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Formação em

Dry Needling e
Eletroagulhamento

teoria e
prática

Prof. André Torres

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são protegidos por direitos autorais e outros direitos
O Sucesso é
constituído de 10%
de inspiração e 90%
de transpiração.

Thomas Edison
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - Aspectos gerais dos pontos gatilhos miofasciais - pag. 04
CAPÍTULO 2 - Fundamentos neurofisiológicos da dor referida - pag. 07
CAPÍTULO 3 - Mecanismos e modelos neurofisiológicos da dor referida -
pag. 08
CAPÍTULO 4 - Como identificar os pontos gatilhos miofasciais ? - pag. 10
CAPÍTULO 5 - Dry Needling - Os efeitos fisiológicos do agulhamento a seco
- pag. 11
CAPÍTULO 6 - Dry Needling - Indicações e Contraindicações - pag. 14
CAPÍTULO 7 - Dry Needling - Material utilizado - pag. 15
CAPÍTULO 8 - Dry Needling - Biossegurança - pag. 16
CAPÍTULO 9 - Dry Needling - PRÁTICA - pag. 18
CAPÍTULO 10 - Eletroagulhamento - Introdução - pag. 54
CAPÍTULO 11- Eletroagulhamento - Mecanismos fisiológicos - pag. 55
CAPÍTULO 12- Eletroagulhamento - Teorias (Gate Control, Endorfinas,
Serotonina, Noradrenalina) - pag 56
CAPÍTULO 13 - Eletroagulhamento - Habituação e Sensibilização - pag. 58
CAPÍTULO 14 - Eletroagulhamento - Equipamento - pag. 59
CAPÍTULO 15 - Eletroagulhamento - Parâmetros - pag. 60
CAPÍTULO 16 - Eletroagulhamento - Contraindicações - pag. 62
CAPÍTULO 17 - Eletroagulhamento - PRÁTICA - pag. 63

Dry Needling e EletroAgulhamento


Capítulo 1

Aspectos gerais dos pontos


gatilhos miofasciais

Pontos-gatilho miofasciais (PG) constituem uma das causas de dor aguda e crônica que

foram esquecidas e ignoradas com maior frequência (Hendler e Kozíkowskí 1993) e, ao

mesmo tempo, representam uma das condições musculoesqueléticas dolorosas mais

frequentes (Hidalgo-Lozano e cols. 2010, Bron e cols. 2011a).

Há provas contundentes de que dor muscular é uma disfunção primária (Mense 2010a)

e não necessariamente um problema secundário a outros diagnósticos. Os músculos

possuem muitos tipos de nociceptores que podem ser ativados através de vários processos

de natureza mecânica e química (Mense 2009).

Dry Needling e EletroAgulhamento 04


ASPECTOS GERAIS

Os PG ativos e latentes podem causar disfunções motoras, por exemplo, fraqueza

muscular, inibição, espasmo, desequilíbrio muscular e alterações no recrutamento

motor (Lucas et al 2004, 2010) tanto no músculo afetado quanto em músculos

relacionados funcionalmente com o músculo afetado (Simons e cols. 1999). Lucas e

cols. (2010) demostraram que PGs latentes estavam associados a um padrão de ativação

motora alterado e que a eliminação desses PGs latentes dava lugar à normalização desse

padrão alterado. Em outro estudo, as restrições de amplitude de movimentos do

tornozelo desapareceram após a liberação (release) manual de PGs latentes no músculo

sóleo (Grieve et al., 2011).

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Dry Needling e EletroAgulhamento
ASPECTOS GERAIS
Sob a forma de um problema primário, PG pode aparecer na
ausência de outros distúrbios do tipo médico, no entanto, os PGs
também podem ser associar com processos patológicos
subjacentes, como doenças de natureza sistêmica ou certos
transtornos metabólicos, parasitários e nutricionais. Em forma de
processo comórbido, PGs podem ser associados com os outros
distúrbios como osteoartrite do ombro, quadril ou o joelho (Bajaj
et al. 2001), e também ao traumatismo como a lesão em chicote
(Freeman e cols. 2009). A dor induzida pelo músculo PG
representa uma causa bem definida e independente de dor aguda
e, principalmente, dor crônica que pode acompanhar os sintomas
de outras doenças e isso pode persistir por muito tempo depois de
que se haja resolvido o problema original que iniciou o quadro.

PGs também estão associados a distúrbios e disfunções dos


diferentes órgãos, como endometriose, cistite intersticial,
síndrome do intestino irritável, dismenorreia e prostatite (Weiss
2001, Anderson 2002, Doggweiler-Wiygul 2004, Jarrell 2004). Em
um estudo, a presença de PG abdominal teve um valor preditivo
90% em relação à endometriose (Jarrell 2004).

Ao longo do seu desenvolvimento histórico, os PGs tinham


denominações diferentes (Simons 1975). O A terminologia atual
relacionada aos PGs foi desenvolvida nas últimas décadas (Simons
et al., 1999, Dommerholt et al. 2006, Dommerholt e Shah 2010).
Apesar do fato de que nas diferentes disciplinas médicas eles
continuam a usar diferentes definições de PGs, a definição aceita
mais comum é que “um PG é uma área hiperirritável localizada
em uma banda tensa de um músculo esquelético que gera dor com
compressão, distensão, sobrecarga ou contração do tecido, que
geralmente responde com uma dor referida que é percebida em
uma área distante da original” (Simons et al., 1999).

Dry Needling e EletroAgulhamento 06


Capítulo 2

Fundamentos
neurofisiológicos da dor
referida

A dor referida é um fenômeno descrito há mais de um século e que tem sido muito

utilizado como ferramenta diagnóstica no contexto clínico. Caracteristicamente, a dor de

origem de estruturas profundas, como músculos, articulações, ligamentos, tendões e órgãos

internos, é descrita como profunda, difusa e de difícil localização, diferentemente do que

ocorre com tipos superficiais de dor, como a dor originada da pele (Mense 1994). A dor

localizada na região de origem da dor é denominada dor local ou dor primária, enquanto a

dor percebida em uma região diferente e longe da origem da dor é denominada dor referida.

(Ballantyne e cols. 2010). A dor referida pode ser percebida em qualquer área do corpo, mas o

tamanho da área correspondente a referida dor é variável e pode ser influenciada por

alterações associadas a dor nos mapas somatossensoriais centrais (Kellgren 1938, Gandevia e

Phegan 1999). A dor referida é um fenômeno muito frequente na prática clínica; A maioria dos

pacientes com dor crônica tem o que geralmente é chamado de "somação da dor referida de

várias estruturas diferentes". Para estabelecer o diagnóstico apropriado de dor miofascial e

tratar pacientes com PG é necessário ao menos o conhecimento dos mecanismos

neurofisiológicos básicos da dor muscular referida.

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Capítulo 3

Mecanismos e modelos
neurofisiológicos da dor
referida (Arendt-Nielsen e Ge 2009)

Teoria da projeção convergente

Teoria da projeção convergente Ruch (1961) propôs a possibilidade de que as fibras

aferentes provenientes de diferentes tecidos como pele, órgãos, músculos e articulações

apresentem convergência nos neurônios espinhais comuns, o que pode levar a uma

interpretação errada da origem da atividade nociceptiva pela medula espinhal. A origem da

dor em um determinado tecido pode ser mal interpretada como proveniente de outras

estruturas. A teoria da projeção convergente explicaria a natureza segmentar da dor

muscular referida e também o aumento da intensidade da dor referida em situações em que

a dor local se intensifica. No entanto, esta teoria não explica o atraso no desenvolvimento da

dor referida após o início da dor local (Graven-Nielsen e cols. 1997a).

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MECANISMOS E MODELOS Teoria da Hiperexcitabilidade central

Os registros obtidos a partir dos neurônios do corno dorsal em

modelos animais revelaram que dentro de poucos minutos da

aplicação de um estímulo nocivo novos campos receptivos

aparecem a uma certa distância do campo receptor original

(Hoheisel et al 1993). Ou seja, após a interferência nociceptiva, os

neurônios do corno dorsal, que anteriormente só respondiam a

uma área dentro do músculo, começaram a responder à

nocicepção em áreas que anteriormente não desencadeavam uma

resposta. O aparecimento de novos campos receptivos pode

indicar que os estímulos lesivos provenientes dos tecidos

musculares potencializam os aferentes convergentes latente nos

neurônios do corno dorsal (Mense 1994) e que este processo de

facilitação das conexões de convergência latente induz a dor

referida.

