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O Carnaval é uma das festas populares mais conhecidas no

mundo ocidental, sendo a maior festividade do Brasil. Sua origem


remonta à Idade Média e tem associação direta com o cristianismo.
O Carnaval chegou ao Brasil, durante o período colonial,
caracterizado por diversas brincadeiras, como o entrudo.
Ao longo do século XX, uma série de ritmos e danças passaram a
fazer parte do Carnaval brasileiro. Atualmente, ritmos como
o samba, o maracatu e o frevo são seus símbolos. O Carnaval
transformou-se na principal festa popular brasileira a partir da
década de 1930 e, atualmente, conta com os blocos de rua que
acontecem nos grandes centros do país, assim como os desfiles
das escolas de samba.
Qual a origem do Carnaval?

Bailes de máscaras faziam parte do Carnaval europeu.


O Carnaval é uma festa que surgiu, durante a Idade Média, em
relação direta com o cristianismo. Alguns historiadores, no entanto,
buscam encontrar as origens mais remotas que nos ajudem a
entender algumas de suas práticas. Assim, o Carnaval pode ter
surgido oficialmente na Idade Média, mas alguns elementos da
festa foram herdados de celebrações da antiguidade.
Esses elementos antigos foram herdados de celebrações de
diferentes povos, destacando-se
os mesopotâmicos, gregos e romanos. A ideia que marcava o
Carnaval medieval era a do “mundo de cabeça para baixo”, isto é,
um mundo no qual a ordem das coisas foi invertida
temporariamente, sendo essa característica encontrada em uma
festa mesopotâmica. Gregos e romanos realizavam festas em
homenagem a Dioníso (Baco, para os romanos), e essas festas
promoviam bebedeiras e outros prazeres carnais.
No decorrer da Idade Média e com a consolidação da Igreja
Católica, houve uma busca pelo controle dos ímpetos festivos da
população. Isso porque as festas eram tidas como exageros,
portanto, propensas a práticas enxergadas como pecaminosas.
Assim, durante a Alta Idade Média, a Igreja estabeleceu
a Quaresma — período de 40 dias que antecede a Semana Santa
e é marcado pela contrição e pelo jejum.
A existência de um período de 40 dias de rigidez e restrição
conseguiu condensar o ímpeto festivo da população para as
semanas e meses anteriores à Quaresma. O carnis levale,
conhecido também como carne vale, surgiu como um período para
as pessoas extravasarem seus desejos antes de iniciarem a
Quaresma. A expressão significa “retirar a carne” e representa o
Carnaval exatamente como o momento de preparação para que os
prazeres carnais fossem retirados.
O Carnaval, durante a Idade Média, podia estender-se por meses,
logo após o Natal e antes da Quaresma, como podia acontecer
apenas por algumas semanas antes da Quaresma. Era comum que
acontecessem brincadeiras e zombarias públicas, assim
como peças teatrais, tudo com muita bebida e fartura de
alimento, incluindo carne, um alimento inacessível à maioria das
pessoas durante o resto do ano.
Carnaval brasileiro

O Carnaval no Brasil é a maior festa popular do Brasil, além de ser


uma festa móvel que tem sua data determina pelos critérios que
definem a data da Páscoa. Assim, uma vez estabelecidos os dias
da Páscoa, é possível definir os do Carnaval, uma vez que a Terça-
feira de Carnaval é fixada exatamente 47 dias antes da Páscoa.
Para os próximos cinco anos, as datas do Carnaval serão as
seguintes:

2020: 25 de fevereiro
2021: 16 de fevereiro
2022: 1º de março
2023: 21 de fevereiro
2024: 13 de fevereiro

O Carnaval é a maior festa popular de nosso país e arrasta milhões


de pessoas para as ruas. A data é também um momento muito
importante para a economia, uma vez que movimenta bilhões de
reais todos os anos. As maiores festas de rua do Brasil ocorrem nas
cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Outras
festas importantes são realizadas no interior dos estados do Rio
de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo.

Nordeste

Os blocos de rua puxados pelos trios elétricos são típicos do


Carnaval comemorado em Salvador, na Bahia.
Os principais destaques do Carnaval brasileiro são os blocos de rua
realizados nas quatro capitais citadas. Em Salvador, eles são
puxados pelos tradicionais trios elétricos, que passam por alguns
pontos da cidade. O ritmo que agita o Carnaval baiano é,
principalmente, o axé, estilo musical tradicional da Bahia. Em 2019,
o Carnaval de Salvador levou 1,7 milhão de pessoas às ruas|1|.
Em Recife, acontece o maior bloco de Carnaval do mundo —
o Galo da Madrugada. Estima-se que, em 2019, o Galo da
Madrugada reuniu cerca de 2 milhões de pessoas que festejaram
durante horas na capital pernambucana|2|. Outras marcas do
Carnaval de Pernambuco são os ritmos, como o frevo, as danças
e o tradicional desfile dos bonecos de Olinda, que ocorre na
cidade vizinha, Olinda.

