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ENQUALAB-2008 – Congresso da Qualidade em Metrologia

Rede Metrológica do Estado de São Paulo - REMESP


09 a 12 de junho de 2008, São Paulo, Brasil

FORNO ROTATIVO TUBULAR LABORATORIAL - ESTUDO DE PERFIL


TÉRMICO

Manuel Antonio Pires Castanho 1, Fabiano F. Chotoli 2, Rodrigo Garcia da Costa 3,


Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo - IPT, Av. Prof. Almeida Prado, 532,
São Paulo-SP-Brasil-CEP 05508-901
1
CME/Laboratório de Metrologia Mecânica - Tel: (0xx11) 3767-4669 - manet@ipt.br
2
CT-OBRAS/Laboratório de Materiais de Construção Civil - Tel: (0xx11) 3767-4143 - fchotoli@ipt.br
3
CME/Laboratório de Metrologia Mecânica - Tel: (0xx11) 3767-4669 - rodrigog@ipt.br

Resumo: Neste trabalho são apresentados os resultados da realizado por meio de queimadores, utilizando-se
avaliação do perfil térmico de um forno rotativo tubular de combustíveis sólidos e/ou líquidos. O combustível é
laboratório com sistema de controle microprocessado, em atomizado sob alta pressão no bico do queimador em
função de condições de calcinação pré-estabelecidas. pequenas partículas e é injetado no forno junto com o ar
primário. Os gases quentes circulam em sentido inverso ao
O forno é utilizado pelos Laboratórios de Materiais de
avanço do material e o fluxo dos gases é forçado mediante
Construção Civil (LMCC) e Metalurgia e Materiais
sistema de aspiração, que mantém todo o forno com pressão
Cerâmicos (LMMC) do IPT, para execução de calcinação de
inferior à atmosférica [1].
materiais (minérios e matérias-primas para fabricação de
cimento, cal virgem e pozolanas) em regime contínuo de
produção.
Portanto, são apresentados resultados da influência de
condições de operação do forno no perfil de temperatura,
por meio de variação da rotação e inclinação do tubo, da
temperatura e do fluxo de gases, além de simular a
calcinação com um material inerte.
A
A avaliação do perfil térmico do forno, conduzida pelo C D
B
Laboratório de Metrologia Mecânica (LMM) do IPT,
E
consistiu na distribuição de vários sensores de temperatura,
do tipo S e B, ao longo da região em que os materiais
trafegam durante o processo no tubo rotativo.
Considera-se que os resultados das medições de temperatura
efetuadas foram satisfatórios para o tipo de forno tubular
rotativo avaliado, possibilitando inferir uma correlação
linear entre a temperatura de patamar e a indicação do Fig.1. Exemplo do perfil térmico de forno rotativo industrial:
controlador. Observou-se que a inserção de carga e injeção reações de fase do clínquer em sistema forno c/ pré-aquecedor [1]
de ar em contra-fluxo alteram o perfil térmico do forno.
Palavras chave: temperatura, medição, forno rotativo O próprio processo termodinâmico permite que o material
tubular, processo. seja transportado e aquecido a velocidades variáveis e
revoluções constantes, pelas várias zonas térmicas ao longo
de sua extensão, a saber:
1. INFORMAÇÕES BÁSICAS
• zona de calcinação, a qual depende da existência ou não de
No IPT são executados esporadicamente calcinações de pré-aquecedor e pré-calcinador no sistema (Fig. 1 – final de
minérios e matérias-primas industriais em regime contínuo A e B);
de produção.
• zona de transição, na qual começa a se formar a fase
Particularmente, o LMCC tem aplicado o forno rotativo liquida (Fig. 1 – B);
tubular para a produção de clínquer de cimento Portland, cal
virgem e calcinação de argilas, visando simular as condições • zona da fase líquida, na qual ocorre a nodulização e inicia-
de produção industrial e obter material em quantidade se a formação da alita (C3S) (Fig. 1 – C);
suficiente para executar ensaios de caracterização.
• zona de queima, no interior da chama, na qual se
No caso da produção de clínquer de cimento Portland, intensifica a formação e crescimento das partículas
adotado como exemplo e prática para este trabalho, o individuais de alita (C3S) e sua sinterização (Fig. 1 – D), e;
aquecimento dos fornos rotativos industriais (Fig. 1) é
• zona de resfriamento, na qual o material perde calor e se capacidade de girar a uma rotação de até 5rpm. O corpo
aglomera devido à solidificação da fase líquida (Fig. 1 – E). principal do forno está apoiado sobre uma mesa, cuja
inclinação pode ser regulada até 10º (aproximadamente
O forno rotativo laboratorial, apesar da escala ser diferente, 17%, em relação ao eixo horizontal) por meio de um
pode ser utilizado de forma semelhante, se aplicadas elevador de rosca. A câmara de aquecimento promove a
modificações e as adaptações necessárias. elevação de temperatura na porção do tubo situada entre