A teoria da hiperexcitabilidade central é congruente com a

maioria das características da dor muscular referida. Contempla a

dependência do estímulo e o atraso no aparecimento da dor

referida, em comparação com a dor local. O desenvolvimento da

dor referida em pessoas saudáveis é geralmente distal, não

proximal ao local da dor induzida (Arendt Nielsen et al 2000). No

entanto, vários estudos clínicos demonstraram o aparecimento de

dor referida proximal e distal em pacientes com dor crônica

(Graven Nielsen 2006). As diferenças entre pessoas saudáveis e

pessoas que sofrem de dor crônica podem indicar que a dor

preexistente poderia induzir um estado de hiperexcitabilidade na

medula espinhal ou tronco cerebral, com a consequência do

aparecimento de dor referida proximal e distal.

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Capítulo 4

Como identificar os pontos


gatilhos miofasciais ?

Do ponto de vista clínico, podemos diferenciar o PG ativo e o PG latente. A dor local e referida que

se origina no PG ativo reproduz os sintomas indicados pelos pacientes e é reconhecido pelos próprios

pacientes como sua dor habitual, com o qual eles estão familiarizados (Simons et al 1999).

Após a aplicação de pressão, os PG ativos e latentes causam alodinia no próprio PG e hiperalgesia

em uma área distante do PG. A alodinia é uma forma de dor que aparece mediante um estímulo que

normalmente não causa dor. Nos PGs musculares latentes a dor local e a dor referida não

reproduzem os sintomas habituais do paciente e aqueles em que ele está familiarizado (Simons e cols,

1999). Os PGs ativos e latentes dão origem a descobertas semelhantes na exploração física.

Classificação dos pontos gatilhos quanto a:

Ponto gatilho ativo – Quanto ao padrão

Ponto gatilho latente – Quanto ao padrão

Ponto gatilho central – Quanto a localização

Ponto gatilho de inserção – Quanto a localização

Ponto gatilho primário ou principal – Quanto a hierarquia

Ponto gatilho satélite – Quanto a hierarquia

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Capítulo 5

Dry Needling
Os efeitos fisiológicos do agulhamento a
seco

O Dry Needling, conhecido também como "Agulhamento à Seco, é uma técnica que se utiliza de

agulhas de Acupuntura Sistêmica para desativar fibras musculares tensas que geram dor. Na técnica

de Dry Needling, o conhecimento mais importante encontra-se na anatomia e fisiologia muscular e

na compreensão da formação dos "pontosgatilho". Os "ponto-gatilho" ou miofasciais são regiões do

músculo que por algum motivo estão sendo mal irrigadas de sangue, formando assim nódulos

enrijecidos, perfeitamente palpáveis com as pontas dos dedos. Essa situação pode ser ocasionada por

má postura, excesso ou falta de atividade física ou ainda por estresse emocional. Quando realizamos

um estímulo na fibra muscular onde se encontra o ponto gatilho, o sangue que anteriormente não

chegava até ela, volta a circular, desfazendo assim o nódulo de tensão. Este estímulo pode ser

realizado através de massagem, colocação de eletroterapia e no caso do Dry Needling, colocando-se

agulhas de acupuntura no ventre do músculo acometido. Quando a agulha de acupuntura causa

"micro-rupturas" nas fibras musculares, é enviado ao sistema nervoso central um estímulo de

cicatrização, que automaticamente envia sangue ao local do agulhamento, melhorando a circulação e

oxigenação local, causando o relaxamento da musculatura. Além disso, a fibras tensas são desativadas

pelo próprio estímulo mecânico da agulha.

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Capítulo 5

Dry Needling
Os efeitos fisiológicos do agulhamento a
seco

Os estudos realizados com aplicação do agulhamento a seco em pacientes com fibromialgia, que é um

diagnóstico de sensibilização central (Clauw 2008, Dommerholt y Stanborough 2012), demonstram que o AS de

alguns pontos gatilhos não só reduz as aferências nocioceptivas procedentes dos pontos gatilhos tratados, mas

também a dor e sensibilidade generalizada (Ge y cols. 2009,2010,2011, Affaitati y cols. 2011). A dor muscular

induzida experimentalmente altera os mecanismos de controle inibidores dos estímulos lesivos difusos (Arendt-

Nielsen y cols. 2008) y parece que o AS atua sobre a sensibilização central, presumivelmente modificando o

processamento nocioceptivo (Kuan y cols 2007a, Mense 2010, Mense y Mais 2011).

De um ponto de vista mecânico, o agulhamento a seco profundo pode eliminar os nódulos de contração, relaxar

o conjunto de sarcômeros contraturados e reduzir a sobreposição entre os filamentos de actina e miosina.

Também pode destruir as placas motoras e dar lugar a quadros de desenervação axonal distal, assim como a

modificações nos receptores de colina esterase e acetilcolina existentes na placa motora, tal como ocorre no

processo normal de regeneração muscular (Gaspersic y cols. 2001). Nesse sentido, tem um evento especial

interessante de resposta de espamo local (LTR, local twitch responses), que são reflexos medulares

invonluntarios das fibras musculares existentes nas bandas tensas por consequência da aplicação do AS ou de

injeções, ou depois da palpação mediante precursão (snapping palpation) (Dexter y Simons 1981, Fricon y cols.
1985, Hong 1994, Hong y Torigoe 1994, Simons y Dexter 1995, Wang y Audette 2000, Gay cols. 2007). A indução

das LTR é importante na hora de inativar os PG e confirma o feito de que a agulha foi introduzida de maneira

precisa em um PG. Em vários estudos se tem confirmado que uma LTR pode reduzir ou inclusive eliminar o

tipo ruído da placa motora associada aos PG, que sugere que o AS inativa os PG (Hong y Torigio 1994, Hong

1994m Chen y cols. 2001). O ruído da placa motora é uma somação dos potenciais da placa motora em

miniatura e é característico dos pontos gatilhos (simons y cols. 1995, 2002, Hong e Simons 1998, Simons 2001,

Simons 2004).

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Capítulo 5

Dry Needling
Os efeitos fisiológicos do agulhamento a
seco

Por outro lado, a indução da LTR parece reduzir a concentração dos numerosos compostos químicos

alógenos que se localizam no entorno imediato dos PG ativos, tal como o peptídeo relacionado com o

gen da calcitonina, da substancia P, da serotonina, das interleucinas e da epinefrina, entre outros (Shah

e cols. 2003, 2005, 2008, Shah e Gilliams 2008). As LTR são, a princípio, visíveis a olho nú e também se

podem visualizar mediante ecografia (Gerwin e Duranleau 1997, Lewis e Tehan 1999, Rha e cols. 2011).

Os efeitos do AS superficial são atribuídos com frequência da estimulação das fibras aferentes

sensitivas Abeta, uma estimulação que pode se manter por 72 horas depois da aparição do estímulo

(Baldry 2005). É certo que a estimulação das fibras nervosas Ab, pode ativar os sistemas inibitórios

encefalinérgico, serotoninérgico e noradrenérgico (Bowsher 1998), sem dúvida, as fibras nervosas Ab

do tipo I com limiar alto somente são ativadas por estimulação mecânica nocioceptiva, enquanto as

fibras Ab do tipo II requerem o frio como estímulo (Millan 1999). Quando o AS superficial combina-se

com a rotação da agulha, o estímulo pode ativar o sistema inibitório da dor associado a estimulação das

fibras Ab através da inibição espinhal e proprioespinhal segmentar e heterosegmentar (Sandkühler

1996). A pressão mecânica exercida pela agulha pode dar lugar a uma proporção elétrica do músculo e

do tecido conjuntivo com transformação do estímulo mecânico na atividade elétrica, uma

transformação necessária para a remodelação tissular (Liboff 1997).

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Capítulo 6

Dry Needling
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES

Contraindicações absolutas:

Pessoas que tem fobia à agulha;


áreas com linfedema;
histórico de reação anormal a procedimentos anestésicos e estados de inconsciência, ou confusão
mental.

Contraindicações relativas:

terapia com anticoagulante;


distúrbios vasculares;
epilepsia;
alergia ao metal da agulha;
gravidez e em crianças (Carvalho et al., 2017).

Indicações:

Síndrome Dolorosa Miofascial;


Dores de cabeça tipo tensão;
Enxaquecas;
Dores da articulação temporomandibular;
Dores musculares do exercício;
Dores por overtraining;
Transtornos relacionados ao uso excessivo de computador;
Distúrbios associados com lesão por chicote (whiplash);
Dor pélvica e outras síndromes urológicas;
Tendinopatias do ombro.

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Capítulo 7

Dry Needling
MATERIAL UTILIZADO

Basicamente, não há necessidade de tanto investimento para se trabalhar com o agulhamento a seco.

