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BUMBA E MAURÍCIO (MONOGRAFIA) HOJE (Guardado Automaticamente)
BUMBA E MAURÍCIO (MONOGRAFIA) HOJE (Guardado Automaticamente)
BUMBA E MAURÍCIO (MONOGRAFIA) HOJE (Guardado Automaticamente)
Aos meus professores e amigos Nelson J. Albano, Astrigilda Pires Rocha Silveira, José
Manuel, Daniel A. Luciano e Maurício J. Kitukila, deram me forças para terminar esta
batalha.
Aos meus pais, João Kitukila (a título póstumo) e Rufina Maurício, por ter mostrado o
mundo e o caminho da Escola.
I
AGRADECIMENTO
Aos meus pais Jeremias Bumba e Isabel Garcia (em memória), por ter acreditado
em mim. Óbrigado por cada sacrifício. Agradeço à minha esposa por estar sempre ao meu
lado e a amabilidade dos meus amigos Maurício João Kitukila e Pacavira João Ricardo.
Aos meus pais João Kitukila (em memória) e Rufina Maurício, por ter acreditado
em mim e a sonhar com a formação, e principalmente por ter-me ensinado que o melhor
caminho para felicidade é o da humildade. Óbrigado por cada dia de sacrifício, algo que
com muita vontade almejo recompensá-la. Ensinou-me a enxergar com os olhos do
coração.
II
EPÍGRAFE
O edifício que é a Matemática, como qualquer edifício, não se constrói num só dia.
É necessário, da parte do construtor, muita perseverança, amor ao trabalho e nenhum
desânimo.
Abel F. Febra
III
RESUMO
IV
ABSTRACT
This investigation aimed to demonstrate the contribution of the use of educational software
in the motivation and learning of students for the graphical representation of function. The
proper use of information and communication technology allows positive results in
knowledge, improves the teaching and learning of Mathematics. The investigation process
took place at School of 1st Cycle nº 806, in the Municipality of Pango-Aluquém -
Province of Bengo, with the following investigation question: “how to contribute to the
improvement of the teaching process of linear function and quadratic function using the
GeoGebra software, in Year 2?”. To answer the formulated question the following general
objective was elaborated; propose the use of GeoGebra software in the teaching process
of 2nd Year Functions in Young Adult Teaching. The investigation followed a qualitative
and quantitative methodology, of the field study type. From the analysis of the results of
the activities carried out by the students, it was possible to notice a lot of motivation from
the students and full availability co carry out the activities, which contributes to the
development of students´ skills. Computers made it possible to use information and
communication technologies in the classroom, enabling work with the GeoGebra
software. Simultaneous visualization of the graphical and algebraic representations of
linear and quadratic functions, made possible by the mentioned software, provided the
establishment of relationships between such representations, facilitating the interpretation
of the graph by the students. The results also indicated that the students woke up to
everyday situation in which the inclination of the straight line and the parabola are present,
expanding the vision for a Mathematics beyond the limits of the classroom. We believe
that this proposal could contribute to improving the quality of Mathematics teaching and
more specifically to the teaching of Functions.
Key words: Mathematics Teaching, Linear and Quadratic Functions, ICTs, GeoGebra
Software
V
LISTA DE FIGURAS
nº. 806....................................................................................................................40
VI
Figura 25: Resultado dos alunos da representação das funções lineares no mesmo
plano............................................................................................................................45
Figura 26: Resultado dos alunos para encontrar o ponto de interseção de duas funções
(a)...............................................................................................................................46
Figura 27: Resultado dos alunos para encontrar o ponto de interseção de duas funções
(b)...............................................................................................................................47
Figura 28: Resultado dos alunos para achar os zeros das funções quadráticas
.................................................................................................................................. 47
Figura 30: Resultado dos alunos para achar os vértices das funções
quadráticas.............................................................................................................................4
9
VII
LISTA DE GRÁFICOS
VIII
ÍNDICE
DEDICATÓRIA..........................................................................................................................I
AGRADECIMENTO..................................................................................................................II
EPÍGRAFE................................................................................................................................III
LISTA DE FIGURAS...............................................................................................................VI
LISTA DE GRÁFICOS..........................................................................................................VIII
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................1
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................5
1.1. O Ensino da Matemática na visão Sócio - Construtivista....................................................5
1.2. O Ensino da Matemática em Brasil......................................................................................7
1.3. O Ensino da Matemática em Angola....................................................................................8
1.4. O Papel do Software no Ensino da Matemática...................................................................9
1.5. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO PROCESSO DE
ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA..............................................................11
1.5.1. Aprendizagem da Matemática e as Tecnologias Digitais................................................12
1.5.2 As Tecnologias no Ensino de Funções.............................................................................13
1.6. O SOFTWARE GEOGEBRA............................................................................................14
1.6.1. Apresentação do Software GeoGebra.............................................................................15
1.6.2. Aplicação Prática do GeoGebra no Ensino das Funções Linear e Quadrática................22
1.6.2.1 Função Linear................................................................................................................22
1.6.2.2 Função Quadrática.........................................................................................................25
CAPÍTULO II – METODOLOGIA..........................................................................................29
2.1 CARACTERIZAÇÃO DA INVESTIGAÇÃO...................................................................29
2.2 MÉTODOS DE NÍVEL TEÓRICO....................................................................................29
2.2.1 Método Histórico..............................................................................................................29
2.2.2 Método Analítico-Sintético..............................................................................................30
2.3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE NÍVEL EMPÍRICO..........................................................30
2.3.1 Observação.......................................................................................................................30
2.3.2 Questionário.....................................................................................................................30
2.4 MÉTODO ESTATÍSTICO..................................................................................................30
2.5 ESTUDO DE CAMPO......................................................................................................31
2.6 ESQUEMA DA INVESTIGAÇÃO....................................................................................32
2.7 PANORAMA DA ESCOLA ONDE DECORREU A INVESTIGAÇÃO..........................33
2.8 PERFIS DOS ALUNOS......................................................................................................34
2.8.1. O Computador.................................................................................................................36
IX
2.8.2. Computadores no Processo de Ensino e Aprendizagem................................................38
2.9 APRESENTAÇÕES, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO ESTUDO DE
CAMPO.....................................................................................................................................40
Atividade 1................................................................................................................................42
Atividade 2................................................................................................................................42
Atividade 3................................................................................................................................43
Atividade 4................................................................................................................................44
Atividade 5................................................................................................................................44
Atividade 6................................................................................................................................45
Atividade 7................................................................................................................................47
Atividade 8................................................................................................................................47
Atividade 9................................................................................................................................48
Atividade 10..............................................................................................................................49
Atividade 11..............................................................................................................................50
Atividade 12..............................................................................................................................50
CONCLUSÃO...........................................................................................................................52
SUGESTÕES............................................................................................................................54
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................55
APÊNDICES.............................................................................................................................58
X
INTRODUÇÃO
Tendo em vista que o avanço tecnológico está cada vez mais acelerado e presente
em todas as áreas sociais, é muito importante que a escola, por ser a responsável pelo
alicerce dos conhecimentos básicos de seus alunos, atende-se para o uso das tecnologias,
pois se bem utilizadas, podem tornar mais rápidos e precisos os resultados esperados com
relação ao aprendizado dos alunos com a utilização dessa ferramenta de comunicação.
O uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) na educação, no que
se refere ao ensino da Matemática em Angola é um novo desafio na busca de qualidade de
ensino para professores e alunos. Visto que em todos os graus de ensino, do primário ao
superior, o insucesso na disciplina de Matemática atinge índices preocupantes. Não se trata
de insucesso apenas no sentido estrito da percentagem de reprovações. Um número cada
vez maior de alunos não gosta de Matemática, mesmo com uso das tecnologias digitais,
não entendem para que sirva seu estudo e muito menos compreende sua relevância.
Um professor que utiliza as tecnologias em suas aulas, pode obter resultados mais
positivos, e que além de contribuir para um ensino qualificado, contribuem também para a
melhoria de suas práticas pedagógicas junto a seus alunos. Assim, para alcançar os
objetivos propostos neste trabalho, fez-se uma investigação sobre um software voltado para
o ensino da matemática. Dentre várias opções, escolhemos o software GeoGebra.
1
Situação Problemática
2
Com que frequência os alunos usam o software GeoGebra no Ensino das Funções?
Como usar o Software GeoGebra no processo de ensino das Funções especialmente
na Função Linear e Função Quadrática na disciplina de matemática do 2.ª Ano?
Que ganhos os alunos podem ter na utilização das Funções no processo de ensino
com recurso o Software GeoGebra?
Justificativa do estudo
Nos dias atuais, muito se tem discutido sobre a importância da utilização pelos
professores de abordagens metodológicas que permitam uma melhoria no ensino da
matemática, levando os alunos a uma melhor compreensão dos conteúdos estudados e
também buscando uma maior motivação para o próprio processo educacional.
No âmbito dessas abordagens, a utilização de tecnologias vem se apresentado como
ferramenta importante. Atualmente, o mundo respira Tecnologias de Informação e
Comunicação desde equipamentos mais simples aos mais sofisticados. E é comum o
interesse e curiosidade dos indivíduos das mais diferentes idades por essa tecnologia,
sobretudo pela Internet, que proporciona um acesso a informação, cultura e educação e que
transformou totalmente as relações de comunicação, por meio de novas formas como e-
mail, Facebook, dentre outros, tornando-se um dos recursos mais utilizados no nosso dia a
dia.
Com base em nossa experiência docente na Matemática, com alunos do Iº Ciclo,
percebemos que a implementação do Software GeoGebra nas aulas é possível e auxilia na
compreensão dos conteúdos, gerando nos alunos uma grande motivação para a
participação.
3
Diante disso, nesse estudo procuramos colmatar a dificuldade dos alunos no
domínio das tecnologias (computador) que possam ser utilizadas na sala de aula com o
Software GeoGebra e a fraca divulgação das potencialidades de Função no ensino da
matemática na Escola do Iº Ciclo nº. 806, no Município do Pango-Aluquém - Província do
Bengo. A escolha desse software deve - se ao facto de que se trata de um ambiente
computacional interativo, cujo objetivo é contribuir para melhoramento do processo de
Ensino das Funções Lineares e Quadráticas explorando objetos geométricos e algébricos
dinamicamente. Com ele também é possível articular ideias aritméticas, podendo ser
usadas como uma folha de caderno de desenho, possibilitando investigar e explorar, de
forma ativa, as diversas propriedades intrínsecas à construção de figuras geométricas.
Novidade do trabalho
O presente trabalho científico traz como novidade a implementação do Software
GeoGebra para o Ensino de Função Linear e Função Quadrática no 2ª Ano no contexto
angolano especificamente na Província do Bengo – Pango-Aluquém.
Contribuição prática
Potencializar o desenvolvimento de habilidades com Tecnologia de Informação e
Comunicação (TICs) dos alunos do Iº Ciclo do Ensino Secundário especificamente no 2ª
Ano com Software GeoGebra.
4
CAPÍTULO I- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No presente capítulo serão abordados alguns conceitos relevantes voltados ao ensino
da Matemática, as tecnologias de informação e comunicação (TICs), Software GeoGebra e
a importância da visualização gráfica no contexto da matemática.
5
Toda aprendizagem tem seu habitat no convívio com os outros. As aprendizagens
repousam sobre um tripé: quem aprende, o que se aprende e o outro. Em outras palavras,
repousa sobre o sujeito, o objeto, o social.
Entendemos que, o construtivismo no ensino poderá ser a forma teórica ampla que
reúna as várias tendências atuais do pensamento educacional. Tendências que têm em
comum a insatisfação com um sistema educacional que tem uma ideologia em continuar
essa forma particular de transmissão, que consiste em fazer repetir, recitar, aprender,
ensinar o que já está pronto, em vez de fazer agir, operar, criar, construir a partir da
realidade vivida por alunos e professores.
O ensino deve ser um processo de construção de conhecimento ao qual ocorrem,
em condição de complementaridade, por um lado, os alunos e professores e, por
outro, os problemas sociais actuais e o conhecimento já construído. (Haidt, 2011,
p. 156).
Nesta teoria, é importante relembrar que o ensino da matemática no seu campo mais
amplo está em constante evolução com novas tendências metodológicas a ser aplicado no
ambiente escolar. Após terem sido diagnosticados os problemas recorrentes pelos alunos
na disciplina de matemática, o professor deve abandonar as técnicas tradicionais e
apegando - se nos novos modelos de ensino. Porem o construtivismo na matemática
processa-se mediantes estes modelos de ensino, nomeadamente a resolução de problemas,
a modelagem e o uso de computador.
6
autoconfiança na sua capacidade de criar e fazer Matemática. Para o ensino exploratório a
que se ter em conta a questão tempo.
Já Canavarro (2011, p. 11) deixa claro o ensino exploratório:
O ensino exploratório da Matemática, precisa-se de tempo e de continuidade
para que o professor possa melhorar e aperfeiçoar a sua prática, o mesmo tempo
e continuidade que são necessários para que os alunos lhe correspondam e
desenvolvam aquilo que ele proporciona: aprender conteúdos matemáticos, mas
também modos de produção do conhecimento matemático no contexto de uma
comunidade da qual são parte integrante.
