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Código Civil artigo 1877 a 2020 filho sujeito ao poder paternal, ou

entre os filhos, ainda que, neste caso,


algum deles seja maior, são os
ARTIGO 1877º menores representados por um ou
(Duração do poder paternal) mais curadores especiais nomeados
Os filhos estão sujeitos ao poder pelo tribunal.
paternal até à maioridade ou (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
emancipação. 11)
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- ARTIGO 1882º
11) (Irrenunciabilidade)
ARTIGO 1878º Os pais não podem renúnciar ao poder
(Conteúdo do poder paternal) paternal nem a qualquer dos direitos
1. Compete aos pais, no interesse dos que ele especialmente lhes confere,
filhos, velar pela segurança e saúde sem prejuízo do que neste código se
destes, prover ao seu sustento, dirigir dispõe acerca da adopção.
a sua educação, representá-los, ainda (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
que nascituros, e administrar os seus 11)
bens. ARTIGO 1883º
2. Os filhos devem obediência aos (Filho concebido fora do
pais; estes, porém, de acordo com a matrimónio)
maturidade dos filhos, devem ter em O pai ou a mãe não pode introduzir no
conta a sua opinião nos assuntos lar conjugal o filho concebido na
familiares importantes e reconhecerlhes constância do matrimónio que não seja
autonomia na organização da filho do seu cônjuge, sem
própria vida. consentimento deste.
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
11) 11)
ARTIGO 1879º ARTIGO 1884º
(Despesas com o sustento, (Alimentos à mãe)
segurança, 1. O pai não unido pelo matrimónio à
saúde e educação dos filhos) mãe do filho é obrigado, desde a data
Os pais ficam desobrigados de prover do estabelecimento de paternidade, a
ao sustento dos filhos e de assumir as prestar-lhe alimentos relativos ao
despesas relativas à sua segurança, período da gravidez e ao primeiro ano
saúde e educação na medida em que de vida do filho, sem prejuízo das
- 332 - indemnizações a que por lei ela tenha
direito.
os filhos estejam em condições de
2. A mãe pode pedir os alimentos na
suportar, pelo produto do seu trabalho
acção de investigação de paternidade e
ou outros rendimentos, aqueles
tem direito a alimentos provisórios se
encargos.
a acção foi proposta antes de decorrido
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
o prazo a que se refere o número
11)
anterior, desde que o tribunal
ARTIGO 1880º
considere provável o reconhecimento.
(Despesas com os filhos maiores
ou emancipados) - 333 -
Se no momento em que atingir a (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
maioridade ou for emancipado o filho 11)
não houver completado a sua SUBSECÇÃO II
formação profissional, manter-se-á a Poder paternal relativamente à
obrigação a que se refere o número pessoa dos filhos
anterior na medida em que seja ARTIGO 1885º
razoável exigir aos pais o seu (Educação)
cumprimento e pelo tempo 1. Cabe aos pais, de acordo com as
normalmente requerido para que suas possibilidades, promover o
aquela formação se complete. desenvolvimento físico, intelectual e
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- moral dos filhos.
11) 2. Os pais devem proporcionar aos
ARTIGO 1881º filhos, em especial aos diminuídos
(Poder de representação) física e mentalmente, adequada
1. O poder de representação instrução geral e profissional,
compreende o exercício de todos os correspondente, na medida do
direitos e o cumprimento de todas as possível, às aptidões e inclinações de
obrigações do filho, exceptuados os cada um.
actos puramente pessoais, aqueles que (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
o menor tem o direito de praticar 11)
pessoal e livremente e os actos ARTIGO 1886º
respeitantes a bens cuja administração (Educação religiosa)
não pertença aos pais. Pertence aos pais decidir sobre a
2. Se houver conflito de interesses educação religiosa dos filhos menores
cuja resolução dependa de autoridade de dezasseis anos.
pública, entre qualquer dos pais e o (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
11) transmissível por endosso;
ARTIGO 1887º f) Garantir ou assumir dívidas alheias;
(Abandono do lar) g) Contrair empréstimos;
1. Os menores não podem abandonar h) Contrair obrigações cujo
a casa paterna ou aquela que os pais cumprimento se deva verificar depois
lhes destinaram, nem dela ser da maioridade;
retirados. i) Ceder direitos de crédito;
2. Se a abandonarem ou dela forem j) Repudiar herança ou legado;
retirados; qualquer dos pais e, em l) Aceitar herança, doação ou legado
caso de urgência, as pessoas a quem com encargos, ou convencionar
eles tenham confiado o filho podem partilha extrajudicial;
reclamá-lo, recorrendo, se for m) Locar bens, por prazo superior a
necessário, ao tribunal ou à autoridade seis anos;
competente. n) Convencionar ou requerer em juízo
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- a divisão de coisa comum ou a
11) liquidação e partilha de patrimónios
ARTIGO 1887º-A sociais;
(Convívio com irmãos e o) Negociar transacção ou
ascendentes) comprometer-se em árbitros
Os pais não podem injustificadamente relativamente a actos referidos nas
privar os filhos do convívio com os alíneas anteriores, ou negociar
irmãos e ascendentes. concordata com os credores.
(Aditado pela Lei 84/95, de 31-8) 2. Não se considera abrangida na
SUBSECÇÃO III restrição da alínea a) do número
Poder paternal relativamente aos anterior a aplicação de dinheiro ou
bens dos filhos capitais do menor na aquisição de
ARTIGO 1888º bens.
(Exclusão da administração) (Redacção do Dec.-Lei 227/94, de 8-9)
1. Os pais não têm a administração: ARTIGO 1890º
a) Dos bens do filho que procedam de (Aceitação e rejeição de
sucessão da qual os pais tenham sido liberalidades)
excluídos por indignidade ou 1. Se ao filho for deixada herança ou
deserdação; legado, ou for feita proposta de doação
b) Dos bens que tenham advindo ao que necessite de ser aceite, devem os
filho por doação ou sucessão contra a pais aceitar a liberalidade, se o
vontade dos pais; puderem fazer legalmente, ou requerer
c) Dos bens deixados ou doados ao ao tribunal, no prazo de trinta dias,
filho com exclusão da administração autorização para aceitar ou rejeitar.
dos pais. 2. Se, decorrido aquele prazo sobre a
d) Dos bens adquiridos pelo filho maior abertura da sucessão ou sobre a
de dezasseis anos pelo seu trabalho. proposta de doação, os pais nada
2. A exclusão da administração, nos tiverem providenciado, pode o filho ou
termos da alínea c) do número qualquer dos seus parentes, o
anterior, é permitida mesmo Ministério Público, o doador ou algum
relativamente a bens que caibam ao interessado nos bens deixados
filho a título de legítima. requerer ao tribunal a notificação dos
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- pais para darem cumprimento ao
11) disposto no número anterior, dentro do
- 334 - prazo que lhes for assinado.
ARTIGO 1889º 3. Se os pais nada declararem dentro
(Actos cuja validade depende de do prazo fixado, a liberalidade tem-se
autorização do tribunal) por aceite, salvo se o tribunal julgar
1. Como representantes do filho não mais conveniente para o menor a
podem os pais, sem autorização do rejeição.
tribunal: - 335 -
a) Alienar ou onerar bens, salvo 4. No processo em que os pais
tratando-se de alienação onerosa de requeiram autorização judicial para
coisas susceptíveis de perda ou aceitar a herança, quando dela
deterioração: necessitem, poderão requerer
b) Votar, nas assembleias gerais das autorização para convencionar a
sociedades, deliberações que importem respectiva partilha extrajudicial, bem
a sua dissolução; como a nomeação de curador especial
c) Adquirir estabelecimento comercial para nela outorgar, em representação
ou industrial ou continuar a exploração do menor, quando com ele concorram
do que o filho haja recebido por à sucessão ou a ela concorram vários
sucessão ou doação; incapazes por eles representados.
d) Entrar em sociedade em nome (Redacção do Dec.-Lei 227/94, de 8-9)
colectivo ou em comandita simples ou ARTIGO 1891º
por acções; (Nomeação de curador especial)
e) Contrair obrigações cambiárias ou 1. Se o menor não tiver quem
resultantes de qualquer título legalmente o represente, qualquer das
pessoas mencionadas no nº 2 do artigo bens que o filho menor, vivendo em
anterior tem legitimidade para sua companhia, produza por trabalho
requerer ao tribunal a nomeação de prestado aos seus progenitores e com
um curador especial para os efeitos do meios ou capitais pertencentes a estes.
disposto no nº 1 do mesmo artigo. 2. Os pais devem dar ao filho parte
2. Quando o tribunal recusar nos bens produzidos ou por outra
autorização aos pais para rejeitarem a forma compensá-lo do seu trabalho; o
liberalidade, será também nomeado cumprimento deste dever não pode,
oficiosamente um curador para o efeito todavia, ser judicialmente exigido.
