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ESCOLA DE HISTÓRIA
2º PERÍODO - 2022.1
RELATÓRIO DE PESQUISA
O SAMBA NO RIO DE JANEIRO NO SÉC. XIX
RIO DE JANEIRO
2022
HUGO CAETANO ANDRADE SILVA
RELATÓRIO DE PESQUISA
O SAMBA NO RIO DE JANEIRO NO SÉC. XIX
TRABALHO APRESENTADO AO
CURSO DE HISTÓRIA COMO
REQUISITO PARA OBTENÇÃO
DE NOTA.
RIO DE JANEIRO
2022
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem como objetivo, trazer o gênero musical samba, dentro de uma
perspectiva histórica, usando principalmente o acervo da Biblioteca Nacional em que se
encontra o “Diário do Rio de Janeiro”, jornal escrito durante o século XIX. Usando do jornal
da época imperial do Brasil, se descobrirá como a música popular, o samba, era visto pelos
demais cidadãos, de onde esse ritmo diferente veio e como se propagou em território nacional.
Trazendo também questões sociais, econômicas e religiosas da época. No entanto, se faz
necessária uma contextualização do momento histórico em que tal estilo musical foi
desenvolvido.
O Brasil no século XIX passava por várias mudanças, no que diz ser em relação a sua
economia, suas leis e sua sociedade e principalmente a questão da escravidão, que ao longo
desse século foi se tornando mais fraca, até “acabar” em 1888 com a assinatura da Lei Áurea
pela Princesa Isabel. Porém o recorte que será feito pegará desde o período de 1820, até o
final do século XIX, aproximadamente 1880, ainda dentro do período de escravidão. É
importante destacar nessa época que os escravizados se encontravam em grande quantidade
em território nacional e apareciam até mesmo em jornais, artigos e avisos, de compra, venda e
fuga daqueles. O ponto principal é entender que, com essa massa de escravizados sendo
comercializados, sua cultura começou a ser espalhada no país, de forma com que algumas de
suas tradições sofressem grande influência de outras culturas que aqui se encontravam.
2. Sua Origem
O samba se originou de antigos batuques trazidos pela cultura africana que veio para o
Brasil no período escravocrata do país. Seu ritmo e dança, originalmente traziam uma questão
mais religiosa e mística para os negros dentro de sua cultura, que ao longo do tempo foi sendo
difundida na sociedade brasileira, principalmente no Rio de Janeiro do século XIX.
Esse movimento artístico começou a ter mais força quando o Rio de Janeiro se tornou
a capital oficial do império, e por consequência, trouxe mais escravizados, principalmente da
Bahia até o conglomerado urbano que se formava. Foi durante esse período que as rodas de
samba começaram a aparecer, e nesse contexto, os batuques africanos começaram a sofrer
influências de outros ritmos como o maxixe e a polca. As rodas de samba foram a principal
influência do que se definiu como típico samba carioca.
As baianas no final do século XIX, no Rio de Janeiro, são as precursoras das rodas de
samba como se é conhecido hoje. Tia Ciata, Tia Bebiana, Tia Amélia, Tia Prisciliana, Tia
Veridiana e Tia Mônica, são as referências em que o samba se conduz atualmente, sendo a
Ciata, a principal personagem, pois esta se destacava nas festas e rodas que fazia em casa na
Praça Onze. É por causa dessas mulheres que nos desfiles de carnaval existe a Ala das
Baianas, além de terem suma importância e grande influência na fundação das escolas de
samba.
É perceptível que a Igreja não possuía mais tanto controle sobre os escravizados como
outrora tivera. Por consequência disso, essa, que tinha influência sobre parte da população
portuguesa e de outras europeias que viveram aqui, fazia intercepções dentro do jornal.
Citando as culturas africanas, suas danças e seus rituais de forma pejorativa, chamando estes
de feitiçaria e acusando as rodas de samba de má influência àqueles que seguiam solenemente
a palavra de Deus e não compactuavam com esse tipo de “ladainha”, como dizia a
reportagem.
4. Conclusão
Após a análise é possível perceber que o samba percorreu uma grande caminhada nos
quesitos propagação e aceitação da cultura marginal e negra, pela população de maior poder
aquisitivo da época. Esse processo fez com que, posteriormente, no século XX, o samba
obtivesse mais visibilidade e passasse a ser comercializado como outros tipos de música na
época. Se tornando também, posteriormente, identidade nacional brasileira.
Referências: