo o músico
Armandinho, filho de Osmar, e mudou o nome para
"Trio Elétrico de Armandinho, Dodô e Osmar".

Em 1976, surgiu, então, o trio elétrico "Novos


Baianos", introduzindo junto com o "Trio de
Armandinho", o swing baiano.

No ano seguinte, as escolas de samba que


participavam do Carnaval de Salvador deixaram de
desfilar. Apesar dos blocos de trio terem surgidos
no início da década, é em 1978 que o "Camaleão"
inicia a superação do amadorismo vigente entre os
primeiros blocos de trio, representando um marco
na emergência deles no Carnaval de Salvador. Foi
neste mesmo ano que o uso da máscara, antes
alegria e graça dos foliões, iniciou o seu processo
de desaparecimento.

Adereço indispensável para complementar as fantasias de carnaval, a


máscara que em nosso convívio ficou mais conhecida como careta, serviu
também para esconder dos olhares conhecidos e indiscretos a vergonha de um
rosto eufórico.

Em 1979, aconteceu, então, o encontro entre o afoxé e o trio elétrico, com o


surgimento da música "Assim pintou Moçambique", de Moraes Moreira e Antônio
Risério, desencadeando, assim, todo o processo do afoxé "eletrizado" da música
baiana atual.

Década de 80

No início dos anos 80, a


transformação do Carnaval de
Salvador se intensificou mais ainda e
coube ao bloco "Traz Os Montes"
introduzir algumas inovações, tais
como a montagem de um trio elétrico
com equipamentos transistorizados,
instalação de ar condicionado para
refrigerar e manter os equipamentos
em temperatura suportável, retirada
das bocas de alto-falantes, instalação
de caixas de som de forma
retangular, eliminação da tradicional
percussão que ficava nas partes
laterais do trio e inserção de uma
banda com bateria, cantor e outros
músicos em cima do caminhão.
Em 1981, o bloco Eva, surgido em
1980 e considerado uma das
entidades mais irreverentes e
inovadoras do Carnaval, decidiu
radicalizar ainda mais do que o "Traz
Os Montes" e contratou engenheiros
para assinar o cálculo estrutural do
novo trio e de todo o sistema de
sonorização que importou dos
Estados Unidos (como uma nova
mesa de som e vários periféricos
necessários para o perfeito
funcionamento do trio e da banda).
Assim, o Eva fez com que os outros
blocos fossem obrigados a investir
também em seus trios.

O público e a crítica passaram a


notar claramente a diferença gritante
entre os seus equipamentos e os
demais, assim como a qualidade dos
cantores e das bandas.

Neste mesmo ano o Governador


da Bahia assina o Decreto nº 27.811,
que determina a suspensão do
expediente nas repartições públicas
na sexta-feira da semana anterior ao
carnaval.

Um ano depois, registrou-se a


presença de tanta gente nas ruas de
Salvador que os tradicionais
freqüentadores da Praça Castro Alves
(intelectuais, profissionais liberais e
travestis) ficaram irritadíssimos com
a invasão do tradicional reduto
liberal. Neste ano, a mortalha
começou a desaparecer como
indumentária carnavalesca, tendo
como opção o short, bermuda ou
macacão.

No Carnaval de 1983, apareceram


algo em torno de 30 a 40 ritmos
novos.

Em 1988 pela primeira vez, um bloco afro de grande porte, o


Olodum, desfila na Barra. O ano da comemoração alusiva ao centenário
da abolição da escravatura no Brasil, cujo o tema foi "Bahia de Todas as
Áfricas".
Cronologia do
Trio Elétrico

"O Trio Elétrico, com seu som antropofágico, vai


carnavalizando tudo. Desde os populares mais clássicos, até os
clássicos mais populares."
Caetano Veloso

Década de 30
Existia em Salvador um conjunto musical, criado por Dorival
Caymmi, que animava algumas festas e reuniões de fim de semana, e
que se apresentava nas estações de rádio. Começava, então, a fazer
sucesso na Bahia o grupo Três e Meio, cujos integrantes eram o
próprio Caymmi, Alberto Costa, Zezinho Rodrigues e Adolfo
Nascimento – o Dodô. Em 1938, com a saída de Caymmi, o grupo
reestruturou-se e passou a contar com sete componentes, incluindo
Osmar Macêdo.