da sua aceitação. (Redacção do Dec-Lei 496/77, de 25-
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- 11)
11) ARTIGO 1896º
ARTIGO 1892º (Rendimento dos bens do filho)
(Proibição de adquirir bens do 1. Os pais podem utilizar os
filho) rendimentos dos bens do filho para
1. Sem autorização do tribunal não satisfazerem as despesas com o
podem os pais tomar de arrendamento sustento, segurança, saúde e educação
ou adquirir, directamente ou por deste, bem como, dentro de justos
interposta pessoa, ainda que em hasta limites, com outras necessidades da
pública, bens ou direitos do filho vida familiar.
sujeito ao poder paternal, nem tornarse 2. No caso de só um dos pais exercer o
cessionários de créditos ou outros poder paternal, a ele pertence a
direitos contra este, excepto nos casos utilização dos rendimentos do filho,
de sub-rogação legal, de licitação em nos termos do número anterior.
processo de inventário ou de outorga 3. A utilização de rendimentos de bens
em partilha judicialmente autorizada. que caibam ao filho a título de legítima
2. Entende-se que a aquisição é feita não pode ser excluída pelo doador ou
por interposta pessoa nos casos testador.
referidos no nº 2 do artigo 579º. (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
(Redacção do Dec.-Lei 227/94, de 8-9) 11)
ARTIGO 1893º ARTIGO 1897º
(Actos anuláveis) (Exercício da administração)
1. Os actos praticados pelos pais em Os pais devem administrar os bens dos
contravenção do disposto nos artigos filhos com o mesmo cuidado com que
1889º e 1892º são anuláveis a administram os seus.
requerimento do filho, até um ano (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
depois de atingir a maioridade ou ser 11)
emancipado, ou, se ele entretanto ARTIGO 1898º
falecer, a pedido dos seus herdeiros, (Prestação de caução)
excluídos os próprios pais 1. Sem prejuízo do disposto no artigo
responsáveis, no prazo de um ano a 1920º, os pais não são obrigados a
contar da morte do filho. prestar caução como administradores
2. A anulação pode ser requerida dos bens do filho, excepto quando a
depois de findar o prazo se o filho ou este couberem valores móveis e o
seus herdeiros mostrarem que só tribunal, considerando o valor dos
tiveram conhecimento do acto bens, o julgue necessário, a pedido
impugnado nos seis meses anteriores das pessoas com legitimidade para a
à proposição da acção. acção de inibição do exercício do poder
3. A acção de anulação pode também paternal.
ser intentada pelas pessoas com 2. Se os pais não prestarem a caução
legitimidade para requerer a inibição que lhes for exigida é aplicável o
do poder paternal, contanto que o disposto no artigo 1470º.
façam no ano seguinte à prática dos (Redacção do Dec-Lei 496/77, de 25-
actos impugnados e antes de o menor 11)
atingir a maioridade ou ser ARTIGO 1899º
emancipado. (Dispensa de prestação de contas)
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- Os pais não são obrigados a prestar
11) contas da sua administração, sem
ARTIGO 1894º prejuízo do disposto no artigo 1920º.
(Confirmação dos actos pelo (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
tribunal) 11)
O tribunal pode confirmar os actos ARTIGO 1900º
praticados pelos pais sem a necessária (Fim da administração)
autorização. 1. Os pais devem entregar ao filho,
- 336 - logo que este atinja a maioridade ou
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- seja emancipado, todos os bens que
11) lhe pertençam; quando por outro
ARTIGO 1895º motivo cesse o poder paternal ou a
(Bens cuja propriedade pertence administração, devem os bens ser
aos pais) - 337 -
1. Pertence aos pais a propriedade dos entregues ao representante legal do
filho. judicial de pessoas e bens, declaração
2. Os móveis devem ser restituídos no de nulidade ou anulação do
estado em que se encontrarem; não casamento, o destino do filho, os
existindo, pagarão os pais o respectivo alimentos a este devidos e forma de os
valor, excepto se houverem sido prestar serão regulados por acordo dos
consumidos em uso comum ao filho ou pais, sujeito a homologação do
tiverem perecido por causa não tribunal; a homologação será recusada
imputável aos progenitores. - 338 -
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- se o acordo não corresponder ao
11) interesse do menor, incluindo o
SUBSECÇÃO IV interesse deste em manter com aquele
Exercício do poder paternal progenitor a quem não seja confiado
ARTIGO 1901º uma relação de grande proximidade.
(Poder paternal na constância do 2. Na falta de acordo, o Tribunal
matrimónio) decidirá de harmonia com o interesse
1. Na constância do matrimónio o do menor, incluindo o de manter uma
exercício do poder paternal pertence a relação de grande proximidade com o
ambos os pais. progenitor a quem não seja confiado,
2. Os pais exercem o poder paternal podendo a sua guarda caber a
de comum acordo e, se este faltar em qualquer dos pais, ou, quando se
questões de particular importância, verifique alguma das circunstâncias
qualquer deles pode recorrer ao previstas no artigo 1918º, a terceira
tribunal, que tentará a conciliação; se pessoa ou estabelecimento de
esta não for possível, o tribunal ouvirá, reeducação ou assistência.
antes de decidir, o filho maior de (Redacção da Lei 84/95, de 31-8)
catorze anos, salvo quando ARTIGO 1906º
circunstâncias ponderosas o (Exercício do poder paternal em
desaconselhem. caso de divórcio,
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- separação judicial de pessoas e
11) bens,
ARTIGO 1902º declaração de nulidade ou
(Actos praticados por um dos pais) anulação do casamento)
1. Se um dos pais praticar acto que 1. Desde que obtido o acordo dos pais,
integre o exercício do poder paternal, o poder paternal é exercido em comum
presume-se que age de acordo com o por ambos, decidindo as questões
outro, salvo quando a lei relativas à vida do filho em condições
expressamente exija o consentimento idênticas às que vigoram para tal
de ambos os progenitores ou se trate efeito na constância do matrimónio.
de acto de particular importância; a 2. Na ausência de acordo dos pais,
falta de acordo não é oponível a deve o tribunal, através de decisão
terceiro de boa fé. fundamentada, determinar que o
2. O terceiro deve recusar-se a intervir poder paternal seja exercido pelo
no acto praticado por um dos cônjuges progenitor a quem o filho for confiado.
quando, nos termos do número 3. No caso previsto no número
anterior, não se presuma o acordo do anterior, os pais podem acordar que
outro cônjuge ou quando conheça a determinados assuntos sejam
oposição deste. resolvidos entre ambos ou que a
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- administração dos bens do filho seja
11) assumida pelo progenitor a quem o
ARTIGO 1903º menor tenha sido confiado.
(Impedimento de um dos pais) 4. Ao progenitor que não exerça o
Quando um dos pais não puder exercer poder paternal assiste o poder de
o poder paternal por ausência, vigiar a educação e as condições de
incapacidade ou outro impedimento, vida do filho.
caberá esse exercício unicamente ao (Lei n.º 59/99, de 30 de Junho)
outro progenitor. ARTIGO 1907º
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- (Exercício do poder paternal
11) quando o filho
ARTIGO 1904º é confiado a terceira pessoa ou a
(Viuvez) estabelecimento de educação ou
Dissolvido o casamento por morte de assistência)
um dos cônjuges, o poder paternal 1. Quando o filho seja confiado a
pertence ao sobrevivo. terceira pessoa ou a estabelecimento
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- de educação ou assistência, cabem a
11) estes os poderes e deveres dos pais
ARTIGO 1905º que forem exigidos pelo adequado
(Divórcio, separação judicial de desempenho das suas funções.
pessoas e bens, 2. O tribunal decidirá a qual dos
declaração de nulidade ou progenitores compete o exercício do
anulação do casamento) poder paternal na parte não
1. Nos casos de divórcio, separação prejudicada pelo disposto no número
anterior. Inibição e limitações ao exercício
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- do poder paternal
11) ARTIGO 1913º
ARTIGO 1908º (Inibição de pleno direito)
(Sobrevivência do progenitor a 1. Consideram-se de pleno direito
quem o filho não foi confiado) inibidos do exercício do poder
Quando se verifique alguma das paternal:
circunstâncias previstas no artigo a) Os condenados definitivamente por
1918º, pode o tribunal, ao regular o crime a que a lei atribua esse efeito;
exercício do poder paternal, decidir b) Os interditos e os inabilitados por
que, se falecer o progenitor a quem o anomalia psíquica;
menor for entregue, a guarda não c) Os ausentes, desde a nomeação do
passe para o sobrevivo; o tribunal curador provisório.
designará então a pessoa a quem, 2. Consideram-se de pleno direito
provisoriamente, o menor será inibidos de representar o filho e
confiado. administrar os seus bens os menores
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- não emancipados e os interditos e
11) inabilitados não referidos na alínea b)
ARTIGO 1909º do número anterior
- 339 - 3. As decisões judiciais que importem
(Separação de facto) inibição do exercício do poder paternal
As disposições dos artigos 1905º a são comunicadas, logo que transitem
1908º são aplicáveis aos cônjuges em julgado, ao tribunal competente, a
separados de facto. fim de serem tomadas as providências
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- que no caso couberem.
11) - 340 -
ARTIGO 1910º (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
(Filiação estabelecida apenas 11)
quanto a um dos progenitores) ARTIGO 1914º
Se a filiação de menor nascido fora do (Cessação da inibição)
casamento se encontrar estabelecida A inibição de pleno direito do exercício
apenas quanto a um dos progenitores, do poder paternal cessa pelo
a este pertence o poder paternal. levantamento da interdição ou
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- inabilitação e pelo termo da curadoria.
