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Interfaces Entre o Lazer e A Educação: 1. Objetivos
Interfaces Entre o Lazer e A Educação: 1. Objetivos
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1. OBJETIVOS
• Enfatizar a relação entre o lazer e a educação como cam-
pos de estudos.
• Apresentar e discutir o conceito de campo.
• Apresentar estudos que articulam lazer e educação.
• Apresentar estudos que articulam educação e lazer.
• Apresentar e ilustrar com exemplos os conteúdos cultu-
rais do lazer.
2. CONTEÚDOS
• A educação na contemporaneidade.
• O campo de estudos do lazer.
• Articulações entre lazer e educação.
• Interesses culturais do lazer.
120 © Recreação e Lazer
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Podemos afirmar que, em nosso país, foi a partir de 1970
que o lazer deixou de ser visto como um tema estudado por ini-
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5. A EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Propomos um diálogo sobre o significado da educação em
nosso contexto social, tendo a sociedade globalizada e informati-
zada deste século 21 como referência.
O que estamos entendendo por educação? O que essa nova
configuração trouxe para o contexto educacional? O que preten-
demos para os sujeitos que estamos educando? Essas questões
de que trataremos devem ser respondidas a fim de que tenhamos
em nossos horizontes um papel definido ao atuarmos no campo
do lazer.
A cada dia, percebemos que a sociedade em que vivemos
tem se modificado. Tudo tem acontecido muito rapidamente. Res-
postas que antes nos convenciam e confortavam, hoje não aten-
dem mais às nossas expectativas.
Interesse físico
É representado pela prática de atividades físicas de modo
geral. As práticas esportivas, os passeios, as pescas, a ginástica,
realizadas em espaços específicos (academias, ginásios) e não
específicos (ruas, residências), são exemplos representativos. De
acordo com Coutinho e Maia (2009, p. 36), poderíamos pensar nas
seguintes ações para o desenvolvimento desse conteúdo:
• Todo o universo de jogos esportivos tradicionais e adaptados
(paraolímpicos).
• Prática de modalidades esportivas não comuns ao dia a dia dos
participantes. – Ex: golfe – utilizando bolinha de tênis ou bor-
racha e um taco de madeira; rugby – tomando cuidado com
questões de segurança; esgrima – utilizando um giz colorido
tentando pintar a roupa do companheiro.
• Brincadeiras tradicionais que possam estar meio esquecidas –
Ex: bolinha de gude com suas diversas variações.
• Dia do Recreio sobre rodas – estimular as crianças a trazerem
suas bicicletas, skates, patins, patinetes, carrinho de rolimã e
organizar espaços para eles se divertirem. Tomar o cuidado para
que não se cause constrangimento, caso muitos participantes
não tenham e não tragam nenhum desses brinquedos. Pode-se
pensar numa forma de estimular o brincar junto, partilhando o
brinquedo que se trouxe.
Interesse intelectual
Nesse contexto, interesse intelectual é a ênfase é dada ao co-
nhecimento vivido, experimentado, fundamental para a formação
do indivíduo. O que se busca é o contato com as informações objeti-
vas e explicações racionais, por meio de cursos ou leitura, por exem-
plo. As sugestões apontadas por Coutinho e Maia (2009, p. 41) são:
• Mini-palestras sobre o tema gerador – convidar profissionais ou
até mesmo pais de participantes para falar sobre meio ambiente.
• Mesas de discussão temáticas – expor um problema ambiental
que acomete a localidade onde está inserido o PST, buscando
sugestões coletivas para solução do problema.
• Rodas de discussão a partir de situações vivenciadas, para pro-
posições coletivas de possíveis modificações nas regras e estru-
turas das atividades propostas, tornando-as mais participativas
e/ou cooperativas.
• Jogos de mesa – xadrez, dama, gamão.
• Jogos intelectivos (que podem ser trazidos pelos participantes)
– perfil, imagem e ação, batalha naval.
