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Método de ensino de América

Definições gerais
Tema: A conquista da américa e seus mitos;
Dispositivo: apresentação de historiografias e fontes relacionadas ao tema,
integrados ao livro didático pedagógico
Nível escolar dos alunos: 7º ano do fundamental;
Proposta didático-pedagógica: aula expositiva.

Proposta didático-pedagógica
Algo muito presente durante o estudo de história é o inconsciente daquele que
a estuda, tanto durante uma pesquisa historiográfica, em que as ideias do
historiador irão moldar toda sua pesquisa, seja no aprendizado básico de uma
criança, a visão preliminar, os pensamentos e conhecimento daquele individuo
vão servir como base para seu processo de entendimento durante todo o
estudo, podendo moldar sua interpretação e entendimento final. Essa influência
das ideias bases no entendimento da matéria, torna necessário que o educador
saiba quais são esses conhecimentos iniciais, para então conseguir montar
uma aula adaptada aos alunos, e que utilize todo entendimento preliminar de
uma forma positiva.
Pensando nessa necessidade, planejamos na primeira aula uma atividade que
torna possível esse conhecimentos pelos professores, ela se baseia em
escrever no centro do quadro um conceito central da matéria, seja ele
escravidão, colonização, conquista, indígenas, ou o próprio tema das aulas,
como “Colonização das américas pelos europeus”, “Chegada dos europeus nas
américas”, e questionar aos alunos o que eles pensam quando leem esse
conceito ou tema, anotando todas as ideias envolta dele no quadro e pedindo
que os aulos também anotem em seus cadernos.
Com essa atividade desenvolvida no inicio das aulas, além de proporcionar ao
professor conhecimento sobre as ideias dos seus alunos, ela fornece um norte
para o inicio do ensino pelo professor. Outro aspecto importante de se pensar
sobre o ensino de história, é a necessidade que o aluno esteja contextualizado
no período que está sendo apresentado, para que então ele consiga imaginar
todo aquele diferente cenário e sociedade, é essencial que o estudante consiga
imaginar esse espaço-tempo, com todas suas diferenças, contradições, ideais,
povos, que muitas vezes são totalmente novos para aqueles indivíduos. E com
essa atividade, o professor consegue montar uma base de contextualização
adaptada, que abrange todas as diferentes ideias desses alunos, podendo
tornar o conteúdo mais próximo e familiar ao estudante.
Para tornar ainda mais completo esse ensino de história, propomos que essa
mesma atividade seja realizada novamente no final do período de aulas, após
todas as aulas em que o professor discutiu sobre o conteúdo, seria
interessante repetir essa atividade, dessa forma, se espera que o quadro
apresente mais aspectos e ideias sobre o tema, além da apresentar a correção
de certas ideias erronias sobre o assunto. Com essa repetição da atividade, o
professor teria uma maior noção dos aspectos que os alunos aprenderam,
possibilitaria ao educador realizar uma revisão relembrando aspectos que não
foram citados, além de apresentar aos estudantes, ao compararem o último
quadro com o primeiro, como o aprendizado de história desenvolve as ideias
sobre um determinado aspecto, e modifica as ideias precipitadas.
Agora em relação às aulas e o ensino do conteúdo, por termos consciência da
pressão que é colocado no professor para seguir, tanto o plano de conteúdo do
estado quanto os próprios livros, propomos o uso do livro didático, porém,
realizando debates e questionamentos sobre certos aspectos quando
necessário.
Exemplos do uso do Livro 5. História e democracia.
Já no início do livro, o autor utiliza o termo descoberta para se referir a chegada
dos europeus nas américas, porém, agora já no capítulo 5 página 100, ele
chama a atenção para o cuidado que esse termo necessita ao ser usado, além
de apresentar uma complexidade nele ao dividi-lo em dois momentos
diferentes e com características diferentes. Com esse texto, o professor
poderia abrir espaço para um debate sobre termos e conceitos comuns a este
estudado, e que podem causar enganos e contradições, além de possibilitar a
discursão de com esses conceitos surgem.
Agora já na página 112, no texto “Uma conquista sangrenta”, em que os
autores debatem sobre a violência presente no processo de colonização, o
docente tem a oportunidade de se discutir sobre as diferentes justificativas
dadas pelos europeus para essa violência, como os povos indígenas eram
vistos nesse período, e como tudo isso reflete nos ideais da época.
Para a realização dessa discursão, sugerimos a apresentação do documento
“Memorial del Obispo Fray Bartolomé de las Casas y Fray Domingo contra la
perpetuidade de las ecomiendas (c.1560); Memorial de Fray Bartolomé de las
Casa al Consejo de Indias” do Bartolomé de las Casas, e do documento
“Democrates segundo, o de las justas causas de la guerra contra los índios” de
Juan Ginés de Sepúlveda. Com o auxílio desses textos, o docente explica duas
visões contrarias de espanhóis desse período sobre a violência presente
durante a colonização espanhola, e a forma em que esses nativos eram vistos
dentro da comunidade espanhola, além de abrir espaço para apresentação das
leis que surgiram a partir dessas visões.
Porém, em outros momentos esse livro abre espaço para questionamentos,
como no texto “A conquista do Império Asteca” páginas 113 e 114, em que os
autores apresentam a ideia de que os nativos pensavam que os europeus eram
deuses, ao chegar nessa parte é importante que o educador não apenas
desminta esse mito, mas também explique o seu surgimento e o porquê de
ainda muitas pessoas acreditarem nele. Ainda nesse mesmo texto, é discutido
a forma em que os europeus utilizaram das rivalidades entre tribos para
conseguir conquistar os astecas, nesse momento é possível a apresentação
dos diferentes tipos de interação das diferentes comunidades indígenas com
esse processo de colonização.
Uma forma de desmentir esse mito e explicar seu surgimento, é a partir da
apresentação dos documentos “A conquista da América vista pelos índios:
relatos astecas, maias e incas.” De Miguel Leon-Portilla, e do documento
“Petições Tlaxcala” feita pela comunidade Tlaxcala, documentos esses, que
junto aos textos “As razões da vitória” de Todorov e “Os índios estão se
acabando: o mito da desolação nativa” de Restall, possibilitam a explicação de
como esse mito surge na sociedade espanhola e influenciam até hoje certos
livros de história, além de possibilitar ao docente, a apresentação das
diferentes formas de contato nesse processo entre os nativos e os espanhóis.
É importante lembrar que, esse uso de livros acadêmicos e de fontes precisa
ser adaptado ao aluno, considerando que estamos propondo um ensino a
estudantes de ensino fundamental, é necessário que tenha uma leitura em
conjunto com esses alunos, tendo a oportunidade de responder a qualquer
pergunta, ou de explicar qualquer conceito desconhecido pelo aluno

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