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8º Período - Tutoria I Sp1
8º Período - Tutoria I Sp1
ACIDOSE METABÓLICA
A acidose metabólica é um dos distúrbios mais comuns no
paciente grave, identificável na gasometria pela diminuição dos
níveis plasmáticos de HCO3− (< 22 mmol⋅L−1), associada a um
valor diminuído do pH.
pH <7,35.
HCO3 < 22 mEq/L.
Ânion gap: Para manter o princípio da eletroneutralidade no
organismo, a soma de cargas positivas deve ser igual à soma de
cargas negativas; caso isso não ocorra, aparece um hiato ou um
gap de ânions (AG) ou de cátions (CG). O valor normal do AG está
entre 8 e 12 mmol⋅L−1.
Ânion gap aumentado: acúmulo de ácido no organismo.
Ânion gap normal (acidose hiperclorêmica): perda de HCO3
(gastrointestinalourenal) ou pela reabsorção direta de H+. O
organismo, na tentativa de manter a volemia, estimula a
reabsorção renal de NaCl, produzindo acidose hiperclorêmica.
Toda perda digestiva do piloro para baixo ou diarreia ou fistula biliar, ela causa acidose metabólica hiperclorêmica
com anion gap normal, as secreções do piloro para baixo são ricas em HCO3 (especialmente pancreática), exceto,
diarreia do tumor viloso causa alcalose metabólica.
ALCALOSE METABÓLICA
A alcalose metabólica é um distúrbio relativamente comum em pacientes graves, sendo diagnosticada pela
gasometria, onde se tem um HCO3− > 26 mmol⋅L−1, associado a um aumento do pH. Ela normalmente decorre da
perda renal/digestiva de H+ ou da retenção de HCO3− . Os principais estímulos para retenção de HCO3 − são
hipovolemia com hipocloremia, hipocalemia e aumento da atividade mineralocorticoide.
pH >7,45
HCO3 > 26mEq/L
Os diuréticos de alça e tiazídicos levam a uma troca maior nos túbulos coletores de Na + por H+ e K+, favorecendo a
perda de H+ urinário. O hiperaldosteronismo também estimula maior reabsorção de Na + e secreção de K+ e H+ nos
túbulos coletores.
O suco gástrico é rico em H+ e K+. Assim, vômitos, estenose hipertrófica do piloro e aspiração gástrica por sonda
nasogástrica associam-se a perdas de H+ e alcalose metabólica. O adenoma viloso do cólon secreta um líquido
pobre em bicarbonato e rico em potássio, podendo cursar com alcalose pela troca de K+ e H+.
ACIDOSE RESPIRATÓRIA
A acidose respiratória é um distúrbio acidobásico em cuja gasometria se encontra uma PaCO2 > 45mmHg,
decorrente de hipoventilação pulmonar. O acúmulo de CO2 reage com a água, resultando na formação de H+. A
acidose respiratória pode ser classificada em aguda e crônica. Nos casos agudos, há um aumento de 1 mmol ⋅L−1
de HCO3− para cada aumento de 10 mmHg na PaCO 2, ao passo que, nos casos crônicos, esse aumento é de 4
mmol⋅L−1.
pH <7,35.
pCO2 >45mmHg.
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
Caracteriza-se por uma situação em que existe aumento da ventilação (hiperventilação) e que resulta da diminuição
da PaCO2 para valores inferiores a 35mmHg. Nos quadros agudos, observa-se uma queda do HCO3− plasmático de
2mmol⋅L−1 para uma diminuição de 10mmHg na PaCO2; já na situação crônica, a queda é em torno de 5 mmol⋅L−1.
pH >7,45
pCO2 < 35mmHg
3- RELACIONAR DISTÚRBIOS METABÓLICOS COMO CAUSA DE DISTÚRBIOS
HIDROELETROLÍTICOS E ÁCIDO-BÁSICOS;
Quadro clínico clássico, o qual é composto por poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento.
As categorias de tolerância à glicose são definidas com base nos seguintes exames:
Glicemia em jejum: coletada em sangue periférico após jejum calórico de no mínimo 8 horas;
TOTG: previamente à ingestão de 75 g de glicose dissolvida em água, coleta-se uma amostra de sangue em jejum
para determinação da glicemia; coleta-se outra, então, após 2 horas da sobrecarga oral. Importante reforçar que a
dieta deve ser a habitual e sem restrição de carboidratos pelo menos nos 3 dias anteriores à realização do teste.
Permite avaliação da glicemia após sobrecarga, que pode ser a única alteração detectável no início do DM, refletindo
a perda de primeira fase da secreção de insulina;
Hemoglobina glicada (HbA1c): oferece vantagens ao refletir níveis glicêmicos dos últimos 3 a 4 meses e ao sofrer
menor variabilidade dia a dia e independer do estado de jejum para sua determinação. Vale reforçar que se trata de
medida indireta da glicemia, que sofre interferência de algumas situações, como anemias, hemoglobinopatias e
uremia, nas quais é preferível diagnosticar o estado de tolerância à glicose com base na dosagem glicêmica direta.
Outros fatores, como idade e etnia, também podem interferir no resultado da HbA1c.