No processo de operação de fornos rotativos é importante 20 cm e 120 cm, sendo a zona quente (trecho do tubo onde a
que se estabeleçam parâmetros operacionais e de controle. temperatura mínima corresponde pelo menos 90% da
Dentre os parâmetros operacionais destacam-se: temperatura máxima) programável para até 1650ºC e situada
entre 40 cm e 100 cm, dependendo da temperatura máxima.
• comprimento do forno (L), em m;
• constante do formato do tubo (Θ), em graus (º);
• inclinação (p), em graus (º) ou %;
• diâmetro do tubo (d), em m;
• rotação (r), em rpm;
• Fator de estrangulamento do forno (F), adimensional.
A partir desses parâmetros é possível estimar tempo de
residência (t) do material dentro do forno, pela seguinte
equação [2]:
Fig.2. Forno tubular rotativo piloto
1,77 . L . Θ . F (1)
t= A avaliação do perfil térmico do forno tubular rotativo foi
p.d .r
conduzida pelo LMM do IPT, monitorando a temperatura do
Quanto ao regime de temperatura, no caso do clínquer interior do tubo, por meio da distribuição de sete (07)
Portland produzido em laboratório, procura-se calcinar o sensores de temperatura de 25 em 25 cm, sendo seis (06)
material cru controlando os seguintes parâmetros: termopares tipo S e um (01) tipo B, ao longo do tubo
conforme a Figura 3.
• taxa de pré-aquecimento e/ou pré-calcinação (Vi) de Os sensores foram introduzidos no interior do tubo do forno
temperatura ambiente até 900ºC, em ºC/min; rotativo através de orifícios já existentes nas suas
• taxa de aquecimento (Va) de 900ºC até a temperatura extremidades.
máxima (de patamar), em ºC/min;
• temperatura máxima ou de patamar (Tp), em ºC;
• tempo de patamar (tp), em min;
• taxa de primeiro resfriamento (VR 1), entre a temperatura
máxima e 1300ºC, em ºC; Entrada Saída
• taxa de segundo resfriamento (VR 2), entre 1300ºC e
ambiente, em ºC.
De acordo com resultados obtidos em estudos de produção
em forno estático [3] e forno piloto e, segundo medidas de
temperatura realizadas ao longo do comprimento do tubo,
constatou-se que ocorre variação do perfil térmico de acordo
com os parâmetros de processo adotados.
0 25 50 75 100 125 150
Portanto, para atender os objetivos propostos, estabeleceu-se Posição dos termopares (cm)
um plano experimental junto ao Laboratório de Metrologia
Mecânica (LMM) do IPT, que utilizou diversos sensores
dispostos dentro do tubo, capazes de suportar o movimento Fig. 3: Vistas lateral e superior do forno tubular, ilustrando a
e a inclinação do tubo, além da injeção de ar em contra- disposição dos termopares (representados por pontos negros)
fluxo aplicado durante o processo.
Os sensores foram interligados a um sistema de aquisição
que armazenou automaticamente todos os dados durante as
2. METODOLOGIA EXPERIMENTAL medições. O sistema de medição foi calibrado no LMM do
IPT, que é acreditado pela RBC. O controlador do forno foi
O meio térmico avaliado refere-se a um forno tubular regulado para cada temperatura de ensaio. As medições
rotativo (Fig. 2), constituído de um tubo de alumina com foram realizadas nas condições conforme a Tabela 1.
7 cm de diâmetro, 150 cm de comprimento e com
Tabela 1. Parâmetros e condições de ensaio gaussiana, o que era esperado devido à característica de
construção do forno (distância, posição, tipo, potência e
Condição Temperatura Rotação Inclinação Fluxo
gradiente de dissipação térmica da resistência) além de
(ºC) (rpm) (º) de ar
(l/min) outras características correlatas a isolação térmica.
1 1350 0,7 0 0 Para efeito prático da aplicação, tornou-se necessário:
2 1400 0,7 0 0
3 1450 0,7 0 0 • determinar o segmento do tubo que reflete uma condição
de "patamar isotérmico", estimando-se a temperatura de
4 1450 0,7 0 12
patamar e sua incerteza pela média dos três pontos centrais
5 1450 0,7 1º 34´ 0 (50, 75 e 100) cm e a soma quadrática das suas incertezas;
6 1450 5 0 0
7 1450 5 1º 34´ 12 • adotar tendência parabólica para os seguintes conjuntos de
pontos: (0, 25 e 50) cm; (50, 75 e 100) cm; (100, 125 e
150) cm.
Excepcionalmente, a condição 7 foi executada alimentando-
se o forno tubular com alumina granulada, por meio de um A Figura 4 apresenta a comparação entre as temperaturas
alimentador vibratório regulado para taxa de alimentação em indicadas pelo controlador e as respectivas temperaturas de
torno de 0,6 kg/h. Nessas condições, estima-se que: o patamar, demonstrando a satisfatória correlação entre
transporte do material no forno foi de 31 minutos, dado que ambas.
na equação (1) F = 1 (diâmetro constante), e, portanto, Θ = 1500
40º [2]; a velocidade do material (adotando condição ideal
Temperatura do patamar (ºC)
de não-aderência do material no interior do tubo) é de 1450