Basta uma lista bem restrita de material para, com SEGURANÇA e EFICIÊNCIA, iniciar seus

atendimentos.

O que eu tenho em meu consultório para realização segura do Dry Needling (Agulhamento a seco):

- Caixa de Luvas (uso de nitrilo pois sou alérgico ao pó das demais luvas);

- Caixa de descarte de agulhas;

- Algodão em bolinhas;

- Agulhas de 3 tamanhos (0,25x25mm / 0,30x40mm / 0,30x100mm);

- Alcool 70%.

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Capítulo 8

Dry Needling
BIOSSEGURANÇA

Importante lembrar do material necessário para se manter um ambiente seguro e propício a aplicação da técnica.

OBRIGATÓRIOS:

- Algodão;
- Caixa de Descarte ou Desintegrador de Agulhas;
- Alcool 70%;
- Agulhas DESCARTÁVEIS.

USO RELATIVO:
- Luvas
* Eu, em minha prática clínica, uso luvas apenas em uma das mãos, com ela que irei manipular o algodão com o fim
de realizar a assepsia
da pele do paciente e também no momento da retirada da agulha, é com a mão com a luva que irei tamponar o furo
com algodão seco. Logo isso ficará ao critério de cada terapeuta, não existe nenhuma legislação que exija o uso para
prática do Dry Needling.

Em caso de acidentes, em que o profissional venha a se furar com agulha usada, recomendo o seguinte
procedimento:

A exposição a material biológico é muito perigosa por ser potencialmente capaz de transmitir mais de 50 tipos de
patógenos diferentes (além do HIV , Hepatite B e C).

Tipos de exposição envolvendo material biológico consideradas de risco:

- Exposições percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurantes ou cortantes (ex.: agulhas, lâminas de
bisturi, vidrarias, etc.);
- Exposições de mucosas: ocorrência de respingos na face envolvendo olho, nariz ou boca; ou exposição de mucosa
genital;
- Exposição de pele não íntegra: contato com locais onde a pele apresenta dermatites ou feridas abertas;

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Capítulo 8

Dry Needling
BIOSSEGURANÇA

Principais causas de acidente de trabalho com exposição a material biológico:

Administração de medicação endovenosa; intramuscular; subcutânea; intradérmica;


Punção venosa/arterial para coleta de sangue;
Descarte inadequado de material perfurocortante em saco de lixo;
Descarte inadequado de perfurocortante em bancada, cama, chão e etc;
Manipulação de caixa com material perfurocortante;

Medidas de Prevenção Pós Exposição a Material Biológico:

Lavar a área contaminada com água e sabão;


Não espremer a área atingida;
Não esfregar;
Procurar atendimento médico com Urgência (nas primeiras duas horas após o acidente, até 72horas);

O que fazer se ocorrer Acidente de Trabalho com Exposição a Material Biológico:

1) Testar HIV durante janela imunológica:


- momento zero (ocorrência do acidente);
- 30 dias;
- 90 dias;

2) Testar para Hepatite C durante janela imunológica:


- momento zero
- 90 dias;
- 180 dias

3) Testar para Hepatite B durante janela imunológica:


- momento zero;
- 90 dias;
- 180 dias

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Capítulo 9

PRÁTICA

Deste módulo em diantes, vamos acompanhar com detalhes as aulas

práticas.

O intuito desse material é auxiliar e guiar o estudante a sua prática, o

material NUNCA SUBSTITUIRÁ as suas anotações pessoais, logo,

imprima a apostila e atente-se as explicações, tire suas dúvidas e

realize suas observações.

"O sucesso é a soma de pequenos


esforços repetidos diariamente"
Robert Collier

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MAPA DOS PONTOS TEMPORAL

Padrão da dor referida

Origem
fossa temporal e fáscia temporal
Inserção
apófise coronóide da mandíbula
Inervação
nervos temporais profundos (ramos dos nervos mandibulares)
Função
protrusão da mandíbula -> fibras anteriores
retração da mandíbula -> fibras posteriores
elevação da mandíbula -> fibras anteriores e posteriores

a aplicação é realizada sentido cranial com ângulo de 15


a 20º. a musculatura é muito superficial logo a agulha
não adentrará muito para penetrar no músculo

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MAPA DOS PONTOS MASSETER

Padrão da dor referida

Origem
Arco zigomático e apófise temporal do osso zigomático
Inserção
Tuberosidade massetérica
Inervação
Nervo massetérico (ramo do nervo mandibular)
Vascularização
Artéria massetérica (ramo da artéria maxilar)
Função
Elevação da mandíbula e ligeira protrusão
Nota clínica
Reflexo massetérico (mandibular)

a aplicação é realizada sentido cranial (em direção ao


arco zigomático) com ângulo de 20 a 30º.

Dry Needling e EletroAgulhamento 20


MAPA DOS PONTOS ECOM

Origem
Cabeça esternal: manúbrio do esterno
Cabeça clavicular: porção média da clavícula
Inserção
Processo mastoide do osso temporal e na linha nucal superior do osso occipital.
Inervação
Nervo acessório (nervo craniano XI) e ramos diretos do plexo cervical (C1-C2)
Vascularização
Artéria occipital, artéria tireóidea superior (ramos da artéria carótida externa)
Função
Contração unilateral: Flexão lateral da cabeça, rotação da cabeça para o lado
oposto
Contração bilateral: elevação da cabeça, flexão do pescoço em direção ao tórax
Outros: auxiliar na inspiração.

a aplicação é realizada com o paciente deitado em


supino, musculatura pinçada e a o sentido será maca
(chão) em um ângulo de 90º levemente inclinada de
medial para lateral

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MAPA DOS PONTOS SUBESCAPULAR

Padrão da dor referida

Origem
Fossa subescapular da escápula (omoplata)
Inserção
Tubérculo menor do úmero
Ação
Articulação do ombro: rotação interna do braço
Estabiliza a cabeça do úmero na cavidade glenoide
Inervação
Nervos subescapulares superior e inferior (C5 - C6)
Irrigação sanguínea
Artéria supraescapular, artéria axilar e artéria subescapular

Aplicação é realizada de lateral para medial em


um ângulo de 90º em relação a pele do paciente.

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MAPA DOS PONTOS BRAQUIAL
ANTERIOR

Padrão da dor referida

Origem
Metade distal da face anterior do úmero e septos intermusculares
Inserção
Tuberosidade do cúbito
Inervação
Nervo musculocutâneo (C5-C7) e nervo radial (C5-C6)
Função
Flexão da articulação do cotovelo e manutenção da tensão da cápsula
articular
Nota clínica“Cotovelo de alpinistas”

Aplicação é realizada de lateral para medial em


um ângulo de 90º em relação a pele do paciente.

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MAPA DOS PONTOS RETO
ABDOMINAL

Padrão da dor referida na região


tóracolombar

Origem:
Sínfise púbica, crista púbica
Inserção:
Processo xifóide, cartilagens costais das costelas 5-7
Inervação:
Nervos intercostais (T7-T11), nervo subcostal (T12)
Função:
Flexão do tronco, compressão das vísceras abdominais, expiração
Irrigação Sanguínea:
artérias epigástrica superior, epigástrica inferior e intercostais

Aplicação é realizada em um ângulo de 90º em relação a


pele do paciente. ATENÇÃO A PROFUNDIDADE DE
INSERÇÃO, a mesma é proporcional a composição corporal
do paciente (tecido adiposo)

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MAPA DOS PONTOS PRONADOR
REDONDO

Padrão da dor referida

Origem:Cabeça umeral: crista supracondilar medial do úmero


Cabeça ulnar: processo coronoide da ulna
Inserção:Superfície lateral do rádio (distal ao supinador)
Ação:Pronação do antebraço na articulação radioulnar proximal,
flexão do antebraço na articulação do cotovelo
Inervação:Nervo mediano (C6,C7)
Vascularização:Ramos das artérias braquial, radial e ulnar

Aplicação é realizada em um ângulo de 90º em relação a


pele do paciente. ATENÇÃO A PROFUNDIDADE DE
INSERÇÃO, a mesma é proporcional a composição corporal
do paciente (tecido adiposo)

Dry Needling e EletroAgulhamento 25


MAPA DOS PONTOS EXTENSORES DO
PUNHO

Extensor radial Padrão da dor Extensor ulnar Padrão da dor Extensor radial Padrão da dor
longo do carpo referida do carpo referida curto do carpo referida