A confirmação do diagnóstico de DM requer repetição dos exames alterados, idealmente o mesmo exame alterado
em segunda amostra de sangue, na ausência de sintomas inequívocos de hiperglicemia. Pacientes com sintomas
clássicos de hiperglicemia, tais como poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento, devem ser submetidos à
dosagem de glicemia ao acaso e independente do jejum, não havendo necessidade de confirmação por meio de
segunda dosagem caso se verifique glicemia aleatória ≥ 200 mg/dL.
As categorias de pré-diabetes, além de conferirem risco aumentado para desenvolvimento de DM, também estão
associadas a maior risco de doença cardiovascular e complicações crônicas. Os critérios diagnósticos para DM1
são semelhantes aos utilizados no DM2. No primeiro caso, porém, comumente a sintomatologia já chama muito
mais a atenção do clínico do que no segundo caso.
5- CARACTERIZAR AS ALTERAÇÕES METABÓLICA S PRESENTES NOS PACIENTES COM OS
DIFERENTES TIPOS DE DIABETES MELLITUS;
Diabetes mellitus tipo 1B: A denominação 1B, ou idiopático, é atribuída aos casos de DM1 nos quais os
autoanticorpos não são detectáveis na circulação. O diagnóstico apresenta limitações e pode ser confundido com
outras formas de DM diante da negatividade dos autoanticorpos circulantes, de modo concomitante com a
necessidade precoce de insulinoterapia plena. As recomendações terapêuticas são as mesmas do DM tipo 1A e
não há evidências de riscos distintos para as complicações crônicas entre os subtipos.
O DM tipo 2 é um grupo heterogêneo de distúrbios, caracterizados por graus variáveis de resistência à insulina,
comprometimento da secreção de insulina e aumento na produção hepática de glicose.
PATOGENIA DO DIABETES TIPO 1
O diabetes tipo 1 é uma doença autoimune em que a destruição das ilhotas é causada principalmente por células
efetoras imunológicas que reagem contra antígenos endógenos das células beta. Embora o diabetes tipo 1 seja a
forma mais comum de diabetes na infância, é importante lembrar que ele pode apresentar-se a qualquer idade. A
maioria dos pacientes com diabetes tipo 1 depende da insulina exógena para sobreviver; sem insulina, eles
desenvolvem complicações metabólicas graves, como cetoacidose e coma. Embora o início clínico do diabetes tipo
1 seja abrupto, ele resulta de um ataque autoimune crônico contra as células beta que normalmente começa anos
antes de a doença se tornar evidente. As manifestações clássicas da doença (como a cetoacidose) ocorrem no
final do curso, depois de mais de 90% das células beta terem sido destruídas.
Tal como acontece com a maioria das doenças autoimunes, a patogenia do diabetes tipo 1 envolve suscetibilidade
genética e fatores ambientais. Estudos de associação ampla do genoma identificaram mais de 20 loci de
suscetibilidade para o diabetes tipo 1. Destes, a associação mais forte é com os genes MHC de classe II (HLA-DR).
Entre 90% e 95% dos pacientes brancos com diabetes tipo 1 têm HLADR3, ou DR4, ou ambos, ao contrário dos
cerca de 40% dos indivíduos normais, e 40% a 50% dos pacientes são heterozigotos DR3/DR4, em comparação
com 5% dos indivíduos normais. Vale notar, no entanto, que a maioria dos indivíduos que herdam esses alelos HLA
não desenvolve diabetes, indicando que esses genes contribuem para a doença, mas que, por si só, não a causam.
Vários genes não HLA também aumentam a suscetibilidade ao diabetes tipo 1, incluindo polimorfismos dentro do
gene que codifica a própria insulina, bem como em CTLA4 e PTPN22. O CTLA-4 é um receptor inibitório de células
T, e PTPN-22 é uma proteína tirosina fosfatase; acredita-se que ambos inibem as respostas das células T, de modo
que se espera que os polimorfismos que interferem em sua atividade funcional estabeleçam as condições para a
ativação excessiva das células T. Os polimorfismos no gene da insulina podem reduzir sua expressão no timo,
reduzindo, assim, a eliminação das células T reativas com essa autoproteína.
Evidências adicionais sugerem que fatores ambientais, especialmente infecções, estão envolvidos no diabetes tipo
1. Foi proposto que certos vírus (vírus da caxumba, rubéola e coxsackie B, em particular) possam ser
desencadeantes, talvez porque alguns antígenos virais se assemelha aos antígenos das células beta, levando
a destruição das ilhotas, mas essa ideia não está estabelecida de forma conclusiva. Avanços mais recentes na
elucidação de contribuições ambientais para a patogenia do diabetes tipo 1 vieram de estudos do microbioma
humano.
A anormalidade imune fundamental no diabetes tipo 1 é uma falha da autotolerância em células T específica para
os antígenos das células beta. Esta falha de tolerância pode resultar de alguma combinação entre deleção clonal
defeituosa de células T autorreativas no timo e anormalidades de células T reguladoras (Tregs) que
normalmente reprimem as respostas das células T efetoras. Uma consequência da perda de autotolerância é a
produção de autoanticorpos contra uma variedade de antígenos de células beta, incluindo a insulina e a enzima
descarboxilase do ácido glutâmico da célula beta, que são detectados no sangue de 70% a 80% dos pacientes.