4,9 cm/min. 1400


y = 0,99x - 30,667
R2 = 0,9992

Neste experimento não foi possível utilizar materiais 1350

convencionais de produção de clínquer, por danificarem os 1300


termopares nas temperaturas adotadas.
1250
1250 1300 1350 1400 1450 1500
Indicação do controlador (ºC)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fig. 4. Correlação entre as temperaturas indicadas no controlador e
A Tabela 2 apresenta os valores médios de temperaturas e as respectivas temperaturas de patamar
respectivas incertezas, obtidos nas medições do forno
tubular em períodos de aquisição de dados de 120 min (para Com isso tornou-se possível cruzar as curvas e limites dos
as condições de 1 a 6) e 60 min (para a condição 7), patamares para estimar, por meio das equações, os pontos do
adotando-se taxa de aquisição de 2 medições/min. tubo que estão a 900ºC (P900) durante o aquecimento, que
iniciam (Pe) e terminam (Ps) o "patamar isotérmico" e que
Tabela 2. Valores de temperatura e incerteza em função da posição estão a 1300ºC (P1300) durante o resfriamento. As Tabelas 3
dos termopares e das condições de ensaio e 4 apresentam os resultados estimados.
Posição dos termopares (cm)
Condição

Tabela 3. Posição geométrica no tubo, para cada condição de


0 25 50 75 100 125 150 ensaio
Temperatura (Incerteza), em °C Temperatura
de patamar
Condição

154 682 1295 1327 1294 790 140 Posição geométrica, em cm


1 (incerteza),
(4) (7) (6) (4) (5) (5) (5)
em ºC
163 732 1345 1377 1348 852 152
2
(4) (7) (5) (4) (4) (5) (5) P900 Pe Ps P1300 Tp Up
203 812 1393 1425 1394 889 161 1 34,3 50,3 99,0 99,5 1305 11
3
(10) (18) (6) (5) (7) (7) (5)
2 32,0 51,0 100,0 102,8 1357 10
338 879 1369 1412 1366 834 150
4 3 28,5 50,8 99,5 105,5 1404 11
(17) (4) (10) (5) (4) (7) (5)
4 26,0 50,0 99,0 103,5 1382 16
217 820 1390 1422 1386 906 163
5
(13) (19) (7) (5) (5) (6) (5) 5 28,3 49,8 98,8 105,5 1399 12
201 814 1391 1424 1383 879 158 6 28,5 49,0 98,3 104,8 1399 12
6
(4) (5) (5) (4) (4) (4) (4) 7 39,3 55,8 102,3 107,5 1384 11
168 458 1354 1404 1394 963 166 Legenda: P900: posição a 900ºC; Pe: posição de início do
7
(9) (35) (6) (4) (5) (11) (7) patamar; Ps: posição de término do patamar; P1300: posição a
1300ºC; Tp: temp. média do patamar; Up: incerteza da temp.
Analisando os resultados das medições (Tabelas 2), patamar.
verificou-se que o perfil da temperatura no interior do tubo
possui comportamento bem diferente de uma distribuição
Adotando o extremo de alimentação do forno como Esta ocorrência indica discreta diminuição das taxas de pré-
comprimento de tubo igual à zero, constata-se por meio dos calcinação (Vi), de aquecimento (Va) e de segundo (VR 2)
dados da Tabela 3 que: resfriamento, com discreto aumento da taxa de primeiro
(VR 1) resfriamento. Além disso, a injeção de ar provocou
• condições 1, 2 e 3: o aumento da temperatura no forno um abaixamento significativo da temperatura de patamar
provoca um deslocamento negativo da região do tubo a (Tp), devido ao provável resfriamento provocado pelo ar
900ºC, a partir do qual o material começa sofrer a taxa de injetado em contra-fluxo.
aquecimento (Va) e um deslocamento positivo da região do
tubo a 1300ºC, ou seja, discreto aumento das taxas de pré- • condições 3 e 5: a inclinação do tubo não influencia
calcinação (Vi), de primeiro (VR 1) e segundo (VR 2) significativamente o perfil térmico do forno, sendo a
resfriamento, com diminuição da taxa de aquecimento (Va) discreta alteração dos pontos devido ao provável
(Figura 5). deslocamento do tubo na direção da saída, pelo seu
escorregamento até a roldana de apoio. Outro fato que pode
ter influenciado é a possível alteração radial da posição dos
1500 termopares (Figura 7).
C
Temperatura (ºC)