11) (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
ARTIGO 1911º 11)
(Filiação estabelecida quanto a ARTIGO 1915º
ambos os (Inibição do exercício do poder
progenitores não unidos pelo paternal)
matrimónio) 1. A requerimento do Ministério
1. Quando a filiação se encontre Público, de qualquer parente do menor
estabelecida relativamente a ambos os ou de pessoa a cuja guarda ele esteja
pais e estes não tenham contraído o confiado, de facto ou de direito, pode o
matrimónio após o nascimento do tribunal decretar a inibição do exercício
menor, o exercício do poder paternal do poder paternal quando qualquer dos
pertence ao progenitor que tiver a pais infrinja culposamente os deveres
guarda do filho. para com os filhos, com grave prejuízo
2. Para os efeitos do número anterior destes, ou quando, por inexperiência,
presume-se que a mãe tem a guarda enfermidade, ausência ou outras
do filho; esta presunção só é ilidível razões, não se mostre em condições
judicialmente. de cumprir aqueles deveres.
3. Se os progenitores conviverem 2. A inibição pode ser total ou limitarse
maritalmente, o exercício do poder à representação e administração
paternal pertence a ambos quando dos bens dos filhos; pode abranger
declarem, perante o funcionário do ambos os progenitores ou apenas um
registo civil, ser essa a sua vontade; é deles e referir-se a todos os filhos ou
aplicável, neste caso, com as apenas a algum ou alguns.
necessárias adaptações, o disposto nos 3. Salvo decisão em contrário, os
artigos 1901º a 1904º. efeitos da inibição que abranja todos
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- os filhos estendem-se aos que
11) nascerem depois de decretada.
ARTIGO 1912º (Redacção do Dec.-Lei nº 496/77, de
(Regulação do exercício do poder 25-11)
paternal) ARTIGO 1916º
É aplicável ao caso previsto no artigo (Levantamento da inibição)
anterior, com as necessárias 1. A inibição do exercício do poder
adaptações, o disposto nos artigos paternal decretada pelo tribunal será
1904º a 1907º. levantada quando cessem as causas
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- que lhe deram origem.
11) 2. O levantamento pode ser pedido
SUBSECÇÃO V pelo Ministério Público, a todo o
tempo, ou por qualquer dos pais, As decisões que decretem providências
passado um ano sobre o trânsito em ao abrigo do disposto nos artigos
julgado da sentença de inibição ou da 1918º a 1920º podem ser revogadas
que houver desatendido outro pedido ou alteradas a todo o tempo pelo
de levantamento. tribunal que as proferiu, a
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- requerimento do Ministério Público ou
11) de qualquer dos pais.
ARTIGO 1917º (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
(Alimentos) 11)
A inibição do exercício do poder SUBSECÇÃO VI
paternal em nenhum caso isenta os Registo das decisões relativas ao
pais do dever de alimentarem o filho. poder paternal
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- ARTIGO 1920º-B
11) (Obrigatoriedade do registo)
ARTIGO 1918º Serão oficiosamente comunicadas à
(Perigo para a segurança, saúde, repartição do registo civil competente
formação moral e educação do a fim de serem registadas:
filho) a) As decisões que regulem o exercício
Quando a segurança, a saúde, a do poder paternal ou homologuem
formação moral ou a educação de um acordo sobre esse exercício;
menor se encontrem em perigo e não b) As decisões que homologuem a
seja caso de inibição do exercício do reconciliação de cônjuges
poder paternal, pode o tribunal, a judicialmente separados de pessoas e
requerimento do Ministério Público ou bens;
de qualquer das pessoas indicadas no c) As decisões que façam cessar a
nº 1 do artigo 1915º, decretar as regulação do poder paternal em caso
providências adequadas, de reconciliação de cônjuges separados
designadamente confiá-lo a terceira de facto;
pessoa ou a estabelecimento de d) As decisões que importem a inibição
educação ou assistência. do exercício do poder paternal, o
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- suspendam provisoriamente ou
11) estabeleçam providências limitativas
ARTIGO 1919º desse poder.
(Exercício do poder paternal (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
- 341 - 11)
enquanto se mantiver a ARTIGO 1920º-C
providência) (Consequência da falta do registo)
1. Quando tiver sido decretada alguma As decisões judiciais a que se refere o
das providências referidas no artigo artigo anterior não podem ser
anterior, os pais conservam o exercício invocadas contra terceiro de boa fé
do poder paternal em tudo o que com enquanto se não mostre efectuado o
ela se não mostre inconciliável. registo.
2. Se o menor tiver sido confiado a - 342 -
terceira pessoa ou a estabelecimento (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
de educação ou assistência, será 11)
estabelecido um regime de visitas aos SECÇÃO III
pais, a menos que, excepcionalmente, Meios de suprir o poder paternal
o interesse do filho o desaconselhe. SUBSECÇÃO I
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- Disposições gerais
11) ARTIGO 1921º
ARTIGO 1920º (Menores sujeitos a tutela)
(Protecção dos bens do filho) 1. O menor está obrigatoriamente
1. Quando a má administração ponha sujeito a tutela:
em perigo o património do filho e não a) Se os pais houverem falecido;
seja caso de inibição do exercício do b) Se estiverem inibidos do poder
poder paternal, pode o tribunal, a paternal quanto à regência da pessoa
requerimento do Ministério Público ou do filho;
de qualquer parente, decretar as c) Se estiverem há mais de seis meses
providências que julgue adequadas. impedidos de facto de exercer o poder
2. Atendendo em especial ao valor dos paternal;
bens, pode nomeadamente o tribunal d) Se forem incógnitos.
exigir a prestação de contas e de 2. Havendo impedimento de facto dos
informações sobre a administração e pais, deve o Ministério Público tomar
estado do património do filho e, as providências necessárias à defesa
quando estas providências não sejam do menor, independentemente do
suficientes, a prestação de caução. decurso do prazo referido na alínea c)
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- de número anterior, podendo para o
11) efeito promover a nomeação de pessoa
ARTIGO 1920º-A que, em nome do menor, celebre os
(Revogação ou alteração de negócios jurídicos que sejam urgentes
decisões) ou de que resulte manifesto proveito
para este. tribunal de menores.
ARTIGO 1922º (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
(Administração de bens) 11)
Será instituido o regime de ARTIGO 1928º
administração de bens do menor (Tutor designado pelos pais)
previsto nos artigos 1967º e 1. Os pais podem nomear tutor ao filho
seguintes: menor para o caso de virem a falecer
a) Quando os pais tenham sido apenas ou se tornarem incapazes; se apenas
excluídos, inibidos ou suspensos da um dos progenitores exercer o poder
administração de todos os bens do paternal, a ele pertencerá esse poder.
incapaz ou de alguns deles, se por 2. Quando, falecido um dos
outro título se não encontrar designado progenitores que houver nomeado
o administrador; tutor ao filho menor, lhe sobreviver o
b) Quando a entidade competente para outro, a designação considera-se eficaz
designar o tutor confie a outrem, no se não for revogada por este no
todo ou em parte, a administração dos exercício do poder paternal.
bens do menor. 3. A designação do tutor e respectiva
ARTIGO 1923º revogação só têm validade sendo
(Carácter oficioso da tutela e da feitas em testamento ou em
administração) documento autêntico ou autenticado.
1. Sempre que o menor se encontre (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
numa das situações previstas nos 11)
artigos anteriores, deve o tribunal de ARTIGO 1929º
menores promover oficiosamente a (Designação de vários tutores)
instauração da tutela ou da Quando, nos termos do artigo anterior,
administração de bens. tiver sido designado mais de um tutor
2. Qualquer autoridade administrativa para o mesmo filho, recairá a tutela
ou judicial, bem como os funcionários em cada um dos designados segundo a
do registo civil, que no exercício do ordem da designação, quando a
cargo tenham conhecimento de tais precedência entre eles não for de outro
situações devem comunicar o facto ao modo especificada.
tribunal competente. (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
ARTIGO 1924º 11)
(Órgãos da tutela e da ARTIGO 1930º
administração) (Revogado pelo Dec.-Lei 496/77, de
1. A tutela é exercida por um tutor e 25-11)
pelo conselho de família. ARTIGO 1931º
2. A administração de bens é exercida (Tutor designado pelo tribunal)
por um ou mais administradores e, se 1. Quando os pais não tenham
estiver instaurada a tutela, pelo designado tutor ou este não haja sido
conselho de família. confirmado, compete ao tribunal de
ARTIGO 1925º menores, ouvido o conselho de família,
(Atribuições do tribunal de nomear o tutor de entre os parentes
menores) ou afins do menor ou de entre as
1. Tanto a tutela como a administração pessoas que de facto tenham cuidado
de bens são exercidas sob a vigilância ou estejam a cuidar do menor ou
do tribunal de menores. tenham por ele demonstrado afeição.