Nos raros casos em que foram examinadas lesões pancreáticas no início do processo da doença, as ilhotas exibem
necrose das células beta e infiltração linfocítica (a chamada “insulite”).
Os principais autoanticorpos relacionados com o diabetes melito tipo 1 são:
Anti-GAD (anticorpo antidescarboxilase do ácido glutâmico): é o autoanticorpo mais sensível (70 a 90% de
sensibilidade) e tem excelente especificidade (99%). Pode estar presente também em algumas doenças
neurológicas, como a ataxia cerebelar.
Anti-IAA (anticorpo anti-insulina): sensibilidade de 40 a 70%, especificidade de 99%. Sua mensuração não é
recomendada após início do tratamento com o uso de insulina, pois podem se tornar positivos com o uso de insulina
exógena. Este anticorpo costuma ser o primeiro a aparecer no diabetes melito tipo 1.
Anti-IA2 (anticorpo antitirosina fosfatase): sensibilidade de 50 a 70% e especificidade de 99%.
Anti-ZnTB (anticorpo antizinco): é muito sensível e específico, porém atualmente ainda é pouco utilizado na prática
clínica.
Anti-ICA (anticorpo anti-ilhota): na verdade, é um conjunto de anticorpos contra todos os componentes da ilhota,
incluindo o anti-GAD, o anti-IA2 e outros anticorpos contra pelo menos dois outros tipos de antígenos diferentes das
ilhotas. Os anticorpos anti-ICA foram os primeiros a serem utilizados na prática clínica.
PATOGENIA DO DIABETES TIPO 2
O diabetes tipo 2 é uma doença complexa heterogênea e multifatorial que envolve interações entre a genética,
fatores de risco ambientais e a inflamação. Os dois defeitos que caracterizam o diabetes tipo 2 são: (1) diminuição
da capacidade dos tecidos periféricos de responderem à insulina (resistência à insulina) e (2) disfunção de células
beta que se manifesta como secreção inadequada de insulina diante da resistência à insulina e hiperglicemia. A
resistência à insulina antecede o desenvolvimento da hiperglicemia e, geralmente, está acompanhada
por hiperinsulinemia e hiperfunção compensatória das células beta nos estágios iniciais da evolução do diabetes.
Dentre as complicações crônicas microvasculares da Diabetes Mellitus, observase que a nefropatia diabética é a
principal causa de insuficiência renal crônica dialítica. Nos casos de cegueira adquirida, a retinopatia diabética é
uma das grandes fontes. E a neuropatia diabética e as complicações vasculares em membros inferiores são as
principais causas de amputação não traumática.
Já as complicações macrovasculares, além da glicemia alta, estão relacionadas a problemas como a dislipidemia,
hipertensão arterial sistêmica e ao tabagismo. Tais fatores podem levar ao acidente vascular encefálico, ao infarto
agudo do miocárdio e a doença arterial obstrutiva periférica.
Nefropatia Diabética
Seu processo é de longa duração e possui caráter progressivo, podendo evoluir para a insuficiência renal terminal.
Dentre as causas principais estão o descontrole glicêmico e a hipertensão arterial sistêmica. A patologia inicia-se
com o problema nos pequenos vasos. Sua fisiopatologia envolve a glicosilação de proteínas, liberação influenciada
por hormônios citocinas, deposição de matriz mesangial e alteração hemodinâmica glomerular. A anormalidade
funcional precoce, nomeada de hiperfiltração, é um coeficiente relativo da falência renal.
A nefropatia diabética é dividida em 3 fases: a fase de hiperfiltração, a de microalbuminúria e a de macroalbuminúria.
A 1ª fase caracteriza-se pelo aumento da taxa de filtração glomerular (de 20 a 50% que o normal), sendo uma fase
longa e possível reversão tendo o foco o controle glicêmico e da pressão arterial. Na 2ª fase, há a presença de
microalbuminúria, podendo existir algum grau de comprometimento renal, porém não é obrigatório. Na 3ª fase,
possuindo albuminúria maior que 300mg, lesões histológicas graves, há o aumento na proliferação mesangial e
expansão da matriz mesangial, tendo um surgimento de fibrose periglomerular. As lesões nessa fase são
irreversíveis e as medidas terapêuticas visam apenas à desaceleração do processo de progressão.
Neuropatia Diabética
Ela é causadora da maior parte das amputações não traumáticas (cerca de dois terços). Possui caráter silencioso e
seu avanço é lento, podendo se confundir com outras doenças. O distúrbio ocasionado pela neuropatia periférica
acomete mais idosos com o decorrer da doença. Os nervos dos membros do corpo humano são encarregados de
transmitir os impulsos nervosos e atuam no controle dos músculos e glândulas de suor. Quando ocorre a neuropatia
periférica ocasionada pelo diabetes mellitus há o comprometimento nas extremidades dos nervos longos.
Promovendo disfunções nas pernas e braços, tórax, órgãos genitais e face.
Os sintomas relacionados a doença da neuropatia periférica são caracterizados em dores em queimação e
formigamentos em membros. Já os sintomas neurovegetativos poderão estar presentes, como hipotensão postural,
tonturas, impotência sexual, disfunção de transpiração e até gastroparesia.