O ensino exploratório implica que, os alunos aprendem a partir do trabalho que
desenvolvem na medida em que vão usando as tarefas demonstrando a necessidade de
aprender matemática.
7
proposições, a prática de formas distintas de raciocínio, como o dedutivo, se apoderando
desse método o aluno saberá desenvolver fórmulas e aplicar os conceitos em diversos
problemas.
Quanto à manipulação, vimos que para os alunos do Iº ciclo, o saber-fazer é uma
das habilidades que devem ser desenvolvidas. Manipular pressupõe ao aluno ser capaz de
colocar em prática os métodos, algoritmos e fórmulas, os conceitos matemáticos. Esta
prática é comum nas aulas de matemática, não só no Brasil.
Somos de opinião que, a aplicação em Matemática consiste em desenvolver a
criatividade do aluno, estimular a capacidade de resolver problemas e fazer com que a
conceituação, bem como a manipulação se desenrolam de forma fácil e menos trabalhoso
para o aluno. Tanto a conceituação, a manipulação não exagerada e a aplicação que
valoriza o raciocínio do aluno, não fazendo com que ele reproduza os conceitos e
procedimentos, devem estar presentes no ensino da matemática por constituir a base para
se ter uma aprendizagem duradoura e efetiva.
Na visão atual o Brasil impulsiona os seus fazedores da educação a explorar as
novas tecnologias nas suas práticas de ensino com os alunos, de modo estimular a
potencialidade dos mesmos, como assegura (Miranda, 2007):
Nas últimas décadas teve-se uma sinalização clara do potencial que advém do
acesso às novas tecnologias e à Internet. Este acesso oportuniza diferentes
momentos e meios de aprendizagem, desenvolve competências, incentiva o
interesse para aprender e permite interligar os espaços formais e informais do
processo de aprendizagem escolar.
8
(1) Insuficiente construção de conhecimentos em forma de actividades que
expressem problemas contextuais; (2) insistente uso de métodos e procedimentos
que estimulam, nos estudantes, o desenvolvimento de habilidades memorísticas e
reprodutivas; (3) insistente ênfase em enfoques epistemológicos que não
revelam, com suficiente clareza, as potencialidades praxiológicas das
matemáticas para estimular o desenvolvimento socioeconómico e tecnológico
nacional; (4) insuficiente preparação didáctica, pedagógica e tecnológica dos
professores, assim como a descontextualização dos programas de estudo e planos
de aulas. (p. 21)
Portanto, conhecendo as causas desde já pensar nas soluções para que tenhamos um
ensino de qualidade e consequentemente uma aprendizagem significativa por parte dos
alunos. Este trabalho surge na perspetiva de contribuir na transformação do ensino da
matemática em Angola. Desta feita, é preciso programar outros recursos para o ensino,
relacionar a teoria, a prática e o contexto social, e também capacitar os professores com
metodologias ativas.
Ainda o Programa de Matemática do Iº ciclo (INIDE, 2013), apresenta os objetivos
gerais no ensino da matemática que são:
(1) A capacidade de utilizar a linguagem matemática para comunicar ideias; (2) a
capacidade de aplicar conhecimentos na resolução de problemas do quotidiano,
da Matemática e de outras disciplinas; (3) a capacidade de raciocinar e analisar;
(4) o conhecimento e compreensão de conceitos e métodos; (5) uma atitude
positiva em relação à Matemática por promover a sua autoconfiança na resolução
de problemas matemáticos; (6) a perseverança e o cuidado postos na realização
das tarefas e a cooperação no trabalho; (7) as capacidades mentais gerais; (8) a
capacidade criadora e a imaginação; (9) pensamento matemático na formação
política, ideológica e intelectual. (p. 5)
Quanto o ensino da matemática em Angola o ideal existe e podemos ver no
programa de Matemática do Iº Ciclo publicado pelo órgão que rege a educação em Angola
(Ministério de Educação em Angola), editado pela componente INIDE em colaboração
com uma equipa de elaboração de programas, mas quanto à realidade na sala de aula
estamos longe do ideal.
9
“Na tentativa de acompanhar as mudanças que ocorrem na sociedade, a escola
busca conectar-se ao uso da tecnologia, adaptando-se para atender às demandas
sociais. «Todavia, percebemos que a utilização do computador em algumas
escolas baseia-se no tecnicismo, ou seja, no simples facto de ensinar o manuseio
técnico da máquina». Altoé e Fugimoto (2009) citado por (Prado, Araújo, &
Tiago, 2017, p. 2)”.
Assim, a introdução do espaço computacional requer uma mudança pedagógica
porque o computador é um recurso que possibilita a aprendizagem. No entanto, a
preparação do professor e a organização da escola são essenciais para a prática e o uso de
computadores, pois essa prática refletirá na forma como o professor promove a
aprendizagem e o aluno adquirirá o seu conhecimento.
Desta forma, o professor deve preparar, filtrar e direcionar o conteúdo matemático
que será associado ao software, de maneira que o conteúdo matemático abordado possa ter
um formato simples e objetivo, além de promover estratégias que possam elucidar a
matemática através da renovação, possibilitando um ambiente incentivador na sala de aula
como assegura (Hoyles e Sutheland, 1989) citado por (Prado, Araújo, & Tiago, 2017, p.
2):
“O ambiente interativo torna diferente e excitante o ensino realizado através do
computador; gera um novo envolvimento com aprendizagem e faz com que
surjam novos desafios, novas ideias, novos caminhos de construção do
conhecimento e desenvolvimento do pensamento e uma revitalização nos debates
educacionais”.
Quando existe na sala de aula um ambiente em que o aluno se sinta confortável, o
professor estabelece possibilidades a serem exploradas para o desenvolvimento da
atividade proposta. Os softwares matemáticos em um aspeto geral possibilitam ao
professor oferecer ao aluno a exploração tátil no desenvolvimento de comandos utilizando
o ambiente computacional, e visual quando o mesmo observa o que seus comandos
construíram.
Nesse processo dinâmico oferecido pelo software, o professor induz e prepara o
aluno a questionar-se ao se deparar com a análise e construção de argumentos lógicos que
estruturem: conceitos, figuras e demonstrações. O software, portanto, age como um
diferencial positivo, já que o professor não será apenas o mediador e sim uma “ponte”
entre o raciocínio e a construção do conhecimento adquirido pelo aluno.
10
1.5. AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO
PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA
De facto, o ensino precisa ser melhorado e as tecnologias são uma proposta para
que isso ocorra. As novas tecnologias fazem parte da vida dos alunos, estão presentes em
seu dia a dia, seja nas atividades de rotina como ir ao Banco, ao Supermercado, os próprios
meios de comunicação que estão cada vez mais digitalizados, portanto, a escola não pode e
não deve ignorá-las, pois a tendência é de que a sociedade se informatize cada vez mais e
assim torna-se necessário aprender a conviver e manipular estas Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICS).