• STOP – utilizando categorias adaptadas a cada região. Neste
jogo sorteia-se uma letra do alfabeto para que todos escrevam
uma coisa ou objeto que comece com esta letra. Ex: nome de
carro, de filme, de fruta.
• Gincanas com provas de conhecimentos gerais ou relacionados
a um tema específico.
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Interesse artístico
O interesse artístico abrange as mais diversas manifestações
artísticas, como teatro, cinema, artes plásticas, buscando a satis-
fação do imaginário (imagens, emoções e sentimentos). Seu con-
teúdo é estético. As festas podem ser incluídas nesse segmento
do lazer. Coutinho e Maia (2009, p. 39) nos sugerem as seguintes
atividades:
• Oficinas de dança – utilizando danças típicas da região bem como
outras formas de dança que possam demonstrar a diversidade
cultural de nosso país e até mesmo de outros países. Ex: dança
de salão, hip-hop, brinquedos cantados, ginástica maluca criada
de forma coletiva, entre outras manifestações.
• Filmes relacionados ao tema gerador – uma sessão de cinema
improvisada, ou até mesmo uma visita ao cinema da cidade.
• Teatro – apresentação de um grupo de teatro da região ou uma
oficina para as crianças e adolescentes possam produzir suas pró-
prias peças ou esquetes teatrais.
• Música – oficina de instrumentos musicais ou organização de um
festival onde os participantes poderão apresentar os seus talen-
tos.
• Oficina de vivências e confecção de artes plásticas (escultura e
pintura), fazendo uso de materiais recicláveis.
Interesse social
O interesse social manifesta-se quando se procura um conta-
to direto com outras pessoas, por meio de um relacionamento ou
convívio social. Exemplos específicos são os bailes, os cafés, os ba-
res e a frequência a associações servindo como ponto de encontro.
Para esse conteúdo, Coutinho e Maia (2009, p. 41) nos apontam:
• O momento do lanche pode ser feito em forma de piquenique,
onde um grupo de participantes recebe uma quantidade X de
alimentos para serem preparados e divididos entre si. Os grupos
podem receber alimentos diferentes, gerando a possibilidade de
intercâmbio entre os mesmos.
• Festa temática – num dia especial os alunos poderão vir fanta-
siados para uma festa com música, dança e um lanche diferente.
Interesse turístico
A busca de novas paisagens, ritmos e costumes distintos da-
queles vivenciados cotidianamente é a aspiração mais presente
nos interesses turísticos. Os passeios, as viagens e a visita a shop-
pings centers constituem exemplos desse tipo de interesse. Couti-
nho e Maia (2009, p. 45) apresentam as seguintes sugestões:
• O momento do passeio que faz parte do planejamento do Recreio
nas Férias.
• O conhecimento ou reconhecimento do espaço circunvizinho da
localidade onde funciona o núcleo (Ex: praças, espaços culturais,
museus, prédios históricos), na perspectiva de demonstrar possi-
bilidades de lazer não percebidas ou exploradas pela população.
Interesse virtual
Compreende as formas de atividades de lazer que utilizam
tecnologia como as do computador, do videogame e da televisão.
a) conteúdo físico;
b) conteúdo prático;
c) conteúdo social;
d) conteúdo intelectual;
e) conteúdo artístico;
f) conteúdo turístico;
g) conteúdo virtual.
4) Apresente exemplos de como poderíamos desenvolver cada uma dessas di-
mensões com um público frequentador de um clube social.
11. CONSIDERAÇÕES
Chegamos ao fim de mais uma unidade!
Agora que você teve a oportunidade de pensar sobre as
questões importantes para a sua formação no que tange às articu-
lações entre o lazer e a educação, reflita sobre sua futura prática
pedagógica nesse campo.
Os elementos teóricos trazidos para o debate nesta unida-
de favorecerão a construção de um entendimento mais amplo do
processo de formação e atuação profissional. Aliás, esse será o
tema de nossa próxima unidade.
Vamos a ela?
12. E-REFERÊNCIAS
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