Retinopatia Diabética (RD)
Caracterizada por uma lesão na retina, que pode levar a cegueira em adultos. O diagnóstico é basicamente clínico,
de acordo com as anormalidades vasculares na retina. A retinopatia é dividida em dos estágios: retinopatia diabética
não proliferativa e a retinopatia diabética proliferativa.
Na retinopatia ocorre dano microvascular da retina devido a hiperglicemia, consequentemente uma deformação
estrutural nos vasos sanguíneos da retina. Com o cursar da doença, estes vasos libertam sangue ou fluido
sanguíneo para o espaço retiniano ou para o vítreo, resultando em problemas na visão.
Retinopatia diabética não proliferativa é a fase menos avançada da doença, na qual podem ser identificados
diferentes graus de evolução da retinopatia. Estas etapas iniciais também são chamadas de retinopatia diabética
pré-proliferativa. Na retinopatia diabética incipiente, a doença encontra-se numa fase inicial e não acarreta
alterações visuais, caso ocorra a evolução da RD, a perda de visão pode acontecer afetando ambos os olhos. A
retinopatia diabética não proliferativa ligeira é o estágio precoce da doença, nesta fase da retinopatia diabética
são visíveis microaneurismas (pequenas dilatações vasculares) na retina posterior. Na retinopatia não
proliferativa moderada, à medida que a doença vai progredindo, são visíveis, além dos microaneurismas,
hemorragias, exsudados moles e duros na retina posterior. Na retinopatia não proliferativa severa ou grave para
além dos sinais da retinopatia moderada, são também visíveis vasos sanguíneos obstruídos, privando diversas
áreas da retina do suprimento sanguíneo.
Retinopatia diabética proliferativa é a fase mais avançada da doença, sendo caracterizada pelo aparecimento de
novos vasos na superfície da retina e da papila. Estes vasos sanguíneos são frágeis e constituídos apenas por
endotélio. Crescem ao longo da retina e em direção ao vítreo sem causar qualquer sintomatologia ou perda de visão.
No entanto, como há finas e frágeis paredes, estas podem se romper e, assim, liberar sangue na cavidade vítrea,
provocando perda de visão severa e até mesmo cegueira. A retinopatia diabética proliferativa, se não for tratada
antecipadamente, pode causar perda severa da visão.
Pé Diabético
Caracterizada por alterações nos membros inferiores em diabéticos descompensados. Na maioria das vezes ocorre
a formação de úlceras que podem ter várias causas, dentre elas neuropática, vascular e infecciosa. A polineuropatia
diabética (PND) acomete 50% dos diabéticos. Nos estágios mais avançados a polineuropatia leva a insensibilidade
e deformações. O pé diabético é a causa de 85% das amputações de membros inferiores do Sistema público de
saúde, causando onerosos danos humanos e financeiros.
O quadro clínico difere de acordo com a origem das complicações. No caso de complicação neuropática, ocorre
queimação, alteração de sensibilidade e formigamento. Na complicação vascular há redução do fluxo sanguíneo, o
pé fica pálido, com pulso reduzido e a pele fina. Em complicações de cunho infeccioso, os sintomas incluem dor,
edema e hipersensibilidade.
Disfunção Gastrintestinal
Os DMs tipo 1 e 2 crônicos podem ocasionar alteração na motilidade e fisiologia dos sistemas gastrintestinal (GI).
As sintomatologias GIs mais comuns são: gastroparesia e constipação ou diarreia. No entanto, é comum observar
também: náuseas, vômitos, saciedade precoce, disfagia, regurgitação, empachamento pós-prandial, dor
epigástrica/abdominal, azia, distensão abdominal e incontinência fecal.
COMPLICAÇÕES AGUDAS
Estados Hiperglicêmicos
ESTADO HIPOGLICÊMICO
Hipoglicemia
• A hipoglicemia é definida por glicemia inferior a 70 mg/dL e os principais fatores de risco são:
• Diagnóstico de diabetes (independentemente do tipo).
• Pacientes em uso de antidiabéticos orais e/ou insulina, independente do diagnóstico de diabetes.
• A hipoglicemia pode ser classificada de acordo com seu nível de gravidade, sua repercussão fisiológica e potencial
de provocar complicações e/ou sequelas.
A insulina regular contém como princípio ativo a insulina humana monocomponente, hormônio idêntico àquele
produzido pelo pâncreas humano, e não possui modificações em sua molécula. A insulina regular é uma insulina de
ação curta utilizada para cobrir ou corrigir oscilações da glicose do período pós-prandial e também hiperglicemias
aleatórias. Por ser uma insulina com perfil de segurança conhecido, foi utilizada como comparador em muitos
estudos que avaliaram análogos de insulina de ação rápida com eficácia semelhante no controle glicêmico.
ANÁLOGO DE INSULINA DE AÇÃO RÁPIDA
Este grupo é formado por três representantes: asparte, lispro e glulisina. Todas possuem farmacocinética
semelhante, com início de ação em 5-15 minutos, pico de ação em 1-2 horas e duração de 3-4 horas. Esta
farmacocinética é consequência da redução da capacidade desses análogos de se agregarem no tecido
subcutâneo, resultando em comportamento de insulina monomérica
INSULINA LISPRO
É um análogo de insulina com ação ultrarrápida. Há uma modificação da molécula original da insulina, com o objetivo
de evitar a agregação das moléculas dessa insulina no subcutâneo. Dessa maneira, as diferentes moléculas
comportam-se como monômeros de insulina, promovendo grande rapidez na absorção desta, mesmo quando
aplicadas por via subcutânea. Assim como a insulina regular, tem boa atuação no controle da GPP. É formada pela
inversão nas posições dos aminoácidos lisina (B29) e prolina (B28) da cadeia beta da insulina.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 15 a 30 min;
Pico de ação: 30 a 60 min;
Duração de ação: 3 a 4h;
Aplicação: 15 min ou imediatamente pré-
prandial.