Atualmente as tecnologias estão ao alcance tanto das crianças como dos
adolescentes que aprendem a manipular a mesma direta ou indiretamente, independente de
classe social. O acesso a estes meios torna-se cada vez mais fácil, pois vivemos em uma
sociedade informatizada e temos necessidades de utilizar esses recursos para realizar
algumas tarefas do dia-a-dia.
Quando falamos em formas de ensino, é comum ouvir reclamações dos alunos
quanto a métodos de ensino dos professores, que as aulas são sempre monótonas, o
professor fala o aluno ouve e não passa disso, não há uma ligação entre os conteúdos
trabalhados e a realidade vivenciada pelos alunos, dificultando assim a aprendizagem de
certos conteúdos que poderiam ser mais bem compreendidos, se relacionados a atividades
do dia-a-dia dos alunos.
O uso de tecnologias no ensino de matemática traz novas formas de ensinar e de
aprender. E essas novas formas vêm provocando uma revolução nas práticas tradicionais e
ensino que avançam em direção a uma prática pedagógica interdisciplinar voltada para a
aprendizagem do aluno, envolvido no processo de ensino-aprendizagem. Também
estabelecem uma nova relação professor-aluno marcada por uma maior interação e
cooperação. Com relação ao uso do computador na sala de aula, Valente (1998) citado por
(Rocha, 2013, p. 22) diz que:
O computador pode ser um excelente recurso para promover a passagem da
informação para o usuário ou promover a aprendizagem. No entanto, da análise
do software é possível entender que o aprender não deve estar restrito ao
software, mas à interação professor - aluno - software.
Por isso, uma das maneiras de tornarmos as aulas de Matemática mais engajadoras
é utilizarmos as TIC como um recurso, auxiliando o processo de ensino do Professor e de
aprendizagem do aluno. As TIC permitem desenvolver inúmeras atividades que
11
possibilitam ao aluno pesquisar, observar, raciocinar e desenvolver principalmente
métodos próprios de trabalho em situações que envolvem a Matemática.
As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que
representam, medeiam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas
de representação da realidade, de forma mais abstrata ou concreta, mais estática
ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas, combinadas, integradas,
possibilitam uma melhor apreensão da realidade e o desenvolvimento de todas as
potencialidades do educando, dos diferentes tipos de inteligência, habilidades e
atitudes. (Moran, 2006, p.2) citado por (Henz, 2008, p. 12).
Portanto, Saraiva (2015, p. 4) acrescenta que, “o uso dos recursos tecnológicos
através do Software matemático, reforçam os conceitos e propriedades em que o aluno tem
mais dificuldades na compreensão dos conteúdos, pois na tela do computador ele pode
visualizar construção dos gráficos das funções e seus movimentos, observar os coeficientes
etc.”.
Desta feita, pensamos nós que, o uso de tecnologias no ensino da matemática traz
novas formas de ensinar e de aprender, centrada na aprendizagem do aluno, estabelecendo
uma nova relação professor-aluno marcada por uma maior interação e cooperação. Além
de tornar as aulas de Matemática mais entusiasmantes, através das TIC’s podemos
desenvolver inúmeras atividades que possibilitem ao aluno pesquisar, observar, raciocinar
e desenvolver principalmente métodos próprios de trabalhar com situações onde a
Matemática está presente.
12
constitui um instrumento capaz de motivar os alunos a desenvolver o raciocínio e a
criatividade e assim, proporcionar novas aprendizagens. Zuffi e Pacca (2002) citado por
(Van-Dúnem, 2016, p. 13).
13
1.6. O SOFTWARE GEOGEBRA
O GeoGebra é um software livre e está disponível em português, no endereço
eletrónico http://www.GeoGebra.org/institutes/at/. Assim, o GeoGebra é capaz de lidar com
variáveis, números, vetores, pontos, derivar e integrar funções e ainda oferece comandos para
encontrar raízes e pontos extremos de uma função.
14
Sendo assim, uma das finalidades do GeoGebra é a de auxiliar nas aulas de
Matemática, promovendo a autonomia dos alunos. E isto pressupõe o empenho das escolas
e dos professores e o estímulo à aprendizagem, autónomas e cooperativas, dos alunos.
.
15
Ainda, na barra de ferramentas, estão disponíveis 11 menus em cascata, onde cada um
deles possui uma subdivisão, descritos a seguir:
16
Figura 5: Menu janela 3; retas, segmentos, vetores
No terceiro menu em cascata encontramos as ferramentas: Reta (dois pontos):
ativando esta ferramenta, pode-se criar uma reta que passa por dois pontos; Segmento de
reta (dois pontos): esta ferramenta cria o segmento de reta que une dois pontos; Segmento
de reta (ponto, comprimento): cria o segmento de reta com comprimento definido;
Semirreta (dois pontos): cria uma semirreta definida por dois pontos; Linha Poligonal:
pode-se calcular o caminho poligonal, selecionando-se todos os pontos (vértices)
desejados; Vetor (origem e extremidade): cria um vetor a partir de dois pontos; Vetor a
partir de um ponto: cria um vetor paralelo a outro vetor.
18
ferramenta constrói um arco circular a partir do centro e dois pontos; Arco circular (três
pontos): esta ferramenta constrói um arco circular a partir de três pontos; Setor circular
(centro, dois pontos): esta ferramenta constrói um setor circular a partir do centro e dois
pontos; Setor circuncircular (três pontos): esta ferramenta constrói um setor a partir de
três pontos da circunferência.
19
um triângulo retângulo com hipotenusa sobre a reta e com vértice em um dos pontos;
Criar Lista: Com esta ferramenta podemos criar uma lista de objetos como pontos,
segmentos de reta, polígonos entre outros; Relação entre dois objetos: com esta
ferramenta podemos saber a relação entre dois objetos, para isso selecione a ferramenta e
depois dois objetos para obter a informação sobre a relação entre eles; Inspetor de função:
esta ferramenta possibilita uma análise mais específica da função em determinado
intervalo, tais como pontos de máximo e mínimo, integral, reta tangente, círculo osculador,
etc.
20
Figura 12: Menu janela 10; seletor, inserir texto
No decimo menu em cascata encontramos as ferramentas: Seletor: um seletor é um
pequeno segmento com um ponto que se movimenta sobre ele; Inserir texto: com esta
ferramenta, pode-se inserir qualquer texto na área gráfica; Inserir imagem: com esta
ferramenta, pode-se inserir figuras na área gráfica; Inserir Botão: esta ferramenta permite
criar um botão e a ele associar uma ou mais determinadas ações, visíveis na zona gráfica
(como trocar as coordenadas de um ponto, trocar a posição de uma reta, etc.); Caixa para
mostrar/esconder objetos: Esta ferramenta permite que você escolha quais são os objetos
que quer mostrar, quando ela está ativada; Inserir caixa de texto: Com esta ferramenta,
podemos criar uma caixa de texto para que o usuário possa interagir com o seu trabalho.