Extensor radial longo do Extensor ulnar do carpo Extensor radial curto do carpo
carpo
Origem: epicôndilo lateral do Origem: tendão extensor
Origem: Crista supracondilar úmero e face posterior da ulna comum dos extensores
lateral do úmero, septo Inserção: - lado medial da base superficiais no epicôndilo lateral
intermuscular lateral do braço do quinto metacarpo do úmero
Inserção:Região posterior Inervação: nervo interósseo Inserção: face posterior da
da base do 2.o osso metacarpal posterior (ramo do nervo radial) base do terceiro metacarpo
Ações:Articulação do punho: Função: extensão do punho e Inervação: nervo radial
extensão da mão, abdução da adução da mão (desvio ulnar) Função: extensão dorsal e a
abdução radial da articulação
mão (desvio radial)
do punho
Inervação:Nervo radial (C5-
C8)
Vascularização:Artéria radial
recorrente, artéria colateral
radial, artéria radial

Aplicação é realizada em um ângulo de 90º em relação a


pele do paciente. ATENÇÃO A PROFUNDIDADE DE
INSERÇÃO, a mesma é proporcional a composição corporal
do paciente (tecido adiposo)

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MAPA DOS PONTOS FLEXORES DO
PUNHO e DEDOS

Padrão da dor referida

Flexor radial do carpo Flexor ulnar do carpo Flexor superficial dos Flexor profundo dos
dedos dedos
Origem:Epicôndilo medial Origem:Epicôndilo
do úmero medial do úmero, Origem:Cabeça úmero- Origem:Metade proximal
olécrano e margem radial: epicôndilo medial do da superfície anterior da
Inserção: Bases dos ossos posterior da ulna úmero, processo coronoide ulna, membrana
metacarpais 2-3 da ulna interóssea
Inserção: Osso Cabeça radial: metade
Ação: Articulação do pisiforme, osso hamato, proximal da borda anterior Inserção: Superfícies
punho: flexão do punho, base do quinto osso do rádio palmar das falanges
abdução do punho metacarpo distais dos dedos 2-5
Inserção: Lateral das
Inervação: Nervo Ação: Articulação do falanges médias dos dedos Ação: Articulações
mediano (C6,C7) punho: Flexionar a mão, 2-5 metacarpofalângicas e
interfalângicas 2-5: flexão
Vascularização:Artérias aduzir a mão Ação: Articulações dos dedos
recorrentes ulnares metacarpofalângicas e
anterior/posterior, artéria Inervação: Nervo ulnar interfalângicas proximais 2-5: Inervação: Dedos 2-3
radial (C7-T1) flexão dos dedos Nervo mediano (nervo
interósseo anterior)
Vascularização: Artéria Inervação:Nervo mediano Dedos 4-5: nervo ulnar
ulnar recorrente (C8, T1) (C8, T1)
posterior, artéria ulnar
Vascularização:Artéria Vascularização: Artérias
ulnar, artéria radial, artéria ulnar, interóssea comum,
mediana ulnar colateral, ulnar
recorrente, interóssea
anterior e mediana

Aplicação é realizada em um ângulo de 90º em relação a pele do paciente.


ATENÇÃO A PROFUNDIDADE DE INSERÇÃO, a mesma é proporcional a
composição corporal do paciente (tecido adiposo)
Dry Needling e EletroAgulhamento 27
MAPA DOS PONTOS DELTÓIDE

Padrão da dor referida

Origem:Três porções com origens próprias: terço lateral da clavícula, acrômio e espinha da
escápula
Inserção:Tuberosidade deltóidea (úmero)
Inervação:Nervo axilar (ramo do nervo braquial)
Função:Movimenta e estabiliza a articulação do ombro

Aplicação é realizada em um ângulo de 90º em relação a pele do paciente.


ATENÇÃO A PROFUNDIDADE DE INSERÇÃO, a mesma é proporcional a
composição corporal do paciente (tecido adiposo)

Dry Needling e EletroAgulhamento 28


MAPA DOS PONTOS MULTÍFIDOS E
ROTADORES

Exemplos de padrão da
dor referida
Multífidos Rotadores

Origem: Multífido do pescoço: processos Origem: Rotadores curtos: processos


articulares superiores das vértebras C4-C7. transversos das vértebras T2-T12
Multífido do tórax: processos transversos das Rotadores longos: processos transversos das
vértebras torácicas . vértebras torácicas
Multífidos lombares: processos mamilares das Inserção:Rotadores curtos:
vértebras lombares, região posterior do sacro,
Lâminas/processo espinhoso da vértebra (1
espinha ilíaca póstero-superior (EIPS) do ílio e
nível acima da origem)
ligamento sacroilíaco.
Rotadores longos: Lâminas/processo
Inserção:Região lateral das extremidades dos
espinhoso da vértebra (1 nível acima da
processos espinhosos das vértebras, 2-5 níveis
acima de sua origem
origem)
Ação:Contração bilateral: Extensão da coluna Ações: Contração bilateral: extensão da
Contração unilateral: flexão lateral da coluna coluna torácica
(ipsilateral), rotação da coluna (contralateral) . Contração unilateral: rotação da coluna
Inervação:Ramos mediais dos ramos torácica (contralateral)
posteriores dos nervos espinhais. Inervação:Ramos mediais dos ramos
Vascularização:Artéria vertebral, artéria posteriores dos nervos espinhais
cervical profunda, artéria occipital, artérias Vascularização:Ramos dorsais das artérias
intercostais posteriores, artérias lombares e intercostais posteriores e artérias lombares
artérias sacrais laterais.

Aplicação é realizada em um ângulo de 30º em relação a pele do paciente.


, linclinada medialmente sentido pilar articular.

Dry Needling e EletroAgulhamento 29


MAPA DOS PONTOS ERETORES
ESPINHAIS

Exemplos de padrão da dor referida

Origem:Iliocostal: ângulos das costelas; crista lateral do sacro; extremidade medial da crista
ilíaca; fáscia toracolombar
Longuíssimo: processos transversos de C4-T5, aponeurose intermuscular lombar, face
anteromedial do íleo, ligamento sacroilíaco posterior, processos espinhosos e transversos das
vértebras L1-L5, crista sacral mediana, superfície posterior do sacro e crista ilíaca posterior
Espinal: Processos espinhosos cervicais e torácicos superiores;

Inserção:Iliocostal: ângulos das costelas; processos transversos lombares e cervicais


Longuíssimo: processo mastoide do osso temporal, processos transversos das vértebras C2-C6,
processos acessórios e transversos das vértebras L1-L5, processos transversos das vértebras T1-
T12, ângulos costais 7-12
Espinal: Processos espinhosos das vértebras C7-T1 e T11-L2; ligamento nucal

Inervação:Ramos laterais dos ramos posteriores dos nervos espinhais

Função:Bilateralmente: extensão da coluna vertebral e da cabeça; controle da flexão da coluna


vertebral se estendendo gradativamente
Unilateralmente: flexão lateral da coluna vertebral

Aplicação é realizada em um ângulo de 30º em relação a pele do paciente.


, linclinada medialmente sentido pilar articular.

Dry Needling e EletroAgulhamento 30


MAPA DOS PONTOS TRAPÉZIOS

Padrão da dor referida

Origem:Osso occipital, ligamento nucal, apófises espinhosas de C7 a T12


Inserção:Espinha da omoplata, acrómio da omoplata, 1⁄3 lateral da clavícula
Inervação:Motora: nervo acessório (NC XI)
Sensorial: ramos dorsais de C3 e C4
Vascularização:Artéria occipital (parte superior), artéria cervical superficial ou transversa
(parte média), artéria escapular dorsal (parte inferior)
Função:Elevação da omoplata (fibras superiores), retração da omoplata (fibras médias),
depressão da omoplata (fibras inferiores), rotação ascendente da cavidade glenoidal

Paciente em prono, aplicação na porção superior será realizada com o


músculo em pinçamento manual e a agulha em 90º (sentido chão). Nas
porções média e inferior a agulha respeitará a angulação de 20º a 30º
(sempre se atentar a profundidade).

31
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS ELEVADOR DA
ESCÁPULA

Padrão da dor referida

Origem:Apófises transversas do atlas (C1), axis (C2) e tubérculos posteriores das apófises
transversas de C3 e C4
Inserção:Ângulo superior e bordo medial da escápula
FunçãoElevação da escápula
Vascularização:Artéria escapular dorsal (dorsal da omoplata) (ramo da artéria subclávia)
Inervação:Nervos cervicais C3 e C4, nervo escapular dorsal (dorsal da omoplata)

Aplicação se dará no sentido caudal, com a agulha em um ângulo de 60º


em direção ao ângulo superior da escápula.

