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Olá, cursista!

O Governo do Estado do Espírito Santo por meio do


Programa Qualificar ES oferta cursos de qualificação
profissional, possibilitando qualificação do cidadão que
procura aperfeiçoar seu conhecimento, com vistas a
melhor qualidade de vida.

O curso de Assistente de Contabilidade é destinado aos


profissionais que atuam ou desejam atuar, dentro de uma
empresa no setor fiscal, setor público, auditores, peritos
contábeis, e para pessoas que pretendem montar seu
próprio negócio.

Nesse curso, você verá que o campo de atuação deste


profissional é bem amplo, existem vagas em diversos
segmentos como indústrias, escritórios, bancos, casas
comerciais e lojas. É importante ressaltar que a
contabilidade não se restringe apenas às empresas, ela
também faz parte do dia a dia de qualquer pessoa,
ajudando a controlar os gastos como: despesas
domésticas, educação, manutenção do carro etc.

ASSISTENTE DE CONTABILIDADE
MÓDULO 1
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apresentação do módulo

Fonte: Vecteezy

Neste MÓDULO I, você conhecerá alguns conceitos e definições na área


da contabilidade, dados pertinentes a legalidade frente a atribuições
e competências ao exercer a profissão, explorando seu perfil
profissional e a atuação no mercado de trabalho. Convido você a
fazer parte desse aprendizado e poder ingressar no mundo da
contabilidade.

O caminho do sucesso conta com persistência e determinação.

Vamos lá?
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INTRODUÇÃO E CONCEITOS BÁSICOS

Fonte: Freepik

Para Miranda (2002), a contabilidade é um dos conhecimentos mais


antigos e não surgiu em função de qualquer tipo de legislação fiscal
ou societária, nem embasada em princípios filosóficos, ou em regras
estipuladas por terceiros, mas pela necessidade prática do próprio
gestor do patrimônio, normalmente o proprietário, preocupado em
elaborar um instrumento que lhe permitisse, entre outros benefícios,
conhecer, controlar, medir resultados, obter informações sobre
produtos mais rentáveis, fixar preços e analisar a evolução de seu
patrimônio.

Com a formação de grandes empresas, a contabilidade passou a


interessar a grupos cada vez maiores de indivíduos: acionistas,
financiadores, banqueiros, fornecedores, órgãos públicos,
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empregados, além da sociedade em geral, pois a vitalidade das
empresas tornou-se assunto de relevante interesse social (MIRANDA,
2002).

Assim, pode-se dizer que a contabilidade surgiu ou foi criada em


função de sua característica utilitária, de sua capacidade de
responder às dúvidas e de atender as necessidades de seus
usuários. Para Marion (1996), este conjunto de características não só
foi eficiente para o surgimento da contabilidade como também para
sua própria evolução.

A contabilidade se adapta ao ambiente no qual opera. Como as


nações têm histórias, valores e sistemas políticos diferentes, elas
também têm padrões diferentes de desenvolvimento
financeiro-contábil. A contabilidade no Brasil não é como a de
outros países. De fato, o que se observa é a diversidade, pois os
sistemas e métodos contábeis diferem muito em cada país devido,
principalmente, sua cultura e ao seu desenvolvimento econômico (o
desenvolvimento de cada ciência está intimamente ligado ao
crescimento econômico de uma nação).

Esta diversidade é uma pequena parte da variedade de ambientes


empresariais ao redor do mundo e a contabilidade tem se mostrado
sensitiva ao ambiente no qual opera. É interessante notar, também,
que quando o ambiente empresarial dos países é similar, seus
sistemas financeiro-contábeis também tendem a ser similares.

Em países como os Estados Unidos, a informação financeira é


dirigida principalmente às necessidades dos investidores e credores,
e a “utilidade da decisão” é o critério para julgar sua qualidade.
Entretanto, em outros países, a contabilidade tem um enfoque
diferente e desempenha papéis diferentes. Por exemplo, em alguns
países, esta é designada primeiramente para assegurar que o
montante apropriado do imposto de renda seja arrecadado pelo
governo. Este é o caso de muitos países sul-americanos.
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No Brasil este enfoque ainda permanece, a Lei nº 6.404/76 contempla o
tratamento tributário, porém está mais voltada à proteção dos
credores da entidade. Em outros países (Europa continental e
Japão), a contabilidade é designada para auxiliar no cumprimento
das políticas macroeconômicas, tais como o alcance de uma taxa
pré-determinada de crescimento na economia nacional (MIRANDA,
2002).

