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1 INTRODUÇÃO

A multiplexação é uma função que transmite 2 ou mais sinais individuais, de


forma simultânea, por meio de um único cabo ou via wireless. É uma técnica que abre
mais canais de comunicação e amplia a capacidade de transmissão de dados.

Circuitos multiplexadores encontram numerosas e variadas aplicações no


mundo moderno. Pode ser encontrado no controle de máquinas; controle de drones;
roteamento de dados em um relógio digital etc.

O presente relatório objetiva apresentar um Projeto experimental, de forma a


associar o conhecimento de CI (circuitos integrados) ao MUX (multiplexador) e
DEMUX (demultiplexador).

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 MULTIPLEXADOR

A multiplexação é o processo de transmitir simultaneamentedois ou mais sinais


individuais ao longo de um único canal (cabo ou wireless) de comunicação. Na
realidade, essa técnica aumenta o número de canais de comunicação para que mais
informações possam ser transmitidas. Frequentemente, em comunicação é
necessário ou desejável transmitir mais de um sinal de voz ou dados
simultaneamente. Uma aplicação pode exigir múltiplos sinais, ou a redução de custos
pode ser obtida através de um único canal de comunicação para enviar sinais de
informações múltiplas. Quatro aplicações que seriam proibitivamente caras ou
impossíveis sem a multiplexação são os sistemas de telefonia, telemetria, satélites e
as modernas transmissões de rádio e TV.
O maior uso da multiplexação é no sistema telefônico, em que milhões de
chamadas são multiplexadas em cabos, linhas de longa distância, satélites e
percursos wireless. A multiplexação aumenta a capacidade da portadora para lidar
com mais chamadas ao mesmo tempo, minimizando os custos do sistema e a
utilização do espectro.
Um multiplexador (abreviação: MUX), por vezes denominado por multiplex, é
um dispositivo que seleciona as informações de duas ou mais fontes de dados num
único canal. São utilizados em situações onde o custo de implementação de canais
separados para cada fonte de dados é maior que o custo e a inconveniência de utilizar
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as funções de multiplexação/demultiplexação.

Figura 1: Diagrama funcional de um MUX

Em eletrônica, o multiplexador combina um conjunto de sinais elétricos num


único sinal elétrico. Existem diferentes tipos de multiplexadores para circuitos
analógicos e digitais.

No processo de multiplexação temos técnicas básicas tais como: FDM


(Frequency Division Multiplexing), TDM (Time Division Multiplexing), STDM
(Statistical TDM), WDM (Wavelength Division Multiplexing) e CDMA (Code Division
Multiple Access).

Em processamento de sinais digitais, o multiplexador obtém fluxos de dados


distintos e combina-os num único fluxo de dados com uma taxa de transferência mais
elevada. Isto permite que múltiplos fluxos de dados sejam transportados de um local
para outro através de uma única ligação física, o que reduz os custos.

Na porção receptora da ligação de dados é comum ser necessário um


demultiplexador (abrevição: DEMUX) para dividir o fluxo de dados com uma taxa de
transferência elevada nos seus respectivos fluxos de dados com taxas de
transferências menores. Em alguns casos, o sistema de recepção pode possuir mais
funcionalidades que um simples demultiplexador, e apesar de um demultiplexador
existir logicamente, ele pode não existir fisicamente. Isto seria típico onde um
multiplexador serve um grande número de usuários de uma rede IP e então alimenta
um router que imediatamente analisa o conteúdo de todo o fluxo de dados no seu
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processador de roteamento e então efetua a demultiplexação na memória, de onde
os dados serão convertidos diretamente para pacotes de IP.

É comum combinar um multiplexador e um demultiplexador num único


equipamento e fazer referência a todo o equipamento como um "multiplexador".
Ambas as partes do equipamento são necessárias em ambas as partes de uma
ligação de transmissão, pois a maioria dos sistemas efetua transmissões bidirecionais,
realizando transmissão e recepção.

Um exemplo prático é a criação da telemetria para realizar a transmissão entre


o sistema de computação/instrumentação de um satélite ou nave espacial e um
sistema na Terra. No projeto de um circuito analógico, um multiplexador é um tipo de
comutador especial que conecta um sinal selecionado de um conjunto de entradas a
uma única saída.