Sudeste

Os desfiles das escolas de samba mais tradicionais do Brasil


acontecem no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Já na região Sudeste, o primeiro destaque são os blocos de rua das
capitais São Paulo e Rio de Janeiro. Nesta, o carnaval atrai cerca
de 7 milhões de pessoas para as ruas|3|, enquanto, naquela, o
número de pessoas que vão às ruas chega a 5 milhões|4|.
Nas duas cidades também ocorrem os tradicionais desfiles das
escolas de samba. Em São Paulo, eles acontecem desde 1950,
mas foram oficializados em 1968, com o apoio do poder público. Já
no Rio de Janeiro, o desfile acontece desde 1932, sendo
oficializado em 1935. O desfile do Rio de Janeiro é, talvez, o maior
símbolo do Carnaval brasileiro no exterior.
Quando o Carnaval chegou ao Brasil?

O Carnaval foi trazido para o Brasil


pelos colonizadores portugueses. Os historiadores afirmam que
a festividade estabeleceu-se no país entre os séculos XVI e XVII e
teve como primeira prática o entrudo. Essa brincadeira fixou-se
primeiramente no Rio de Janeiro e era realizada dias antes do início
da Quaresma.
O entrudo manifestava o clima de zombaria pública que regia o
Carnaval e foi uma brincadeira muito comum até meados do século
XIX. A sua manifestação mais tradicional era conhecida como
“molhadelas”, nelas as pessoas jogavam líquidos malcheirosos
umas nas outras. Alguns dos itens usados eram água suja, lama e
urina.
No entrudo também eram usadas águas aromatizadas, e ele era
realizado tantos pelas classes altas quanto pelas camadas
populares. Além disso, era um momento de flertes, sobretudo
quando mais privado, isto é, entre famílias.
Com o passar do tempo, essa prática foi sendo substituída nas
elites por práticas carnavalescas em evidência na aristocracia
europeia no século XVIII, e, assim, surgiram os bailes de
máscaras no Brasil. A partir do século XIX, os bailes começaram a
popularizar-se, e, com a criação de sociedades carnavalescas,
foram levados para as ruas. Consolidava-se, assim, o hábito de
mascarar-se durante o Carnaval brasileiro.
Essas sociedades carnavalescas também passaram desfilar
publicamente. A partir do século XX, o envolvimento popular com a
festa contribuiu para a consolidação de ritmos que incorporavam a
influência da cultura africana na capital carioca. Assim, na década
de 1930, o samba e os desfiles das escolas de samba tornaram-
se elemento fundamental do nosso Carnaval. O sucesso das
escolas de samba levou à construção e inauguração, em 1984,
do Sambódromo, o local no qual os desfiles acontecem na cidade
do Rio de Janeiro.

A origem do termo samba


Imagine um compositor sentado à mesa. Cercado por seus
instrumentos musicais, papéis e partituras ele gasta horas a fio
tentando criar algo novo. Boa parte de seu trabalho já está pronto.
Os instrumentos utilizados, o conjunto de notas usuais e, até
mesmo, as roupas para a apresentação estão todos definidos. No
entanto, falta um último detalhe que o perturba: “Que nome colocar
nesse novo gênero musical que acabei de inventar?”

Essa situação seria, no mínimo, estranha. Até hoje, não se tem


notícia de algum compositor ou artista que planejou os mínimos
detalhes da criação de um novo tipo de música, chegando até a
antecipar seu próprio nome. Usualmente, os gêneros musicais
surgem com o passar dos anos, com a experimentação de
diferentes músicos e contextos históricos bastante específicos. Um
exemplo bem claro desse gradual processo de criação pode ser
visto com a criação do samba.

Ao contrário do que se pensa, durante muito tempo, o termo “samba”


não fazia referência a um estilo musical específico. Nesse período
– entre os fins do século XIX e o início do século XX – as pessoas
não costumavam “escutar samba”, elas “iam ao samba”. Para
entendermos um pouco melhor devemos compreender um pouco
da história dos escravos e da cidade do Rio de Janeiro no século
XIX.

Nesse período, percebemos a ocorrência de dois importantes fatos


históricos: a Abolição da Escravatura, em 1888, e, no ano seguinte,
a Proclamação da República. Com a abolição dos escravos, um
grande contingente da população negra do Brasil abandonou o
campo e passou a buscar meios de sobrevivência nos centros
urbanos do país. Muitos desses ex-escravos começaram a sair das
fazendas da região norte-nordeste em direção à cidade do Rio de
Janeiro.