21
copiar um estilo visual de um objeto para outro: pontilhado, cor, tamanho, etc.; Apagar:
com esta ferramenta, podem-se apagar objetos, tanto na área gráfica quanto na janela de
Álgebra.
Note que cada ícone tem um desenho e um nome para ajudá-lo a lembrar do que a
ferramenta faz. Também a cada ferramenta está associado um comando que pode ser
escrito no campo de entrada.
Diante das características e potencialidades explicitadas do Software GeoGebra,
pretende-se mostrar que é possível utilizá-lo como ferramenta que desperte no aluno do 2º
ano, o interesse pela busca do conhecimento matemático através do dinamismo presente no
mesmo.
Por outro lado, é necessário que o professor faça um acompanhamento, que focalize
no objetivo deste trabalho. Caso contrário estará fazendo uso dos meios tecnológicos, mas
que não terá efeitos, consequentemente, voltando ao modo de ensino tradicional.
22
1.6.2.1 Função Linear
Um caso particular de função afim é aquele em que b=0. Neste caso, temos a
função f de R em R dada pela lei f (x)=ax , com a real x ∈ R e a ≠ 0, que recebe a
designação de função linear (Iezzi et al, 2011, p.57).
Vejamos alguns exemplos de funções lineares:
3 3
f (x)= x , sendo a= e b=0
7 7
f (x)=−x, sendo a=−1 e b=0
f (x)=−4 x , sendo a=−4 e b=0
GeoGebra: No campo de entrada, digite a expressão f (x)=a∗x ou ax e em seguida
virá criar seletor clicando ok. Depois atribua valores para o coeficiente a da função linear
que queremos analisar.
Figura 14: Apresentação da função linear
23
animar e fixar objeto. Observa a alteração da reta quando o valor de a fica positivo e
depois negativo.
Quando a> ¿ 0
2
a) 𝒇(𝒙) = 𝒙; b) g(𝒙) = 3𝒙; c) y = 𝒙.
8
Figura 15: Quando o valor do coeficiente a é positivo
Quando a< ¿ 0
2
a) 𝒇(𝒙) = -𝒙; b) g(𝒙) = -3𝒙; c) y = - 𝒙.
8
Figura 16: Quando o valor do coeficiente a é negativo
24
1.6.2.2 Função Quadrática
Gráfico
O gráfico de uma função Quadrática ou função polinomial do 2 º grau, 𝒇(𝒙)=𝒂 x 2
+𝒃𝒙+𝒄 com 𝑎 ≠ 0 é uma curva chamada parábola.
GeoGebra: No campo de entrada, digite ou insere a expressão 𝒇(𝒙)=𝒂x^2+𝒃𝒙+𝒄 ou
𝒂x^2+𝒃𝒙+𝒄 e em seguida virá criar seletores clicando ok. Depois atribua valores para os
coeficientes a, b e c da função quadrática que queremos analisar.
Figura 17: Apresentação de uma parábola
.
Fonte: Dos autores com auxílio da app GeoGebra 2022
Usando a construção feita anteriormente, na Janela de Visualização, clique com
botão direito do mouse sobre o valor do parâmetro a do seletor e marque a opção animar e
fixar objeto. Observa a alteração na concavidade da parábola quando o valor de a fica
positivo e depois negativo.
25
Analisando a Função Quadrática
26
Relação entre o sinal de ∆ e o Número de Raízes da Função Quadrática
−b ± √ b2−4 ac
x=
2a
Temos:
f(𝒙)=0
𝒂 x 2+𝒃𝒙+𝒄=0
−b ± √ b2−4 ac
x=
2a
A quantidade de raízes reais de uma função quadrática depende do valor obtido
para o radicando ∆ = b 2−4 ac , chamando discriminante, a saber:
Se ∆ > 0, nesse caso a função quadrática admite dois zeros distintos ( x 1 ≠ x 2). A
parábola intercepta o eixo Ox em dois pontos;
Se ∆ ¿ 0, nesse caso a função quadrática não admite zeros. A parábola não
intercepta em nenhum ponto;
Se ∆ = 0, nesse caso a função quadrática admite dois zeros iguais ( x 1=x 2). A
parábola intercepta o eixo Ox em um ponto.
GeoGebra: No campo de entrada digite: delta=b^2- 4a𝒄. Com isso, definimos uma
variável "delta" que representa o valor numérico da expressão b 2- 4a𝒄. Observa que
"delta=..." aparece na janela de álgebra.
Podemos alterar o "delta" para ∆ . Para isso, clique com o botão direito do mouse
sobre o "delta" que está na Janela de Álgebra. Selecione Renomear e após, na janela que se
abrira, procure na Barra de Rolagem o ∆ . Depois, clique em OK.
27
GeoGebra: No campo de entrada, digite a expressão x v =−b/(2∗a), e em seguida, a
expressão y v =−∆ /(4∗a). A seguir, digite no campo de entrada V = ( X V ; Y V ). O ponto V
que aparecerá na parábola é chamado de vértice, e podemos obter as suas coordenadas
clicando com o botão direito do mouse sobre o ponto e alterando o estilo do rótulo para
nome e valor.
28
CAPÍTULO II – METODOLOGIA
Métodos
É a sucessão de passos a ser seguida em uma investigação. Constitui o conjunto de
procedimento sistemáticos e lógicos que guiam a investigação, com o propósito de adquirir
informações confiáveis e válidas, para conseguir novos conhecimentos, ou buscar formas
de melhorar as condições de vida de uma comunidade ou de pessoas, e abrange o ciclo
completo da investigação. (Alvarenga, 2012, p. 5).
Já Passerino (sd, p. 1) define “Métodos é um conjunto de procedimentos planejados
e organizados para que após sua execução possa ser verificada uma construção de
conhecimento científico”.
Portanto, colaborando com os autores citados acima, os métodos são responsáveis
por traçar o caminho a ser seguido pelo investigador, ajudando-o nas decisões e na deteção
de erros a partir da interpretação conceitual das evidências encontradas. Os tipos de
métodos utilizado neste trabalho são:
Métodos a nível teórico (Método Histórico e Método Analítico);
Métodos e técnicas de nível empírico (Observação e Questionário);
Método Estatístico.
29
tempo, influenciadas pelo contexto cultural particular de cada época. (Marconi &
Lakatos, 2003, p. 107).