- 343 - 2. Antes de proceder à nomeação de
2. Ao tribunal de menores, além de tutor, deve o tribunal ouvir o menor
outras atribuições fixadas na lei, que tenha completado catorze anos.
compete ainda, conforme os casos, (Redacção do Dec-Lei nº 496/77, de
confirmar ou designar os tutores, 25-11)
administradores de bens e vogais do - 344 -
conselho de família. ARTIGO 1932º
ARTIGO 1926º (Tutela de vários irmãos)
(Obrigatoriedade das funções A tutela respeitante a dois irmãos
tutelares) caberá, sempre que possível, a um só
Os cargos de tutor, administrador de tutor.
bens e vogal do conselho de família (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
são obrigatórios, não podendo 11)
ninguém ser deles escusado senão nos ARTIGO 1933º
casos expressos na lei. (Quem não pode ser tutor)
SUBSECÇÃO II 1. Não podem ser tutores:
Tutela a) Os menores não emancipados, os
DIVISÃO I interditos e os inabilitados;
Designação do tutor b) Os notoriamente dementes, ainda
ARTIGO 1927º que não estejam interditos ou
(Pessoas a quem compete a inabilitados;
tutela) c) As pessoas de mau procedimento ou
O cargo de tutor recairá sobre a que não tenham modo de vida
pessoa designada pelos pais ou pelo conhecido;
d) Os que tiverem sido inibidos ou se (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
encontrarem total ou parcialmente 11)
suspensos do poder paternal; DIVISÃO II
e) Os que tiverem sido removidos ou Direitos e obrigações do tutor
se encontrarem suspensos de outra ARTIGO 1935º
tutela ou do cargo de vogal de (Princípios gerais)
conselho de família por falta de 1. O tutor tem os mesmos direitos e
cumprimento das respectivas obrigações dos pais, com as
obrigações; modificações e restrições constantes
f) Os divorciados e os separados dos artigos seguintes.
judicialmente de pessoas e bens por 2. O tutor deve exercer a tutela com a
sua culpa; diligência de um bom pai de família.
g) Os que tenham demanda pendente (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
com o menor ou com seus pais, ou a 11)
tenham tido há menos de cinco anos; ARTIGO 1936º
h) Aquele cujos pais, filhos ou (Rendimentos dos bens do pupilo)
cônjuges tenham, ou hajam tido há O tutor só pode utilizar os rendimentos
menos de cinco anos, demanda com o dos bens do pupilo no sustento e
menor ou seus pais; educação deste e na administração dos
i) Os que sejam inimigos pessoais do seus bens.
menor ou dos seus pais; (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
j) Os que tenham sido excluídos pelo 11)
pai ou mãe do menor, nos mesmos ARTIGO 1937º
termos em que qualquer deles pode (Actos proibidos ao tutor)
designar tutor; É vedado ao tutor:
l) Os magistrados judiciais ou de a) Dispor a título gratuito dos bens do
Ministério Público que exerçam funções menor;
na comarca do domicílio do menor ou b) Tomar de arrendamento ou adquirir,
na da situação dos seus bens. directamente ou por interposta pessoa,
2. Os inabilitados por prodigalidade, os ainda que seja em hasta pública, bens
falidos ou insolventes, e bem assim os ou direitos do menor, ou tornar-se
inibidos ou suspensos do poder cessionário de créditos ou outros
paternal ou removidos da tutela, direitos contra ele, excepto nos casos
quanto à administração de bens, de sub-rogação legal, de licitação em
podem ser nomeados tutores, desde processo de inventário ou de outorga
que sejam apenas encarregados da em partilha judicialmente autorizada;
guarda e regência da pessoa do c) Celebrar em nome do pupilo
menor. contratos que o obriguem
ARTIGO 1934º pessoalmente a praticar certos actos,
(Escusa da tutela) excepto quando as obrigações
1. Podem escusar-se da tutela: contraídas sejam necessárias à sua
a) O Presidente da República e os educação, estabelecimento ou
membros do governo; ocupação;
b) Os bispos e sacerdotes que tenham d) Receber do pupilo, directamente ou
cura de almas, bem como os religiosos por interposta pessoa, quaisquer
que vivam em comunidade; liberalidades, por acto entre vivos ou
c) Os militares em serviço activo; por morte, se tiverem sido feitas
d) Os que residam fora da comarca depois da sua designação e antes da
onde o menor tem a maior parte dos aprovação das respectivas contas, sem
bens, salvo se a tutela compreender prejuízo do disposto para as deixas
apenas a regência da pessoa do testamentárias no nº 3 do artigo
menor, ou os bens deste forem de 2192º.
reduzido valor; (Redacção do Dec.-Lei 227/94, de 8-9)
e) Os que tiverem mais de três ARTIGO 1938º
descendentes a seu cargo; (Actos dependentes da autorização
- 345 - do tribunal)
f) Os que exerçam outra tutela ou 1. O tutor, como representante do
curatela; pupilo, necessita de autorização do
g) Os que tenham mais de sessenta e tribunal:
cinco anos; - 346 -
h) Os que não sejam parentes ou afins a) Para praticar qualquer dos actos
em linha recta do menor, ou seus mencionados no nº 1 do artigo 1889º;
colaterais até ao quarto grau; b) Para adquirir bens, móveis ou
i) Os que, em virtude de doença, imóveis, como aplicação de capitais do
ocupações profissionais absorventes ou menor;
carência de meios económicos, não c) Para aceitar herança, doação ou
possam exercer a tutela sem grave legado, ou convencionar partilha
incómodo ou prejuízo. extrajudicial;
2. O que for escusado da tutela pode d) Para contrair ou solver obrigações,
ser compelido a aceitá-la, desde que salvo quando respeitem a alimentos do
cesse o motivo da escusa. menor ou se mostrem necessárias à
administração do seu património; remunerado.
e) Para intentar acções, salvas as 2. Se a remuneração não tiver sido
destinadas à cobrança de prestações fixada pelos pais do menor no acto de
periódicas e aquelas cuja demora designação do tutor, será arbitrada
possa causar prejuízo; pelo tribunal de menores, ouvido o
f) Para continuar a exploração de conselho de família, não podendo, em
estabelecimento comercial ou qualquer caso, exceder a décima parte
industrial que o menor haja recebido dos rendimentos líquidos dos bens do
por sucessão ou doação. menor.
2. O tribunal não concederá a ARTIGO 1943º
autorização que lhe seja pedida sem (Relação dos bens do menor)
previamente ouvir o conselho de 1. O tutor é obrigado a apresentar
família. uma relação do activo e do passivo do
3. O disposto no nº 1 não prejudica o pupilo dentro do prazo que lhe for
que é especialmente determinado em fixado pelo tribunal de menores.
relação aos actos praticados em 2. Se o tutor for credor do menor, mas
processo de inventário. não tiver relacionado o respectivo
(Redacção do Dec.-Lei 227/94, de 8-9) crédito, não lhe é licíto exigir o
ARTIGO 1939º cumprimento durante a tutela, salvo
(Nulidade dos actos praticados provando que à data da apresentação
pelo tutor) da relação ignorava a existência da
1. São nulos os actos praticados pelo dívida.
tutor em contravenção do disposto no ARTIGO 1944º
artigo 1937º; a nulidade não pode, (Obrigação de prestar contas)
porém, ser invocada pelo tutor ou seus 1. O tutor é obrigado a prestar contas
herdeiros nem pela interposta pessoa ao tribunal de menores quando cessar
de quem ele se tenha servido. a sua gerência ou, durante ela, sempre
2. A nulidade é sanável mediante que o tribunal o exigir.
confirmação do pupilo, depois de maior 2. Sendo as contas prestadas no termo
ou emancipado, mas somente da gerência, o tribunal ouvirá o expupilo
enquanto não for declarada por ou os seus herdeiros, se tiver
sentença com trânsito em julgado. terminado a tutela; no caso contrário,
ARTIGO 1940º será ouvido o novo tutor.
(Outras sanções) (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
1. Os actos practicados pelo tutor em 11)
contravenção do disposto nas alíneas ARTIGO 1945º
a) a d) do nº 1 do artigo 1938º podem (Responsabilidade do tutor)
ser anulados oficiosamente pelo 1. O tutor é responsável pelo prejuízo
tribunal durante a menoridade do que por dolo ou culpa causar ao pupilo.
pupilo, ou a requerimento de qualquer 2. Quando à vista das contas o tutor
vogal do conselho de família ou do ficar alcançado, a importância do
próprio pupilo, até cinco anos após a alcance vence os juros legais desde a
sua maioridade ou emancipação. aprovação daquelas, se os não vencer
2. Os herdeiros do pupilo podem por outra causa desde data anterior.
também requerer a anulação, desde ARTIGO 1946º
que o façam antes de decorrido igual (Direito do tutor a ser
período sobre o falecimento . indemnizado)
3. Se o tutor intentar alguma acção em 1. Serão abonadas ao tutor as
contravenção do disposto na alínea e) despesas que legalmente haja feito,
do nº 1 do artigo 1938º, deve o ainda que delas, sem culpa sua,
tribunal ordenar oficiosamente a nenhum proveito tenha provindo ao
suspensão da instância, depois da menor.
citação, até que seja concedida a 2. O saldo a favor do tutor é satisfeito
autorização necessária. pelos primeiros rendimentos do
4. Se o tutor continuar a explorar, sem menor; ocorrendo, porém, despesas
autorização, o estabelecimento urgentes, de forma que o tutor se não
comercial ou industrial do pupilo, é possa inteirar, vence juros o saldo, se
pessoalmente responsável por todos os não se prover de outro modo ao pronto
danos, ainda que acidentais, pagamento da dívida.
resultantes da exploração. ARTIGO 1947º
ARTIGO 1941º (Contestação das contas
(Confirmação dos actos pelo aprovadas)
tribunal) A aprovação das contas não impede
O tribunal de menores, ouvido o que elas sejam judicialmente
conselho de família, pode confirmar os impugnadas pelo pupilo nos dois anos
actos praticados pelo tutor sem a subsequentes à maioridade ou
necessária autorização. emancipação, ou pelos seus herdeiros
ARTIGO 1942º dentro do mesmo prazo, a contar do
- 347 - falecimento do pupilo, se este falecer
(Remuneração do tutor) antes de decorrido o prazo que lhe
1. O tutor tem direito a ser seria concedido se fosse vivo.
DIVISÃO III facto de o vogal designado residir fora
Remoção e exoneração do tutor do território continental ou da ilha
ARTIGO 1948º adjacente em que o menor tiver
(Remoção do tutor) residência habitual.