Dentre os vários modelos existentes, cada um tem suas


particularidades, atendendo a seus interesses específicos,
percebe-se que a contabilidade tem uma dinâmica grande, e se
adapta perfeitamente em qualquer contexto inserido.

2.1 Conceito de contabilidade

Segundo Hilário Franco (1990), é a ciência que estuda e pratica, controla


e interpreta os fatos ocorridos no patrimônio das entidades,
mediante o registro, a demonstração expositiva e a revelação desses
fatos, com o fim de oferecer informações sobre a composição do
patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da
gestão da riqueza econômica.

O 1º Congresso Brasileiro de Contabilidade, que aconteceu de 17 a


24 de agosto de 1924, aprovou como oficial, a seguinte definição
para a contabilidade:

“É a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, controle e registro relativo


aos atos e fatos da administração econômica”.
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ATRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL

Fonte: Freepik

Segundo CEFIS (2020) são responsabilidades de um Assistente de


Contabilidade:

• Auxiliar na elaboração de balancetes e demonstrativos;


• Realizar a execução e controle de planilhas e relatórios de
contabilidade;
• Fazer classificação de despesas;
• Registro de documentos;
• Acompanhamento das leis trabalhistas;
• Exercer balancetes, calcular impostos (PIS, COFINS, ICMS, etc.);
• Verificar impostos retidos;
• Classificar a contabilidade;
• Contatar o cliente;
• Analisar contas patrimoniais;
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• Lançar fechamentos fiscais;
• Executar baixas de recebimento;
• Revisar as movimentações bancárias;
• Solucionar pendências;
• Organizar documentações referentes à contabilidade da
empresa;
• Preparar documentos e efetuar sua classificação contábil;
• Gerar lançamentos contábeis;
• Auxiliar na apuração dos impostos;
• Conciliar contas e preenchimento de guias de recolhimento e de
solicitações junto a órgãos do governo;
• Emitir notas de venda e de transferência.

A CBO (CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA de Ocupações) trata do reconhecimento da


existência de ocupações no mercado de trabalho brasileiro e é
publicada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Segundo o próprio MTE:

4131-10 – Auxiliar de contabilidade – Assistente de serviço de contabilidade,


auxiliar contábil, auxiliar de contas a pagar, auxiliar de contas a
receber, auxiliar de custos, auxiliar de escrituração fiscal, auxiliar
financeiro, revisor contábil.

Descrição sumária da função: organizam documentos e efetuam


sua classificação contábil; geram lançamentos contábeis; auxiliam
na apuração dos impostos; conciliam contas e preenchimento de
guias de recolhimento e de solicitações, junto a órgãos do governo.
Emitem notas de venda, de transferência, entre outras; realizam o
arquivo de documentos.

O profissional analista não tem código próprio na lista do CBO


(Classificação Brasileira de Ocupações), está dentro destes:

2522: Contadores e afins

2522-05 – Auditor (contadores e afins) – Auditor contábil, auditor de


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contabilidade e orçamento, auditor externo (contadores e afins),
auditor financeiro, auditor fiscal (em contabilidade), auditor
independente (contadores e afins), auditor interno (contadores e
afins), inspetor de auditoria.

2522-10 – Contador – Administrador de contadorias e registros fiscais,


analista contábil, analista de balanço, analista de contabilidade,
analista de contas , analista de contas a pagar, analista de custos,
assistente de contabilidade industrial, assistente de contador de
custos, assistente de contadoria fiscal, assistente de controladoria,
contabilista, contador judicial, controler (contador) , coordenador de
contabilidade, especialista contábil , gerente de contabilidade,
inspetor de agência bancária, subcontador, supervisor de
contabilidade, técnico de controladoria .

2522-15 – Perito contábil – Perito assistente (contador), perito contador,


perito de balanço, perito judicial contábil, perito liquidador (contador).