Permitiu fazer uma trajetória real dos fenómenos, do seu funcionamento e
desenvolvimento dos alunos. Este método foi utilizado também para fazer a descrição
histórica sobre as TICs e Software GeoGebra.
2.3.1 Observação
A observação é uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e
utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não
consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos
que se desejam estudar. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 190)
Permitiu observar o ambiente de ensino que a escola oferece relativamente aos
laboratórios de práticas, no caso particular ao de informática que não existe. Ainda nesta
senda, usamos esta técnica na medida em que entramos em contacto com os alunos para se
obter provas do objetivo da investigação.
2.3.2 Questionário
“É um instrumento de coleta de dados, formado por uma sequência ordenada de
perguntas e campos para serem preenchidos sem a presença do investigador” (Passerino,
sd, p. 21). Portanto, está técnica permitiu recolher as informações por parte dos alunos
relativamente a conceitos de Software GeoGebra, Função Linear e Quadrática. A
informação recolhida levou-nos aplicação da nossa proposta conforme apresentaremos nos
dados posteriores.
30
dados obtidos da escola em estudo, e para este fim foi utilizado o questionário e observação
para a recolha de dados.
31
2.5 ESTUDO DE CAMPO
A modalidade do estudo de campo acontece quando os dados do estudo são
coletados diretamente “no campo”, em contraste com aqueles realizados em laboratórios
ou controlados pelos investigadores. Bogdan e Biklen (1994) citado por (Silva, 2011, p.
19).
É aquela utilizada com o objectivo de conseguir informações e/ou
conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou
de uma hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos
ou as relações entre eles. (Marconi & Lakatos, 2003, p. 186)
Para os autores o estudo de campo apresenta vantagens de orientação bem definida
bem como uma perspetiva interpretativa, na recolha de dados de modo a compreender o
ponto de vista daqueles que estão afetos a investigação.
32
2.6 ESQUEMA DA INVESTIGAÇÃO
A investigação desenvolveu-se de acordo com o seguinte esquema:
Elaboração de um plano
de intervenção para os
alunos familiarizarem-se Análise dos resultados
com os conteúdos de obtidos no questionário
Função Linear e aplicado aos alunos
Quadrática com recurso a
GeoGebra
Apresentação,
análise e discussão
Execução do plano de
dos resultados das
formação sobre
actividades
GeoGebra
desenvolvidas pelos
alunos
Implementação do
Software GeoGebra
no Iº Ciclo.
33
2.7 PANORAMA DA ESCOLA ONDE DECORREU A
INVESTIGAÇÃO
O presente trabalho de investigação foi realizado na escola do Iº ciclo do Ensino
Secundário n.º 806, município do Pango-Aluquém, província do Bengo. No presente ano
letivo foram matriculados 500 alunos, no qual 245 alunos são do sexo feminino, ao passo
que os 255 são do sexo masculino.
A escola está constituída por 6 salas de aulas e funciona em dois (2) turnos, Manhã
e Tarde. Do universo de salas de aulas tem 3 turmas para 7.ª classe, 3 turmas para 8.ª
classes, 3 turmas para 9.ª classe e 3 turmas para o Ensino Jovem Adulto (EJA) 1 turma do
1º ano e 2 turmas do 2º ano. Com relação aos professores de Matemática tem apenas 3
professores.
34
2.8 PERFIS DOS ALUNOS
Sim
Não
100%
13%
Sim
Não
88%
Dos 72% que correspondem a 29 alunos dizem que têm tido boas notas, e 28% dos
11 alunos alegam que tem tirado notas negativas (Gráfico nº 3).
Gráfico nº3: Nível de aproveitamento dos alunos
Sim
Não
73%
35
Fonte: Os autores (2022)
Dos 40 alunos, 25 alunos que corresponde a 62%, responderam que nos anos
anteriores o que lhes complicava mais é a organização dos sinais e este ano estão a envidar
esforços para poder ultrapassar estas dificuldades. E os 38% responderam que a
matemática é muito difícil (Gráfico nº 4).
Gráfico nº4: Níveis de dificuldades dos alunos
38%
Sim
Não
63%
75% dos alunos responderam que não têm conhecimento de Função Linear e
Quadrática, 12% responderam que já ouviram a falar deste assunto, 8% responderam que
já estudaram Função e 5% responderam que têm conhecimento (Gráfico nº 5).
Gráfico nº5: Grau de conhecimento no conteúdo de Função Linear e Quadrática
5% Mau
8%
13% Suficiente
Bom
Muito bom
75%
36
Gráfico nº6: Parte do conteúdo onde apresenta mais dificuldade
13%
Representação Geométrica
Definição
88%
Sim
Não
As vezes
100%
2.8.1. O Computador
Dos 40 alunos, todos eles assumiram não ter acesso ao computador na escola. Isso
mostra a impossibilidade de usar o Software educativo em suas aulas, ao contrário disso,
25% que corresponde aos 10 alunos têm tido acesso ao computador em casa. E apenas 5%
dos alunos têm acesso no local de trabalho dos pais (Gráfico nº 8).
37
Assim como todos os alunos responderam não terem frequentado o curso básico
de Informática, como se esperava todos eles admitem em não estarem conectados com os
conhecimentos básicos de informática até ao momento (Gráfico nº 9).
Gráfico nº9: Formação básica do computador
Sim
Não
100%
Questão nº10:
5% Com que finalidade usa o computador?
20% Fazer trabalho
25%
Utilizar Software Educativo
Jogar
Ver Filme
Ouvir Músicas
Nenhuma das Opções
25%
25%
38
2.8.2. Computadores no Processo de Ensino e Aprendizagem
Os alunos foram unânimes em responderem que não têm usado o computador nas
aulas. Pelo facto de não haver na escola uma sala de informática equipada onde pudessem
ter acesso ao computador (Gráfico nº 11).
Sim
Não
100%
100%
39
Gráfico nº13: Uso de Software nas aulas de Matemática
Nunca
Raramente
Sempre
Várias vezes
100%
100%
40
2.9 APRESENTAÇÕES, ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS
RESULTADOS DO ESTUDO DE CAMPO
O presente estudo sobre as funções Linear e Quadrática, foi desenvolvido partindo do
trabalho feito pelos alunos, onde tiveram de realizar várias atividades, registando as suas
respostas mediadas pelo uso habitual e uso do Software GeoGebra.
41
As imprecisões ora mencionadas são detetadas e corrigidas pelos professores. O ideial
seria o próprio aluno detetar essas imprecisões, pois ele é o protagonista desse processo e
seria bom que construísse o conhecimento com a sua própria experiência. Infelizmente não
é isto que acontece. Portanto o professor ao atuar no lugar do aluno limita-o a desenvolver
a capacidade de refletir sobre seu próprio pensamento, desempenho e construir o seu
próprio conhecimento.