1000 1500
Temperatura

C
Temperatura (ºC)
____
1350ºC
1000
500 ---- 1400ºC Temperatura
- - - 1450ºC
____
sem inclinação
0 500 - - - com inclinação
01 2
25 3
50 4
75 5
100 6
125 7
150
Posição no tubo (cm)
Posição geométrica
0
1350º
01 2
3
25
50 4
75 5
100 6
125 7
150
C Posição no tubo (cm)
Posição geométrica
Perfis térmicos

Fig. 7. Perfis térmicos do tubo com e sem inclinação – controlador


1400º em 1450ºC
C
• condições 3 e 6: houve uma pequena variação no perfil
1450º térmico do forno devido à rotação do tubo, contudo,
C acredita-se não ser significativa. Essa avaliação foi
prejudicada devido à movimentação linear do tubo, causada
0 25 50 75 100 125 150 pela inclinação do forno.
Posição geométrica no tubo
Fig. 5. Perfis térmicos do tubo, em função da temperatura regulada
no controlador: distribuição em linha (superior) e cor (inferior) 1500
C

• condições 3 e 4: a inserção de ar provocou variação


Temperatura (ºC)

significativa do perfil térmico do forno, com deslocamento 1000


Temperatura

negativo das regiões do tubo a 900ºC e 1300ºC (Figura 6).


____
baixa rotação
500 - - - alta rotação
1500
C
Temperatura (ºC)

0
1000
Temperatura

01 2
25 3
50 4
75 5
100 6
125 7
150
Posição
Posição geométrica no tubo (cm)
____
sem ar Fig. 8. Perfis térmicos do tubo com baixa e alta rotação –
500 - - - com ar controlador em 1450ºC

Apesar da alteração sofrida pelo perfil térmico nas


0 condições ensaiadas, observou-se que não ocorreu alteração
01 3
50 2
25 4
75 5
100 6
125 7
150 significativa do comprimento da zona de "patamar
Posição geométrica
Posição no tubo (cm) isotérmico", e sim o seu deslocamento linear.
Fig. 6. Perfis térmicos do tubo com e sem injeção de ar em contra-
fluxo – controlador em 1450ºC Para avaliar a Condição 7, que representa um processo de
calcinação, adotou-se a mesma velocidade de transporte de
material para todas as condições realizadas com o forno a Da mesma forma que na condição 4, ocorreu um
1450ºC. abaixamento significativo da temperatura de patamar (Tp),
Tabela 4. Parâmetros de controle do forno devido a injeção do ar em contra-fluxo.
Parâmetros de controle do forno tubular
Condição

Cabe ressaltar que as utilizou-se curvas com ajustes de


Tc Vi Va ∆ tp Tp VR 1 VR 2
(ºC/ (ºC/ (min) (ºC) (ºC/ (ºC/ quinto grau para representar as Figuras de 5 a 9, apenas para
(ºC)
min) min) min) min) facilitar a visualização e representação gráfica das curvas.