Descrição sumária da função: legalizam empresas, elaborando


contrato social/estatuto e notificando encerramento junto aos
órgãos competentes; administram os tributos da empresa; registram
atos e fatos contábeis; controlam o ativo permanente; gerenciam
custos; administram o departamento pessoal; preparam obrigações
acessórias, tais como: declarações acessórias ao fisco, órgãos
competentes e contribuintes e administra o registro dos livros nos
órgãos apropriados; elaboram demonstrações contábeis; prestam
consultoria e informações gerenciais; realizam auditoria interna e
externa; atendem solicitações de órgãos fiscalizadores e realizam
perícia.

CURIOSIDADE

A primeira profissão regulamentada no Brasil foi a contabilidade. Ela


surgiu com a criação do ensino comercial, em 1931, viabilizando os
negócios e acelerando o desenvolvimento econômico. Porém, como
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não existia o curso superior de Ciências Contábeis, muitos
profissionais não tinham conhecimentos teóricos e técnicos
suficientes para detectar os problemas de uma empresa e
recomendar suas soluções. Visando solucionar esta questão, foi
criado em 1945, o curso de Ciências Contábeis, que disponibilizava à
sociedade um profissional capaz de compreender as questões
técnicas, científicas e econômicas que determinavam a resolução de
tais problemas de forma mais eficaz. Assim, a contabilidade passou
a dar mais respaldo aos gestores e profissionais de cargos
administrativos para proporcionar a “saúde financeira” de seus
empreendimentos (SESCON, 2020).

ÁREAS DE ATUAÇÃO

Os profissionais de contabilidade podem seguir nas seguintes áreas


para atuação :

Fiscal: auxilia na elaboração de informações para os órgãos


fiscalizadores, do qual depende todo o planejamento tributário da
entidade.

Pública: é o principal instrumento de controle e fiscalização que o


governo possui sobre todos os seus órgãos. Estes estão obrigados
à preparação de orçamentos que são aprovados oficialmente,
devendo a Contabilidade Pública registrar as transações em função
desses órgãos e atuar como instrumento de acompanhamento. A Lei
nº 4.320/64, constituindo-se na carta magna da legislação financeira
do país, estatui normas gerais para a elaboração e controle dos
orçamentos e balanços públicos.
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Gerencial: auxilia a administração na otimização dos recursos
disponíveis na entidade, através de um controle adequado do
patrimônio.

Financeira: elabora e consolida as demonstrações contábeis para


disponibilizar informações aos usuários externos.

Auditoria: compreende o exame de documentos, livros e registros,


inspeções e obtenção de informações, internas e externas,
relacionadas com o controle do patrimônio, objetivando mensurar a
exatidão destes registros e das demonstrações contábeis deles
decorrentes.

Perícia Contábil: elabora laudos em processos judiciais ou extrajudiciais


sobre organizações com problemas financeiros causados por erros
administrativos.

FUNÇÕES DA CONTABILIDADE

Segundo Hilário Franco (1996), as principais funções da CINESTÉSICO


contabilidade
são: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as
modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou
social que a empresa exerce no contexto econômico.

Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em


valor monetário;
INJUÇÃO
Organizar um sistema de controle adequado à empresa;

Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente


por meio de demonstrativos, a situação econômica, patrimonial e
financeira da empresa;

Analisar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos


resultados obtidos pela empresa;
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Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo
os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas
de terceiros, e alertando para eventuais problemas.

COMPETÊNCIAS DE CADA DEPARTAMENTO NA CONTABILIDADE

Identificamos a seguir os assuntos tratados e serviços executados


em cada departamento:

Departamento Pessoal: Admissões, rescisões, folhas de pagamentos,


cálculo e apuração de encargos trabalhistas, obrigações mensais e
anuais como RAIS, Informe de Rendimentos e demais assuntos
previdenciários e trabalhistas.

Departamento Fiscal: Lançamento de Notas Fiscais


(Entradas/Saídas/Serviços), apuração de tributos (federais,
estaduais e municipais), registro e apuração de livros e demais
obrigações mensais, trimestrais e anuais do ICMS, IPI e ISS e outros
como Gia, DCTF, etc.

Departamento Contábil: Balancetes, balanços, documentos contábeis,


livros Diário/Razão/Correção Monetária/Declaração de Imposto de
Renda Pessoa Jurídica e demais assuntos contábeis.

