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ESTUDOS DE MARTINHO LUTERO SEMBLANO DISPONÍVEIS EM

escatologia.com.br
@martinholutero

Escatologia 02

Por que a igreja


não pode
negligenciar o estudo
dos tempos finais?
https://youtube.com/live/sAVHUynqXRM

“E digo isto a vocês que conhecem o tempo: já é hora de despertarem do sono,


porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio
cremos. Vai alta a noite, e o dia vem chegando. Deixemos, pois, as obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.11-12).

A IGREJA DEVE ESTUDAR AS PROFECIAS PARA COMPREENDER


MELHOR O ENSINO DAS ESCRITURAS SAGRADAS...

A Reforma Protestante resgatou à igreja o direito de todos de lerem e estudarem a


Bíblia, a fim de não ficarem mais à mercê das superstições e aos dogmas definidos pelos
religiosos. Por isso, é responsabilidade de cada salvo ler e estudar a Bíblia, com afinco, a
fim de que compreenda a vontade de Deus para a sua vida. Entretanto, uma vez que as
profecias abrangem cerca de um quarto de suas páginas, consequentemente, para
compreender a Bíblia, o salvo deve necessariamente estudar as profecias e demais textos
escatológicos.
Vale lembrar que o livro de Apocalipse, por exemplo, foi escrito para a igreja, sendo
óbvio o seu destinatário, nas sete fases históricas de sua existência:

Pg. 24
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“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 2.7,11,17,29; 3.6,13
e 22).

“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as
coisas que em breve devem acontecer... João, às sete igrejas que estão na província
da Ásia” (Ap 1.1,4a).

... COMPREENDENDO MELHOR AS DOUTRINAS BÍBLICAS

Nenhum filho de Deus dispensa a leitura e estudo da Palavra de Deus.


Consequentemente, alicerça sua fé não apenas em suas experiências espirituais, mas as
batiza diante das Escrituras Sagradas. Deste modo, se submete ao ensino das doutrinas
bíblicas. Entretanto, para que as compreenda ele deve incluir em seus estudos a revelação
divina quanto ao porvir, pois as doutrinas apontam à vida eterna e aos juízos que estão
estabelecidos a que ocorram no tempo futuro.
Doutrinas básicas, como a salvação, por exemplo, exigem ao cristão a compreensão
de que esta abrange tanto o passado (o que chamamos de justificação), o presente (o que
denominamos de santificação) e o futuro (e que cognominamos de glorificação). Não se
pode crer, com base nas Escrituras, na salvação sem o seu princípio na cruz de Cristo,
sem o exercício da santidade em meio à sociedade corrompida e sem a sua consumação
na vida eterna.

... COMPREENDENDO AS VÁRIAS TIPOLOGIAS APONTADAS NAS ESCRITURAS

Há várias tipologias apontadas na Bíblia que se referem a eventos do porvir, desde


as parábolas – dentre as quais posteriormente havemos de abordar algumas de forma
específica – até mesmo nos tipos de personagens bíblicos, cujas histórias refletem
verdades paralelas quanto a eventos escatológicos como, por exemplo, o casamento de
Isaque e Rebeca através da intercessão do damasceno Eliezer, tipificando o papel do

Pg. 25
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Espírito Santo para promover o casamento entre a igreja e Jesus, cuja festa se dará nas
bodas do Cordeiro.
Vale lembrar que a própria Santa Ceia do Senhor aponta a um evento escatológico:

“Porque, todas as vezes que comerem este pão e beberem o cálice, vocês anunciam
a morte do Senhor, até que ele venha” (1Co 11.26).

... COMPREENDENDO MUITAS DAS PROMESSAS A SEREM CUMPRIDAS NO


FUTURO

São muitas as promessas atribuídas aos salvos as quais se cumprirão


especificamente em tempos futuros e, por isso, a igreja deve compreender as profecias
para entender todo o projeto de Deus em relação à humanidade quanto ao porvir:

“E, quando eu for e preparar um lugar, voltarei e os receberei para mim mesmo,
para que, onde eu estou, vocês estejam também” (Jo 14.3).