Umas das formas que o aluno teria para refletir sobre o seu próprio desempenho, seria
se ele tivesse uma diversidade de recursos ou meios didáticos para construção do seu
conhecimento. Ai ele poderia comparar o resultado do conhecimento construído por cada
meio utilizado.
42
Figura 20: Laboratório de informática adaptado na sala de aula da escola do Iº ciclo nº. 806
Fon
te: Dos autores 2022
Atividade 1
Sobre Função Linear.
a) Quais os conceitos que envolvem a função Linear que você conhece?
Por que tem esse nome?
b) Como você identifica o gráfico da função Linear? Diga sobre suas
características.
c) Formule uma função Linear e identifique seu coeficiente e variável.
d) Qual o gráfico que representa uma função Linear? Justifique sua
resposta.
Dos 40 alunos, 34 alunos, que correspondem a 85% deles, responderam
corretamente, revelando conhecer os conceitos associados a uma função Linear.
Nomeadamente: identificar o gráfico, identificar o coeficiente, a variável e representar
graficamente. Nos 6 alunos que correspondem a 15%, dos alunos erraram porque, não se
verificou a apreensão dos conceitos relacionados com uma função linear.
Atividade 2
Dada a função f ( x )=−2 x :
a) Elabore o gráfico da função.
b) A função é crescente ou decrescente? Justifica a tua resposta.
43
Figura 21: Resultado dos alunos da representação de uma função Linear
Fonte: Atividade realizada pelos alunos com auxílio da app GeoGebra (2022)
Atividade 3
Se cada aluno da escola do Iº Ciclo nº 806, conseguir recolher das
ruas em média 10 Kg por dia de lixo, quantos quilos conseguirá
recolher em uma semana?
44
Fonte: Atividade realizada pelos alunos com auxílio da app GeoGebra (2022)
Atividade 4
Sobre Função Quadrática.
a) Quais os conceitos que envolvem a função Quadrática que você
conhece? Por que tem esse nome?
b) Como você identifica o gráfico da função Quadrática? Diga sobre suas
características.
c) Formule uma função Quadrática e identifique seus coeficientes e
variáveis.
d) Qual o gráfico que representa uma função Quadrática? Justifique sua
resposta.
Na atividade 4, 30 alunos, que correspondem a 75% do total, acertaram, disseram
que o conceito que envolve é a lei ax 2 +bx +c e o gráfico que representa a função
quadrática, o gráfico cartesiano é uma parábola, seja ela virada para cima ou para baixo.
Nos 10 alunos, que correspondem a 25%, responderam incorretamente.
Atividade 5
Dada a função g ( x )=x 2−4 x+3 :
a) Elabore o gráfico da função.
b) Faça o estudo do sinal da função.
c) Existem raízes da função Quadrática? Caso afirmativo quais são os seus
valores?
d) Quais são as coordenadas que representam o ponto do vértice?
45
Figura 23: Resultado dos alunos da representação da função Quadrática
Fonte: Atividade realizada pelos alunos com auxílio da app GeoGebra (2022)
Atividade 6
Em um experimento balístico, um projétil é atirado de um canhão
descrevendo uma parábola conforme a função quadrática
2
f ( x )=−2 x +20 x , em que y representa altura máxima e x à distância
máxima atingida pelo projétil.
46
a) Elabore o gráfico da função usando apenas as raízes e as coordenadas do
vértice.
b) Qual é a altura máxima atingida pelo projétil? Qual a distância
percorrida pelo projétil da origem do lançamento até alcançar o solo?
Figura 24: Resultado dos alunos da representação da função Quadrática no caderno
Esta atividade teve como objetivo dar aos alunos a oportunidade de representar o
gráfico corretamente a partir das observações prévias no GeoGebra no caderno. Esta
modelagem matemática permitiu aos alunos realizar os cálculos necessários para encontrar
os valores das raízes e vértices, além de elaborarem o gráfico da função quadrática.
Analisando as respostas dos alunos com relação alínea a), 22 alunos que
correspondem a 55%, acertaram de forma harmoniosa porque, aplicaram as fórmulas
−b ± √ b2−4 ac X = −b −∆
x= , v e Yv= . de forma eficiente no caderno. Contudo, 12
2a 2a 4a
alunos, que correspondem a 30%, erraram, pois, tiveram dificuldade em encontrar os
coeficientes e não sabiam as fórmulas para resolver. Também, 6 alunos, que correspondem
a 15%, não fizeram atividade porque, alegaram que a função está incompleta e não seria
possível.
Relativamente alínea b), 22 alunos, que correspondem a 55%, acertaram esta
atividade no caderno, conseguiram traçar o plano cartesiano e traçar a parábola a partir dos
valores numéricos das raízes e dos vértices x 1, x 2, X v e Y v .
47
Já 18 alunos, que correspondem os 45%, erraram, até conseguiram traçar o plano
cartesiano, mais não conseguiram traçar a parábola em função dos valores das raízes e dos
vértices, que não conseguiram calcular.
Atividade 7
Construa, em um mesmo plano cartesiano, os gráficos das funções de R
em R dadas por:
a) y = - x
b) y = 3x
c) y = - 3x
Figura 25: Resultado dos alunos da representação das funções lineares no mesmo plano
Atividade 8
Representem, em cada caso, os gráficos das funções f e g, de R em R ,
em um mesmo plano cartesiano, indicado o ponto de intersecção das
retas.
x
a) f(x) = +1 e g ( x )=x−1
4
b) f(x)= - 3x -1 e g(x)= -x
48
Analisando a alínea a) (figura 26), 27 alunos, que correspondem a 67,5%, acertaram
porque, introduziram corretamente as funções f e g no Software GeoGebra de forma
eficiente e encontraram o ponto de intersecção a partir do menu janela 2 (clicaram na
Interseção de dois objetos e posterior, clicaram nas duas retas).
Os 9 alunos, que correspondem a 22,5%, erraram, pois, tiveram dificuldade em
encontrar o ponto de intersecção. Já os 10%, que corresponde a 4 alunos, desistiram de
fazer.
Figura 26: Resultado dos alunos para encontrar o ponto de interseção de duas funções.
A figura 27 é o resultado dos alunos da alínea b), onde 37 alunos que correspondem
a 92,5% acertaram porque, introduziram as funções f e g no Software GeoGebra de forma
eficiente e encontraram o ponto de intersecção a partir do menu janela 2 (clicaram na
Interseção de dois objetos e posterior, clicaram nas duas retas).
Os 3 alunos que correspondem a 7,5%, erraram porque, tiveram dificuldade em
encontrar o ponto de intersecção.