32
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS INFRAESPINHAL

Padrão da dor referida

Origem:Fossa infra-espinal da escápula


Inserção:Tubérculo maior do úmero
Ação:Articulação do ombro: rotação externa do braço
Estabiliza a cabeça umeral na cavidade glenoide
Inervação:Nervo supraescapular (C5, C6)
Vascularização:Artéria supraescapular, artéria circunflexa escapular

Aplicação será realizada com a agulha em um ângulo de 90º em direção a


fossa infraespinhosa.

33
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS SUPRAESPINHOSO

Padrão da dor referida

Origem:Fossa supra-espinal da escápula


Inserção:Tubérculo maior do úmero
Ação:Articulação do ombro: abdução do braço, estabilização da cabeça do úmero na
cavidade glenoide
Inervação:Nervo supraescapular (C5, C6)
Vascularização:Artéria supraescapular

Aplicação será realizada com a agulha em um ângulo de 90º em direção a


fossa infraespinhosa. Aplicação do tendão do supraespinhoso VIDE AULA
PRÁTICA.

34
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS REDONDO MAIOR

Padrão da dor referida

Origem:Superfície dorsal do ângulo inferior; e porção inferior da borda lateral da


escápula
Inserção:Crista do tubérculo menor do úmero
Inervação:Nervo escapular inferior (C5-C8) ou nervo toracodorsal (C5-C7)
Função:Rotação interna, adução e retroversão do úmero

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado de lateral


para medial, sentido borda lateral da escápula com um ângulo entre 60º a
90º.

Dry Needling e EletroAgulhamento 35


MAPA DOS PONTOS REDONDO MENOR

Padrão da dor referida

Origem:Borda lateral da escápula


Inserção:Tubérculo maior do úmero
Ação:Articulação do ombro: rotação externa do braço, adução do braço
Estabiliza a cabeça do úmero na cavidade glenoidal
Inervação:Nervo axilar (C5, C6)
Suprimento sanguíneo:Artéria supraescapular, artéria escapular dorsal

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado de lateral


para medial, sentido borda lateral da escápula com um ângulo entre 60º a
90º.

36
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS ROMBÓIDES

Padrão da dor referida

Romboide maior:
Origem: Processo (apófise) espinhoso de T2 a T5
Inserção: Bordo medial da escápula (omoplata)
Romboide menor:
Origem: Processo (apófise) espinhoso de C7 e T1
Inserção: Bordo medial da escápula (omoplata)
Função:Adução, elevação e rotação da escápula (omoplata). Estabilização da escápula
InervaçãoNervo escapular dorsal (C4-C5)

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado de


medial para lateral, sentido borda medial da escápula com um ângulo
entre 20º a 30º
37
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS QUADRADO
LOMBAR

Padrão de dor referida superficial Padrão de dor referida profunda

OrigemCrista ilíaca do ílio


Inserção12a costela e apófises transversas das 1a a 4a vértebras lombares
InervaçãoNervo subcostal e ramos do plexo lombar
FunçãoExtensão da coluna vertebral lombar (contração bilateral)
Flexão lateral do tronco (contração unilateral)
Auxiliar na expiração (músculo acessório da expiração)
Nota clínicaDor lombar baixa crônica

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado com um


ângulo de 60º com sentido medial.

38
Dry Needling e EletroAgulhamento
MAPA DOS PONTOS GLÚTEO
MÁXIMO

Padrão da dor referida

Origem:Sacro (porção dorsal), ílio (atrás da linha glútea posterior), fáscia


toracolombar e ligamento sacrotuberal
Inserção:Tuberosidade glútea do fémur (fibras caudais) e trato iliotibial (fibras
craniais)
Inervação:Nervo glúteo inferior
Função:Extensão e rotação externa do fémur, estabilização da articulação do
quadril, abdução (fibras craniais) e adução (fibras caudais) da coxa.
Nota clínicaLesão do nervo glúteo inferior

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado com um


ângulo de 90º com sentido maca.

Dry Needling e EletroAgulhamento 39


MAPA DOS PONTOS GLÚTEO
MÉDIO e
MÍNIMO

Padrão da dor referida

Glúteo médio
Origem: superfície glútea do íleo (sob o músculo glúteo máximo)
Inserção: trocânter maior do fémur
Glúteo mínimo
Origem: superfície glútea do íleo (sob o músculo glúteo médio)
Inserção: trocânter maior do fémur
Inervação:Ambos são inervados pelo nervo glúteo superior (ramo do plexo
sagrado)
Vascularização:Ambos são irrigados pela artéria glútea superior (ramo da
artéria ilíaca interna)
Função:Estabilização da pelve; abdução e adução da articulação do quadril;
flexão e rotação interna (fibras ventrais); extensão e rotação externa (fibras
dorsais)
Nota clínicaLesão do nervo glúteo superior, injeção intramuscular

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado com um


ângulo de 90º com sentido medial.

Dry Needling e EletroAgulhamento 40


MAPA DOS PONTOS PIRIFORME

Padrão da dor referida

Origem:Superfície anterior do sacro (entre S2 e S4), superfície glútea do ílio


(próximo à espinha ilíaca posteroinferior), (ligamento sacrotuberal)
Inserção:(Ápice do) Trocânter maior do fêmur
Inervação:Nervo para o piriforme (S1-S2)
Função:Articulação do quadril (anca): rotação externa da coxa, abdução da coxa (a
partir de um quadril fletido); estabiliza a cabeça do fêmur no acetábulo

Paciente em prono, o acesso para o agulhamento será realizado com um


ângulo de 90º com inclinação lateral (quando inserida na inserção distal)
na inserção proximal (sacral) a agulha será a 90º com inclinação medial.

Dry Needling e EletroAgulhamento 41


MAPA DOS PONTOS TFL
TENSOR DA
FÁSCIA LATA

Padrão da dor referida

Origem:Crista ilíaca e espinha ilíaca ântero-superior


Inserção:Fáscia lata
Inervação:Nervo glúteo superior (L4-S1)
Função:Sustentação da tensão do trato iliotibial
Nota clínicaSíndrome do trato iliotibial

Paciente em DL, o agulhamento será realizado em 90º em direção ao


ponto gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 42


MAPA DOS PONTOS ÍSQUIOSTIBIAIS

Bíceps Femoral Semimembranoso Semitendinoso


Origem:Cabeça longa: Origem:Impressão Origem:(Impressão
(impressão inferomedial da) superolateral da tuberosidade posteromedial da) tuberosidade
tuberosidade isquiática, isquiática isquiática
ligamento sacrotuberal Inserção:Côndilo medial Inserção:Extremidade
Cabeça curta: (lábio lateral) da da tíbia proximal da tíbia, abaixo do
linha áspera do fêmur , linha côndilo medial (através da pata
Ação:Articulação do
supracondilar lateral do fêmur de ganso)
quadril: extensão e rotação
Inserção:(Aspecto lateral da) Ação:Articulação do quadril:
interna da coxa
cabeça da fíbula extensão e rotação interna da
Articulação do joelho: flexão e
Ação:Articulação do quadril: coxa, estabilização da pelve.
rotação interna da perna
extensão e rotação externa da
Articulação do joelho: flexão
coxa; Estabilização da pelve
lateral e rotação interna da
Articulação do joelho: flexão e Inervação:Divisão tibial do
perna
rotação externa da perna; nervo ciático (L5-S2)
Inervação:Divisão tibial do
Estabilização da pelve
nervo ciático (L5-S2)
Inervação:Cabeça longa:
divisão tibial do nervo ciático (L5-
S2)
Cabeça curta: divisão fibular
comum do nervo ciático (L5-S2)

Paciente em PRONO, o agulhamento será realizado em 90º em direção ao


ponto gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 43


MAPA DOS PONTOS QUADRÍCEPS

Padrão da dor referida

Origem:
Reto femoral: espinha ilíaca anterior da pelve, margem superior do acetábulo da
pelve
Vasto medial: linha intertrocantérica do fémur
Vasto lateral: linha áspera, trocânter maior do fémur
Vastus intermédio: lado anterior do fémur
Inserção:Tuberosidade da tíbia (todas as cabeças) - forma ligamento patelar
Função:Extensão do joelho, flexão da anca (apenas o reto femoral)
Inervação:Nervo femoral
Vascularização:Artéria femoral
Nota clínicaReflexo patelar ausente, paralisia do músculo

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º em direção ao


ponto gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 44


MAPA DOS PONTOS ADUTOR LONGO E
CURTO

Padrão da dor referida

Adutor Longo Adutor Curto

Origem:Corpo do osso púbico, inferior à crista Origem:Corpo anterior do púbis, ramo púbico
púbica e lateral à sínfise púbica inferior
Inserção:Terço médio da linha áspera do Inserção:Linha áspera do fêmur (lábio
fêmur (lábio medial) medial)
Função:Articulação do quadril: flexão da coxa, Ação:Articulação do quadril: flexão da coxa,
adução da coxa, rotação externa da coxa e adução da coxa, rotação externa da coxa,
estabilização da pelve estabilização da pelve
Inervação:Nervo obturador (L2-L3) Inervação:Nervo obturatório (L2-L3)
Vascularização:Artéria femoral profunda

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 60º sentido


cranial.