Se utilizada por via intravenosa, apresenta o mesmo perfil da insulina regular, com ação imediata e meia-vida de 10
min.
INSULINA ASPART
É um análogo de insulina com ação ultrarrápida e que apresenta farmacocinética muito similar à da insulina Lispro.
É formada pela substituição de um aminoácido prolina por ácido aspártico com carga elétrica negativa na posição
28 da cadeia beta da insulina.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 15 a 30 min;
Pico de ação: 30 a 60 min;
Duração de ação: 3 a 4h;
Aplicação: 15 min ou imediatamente pré-prandial.
INSULINA GLULISINA
É um análogo da insulina mais recente, que mantém ações ultrarrápida e farmacocinética similares às das insulinas
Lispro e Aspart. É formada pela troca de asparagina por lisina na posição 3 da cadeia beta da insulina e de lisina
por ácido glutâmico na posição 29 da mesma cadeia.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 15 a 30 min;;
Pico de ação: 30 a 60 min;
Duração de ação: 3 a 4 h;
Aplicação: 15 min ou imediatamente pré-prandial.
INSULINA NPH
É uma insulina humana, ligada a moléculas de zinco e protamina. Esta ligação com a protamina deixa a insulina
humana com menos solubilidade e consequentemente promove o retardo em sua absorção após a aplicação em
tecido subcutâneo, que é a única via permitida para administração. Esta foi a primeira insulina de ação mais
prolongada disponível comercialmente.
Além disso, é a própria adição da protamina que faz com que essa insulina tenha aspecto leitoso, sendo que para
a correta ação da insulina, esta deve ser agitada cuidadosamente, adquirindo aspecto homogêneo.
Por conta de sua lenta absorção, o seu uso está indicado essencialmente para o controle de glicemias basais ou
pré-prandiais.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 1 a 3 h;
Pico de ação: 6 a 8 h;
Duração de ação: 12 a 16 h;
Aplicar antes do café, antes do almoço e ao deitar.
A insulina NPH ainda pode ser combinada a insulinas de ação rápida ou ultrarrápida, desde que a aspiração destas
insulinas seja sempre antes da NPH, para não contaminar o frasco da insulina rápida com protamina e acabar
retardando a sua absorção. Também existem disponíveis formulações comerciais já pré-misturadas, com
composição mista de insulina NPH e insulinas rápidas.
A insulina NPH (Neutral Protamine Hagedorn) é uma suspensão cristalina de insulina formada pela adição de uma
molécula de protamina, que prolonga seu efeito e promove ação intermediária; assim, essas modificações deram
origem a insulina com perfil cinético próprio. A insulina NPH não deve ser administrada em monoterapia; o seu uso
dá-se em combinação com a insulina regular ou com a insulina análoga monomérica de ação rápida.
ANÁLOGO DE INSULINA DE AÇÃO PROLONGADA
As análogas de insulina de ação prolongada possuem quatro representantes: glargina U100, detemir, degludeca e
glargina U300. Cada insulina análoga é formada por sequência de aminoácidos semelhante à insulina humana,
diferindo apenas pela troca de alguns desses aminoácidos. As modificações nas sequências de aminoácidos
proporcionam diferentes padrões de solubilidade aos fármacos e, consequentemente, perfis de absorção
diferenciados.
A glargina 100U/mL apresenta duração de ação de aproximadamente 24 horas, indicada para pacientes a partir de
dois anos de idade, sem picos, permitindo administração uma vez por dia para a maioria dos pacientes com DM1.
A glargina 300U/mL, apresenta efeito maior em relação à glargina 100U/mL (até 36 horas). É um medicamento
inelegível para pacientes pediátricos. De acordo com informações disponíveis na bula, a segurança e eficácia da
glargina 300U/mL não foram estabelecidas em pacientes menores de 18 anos.
A detemir liga-se de forma reversível à albumina, resultando em absorção lenta, sem picos expressivos, com
duração de ação entre 18 e 22 horas, e é indicada para pacientes a partir de 1 ano de idade.
A degludeca, permanece em depósito solúvel no tecido subcutâneo, sendo lenta e continuamente absorvida na
circulação, resultando em ausência de picos, baixa variabilidade dos níveis insulinêmicos e duração de ação de até
42 horas, e é indicada para pacientes a partir de 1 ano de idade permitindo aplicação diária sem horário específico,
desde que com mais de 8h de intervalo após a última aplicação.
INSULINA GLARGINA
Este é um análogo de insulina de ação longa, praticamente sem pico, que cobre aproximadamente 24 h do dia.