Figura 2: Esquemático de funcionamento de um multiplexador e demultiplexador

2.2 DEMULTIPLEXADOR

Um demultiplexador (abreviação: DEMUX), por vezes denominado por


demultiplex, é um dispositivo que executa a operação inversa do multiplexer. O
demultiplexador distribui informações de uma única entrada para uma das diversas
saídas. Ou seja, dependendo dos sinaisenviados ao demultiplexador, ele é capaz de
conectar um canal a outros, como se fosse uma chave seletora ou um roteador.

Existem 3 tipos de sinais que passam por um demultiplexador: entrada, saída


e comando. O demultiplexador conecta o pino de entrada a um dos pinos de saída.
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Qual pino vai ser selecionado depende do estado dos pinos de comando.

Figura 3: Diagrama funcional de um DEMUX

A quantidade de pinos de comando varia de acordo com a quantidade de pinos


de saída. Os pinos de comando têm apenas 2 estados, ou nível alto (1) ou baixo (0).
Por isso, o número de pinos de comando é a quantidade de bits que são necessários
para escrever o número de saídas.

2.3 MÓDULO RF TRANSMISSOR E RECEPTOR 433MHZ AM

Os módulos RF Transmissor e Receptor 433MHz AM são componentes


básicos para comunicação via rádio frequência, presente em sistemas de alarmes,
controle remoto, aquisição de dados e robótica em geral. Os módulos alcançam até
200 metros sem obstáculos, com modulação AM e frequência de trabalho de 433MHz.

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Figura 3: Módulos RFs 433MHz (Transmissor e Receptor)

Na Tabela 1 é possível verificar as especificações técnica dos módulos


comerciais em questão.

Tabela 1: Descrição técnica dos módulos RFs 433MHz


Especificações
Técnicas
Transmiss Receptor
or
o Modelo: MX-FS-03V;

o Alcance: 20-200 metros


(conforme tensão);
o Modelo: MX-05V;
o Tensão de operação: 3,5-12V;
o Tensão de operação: 5V DC;
o Modo de operação: AM
o Corrente de operação: 4mA;
(Modulação Amplitude);
o Frequência de recepção:
o Taxa de transferência: 4KB/s; 433MHz;
o Potência de transmissão: 10mW; o Sensibilidade: -105dB;

o Frequência de transmissão: o Dimensões: 30 x 14 x 7mm.


433MHz;

o Pinagem: Dados-VCC-GND
(Esq.-
>Dir.);

o Dimensões: 19 x 19mm.
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2.4 CI’s ENCODER E DECODER

Os circuitos integrados HT12E e HT12D são Encoder e Decoder,


respectivamente. Estes circuitos integrados são utilizados para codificar e decodificar
sinais de radiofrequência (RF).

Figura 4: HT12E e HT12D (Encoder e Decoder) para RF

O HT12E é um circuito integrado codificador de 12 bits que é utilizado em


aplicações com controle remoto (transmissor RF) que opera na faixa de 433MHz. Este
CI converte entradas paralelas em saída serial, ou seja, ele codifica os dados
paralelos de 12 bits para transmissão em série a partir de um transmissor RF, sendo
que destes 12 bits, 8 bits (A0 - A7) são para endereçamento e 4 bits (AD0 - AD3) são
de dados. É importante ressaltar que o circuito integrado decodificador que for trabalha
com o codificador deverá ter o mesmo número de endereços e o mesmo formato de
dados.

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Figura 4: HT12E

O HT12D é um circuito integrado decodificador de 12 bits que é utilizado em


aplicações com receptor RF que opera na faixa de 433MHz. Dos 12 bits deste circuito
integrado, 8 bits (A0 - A7) são para endereçamento e 4 bits (D0 - D3) são de dados.
Este CI converte entrada serial em saídas paralelas, ou seja, ele decodifica os dados
seriais recebidos pelo receptor RF e os converte em dados paralelos e os envia aos
pinos de saída.

Figura 5: HT12D

O uso dos HT12E e HT12D (Encoder e Decoder) para RF garante que o sinal
enviado do transmissor para o receptor de RF não sofra intercepção por outros
dispositivos RF que não tenham codificação para controlar o receptor.