Dry Needling e EletroAgulhamento 45


MAPA DOS PONTOS POPLÍTEO

Padrão da dor referida

Origem:Côndilo lateral do fêmur e corno posterior do menisco lateral


Inserção:Face posterior da tíbia, superiormente à origem do músculo solear (sóleo)
Inervação:Nervo tibial
Função:Desbloqueio da articulação do joelho

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º sentido ponto


gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 46


MAPA DOS PONTOS FIBULARES

Padrão da dor referida

Fibular Longo:
Origem: cabeça e porção superior do corpo do perónio e septo intermuscular
Inserção: cuneiforme medial e primeiro metatarso
Inervação: nervo peroneal superficial
Função: flexão plantar e eversão, suporte do arco transverso do pé

Fibular Curto:
Origem: perónio (parte distal)
Inserção: tuberosidade do quinto metatarso
Inervação: nervo peroneal superficial
Função: flexão plantar e eversão
Nota ClínicaAtrofia e pé equinovaro devido a lesão do nervo peroneal superficial

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º sentido


lateral para medial

Dry Needling e EletroAgulhamento 47


MAPA DOS PONTOS TIBIAL ANTERIOR

Padrão da dor referida

Origem:Superfície lateral da tíbia, membrana interóssea


Inserção:Osso cuneiforme medial, base do 1o metatarsal
Ação:Articulação talocrural: dorsiflexão do pé
Articulação subtalar: inversão do pé
Inervação:Nervo fibular (peroneal) profundo (L4,L5)
Vascularização:Ramos da artéria tibial anterior: ramos musculares anterior e medial; tibial
anterior recorrente, dorsal do pé e maleolar anterior medial
Ramos da artéria tibial posterior: artérias maleolar medial e calcânea

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º sentido


CRANIAL ou CAUDAL, fica a sua escolha.

Dry Needling e EletroAgulhamento 48


MAPA DOS PONTOS ABDUTOR DO
HÁLUX

Padrão da dor referida

Origem:Cabeça oblíqua: bases do 2-4 ossos metatarsos, osso cuboide, osso cuneiforme
lateral, tendão do fibular longo
Cabeça transversa: ligamentos metatarsofalângicos plantares dos dedos 3-5, ligamentos
metatarsais transversos profundos dos dedos 3-5
Inserção:Aspecto lateral da base da falange proximal do hálux
Ação:Primeira articulação metatarsofalângica: Adução do hálux, flexão do hálux; Suporte
dos arcos longitudinal e transverso do pé
Inervação:Nervo plantar lateral (S2,S3)
Vascularização:Artéria plantar medial, artéria plantar lateral, arco plantar, artérias
metatarsais plantares

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º sentido ponto


gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 49


MAPA DOS PONTOS EXTENSOR LONGO
DOS DEDOS

Padrão da dor referida

Origem:Metade proximal da superfície medial da fíbula, côndilo lateral tibial, membrana


interóssea
Inserção:Falanges distais e médias dos dedos 2-5
Ação:Articulações metatarsofalangeanas e interfalangeanas 2-5: extensão dos dedos;
Articulação talocrural: dorsiflexão do pé; ;
Articulação subtalar: eversão do pé
Inervação:Nervo fibular profundo (L5, S1)
Vascularização:Artérias tibial anterior, maleolar anterior lateral, tarsal lateral, metatarsal,
plantar e digital

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º sentido ponto


gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 50


MAPA DOS PONTOS FLEXOR LONGO DO
HÁLUX

Padrão da dor referida

Origem: face dorsal do perónio e membrana interóssea


Inserção: falange distal do hálux
Inervação: nervo tibial (L4-S2)
Função: flexão do hálux, flexão plantar fraca do tornozelo e suporte do arco longitudinal
medial do pé

Paciente em PRONO, o agulhamento será realizado em 90º levemente


MEDIAL sentido ponto gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 51


MAPA DOS PONTOS GASTROCNÊMIOS

Padrão da dor referida

Origem:Cabeça lateral: superfície póstero-lateral do côndilo lateral do fêmur


Cabeça medial: superfície posterior do côndilo medial do fêmur, superfície poplítea do
corpo do fêmur
Inserção:Superfície posterior do calcâneo através do tendão calcâneo
Inervação:Nervo tibial (S1, S2)
Função:Articulação talocrural: flexão plantar do pé - articulação do joelho: flexão da perna

Paciente em PRONO, o agulhamento será realizado em 90º sentido ponto


gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 52


MAPA DOS PONTOS EXTENSOR LONGO
DO HÁLUX

Padrão da dor referida

Origem:Terço médio da superfície medial da fíbula (perónio), membrana interóssea


Inserção:Base da falange distal do hálux
Ação:Articulações metatarsofalângica e interfalângica: extensão do dedo; articulação
talocrural: dorsiflexão do pé
Inervação:Nervo fibular (peroneal) profundo (L5, S1)
Irrigação sanguínea:Artérias tibial anterior

Paciente em SUPINO, o agulhamento será realizado em 90º sentido ponto


gatilho.

Dry Needling e EletroAgulhamento 53


Capítulo 10

ELETROAGULHAMENTO
INTRODUÇÃO

Uma corrente elétrica é aplicada ao músculo e/ou tendões através das agulhas filiformes (acupuntura)
inseridas em frequência variada, dependendo da condição de apresentação e dos resultados desejados.
O paciente não sente nenhuma dor, apenas uma contração muscular rítmica e relaxamento durante a
sessão.

Durante uma sessão de tratamento o corpo sofrerá uma resposta neurológica, fisiológica e endócrina,
direcionada tanto ao local da dor (resposta local) quanto aos mecanismos da dor (resposta global).

Como o Agulhamento a Seco Eletromuscular pode ajudá-lo?

O EletroAgulhamento inicia as fibras nervosas ascendentes, aquelas envolvidas no processamento da


dor no sistema nervoso e também modula os neurotransmissores envolvidos na saída sensorial da dor
que inibe a saída da dor resultando na redução da dor. Isso torna o EA uma opção de tratamento
fantástica para aqueles que sofrem de condições de dor crônica, como dor lombar crônica e
fibromialgia.

Da mesma forma que o agulhamento seco miofascial, o processo de inserção das agulhas no músculo
causa microdanos ao tecido e aciona o corpo para liberar seus mecanismos naturais de cura. Os
processos químicos naturais liberados facilitaram o sistema imunológico para melhorar a cicatrização
na área, tornando-se uma adição valiosa para a recuperação de lesões ou distensões musculares e áreas
de inflamação, como tendinopatias, fascite plantar e bursite.

O EA também é um tratamento valioso para a recuperação muscular, rigidez crônica ou fadiga


muscular local. A iniciação do ponto de gatilho dentro do músculo cria uma resposta dentro do músculo
que faz com que ele relaxe, a adição da corrente amplifica essa teoria invocando uma duração mais
longa da contração muscular e, portanto, produzindo mais relaxamento muscular.

Dry Needling e EletroAgulhamento 54


Capítulo 11

ELETROAGULHAMENTO
MECANISMOS FISIOLÓGICOS

Nas últimas décadas, muitos estudos sugeriram vários mecanismos de EA, no entanto, até o momento,
nenhum consenso satisfatório foi alcançado. Além disso, a EA possui uma ampla variedade de aplicações
clínicas, o que, por sua vez, torna ainda mais difícil elucidar o mecanismo exato de ação. No entanto,
vários pesquisadores investigaram progressivamente os mecanismos fisiológicos por trás de suas várias
aplicações. Até o momento, o manejo da dor é uma de suas aplicações mais amplamente estudadas (Lee,
LaRiccia e Newberg 2004a, b).