1942
Em apresentação na cidade de Salvador, o violonista clássico
Benedito Chaves (RJ) mostrou pela primeira vez ao público local um
"violão eletrizado". Dodô e Osmar, ávidos em conhecer tal
instrumento, foram assistir ao show no cine Guarani e ficaram
extremamente entusiasmados. Embora fosse um violão comum,
importado e com um captador inserido à sua boca, o instrumento era
muito primitivo e possuía microfonia. Dodô, porém, incansável na
busca da superação deste problema, construiu em poucos dias um
violão igualzinho ao de Benedito Chaves para ele, e um cavaquinho
para Osmar. Apesar da microfonia persistir, os dois uniram-se mais
uma vez para formar a "Dupla Elétrica" e começaram a se apresentar
em diversos lugares.

Num determinado dia, Dodô resolveu esticar uma corda de violão


sobre a sua bancada de trabalho e prendê-la nas extremidades; sob a
corda, colocou um microfone preso à bancada. Quando a dupla ligou o
microfone, algo inacreditável aconteceu um som limpo, que parecia
até o de um sino. Estava, então, descoberto o princípio e logo foi
possível perceber que o "cêpo maciço" evitava o fenômeno da
microfonia – e assim, com o nome de pau elétrico, nasceu a guitarra
baiana.

1943/49
A dupla elétrica passou, então, a tocar em clubes, festas e bailes,
com seus próprios instrumentos.

1951
Na quarta-feira anterior ao
Carnaval, o famoso "Clube
Carnavalesco Vassourinhas do
Recife", com 150 componentes,
apresentou-se em Salvador com
metais, alguma madeira e pouca
percussão.

Na manhã do dia seguinte à


apresentação dos pernambucanos,
Dodô e Osmar começaram a
trabalhar no projeto de construção
do que viria a ser o "trio tlétrico".
Osmar, proprietário de uma oficina
mecânica, retirou do galpão um
Ford 1929, conhecido como
"Fobica", e iniciou o processo de
decoração pintando em todo o
veículo vários círculos coloridos
como se fossem confetes e
confeccionou em compensado, no
formato de violão, duas placas com
os dizeres "Dupla Elétrica".

Dodô, com formação em radiotecnia, decidiu montar uma "fonte"


que, ligada à corrente de uma bateria de automóvel, iria alimentar a
carga para o funcionamento dos alto-falantes instalados na fobica
(onde eles se apresentariam com os seus "Paus Elétricos").

Em pleno domingo de Carnaval, a dupla subiu a ladeira da


montanha em direção à Praça Castro
Alves e Rua Chile, por volta das 16
horas, e arrastou milhares de
pessoas. Dodô e Osmar, em cima da
fobica decorada e eletronicamente
equipada, fizeram, assim, sua
primeira aparição como os inventores
do trio elétrico.

1951
A dupla
resolveu convidar
o amigo e músico
Temístocles Aragão
para formar o que
se chamaria de trio
elétrico. O nome
foi ganhando fama,
fazendo com que,
nos anos
seguintes, as
pessoas ouvissem
o som eletrizante e
dissessem: "Lá
vem o trio
elétrico".

1952
A fábrica de refrigerantes "Fratelli
Vita" decidiu patrocinar o trio elétrico
de Dodô e Osmar e a dupla
abandonou a velha fobica e passou
para um veículo grande, colocando
nele oito alto-falantes, corrente
elétrica de geradores e iluminação
com lâmpadas fluorescentes. O
patrocínio permaneceu até 1957 –
época em que o trio elétrico de Dodô
e Osmar apresentava-se nas ruas
centrais de Salvador e animava
carnavais fora de época no interior do
Estado.

1953/58
Surgiram,
então, novos trios
elétricos tocando
em cima de
caminhonetes
como o Ypiranga,
Cinco Irmãos,
Conjunto Atlas,
Jacaré
(posteriormente
chamado de
Saborosa) e o
Paturi ( Feira de
Santana/BA.)
1956
Surge o conjunto musical
Tapajós (montado em uma
caminhonete), primeiro seguidor e
grande responsável pelo fato do trio
elétrico, como estrutura física, ter
se mantido e se expandido como
fenômeno carnavalesco.

1957
O trio elétrico Tapajós anima o
Carnaval no Subúrbio Ferroviário.

1958
O trio elétrico Dodô e Osmar ganhou o patrocínio da Prefeitura
Municipal de Salvador.

1959
A convite do governador de Pernambuco, o Trio Elétrico de Dodô e
Osmar saiu pela primeira vez da Bahia para tocar no Carnaval de
Recife, sob o patrocínio da "Coca-Cola".