3 119 110 10 1404 85 125


4 105 98 10 1382 89 121
4. CONCLUSÕES
5 1450 118 113 10 1399 72 125 Consideramos que os resultados das medições de
6 120 119 10 1399 74 123
temperatura efetuadas foram satisfatórios para o tipo de
forno tubular rotativo avaliado, apesar das condições
7 91 143 10 1384 79 130 adversas (do ponto de vista metrológico) em que foram
Legenda: Tc: temp. indicada no controlador; Vi: taxa de pré- realizadas as medições, tais como rotação e inclinação do
calcinação; Va: taxa de aquecimento; ∆tp: tempo de patamar; tubo, bem como o carregamento com material.
Tp: temp. média do patamar; VR 1: taxa de 1º resfriamento;
VR 2: taxa de 2º resfriamento. Com relação à indicação do controlador do forno
constatamos que se pode inferir uma correlação linear com a
Com isso constatou-se que a inserção de carga e a inserção temperatura de patamar, desde que a condição de operação
de ar causaram forte alteração do perfil térmico do forno do forno seja previamente estabelecida. Dessa forma, torna-
tubular (Tabela 4 e Figura 9). Neste caso, a inserção de se possível controlar a operação do forno, aplicando-se as
carga foi predominante e causou o deslocamento positivo correções necessárias ao controlador, facilitando sua
das regiões do tubo a 900ºC e 1300ºC, o que reflete na operação.
diminuição da taxa de pré-calcinação (Vi) e aumento da taxa Conclui-se que a inserção de material e injeção de ar em
de aquecimento (Va), além da diminuição da taxa de contra-fluxo alteram o perfil térmico do forno, o que aponta
primeiro (VR 1) resfriamento e aumento da taxa de segundo a necessidade de controlá-los criteriosamente durante o
(VR 2) resfriamento. processo. Por sua vez, a rotação e a inclinação afetam
indiretamente o transporte de material no forno e, portanto,
devem ser pré-definidos antes de adotar a taxa de
1500
alimentação.
Finalmente, recomenda-se que se avalie o perfil térmico de
Temperatura (ºC)
C

1000 fornos tubulares rotativos antes de se fazer seu uso, para


Temperatura

___ que, quando associá-lo às componentes de processo tornar


sem ar/sem material
- - - com ar/sem material possível seu controle e obter o produto calcinado com as
--- com ar/com material características desejadas. Além disso, esta prática possibilita
500
adequar o forno tubular rotativo às condições desejadas, por
meio de sua eventual adequação, tanto em nível de projeto
construtivo quanto de processo e controle.
0
01 2
25 3
50 4
75 5
100 6
125 7
150
Posição geométrica
Posição no tubo (cm)
AGRADECIMENTOS
Condição 3 – referência
Agradecemos ao IPT pela oportunidade e disponibilização
da infra-estrutura laboratorial necessária para a realização do
Condição 4 – com ar prcesente trabalho. Em especial ao Dr. Valdecir A.
Quarcioni, do LMCC/IPT, pela leitura crítica e sugestões.
Perfis térmicos

Condição 5 – com inclinação


REFERÊNCIAS
[1] MARINGOLO, V. Clínquer co-processado: produto de
Condição 6 – com alta rotação tecnologia integrada para sustentabilidade e competitividade
da indústria de cimento. 2001. 188f. Tese (Doutorado) –
Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo, 2001.
Condição 7 – c/ ar, alta rotação, inclinação e material
[2] DUDA, W. H. Cement-data book. 3.ed. Westbaden:
Bauverlag, 1985. v.1.
0 25 50 75 100 125 150 [3] CHOTOLI, F.F. Obtenção de clínquer de cimento a partir de
Posição geométrica no tubo escória de aciaria a oxigênio: estudo em escala laboratorial.
Dissertação (Mestre em Habitação: Planejamento e
Fig. 9. Perfis térmicos do tubo nas diversas condições de ensaio –
Tecnologia) – IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas,
controlador em 1450ºC: distribuição em linha (superior) e cor
2006.
(inferior)
[4] Castanho M.A.P., Ávila P.U., Lombardi Jr.A.B., et. al -
Calibração de sensores de temperatura com comprimento
reduzido em banho de leito fluidizado. In: ENQUALAB
2006 – CONGRESSO DE QUALIDADE EM
METROLOGIA. São Paulo. Anais. São Paulo: 2006.
[5] Chotoli, F.F.; Aleixo, D.M.; Costa, R.G.; Castanho, M.A.P.
Avaliação do Perfil Térmico de banho-maria com agitação
tipo "Dubnoff". In: ENQUALAB 2007 – CONGRESSO DE
QUALIDADE EM METROLOGIA. São Paulo. Anais. São
Paulo: 2007.
[6] CEMBUREAU. European Cement Association. Best
available techniques for the cement industry,
D/1999/5457/December 1999. Disponível
em:<http://www.cembureau.be>. Acesso em: jun. 2000.

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