Legalizações: Alterações contratuais, abertura e cancelamento de


Empresas, certidões negativas e fichas cadastrais.

Expedição: Retirada e entrega de documentos aos clientes.

Recepção: Atendimento das chamadas telefônicas e recebimento de


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e-mail, correspondências, etc.

Assessoria: Orientação tributária, contábil, fiscal, trabalhista e jurídica,


atendimento ao cliente em geral.

Consultoria: Dúvidas sobre preenchimento de notas, cálculo de guias


em atraso, informação sobre vencimento de impostos e
contribuições, dúvidas sobre folha de pagamento, e informações de
toda rotina operacional vinculada aos serviços contratados com
nossa empresa.

FINALIDADES

De acordo com Walter (1996), desde os seus primórdios que a


finalidade básica da Contabilidade tem sido o acompanhamento das
atividades realizadas pelas pessoas, no sentido indispensável de
controlar o comportamento de seus patrimônios, na função precípua
de produção e comparação dos resultados obtidos entre períodos
estabelecidos.

A Contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios


realizados e a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela
deve identificar, classificar e anotar as operações da entidade e de
todos os fatos que de alguma forma afetam sua situação
econômica, financeira e patrimonial. Com esta acumulação de
dados, convenientemente classificados, a Contabilidade procura
apresentar de forma ordenada, o histórico das atividades da
empresa, a interpretação dos resultados, e através de relatórios
produzir as informações que se fizerem precisas para o atendimento
das diferentes necessidades.

Para MARION (1997), as finalidades fundamentais da Contabilidade


referem-se à orientação da administração das empresas no
exercício de suas funções. Portanto, a Contabilidade é o controle e o
planejamento de toda e qualquer entidade sócio-econômica.
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Controle: A administração através das informações contábeis, via
relatórios pode certificar-se na medida do possível, de que a
organização está agindo em conformidade com os planos e políticas
determinados.

Planejamento: A informação contábil, principalmente no que se refere


ao estabelecimento de padrões e ao inter-relacionamento da
contabilidade e os planos orçamentários, é de grande utilidade no
planejamento empresarial, ou seja, no processo de decisão sobre
que curso de ação deverá ser tomado para o futuro.

A CONTABILIDADE APLICADA

Fonte: Freepik

A Contabilidade, enquanto ciência que estuda o patrimônio das


entidades, encontra aplicações em todas estas, independente do
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tipo, ramo de atividade, segmento econômico ou localização
geográfica. Assim, a identificação do campo de aplicação da
Contabilidade também pode ser analisada através da definição do
patrimônio, como o conjunto de bens, direitos e obrigações
relacionados a uma pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, com ou sem fins lucrativos (MIRANDA 2020).

A ideia de que a contabilidade do setor público é diferente do setor


privado ou, ainda que a contabilidade de uma entidade filantrópica é
diferente da entidade privada, segundo MARION(1997), não é correta, pois
cada entidade, dentro do seu ramo de atividade e das suas
peculiaridades apresentam especificidades próprias, só encontradas
naquele segmento, ou seja, em uma entidade filantrópica a
contabilidade será exercida observando toda a legislação que
envolve este tipo de entidade.

Se compararmos a contabilidade pública com a contabilidade


privada, observará que enquanto a pública não tem objetivo de
apurar resultados (lucros), a privada tem. O conjunto de bens da área
pública recebe um tratamento contábil específico, enquanto na área
privada esses mesmos bens recebem outro tratamento. Nota-se
que, enquanto no setor público os bens não são depreciados e
corrigidos monetariamente, no setor privado estes bens têm
objetivos de gerar resultados, ou seja, são realizados através da
depreciação e são corrigidos monetariamente para manter o seu
valor atualizado (MARION, 1997).

A contabilidade é igual em qualquer entidade, tendo como diferença


entre elas as especificidades de cada entidade. Assim, como
independentemente do tipo de atividade, do setor, da entidade, etc., a
contabilidade tem a mesma finalidade, o mesmo objetivo e utiliza-se
das mesmas técnicas e métodos para registrar e controlar os
patrimônios das entidades.

A entidade econômico-administrativa é o patrimônio de propriedade


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pública ou privada, que tem como elementos indispensáveis: o
trabalho, a administração e o patrimônio; e tem finalidades: sociais,
econômicas e socioeconômicas (MIRANDA, 2020).