1960
O trio elétrico Tapajós compra
de Dodô e Osmar uma de suas
carrocerias.

1961

O trio elétrico de Dodô e Osmar


deixou de participar do Carnaval em
virtude da morte do sogro de
Osmar, Armando Costa, maior
incentivador do grupo. O Tapajós
firmou o primeiro contrato
comercial com a Coca-Cola para
animar as micaretas das cidades de
Feira de Santana, Pojuca, Catu e
Alagoinhas.

1962
O Carnaval não teve mais uma vez a participação do trio de Dodô e
Osmar; por outro lado, assistiu à estréia do Tapajós, desfilando pelas
ruas centrais da Cidade.

1963
Com o patrocínio da Refinaria Mataripe, o trio de Dodô e Osmar
voltou a participar do Carnaval de Salvador: era um carro alegórico,
montado sobre uma carreta. Armandinho, com apenas nove anos de
idade, já era o solista do trio.

No concurso de trios elétricos promovido pela Prefeitura, o


vencedor foi o trio Tapajós, com uma nova carroceria totalmente
metálica.

1964
Osmar resolveu construir uma
miniatura de trio elétrico em uma
pick-up Ford F-1000. A engenhoca
era destinada a seus filhos e aos
filhos de Dodô, os quais tinham
todos no máximo 12 anos.

O trio elétrico Tapajós animou o


Carnaval de Recife (PE) sob o
patrocínio da Coca-Cola e do
Departamento de Turismo do
Recife.

1965
O mini-trio de Armadinho e
Betinho voltou a comandar o
Carnaval de Salvador. O trio
elétrico Tapajós consagra-se
campeão.

1966
O trio elétrico Tapajós foi aclamado bi-campeão.

1967
O Tapajós consagrou-se
tricampeão do Carnaval de
Salvador, em concurso promovido
pela Prefeitura.

1969
Caetano Veloso lançou a música
"Atrás do Trio Elétrico Só Não Vai
Quem Já Morreu". O trio Tapajós
lançou no mercado fonográfico o
primeiro disco gravado por um trio
elétrico e foi ao Rio de Janeiro para
reforçar o lançamento nacional da
música. Em uma semana, a canção
passou do sétimo para o segundo
lugar nas paradas de sucesso e foi
apresentada no programa televisivo
"A Grande Chance".
1972
Um histórico encontro na Praça
Castro Alves ocorreu entre Osmar –
que tocava no trio elétrico
Caetanave - e Armandinho, que se
apresentava em cima do trio
Saborosa, fazendo o "Desafilho".

O Tapajós homenageou Caetano


Veloso, pela sua volta do exílio em
Londres, com o lançamento da
"Caetanave",um trio com linhas
arquitetônicas arrojadas, uma
verdadeira obra de arte que, que
com a devida proporção dos
tempos, até hoje não foi superada.
Nas ruas, o público pôde apreciar
os baianos Gilberto Gil, Caetano
Veloso e Gal Costa em cima do trio.

Surge o trio elétrico Marajós.

1973
O trio Tapajós animou o Carnaval da cidade de Curitiba.

1974
Depois de uma longa
ausência, a dupla Dodô e Osmar
retornou ao Carnaval com uma
nova formação – "Trio Elétrico
Armandinho, Dodô e Osmar". Na
ocasião, eles gravaram um disco
sob o título "Jubileu de Prata",
em comemoração aos 25 anos
de criação do trio.

O Tapajós – que havia


gravado seis LP´s e dois
compactos - foi animar o
Carnaval de Belo Horizonte.

1975
Após sua estréia em 1950, a
fobica voltou às ruas para
comemorar o Jubileu de Prata do
trio elétrico. Uma grande festa foi
organizada para homenagear seus
inventores, incluindo um desfile de
vários trios elétricos puxados por
Dodô e Osmar. Especialmente
montados e decorados para a
parada, os trios saíram do Campo
Grande e chegaram até a Praça
Castro Alves, onde executaram em
conjunto o "Parabéns a Você". Em
seguida, a dupla recebeu o troféu
comemorativo ao jubileu pela
criação da "máquina de gerar
alegria".

Em apoteóticas homenagens, a
A empresa Souza Cruz contratou
dois trios da Tapajós para a cidade
do Rio de Janeiro.

