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A Exigência de Projeto Básico Prévio À Celebração de Contratos Emergenciais de Obras de Engenharia
A Exigência de Projeto Básico Prévio À Celebração de Contratos Emergenciais de Obras de Engenharia
A simples leitura da disposição legal possibilita aferir, com bastante clareza, que
o cabimento da contratação emergencial é bastante restrito. Isso porque ela apenas po-
derá ser empregada nos casos em que efetivamente houver situação emergencial que
provoque risco concreto e efetivo, que não possa aguardar o regular processamento
da licitação sem que isso não provoque prejuízos. O Tribunal de Contas da União, ao
que parece, também adota uma posição restritiva quanto ao cabimento da contratação
emergencial. O aresto que segue bem ilustra essa tendência:
Somente dispense por emergência o certame licitatório nos casos previstos no inciso
IV do art. 24 da Lei 8.666/1993, ou seja, quando caracterizada urgência de atendi-
mento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou ca-
lamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo
máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocor-
rência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contra-
tos. (TCU, Acórdão nº 628/2005 - 2ª Câmara, Rel. Min. Lincoln Magalhães da Rocha,
DOU de 05.05.2005.)
Vale salientar que, em outra oportunidade, entendeu que mesmo nos casos de
contratação emergencial deverá ser elaborado o projeto básico. Trata-se do Acórdão nº
1.644/2008 - Plenário:
1.6. que, mesmo em obras emergenciais, providencie projeto básico com todos os
elementos do art. 6º, inciso IX, da Lei nº 8.666/93, em obediência ao art. 7º, § 2º,
inciso II, e 9º, da Lei nº 8.666/1993, sob pena de aplicação do § 6º do mesmo artigo,
ou seja, anulação dos contratos;
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O princípio da razoabilidade tem fundamento em critérios racionais que se enquadram no senso co-
mum, de forma a coibir excessos com afronta aos direitos fundamentais. (STJ, REsp nº 616562/DF, DJ de
30.08.2004).