Dry Needling e EletroAgulhamento


55
Capítulo 12

ELETROAGULHAMENTO
TEORIAS (GATE CONTROL, ENDORFINAS,
SEROTONINA, NORADRENALINA)

Teoria do GATE CONTROL (teoria das comportas da dor)

O mecanismo segmentar da EA é frequentemente explicado pela teoria de controle de portas de


Melzack e Wall (1967), que propõe que as fibras sensoriais A-δ e C abrem a camada da substância
gelatinosa (SG) localizada no corno dorsal da medula espinhal, enquanto A- Fibras β ou inibição
descendente bloqueiam a camada. Com base nessa teoria, há muito tempo se postula que o estímulo
elétrico de baixa frequência excita as fibras A-β e, por sua vez, bloqueia as fibras A-δ e C no mesmo
segmento da medula espinhal que transmite sinais nociceptivos ao cérebro (Pyne e Shenker 2008). Em
apoio a essa hipótese, evidências já demonstraram que a estimulação induzida das fibras A-β por EA é
capaz de produzir analgesia (Pomeranz e Paley 1979; Chung et al. 1984; Toda 2002); no entanto, também
é relatado que a excitação de algumas fibras A-δ, além das fibras A-β, produz uma analgesia mais potente
(Leung et al. 2005).

Teoria das endorfinas

A liberação de várias endorfinas tem sido uma das principais teorias sobre analgesia induzida por EA. A
teoria propõe que os efeitos analgésicos da EA resultem da liberação de opiáceos endógenos e seus
receptores. Pomeranz e Chiu (1976) propuseram esta hipótese pela primeira vez com base em sua
descoberta em camundongos de que a naloxona, um antagonista do opiáceo (substrato semelhante à
morfina), é capaz de bloquear ou reverter o efeito analgésico da acupuntura. Mais tarde, Mayer, Price e
Rafii (1977) relataram um resultado semelhante da administração de naloxona em humanos;
consequentemente, presume-se que a liberação de substrato do tipo morfina no SNC seja um possível
mecanismo de EA. Desde a proposta dessa teoria, evidências de vários estudos em humanos e animais
esclareceram ainda mais o papel dos opiáceos endógenos.

Dry Needling e EletroAgulhamento 56


Capítulo 12

ELETROAGULHAMENTO
TEORIAS (GATE CONTROL, ENDORFINAS,
SEROTONINA, NORADRENALINA)

Além disso, sugere-se que a estimulação elétrica de agulhas em diferentes frequências possa variar o tipo de
endorfina endógena liberada (Chen e Han, 1992).

Guo et al. (1996) mostraram que o EA de baixa frequência (2 Hz) aumenta a expressão de proteínas precursoras
de encefalina, enquanto o EA de alta frequência (100 Hz) aumenta a expressão de precursores da dinorfina. Mais
tarde, Han et al. (1999) e Huang et al. (2004), com base em seus resultados em voluntários humanos, concluíram
que o EA de baixa frequência medeia os receptores opióides μ e δ e estimula a liberação de β-endorfina,
encefalina e endomorfina.

Além disso, Han (2003) confirmou que o EA de alta frequência medeia o receptor κ-opioide e libera dinorfina.

Teoria da serotonina

Presume-se que a serotonina e seus receptores no SNC desempenhem um papel importante na analgesia
induzida por EA, colaborando com opiáceos endógenos. A teoria de uma via inibitória descendente
serotoninérgica da EA foi desenvolvida quando Tsai, Chen e Lin (1989) descobriram que a p-clorofenilalanina,
um inibidor da síntese de serotonina, diminuía o efeito analgésico da analgesia por acupuntura.

Após essa descoberta, muita pesquisa foi feita para elucidar o mecanismo serotoninérgico da EA. Takagi e
Yonehara (1998), com base em seu estudo sobre a polpa dentária de coelhos, relataram que antagonistas do
subtipo de receptor de serotonina estão associados a um bloqueio induzido por EA de impulsos nociceptivos
agudos. Baek, Yang e Park (2005) descobriram que a pargilina, um inibidor da monoamina oxidase, facilita a
degradação do receptor de serotonina, que por sua vez potencializa o efeito analgésico da EA.

Teoria da noradrenalina

Foi observado que a noradrenalina age de maneira diferente nos níveis espinhal e supraespinhal. Yoo et al. (2011)
descobriram que a administração de precursor da noradrenalina bloqueia a analgesia induzida por EA, enquanto
a injeção intratecal a potencializa. Além disso, várias linhas de evidência relataram que, no corno dorsal espinhal,
os receptores 1-adrenérgicos facilitam a sinalização nociceptiva, enquanto os receptores 2-adrenérgicos a
suprimem. Por exemplo, em ratos com dor neuropática, Kim et al. (2005) descobriram que antagonistas de
receptores 2-adrenérgicos inibiam os efeitos analgésicos da EA na alodinia fria

Dry Needling e EletroAgulhamento 57


Capítulo 13

ELETROAGULHAMENTO
HABITUAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO

Pacientes com dor crônica apresentam características de hipersensibilidade central com


alterações no SNC após lesão periférica. A entrada nociceptiva aferente prolongada pode induzir
um aumento reversível na excitabilidade dos neurônios sensoriais centrais com uma expansão do
campo receptivo, resultando na alteração da resposta sensorial provocada pelas entradas normais
(Curatolo, Arendt-Nielsen e Petersen-Felix 2006).

A habituação ocorre quando um organismo diminui ou deixa de responder a um estímulo após


apresentações repetidas. A habituação pode ser pensada como o oposto da sensibilização: o
processo de habituação é decremental; enquanto o processo de sensibilização é incremental,
aumentando a tendência a responder. A descoberta da neuroplasticidade de que o SNC é capaz de
alterar as vias neurais e as sinapses devido a alterações pode ser vantajosa ao usar o EA. O EA
fornece sinais regulares e a estimulação sustentada de uma área leva à habituação.

Existe, portanto, a possibilidade de que o EA leve à habituação, revertendo a sensibilização. No


entanto, não há muitas evidências para apoiar a presunção de que a analgesia da acupuntura é
devida aos efeitos da habituação da estimulação da acupuntura, portanto, mais pesquisas são
necessárias nessa área.

Dry Needling e EletroAgulhamento 58


Capítulo 14

ELETROAGULHAMENTO
EQUIPAMENTO

Utilizamos o equipamento de TENS, o mesmo usado na Fisioterapia, porém, o equipamento não


estará ligado ao paciente através de eletrodos, e sim, conectado as agulhas, através de um plug
jacaré

Qualquer equipamento de TENS poderá ser usado, com tanto que possa manualmente, alterar
seus parâmetros de forma individual.

Dry Needling e EletroAgulhamento 59


Capítulo 15

ELETROAGULHAMENTO
PARÂMETROS

A EA envolve fenômenos eletrofísicos, eletroquímicos e eletrotérmicos (Cameron 2012); seus efeitos


terapêuticos dependem de vários fatores, incluindo o tipo de forma de onda, intensidade, frequência,
duração e curso do fluxo elétrico para o tipo específico de tecido em que é aplicado (Silvério-Lopes
2011). Esses fatores podem alterar os efeitos clínicos desejados durante uma sessão típica, se a EA não for
administrada corretamente ao paciente.

Frequência

Frequência, da perspectiva da física, refere-se ao número de ciclos entregues por segundo. É medido em
unidades de Hertz (Hz). Matematicamente, cada ciclo é

medido como uma unidade de tempo (microssegundo), portanto, se uma pulsação tiver um ciclo de 0,25
segundos (ou seja, quatro vezes por segundo), será expressa em 4 Hz (Walsh e Berry 2010).

Pesquisas científicas mostraram que existe uma forte relação entre frequência e liberação de opioides
endógenos, que desempenham um papel importante na analgesia induzida por EA. Estudos de EA
dependentes de frequência realizados em ratos relataram a liberação de várias substâncias bioquímicas
em diferentes frequências, como encefalina, β-endorfina e endomorfina a 2 Hz (Han 2004); dinorfina a
100 Hz (Han 2003); encefalina e dinorfina a 2 e 100 Hz (Zhang et al. 2005b); e substância P (SP) a 10 Hz
(Zhang et al. 2005a).

Liberação de substâncias bioquímicas induzida por EA em diferentes frequências:

Adaptado de Han 2004; Huang et al. 2004 e Silvério-Lopes 2011.

Dry Needling e EletroAgulhamento 60


Capítulo 15

ELETROAGULHAMENTO
PARÂMETROS

Diferentes frequências e intensidades produzirão respostas fisiológicas diferentes e é importante monitorar o


paciente durante um tratamento com EA e evocá-las verbalmente e pela observação da resposta do paciente.
Frequência baixa produz frequentemente espasmos e contração (a partir da ativação de neurônios motores) dos
músculos. Frequências mais altas geralmente produzem dormência e formigamento devido à ativação do nervo
sensorial e podem ser uma sensação muito agradável e relaxante, se não um pouco incomum. O calor pode
sinalizar aumento da circulação em uma área (Walsh e Berry 2010). Ao selecionar diferentes frequências,
observar a resposta física e monitorar o paciente, é provável que a dose correta esteja sendo administrada,
resultando no desejado.