Os negros que fizeram esse trajeto chegaram em uma cidade


despreparada para receber esse novo contingente populacional.
Dessa forma, os negros passaram a ocupar bairros mais afastados
ou se instalaram nos cortiços espalhados pela cidade. Ao mesmo
tempo, as dificuldades para se arranjar emprego e o problema da
discriminação social foram dois fatores que promoveram a
solidarizarão entre essas comunidades socialmente e
economicamente excluídas.
Uma das formas mais comuns pelas quais os negros reafirmavam
seus laços de amizade e cooperação ocorria durante as festas nas
casas das “tias” ou das “vovós”. As casas das “tias” e das “vovós”
eram grandes pontos de encontro daquelas comunidades. Durante
essas festas, ocorria a celebração de rituais religiosos, o
oferecimento de variados pratos de comida e a execução de
diferentes manifestações musicais. Usualmente, aqueles que
freqüentavam essas festam diziam que freqüentavam o “samba” na
casa da vovó (ou da titia).

Dessa maneira, antes de surgir a música “samba” o termo era


sinônimo de festa. Outros pesquisadores do assunto ainda relatam
que o termo “samba” tem origem no termo africano “semba”, que
era comumente utilizado para designar um tipo de dança onde os
dançarinos aproximam seus ventres fazendo uma “umbigada”.
Segundo o dicionário Aurélio o termo originário ainda significa
“estar animado” ou “pular de alegria”.

Em 1916, Donga, foi considerado o primeiro músico a registrar a


letra e a canção de um samba. Mesmo assim, até meados da
década de 30 os componentes estéticos e musicais do samba
sofreram grandes transformações. Ainda no início daquela década,
o irreverente sambista Noel Rosa perguntou a um jovem compositor
que lhe entregara uma letra: "Isso é samba ou aquela outra coisa
que a Carmen Miranda canta?”. Com isso, podemos perceber que
o samba teve diferentes significados e, enquanto música sofreu
muitas transformações até chegar à forma contemporânea.

Escolas de samba
As escolas de samba surgiram na década de 1920 com a
popularização do samba no Rio de Janeiro. A origem das escolas
de samba resultou na criação dos tradicionais desfiles.
"As escolas de samba são associações populares que surgiram na
década de 1920 em meio ao processo de popularização do
Carnaval e do samba. Essas associações surgiram nos bairros
populares e subúrbios da cidade do Rio de Janeiro, sendo a Deixa
Falar, a primeira escola de samba da história de nosso país.
As escolas de samba adquiriram características de outras práticas
do Carnaval brasileiro do começo do século XX e, na década de
1930, os desfiles deram origem a um campeonato. Atualmente, a
disputa existente entre as escolas de samba é um dos principais
atrativos do Carnaval brasileiro, sobretudo, as disputas que são
realizadas no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Tópicos deste artigo
1 - Quando e como surgiram as escolas de samba?
2 - Desfiles das escolas de samba
Quando e como surgiram as escolas de samba?
As escolas de samba são um fenômeno do começo do século XX
e estão diretamente relacionadas com o desenvolvimento do
samba e a popularização do Carnaval no Brasil. Os elementos que
deram origem às escolas de samba foram incorporados de uma
série de práticas do Carnaval carioca que eram realizadas desde
meados do século XIX.
O pesquisador da música brasileira chamado Ricardo Albin
estabelece que as escolas de samba incorporaram elementos dos
“zé pereiras”, dos ranchos carnavalescos e das associações
carnavalescas que começaram a surgir no Rio de Janeiro no final
do século XIX|1|. Outros elementos, como a influência das
procissões religiosas e o corso (prática de realizar um desfile em
carros e de jogar confetes e serpentinas em outros foliões que
estavam na rua), também influenciaram o desenvolvimento das
escolas de samba."
"Surgimento das escolas de samba
As escolas de samba surgiram na década de 1920 e seguiram
aquela linha evolutiva mencionada anteriormente. Os historiadores
consideram que a Deixa Falar foi a primeira escola de samba a
surgir no Rio de Janeiro, e sua fundação aconteceu em 12 de
agosto de 1928. Ela é considerada a primeira escola de samba da
história, porque foi a primeira a reunir a série de elementos que
formam uma escola de samba atualmente.

Os fundadores da Deixa Falar foram Ismael Silva, Alcebíades


Barcelos, Nilton Bastos, Edgar Marcelino dos Passos, Osvaldo
Vasques e Sílvio Fernandes. Fundada no bairro do Estácio, ela só
foi mencionada nos jornais pela primeira vez em janeiro de 1929.
Seus membros tinham envolvimento com ranchos carnavalescos e
levaram essa experiência para o desenvolvimento dessa escola de
samba.
A fundação da Deixa Falar acabou motivando a evolução de outros
blocos de Carnaval e, assim, novas escolas, como a Portela e a
Mangueira, surgiram. Em 1929, foi realizado um concurso de
samba entre a Deixa Falar, o Conjunto Carnavalesco Osvaldo Cruz
(futura Portela) e o Bloco Carnavalesco Estação Primeira
(Mangueira). Os historiadores, no entanto, não consideram esse o
início dos desfiles das escolas de samba."

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