“Porque o Filho do Homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e
então retribuirá a cada um conforme as suas obras” (Mt 16.27).

“— Eis que venho sem demora, e comigo está a recompensa que tenho para dar a
cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12).

A IGREJA NÃO DEVE CAIR NO ERRO DE APENAS OLHAR PARA O


TEMPO PRESENTE

“Perto do tempo do fim surgirão grupos de homens que voltarão sua atenção para
as profecias e insistirão na sua interpretação literal, em meio a muito clamor e
oposição” (Isaac Newton)7.

7
“Daniel e o Apocalipse” (1733).

Pg. 26
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A igreja não deve cair no erro de apenas observar o tempo presente, pois pode,
passivamente, sucumbir a ver-se em uma visão meramente social, não atentando ao
porvir, seja quanto à vida eterna ao lado de Deus, seja quanto à condenação eterna,
destinado aos que não forem salvos.

O INFERNO É UMA REALIDADE...

Uma igreja que não se preocupa com o porvir, tende a ser passiva quanto ao juízo
vindouro, incorrendo no erro de muitos incrédulos (ainda que se digam “cristãos” e sejam
membros de igrejas, mas que não creem no que a Bíblia declara) em dizer que o inferno
não existe. Sim, aqueles que não creem na realidade do inferno são incrédulos. Nada além
disso.
Se o inferno não fosse um lugar real, mas apenas um “estado de espírito”, como
alegam alguns, Jesus teria errado ao afirmar sobre a realidade do mesmo. Entretanto, ele
foi claro em anunciar várias vezes a existência de um lugar onde os não salvos vão padecer
pela eternidade, explicando que se trata de um local onde ficarão as pessoas condenadas,
após serem julgadas:

“— Serpentes, raça de víboras! Como esperam escapar da condenação do


inferno?” (Mt 23.33).

Este local, sobre o qual Jesus comentou enfaticamente, será diferente de onde os
salvos passarão a eternidade, e foi por ele denominado de local de castigo eterno:

“— O Rei, respondendo, lhes dirá: ‘Em verdade lhes digo que, sempre que o
fizeram a um destes meus pequeninos irmãos, foi a mim que o fizeram’.
— Então o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastem-se de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos’... E estes irão
para o castigo eterno, porém os justos irão para a vida eterna” (Mt 25.40-41,46).

Pg. 27
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Noutra ocasião, Jesus revelou que aquele local de condenação eterna será não
apenas um lugar de sofrimento, como que, também, será ocupado pelas pessoas não salvas
em um tempo futuro, ocasião denominada de “consumação do século” ou “fim dos
tempos”:

“Assim será na consumação do século8: sairão os anjos, e separarão os maus


dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de
dentes” (Mt 13.49-50 ARA).

Jesus também declarou que tal destino – ir ou não para o inferno – depende da
responsabilidade de cada pessoa, quanto à postura de vida que decidirá exercer:

“E, se a sua mão leva você a tropeçar, corte-a; pois é melhor você entrar aleijado
na vida do que, tendo as duas mãos, ir para o inferno, para o fogo que nunca se
apaga [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se o seu pé leva
você a tropeçar, corte-o; pois é melhor você entrar na vida aleijado do que, tendo
os dois pés, ser lançado no inferno [onde não lhes morre o verme, nem o fogo se
apaga]. E, se um dos seus olhos leva você a tropeçar, arranque-o; pois é melhor
você entrar no reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser lançado no
inferno, onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga” (Mc 9.43-48).

O livro de Apocalipse, eu seu epílogo, confirma tal ensino de que o pecador não
arrependido passará a eternidade na “segunda morte”:

“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos,
aos imorais, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes
cabe será no lago que está queimando com fogo e enxofre, a saber, a segunda
morte” (Ap 21.8).

8
Os termos são intercambiáveis, pois tanto συντελείᾳ (synteleia) significa “fim” e “consumação”, como
αἰῶνος (aionos) significa “período”.

Pg. 28
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De maneira explícita, a Palavra de Deus afirma, mais uma vez, tratar-se de um lugar
de sofrimento eterno:

“O diabo, que os tinha enganado, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já
se encontram a besta e o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, para
todo o sempre” (Ap 20.10).