Pode ser removido da tutela: ARTIGO 1954º
- 348 - (Atribuições)
a) O tutor que falte ao cumprimento Pertence ao conselho de família vigiar
dos deveres próprios do cargo ou o modo por que são desempenhadas
revele inaptidão para o seu exercício; as funções do tutor e exercer as
b) O tutor que por facto superveniente demais atribuições que a lei
à investidura no cargo se constitua especialmente lhe confere.
nalguma das situações que impediriam - 349 -
a sua nomeação. ARTIGO 1955º
ARTIGO 1949º (Protutor)
(Acção de remoção) 1. A fiscalização da acção do tutor é
A remoção do tutor é decretada pelo exercida com carácter permanente por
tribunal de menores, ouvido o conselho um dos vogais do conselho de família,
de família, a requerimento do denominado protutor.
Ministério Público, de qualquer parente 2. O protutor deve, sempre que
do menor, ou da pessoa a cuja guarda possível, representar a linha de
este esteja confiado de facto ou de parentesco diversa da do tutor.
direito. 3. Se o tutor for irmão germano do
ARTIGO 1950º menor ou cônjuge de irmão germano,
(Exoneração do tutor) ou se ambos os vogais do conselho de
O tutor pode, a seu pedido, ser família pertencerem à mesma linha de
exonerado do cargo pelo tribunal de parentesco ou não pertencerem a
menores: nenhuma delas, cabe ao tribunal a
a) Se sobrevier alguma das causas de escolha do protutor.
escusa; (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
b) Ao fim de três anos, nos casos em 11)
que o tutor se podia ter escusado a ARTIGO 1956º
aceitar o cargo, se subsistir a causa da (Outras funções do protutor)
escusa. Além de fiscalizar a acção do tutor,
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- compete ao protutor:
11) a) Cooperar com o tutor no exercício
DIVISÃO IV das funções tutelares, podendo
Conselho de família encarregar-se da administração de
ARTIGO 1951º certos bens do menor nas condições
(Constituição) estabelecidas pelo conselho de família
O conselho de família é constituído por e com o acordo do tutor;
dois vogais, escolhidos nos termos do b) Substituir o tutor nas suas faltas e
artigo seguinte, e pelo agente do impedimentos, passando, nesse caso,
Ministério Público, que preside. a servir de protutor o outro vogal do
ARTIGO 1952º conselho de família;
(Escolha dos vogais) c) Representar o menor em juízo ou
1. Os vogais do conselho de família fora dele, quando os seus interesses
são escolhidos entre os parentes ou estejam em oposição com os do tutor
afins do menor, tomando em conta, e o tribunal não haja nomeado curador
nomeadamente, a proximidade do especial.
grau, as relações de amizade, as ARTIGO 1957º
aptidões, a idade, o lugar de residência (Convocação do conselho)
e o interesse manifestado pela pessoa 1. O conselho de família é convocado
do menor. por determinação do tribunal ou do
2. Na falta de parentes ou afins que Ministério Público, ou a requerimento
possam ser designados nos termos do de um dos vogais, do tutor, do
número anterior, cabe ao tribunal administrador de bens, de qualquer
escolher os vogais de entre os amigos parente do menor, ou do próprio
dos pais, vizinhos ou outras pessoas menor, quando tiver mais de dezasseis
que possam interessar-se pelo menor. anos.
3. Sempre que possível, um dos vogais 2. A convocação indicará o objecto
do conselho de família pertencerá ou principal da reunião e será enviada a
representará a linha paterna e o outro cada um dos vogais com oito dias de
a linha materna do menor. antecedência.
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- 3. Faltando algum dos vogais, o
11) conselho será convocado para outro
ARTIGO 1953º dia; se de novo faltar algum dos
(Incapacidade. Escusa) vogais, as deliberações serão tomadas
1. É aplicável aos vogais do conselho pelo Ministério Público, ouvido o outro
de família o disposto nos artigos 1933º vogal, quando esteja presente.
e 1934º. 4. A falta injustificada às reuniões do
2. É ainda fundamento de escusa o conselho de família torna o faltoso
responsável pelos danos que o menor (Designação do administrador)
venha a sofrer. Quando haja lugar à instituição da
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- administração de bens do menor nos
11) termos do artigo 1922º, são aplicáveis
ARTIGO 1958º à designação do administrador as
(Funcionamento) disposições relativas à nomeação do
1. Os vogais do conselho de família tutor, salvo o preceituado nos artigos
são obrigados a comparecer seguintes.
pessoalmente. ARTIGO 1968º
2. O conselho de família pode deliberar (Designação por terceiro)
que às suas reuniões ou a alguma Ao autor de doação ou deixa em
delas assista o tutor, o administrador benefício de menor é lícita a
de bens, qualquer parente do menor, o designação de administrador, mas só
próprio menor, ou ainda pessoa com relação aos bens compreendidos
estranha à família cujo parecer seja na liberalidade.
útil; mas, em qualquer caso, só os ARTIGO 1969º
vogais do conselho têm voto. (Pluralidade de administradores)
3. De igual faculdade goza o Ministério 1. Tendo os pais ou terceiro designado
Público. vários administradores e tendo sido
- 350 - - 351 -
ARTIGO 1959º determinados os bens cuja
(Gratuidade das funções) administração compete a cada um
O exercício do cargo de vogal do deles, não é aplicável o critério da
conselho de família é gratuito. preferência pela ordem da designação.
ARTIGO 1960º 2. O tribunal de menores pode
(Remoção e exoneração) também designar vários
São aplicáveis aos vogais do conselho administradores, determinando os
de família, com as necessárias bens que a cada um compete
adaptações, as disposições relativas à administrar.
remoção e exoneração do tutor. ARTIGO 1970º
DIVISÃO V (Quem não pode ser
Termo da tutela administrador)
ARTIGO 1961º Além das pessoas que a lei impede de
(Quando termina) serem tutores, não podem ser
A tutela termina: administradores:
a) Pela maioridade, salvo o disposto no a) Os inabilitados por prodigalidade, os
artigo 131º; falidos ou insolventes, e bem assim os
b) Pela emancipação, salvo o disposto inibidos ou suspensos do poder
no artigo 1649º; paternal ou removidos da tutela
c) Pela adopção; quanto à administração de bens;
d) Pelo termo da inibição do poder b) Os condenados como autores ou
paternal; cúmplices dos crimes de furto, roubo,
e) Pela cessação do impedimento dos burla, abuso de confiança, falência ou
pais; insolvência fraudulenta e, em geral, de
f) Pelo estabelecimento da crimes dolosos contra a propriedade.
maternidade ou paternidade. ARTIGO 1971º
(Redacção do Dec-Lei 496/77, de 25- (Direitos e deveres do
11) administrador)
DIVISÃO VI 1. No âmbito da sua administração, o
Tutela de menores confiados a administrador tem os direitos e
estabelecimentos deveres do tutor.
de educação ou assistência 2. O administrador é o representante
ARTIGO 1962º legal do menor nos actos relativos aos
(Exercício da tutela) bens cuja administração lhe pertença.
1. Quando não exista pessoa em 3. O administrador deve abonar aos
condições de exercer a tutela, o menor pais ou tutor, por força dos
é confiado à assistência pública, nos rendimentos dos bens, as importâncias
termos da respectiva legislação, necessárias aos alimentos do menor.
exercendo as funções de tutor o 4. As divergências entre o
director do estabelecimento público ou administrador e os pais ou tutor são
particular, onde tenha sido internado. decididas pelo tribunal de menores,
2. Neste caso, não existe conselho de ouvido o conselho de família, se o
família nem é nomeado protutor. houver.
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- ARTIGO 1972º
11) (Remoção e exoneração. Termo da
ARTIGOS 1963º A 1966º administração)
(Revogados pelo Dec.-Lei 496/77, de São aplicáveis ao administrador, com
25-11) as necessárias adaptações, as
SUBSECÇÃO III disposições relativas à remoção e
Administração de bens exoneração do tutor e ao termo da
ARTIGO 1967º tutela.
