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Gaspard, um homem de 23 anos que herdou o negócio da família, vivia muito bem em

Versalhes. Estava a caminho de casa numa tarde de quinta-feira por volta das 16:00,
quando se depara com a estátua do rei Luís XIV. Logo vem à mente os acontecimentos que
vêm ocorrendo na França. Desde que o chanceler Sully instituiu a Paulette em 1604: a
venda de cargos no Estado, as pessoas começaram a se empenhar mais no trabalho com a
finalidade de juntar um dinheiro a fim de comprar um cargo e com isso conseguir um
assento em uma das cadeiras do parlamento.
Gaspard parou um pouco e contemplou a imponente estátua do tão conhecido rei sol. A
França já não era mais a mesma da época de seus pais e avós, os príncipes e os grandes
reinos não mais opinavam na administração do Estado. O rei Luís XIV, fazia questão de
pessoalmente deliberar sobre o Conselho d'en Haut. Era nítido como as finanças da França
lucravam com esse tipo de imposto. Além de ser anual, o fato de ser hereditário agradava
aos interessados. Quem não queria ter um espaço no parlamento? Mesmo que não tendo
opinião sendo levada em consideração, já que a administração do rei Sol é rígida e
excludente, fazendo do conselho um espaço que compreendia aos seus auxiliares mais
próximos. O país que agora era dividido em 32 généralités, cada uma tem seu intendente
real com suprema autoridade, com o trabalho de coleta e supervisão da taille. Os mesmo
era vigiados de forma repressiva pela polícia para que não formasse montim. Gaspard
continuava com seus desvaneios, mas agora não mais parado em frente a estátua, ele
seguia seu caminho a pé de volta para casa. Lembrou de uma conversa que teve há dias
com seu amigo Clemente,onde os dois discutiam como o exército da França cresceu,
relembram um pouco de história e como era diferente o sistema do exército, homens eram
convocados do vassalo do rei para o serviço militar mas que mudou com a criação de um
exército remunerado e regular, com uma artilharia importante para garantir o sucesso nas
guerras. O exército atual contava com média de uns 300 mil homens. A sociedade francesa
atual tem outra face, não mais a nobreza que segura as rédias do Estado, mas sim um rei
que estava a frente do poder desde os 5 anos de idade, mantendo um sistema
administrativo rígido.

Ao chegar em casa Gaspard sentado em seu sofá, se lembra de mais um acontecimento


marcante na história da França recente. A Fronda que foi fruto da insatisfação do terceiro
estado, que cada vez tinha que pagar imposto a fim de custear as guerras francesas. A
desordem na França eram tantas, as revoltas dos camponeses e trabalhadores da cidade
gerava medo entre a nobreza, a situação ficou tão caótica que ao final da Fronda a
população só queria alguém que colocasse o país em ordem. A nobreza então não aceitou
o absolutismo de Luís XIV em troca de paz. Durante os anos de 1661 a 1672 do reinado do
rei Luís XIV, o absolutismo esteve em sua forma mais firme e consolidada graças a toda
repercussão da Fronda, que causou a necessidade de soberano forte e com o poder
centralizado nas mãos.

Gaspard agora decide se preparar para ir deitar, mas pondera em seus pensamentos a
atual situação da França, que não era mais a mesma potência sobre uma direção de
qualidade, o ministério escolhido pelo Lazarino compunha de sucessores de qualidade
duvidosa, além de um depressão agrária que abalava o sistema interno do país, sem contar
também com o fim de uma guerra de nove que não trouxe ganhos significativos além de um
tratado, o Tratado de Ryswick. Agora é esperar o que mais de novo o futuro reserva para a
França, esse foi o último pensamento dele antes de dormir.

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