Sociais: que possuem a riqueza como meio para atingir seus fins. Ex:
associações beneficentes, educacionais, esportivas, culturais e
religiosas.

Econômicas: são as que têm a riqueza como meio e fim e têm como


objetivo aumentar seu patrimônio, obtendo lucro. Ex: empresas
mercantis.

Socioeconômicas: que possuem a riqueza como meio e fim, porém o


aumento do patrimônio que possuem serve para beneficiar toda a
comunidade. Ex: instituto de aposentadorias e pensões e fundações.

De acordo com Miranda (2020), a Contabilidade se divide em duas


grandes ramificações: a pública e a privada.

Contabilidade Pública: ocupa-se com o estudo e registro dos fatos


administrativos das pessoas de direito público e da representação
gráfica de seus patrimônios, visando três sistemas distintos:
orçamentário, financeiro e patrimonial, para alcançar os seus
objetivos, ramificando-se conforme a sua área de abrangência em
federal, estadual, municipal e autarquias.

Contabilidade Privada: ocupa-se do estudo e registro dos fatos


administrativos das pessoas de direito privado, tanto as físicas
quanto as jurídicas, além da representação gráfica de seus
patrimônios, dividindo-se em civil e comercial.

Contabilidade Civil: é exercida pelas pessoas que não têm como objetivo
final o lucro, mas sim o instituto da sobrevivência ou bem-estar
social. Divide-se em:
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Contabilidade Doméstica: exercida pelas pessoas físicas em geral,
individualmente ou em grupo.

Contabilidade Social: usada pelas pessoas que têm como objetivo final o
bem-estar social da comunidade, tais como: clubes, associações de
caridade, sindicatos, igrejas, etc.

Contabilidade Comercial: é exercida pelas pessoas que exploram


atividades que objetivam o lucro. Divide-se em:

Contabilidade Mercantil: usada por pessoas com objetivo social de


compra e venda direta de mercadorias. Exemplo: supermercados,
sapataria e açougues.

Contabilidade Industrial: exercida por pessoas que têm como


objetivo social a produção de bens de capitais ou de consumo,
através do beneficiamento ou da transformação de
matérias-primas, do plantio, da criação ou extração de riquezas.
Exemplo: indústria de móveis, pecuária, agricultura.

Contabilidade de Serviços: é usada pelas pessoas que têm como


objetivo social a prestação de serviços. Exemplo: instituições de
ensino, telecomunicações e clínicas médicas.

USUÁRIOS DA CONTABILIDADE

Os usuários são as pessoas que se utilizam da contabilidade, que se


interessam pela situação da empresa e buscam nos instrumentos
contábeis as suas respostas. Podem ser divididos em: usuários
internos e usuários externos (MIRANDA, 2020).
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Usuários internos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas
relacionadas com a empresa e que têm acesso às informações
contábeis, tais como:

Gerentes: para a tomada de decisões;

Funcionários: com interesse em pleitear melhorias;

Diretoria: para a execução de planejamentos organizacionais;

Fornecedores: para administrar melhor suas vendas e prazos de


recebimento de pagamentos;

Investidores: para analisar o risco de investir no capital.

Usuários externos: são todas as pessoas ou grupos de pessoas sem


facilidade de acesso direto às informações, de acordo com Miranda
(2020), mas que as recebem de publicações das demonstrações pela
entidade, tais como:

Bancos: interessados nas demonstrações financeiras a fim de


analisar a concessão de financiamentos e medir a capacidade de
retorno do capital emprestado;

Concorrentes: interessados na situação da empresa para poder


atuar no mercado;

Governo: que necessita obter informações sobre as receitas e as


despesas, concessão de sua parcela de tributação;

Fornecedores: interessados em conhecer a situação da empresa


para poder continuar ou não as transações comerciais, além de
medir a garantia de recebimento futuro;

Clientes: interessados em medir a integridade da entidade e a


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garantia de que seu pedido será atendido nas suas especificações e
no tempo acordado.

PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE

Conforme Resolução CFC nº 750750 de 29 de dezembro de 1993 - Publicada no DOU,


de 31-12-93 e de 07-02-94.