Trata-se de uma insulina de pH ácido (pH 4) que, ao ser aplicada em tecido subcutâneo (única via de administração),
sofre transformação de sua composição para pH neutro, ocorrendo transformação das moléculas em
microprecipitados insolúveis de insulina, levando à absorção lentificada das substâncias, durando cerca de 24 h e
não apresentando pico de ação. Dessa maneira, são indicadas para controle da glicemia basal e pré-prandial. É
formada pela substituição de asparagina pela glicina na posição 21 da cadeia A da insulina, enquanto se adicionam
dois resíduos de arginina na posição 30 da cadeia B.
Além disso, justamente por ser veiculada em meio ácido, esta é a única insulina que não pode ser misturada com
as outras em um mesmo recipiente, e pode causar alguma dor leve à administração. Está aprovada para uso em
crianças a partir de 6 anos de idade.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 1 h;
Pico de ação: não tem;
Duração de ação: 11 a 24 h;
Aplicar 1 vez/dia, sempre no mesmo horário.
Recentemente foi lançada a insulina glargina em uma apresentação mais concentrada (Toujeo ® ), contendo 300
UI/mℓ – a Lantus ® contém 100 UI/mℓ. Essa apresentação seria vantajosa para pacientes com alta resistência à
insulina, que requerem doses elevadas da medicação. Este produto ainda não está disponível no Brasil.
INSULINA DETEMIR
É um análogo da insulina de ação longa, em pH neutro, com leve pico e duração menor que a glargina, com objetivo
de manter a glicemia basal. É formada pela remoção da lisina na posição 30 da cadeia B e adição de uma cadeia
de ácido graxo à lisina na posição 29 da cadeia B. Está aprovada para uso em crianças a partir de 2 anos de idade.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 1 h;
Pico de ação: discreto em 3 a 9 h;
Duração de ação: 6 a 23 h;
Aplicar 1 ou 2 vezes ao dia.
INSULINA DEGLUDECA
É um análogo da ação ultralonga de insulina, criada pela eliminação da treonina na posição 30 da cadeia B e adição
de um ácido graxo ao resíduo de lisina na posição 29 da cadeia B. Após a aplicação, forma multi-hexâmeros no
tecido subcutâneo, que se dissociam lentamente, sendo absorvida de maneira contínua e lenta pela circulação,
tornando-se uma insulina plana, sem pico de ação e com maior estabilidade, garantindo meia-vida mais prolongada.
Uso subcutâneo:
Início de ação: 21 a 41 min;
Pico de ação: não apresenta;
Duração da ação: 42 h;
Aplicação: uma vez ao dia. Permite
flexibilização dos horários de aplicação.
INSULINAS PRÉ-MISTURA
São apresentações comerciais já formuladas que utilizam composição mista de insulina basal e rápida com
diferentes tipos de insulina e em diferentes proporções.
Seu uso permite a diminuição de aplicações e facilidade de adesão para pacientes com alguma restrição ao uso.
No entanto, por serem apresentações pré-montadas, muitas vezes o controle individualizado da glicemia de cada
paciente não é possível, sendo por isso usadas em situações de exceção.
Apresentações comerciais(uso subcutâneo):
Humulin 70/30 (70% NPH/30% Regular): refil para caneta Humapen Luxura ou frasco para aplicar com seringa.
Humalog MIX 25/75 (25% Lispro/75% Lispro com Protamina): Kwikpen caneta descartável ou refil para caneta
Humapen Luxura.
Humalog MIX 50/50 (50% lispro/50% Lispro com Protamina): Kwikpen caneta descartável ou refil para caneta
Humapen Luxura.
Novomix 70/30 (insulina Aspart com Protamina 70%/Aspart 30%): Flexpen caneta descartável ou refil para caneta
Novopen 3.
8- CALCULAR A DOSE DE INSULINA INICIAL E SUA MONITORIZAÇÃO NO PACIENTE DM TIPO
I;
Dose da insulina
A dose diária de insulina no DM1 recém-diagnosticado ou logo após a recuperação da cetoacidose diabética varia
entre 0,5 e 1,0 U/kg. Frequentemente, podem ser necessárias doses maiores para a recuperação do equilíbrio
metabólico, caracterizado pela reposição dos depósitos corporais de glicogênio, proteína e gordura que foram
exauridos durante a descompensação diabética. Para crianças pré-púberes, em geral, a dose vai variar de 0,7 a 1,0
U/kg/dia.
Na puberdade e em períodos de estresse físico ou emocional, as doses podem aumentar substancialmente, acima
de 1 U/kg, podendo chegar a 2 U/kg/dia. De fato, as doses de insulina tendem a aumentar na puberdade de ambos
os sexos ou em períodos menstruais de adolescentes e mulheres adultas. Elas devem ser constantemente ajustadas
de forma gradual, tendo em mente o alcance do alvo glicêmico (70 a 180 mg/dℓ) e da HbA1c < 7,5%,
preferencialmente < 7,0%, sem a presença de hipoglicemia graus 2 e 3.
OBJETIVOS GLICÊMICOS PARA PESSOAS COM DIABETE MELITO TIPO 1
Cetoacidose diabética (CAD) é um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia, cetonemia e acidose
metabólica com ânion gap elevado e representa uma das complicações agudas do diabetes mellitus tipo 1 (DM1).
Ocorre em até 30% dos adultos e entre 15 e 67% das crianças e adolescentes no momento do diagnóstico e é a
principal causa de óbito em diabéticos com menos de 24 anos de idade.