TÍTULO IV (Confiança com vista a futura
DA ADOPÇÃO adopção)
CAPÍTULO I 1. Com vista a futura adopção, o
Disposições gerais tribunal pode confiar o menor a casal,
ARTIGO 1973º a pessoa singular ou a instituição em
(Constituição) qualquer das situações seguintes:
1. O vínculo da adopção constitui-se a) Se o menor for filho de pais
por sentença judicial. incógnitos ou falecidos;
2. O processo será instruído com um b) Se tiver havido consentimento
inquérito, que deverá incidir, prévio para a adopção;
nomeadamente, sobre a personalidade c) Se os pais tiverem abandonado o
e a saúde do adoptante e do menor;
adoptando, a idoneidade do adoptante d) Se os pais, por acção ou omissão,
para criar e educar o adoptando, a puserem em perigo a segurança, a
situação familiar e económica do saúde, a formação moral ou a
adoptante e as razões determinantes educação do menor em termos que,
do pedido de adopção. pela sua gravidade, comprometam
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25 seriamente os vínculos afectivos
de Novembro) próprios da filiação;
ARTIGO 1974º e) Se os pais do menor acolhido por
(Requisitos gerais) um particular ou por uma instituição
1. A adopção apenas será decretada tiverem revelado manifesto
quando apresente reais vantagens desinteresse pelo filho, em termos de
para o adoptando, se funde em comprometer seriamente os vínculos
motivos legítimos, não envolva afectivos próprios da filiação, durante,
sacrifício injusto para os outros filhos pelo menos, os seis meses que
- 352 - precederam o pedido de confiança.
do adoptante e seja razoável supor 2. A confiança com fundamento nas
que entre o adoptante e o adoptando situações previstas nas alíneas a), c),
se estabelecerá um vínculo semelhante d) e e) do número anterior não pode
ao da filiação. ser decidida se o menor se encontrar a
2. O adoptando deverá ter estado ao viver com ascendente, colateral até ao
cuidado do adoptante durante prazo 3º grau ou tutor e a seu cargo, salvo
suficiente para se poder avaliar da se aqueles familiares ou o tutor
conveniência da constituição do - 353 -
vínculo. puserem em perigo, de forma grave, a
(Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22- segurança, a saúde, a formação moral
5) ou a educação do menor ou se o
ARTIGO 1975º tribunal concluir que a situação não é
(Proibição de várias adopções do adequada a assegurar suficientemente
mesmo adoptado) o interesse do menor. *
Enquanto subsistir uma adopção não 3. Têm legitimidade para requerer a
pode constituir-se outra quanto ao confiança judicial do menor o
mesmo adoptado, excepto se os Ministério Público, o organismo de
adoptantes forem casados um com o segurança social da área da residência
outro. do menor, a pessoa a quem o menor
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- tenha sido administrativamente
11) confiado e o director do
ARTIGO 1976º estabelecimento público ou a direcção
(Adopção pelo tutor ou da instituição particular que o tenha
administrador legal de bens) acolhido.
O tutor ou administrador legal de bens 4. Tem ainda legitimidade para
só pode adoptar o menor depois de requerer a confiança judicial do menor
aprovadas as contas da tutela ou o candidato a adoptante seleccionado
administração de bens e saldada a sua pelos serviços competentes quando,
responsabilidade. por virtude de anterior decisão judicial,
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- tenha o menor a seu cargo e quando,
11) reunidas as condições para a atribuição
ARTIGO 1977º da confiança administrativa de menor
(Espécies de adopção) a seu cargo, o organismo de segurança
1. A adopção é plena ou restrita, social não decida pela confirmação da
consoante a extensão dos seus efeitos. permanência do menor, depois de
2. A adopção restrita pode a todo o efectuado o estudo da pretensão para
tempo, a requerimento dos adopção ou decorrido o prazo para
adoptantes, ser convertida em esse efeito. *
adopção plena, desde que se (Redacção do Dec-Lei 185/93, de 22-
verifiquem os requisitos para esta 5)
exigidos. * (Decreto-Lei nº 120/98, de 08-05)
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- CAPÍTULO II
11) Adopção plena
ARTIGO 1978º ARTIGO 1979º
(Quem pode adoptar plenamente) tenha havido confiança judicial. *
1 - Podem adoptar plenamente duas 3 - O tribunal pode dispensar o
pessoas casadas há mais de 4 anos e consentimento:
não separadas judicialmente de a) Das pessoas que o deveriam prestar
pessoas e bens ou de facto, se ambas nos termos dos números anteriores, se
tiverem mais de 25 anos. estiverem privadas do uso das
2 - Pode ainda adoptar plenamente faculdades mentais ou se, por qualquer
quem tiver mais de 30 anos ou, se o outra razão, houver grave dificuldade
adoptando for filho do cônjuge do em as ouvir; *
adoptante, mais de 25 anos. b) Das pessoas referidas nas alíneas c)
3 - Só pode adoptar plenamente quem e d) do n. 1 e no n.º 2, quando se
não tiver mais de 50 anos à data em verificar alguma das situações que,
que o menor lhe tenha sido confiado, nos termos das alíneas c), d) e e) do
salvo se o adoptando for filho do n. 1 e do n.º 2 do artigo 1978.,
cônjuge do adoptante. permitiriam a confiança judicial; *
4 - Excepcionalmente, quando motivos c) Dos pais do adoptando inibidos do
ponderosos o justifiquem, pode exercício do poder paternal, quando,
adoptar plenamente quem tiver menos passados 18 ou 6 meses,
de 60 anos à data em que o menor lhe respectivamente, sobre o trânsito em
tenha sido confiado, desde que não julgado da sentença de inibição ou da
seja superior a 50 anos a diferença de que houver desatendido outro pedido,
idades entre o adoptante e o o Ministério Público ou aqueles não
adoptando ou, pelo menos, entre este tenham solicitado o levantamento da
e um dos cônjuges adoptantes. inibição decretada pelo tribunal, nos
(Redacção do Decreto-Lei nº 120/98, termos do disposto no n.º 2 do artigo
de 08-05) 1916.º *
ARTIGO 1980º (Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22-
(Quem pode ser adoptado 5)
plenamente) * (Decreto-Lei n.º120/98, de 8-05)
1. Podem ser adoptados plenamente ARTIGO 1982º
os menores filhos do cônjuge do (Forma e tempo do
adoptante e aqueles que tenham sido consentimento)
confiados, judicial ou 1. O consentimento reportar-se-á
administrativamente, ao adoptante. inequivocamente à adopção plena e
2. O adoptando deve ter menos de 15 será prestado perante o juíz, que deve
anos à data da petição judicial de esclarecer o declarante sobre o
adopção; poderá, no entanto, ser significado e os efeitos do acto.
adoptado quem, a essa data, tenha 2. O consentimento pode ser prestado
menos de 18 anos e não se encontre independentemente da instauração do
emancipado quando, desde idade não processo de adopção, não sendo
superior a 15 anos, tenha sido necessária a identificação do futuro
confiado aos adoptantes ou a um deles adoptante. *
ou quando for filho do cônjuge do 3. A mãe não pode dar o seu
adoptante. * consentimento antes de decorridas seis
(Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22- semanas após o parto.
5) (Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22-
* (Decreto-Lei n.º120/98, de 8-05) 5)
- 354 - * (Decreto-Lei n.º120/98, de 8-05)
ARTIGO 1981º ARTIGO 1983º
(Consentimento para a adopção) (Revogação e caducidade do
1. É necessário para a adopção o consentimento)
consentimento: 1. O consentimento prestado nos
a) Do adoptando maior de 12 anos; * termos do nº 2 do artigo anterior
b) Do cônjuge do adoptante não poderá ser revogado no prazo de dois
separado judicialmente de pessoas e meses; decorrido este prazo só é
bens; revogável enquanto o menor não se
c) Dos pais do adoptando, ainda que - 355 -
menores e mesmo que não exerçam o encontrar acolhido por alguém que
poder paternal, desde que não tenha pretenda adoptá-lo.
havido confiança judicial. 2. A revogação será feita por termo no
d) Do ascendente, do colateral até ao processo ou por documento autêntico
3º grau ou do tutor, quando, tendo ou autenticado junto ao mesmo.
falecido os pais do adoptando, tenha 3. O consentimento caduca se, no
este a seu cargo e com ele viva. * prazo de três anos, o menor não tiver
2. No caso previsto no nº 2 do artigo sido adoptado nem confiado judicial ou
1978º, tendo a confiança fundamento administrativamente com vista a futura
nas situações previstas nas alíneas c), adopção.
d) e e) do n.º 1 do mesmo artigo, não (Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22-
é exigido o consentimento dos pais, 5)
mas é necessário o do parente aí ARTIGO 1984º
referido ou do tutor, desde que não (Audição obrigatória)
O juíz deverá ouvir: (Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22-
a) Os filhos do adoptante maiores de 5)
12 anos; * ARTIGO 1989º
b) Os ascendentes ou, na sua falta, os (Irrevogabilidade da adopção
irmãos maiores do progenitor falecido, plena)
se o adoptando for filho do cônjuge do A adopção plena não é revogável nem
adoptante e o seu consentimento não sequer por acordo do adoptante e do
for necessário, salvo se estiverem adoptado.