1976
O Tapajós animou os carnavais
de Salvador, Belo Horizonte e
Santos.

Surgiu, então, a empresa


Tapajós Promoções Artísticas e
Publicidade Ltda.

Durante show na Concha


Acústica de Salvador, Armandinho
lançou mais uma engenhoca de
autoria de Dodô: uma guitarra de
dois braços, batizada de Dodô e
Osmar.

Surgiu pela primeira vez nas


ruas de Salvador o trio elétrico dos
Novos Baianos,equipamento que
causou uma verdadeira revolução
no cenário musical. A sonorização
do trio mudava completamente,
aindo dos tradicionais
amplificadores de vávulas e das
cornetas Sedam para caixas
acústicas, twiters e cornetas Snak.
A linguagem musical também
sofreu mudanças, com os Novos
Baianos cantando músicas do
repertório popular. Caetano Veloso,
Gilberto Gil, Gal Costa e Maria
Betânia reuniram-se e batizaram o
grupo com o nome de "Os Doces
Bárbaros".

1977
O trio elétrico Tapajós animou também o Carnaval em Brasília.

Através do lançamento da música "Pombo Correio", o trio elétrico


Dodô e Osmar foi especialmente decorado com uma gigantesca ave
branca afixada na proa do veículo, que batia as asas ao ritmo do
instrumental do trio.

1978
Morreu um dos pais do trio elétrico, Adolfo Nascimento, o Dodô.
Seu sepultamento foi acompanhado pelo trio Tapajós, envolto numa
enorme faixa preta em sinal de luto, executando a Ave Maria de
Gounot e a marcha fúnebre de Choppin, além do Hino ao Senhor do
Bonfim.

Neste ano, aconteceu o casamento do som dos afoxés com o trio


elétrico, graças a Moraes Moreira e ao seu parceiro e poeta Antônio
Risério, com o lançamento da música "Assim Pintou Moçambique".
1979
Três carros-trios da empresa Tapajós
foram contratados por entidades
carnavalescas de Salvador. Na festa
comemorativa do tricampeonato do Esporte
Clube Flamengo, o trio Tapajós foi
contratado para, ao som de um frevo
especialmente composto por Moraes
Moreira, arrastar uma verdadeira multidão
de torcedores do Maracanã até a Gávea,
atravessando quase toda a cidade do Rio de
Janeiro.

1980
O trio elétrico Traz os Montes -
na verdade, equipamento de uma
entidade carnavalesca – desfilou
pela primeira vez nas ruas de
Salvador. O Traz os Montes, por
sinal, firmou-se como o trio que
mais introduziu as novidades
técnicas no Carnaval, possuindo um
som extraordinariamente potente e
de ótima qualidade e inovando com
toda a aparelhagem transistorizada.

Com arranjo especial de Armandinho, a composição "Beleza Pura",


de Caetano Veloso, foi a música mais executada por todos os trios
elétricos.

A cidade do Rio de Janeiro abriu suas festividades momescas com


uma batalha de confete em Madureira, cuja atração principal era o trio
elétrico Tapajós.

Na cidade de Natal(RN), começou-se a observar a presença de três


trios elétricos no Carnaval, cujas construções tinham como consultor
Osmar Macêdo.

1981
O novo trio de Armandinho, Dodô e Osmar teve como tema a
música "Vassourinha Elétrica", que, em poucas semanas, tornou-se
sucesso de vendagem em todo o País.

O trio elétrico Novos Baianos, comandado pela única cantora de


trio, Baby Consuelo.

1983
Um trio elétrico construído na Itália foi inaugurado na Pizza Navona
diante de 80 mil pessoas embaladas ao som da banda de Armandinho,
Dodô e Osmar trieletrizado o "Império Romano".

1985
Um outro trio elétrico foi construído na França para fazer o
Carnaval em Toulouse.

1986
O trio elétrico Armandinho, Dodô e Osmar foi para a Copa do
Mundo do México e, na volta, foi à França para percorrer várias
cidades da Riviera Francesa, terminando em Lion.

1988
Foi criado o trio elétrico Espacial, com palco giratório e elevado
automático.

1990
O trio elétrico completou 40 anos.

1992
Orlandinho, filho de Orlando Campos, resgatou o trio Caetanave e
prestou uma homenagem à seu pai, promovendo neste Carnaval o
encontro de gerações.