A característica fundamental de tal lugar será o da ausência da possibilidade de


sentirem a manifestação da presença de Deus, pois os que ali habitarem estarão banidos
da mesma:

“É justo para com Deus que ele retribua com tribulação aos que causam tribulação
a vocês e que dê a vocês, que estão sendo atribulados, alívio juntamente conosco,
quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder, em chama
de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que
não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus. Estes sofrerão penalidade de
eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder” (2Ts 1.6-
9).

Por fim, vale considerar que Deus já anunciara na antiga aliança, através do profeta
Daniel, a existência deste lugar de “vergonha eterna”, a ser ocupado no porvir após a
segunda ressurreição9:

“— Nesse tempo, se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor dos filhos do


povo de Deus, e haverá tempo de angústia, como nunca houve, desde que existem
nações até aquele tempo. Mas, naquele tempo, o povo de Deus será salvo, todo
aquele que for achado inscrito no livro. Muitos dos que dormem no pó da terra
ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e horror eterno” (Dn
12.1-2).

9
Tema a ser abordado de forma específica posteriormente.

Pg. 29
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... MAS A VIDA ETERNA AO LADO DE DEUS TAMBÉM O É. POR ISSO, UMA
IGREJA SAUDÁVEL TEM NA VOLTA DE JESUS SUA MAIOR EXPECTATIVA

Há uma bendita esperança que o crente em Cristo tem: o de ser livre do juízo
condenatório. E isto aponta a um evento futuro: o retorno de Jesus, o qual a igreja deve
aguardar atentamente:

“Pois eles mesmos, no tocante a nós, proclamam que repercussão teve o nosso
ingresso no vosso meio, e como, deixando os ídolos, vos convertestes a Deus, para
servirdes o Deus vivo e verdadeiro e para aguardardes dos céus o seu Filho, a
quem ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira vindoura” (1Ts
1.9-10).

Se, de um lado, os salvos estarão livres das consequências do juízo condenatório, o


arrebatamento da igreja os conduzirá à prestação de contas a Jesus sobre os seus atos em
sua peregrinação terrena:

“Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo, para
que cada um receba segundo o bem ou o mal que tiver feito por meio do corpo”
(2Co 5.10).

Tais atos definirão o galardão que receberemos para a eternidade, a ser entregue
pelo próprio Senhor Jesus:

“— Eis que venho sem demora, e comigo está a recompensa que tenho para dar a
cada um segundo as suas obras” (Ap 22.12).

Portanto, o olhar para o futuro não é apenas baseado em um aspecto negativo, mas,
principalmente, no positivo. Viver a eternidade com Deus é o grande vislumbre do salvo

Pg. 30
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e, tal como a noiva deseja encontrar-se com o noivo para suas bodas, não existe nenhum
evento que possa ser mais esperado para a igreja do que o retorno de Jesus:

“Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos. Ela nos educa
para que, renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos neste mundo de
forma sensata, justa e piedosa, aguardando a bendita esperança e a manifestação
da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo” (Tt 2.11-13).

A expectativa que o salvo deve ter quanto ao retorno de Jesus deve ser tamanha que
o seu sentimento deve ser o de amor, tal como Paulo descreveu quanto aos que aguardam
a vinda de Cristo:

“Desde agora me está guardada a coroa da justiça, que o Senhor, reto juiz, me
dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua
vinda” (2Tm 4.8).