Os Princípios de Contabilidade são:

“Regras, doutrinas, essências e teorias que a


profissão contábil utiliza para fixar padrões de
comparação e de credibilidade em função do
reconhecimento dos critérios adotados para a
elaboração das demonstrações financeiras. Desta
forma, as regras gerais da ciência contábil no
Brasil são regidas pelos Princípios de
Contabilidade. Segue a exposição da regra que
todos os contabilistas têm de seguir como ponto
inicial da profissão.”

São Princípios de Contabilidade, ainda de acordo com a Resolução


CFC nº 750750 de 29 de dezembro de 1993 - Publicada no DOU, de
31-12-93 e de 07-02-94: Entidade, Continuidade, Oportunidade,
Registro pelo Valor Original, Atualização Monetária, Competência;
Prudência.

1. Princípio da Entidade

Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a


autonomia patrimonial, ou seja, a contabilidade deve ter plena
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distinção e separação entre pessoa física e pessoa jurídica. Enfim, o
patrimônio da empresa não se confunde com o dos seus sócios.

2. Princípio da Continuidade
O princípio da continuidade pressupõe que a entidade continuará em
operação no futuro, portanto, a mensuração e a apresentação dos
componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

3. Princípio da Oportunidade

Refere-se ao momento em que devem ser registradas as variações


patrimoniais. Precisam ser feitas de forma íntegra e tempestiva,
independentemente das causas que as originaram, contemplando os
aspectos físicos e monetários. A integridade dos registros é de fundamental
importância para a análise dos elementos patrimoniais, pois todos os fatos
contábeis devem ser registrados.

4. Princípio do Registro pelo Valor Original

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores originais


das transações com o mundo exterior, expressos a valor presente na moeda
do país, que serão mantidos na avaliação das variações patrimoniais
posteriores, inclusive quando configurarem agregações ou decomposições
no interior da entidade.

5. Princípio da Atualização Monetária

Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser


reconhecidos nos registros contábeis através do ajustamento da expressão
formal dos valores dos componentes patrimoniais.

6. Princípio da Competência

As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do


período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
relacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento.

7. Princípio da Prudência
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Determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e
do maior valor para os componentes
gLOSSáRio do passivo, sempre que se
apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das
mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

mÉTODO DE ESCRITURAÇÃO

Fonte: Freepik

Segundo Miranda (2020), o método de escrituração é um conjunto de


regras e informações a serem observadas na área de contabilidade,
a fim de registrar os fatos contábeis. Em 1494, em Veneza, através
da publicação da obra “Tratatus Particularis de Computis et
Scripturis” (Tratado Particular de Conta e Escrituração), o frei e
matemático Luca Paccioli, divulgou o método das “Partidas
Dobradas”. Esse método se mostrou o mais adequado, produzindo
informações úteis e capazes de atender a todas as necessidades
dos usuários para gerir o patrimônio, tornando-se um marco na
evolução contábil. O método das “Partidas Dobradas” define que:
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“para todo débito em uma conta, existe um crédito...”. Desta forma, a
soma dos débitos será igual à soma dos créditos e a soma dos
saldos devedores será igual à soma dos saldos credores.

Processos de escrituração

De acordo com Miranda (2020), no processo eletrônico, os lançamentos


são introduzidos por digitação e processados por programa de
computador, que poderá a qualquer tempo fornecer informações
contábeis, tais como: o saldo e a movimentação das contas, cálculo
de impostos e de encargos sociais, folhas de pagamentos,
balancetes de verificação, demonstrativos contábeis, entre outros.

Hoje, as empresas, principalmente de médio e de grande porte, usam


softwares próprios para a contabilidade. Para registrar centenas ou
milhares de operações por dia, devemos contar com recursos
humanos / quadro de pessoal especializado.

Livros de Escrituração

Para registrar os fatos contábeis ocorridos no patrimônio e atender


as obrigações das legislações: comercial, tributária, trabalhista e/ou
previdenciária, as empresas, seja qual for sua natureza jurídica,
utilizam diversos livros de escrituração que podem ser classificados,
segundo Queiroz (2020) em:

Obrigatórios: exigidos por lei. Exemplo: Diário, todos os livros fiscais


exigidos pela legislação federal, estadual e municipal, os livros
exigidos pela Lei nº 6.404/76 das Sociedades Anônimas.