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3 DENVOLVIMENTO E RESULTADOS

Com um Kit Módulo RF Transmissor e Receptor 433 Mhz, é possível enviar e


receber dados sem a necessidade de uso de fios. Com isso, o projeto elaborado
consiste em um Controle remoto de 4 canais utilizando módulo de RF 433 Mhz para
acionamentos de motores de portões. A idealização do projeto foi inspirada no modelo
exibido na Figura 6, aplicação encontrada na Internet.

Figuras 6: Exemplo de controle remoto de portões

Figura 7: Acionamento de motores de portões com uso de controle remoto

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No transmissor, exibido em uma mini protoboard, são apenas três pinos. O pino
1 (DATA) que corresponde ao pino de dados Módulo RF Transmissor foi conectado
ao pino 17 do CI HT12E. Já no receptor, são quatro pinos. Os pinos 2 e 3 (DATA) são
ligados ao pino 14 do HT12D.

Figura 7: Esquema de ligação do módulo transmissor e receptor RF 433


MHz

Para o funcionamento do circuito controle remoto, utiliza-se dois circuitos


integrados, o HT12E (encoder) e HT12D (decoder). Estes circuitos integrados são
responsáveis por realizarem a codificação e decodificação dos sinais.

A Figura 8 apresenta o esquema de ligação do projeto referente a montagem


do circuito transmissor.

Figura 8: Prototipagem do Transmissor 433MHz

A chave SW1 deve ser fechada para que haja a transmissão do sinal e as
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chaves CH1, CH2, CH3 e CH4 são as chaves correspondentes a cada canal do
controle remoto. No caso do projeto elaborado, tem-se quatro LED’s conectados nos
quatro canais.

Os pinos A0 – A7 são os pinos responsáveis pelo endereçamento. As


configurações dos pinos A0 – A7 do HT12E devem ser idênticas a configurações dos
pinos A0 – A7 do HT12D, caso contrário, o circuito não irá funcionar. Estes pinos
servem para “criptografar” o sinal, a fim de evitar que outros transmissores interfiram
ou atuem no circuito. No projeto em questão, ligou-se todos os pinos ao GND, sem
“criptografar” o sinal.

Para o receptor, foram ligados a saída do HT12D, no esquema da Figura 10,


quatro LEDs vermelhos, que poderão ser acionamentos, e um amarelo, que vai
sinalizar o recebimento do sinal enviado pelo transmissor. O circuito projetado foi
alimentado com a tensão de 6V.

Figura 9: Montagem final do controle.

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Figura 10: Prototipagem do Receptor 433MHz

A cada recepção da mensagem enviada pelo transmissor, o LED 0, amarelo,


pisca. Se o Botão 1 do controle remoto, conectado ao CH1 no transmissor, for
apertado, o motor do portão 1, representado pelo LED1 conectado ao CH1 do receptor,
é acionado (o LED se apaga). Se o Botão 2 do controle remoto, conectado ao CH2 no
transmissor, for apertado, o motor do portão 2, representado pelo LED2 conectado ao
CH2 do receptor, é acionado (o LED se apaga). Caso, o Botão 3 do controle remoto,
conectado ao CH3 no transmissor, for apertado, o motor do portão 3, representado
pelo LED3 conectado ao CH3 do receptor, é acionado (o LED se apaga). E por fim,
na condição do Botão 4 do controle remoto, conectado ao CH4 no transmissor,
for apertado, o motor do portão 4, representado pelo LED4 conectado ao CH4 do
receptor, é acionado (o LED se apaga).

4 CONCLUSÕES

Acerca do que foi tratado no presente relatório, foi possível observar de forma
clara queo MUX e DEMUX são componentes essenciais na área de telecomunicações,
visto que, podem processar informações de diversas formas, funcionando como
conversores de sinais.
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Na solução montada no relatório, mostrou-se como o multiplexador e
demultiplexador pode ser projetado e implementado de formas diferentes, com mais
ou menos CIs, para divirsas aplicações e que se tenha uma melhor rapidez e eficácia
na sua atuação.

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