MOTIVOS PELOS QUAIS A IGREJA NÃO PODE DEIXAR DE ESTUDAR


AS PROFECIAS RELACIONADAS AOS TEMPOS FINAIS

1º. PARA NÃO SE ESQUECER DOS JUÍZOS FUTUROS E DA APLICAÇÃO DA


JUSTIÇA DIVINA

Muitos pastores têm sido negligentes em deixar suas igrejas ignorarem as profecias
dos tempos finais. Acomodados e preocupados com o tempo presente, se esquecem que
a volta de Jesus deve ser proclamada com urgência e ardor, pois é obrigação da igreja
evangelizadora anunciar o juízo vindouro. A igreja foi levantada para evangelizar e seus
líderes devem ter consigo suas trombetas para que sejam tocadas, anunciando o “Dia do
Senhor”:

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“Toquem a trombeta em Sião e deem o alarme no meu santo monte. Que todos os
moradores da terra tremam, porque o Dia do SENHOR está chegando; já está
próximo. É dia de trevas e escuridão, dia de nuvens e densas trevas! Como a luz
do amanhecer sobre os montes, assim se difunde um povo grande e poderoso, como
nunca houve igual desde os tempos antigos, nem haverá outro depois dele pelos
anos seguintes, de geração em geração” (Jl 2.1-2).

Além disso, deixar de olhar para o futuro é deixar de reconhecer Deus como um ser
justo. Obviamente não se pode observar este atributo divino considerando apenas o tempo
presente, pois há muitas pessoas que cometem injustiças e seguem vivendo bem, sem que
recebam uma punição pelos seus atos malignos. Há assassinos que, mesmo sem se
arrependerem, vivem longamente na terra, usufruindo de riquezas obtidas de forma ilícita.
Mas a justiça de Deus não se limita ao tempo presente e, assim, devemos compreender
que a vida no além é uma realidade necessária para o cumprimento da justiça de Deus.

2º. PELA COMPREENSÃO DA TRANSITORIEDADE DA VIDA, TEMA CONTÍNUO ÀS


DOUTRINAS BÁSICAS DO CRISTIANISMO

O tempo presente, para o cristão, é apenas uma etapa, pois sua esperança reside no
porvir e, por isso, ele deve procurar conhecer a fundo o que a Bíblia revela a respeito do
futuro:

“Por isso, deixando os princípios elementares da doutrina de Cristo, avancemos


para o que é perfeito, não lançando de novo a base do arrependimento de obras
mortas e da fé em Deus, o ensino de batismos e da imposição de mãos, da
ressurreição dos mortos e do juízo eterno” (Hb 6.1-2).

Pg. 32
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3º. PELA IMPORTÂNCIA QUE A BÍBLIA CONCEDE ÀS PROFECIAS

A profecia é tão importante que integra um quarto de toda a Bíblia, sendo


registradas em frases, versículos, capítulos inteiros (como Mt 24 e 25; Mc 13; Lc 21 e
1Co 15, por exemplo) ou até mesmo livros integralmente dedicados à mensagem profética
(como as duas cartas aos Tessalonicenses e o Apocalipse).
Há, inclusive, uma bênção específica destinada aos que estudam as profecias, como
lemos na introdução do livro do Apocalipse:

“Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados aqueles que ouvem as


palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está
próximo” (Ap 1.3).

4º. PELO FATO DE QUE METADE DAS PROFECIAS AINDA NÃO SE CUMPRIRAM

É importante observar que cerca de metade das profecias bíblicas já se cumpriram


literalmente ao longo da história, o que nos indica que parte da outra metade das
mencionadas nas Escrituras Sagradas ainda se cumprirão, isto porque, se por um lado
algumas profecias são incondicionais (as quais serão cumpridas, independentemente do
que a humanidade possa fazer), outras são condicionais, podendo não ser cumpridas caso
as pessoas acatem as determinações divinas. De todo modo, devemos entender que é
grande a quantidade de profecias a serem cumpridas em nosso tempo e no porvir.
Por isso, é obrigação da igreja despertar e estudar as profecias, além de proclamar
a volta de Jesus, observando os sinais relacionados a esta, se posicionando e anunciando
a salvação futura:

“E digo isto a vocês que conhecem o tempo: já é hora de despertarem do sono,


porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no princípio
cremos. Vai alta a noite, e o dia vem chegando. Deixemos, pois, as obras das trevas
e revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.11-12).

Pg. 33
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A VOLTA DE JESUS TRAZ EXORTAÇÕES AOS QUE ESTÃO “FRIOS,


MORNOS E QUENTES” NA FÉ

“Conheço as obras que você realiza, que você não é nem frio nem quente.
Quem dera você fosse frio ou quente! Assim, porque você é morno, e não é
nem quente nem frio, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca” (Ap 3.15-
16).

