Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Pequena história
do Carnaval no Brasil
O
Carnaval não nasceu no Brasil, mas em nenhum outro local é
comemorado com tal entusiasmo. Festejado em todo o país, arrasta
milhões de foliões que se divertem de variadas formas nas diferentes
regiões. Nas cidades grandes e nas pequenas as pessoas de distintas idades,
sexo, cor, classe econômica e religião se reúnem em blocos, cortejos, escolas
de samba, bailes, com ou sem máscaras e fantasias, e se divertem cantando e
dançando.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
7
Origens
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
8
Sendo festa pagã, era renegado pela Igreja Católica até o século XV, quando o
Papa Paulo II conseguiu fazer com que o Carnaval romano acontecesse na Via
Lata, que desembocava em frente ao seu palácio, tornando as ruas, antes
silenciosas e desertas, no cenário para as comemorações: corrida de cavalos,
carros alegóricos, confetes, luminária de tocos de vela, corrida de corcundas,
lançamento de ovos e outras brincadeiras. Mesmo adotado pelo mundo
católico, conservou suas características: danças e disfarces (máscaras e
fantasias).
Origem no Brasil
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
9
goma, lixo e até urina nas pessoas. Depois as brincadeiras ficaram mais
amenas e passou-se a usar laranjinhas-de-cheiro e borrachas com água
perfumada. O entrudo era praticado por todos – inclusive escravos –, nas
várias regiões do país, e perdurou entre nós até meados do século XIX, apesar
das inúmeras tentativas das autoridades em proibi-lo.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
10
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
11
não era apenas percussão, mas eram usados instrumentos de cordas – violões
e cavaquinho – e de sopro – flautas e clarinetas. Havia um coro que entoava a
marcha do rancho, que se constituiu num dos principais gêneros da música
carnavalesca. Havia um porta-estandarte e três mestres: o mestre de harmonia
para a orquestra, o mestre de canto para o coro, e o mestre-sala, para a parte
coreográfica. Os ranchos tinham enredo usualmente baseado na mitologia.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
12
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
13
Personagens
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
14
Nos bailes as fantasias eram obrigatórias. Além dos diabinhos e dos dominós
eram comuns as fantasias de palhaços - chamados de clowns, que o povo
passou a chamar de clóvis - os pierrôs, o homem vestido de mulher. Mas, na
verdade, nas fantasias o povo exercita a criatividade com a maior liberdade e
inventa as mais inusitadas a cada ano. A designação de sujo para os
mascarados maltrapilhos aparece pela primeira vez em 1904.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
15
Músicas
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
16
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
17
harmonia permite que seja dançada com movimentos graciosos. Dos gêneros
musicais carnavalescos é o mais repousante e sereno, e serve muitas vezes
para “dar um descanso” dos ritmos frenéticos aos foliões. Inicialmente era
música instrumental executada pelas orquestras dos ranchos carnavalescos.
Uma das mais famosas é Pastorinhas, de Noel Rosa e João de Barro, lançada
para o Carnaval de 1938. Serve ainda para ilustrar a delicadeza da marcha-
rancho Malmequer, de Newton Teixeira e Cristovão de Alencar, cantada no
Carnaval de 1940; mais recentemente, Máscara Negra, de Zé Kéti e
Hildebrando Pereira Matos, do Carnaval de 1967.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
18
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
19
autores que escreveram sobre o Carnaval, uma coisa é certa: desde o seu
início foi uma festa coletiva, na qual as pessoas
podiam expandir sua alegria, rir, pular e cantar. Os foliões arranjam sempre
uma maneira de divertir-se, economizam o ano todo para fazer suas fantasias,
tiram férias do emprego para poder dedicar-se inteiramente à festa, esquecem
os problemas, só pensam em se divertir, rir, cantar, pular, brincar, beber, amar,
enquanto o Carnaval durar. Mesmo as críticas ao governo, as denúncias de
problemas, as sátiras, tão comuns no Carnaval, são feitas com bom humor.
Como evitar os “excessos” dos foliões de Momo? Impossível, dizem os
historiadores, pois o próprio Momo é o símbolo do “excesso”. Ele é um deus
essencialmente desvairado, sexual, amante do álcool e da carne.
É claro que o Carnaval se modifica. Mas o que ele faz é acompanhar o mundo,
que está em constante transformação. Longe de ser má notícia, porém, as
mudanças que o Carnaval vem sofrendo ao longo de sua existência trazem
inovações que enriquecem a festa. Basta assistir ao desfile das escolas de
samba do Rio de Janeiro e de São Paulo, aos blocos e maracatus de Recife e
Olinda, aos trios elétricos de Salvador, para citar somente as comemorações
mais cobertas pelos meios de comunicação.
Referências
Moraes, Eneida. História do carnaval carioca. Rio de Janeiro: Record, 1987.
Alencar, Edigar de. O carnaval carioca através da música. 5ª. edição, Rio de
Janeiro: Francisco Alves Editora, 1985.
Cascudo, Luis da Camara. Dicionário do folclore brasileiro. 6ª. edição, Belo
Horizonte /Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
Enciclopédia da Música Brasileira, 2ª. Edição, São Paulo: Publifolha, 1998.
Jornais e revistas
Mourão, Ronaldo Rogerio de Freitas. Origens do carnaval. Jornal do Brasil,
13.02.2002.
Pezza, Célio. As muitas origens da folia. Jornal do Brasil, 15.02.2010.
Alessandra Medina. Quanto vale uma coroa, Veja, 25.01.2012.
Luiz Ernesto Magalhães. De volta do começo. O Globo, 19.02.2012.
Felipe Caruso e Pedro Soares. Carnaval do Rio tem maior faturamento da
história, Folha de S.Paulo, 15.03.2011.
Tiago Décimo. Em Salvador 200 mil pessoas trabalham para garantir o
carnaval. O Estado de S.Paulo, 19.02.2012.
Matheus Magenta. Em Salvador carnaval gira R$ 500 mil. Folha de S.Paulo,
06.03.2011.
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista
20
Discos
Carnaval, sua história, sua glória, discos Revivendo, Curitiba (PR).
______________________
REVISTA PORTAL de Divulgação, n.29. Ano III. Fev.2013, ISSN 2178-3454. www.portaldoenvelhecimento.org.br/revista