Fisiopatologia
A cetoacidose diabética é uma alteração complexa do metabolismo da glicose e dos ácidos graxos. As
manifestações clinicas e laboratoriais na CAD decorrem da deficiência absoluta ou relativa de insulina concomitante
com o aumento dos hormônios contra-reguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol e hormônio do crescimento).
Esses hormônios costumam estar aumentados em situações de estresse, como infecção, sendo um dos fatores
precipitantes da CAD em portadores de DM. Por outro lado, a hiperglicemia, a desidratação e os distúrbios
hidroeletrolíticos e ácido-básicos mantém elevada a liberação destes hormônios contrarreguladores, piorando a
hiperglicemia.
A manutenção deste estado hiperglicêmico leva a desvio de água do meio intracelular para o extracelular, glicosúria
e marcadas perdas urinárias de eletrólitos, provocando hipovolemia. Além disso, a superprodução e não utilização
de acetoácidos causam perda de bicarbonato, levando à acidose metabólica.
Diagnóstico e Tratamento da Cetoacidose Diabética:
Critérios diagnósticos:
- Glicose sérica >250 mg/dl
- pH arterial < 7.3
- Bicarbonato sérico < 18 mEq/l
- Cetonúria e/ou Cetonemia
Fatores Clínicos
A CAD possui evolução rápida, cerca de 24 horas, costuma estar presente no diagnóstico de DM1.
Os primeiros sintomas de hiperglicemia são poliúria, polidipsia, e perda de peso. Comumente, os primeiros sinais
de CAD incluem náuseas, vômitos, dor abdominal e hiperventilação. Com a piora da hiperglicemia surgem os
sintomas neurológicos, que podem progredir para letargia, déficits focais, obnubilação e coma.
As causas mais comuns de CAD incluem infecções, dose inapropriada ou cessação do uso de insulina, diabetes
ainda não diagnosticado e isquemia miocárdica. Todos os fatores predisponentes devem ser investigados, pra que
se possa tratar a causa da descompensação.
Avaliação e Achados Laboratoriais
Na chegada do paciente, avaliar sinais vitais, status cardiorrespiratório e mental, além hidratação através do turgor
cutâneo, mucosas e débito urinário. A CAD caracteriza-se é por hiperglicemia, acidose metabólica com ânion gap
elevado e cetonemia. Desidratação e hipopotassemia frequentemente são severas.
Exames laboratoriais devem ser solicitados na chegada, e incluem glicose sérica, EQU e cetonas urinárias,
eletrólitos séricos, uréia e creatinina, osmolaridade plasmática, gasometria, eletrocardiograma e cetonas
plasmáticas, se cetonas urinárias presentes.
A glicose sérica é usualmente maior que 250mg/dL e menor que 800mg/dL. Em alguns casos, por exemplo, quando
a insulina for administrada previamente à admissão, a glicose pode estar apenas minimamente elevada.
Exames adicionais devem ser solicitados baseados em circunstâncias clínicas: cultura de sangue e urina, lipase e
raio-X tórax.
Manejo Geral
Independente da concentração sérica inicial de potássio, pacientes com CAD possuem déficit de potássio corporal
total.
Se concentração de K +3.3 mEq/L.
Se concentração de K+ entre 3.3 e 5.3 mEq/L, repor K+ 20-30mEq por litro de fluido IV; manter K+ entre 4-5 mEq/L.
Se K+ >5.3 mEq/L, não repor potássio; checar K+ a cada 2 horas.
Administração Insulina:
Administrar insulina regular. Dois regimes podem ser utilizados:
0,1 unidades/kg IV em bolus, e em seguida iniciar infusão contínua de 0,1 UI/kg/h, IV ;
ou não administrar bolus e iniciar infusão contínua IV a uma taxa de 0,14 UI/kg/h.
Continuar com a infusão de insulina até que a cetoacidose esteja resolvida! Somente então iniciar insulina
subcutânea.
Administração de Bicarbonato de Sódio para Pacientes com pH < 7.00:
Se pH arterial estiver entre 6.90 e 7.00, administrar 50mEq de bicarbonato de sódio mais 10mEq de cloreto de
potássio diluídos em 200 mL de água destilada (correr em pelo 2 horas).
Se pH arterial menor que 6.90, administrar 100mEq de bicarbonato de sódio mais 200 mEq de cloreto de potássio
diluídos em 400mL de água destilada (correr em pelo menos 2 horas).
Critérios de Resolução da CAD
- Glicose sérica <200 mg/dL
- Normalização do ânion gap ( <12mEq/L)
- Bicarbonato sérico ≥18 mEq/L
- pH venoso >7,30
Cetoacidose Diabética X Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar Não Cetótico
Cetoacidose Diabética (CAD) e Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar Não Cetótico (EHHNC) diferem clinicamente
pela presença de cetoacidose e grau de hiperglicemia.
Critérios diagnósticos para CAD: hiperglicemia; pH<7,20; bicarbonato<15mEq/L; cetonúria e/ou cetonemia positivas;
ânion gap aumentado ( Na – [Cl+HCO3] sendo o valor normal de 12+ou-2).