1º ESTADO DE FÉ: EXORTA AO NÃO CONVERTIDO A BUSCAR A SUA SALVAÇÃO

A SALVAÇÃO DA CONDENAÇÃO ETERNA ESTÁ DISPONÍVEL

EXCLUSIVAMENTE PELA FÉ EM CRISTO

A prometida volta de Jesus alerta àqueles que não o seguem a que o busquem
exclusivamente e, assim, sejam livres da condenação que está estabelecida sobre
toda a humanidade:

“Quem nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado,
porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus” (Jo 3.18)10.

“Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em


Cristo Jesus... que não vivemos segundo a carne, mas segundo o Espírito”
(Rm 8.1,4).

10
Enquanto as versões NAA, ARC e NVI (assim como as traduções inglesas da King James e ESV e a
espanhola Reina Valera) optam pela palavra “condenado”, a ARA e a NTLH traduzem como “julgado”,
uma vez que o termo κρίνω (krino) traduz, conforme Strong e Thayer, um julgamento, seja a favor ou contra
o réu. Entretanto, o contexto bíblico aponta à condenação, o que levou aquelas versões a considerarem o
juízo condenatório dos mesmos, uma vez que, somente os que estão em Cristo Jesus não tem nenhuma
condenação (κατάκριμα, katákrima), conforme aponta Rm 8.1.

Pg. 34
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“— Em verdade, em verdade lhes digo: quem ouve a minha palavra e crê


naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da
morte para a vida” (Jo 5.24).

ESTA FÉ É DEMONSTRADA PELO ARREPENDIMENTO DOS PECADOS

Esta fé é demonstrada não por meras declarações, mas pelo arrependimento


dos pecados que é observado através dos frutos de nossas vidas. Assim, uma vez
que a fé sem obras é morta11, é necessário abandonar os pecados através de
posturas práticas que apontam ao arrependimento, que, sendo visível
externamente, ocorre no interior do ser humano:

“Portanto, arrependam-se e se convertam, para que sejam cancelados os


seus pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de
refrigério, e que ele envie o Cristo, que já foi designado para vocês, a saber,
Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até os tempos da restauração
de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde
a antiguidade” (At 3.19-21).

2º ESTADO DE FÉ: EXORTA AO DESVIADO A SALVAR-SE

Muitos dos desviados não se encontram apenas dentre aqueles que deixaram de
congregar12, mas, também, estão dentro das igrejas, participando ativamente dos cultos.
A volta de Jesus os exorta a que o sigam e o sirvam com todo coração, pois, quando Jesus
retornar, irá acertar as contas com os seus servos, como anunciou na parábola dos talentos:

“— Depois de muito tempo, o senhor daqueles servos voltou e fez um ajuste


de contas com eles” (Mt 25.19).

11
Tg 2.17.
12
Hb 10.25.

Pg. 35
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O DESVIADO DEVE DESPERTAR PARA QUE SEJA LIVRE DO “DIA DA IRA”

“E digo isto a vocês que conhecem o tempo: já é hora de despertarem do


sono, porque a nossa salvação está agora mais perto do que quando no
princípio cremos. Vai alta a noite, e o dia vem chegando. Deixemos, pois, as
obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz” (Rm 13.11-12).

O desviado deve ser despertado para a realidade espiritual da época da ira


que se avizinha, e, por isso, além de arrependido de seus pecados e
consequentemente demonstrando frutos dignos do arrependimento13, ele deve
buscar constantemente ao Senhor, servindo-o e aguardando a vinda de Cristo,
única porta para a salvação do juízo que já está estabelecido para os que estão
perdidos:

“Porque, no que se refere a nós, as pessoas desses lugares falam sobre como
foi a nossa chegada no meio de vocês e como, deixando os ídolos, vocês se
converteram a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro e para aguardar
dos céus o seu Filho, a quem ele ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus,
que nos livra da ira vindoura” (1Ts 1.9-10).

3º ESTADO DE FÉ: EXORTA AO SALVO A ESTAR PREPARADO...