Figura 27: Resultado dos alunos para encontrar o ponto de interseção de duas funções.
49
Atividade 9
Determine os zeros das seguintes funções quadráticas:
a) f(x)= x2 – 11x +30
b) f(x)= x2 +4x -21
c) f(x)= 6x2 – 5x +1
Figura 28: Resultado dos alunos para achar os zeros das funções quadráticas.
Atividade 10
Em que pontos a parábola de cada função do exercício anterior
intersecta os eixos x e y?
As respostas dos alunos com relação às alíneas a), b) e c), 23 alunos, que
correspondem a 57,5%, acertaram, aplicaram os conhecimentos de vértices e pares
ordenados; 10 alunos que correspondem a 25% , erraram porque, tiveram dificuldade em
substituir as raízes encontradas; 7 alunos, que correspondem a 17,5%, que não fizeram
atividade porque, não sabiam como fazer a intersecção.
Apresentando a resolução desta atividade formulações do tipo:
50
a) Eixo x: (5,0) e (6,0); eixo y: (0,30).
b) Eixo x: (3,0) e (-7,0); eixo y: (0,-21).
1 1
c) Eixo x: ( ,0) e ( ,0); eixo y: (0,1).
3 2
Atividade 11
Determine a lm(f) e o valor máximo ou mínimo da função quadrática
f(x) = x2 +4x -2.
Figura 29: Resultado dos alunos para encontrar o máximo ou mínimo da função.
Nesta atividade, 100% dos alunos, 36 alunos, que corresponde 90%, acertaram,
apôs a explicação do professor, todos eles perceberam como introduzir no Software
GeoGebra as fórmulas de delta e dos vértices (valor máximo ou mínimo). Por outro lado, 4
alunos, que corresponde a 10%, erraram, pois, não estavam a introduzir corretamente as
fórmulas que necessitavam. O resultado em relação a imagem da Figura 29, seria Im(f)= {y
∈ R : y ≥−6}.
Atividade 12
Determine o vértice V da parábola que representa a função quadrática:
a) f(x) = x2 -2x – 3
b) f(x) = -x2 +3x -5
c) f(x)= x2 - 4x +3
51
Figura 30: Resultado dos alunos para achar os vértices das funções quadráticas.
Analisando as respostas dos alunos com relação as alíneas a), b) e c), 31 alunos, que
−b −∆
correspondem a 77,5%, acertaram, aplicaram as fórmulas X v = e Yv= de forma
2a 4a
eficiente no caderno e no GeoGebra; 4 alunos, que correspondem a 10%, erraram, tiveram
dificuldade em encontrar os coeficientes e não sabiam as fórmulas para resolver; 5 alunos,
que correspondem a 12,5%, não fizeram atividade porque, tiveram dificuldades ao inserir a
formula dos vértices no GeoGebra por falta de domínio no manuseamento do computador.
52
“Esta inovação é muito boa para aprendizagem da matemática”.
Diante desses comentários, acredita-se que o uso das novas tecnologias, de forma
planejada e adequada, desperta nos alunos a curiosidade e favorece a investigação e,
consequentemente, a aprendizagem de conceitos matemáticos.
53
CONCLUSÃO
No contexto atual da educação escolar, o desafio do ensino da Matemática requer
um compromisso muito sério por parte de todos aqueles que integram a escola e a
comunidade escolar como um todo, tratando-se de novas possibilidades de ensinar e
aprender. Essas novas possibilidades vêm despertando o interesse de professores e alunos
por novas perspetivas em educação matemática, de amplas investigações e pela
necessidade de a escola atualizar-se para não perder a sua atratividade e importância no
processo de construção do conhecimento.
Observando a participação dos alunos da Escola do I Ciclo nº 806 nas atividades
desenvolvidas, chegou-se a perceber e a acreditar que o comprometimento de cada um
deles com o estudo foi maior e mais significativo uma vez que eles conseguiram aprender
por meio das operações fundamentais e análise de gráficos, bem como o estudo de suas
funções e aplicabilidades, que o ensino e aprendizagem da função linear e quadrática se
tornam mais prazeroso a partir do momento em que se relaciona com o dia-a-dia e com
situações concretas.
No momento da realização das atividades, ficou claro que o interesse dos alunos é
bem maior quando estes são chamados a participar na construção de seus próprios
conhecimentos e isto acontece quando se parte de um assunto interessante que faça parte
de seu cotidiano e, por meio do mesmo, os conceitos são construídos. Além disso, foi
possível perceber que o conhecimento em construção desafia a escola a aliar as suas
atividades inovadoras com a educação, de forma a utilizá-las dentro de suas condições e
limitações, no sentido de melhorar o ensino e aprendizagem.
Outro ponto que ficou marcado e que despertou o real interesse dos alunos foi o
acesso ao laboratório de informática adaptado numa das salas de aula, com a utilização das
novas tecnologias e, nomeadamente o uso de computadores. Verificou-se que, apesar dos
Media colocar o computador como uma das ferramentas mais utilizadas, as escolas não
dispõem dessa ferramenta e os investigadores ao disponibilizar, muitos dos alunos da
referida escola nunca tinham utilizado e alguns se mostraram receosos na sua utilização,
quando questionados sobre a metodologia utilizada, opinaram ser válida porque a
construção do conhecimento acontece de forma coletiva e gradativa.
Com base nos resultados obtidos, relacionado com a execução das atividades
direcionadas ao uso do GeoGebra no ensino de função linear e quadrática, verificou-se que
a aprendizagem foi mais eficaz com aqueles alunos que já dominavam as ferramentas
tecnológicas. Além disso, verificou-se também, que os rendimentos apresentados foram
54
possíveis pelo fato dos alunos estarem comprometidos com as atividades diferenciadas,
uma vez que estas atividades despertaram o interesse de cada um deles.
Tem-se a certeza de que é possível ter perspetivas inovadoras no ensino da
Matemática, principalmente quando se está apoiado em experiências agradáveis, capazes
de favorecer o desenvolvimento de atitudes positivas que, por sua vez, conduzirão a uma
melhor aprendizagem e ao gosto pela Matemática. Daí se ter a certeza de que este trabalho
possa contribuir para a inserção de ferramentas computacionais nas aulas de Matemática,
para que o ensino-aprendizagem se efetive com qualidade.
O presente estudo revelou que o uso das TIC, e nomeadamente o software
GeoGebra, no ensino e a aprendizagem da Matemática reveste-se de grande importância,
por isso, o sucesso de qualquer programa educativo está diretamente ligado à participação
e reconhecimento por parte dos educadores e apoio das instituições. Uma possível
utilização deste trabalho poderá servir também como material didático básico sobre como
trabalhar a Matemática de outra forma.
55
SUGESTÕES
56
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APÊNDICES
60