Facultativos: criados para prestar maior clareza e controle dos registros


contábeis. Exemplo: razão, caixa, bancos, fornecedores, controle de
estoques.

Podemos classificar sob a ótica da utilização:


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Principais: registram todos os fatos ocorridos, constituindo–se no
centro de informação. Exemplo: diário e razão.

Auxiliares: servem para desdobrar os registros constantes nos livros


principais. Exemplo: caixa, conta corrente, Livro de Duplicatas.

Ainda é possível organizar pela natureza inerente aos fatos:

Cronológicos: registram as datas de ocorrências dos fatos em ordem


rigorosa. Exemplo: diário, caixa.

Sistemáticos: registram os fatos separadamente por espécie, ou seja, por


conta. Exemplo: razão, conta corrente.

GLOSSÁRIO

A
Ativo: é um termo básico utilizado para expressar os bens, valores,
créditos, direitos e assemelhados que formam o patrimônio de uma
pessoa singular ou coletiva e que são avaliados pelos respectivos
custos.

B
Balanço patrimonial: relatório contábil que tem por objetivo avaliar a
situação patrimonial e financeira de um negócio, em um
determinado período de tempo – geralmente, 12 meses.

Benfeitoria: é toda obra realizada pelo homem na estrutura de uma


coisa com o propósito de conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la.
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C
Capital Social: é o valor que os sócios ou acionistas estabelecem para
sua empresa no momento da abertura.

COFINS: significa “Contribuição para o Financiamento da Seguridade


Social” e representa um tributo federal criado há quase 30 anos, em
1991.

I
ICMS: sigla referente ao imposto sobre circulação de mercadorias e
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e
comunicação. É competência de cada estado brasileiro instituir e
cobrar os valores que devem ser tabelados referentes devem ser
tabelados.

L
Legislação Fiscal: abrange leis, normas, regulamentos, decretos, atos
normativos, instruções e outros textos sobre os contribuintes, temas
tributários e contábeis, que mudam diariamente e são publicados
pelos Diários Oficiais da União, dos Estados e dos Municípios,
alcançando os mais de 90 tributos existentes no Brasil,
compreendendo dezenas de milhares de portarias.

P
Patente: é um documento pelo qual se confere e se reconhece o direito
de propriedade e de uso exclusivo de uma invenção do requerente
(aquele que entra com o pedido), que pode ser pessoa física ou
jurídica.

Passivo: corresponde ao saldo das obrigações devidas, é um recurso


controlado por uma entidade e um acontecimento passado e do qual
se esperam que fluam benefícios econômicos no futuro, cuja
liquidação se espera um ex-fluxo de recursos.
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REFERÊNCIAS

CEFIS. Analista Contábil, o que faz um analista contábil? 2020. Disponível em:
https://blog.cefis.com.br/analista-contabil-o-que-faz-um-analista-
contabil/. Acesso em: 04 nov. 2020.

FERREIRA, Denis. Luca Pacioli – O pai da contabilidade. Disponível em:


http://contabeissemsegredos.com/luca-pacioli-o-pai-da-contabilid
ade/. Acesso em: 20 de set de 2020.

FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 23 ed. São Paulo: Atlas, 1996.

FREEPIK. IMAGENS. Disponível em: https://br.freepik.com/. Acesso em:


20 de set de 2020.

MARION, J.C . Contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 1997.

MIRANDA, Daniela. Contabilidade - evidenciações básicas. 2020. Disponível


em:http://tapajo.unipar.br/exaluno/profissao-view.php?uni=1&cur=
8&pro=63. Acesso em: 08 out. 2020.

QUEIROZ, Vicente Aparecido de. Escrituração Contábil.2020. Disponível


em:https://www.contabeis.com.br/artigos/685/escrituracao-contab
il/. Acesso em: 13 out. 2020.

SESCON .Curiosidades. Disponível


em:www.sesconserragaucha.com.br/curiosidades. Acesso em: 20
set.2020.

VECTEEZY. IMAGEM. Disponível em:https://www.vecteezy.com/.


Acesso em: 20 de set de 2020.

WALTER, M .A. Contabilidade básica. São Paulo : Saraiva , 1996.

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