As profecias dão orientações claras à igreja para os últimos dias, alertando-a para o
momento do arrebatamento, ocasião em que haverá a depuração entre a igreja despertada
e a igreja dormente, como Cristo a descreveu na parábola das dez virgens:

“— Então o reino dos Céus será semelhante a dez virgens que, pegando as suas
lamparinas, saíram a encontrar-se com o noivo. Cinco delas eram imprudentes, e
cinco, prudentes. As imprudentes, ao pegar as suas lamparinas, não levaram óleo

13
Lc 3.8.

Pg. 36
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consigo, mas as prudentes, além das lamparinas, levaram óleo nas vasilhas. E,
como o noivo estava demorando, todas ficaram sonolentas e adormeceram. Mas, à
meia-noite, ouviu-se um grito: “Eis o noivo! Saiam ao encontro dele!”
— Então todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lamparinas. E
as imprudentes disseram às prudentes: “Deem a nós um pouco do óleo que vocês
trouxeram, porque as nossas lamparinas estão se apagando.” Mas as prudentes
responderam: “Não! Porque então vai faltar tanto para nós como para vocês! Vão
aos que o vendem e comprem óleo para vocês.” E, saindo elas para comprar,
chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa do
casamento. E fechou-se a porta. Mais tarde, chegaram as virgens imprudentes,
dizendo: “Senhor, senhor, abra a porta para nós!” Mas o noivo respondeu: “Em
verdade lhes digo que não as conheço.” Portanto, vigiem, porque vocês não sabem
o dia nem a hora” (Mt 25.1-13).

Assim alertados, o salvo deve observar seis cuidados quanto à volta de Cristo:

1º CUIDADO: NÃO NEGAR A FÉ, ENVERGONHANDO-SE DIANTE DOS OUTROS

O primeiro aspecto a ser observado é a manutenção da fé por parte do crente


quando Cristo voltar pois, naquela ocasião, ele sondará os corações para ver quem,
de fato, não negou a fé nele:

“Pois quem, nesta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e


das minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele,
quando vier na glória do seu Pai com os santos anjos” (Mc 8.38).

“Se perseveramos, também com ele reinaremos; se o negamos, ele, por sua
vez, nos negará” (2Tm 2.12).

Pg. 37
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2º CUIDADO: NÃO ESFRIAR NA FÉ, PERMANECENDO FIRME

Semelhantemente, outra postura que Cristo observará em sua igreja no


arrebatamento será a respeito dos que, de fato, permanecem em Cristo. O termo
grego μένω (méno) significa “permanecer o mesmo / não mudar”, o que indica à
preocupação de muitos que, com o tempo, vão esfriando na fé, tornando-se
cristãos meramente nominais. Apenas os que se mantiverem firmes em Cristo é
que não serão afastados dele em sua vinda:

“E agora, filhinhos, permaneçam (μένω) nele, para que, quando ele se


manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados, tendo de nos
afastar dele no dia da sua vinda” (1Jo 2.28).

Por esta razão, devemos, com vigilância e perseverança, guardar o que


recebemos dele, até a sua volta, como ele próprio declarou às igrejas de Tiatira e
Filadélfia:

“Tão somente conservem o que vocês têm, até que eu venha... Venho sem
demora. Conserve o que você tem, para que ninguém tome a sua coroa” (Ap
2.25; 3.11).

3º CUIDADO: MANTER UMA VIDA SANTA

A integridade do salvo – santos em meio à sociedade corrompida – será uma


condição sine qua non a ser observada na vinda do Senhor:

“O mesmo Deus da paz os santifique em tudo. E que o espírito, a alma e o


corpo de vocês sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de
nosso Senhor Jesus Cristo” (1Ts 5.23).