privados das faculdades mentais ou se, (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
por qualquer outra razão, houver 11)
grave dificuldade em os ouvir. ARTIGO 1990º
(Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22- (Revisão da sentença)
5) 1. A sentença que tiver decretado a
* (Decreto-Lei n.º120/98, de 8-05) adopção só é susceptível de revisão:
ARTIGO 1985º a) Se tiver faltado o consentimento do
(Segredo da identidade) adoptante ou dos pais do adoptado,
1. A identidade do adoptante não pode quando necessário e não dispensado;
ser revelada aos pais naturais do b) Se o consentimento dos pais do
adoptado, salvo se aquele declarar adoptado tiver sido indevidamente
expressamente que não se opõe a essa dispensado, por não se verificarem as
revelação. condições do nº 3 do artigo 1981º;
2. Os pais naturais do adoptado podem c) Se o consentimento do adoptante
opor-se, mediante declaração tiver sido viciado por erro desculpável
expressa, a que a sua identidade seja e essencial sobre a pessoa do
revelada ao adoptante. adoptado;
(Redacção do Dec.-Lei 185/93, de 22- d) Se o consentimento do adoptante
5) ou dos pais do adoptado tiver sido
ARTIGO 1986º determinado por coacção moral,
(Efeitos) contanto que seja grave o mal com
1. Pela adopção plena o adoptado que eles foram ilicitamente ameaçados
adquire a situação de filho do e justificado o receio da sua
adoptante e integra-se com os seus consumação;
descendentes na família deste, e) Se tiver faltado o consentimento do
extinguindo-se as relações familiares adoptado, quando necessário.
entre o adoptado e os seus 2. O erro só se considera essencial
ascendentes e colaterais naturais, sem quando for de presumir que o
prejuízo do disposto quanto a conhecimento da realidade excluiria
impedimentos matrimoniais nos artigos razoavelmente a vontade de adoptar.
1602º a 1604º. 3. A revisão não será, contudo,
2. Se um dos cônjuges adopta o filho concedida quando os interesses do
do outro mantêm-se as relações entre adoptado possam ser
o adoptado e o cônjuge do adoptante e consideravelmente afectados, salvo se
os respectivos parentes. razões invocadas pelo adoptante
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- imperiosamente o exigirem.
11) (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
ARTIGO 1987º 11)
(Estabelecimento e prova da ARTIGO 1991º
filiação natural) (Legitimidade e prazo para a
Depois de decretada a adopção plena revisão)
não é possível estabelecer a filiação 1. A revisão nos termos do nº 1 do
natural do adoptado nem fazer a prova artigo anterior pode ser pedida:
dessa filiação fora do processo a) No caso das alíneas a) e b), pelas
preliminar de publicações. pessoas cujo consentimento faltou, no
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- prazo de seis meses a contar da data
11) em que tiveram conhecimento da
ARTIGO 1988º adopção;
(Nome próprio e apelidos do b) No caso das alíneas c) e d), pelas
adoptado) pessoas cujo consentimento foi
1. O adoptado perde os seus apelidos viciado, dentro dos seis meses
de origem, sendo o seu novo nome subsequentes à cessação do vício;
constituído, com as necessárias c) No caso da alínea e), pelo adoptado,
- 356 - até seis meses a contar da data em
adaptações, nos termos do artigo que ele atingiu a maioridade ou foi
1875º. emancipado.
2. A pedido do adoptante, pode o 2. No caso das alíneas a) e b) do
tribunal, excepcionalmente, modificar número anterior, o pedido de revisão
o nome próprio do menor, se a não poderá ser deduzido decorridos
modificação salvaguardar o seu três anos sobre a data do trânsito em
interesse, nomeadamente o direito à - 357 -
identidade pessoal, e favorecer a julgado da sentença que tiver
integração na família. decretado a adopção.
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- O adoptante só poderá despender dos
11) rendimentos dos bens do adoptado a
CAPÍTULO III quantia que o tribunal fixar para
Adopção restrita alimentos deste.
ARTIGO 1992º (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
(Quem pode adoptar 11)
restritamente) ARTIGO 1999º
1 - Pode adoptar restritamente quem (Direitos sucessórios)
tiver mais de 25 anos. 1. O adoptado não é herdeiro
2 - Só pode adoptar restritamente legitimário do adoptante, nem este
quem não tiver mais de 50 anos à data daquele.
em que o menor lhe tenha sido 2. O adoptado e, por direito de
confiado, salvo se o adoptando for filho representação, os seus descendentes
do cônjuge do adoptante. são chamados à sucessão como
(Decreto-Lei n.º 120/98, de 08-05) herdeiros legítimos do adoptante, na
ARTIGO 1993º falta de cônjuge, descendentes ou
(Disposições aplicáveis) ascendentes.
1. É aplicável à adopção restrita, com 3. O adoptante é chamado à sucessão
as necessárias adaptações, o disposto como herdeiro legítimo do adoptado ou
nos artigos 1980º a 1984º, 1990º e de seus descendentes, na falta de
1991º. cônjuge, descendentes, ascendentes,
2. Se o consentimento dos pais do irmãos e sobrinhos do falecido.
adoptando tiver sido prestado nos (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
termos do nº 2 do artigo 1982º e dele 11)
não resultar inequivocamente qual o ARTIGO 2000º
tipo de adopção para que foi (Alimentos)
concedido, entender-se-á que o foi 1. O adoptado ou os seus
para a adopção restrita. descendentes são obrigados a prestar
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- alimentos ao adoptante, na falta de
11) cônjuge, descendentes ou ascendentes
ARTIGO 1994º em condições de satisfazer esse
(O adoptado e a família natural) encargo.
O adoptado conserva todos os direitos 2. O adoptante considera-se
e deveres em relação à família natural, ascendente em primeiro grau do
salvas as restrições estabelecidas na adoptado para efeitos da obrigação de
lei. lhe prestar alimentos, precedendo os
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- pais naturais na ordem estabelecida no
11) nº 1 do artigo 2009º; o adoptante não
ARTIGO 1995º precede, no entanto, o progenitor do
(Apelidos do adoptado) adoptado com quem seja casado.
O juíz poderá atribuir ao adoptado, a (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
requerimento do adoptante, apelidos 11)
deste, compondo um novo nome em ARTIGO 2001º
que figurem um ou mais apelidos da (Reconhecimento superveniente)
família natural. Os efeitos da adopção não são
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- prejudicados pelo facto de vir a ser
11) estabelecida a filiação natural do
ARTIGO 1996º adoptado.
(Direitos sucessórios e prestação (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
de alimentos) 11)
O adoptado, ou seus descendentes, e ARTIGO 2002º
os parentes do adoptante não são (Relação dos bens do adoptado)
herdeiros legítimos ou legitimários uns 1. Nos trinta dias subsequentes à
dos outros, nem ficam reciprocamente notificação da sentença que decretar a
vinculados à prestação de alimentos. adopção, o adoptante deve apresentar
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- no tribunal, se este o julgar
11) necessário, relação dos bens do
ARTIGO 1997º adoptado.
(Poder paternal) 2. Sempre que o adoptado, sendo
Cabe exclusivamente ao adoptante, ou menor ou incapaz, adquira novos bens
ao adoptante e ao seu cônjuge, se este ou haja sub-rogação dos existentes,
for pai ou mãe do adoptado, o pode o tribunal exigir que seja
exercício do poder paternal, com todos apresentada relação complementar.
os direitos e obrigações dos pais, salvo (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
o disposto no artigo seguinte. 11)
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- ARTIGO 2002º-A
11) (Prestação de contas pelo
ARTIGO 1998º adoptante)
(Rendimentos dos bens do O adoptante deve prestar contas da
adoptado) sua administração sempre que o
- 358 - tribunal lho exija a requerimento do
Ministério Público, dos pais naturais ou que é indispensável ao sustento,
do próprio adoptado, até dois anos habitação e vestuário.
depois de atingir a maioridade ou ter 2. Os alimentos compreendem
sido emancipado. também a instrução e educação do
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- alimentado no caso de este ser menor.
11) ARTIGO 2004º
- 359 - (Medida dos alimentos)
ARTIGO 2002º-B 1. Os alimentos serão proporcionados
(Revogação) aos meios daquele que houver de
A adopção é revogável a requerimento prestá-los e à necessidade daquele que
do adoptante ou do adoptado, quando houver de recebê-los.
se verifique alguma das ocorrências 2. Na fixação dos alimentos atenderse-
que justificam a deserdação dos á, outrossim, à possibilidade de o
herdeiros legitimários. alimentando prover à sua subsistência.
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- - 360 -
11) ARTIGO 2005º
ARTIGO 2002º-C (Modo de os prestar)
(Revogação a requerimento de 1. Os alimentos devem ser fixados em
outras pessoas) prestações pecuniárias mensais, salvo
Sendo o adoptado menor, a revogação se houver acordo ou disposição legal
da adopção pode ser decretada a em contrário, ou se ocorrerem motivos
pedido dos pais naturais, do Ministério que justifiquem medidas de excepção.