1997
O outro pai do trio elétrico, Osmar Macêdo, faleceu e teve seu
sepultamento realizado com um cortejo de trios elétricos passando na
Praça Castro Alves.

1998
Foi inaugurado, na Praça Castro
Alves, monumento em homenagem
à dupla Dodô e Osmar.

A fobica voltou às ruas durante


o Carnaval em homenagem a
Osmar.

1999
O percussionista Carlinhos
Brown retomou o projeto da
Caetanave e trouxe um novo
equipamento para as ruas de
Salvador.

2000
A fobica e seus idealizadores serão mais uma vez homenageados
no ano em que o trio elétrico completa 50 anos de existência.

Axé Music 20 anos de Sucesso


Tudo começou com o som vindo dos tambores das entidades carnavalescas de origem
africana em meados da década de 70. Nesta época, a Bahia via surgir o bloco afro " Ilê Ayiê
" e o afoxé " Badauê " e acompanhava ainda o renascimento do afoxé " Filhos de Gandhy
" - depois, vieram os blocos afros " Olodum e o Muzenza ".

O trabalho dos "afros" e "afoxés" com seus ritmos, cores e batuques, iria, então, exercer
enorme influência nos artistas "criados" em cima dos trios elétricos, que no início dos anos
80, começavam a fazer suas produções próprias e independentes. Apesar disso, o sucesso
dos novos músicos limitava-se à Bahia, graças ao incentivo e à parceria fundamentais do
estúdio WR, Itapoan FM e TV Itapoan. A hora deles, no entanto, não deixaria de
chegar... Em 1985, a canção " Fricote "- composta por Paulinho Camafeu e interpretada por
Luiz Caldas - explodiu e derrubou as barreiras existentes na mídia do Sul e Sudeste do País e
fez com que o gênero denominado axé music conquistasse todo o Brasil. Caldas e a banda
Acordes Verdes abriram as portas da indústria fonográfica nacional para a música baiana. A
axé music rompeu uma estrutura sólida e foi responsável pela mistura de diversos estilos
musicais e rítmicos, quebrando conceitos e preconceitos na maneira de fazer o público
dançar, se vestir, se comportar e se distrair. Sem falar no impulso econômico que deu à
economia baiana, através do lançamento e venda de milhares de CDs, da atração de
turistas, da geração de empregos diretos e indiretos e do crescimento do Carnaval de
Salvador.

A explosão das canções baianas foi ainda responsável pela reinserção da música
brasileira nas rádios do País, já que as programações eram recheadas apenas por sucessos
norte-americanos. Foi também após o surgimento da axé music que apareceram estilos
musicais genuinamente brasileiros, como o sertanejo da cidade de São Paulo, o pagode da
cidade do Rio de Janeiro, a lambada do Pará e o pop da cidade de Recife. Depois do sucesso
inicial, o gênero continuou se espalhando e fez surgir os carnavais fora de época nos quatros
cantos do Brasil, as quais vêm se expandindo a cada ano.

Embora muitas composições tenham sido lançadas nestes 20 anos da axé music,
apresentamos os 20 hits mais tocados nesta trajetória. Fontes: Jornal A Tarde, Assessoria de
Imprensa - Emtursa, W.R., Ricardo Chaves (cantor e produtor do CD "Luiz Caldas e
Convidados - 20 Anos de Axé) e o Jornalista Osmar Martins.

ANO MÚSICA BLOCO/CANTOR


1985 FRICOTE Luiz Caldas
1986 EU SOU NEGÃO Gerônimo
1987 FARAÓ, DIVINDADE DO EGITO Olodum
1988 PROTESTO DO OLODUM Versão da Bandamel
1989 BEIJO NA BOCA Banda Beijo
1990 REVOLTA OLODUM Olodum
1991 PREFIXO DE VERÃO Bandamel
1992 BAIANIDADE NAGÔ Bandamel
1993 DOCE OBSESSÃO Cheiro de Amor
1994 REQUEBRA Olodum
1995 AVISA LÁ Olodum
1996 ARAKETU BOM DEMAIS Araketu
1997 RAPUNZEL Daniela Mercury
1998 A LATINHA Timbalada
1999 JULIANA Pierre Onasis
2000 CABELO RASPADINHO Chiclete com Banana
2001 BATE-LATA Banda Beijo
2002 FESTA Ivete Sangalo
2003 DANDALUNDA Margareth Menezes
2004 MAIMBÊ DANDÁ Daniela Mercury

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