Pg. 38
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4º CUIDADO: SUPORTAR INTENSAS PROVAS DE PERSEGUIÇÕES

Ao longo da história da igreja miríades de santos foram martirizados por


amor a Cristo. Páginas de livros foram tingidos a sangue, registrando atrocidades
pelas perseguições dos imperadores romanos, da inquisição católica-romana, das
perseguições de vários governos ditatoriais, fossem no domínio nazista (que não
apenas perseguiu os judeus, mas também os cristãos que não se submetiam às
barbáries pregadas nos púlpitos estatais), nos regimes comunistas ou, ainda hoje,
nos rincões islâmicos.
Entretanto, as perseguições também acontecem hoje sem necessariamente
estar sob a mira de armas de fogo, mas através de leis que inibem a pregação livre
do evangelho e que perseguem os que pregam a Palavra de Deus sem ceder às
pressões da sociedade corrompida pelo pecado, como afirmou o Senhor Jesus:

“— Se o mundo odeia vocês, saibam que, antes de odiar vocês, odiou a mim.
Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas vocês não
são do mundo — pelo contrário, eu dele os escolhi — e, por isso, o mundo
odeia vocês” (Jo 15.18-19).

Entretanto, no escatológico capítulo 24 de Mateus, Jesus alertou que tal ódio


aumentaria em proporções cada vez mais intensas (junto a outros sinais):

“Porque nação se levantará contra nação, e reino, contra reino. Haverá


fomes e terremotos em vários lugares. Porém todas essas coisas são o
princípio das dores.
— Vocês serão entregues para serem maltratados e eles os matarão. Vocês
serão odiados por todas as nações por causa do meu nome” (Mt 24.7-9).

Pg. 39
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5º CUIDADO: VIGIAR EM TODO TEMPO

Os alertas quanto à vigilância são claros. Jesus foi específico ao dizer que
devemos estar preparados em todo tempo, pois ninguém pode prever o momento
de seu retorno:

“— Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de
vocês. Porém, considerem isto: se o pai de família soubesse a que hora viria
o ladrão, vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. Por isso,
estejam também vocês preparados, porque o Filho do Homem virá à hora
em que vocês menos esperam” (Mt 24.42-44).

“— Estejam preparados, com o corpo cingido e as lamparinas acesas.


Façam como os homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas
de casamento; para que logo abram a porta, quando vier e bater. Bem-
aventurados aqueles servos a quem o senhor, quando vier, encontrar
vigilantes. Em verdade lhes digo que ele há de cingir-se, dar-lhes lugar à
mesa e, aproximando-se, os servirá. Quer ele venha à meia-noite ou de
madrugada, bem-aventurados serão eles, se os encontrar vigilante” (Lc
12.35-38).

Vale considerar que, quanto ao dia de seu retorno, este evento ocorrerá
velozmente, “sem atraso”, significado este do termo grego ταχύ (taquí):

“— Eis que venho sem demora (ταχύ), e comigo está a recompensa que tenho
para dar a cada um segundo as suas obras... — Certamente venho sem
demora (ταχύ). Amém! Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.12,20b).

Pg. 40
ESTUDOS DE MARTINHO LUTERO SEMBLANO DISPONÍVEIS EM

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6º CUIDADO: NÃO RETROCEDER PARA A PERDIÇÃO

Devemos estar sempre atentos e vigilantes, a fim de que alcancemos a


promessa da salvação, não a perdendo ao retrocedermos em nossa fé:

“Vocês precisam perseverar, para que, havendo feito a vontade de Deus,


alcancem a promessa. “Porque, ainda dentro de pouco tempo, aquele que
vem virá e não irá demorar; mas o meu justo viverá pela fé; e, se retroceder,
dele a minha alma não se agradará.” Nós, porém, não somos dos que
retrocedem para a perdição, mas somos da fé, para a preservação da alma”
(Hb 10.36-39).

CONCLUSÃO: A VOLTA DE JESUS PONTA AO TÉRMINO DA BOA


OBRA INICIADA EM NOSSAS VIDAS

Jesus não é apenas o iniciador de nossa salvação, mas ele é o “autor e consumador
de nossa fé”14, e, tal término, quando deste bendito retorno (o “Dia de Cristo”), redundará
na ocasião em que será completada a boa obra iniciada em nossa conversão:

“Estou certo de que aquele que começou boa obra em vocês há de completá-la até
o Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).

14
Hb 12.2.

Pg. 41

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