Público ou da pessoa a cujo cuidado 2. Se, porém, aquele que for obrigado
estava o adoptado antes da adopção, aos alimentos mostrar que os não
quando se verifique alguma das pode prestar como pensão, mas tãosomente
seguintes circunstâncias: em sua casa e companhia,
a) Deixar o adoptante de cumprir os assim poderão ser decretados.
deveres inerentes ao poder paternal. ARTIGO 2006º
b) Tornar-se a adopção, por qualquer (Desde quando são devidos)
causa, inconveniente para a educação Os alimentos são devidos desde a
ou os interesses do adoptado. proposição da acção ou, estando já
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- fixados pelo tribunal ou por acordo,
11) desde o momento em que o devedor
ARTIGO 2002º-D se constituíu em mora, sem prejuízo
(Efeitos da revogação) no disposto no artigo 2273º.
1. Os efeitos da adopção cessam com ARTIGO 2007º
o trânsito em julgado da sentença que (Alimentos provisórios)
a revogue. 1. Enquanto se não fixarem
2. Se, no caso de a revogação ser definitivamente os alimentos, pode o
pedida pelo adoptante ou pelo tribunal, a requerimento do
adoptado, a sentença transitar em alimentando, ou oficiosamente se este
julgado depois da morte do for menor, conceder alimentos
requerente, o adoptado e seus provisórios, que serão taxados
ascendentes, ou o adoptante, segundo o seu prudente arbítrio.
conforme os casos, haver-se-ão por 2. Não há lugar, em caso algum, à
excluídos da sucessão legítima ou restituição dos alimentos provisórios
testamentária, de quem requereu a recebidos.
revogação, e devolverão aos herdeiros ARTIGO 2008º
os bens recebidos e os sub-rogados no (Indisponibilidade e
lugar destes, sem prejuízo das impenhorabilidade)
disposições testamentárias do 1. O direito a alimentos não pode ser
requerente posteriores ao pedido de renunciado ou cedido, bem que estes
revogação. possam deixar de ser pedidos e
3. A doação feita ao adoptado ou a possam renunciar-se as prestações
seus descendentes pelo adoptante, ou vencidas.
a este pelo adoptado, caduca no caso 2. O crédito de alimentos não é
de a revogação ter sido pedida, penhorável, e o obrigado não pode
respectivamente, pelo adoptante ou livrar-se por meio de compensação,
pelo adoptado, excepto se o doador, ainda que se trate de prestações já
depois de pedida a revogação, vencidas.
confirmar a liberalidade por documento ARTIGO 2009º
autêntico ou autenticado. (Pessoas obrigadas a alimentos)
(Redacção do Dec.-Lei nº 496/77, de 1. Estão vinculados à prestação de
25-11) alimentos, pela ordem indicada:
TÍTULO V a) O cônjuge ou o ex-cônjuge;
DOS ALIMENTOS b) Os descendentes;
CAPÍTULO I c) Os ascendentes;
Disposições gerais d) Os irmãos;
ARTIGO 2003º e) Os tios, durante a menoridade do
(Noção) alimentando;
1. Por alimentos entende-se tudo o f) O padrasto e a madrasta,
relativamente a enteados menores que (Outras obrigações alimentares)
estejam, ou estivessem no momento 1. À obrigação alimentar que tenha por
da morte do cônjuge, a cargo deste. fonte um negócio jurídico são
2 . Entre as pessoas designadas nas aplicáveis, com as necessárias
alíneas b) e c) do número anterior, a correcções, as disposições deste
obrigação defere-se segundo a ordem capítulo, desde que não estejam em
da sucessão legítima. oposição com a vontade manifestada
3. Se algum dos vinculados não puder ou com disposições especiais da lei.
prestar os alimentos ou não puder 2. As disposições deste capítulo são
saldar integralmente a sua ainda aplicáveis a todos os outros
responsabilidade, o encargo recai casos de obrigação alimentar imposta
sobre os onerados subsequentes. por lei, na medida em que possam
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- ajustar-se aos respectivos preceitos.
11) CAPÍTULO II
ARTIGO 2010º Disposições especiais
(Pluralidade de vinculados) ARTIGO 2015º
- 361 - (Obrigação alimentar
1. Sendo várias as pessoas vinculadas relativamente a cônjuges)
à prestação de alimentos, respondem Na vigência da sociedade conjugal, os
todas na proporção das suas quotas cônjuges são reciprocamente
como herdeiros legítimos do obrigados à prestação de alimentos,
alimentando. nos termos do artigo 1675º.
2. Se alguma das pessoas assim (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
oneradas não puder satisfazer a parte 11)
que lhe cabe, o encargo recai sobre as - 362 -
restantes. ARTIGO 2016º
ARTIGO 2011º (Divórcio e separação judicial de
(Doações) pessoas e bens)
1. Se o alimentando tiver disposto de 1. Têm direito a alimentos, em caso de
bens por doação, as pessoas divórcio:
designadas nos artigos anteriores não a) O cônjuge não considerado culpado
são obrigadas à prestação de ou, quando haja culpa de ambos, não
alimentos, na medida em que os bens considerado principal culpado na
doados pudessem assegurar ao doador sentença de divórcio, se este tiver sido
meios de subsistência. decretado com fundamento no artigo
2. Neste caso, a obrigação alimentar 1779º ou nas alíneas a) ou b) do
recai, no todo ou em parte, sobre o artigo 1781º;
donatário ou donatários, segundo a b) O cônjuge réu, se o divórcio tiver
proporção do valor dos bens doados; sido decretado com fundamento na
esta obrigação transmite-se aos alínea c) do artigo 1781º;
herdeiros do donatário. c) Qualquer dos cônjuges se o divórcio
ARTIGO 2012º tiver sido decretado por mútuo
(Alteração dos alimentos fixados) consentimento ou se, tratando-se de
Se, depois de fixados os alimentos pelo divórcio litigioso, ambos forem
tribunal ou por acordo dos considerados igualmente culpados.
interessados, as circunstâncias 2. Excepcionalmente, pode o tribunal,
determinantes da sua fixação se por motivos de equidade, conceder
modificarem, podem os alimentos alimentos ao cônjuge que a eles não
taxados ser reduzidos ou aumentados, teria direito, nos termos do número
conforme os casos, ou podem outras anterior, considerando, em particular,
pessoas serem obrigadas a prestá-los. a duração do casamento e a
ARTIGO 2013º colaboração prestada por esse cônjuge
(Cessação da obrigação alimentar) à economia do casal.
1. A obrigação de prestar alimentos 3. Na fixação do montante dos
cessa: alimentos deve o tribunal tomar em
a) Pela morte do obrigado ou conta a idade e estado de saúde dos
alimentado; cônjuges, as suas qualificações
b) Quando aquele que os presta não profissionais e possibilidades de
possa continuar a prestá-los ou aquele emprego, o tempo que terão de
que os recebe deixe de precisar deles; dedicar, eventualmente, à criação de
c) Quando o credor viole gravemente filhos comuns, os seus rendimentos e
os seus deveres para com o obrigado. proventos e, de modo geral, todas as
2. A morte do obrigado ou a circunstâncias que influam sobre as
impossibilidade de este continuar a necessidades do cônjuge que recebe
prestar alimentos não priva o os alimentos e as possibilidades do que
alimentado de exercer o seu direito em os presta.
relação a outros, igual ou 4. O disposto nos números anteriores é
sucessivamente onerados. aplicável ao caso de ter sido decretada
(Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25- a separação judicial de pessoas e bens.
11) (Redacção do Dec.-Lei 496/77, de 25-
ARTIGO 2014º 11)
ARTIGO 2017º
(Casamento declarado nulo ou
anulado)
Tendo sido declarado nulo ou anulado
o casamento, o cônjuge de boa fé
conserva o direito a alimentos após o
trânsito em julgado ou o averbamento
da decisão respectiva.
ARTIGO 2018º
(Apanágio do cônjuge sobrevivo)
1. Falecendo um dos cônjuges, o viúvo
tem direito a ser alimentado pelos
rendimentos dos bens deixados pelo
falecido.
2. São obrigados, neste caso, à
prestação dos alimentos os herdeiros
ou legatários a quem tenham sido
transmitidos os bens, segundo a
proporção do respectivo valor.
3. O apanágio deve ser registado,
quando onere coisas imóveis, ou coisas
móveis sujeitas a registo.
ARTIGO 2019º
(Cessação da obrigação alimentar)
Em todos os casos referidos nos
artigos anteriores, cessa o direito a
alimentos se o alimentado contrair
novo casamento, ou se tornar indigno
do benefício pelo seu comportamento
moral.
ARTIGO 2020º
(União de facto)
- 363 -
1. Aquele que, no momento da morte
de pessoa não casada ou separada
judicialmente de pessoas e bens, vivia
com ela há mais de dois anos em
condições análogas às dos cônjuges,
tem direito a exigir alimentos da
herança do falecido, se os não puder
obter nos termos das alíneas a) a d)
do artigo 2009º.
2. O direito a que se refere o número
precedente caduca se não for exercido
nos dois anos subsequentes à data da
morte do autor da sucessão.

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