Intensidade

No EA, o termo 'intensidade' geralmente se refere a uma medida de corrente ou tensão. A intensidade da
corrente elétrica em pontos de acupuntura tem um efeito distinto na resposta fisiológica do paciente e pode ser
vista em mudanças sutis (Walsh e Berry 2010). Além disso, a forte sensação experimentada pelo paciente
depende mais da intensidade do que da frequência.

A maioria dos dispositivos no mercado utiliza uma corrente alternada (CA) pois garante mais segurança ao
paciente do que uma corrente contínua (CC). No EA, um CA evita o acúmulo de qualquer carga de elétrons nos
pontos de contato, enquanto um CC pode produzir calor excessivo, o que pode causar mais dor e desconforto.
Em geral, a ordem de 12mA (miliamperes) ou 9V (volts) pode ser a intensidade máxima, mas esses números
podem variar significativamente, dependendo do design do equipamento (Mayor 2007a).

Dry Needling e EletroAgulhamento 61


Capítulo 16

ELETROAGULHAMENTO
CONTRAINDICAÇÕES

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o EA deve ser evitada no seguintes condições:

Marca-passo in situ;
Útero ou cintura pélvica na gravidez;
gravidez (primeiro trimestre);
circulação prejudicada;
doença arterial grave;
distúrbios hemorrágicos;
sangramento espontâneo ou hematomas;
febre não diagnosticada;
diabetes instável;
lesões cutâneas graves;
tumores malignos;
epilepsia instável ou história de convulsões inexplicáveis;
emergências médicas e condições cirúrgicas;
fobia da agulha ou ansiedade excessiva.

Além disso, o agulhamento não deve ser feito em certas áreas do corpo. Essas incluem:

fontanela em bebês;
genitália externa;
porção anterior do pescoço;
pele aberta ou fissurada, frágil, inflamada ou infectada;
áreas afetadas por linfedema;
mamilos;
segmento de inervações uterinas (em mulheres grávidas);
umbigo;
globo ocular.
Dry Needling e EletroAgulhamento 62
Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
ALGIAS CERVICAIS INESPECÍFICAS

Utilizaremos 4 a 6 agulhas e abordaremos os músculos:

- Eretores de espinha bilateralmente logo abaixo da linha occipital inferior.

A agulha é inserida em um ângulo de 45º sentido cranial.

- Paravertebrais na linha de T4 bilateralmente, a agulha é inserida a 45o no sentido CAUDAL.

- Opção para mais um par de agulhas é inserir no nível de C7 , com agulha 90o, incline
medialmente, sentido pilar articular, bilateralmente.

Lembre-se de respeitar os parâmetros indicados na parte teórica deste módulo.

Dry Needling e EletroAgulhamento 63


Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
ALGIAS DE OMBRO

Iremos abordar o músculo Deltóide, Supraespinhoso e Infraespinhoso.

Serão utilizados 3 pares de agulhas, um para cada grupo muscular.

No deltóide colocaremos a primeira agulha nos feixes anteriores e a segunda agulha nos
posteriores, polo positivo na agulha anterior e negativo na posterior.

No Supraespinhoso colocaremos a agulha em direção a fossa supraespinhosa, beirando a espinha


da escápula, a primeira mais lateral e a segunda mais medialmente, polo positivo na agulha mais
distal (caudal) e positivo na agulha proximal.

No Infraespinhoso, traçamos uma linha vertical medialmente a escápula e inserimos a primeira


agulha logo abaixo da espinha da escápula, em direção a fossa infraespinhal. A segunda agulha,
seguimos essa linha e inserimos a segunda agulha mais caudalmente no infraespinhoso, também
em direção a fossa infraespinhal. Polo positivo na agulha superior e polo negativo na agulha
inferior.

Um quarto par pode ser colocado nos músculos redondos.

Lembre-se de respeitar os parâmetros indicados na parte teórica deste módulo.

Dry Needling e EletroAgulhamento 64


Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
SÍNDROME DO TÚNEL CARPAL

Utilizaremos 4 agulhas (dois pares) e dois canais.

Primeiro par ficará na região tenar e hipotenar, na linha do retináculo.

A agulha utilizada é uma 0,25x25 (mais fina e mais curta).

Segundo par ficará na interlinha articular, na linha medial, e a segunda agulha ficará abaixo do
retináculo na mesma linha da primeira agulha.

Posicionamento dos polos não irá interferir no resultado da técnica, SÓ ATENTE-SE EM


FECHAR O PAR DE ELETRODOS CORRETAMENTEO, AGULHA CRANIAL COM AGULHA
CAUDAL, MEDIAL COM LATERAL.

CAUTELA COM A INTENSIDADE

Lembre-se de respeitar os parâmetros indicados na parte teórica deste módulo.

Dry Needling e EletroAgulhamento 65


Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
ALGIAS LOMBARES

Iniciamos pela localização da L1 (primeira vértebra lombar), será referência das aplicações,
traçamos uma linha horizontal no nível de L1.

A primeira agulha será inserida lateralmente aos paravertebrais, sentido quadrado lombar,
levemente inclinada medialmente, adentrando de 1 a 1,5cm.
A segunda agulha será inserida na mesma linha da anterior porém nos paravertebrais.
A terceira agulha será inserida nos paravertebrais do lado oposto.
A quarta agulha iremos inserir a uma distância de quatro dedos da anterior no sentido quadrado
lombar, levemente inclinada medialmente, adentrando de 1 a 1,5cm.

As demais 4 agulhas, seguiram a mesma direção das aplicações de L1 porém a referência será L5,
também será uma referência horizontal.

Lembre -se de respeitar os parâmetros indicados na parte teórica deste módulo.

Os eletrodos serão polos positivos na linha de L1 e polos negativos na linha de L5, as agulhas farão
par com respectiva abaixo dela.

Dry Needling e EletroAgulhamento 66


Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
ALGIAS DE QUADRIL

A primeira agulha iremos inserir próxima a crista ilíaca (no seu terço medial), no glúteo médio, o
seu respectivo par será inserida mais inferiormente, abaixo do trocanter.
O polo positivo ficará na agulha superior e o negativo na agulha inferior.

O segundo par, a primeira agulha inserimos no trocanter, entre o par anteriormente colocado, a
segunda agulha posteriormente na região glútea, na mesma linha da anterior.
O polo positivo ficará na agulha mais anterior e o negativo na agulha posterior, respeitando seus
pares.

Dry Needling e EletroAgulhamento 67


Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
ALGIAS ANTERIORES DE JOELHO

As agulhas serão colocadas no entorno da patela, foi utilizada agulha 0,25x25.

A primeira agulha inserimos inferiormente a patela, a segunda agulha inserimos superiormente, a


terceira agulha medialmente logo abaixo do bordo medial e a terceira lateralmente, logo abaixo
do bordo lateral.
Lembra-se que essa técnica será um pouco mais superficial, porém, devemos passar da barreira
da pele para conseguirmos resultados eficazes.

As agulhas farão par seguindo o raciocínio do quadril, a inferior com a superior e a medial com a
lateral. O polo positivo ficará na superior e na medial e o polo negativo na inferior e na lateral.

Lembre -se de respeitar os parâmetros indicados na parte teórica deste módulo.

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Capítulo 17

ELETROAGULHAMENTO
TÉCNICA DE ANALGESIA EM "SPRAIN" POR
INVERSÃO

A agulha utilizada neste técnica é a 0,25x25, vamos utilizar na angulação de 15o (bem rente a pele)
devido a falta de tecido nesta região.

Nossa referência será o maléolo lateral, a primeira agulha seguiremos a linha do quarto dedo e
quando estiver mais próximo ao maléolo vamos aplicar a agulha na direção do mesmo,
respeitando a angulação mencionad anteriormente.

A segunda agulha é inserido na mesma linha da agulha anterior porém posterior ao maleolo,
respeitando ângulo e direção.

A terceira agulha será inserida póstero inferior do maléolo e a quarta agulha ântero inferior ao
maleolo.

Os polos respeitarão seus pares, superior com superior e inferior com inferior. Os polos ficarão ao
seu critério porém o que adotar para um par, adotará para o outro.

Dry Needling e EletroAgulhamento 69


André Torres

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Formação em

Dry Needling e
Eletroagulhamento

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