Critérios diagnósticos para EHHNC: hiperglicemia (em geral maior em relação à CAD); hiperosmolaridade (2x
[Na+K] + glicose/18, normal até 320mOsm/L); desidratação grave; ausência de cetoacidose significativa;
hipernatremia. As alterações neurológicas são mais comuns, incluindo depressão do sensório, convulsões e coma.
O EHHNC é caracterizado por hiperglicemia, hiperosmolaridade e alteração do sensório. Representa uma
complicação aguda grave do DM, quase exclusiva do tipo 2 (DM2), que possui elevada taxa de mortalidade, cerca
de 15%. O prognóstico é pior nos idosos e na presença de coma e hipotensão.
O tratamento da CAD e EHHNC são semelhantes, incluindo a administração de insulina e correção da desidratação
e dos distúrbios hidroeletrolíticos que comumente estão presentes, como a hiperglicemia e hiperosmolaridade,
hipovolemia acidose metabólica e hipopotassemia.
A terapia também requer monitorização freqüente do paciente e tratamento de fatores precipitantes, como infecções
e isquemia miocárdica.
Complicações
Complicações decorrentes do tratamento da CAD são raras, porém podem ocorrer hipo ou hiperpotassemia,
hipocalemia, hipopotassemia, que podem provocar arritmias cardíacas. Também são possíveis hipoglicemia, edema
cerebral, aspiração de vômito, edema pulmonar que costumam estar relacionados com a reposição rápida de
volume.
A família tem um papel fundamental no enfrentamento da doença, colocando-se a serviço do bem- -estar do doente.
O diabetes requer mudanças nos hábitos de vida, o que repercute não apenas a vida dos portadores como também
a dos seus familiares. Com o intuito de fazer ajustes é preciso esforço para alcançar o estado anterior à doença.
Para os êxitos desse processo faz-se necessário a inserção efetiva da família nos programas educativos de saúde
proporcionando ao diabético oportunidades de compreensão da natureza da doença e do tratamento, de forma que
assegure o autocuidado por meio das ações preventivas.
No caso de um paciente diabético, o suporte familiar é fundamental, pois ele é um aliado para a aquisição de
orientações de saúde adequadas e no processo de enfrentamento da doença. Assim, o processo educativo deve
valorizar as experiências e os conhecimentos antecedentes, guiado em valores e crenças do próprio paciente e de
seu núcleo familiar acerca da doença. As orientações fornecidas por profissionais de uma equipe de saúde,
preferencialmente interdisciplinar, com abordagens dos aspectos biopsicossociais centrados no paciente e na sua
família devem ser estimulados, enquanto o foco exclusivo na doença deve evitado.
O autocuidado relacionado à doença é a chave do manejo da diabetes, uma vez que a família pode desempenhar
um papel vital nesse manejo cabe aos profissionais de saúde envolverem os familiares do paciente nas intervenções
de autocuidado. Além do paciente a família deve ser orientada e conscientizada sobre a doença, suas complicações,
tratamento e cuidados. Uma vez que a diabetes está muito relacionada com os hábitos de vida (obesidade, por
exemplo) essa conscientização possibilitará a promoção e prevenção da doença nos familiares do paciente
diabético.
A conscientização e esclarecimento das complicações da doença para o paciente e sua família contribuem para a
detecção e abordagem terapêutica precoce, evitando males maiores. A família orientada pode contribuir de forma a
vigiar e auxiliar nos hábitos de vida do paciente, como promover uma alimentação saudável, estimular a prática de
exercícios físicos, controlar o tratamento medicamentoso entre outros hábitos que em conjunto contribuem para um
tratamento mais efetivo. Portanto, o envolvimento da família na abordagem terapêutica do paciente diabético é de
extrema importância, devendo os profissionais de saúde enxergarem além do paciente de forma isolada, com o
objetivo de promover melhor qualidade de vida para esses doentes crônicos.
Orientações gerais Insulina
Os pacientes devem receber orientações gerais sobre:
Locais de aplicação: a insulina deve ser aplicada em injeção subcutânea, em abdome (exceto na região
periumbilical), coxas, nádegas ou braços. O local de aplicação pode influenciar na velocidade de absorção da droga,
sendo mais rápida em abdome, seguido de braços, coxas e nádega.
Rodízio dos locais de aplicação: para evitar lipodistrofias, evita-se a aplicação de insulina sempre no mesmo local.
Existem diversos esquemas de rodízio dos locais de aplicação.
Armazenamento e transporte de insulina: as medicações devem ser mantidas refrigeradas (não congelar) para
adequada conservação. A insulina utilizada não precisa ser conservada em geladeira, mas não deve ser exposta a
altas temperaturas. Após aberto, o frasco deve ser descartado em até 30 dias, com exceção da insulina Degludeca,
que tem validade de 56 dias. Os fracos fechados de todos os tipos de insulinas devem ser descartados de acordo
com o prazo de validade estipulado pelo fabricante.
Aplicação da dose: prescrever e orientar sobre os dispositivos para aplicação, como seringas, canetas ou agulhas
necessárias. Deve-se utilizar a menor agulha possível, atualmente estão disponíveis agulhas de 4, 5, 6, 8 e 12 mm,
sendo esta última proscrita. Antes da aplicação, a pele deve ser higienizada, deve-se fazer uma prega de tecido
subcutâneo, aplicar a insulina e esperar pelo menos 10 s para retirar a agulha.
COMO PREPARAR A INSULINA